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Técnicas e Metodologias de Ensino

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Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
As técnicas e metodologias de ensino na educação brasileira, não em sentido de lista, mas de fomento
aos professores para a compreensão de suas escolhas metodológicas. Adequação a contextos, faixas
etárias e objetivos.
PROPÓSITO
Conhecer as técnicas e metodologias de ensino, importantes aliadas nos percursos das práticas
docentes, no sentido de identificar os caminhos metodológicos para obter eficácia no desenvolvimento
da prática docente, bem como considerar cada realidade de público e de contexto no trabalho em sala
de aula.
PREPARAÇÃO
Tenha em mãos um dicionário de literatura para compreender o vocabulário específico da área. Na
Internet, você acessa gratuitamente o E-dicionário de termos literários , de Carlos Ceia, e o Dicionário
de cultura básica , de Salvatore D’Onofrio.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever algumas das metodologias de ensino e técnicas adequadas para a educação básica
MÓDULO 2
Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo de ensinaraprender , considerando a
prática e as diferentes realidades educacionais
INTRODUÇÃO
Nosso diálogo será sobre as escolhas a serem feitas para o desenvolvimento das práticas docentes na
educação básica. Escolher bem a(s) metodologia(s) e compreender como determinadas técnicas podem
(ou não) se adequar a essas escolhas é um caminho necessário para que a aula e o desenvolvimento
do trabalho pedagógico sejam mais bem qualificados. Para isso, além da conceituação de algumas das
técnicas e metodologias de ensino mais utilizadas na educação brasileira, consideramos necessário
propor a reflexão sobre as escolhas metodológicas à luz das realidades existentes. Mais do que isso,
consideramos estratégico que você perceba a potência das metodologias, considerando a diversidade
de público estudantil, composto por crianças, jovens e adultos, com o qual lidamos nas escolas, ou seja,
em espaços formais de ensino e mesmo em outros espaços educativos.
É importante lembrar que o diálogo atual sobre técnicas e metodologias de ensino traz o desafio de
pensarmos para além do que já temos instituído. A pandemia de Coronavírus, que chegou em 2020 ao
Brasil, nos lança nesse cenário de busca de novas metodologias, de outras formas de desenvolver a
prática docente, para além do que os cursos de formação de professores vinham trabalhando. Novos e
complexos horizontes se apresentam para todos nós, professores e professoras.
MÓDULO 2
 Identificar a importância das escolhas metodológicas no processo de ensinaraprender ,
considerando a prática e as diferentes realidades educacionais
CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS E IDOSOS E
REFLEXÕES SOBRE O ENSINARAPRENDER :
QUAL METODOLOGIA PARA QUAL
REALIDADE?
Este módulo é um convite à reflexão sobre qual metodologia, e para qual realidade, que possibilita o
efetivo desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, para crianças, jovens, adultos e idosos.
 
