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DESCRIÇÃO As técnicas e metodologias de ensino na educação brasileira, não em sentido de lista, mas de fomento aos professores para a compreensão de suas escolhas metodológicas. Adequação a contextos, faixas etárias e objetivos. PROPÓSITO Conhecer as técnicas e metodologias de ensino, importantes aliadas nos percursos das práticas docentes, no sentido de identificar os caminhos metodológicos para obter eficácia no desenvolvimento da prática docente, bem como considerar cada realidade de público e de contexto no trabalho em sala de aula. PREPARAÇÃO Tenha em mãos um dicionário de literatura para compreender o vocabulário específico da área. Na Internet, você acessa gratuitamente o E-dicionário de termos literários , de Carlos Ceia, e o Dicionário de cultura básica , de Salvatore D’Onofrio. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever algumas das metodologias de ensino e técnicas adequadas para a educação básica MÓDULO 2 Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo de ensinaraprender , considerando a prática e as diferentes realidades educacionais INTRODUÇÃO Nosso diálogo será sobre as escolhas a serem feitas para o desenvolvimento das práticas docentes na educação básica. Escolher bem a(s) metodologia(s) e compreender como determinadas técnicas podem (ou não) se adequar a essas escolhas é um caminho necessário para que a aula e o desenvolvimento do trabalho pedagógico sejam mais bem qualificados. Para isso, além da conceituação de algumas das técnicas e metodologias de ensino mais utilizadas na educação brasileira, consideramos necessário propor a reflexão sobre as escolhas metodológicas à luz das realidades existentes. Mais do que isso, consideramos estratégico que você perceba a potência das metodologias, considerando a diversidade de público estudantil, composto por crianças, jovens e adultos, com o qual lidamos nas escolas, ou seja, em espaços formais de ensino e mesmo em outros espaços educativos. É importante lembrar que o diálogo atual sobre técnicas e metodologias de ensino traz o desafio de pensarmos para além do que já temos instituído. A pandemia de Coronavírus, que chegou em 2020 ao Brasil, nos lança nesse cenário de busca de novas metodologias, de outras formas de desenvolver a prática docente, para além do que os cursos de formação de professores vinham trabalhando. Novos e complexos horizontes se apresentam para todos nós, professores e professoras. MÓDULO 2 Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo de ensinaraprender , considerando a prática e as diferentes realidades educacionais CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS E IDOSOS E REFLEXÕES SOBRE O ENSINARAPRENDER : QUAL METODOLOGIA PARA QUAL REALIDADE? Este módulo é um convite à reflexão sobre qual metodologia, e para qual realidade, que possibilita o efetivo desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, para crianças, jovens, adultos e idosos. Foto: Joa Souza/Shutterstock.com Não temos receitas prontas, pois para a educação não há receita! Há caminhos a serem seguidos. Esses caminhos precisam considerar a necessidade de se relacionar teoria e prática pedagógica, pois uma não se faz sem a outra. Além disso, é essencial considerar as diferentes realidades educacionais existentes para, então, se propor um trabalho ancorado em determinada concepção metodológica. ATENÇÃO Dito isso, é importante que você reconheça que a potencialidade da reflexão sobre os processos de desenvolvimento do ensino-aprendizagem de crianças, jovens, adultos e idosos requer, em primeiro momento, a consideração sobre quem são esses seres em suas subjetividades e necessidades. Cada um tem um tempo e um modo de lidar com os modos de ensinaraprender e não podemos esquecer que esse movimento requer, por parte dos professores, investimentos na reflexão cotidiana sobre as diferentes formas de ensinaraprender . A reflexão sobre esses processos precisa (re)conhecer: quem são os estudantes, quais suas faixas etárias em suas diversidades, quais são seus pontos de partida (conhecimentos prévios, de vida, que trazem para o cotidiano da escola) e quais são suas expectativas com a escola. Partir desse (re)conhecimento é considerar alguns dos elementos que nos ajudam a pensar sobre