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Ta4 - Farmacologia

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12/12/2022
Farmacologia
Reações adversas aos fármacos e 
avaliação de riscos
Prof. Ms. Flávia Soares Lassie
• Unidade de Ensino: 4
• Competência da Unidade: Compreender os efeitos que 
os medicamentos podem causar. 
• Resumo: reações adversas aos medicamentos, efeitos 
tóxicos dos fármacos, efeito terapêutico, 
farmacovigilância e notificação dos eventos adversos, 
• Palavras-chave: efeito colateral, evento adverso, 
reações adversas aos medicamentos, dose efetiva, 
dose tóxica, efeito placebo.
• Título da Teleaula: Reações adversas aos fármacos e 
avaliação de riscos.
• Teleaula nº: 4
Contextualização
 O efeito colateral e a reação adversa aos 
medicamentos;
 Farmacovigilância e notificação das RAM;
 Avaliação do risco das terapias farmacológicas;
 Caracterização e identificação do risco no uso dos 
medicamentos;
 Dose efetiva, Dose tóxica, Efeito placebo, Tolerância 
dos fármacos;
 Dosagem terapêutica e frequência.
Reação adversa a 
medicamento (RAM)
x
Efeito Adverso
Paciente, 51 anos deu entrada no P.S apresentando quadro característico 
de hepatite: icterícia, fadiga, náuseas e vômitos, colúria, bilirrubinas totais 
e transaminases (AST e ALT) elevadas foi internado. O médico acionou o 
serviço de atenção farmacêutica pois o paciente relatou fazer uso de 
alguns medicamentos e solicitou exames laboratoriais para confirmar a 
causa da hepatite.
Fonte: https://binged.it/30DKHmG
Pode-se desconfiar 
de algum PRM?
Durante a reconciliação o 
farmacêutico constatou que o 
paciente fazia uso de amoxicilina+ 
clavulanato devido a uma infecção de 
garganta e paracetamol diariamente 
cerca de 5 a 6 comp./dia, toda vez 
que sentia dor.
Hepatite viral?
PRM?
Hepatite 
medicamentosa?
Paracetamol
Doses elevadas: 
Lesão hepática
Aumento de AST e 
ALT
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Evento adverso Complicações indesejadas decorrentes do cuidado prestado aos pacientes, não 
atribuídas à evolução natural da doença de 
base.
 Potencial: quando não chega a atingir o paciente Identificado antes da 
ocorrência;
 Prejuízo temporário ou permanente: evento causa dano ao paciente.
 Utilização de medicamentos ou equipamentos e materiais utilizados e condutas 
adotadas;
 EAM: prescrição, separação ou administração de medicamentos;
 Falta de qualidade de um material que cause dano ao paciente;
Reação adversa a medicamento 
(RAM)
Efeito Adverso
Paciente manifesta sinais e sintomas 
que podem ser causados pelo uso 
dos medicamentos
Efeitos causados pelos 
medicamentos no paciente.
“Qualquer resposta prejudicial ou 
indesejável e não intencional a um 
medicamento, a qual se manifesta 
após a administração de doses 
normalmente utilizadas no homem 
para profilaxia, diagnóstico ou 
tratamento de doença ou para 
modificação de função fisiológica” 
(OMS, 2010)
Efeito Colateral: 2º do 
medicamento (não é o efeito principal 
ou esperado pela sua ação) Ex: 
sonolência e anti-histamínico
 EA podem ser previsíveis: 
 Quando estão relacionados com a ação farmacológica 
principal do fármaco (Ex: anticoagulante- sangramento);
 Quando não ocorrem a partir de sua relação com ação 
principal do fármaco (Ex: hepatotoxicidade do paracetamol);
 EA não previsíveis:
 Não tem relação com o alvo farmacológico principal (Ex: 
reações anafiláticas da penicilina)
Fonte: https://binged.it/2SoGPRZ
Fonte: OLIVEIRA. Farmacologia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2020 (pág. 22).
Quando saber se uma RAM foi causada por um 
medicamento?