Foto: Joa Souza/Shutterstock.com
Não temos receitas prontas, pois para a educação não há receita! Há caminhos a serem seguidos.
Esses caminhos precisam considerar a necessidade de se relacionar teoria e prática pedagógica, pois
uma não se faz sem a outra. Além disso, é essencial considerar as diferentes realidades educacionais
existentes para, então, se propor um trabalho ancorado em determinada concepção metodológica.
 ATENÇÃO
Dito isso, é importante que você reconheça que a potencialidade da reflexão sobre os processos de
desenvolvimento do ensino-aprendizagem de crianças, jovens, adultos e idosos requer, em primeiro
momento, a consideração sobre quem são esses seres em suas subjetividades e necessidades. Cada
um tem um tempo e um modo de lidar com os modos de ensinaraprender e não podemos esquecer
que esse movimento requer, por parte dos professores, investimentos na reflexão cotidiana sobre as
diferentes formas de ensinaraprender .
A reflexão sobre esses processos precisa (re)conhecer: quem são os estudantes, quais suas faixas
etárias em suas diversidades, quais são seus pontos de partida (conhecimentos prévios, de vida, que
trazem para o cotidiano da escola) e quais são suas expectativas com a escola.
Partir desse (re)conhecimento é considerar alguns dos elementos que nos ajudam a pensar sobre qual
metodologia e para qual realidade.
Você deve lembrar que estudamos um pouco sobre as experiências de pesquisa de Paulo Sgarbi e de
Margarida dos Santos. Ele se mostrou pesquisador ainda bem menino, ao passo que ela traz a
necessária relação da pesquisa para o fazer docente. Os dois são, sem dúvida,
professorespesquisadores que refletem sobre suas práticas.
E por que estamos voltando a esse assunto? Porque quando convidamos você à reflexão sobre a
importância das escolhas metodológicas, estamos convidando a incorporar os sentidos de ser
professorpesquisador na essência. Ou seja, aquele que lê, estuda, conhece, questiona, por
consequência, busca. E, assim, se permite ousar pelos caminhos das escolhas metodológicas.
Contudo, é importante que você saiba que não nos formamos professorespesquisadores e estará tudo
resolvido. Certamente não é assim. A formação do professorpesquisador é cotidiana e se reflete na
forma como interagimos com nossos estudantes e com a prática pedagógica que desenvolvemos
diariamente em sala de aula.
É, portanto, um movimento contínuo de ação-reflexão-ação, que possibilita o replanejamento, recalcular
a rota. Logo, é cotidianamente que nos formamos professorespesquisadores . Ou, dito de outra forma,
é essencial, para uma prática pedagógica que seja diferenciada e imbuída da busca constante por
conhecer as realidades de nossos estudantes, que nos lancemos ao desafio e à ousadia de
sermos professorespesquisadores a cada dia do nosso fazer docente.
Mas, será que isso é fácil? Pare um pouco para pensar...
 
Foto: Dado Photos/Shutterstock.com
CAMINHOS E DESCAMINHOS
Como podemos observar, estamos diante de um dos desafios colocados para professores que se
percebem permanentemente em formação. E, mais uma vez, é importante que você lembre que não há
receita, mas caminhos a serem trilhados.
VAMOS REFLETIR
Antes de continuar o estudo deste módulo, pense em uma escola. Escreva em seu caderno, ou em um
documento que possa ser salvo em seu computador, qual é o perfil dos estudantes atendidos nessa
escola, seus interesses, a caracterização da escola. Lembre-se sempre que você deve falar do lugar de
professorpesquisador .
Lembre-se, também, do ensinamento de Paulo Freire: de que a educação precisa ser considerada um
ato político, portanto, há escolhas a serem feitas.
E por falar em escolhas, toda ação pedagógica, que se faz por meio das tendências pedagógicas, é uma
ação política que impacta e é impactada pela proposta de educação e de sociedade.
Ao optar pela metodologia, não se esqueça de que é fundamental e necessário trilhar caminhos que
possibilitem saber quem é o estudante, o grupo que tem em sala de aula, seus acessos a
conhecimentos e potencialidades para além dos muros da escola.
 