qual metodologia e para qual realidade. Você deve lembrar que estudamos um pouco sobre as experiências de pesquisa de Paulo Sgarbi e de Margarida dos Santos. Ele se mostrou pesquisador ainda bem menino, ao passo que ela traz a necessária relação da pesquisa para o fazer docente. Os dois são, sem dúvida, professorespesquisadores que refletem sobre suas práticas. E por que estamos voltando a esse assunto? Porque quando convidamos você à reflexão sobre a importância das escolhas metodológicas, estamos convidando a incorporar os sentidos de ser professorpesquisador na essência. Ou seja, aquele que lê, estuda, conhece, questiona, por consequência, busca. E, assim, se permite ousar pelos caminhos das escolhas metodológicas. Contudo, é importante que você saiba que não nos formamos professorespesquisadores e estará tudo resolvido. Certamente não é assim. A formação do professorpesquisador é cotidiana e se reflete na forma como interagimos com nossos estudantes e com a prática pedagógica que desenvolvemos diariamente em sala de aula. É, portanto, um movimento contínuo de ação-reflexão-ação, que possibilita o replanejamento, recalcular a rota. Logo, é cotidianamente que nos formamos professorespesquisadores . Ou, dito de outra forma, é essencial, para uma prática pedagógica que seja diferenciada e imbuída da busca constante por conhecer as realidades de nossos estudantes, que nos lancemos ao desafio e à ousadia de sermos professorespesquisadores a cada dia do nosso fazer docente. Mas, será que isso é fácil? Pare um pouco para pensar... Foto: Dado Photos/Shutterstock.com CAMINHOS E DESCAMINHOS Como podemos observar, estamos diante de um dos desafios colocados para professores que se percebem permanentemente em formação. E, mais uma vez, é importante que você lembre que não há receita, mas caminhos a serem trilhados. VAMOS REFLETIR Antes de continuar o estudo deste módulo, pense em uma escola. Escreva em seu caderno, ou em um documento que possa ser salvo em seu computador, qual é o perfil dos estudantes atendidos nessa escola, seus interesses, a caracterização da escola. Lembre-se sempre que você deve falar do lugar de professorpesquisador . Lembre-se, também, do ensinamento de Paulo Freire: de que a educação precisa ser considerada um ato político, portanto, há escolhas a serem feitas. E por falar em escolhas, toda ação pedagógica, que se faz por meio das tendências pedagógicas, é uma ação política que impacta e é impactada pela proposta de educação e de sociedade. Ao optar pela metodologia, não se esqueça de que é fundamental e necessário trilhar caminhos que possibilitem saber quem é o estudante, o grupo que tem em sala de aula, seus acessos a conhecimentos e potencialidades para além dos muros da escola. Foto: Joa Soares/Shutterstock.com Você deve notar que os caminhos trilhados precisam considerar o compromisso com as realidades diversas, plurais, que colocam os professores frente ao desafio de se comprometerem com os grupos sociais com os quais lidam, independentemente de suas condições socioeconômicas e culturais. Cada grupo social ou segmento da sociedade importa. E a educação e suas formas de fazer, em diferentes níveis e modalidades de ensino, e por diferentes anos de escolaridade, precisam contemplar essas realidades e nuanças. A essa altura, você pode estar se perguntando: como fazer isso? Como trilhar esses caminhos? Como propor uma escola outra com metodologias e técnicas de ensino outras que promovam processos de ensino-aprendizagem, que se ancorem na inclusão social de todos, considerando os contextos geracionais, os campos de interesse, os saberes que vão sendo aprendidos ao longo da vida? Clique na barra para ver as informações. Objeto cominteração. O QUE É APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA? O conceito de aprendizagem ao longo da vida é entendido como a possibilidade que as pessoas têm de, independentemente da idade, aprenderem durante todo o curso de sua vida, em diferentes níveis e modalidades de ensino. Para a modalidade “educação de jovens e adultos”, a aprendizagem ao longo da vida tem se constituído como um direito, na medida em que seu sentido possibilita que pessoas jovens, adultas e idosas acessem as diferentes etapas da escolarização buscando retomar os estudos. A instituição