Algoritmo de Naranjo
(1981)
Legenda: Score final: ≥ 9-
Confirmada; 5-8: Provável; 1-4: 
Possível; ≤ 0: Duvidosa
Classificação das RAM
 Podem ser classificadas:
 Mecanismo pelo qual são produzidas; Frequência de 
ocorrência; Gravidade; Expectativa e Grau de causalidade.
 Mecanismo de ação:
 Tipo A: efeitos farmacológicos exacerbados no sítio de 
ação relacionada a dose: podem ser previsíveis;
 Tipo B: não estão relacionadas com o mecanismo de ação 
do fármaco são imprevisíveis: não possui relação dose-
dependência. A detecção dessas reações pode resultar na 
retirada do medicamento do mercado (reações de 
intolerância ao fármaco, hipersensibilidade) Fonte: OLIVEIRA. Farmacologia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2020 (pág. 24).
Fatores de risco
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Caracterização e 
identificação do risco 
no uso dos 
medicamentos
Consequências dos eventos adversos
Fonte: OLIVEIRA. Farmacologia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2020 (pág. 25).
RAM
EA
Ações para prevenção do risco relacionado à segurança, 
no uso dos medicamentos
 Como as RAM podem ser evitadas?
 Mensuração: dos danos e dos possíveis danos que o uso da terapia pode oferecer ao 
paciente Quantificar o risco;
 Análise: dos dados quantificados;
 Planos de ações: necessários para a redução do risco ou do EA;
 Gerenciamento do risco: planejamento e minimização do risco;
 Um erro ou EA nunca é um fato isolado sem causas ou consequências que possam ser 
identificadas ou mensuradas.
 Cada escolha terapêutica: estabelecer a relação do risco e do 
benefício da terapia.
 Análise do risco/benefício
Gerenciamento de risco
 Risco: Possibilidade de acontecer um evento indesejado;
 Está associado ao serviço de saúde;
 Gerenciamento do risco: é a etapa final que garante o 
fechamento de um ciclo de análise do EA passado e um 
trabalho preventivo para um EA futuro;
 Gestão de risco: aplicação sistêmica e contínua de 
iniciativas, procedimentos, condutas e recursos na 
avaliação e controle dos riscos e EA.
 Forma de gestão da qualidade- aplicada em hospitais e 
clínicas no BR critérios de acreditação e obtenção de 
selos de qualidade
Gerenciamento do EA
Fonte: OLIVEIRA. Farmacologia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2020 (págs. 30 e 31).
Farmacovigilância
 É a “ciência e as atividades relativas à identificação, 
avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos 
ou qualquer outro problema relacionado ao uso de 
medicamentos” (OMS, 2002 );
 Objetivo: Reconhecer as RAM e buscar meios de 
prevenção.
 Coleta de comunicação problemas relacionados à 
medicamentos;
 Identificar, avaliar e monitorar a ocorrência de eventos 
adversos;
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Farmacovigilância
 Notificação  Todo profissional de saúde
- É uma das ferramentas principais no monitoramento de 
eventos adversos na fase de pós-comercialização (fase IV 
da pesquisa clínica)
 Farmacêutico não pode ignorar a farmacovigilância, não 
importa sua área de atuação (hospitalar ou comunitária);
 O próprio usuário de medicamentos pode participar das 
atividades de farmacovigilância.
 Análise das RAM detectadas possibilita conhecer o perfil 
de reações adversas melhor uso do arsenal 
farmacológico;
Fonte: https://binged.it/2Z1IYFO
Notificação das RAM 
 Notificação da RAM: é um instrumento fundamental para alimentar o sistema de 
farmacovigilância 
- Notificação espontânea: relato de uma suspeita de reações adversas em formulário 
específico;
- Busca ativa: monitoramento intensivo de possíveis reações adversas 
relacionadas a medicamentos. 
 NOTIVISA: fortalecer a vigilância pós-uso/pós-comercialização dos medicamentos;
 VIGIPÓS: monitoramento de EA e de QT associados aos produtos 
sob vigilância sanitária.
 Ocorre na fase de pós-comercialização/ pós-uso durante 
o período de utilização dos produtos pela sociedade.