Foto: Joa Soares/Shutterstock.com
Você deve notar que os caminhos trilhados precisam considerar o compromisso com as realidades
diversas, plurais, que colocam os professores frente ao desafio de se comprometerem com os grupos
sociais com os quais lidam, independentemente de suas condições socioeconômicas e culturais. Cada
grupo social ou segmento da sociedade importa. E a educação e suas formas de fazer, em diferentes
níveis e modalidades de ensino, e por diferentes anos de escolaridade, precisam contemplar essas
realidades e nuanças.
A essa altura, você pode estar se perguntando: como fazer isso? Como trilhar esses caminhos? Como
propor uma escola outra com metodologias e técnicas de ensino outras que promovam processos de
ensino-aprendizagem, que se ancorem na inclusão social de todos, considerando os contextos
geracionais, os campos de interesse, os saberes que vão sendo aprendidos ao longo da vida?
Clique na barra para ver as informações. Objeto cominteração.
O QUE É APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA?
O conceito de aprendizagem ao longo da vida é entendido como a possibilidade que as pessoas têm de,
independentemente da idade, aprenderem durante todo o curso de sua vida, em diferentes níveis e
modalidades de ensino.
Para a modalidade “educação de jovens e adultos”, a aprendizagem ao longo da vida tem se constituído
como um direito, na medida em que seu sentido possibilita que pessoas jovens, adultas e idosas
acessem as diferentes etapas da escolarização buscando retomar os estudos. A instituição educacional,
seja ela básica ou superior, constitui-se como espaço que se abre para os jovens, adultos e idosos,
dentro da perspectiva da formação permanente, o que contribui para a conquista de melhores condições
de formação para inserção no mundo do trabalho.
Além disso, em 2018, a perspectiva do aprender ao longo da vida foi inerida na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, em seu artigo 3º: “XIII – garantia do direito à educação e à aprendizagem ao
longo da vida”. Essa redação na legislação assegura o princípio da aprendizagem ao longo da vida para
todo o ensino, contemplando todas as pessoas, de todas as idades.
É preciso que você perceba que cada professor, em cada escola, precisa ter consciência sobre com
quem e para quem desenvolve a prática pedagógica escolhida, pois cada metodologia precisa agir como
uma facilitadora ou como mediadora, para que os estudantes possam compreender e melhor se
apropriarem dos conteúdos.
Embora haja realidades e espaços educativos que adotem determinada metodologia, mais do que
conhecer o como fazer, como utilizar essa ou aquela metodologia e determinada técnica de ensino, é
fundamental conhecer bem quem são os estudantes, seus contextos de vida, suas realidades,
dinâmicas de vida e de convivência e os percursos, isso para que seja possível analisar e avaliar o
potencial de adequação dessas técnicas e metodologias, seus usos e suas contribuições para o
desenvolvimento efetivo do processo de ensino-aprendizagem dos estudantes.
 
Foto: Joa Soares/Shutterstock.com
Ao considerar esses aspectos, remetemo-nos à pluralidade que está apresentada na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional e que precisa ser considerada dentro do espaço da escola. E falamos,
ainda, da liberdade de ensinaraprender e da compreensão da escola que ensinaaprende — sendo
também difusora de diferentes conhecimentos (populares, científicos, culturais) desenvolvidos dentro e
fora da escola, potencializando a concepção de aprendizagem ao longo da vida.
 SAIBA MAIS
O artigo 3º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, estabelece alguns
princípios para o desenvolvimento do ensino no país. Dentre eles, destacamos:
II — liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III — pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
XIII — garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.
A proposição de uma prática reflexiva sobre o ensinaraprende , que impacte em escolhas
metodológicas que se adequem às diferentes realidades, pressupõe o diálogo com esses princípios
considerados na LDB.
 