educacional, seja ela básica ou superior, constitui-se como espaço que se abre para os jovens, adultos e idosos, dentro da perspectiva da formação permanente, o que contribui para a conquista de melhores condições de formação para inserção no mundo do trabalho. Além disso, em 2018, a perspectiva do aprender ao longo da vida foi inerida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu artigo 3º: “XIII – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida”. Essa redação na legislação assegura o princípio da aprendizagem ao longo da vida para todo o ensino, contemplando todas as pessoas, de todas as idades. É preciso que você perceba que cada professor, em cada escola, precisa ter consciência sobre com quem e para quem desenvolve a prática pedagógica escolhida, pois cada metodologia precisa agir como uma facilitadora ou como mediadora, para que os estudantes possam compreender e melhor se apropriarem dos conteúdos. Embora haja realidades e espaços educativos que adotem determinada metodologia, mais do que conhecer o como fazer, como utilizar essa ou aquela metodologia e determinada técnica de ensino, é fundamental conhecer bem quem são os estudantes, seus contextos de vida, suas realidades, dinâmicas de vida e de convivência e os percursos, isso para que seja possível analisar e avaliar o potencial de adequação dessas técnicas e metodologias, seus usos e suas contribuições para o desenvolvimento efetivo do processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. Foto: Joa Soares/Shutterstock.com Ao considerar esses aspectos, remetemo-nos à pluralidade que está apresentada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e que precisa ser considerada dentro do espaço da escola. E falamos, ainda, da liberdade de ensinaraprender e da compreensão da escola que ensinaaprende — sendo também difusora de diferentes conhecimentos (populares, científicos, culturais) desenvolvidos dentro e fora da escola, potencializando a concepção de aprendizagem ao longo da vida. SAIBA MAIS O artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, estabelece alguns princípios para o desenvolvimento do ensino no país. Dentre eles, destacamos: II — liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III — pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; XIII — garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. A proposição de uma prática reflexiva sobre o ensinaraprende , que impacte em escolhas metodológicas que se adequem às diferentes realidades, pressupõe o diálogo com esses princípios considerados na LDB. Foto: Tarcisio Schnaider/Shutterstock.com Como você pode perceber, mesmo que os estudantes sejam de um mesmo perfil socioeconômico ou cultural, trazem consigo hábitos, heranças culturais, valores que se constituem, primeiramente, no núcleo familiar e que, portanto, os diferenciam ou mesmo criam grupos que se aproximam por esses jeitos de ser e de interagir. E a escola não pode se fechar para essas diferenças que constituem pluralidades. Quando nos referimos a esses jeitos de ser, nos referimos às formas de ser e de estar no mundo e em diferentes realidades. Logo, ao refletirmos sobre metodologias de ensino, é muito importante considerarmos as diferentes possibilidades de inserção de formas de se fazer a prática pedagógica, nesses contextos tão diferenciados, contemplando os percursos, os momentos históricos, as realidades educacionais e de vida dos estudantes. O trilhar desse caminho potencializa os professores a desenvolverem uma prática educativa que esteja efetivamente a serviço de todas as classes sociais, como promotora da transformação social e da emancipação humana. Clique na barra para ver as informações. Objeto com interação. O QUE É EMANCIPAÇÃO HUMANA? O conceito de emancipação humana, na perspectiva freireana, se ancora na ideia de uma busca incessante pela libertação das pessoas, de situações de opressão e de dominação, que retiram direitos dos seres humanos. É, portanto, um processo a ser conquistado pela ação humana. Ao revisitar o livro Pedagogia do oprimido , de Paulo Freire, você encontrará o aprofundamento desse debate conceitual, pois a defesa que o autor faz é pela emancipação por meio da luta pela libertação, tendo como horizonte a construção de novas perspectivas para os seres humanos e