Dose efetiva
Dose tóxica
Efeito placebo
Tolerância dos fármacos
Efeito terapêutico e toxicológico dos medicamentos
 Efeito terapêutico: é oque se espera de seu efeito para o 
tratamento ao qual foi destinado;
 Ação mais específica possível: evita-se sua ação em outros 
receptores que possam causar algum tipo de RAM.
 Efeito tóxico: superdosagem, uso indiscriminado ou falta 
de orientação, interações medicamentosas;
 Toxicidade induzida tanto em nível celular como em 
tecidual efeitos de hipersensibilidadee reações autoimunes 
aos medicamentos.
 Teratogenicidade: capacidade do fármaco de causar 
alterações e más-formações no feto durante a gestação.
Curva de concentração de um fármaco em relação ao 
tempo
Efeito terapêutico: a dose 
alcança a [ ] plasmática ideal
Fonte: OLIVEIRA. Farmacologia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2020 (pág. 11).
Dose efetiva (DE50) e Dose tóxica (DT50)
 Todo fármaco quando é desenvolvido necessita da 
determinação: margem de segurança durante a utilização;
 DE50: corresponde a 50% dos pacientes testados que 
apresentam uma resposta ao tratamento;
 DL50: concentração do fármaco que é letal para 50% da 
população;
 Usado como parâmetro quando o fármaco é testado em 
humanos.
 Determinar uma dose máx. segura e a dose tóxica (DT50)
resposta de efeitos adversos suportáveis em 50% da pop. 
testada Dose máxima definida
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Índice terapêutico (I.T.) do fármaco
 Relação entre as [ ] terapêuticas e tóxicas;
 É a razão entre a dose tóxica e a dose capaz de produzir a resposta 
clinicamente desejada;
 Medicamentos com amplo I.T.  ampla faixa de [ ] que leva ao efeito 
requerido.
 Janela terapêutica: faixa de [ ] entre as [ ] tóxicas e terapêuticas.
 I.T.< 10: fármacos com estreita janela terapêutica pequena 
diferença entre as [ ] terapêuticas e tóxicas.
DE50
DT50I.T=
Efeitos tóxicos: doses excessivas ou efeito adverso 
causado pelo fármaco- hepatotoxicidade, nefrotoxicidade
Segurança relativa do fármaco
 Determinar a segurança relativa do fármaco:
 Quanto > IT > a segurança relativa do fármaco
 Valor de IT < 10- fármaco com uma faixa ou janela terapêutica 
estreita (valores de DE e DT são muito próximos)
Fonte: FUCHS, F.; WANNMACHER,L. 
Farmacologia Clínica e Terapêutica. 5ª.ed. 
Rio de Janeiro: Guanabra Koogan, 2017 (pág
87).
Efeito placebo
 Placebo: medicamentos sem efeitos fisiológicos não 
produz ações no organismo;
 Utilizados para demonstrar algumas respostas 
subjetivas que não estão diretamente relacionadas 
com o fármaco a ser testado;
 Efeito sugestivo ou psicológico;
 Para medir o efeito: fármaco em fase de teste deve 
ter maiores resultados esperados em comparação 
com o placebo;
Fonte: https://binged.it/3c02r06
Tolerância dos fármacos
 Uma pessoa pode desenvolver tolerância quando 
algum medicamento é usado repetidamente;
 EX: Morfina ou álcool: se usados por um longo 
período de tempo devem ser tomadas doses cada 
vez maiores para produzir o mesmo efeito;
 Desenvolvimento: aceleração do metabolismo do 
medicamento; nº de sítios ativos ou afinidade 
entre o receptor e o medicamento diminui;
 O efeito de um fármaco : adm de maneira 
contínua ou repetida;
 Diminuição gradual da responsividade a um 
fármaco: pode levar horas, dias ou semanas.....
Dosagem terapêutica 
e frequência
Dosagem terapêutica
 Dose recomendada: deve ser definida 
na fase pré-clínica garantida a 
segurança de uso na fase clínica.