Foto: Tarcisio Schnaider/Shutterstock.com
Como você pode perceber, mesmo que os estudantes sejam de um mesmo perfil socioeconômico ou
cultural, trazem consigo hábitos, heranças culturais, valores que se constituem, primeiramente, no
núcleo familiar e que, portanto, os diferenciam ou mesmo criam grupos que se aproximam por esses
jeitos de ser e de interagir. E a escola não pode se fechar para essas diferenças que constituem
pluralidades.
Quando nos referimos a esses jeitos de ser, nos referimos às formas de ser e de estar no mundo e em
diferentes realidades. Logo, ao refletirmos sobre metodologias de ensino, é muito importante
considerarmos as diferentes possibilidades de inserção de formas de se fazer a prática pedagógica,
nesses contextos tão diferenciados, contemplando os percursos, os momentos históricos, as realidades
educacionais e de vida dos estudantes.
O trilhar desse caminho potencializa os professores a desenvolverem uma prática educativa que esteja
efetivamente a serviço de todas as classes sociais, como promotora da transformação social e da
emancipação humana.
Clique na barra para ver as informações. Objeto com interação.
O QUE É EMANCIPAÇÃO HUMANA?
O conceito de emancipação humana, na perspectiva freireana, se ancora na ideia de uma busca
incessante pela libertação das pessoas, de situações de opressão e de dominação, que retiram direitos
dos seres humanos. É, portanto, um processo a ser conquistado pela ação humana.
Ao revisitar o livro Pedagogia do oprimido , de Paulo Freire, você encontrará o aprofundamento desse
debate conceitual, pois a defesa que o autor faz é pela emancipação por meio da luta pela libertação,
tendo como horizonte a construção de novas perspectivas para os seres humanos e suas relações.
Essa luta é em direção à busca da transformação social, que pode acontecer nos diferentes espaços e
contextos sociais de convívio dos seres humanos.
Dessa forma, a significativa contribuição da educação pode se realizar por meio da ação comprometida
dos professores, investindo no desenvolvimento da autonomia dos estudantes, com respeito e
valorização de suas realidades de vida, na diversidade que as constituem.
DESCOBRINDO UMA NOVA FORMA DE PENSAR
O ESPAÇO EDUCACIONAL
É importante que você reconheça que o sentido da escola, como promotora da transformação social e
da emancipação humana, está posto dentro de uma concepção de escola como espaço de produção de
saberes.
Esse movimento traz para o texto uma lembrança do que escreveu e cantou Gonzaguinha, na música
Caminhos do Coração : “E é tão bonito quando a gente entende / que a gente é tanta gente onde quer
que a gente vá”. E essa tanta gente que a gente é precisa ser visibilizada dentro da escola, com suas
diferentes cores, com suas diferentes formas de ser e de estar no espaço escolar e para além de seus
muros, na sociedade. Com suas diferentes histórias, culturas, tradições.
Você deve saber que as culturas estão por toda parte. E que a manutenção das tradições, como
patrimônio a ser preservado, é tarefa, também, da escola. Mas, para isso, as culturas precisam
transbordar dentro dos espaços escolares.
Reconhecer que cultura é toda a produção criada pelos seres humanos, como traz Paulo Freire, é um
ponto de partida importante para se investir no trabalho com as diferentes culturas que fazem parte da
vida e dos modos de viver dos estudantes da educação básica, sejam eles crianças, jovens, adultos ou
idosos.
Respeitar e buscar conhecer as diferentes culturas, das diferentes pessoas, é estimular a valorização
dos diferentes saberes — em que um saber não é mais importante do que o outro, mas simplesmente
diferente — e precisa ser um exercício cotidiano dos professores, ao pensarem sobre sua prática
pedagógica e ao organizarem seu planejamento.
 
Foto: Joa Soares/Shutterstock.com
Quando os professores potencializam a interface com as diferentes culturas populares no cotidiano da
prática pedagógica, promovem a valorização dos saberes do povo, desmistificando a ideia de que há
uma cultura instituída e, de certa forma, como patrimônio de camadas elitistas da sociedade, que se
sobressai às culturas populares e à manutenção e preservação de suas tradições.
 ATENÇÃO
O trabalho com as culturas populares precisa ser estimulado dentro das escolas e estar incluso em seus
projetos político-pedagógicos. Essa é uma das formas de se valorizar os saberes e as tradições
populares, e contribuir para sua preservação.
Uma prática educativa que se ancore na diversidade, no respeito às diferenças, na valorização dos
saberes dos povos tradicionais, nas heranças que passam dos avós, para as futuras gerações, e que
também possibilite a democratização dos saberes, é uma prática que se pressupõe socialmente,
culturalmente e, portanto,eticamente inclusiva e emancipatória.
Para isso, é importante compreender a centralidade da cultura nos currículos praticados e nas escolhas
metodológicas, uma vez que as culturas, suas conformações e manifestações estão presentes no
cotidiano das pessoas de diferentes idades que chegam às escolas, em todo e em cada ano de
escolaridade.
Tratamos aqui de metodologias de ensino para crianças, jovens, adultos e idosos. Sabemos que são
faixas etárias diferenciadas, leituras de mundo, de escola, de vida e de sociedade também variadas.
Logo, os professores que trabalham com cada um desses públicos precisam considerar essas
especificidades.
 