suas relações. Essa luta é em direção à busca da transformação social, que pode acontecer nos diferentes espaços e contextos sociais de convívio dos seres humanos. Dessa forma, a significativa contribuição da educação pode se realizar por meio da ação comprometida dos professores, investindo no desenvolvimento da autonomia dos estudantes, com respeito e valorização de suas realidades de vida, na diversidade que as constituem. DESCOBRINDO UMA NOVA FORMA DE PENSAR O ESPAÇO EDUCACIONAL É importante que você reconheça que o sentido da escola, como promotora da transformação social e da emancipação humana, está posto dentro de uma concepção de escola como espaço de produção de saberes. Esse movimento traz para o texto uma lembrança do que escreveu e cantou Gonzaguinha, na música Caminhos do Coração : “E é tão bonito quando a gente entende / que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá”. E essa tanta gente que a gente é precisa ser visibilizada dentro da escola, com suas diferentes cores, com suas diferentes formas de ser e de estar no espaço escolar e para além de seus muros, na sociedade. Com suas diferentes histórias, culturas, tradições. Você deve saber que as culturas estão por toda parte. E que a manutenção das tradições, como patrimônio a ser preservado, é tarefa, também, da escola. Mas, para isso, as culturas precisam transbordar dentro dos espaços escolares. Reconhecer que cultura é toda a produção criada pelos seres humanos, como traz Paulo Freire, é um ponto de partida importante para se investir no trabalho com as diferentes culturas que fazem parte da vida e dos modos de viver dos estudantes da educação básica, sejam eles crianças, jovens, adultos ou idosos. Respeitar e buscar conhecer as diferentes culturas, das diferentes pessoas, é estimular a valorização dos diferentes saberes — em que um saber não é mais importante do que o outro, mas simplesmente diferente — e precisa ser um exercício cotidiano dos professores, ao pensarem sobre sua prática pedagógica e ao organizarem seu planejamento. Foto: Joa Soares/Shutterstock.com Quando os professores potencializam a interface com as diferentes culturas populares no cotidiano da prática pedagógica, promovem a valorização dos saberes do povo, desmistificando a ideia de que há uma cultura instituída e, de certa forma, como patrimônio de camadas elitistas da sociedade, que se sobressai às culturas populares e à manutenção e preservação de suas tradições. ATENÇÃO O trabalho com as culturas populares precisa ser estimulado dentro das escolas e estar incluso em seus projetos político-pedagógicos. Essa é uma das formas de se valorizar os saberes e as tradições populares, e contribuir para sua preservação. Uma prática educativa que se ancore na diversidade, no respeito às diferenças, na valorização dos saberes dos povos tradicionais, nas heranças que passam dos avós, para as futuras gerações, e que também possibilite a democratização dos saberes, é uma prática que se pressupõe socialmente, culturalmente e, portanto,eticamente inclusiva e emancipatória. Para isso, é importante compreender a centralidade da cultura nos currículos praticados e nas escolhas metodológicas, uma vez que as culturas, suas conformações e manifestações estão presentes no cotidiano das pessoas de diferentes idades que chegam às escolas, em todo e em cada ano de escolaridade. Tratamos aqui de metodologias de ensino para crianças, jovens, adultos e idosos. Sabemos que são faixas etárias diferenciadas, leituras de mundo, de escola, de vida e de sociedade também variadas. Logo, os professores que trabalham com cada um desses públicos precisam considerar essas especificidades. Foto: Joa Soares/Shutterstock.com Pode parecer que há uma linha tênue, que nos permite utilizar um mesmo livro de literatura ou outro material didático com todos eles, por exemplo, como um panfleto, uma notícia de jornal ou mesmo um livro de literatura infanto-juvenil. Mas a forma de encaminhar o trabalho precisa considerar os objetivos, as especificidades de cada faixa etária e os contextos e realidades de vida. Por outro lado, determinados materiais não conseguem transitar entre os diferentes públicos estudantis, mesmo que no mesmo ano de escolaridade, seja em classes infantis, seja em classes da modalidade educação de