Frequência 
de uso Tempo de ½ vida
Ligação 
proteínas
DoseDepuração Posologia 
Duração do 
tratamento VD
Taxa de 
eliminação
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Tempo de ½ vida
 Ex: 100 mg 50 mg 25 mg
 Fármacos com tempo de ½ muito longo: posologia precisa ser bem 
adequada para não ocorrer efeitos tóxicos;
 Fármacos com tempo de ½ muito curto: doses muito altas para que 
produza algum efeito;
 Administração de medicamentos em determinados intervalos: 
posologia adequada para o tratamento proposto ( 8/8 horas; 12/12 
horas).
½ ½
É o tempo necessário para que ocorra a 
diminuição de ½ da [ ] sérica
Fármaco administrado (VO)
[ ] sanguínea= 10 mg
½
5 mg
Nova dose= 10 mg
½
7, 5 mg
Nova dose= 10 mg
8,75 mg
½
15 mg
17, 5 mg
Nova dose= 10 mg
18,75 mg
½
9,6875 mg
Estado de 
equilíbrio da 
concentração 
sérica do fármaco
9,375 mg
½
Dose de ataque
 Após a administração de um fármaco por qualquer 
via [ ] plasmática aumenta;
 A distribuição do compartimento vascular para os 
tecidos corporais diminui [ ] sérica;
 Para maior rapidez ação do fármaco administrado 
com frequência doses iniciais;
 As doses podem ser muito mais altas que as 
necessárias;
 Podem ser utilizadas para obter níveis terapêuticos 
como os níveis desejados no estado de equilíbrio 
dinâmico.
O farmacêutico hospitalar em uma das suas visitas da Farmácia Clínica 
atende uma paciente mulher, 68 anos, 1,62m de altura, 75 kg, creatinina 
sérica 2,9 mg/dL, sem edemas, com uso de cateter venoso central e que 
apresenta IRA. Estava em tratamento de uma infecção complicada causada 
por bactérias MR e em uso de Vancomicina 500 mg (1 frasco-ampola 
4x/dia- dose diária 2000mg) inicialmente por 10 dias. Após esse período o 
quadro infeccioso seria reavaliado e SN dose, posologia ou duração do 
tratamento seriam alterados 
O médico solicitou ao 
farmacêutico que 
analisasse o 
medicamento prescrito 
e se tinha alguma 
observação sobre a 
vancomicina. 
Quais os riscos a serem 
levados em 
consideração com o uso 
da vancomicina para 
essa paciente? Como o 
farmacêutico poderia 
atender essa 
solicitação?
VANCOMICINA
Infusão IV lenta
Cada dose 2hras 
de gotejamento
Evitar reação de 
hipersensibilidade: 
Síndrome do 
pescoço vermelho
Ajuste de dose da 
vancomicina: IRA
Cálculo: Clearance de 
creatinina (Taxa de 
depuração e 
eliminação renal)
Valores muito baixos 
de Clearance: baixa 
depuração renal (baixa 
atividade de excreção 
renal)
Baixa excreção do 
fármaco: permanece 
por mais tempo em 
circulação
Intoxicação: com maior 
prejuízo da função 
renal
AJUSTE DE DOSE
ATIVIDADE
 Fármaco A: possui uma DT= 25 mg/kg/dia e para 
ter um efeito esperado em 50% da população testada 
é necessária uma dose de 15 mg/kg/dia.
 Fármaco B: possui uma DT = 320 mg/kg/dia e a 
DE= 12 mg/kg/dia.
 Qual dos dois é mais seguro????
Fonte: https://binged.it/3d96FDm
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DE50
DT50
I.T=
Fármaco B
15
25
I.T=
I.T≈ 1,7
Fármaco A
12
320
I.T=
I.T≈ 26,7
Fármaco B é mais seguro
Recapitulando.....
Recapitulando......
 O efeito colateral e a reação adversa dos 
medicamentos;
 Farmacovigilância e notificação das RAM;
 Avaliação do risco das terapias farmacológicas;
 Caracterização e identificação do risco no uso dos 
medicamentos;
 Dose efetiva, Dose tóxica, Efeito placebo, Tolerância 
dos fármacos;
 Dosagem terapêutica e frequência.
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