jovens e adultos. Diante disso, é fundamental termos em mente que, ao nos formarmos cotidianamente professores e, mais ainda, professorespesquisadores da nossa própria prática, precisamos estar atentos a essas dimensões. NOVOS CONTEXTOS Considerando a pandemia da Covid-19 e as mudanças impostas para a educação, não parece mais ser possível conceber o fazer educativo sem o uso de suportes tecnológicos, sejam eles quais forem. Para a escola pós-pandemia, fica o legado de um novo fazer educativo, com novas metodologias que requerem maior interatividade entre professores e estudantes. Todavia, num país que carrega as marcas de séculos de desigualdade social (que nem mesmo os processos de democratização da educação e dos acessos à escola deram conta de superar), é preciso levar em consideração a necessidade tanto da escola em ser mais acessível digitalmente, quanto de seus estudantes individualmente. E, por outro lado, é necessário considerar as perspectivas dos usos das tecnologias e de suas potencialidades na educação. Foto: Shutterstock.com Tais considerações exigem que as escolas brasileiras (que ainda convivem com as marcas da desigualdade, da insuficiência de recursos e de acessos) possam ter seus problemas estruturais superados, de forma a constituírem-se, efetivamente, como escolas do século XXI. RESUMINDO Toda escolha a ser feita necessita de conhecimento sobre quem são os estudantes, e quais objetivos e metas traçam o desenho da escola e da concepção de educação a ser implementada. Os processos de pesquisa e a vivência de se fazerem e de serem professorespesquisadores (que já vêm sendo apresentados para o debate sobre educação e suas práticas desde o século XX) parecem ganhar mais força no século XXI. Em muitas realidades educacionais, esses processos tornaram-se ação efetiva, possibilitando a experimentação metodológica que já marcou cenários educativos de meados do século XX, como é o caso das Escolas Anísio Teixeira e dos colégios de aplicação das universidades brasileiras. Agora, fazemos um convite a mais uma reflexão. Para isso, lembre-se da necessidade de se reconhecer e compreender que o processo de ensinaraprender , seja para crianças, seja para jovens, adultos ou idosos precisa se adequar às diferentes realidades educacionais. Essa é uma tarefa urgente para todos os que atuam na área de educação e que defendem a ideia da democratização do acesso aos saberes e do respeito às diferenças que constitui a cada um na sua individualidade. Dito de outra forma: qual a intenção da prática docente? A quem ela serve? Por que optar entre essa ou aquela metodologia? Por que se apropriar dessas ou daquelas técnicas de ensino? Qual a consequência do fazer pedagógico? Qual metodologia para qual realidade e para qual público estudantil? Digite sua resposta aqui... RESPOSTA Após ter feito suas reflexões, você deve ter reconhecido que a intencionalidade da prática docente é uma necessidade e contribui para orientar as escolhas das metodologias e técnicas de ensino. Deve também ter identificado que, nem sempre, uma metodologia pode se adequar e ser positiva para diferentes públicos estudantis, mesmo para além das realidades educacionais e de vida desses públicos. PARA ONDE VAMOS? No vídeo a seguir, o doutor em História e Educação, Rodrigo Rainha, mostra como se dá o diálogo entre as metodologias e as escolhas por parte da escola e dos professores. javascript:void(0) VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A PRÁTICA PEDAGÓGICA TRAZ, HISTORICAMENTE, DESAFIOS. UM DESSES DESAFIOS, QUE TRAZ A ESSÊNCIA DO SER PROFESSORPESQUISADOR , PODE SER REPRESENTADO PELA ALTERNATIVA: A) O professorpesquisador é aquele que organiza seu planejamento a partir das anotações e materiais didáticos que já possui, de anos anteriores. B) O professorpesquisador é aquele que investe na transmissão de conteúdos aos estudantes, ficando restrito às aulas expositivas. C) O professorpesquisador é aquele que defende que a avaliação seja restrita à realização de testes e provas. D) O professorpesquisador é aquele que não se apresenta como autor de sua própria prática. E) O professorpesquisador é aquele que lê, estuda, busca, conhece, questiona e ousa pelos caminhos das escolhas metodológicas. 2. ATUALMENTE, OBSERVAM-SE ALGUMAS EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA QUE PROPÕEM, NO/PARA O COTIDIANO DA ESCOLA, AÇÕES QUE SE PREOCUPEM DO TRABALHO COM AS CULTURAS EM SUAS DIVERSIDADES. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA ASPECTOS QUE CONTRIBUEM PARA ESTIMULAR E DESENVOLVER O TRABALHO COM AS CULTURAS E MANIFESTAÇÕES POPULARES DENTRO DOS ESPAÇOS ESCOLARES: A) A valorização dos saberes dos estudantes e a manutenção das tradições como patrimônio a ser preservado e trabalhado cotidianamente na/pela escola. B) A valorização da cultura erudita como representatividade das manifestações populares. C) A compreensão de que há uma cultura única que deve ser valorizada por todos, independentemente de suas origens étnicas, sociais e econômicas. D) A realização de festa junina e de festa do folclore como atividades exclusivas para o trabalho pedagógico com a temática das culturas. E) Incluir o tema culturas somente no planejamento de trabalho da Educação Infantil. GABARITO 1. A prática pedagógica traz, historicamente, desafios. Um desses desafios, que traz a essência do ser professorpesquisador , pode ser representado pela alternativa: A alternativa "E " está correta. É importante perceber que o professor que se coloca como pesquisador é aquele que se forma cotidianamente, no espaço escolar, e por meio dele, de seus estudos e de suas ações cotidianas. Ao fazer de sua ação pedagógica um espaço de pesquisa, ele se forma e aperfeiçoa seu saberfazer docente. 2. Atualmente, observam-se algumas experiências pedagógicas na educação básica que propõem, no/para o cotidiano da escola, ações que se preocupem do trabalho com as culturas em suas diversidades. Assinale a alternativa que indica aspectos que contribuem para estimular e desenvolver o trabalho com as culturas e manifestações populares dentro dos espaços escolares: A alternativa "A " está correta. A cultura (ou as culturas) está(ão) por toda a parte. É fundamental compreender que essa temática precisa perpassar o currículo de todos os anos de escolaridade, sem distinção. Dessa forma, é possível a escola ser, efetivamente, um espaço de inclusão social. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Como vimos, há diversas metodologias e técnicas de ensino e elas se adequam a diferentes tendências e práticas pedagógicas. Se olharmos para a história da educação brasileira, vamos reconhecer que essas tendências e, também, essas metodologias, foram se modificandoao longo do tempo. Diante disso, conhecer algumas das metodologias de ensino e as técnicas é importante para que possamos fazer as escolhas que melhor contribuam para o processo de ensino-aprendizagem que se quer desenvolver. Mas, para isso, já sabemos que é necessário — e, por que não dizer, imprescindível — conhecer a realidade e os contextos de vida dos estudantes. É preciso também reconhecer a educação como uma ação essencialmente humana e carregada de escolhas ou, parafraseando Freire, a educação como uma ação eminentemente política, porque as escolhas feitas são políticas capazes de promover a inclusão social e práticas mais igualitárias, ou não. Práticas pedagógicas que pressuponham o caminhar e o aprender em comunhão, o tecer junto ancorado em uma perspectiva de horizontalidade para o desenvolvimento do processo de ensino- aprendizagem, dialogam com determinadas proposições de concepções metodológicas de ensino e não com outras. Essas concepções precisam ser conhecidas, de forma que possam ser feitas conscientemente. E por falar em consciência, a educação e as práticas docentes precisam estar ancoradas em ideias que possibilitem pensar sobre o fazer educativo e as metodologias de ensino a serem utilizadas, considerando uma escola outra, que se faça para além dos seus muros, com os saberes elaborados em diálogo, como em uma via de mão dupla, para lá e para cá, adentrando o espaço da sala de aula e sendo estímulo aos compartilhamentos desses saberes de toda gente que habita esse espaço de forma horizontalizada. Dessa forma, ao refletir sobre a escola e seus saberesfazeres , nos tempos atuais, é inegável que a prática docente preocupada da emancipação humana, da inclusão e da transformação social ainda é um processo de busca incessante, um movimento de construção que requer pesquisa e a construção de caminhos metodológicos que dialoguem e promovam a efetiva aprendizagem. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ALVES, N. Imagens das escolas. In : ALVES, N.; SGARBI, P. (orgs.). Espaços e imagens na escola. Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 7-17. BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Consultado na internet em: 12 dez. 2020. FERNANDES, A. da P.; SANFILIPPO, L. B. Culturas, educação e corpo em movimento – potencialidades da escola. In : RevistAleph, n. 31. Dez. 2018. p. 378-391. Consultado na internet em: 10 fev. 2021. FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013. HOUAISS, Instituto Antônio (org.). Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. In : Revista Brasileira de Educação, n. 23, mai-ago 2003, p. 153-168. Consultado na internet em: 10 fev. 2021. SANTOS, M. dos. Como tenho me tornado professora? In : VASCONCELOS, G. A. N. (org.). Como me fiz professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 61-79. SGARBI, P. Os estranhos caminhos de Santiago. In : VASCONCELOS, G. A. N. (org.). Como me fiz professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 81-98. EXPLORE+ As metodologias de ensino precisam ser pensadas a partir da realidade dos estudantes que delas se beneficiarão, para o desenvolvimento de seu processo de ensino-aprendizagem. Para conhecer mais um pouco sobre esse debate, convidamos você à leitura do artigo Metodologia de ensino: um re-pensar do processo de ensino e aprendizagem , de Francielle Altrão e Egeslaine de Nez, que se baseia em um relato de experiência. Para conhecer mais sobre o pensamento de Paulo Freire, sugerimos a leitura do livro Pedagogia do Oprimido. Traduzido para mais de 40 idiomas e que completou 50 anos em 2018, é a obra do autor mais conhecida internacionalmente. Outra obra de Paulo Freire que sugerimos é Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa . É a última obra publicada em vida e reúne reflexões sobre as relações entre educadores e educandos. A obra apresenta, de forma leve e poética, conceitos densos que dialogam com a potencialidade reflexiva da prática docente e com o ensinar em três atos. Para conhecer mais sobre Célestin Freinet, sua vida, obra e estudos que envolvem o pensamento desse pedagogo francês, convidamos você a navegar no site Rede Freinet. Lá você poderá acessar textos diversos, pesquisas e vídeos que abordam sua vida e obra. Compreender as metodologias ativas e suas formas é de grande importância. Acesse o site da Base Nacional Comum Curricular, veja o artigo “O uso de metodologias ativas colaborativas e a formação de competências” , e aprofunde um pouco mais seus estudos sobre o tema, a partir de experiências em escolas de ensino fundamental brasileiras. Leia o artigo Tendências pedagógicas na prática escolar , de José Carlos Libâneo . Nesse texto, você encontrará um panorama das tendências pedagógicas em curso no Brasil, em diferentes períodos da história da educação. Embora não tenhamos a intenção de aprofundar cada uma das pedagogias e de suas tendências apresentadas por Libâneo, nosso caminhar, em certa medida, dialoga com o que o autor discute nesse texto. Além disso, é mais um material para você compreender a importância das escolhas de técnicas e metodologias na prática docente e refletir sobre isso. Para aprofundar seus estudos sobre a educação, a educação escolar e o ensino, o convidamos à consulta e à leitura da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Para que você possa refletir um pouco mais sobre as culturas populares, sua relevância e suas potenciais relações e interações com a escola, sugerimos a leitura do artigo Culturas, educação e corpo em movimento – potencialidades da escola , de autoria de Andrea da Paixão Fernandes e Lucio Bernard Sanfilippo . Convidamos você ao aprofundamento sobre a relação entre escola e culturas e sua centralidade nos currículos, e em como essas formas de fazer uma outra concepção de currículo pode afetar o projeto político pedagógico da escola, por meio da leitura do artigo Educação escolar e cultura(s); construindo caminhos , de autoria de Antonio Flavio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau. CONTEUDISTA Andrea da Paixão Fernandes CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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