Foto: Joa Soares/Shutterstock.com
Pode parecer que há uma linha tênue, que nos permite utilizar um mesmo livro de literatura ou outro
material didático com todos eles, por exemplo, como um panfleto, uma notícia de jornal ou mesmo um
livro de literatura infanto-juvenil. Mas a forma de encaminhar o trabalho precisa considerar os objetivos,
as especificidades de cada faixa etária e os contextos e realidades de vida.
Por outro lado, determinados materiais não conseguem transitar entre os diferentes públicos estudantis,
mesmo que no mesmo ano de escolaridade, seja em classes infantis, seja em classes da modalidade
educação de jovens e adultos.
Diante disso, é fundamental termos em mente que, ao nos formarmos cotidianamente professores e,
mais ainda, professorespesquisadores da nossa própria prática, precisamos estar atentos a essas
dimensões.
NOVOS CONTEXTOS
Considerando a pandemia da Covid-19 e as mudanças impostas para a educação, não parece mais ser
possível conceber o fazer educativo sem o uso de suportes tecnológicos, sejam eles quais forem.
Para a escola pós-pandemia, fica o legado de um novo fazer educativo, com novas metodologias que
requerem maior interatividade entre professores e estudantes.
Todavia, num país que carrega as marcas de séculos de desigualdade social (que nem mesmo os
processos de democratização da educação e dos acessos à escola deram conta de superar), é preciso
levar em consideração a necessidade tanto da escola em ser mais acessível digitalmente, quanto de
seus estudantes individualmente. E, por outro lado, é necessário considerar as perspectivas dos usos
das tecnologias e de suas potencialidades na educação.
 
Foto: Shutterstock.com
Tais considerações exigem que as escolas brasileiras (que ainda convivem com as marcas da
desigualdade, da insuficiência de recursos e de acessos) possam ter seus problemas estruturais
superados, de forma a constituírem-se, efetivamente, como escolas do século XXI.
 RESUMINDO
Toda escolha a ser feita necessita de conhecimento sobre quem são os estudantes, e quais objetivos e
metas traçam o desenho da escola e da concepção de educação a ser implementada.
Os processos de pesquisa e a vivência de se fazerem e de serem professorespesquisadores (que já
vêm sendo apresentados para o debate sobre educação e suas práticas desde o século XX) parecem
ganhar mais força no século XXI. Em muitas realidades educacionais, esses processos tornaram-se
ação efetiva, possibilitando a experimentação metodológica que já marcou cenários educativos de
meados do século XX, como é o caso das Escolas Anísio Teixeira e dos colégios de aplicação das
universidades brasileiras.
Agora, fazemos um convite a mais uma reflexão. Para isso, lembre-se da necessidade de se reconhecer
e compreender que o processo de ensinaraprender , seja para crianças, seja para jovens, adultos ou
idosos precisa se adequar às diferentes realidades educacionais. Essa é uma tarefa urgente para todos
os que atuam na área de educação e que defendem a ideia da democratização do acesso aos saberes e
do respeito às diferenças que constitui a cada um na sua individualidade.
Dito de outra forma: qual a intenção da prática docente? A quem ela serve? Por que optar entre essa ou
aquela metodologia? Por que se apropriar dessas ou daquelas técnicas de ensino? Qual a
consequência do fazer pedagógico? Qual metodologia para qual realidade e para qual público
estudantil?
Digite sua resposta aqui...
RESPOSTA
Após ter feito suas reflexões, você deve ter reconhecido que a intencionalidade da prática docente é uma
necessidade e contribui para orientar as escolhas das metodologias e técnicas de ensino. Deve também ter
identificado que, nem sempre, uma metodologia pode se adequar e ser positiva para diferentes públicos
estudantis, mesmo para além das realidades educacionais e de vida desses públicos.
PARA ONDE VAMOS?
No vídeo a seguir, o doutor em História e Educação, Rodrigo Rainha, mostra como se dá o diálogo entre
as metodologias e as escolhas por parte da escola e dos professores.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A PRÁTICA PEDAGÓGICA TRAZ, HISTORICAMENTE, DESAFIOS. UM DESSES
DESAFIOS, QUE TRAZ A ESSÊNCIA DO SER PROFESSORPESQUISADOR ,
PODE SER REPRESENTADO PELA ALTERNATIVA:
A) O professorpesquisador é aquele que organiza seu planejamento a partir das anotações e materiais
didáticos que já possui, de anos anteriores.
B) O professorpesquisador é aquele que investe na transmissão de conteúdos aos estudantes, ficando
restrito às aulas expositivas.
C) O professorpesquisador é aquele que defende que a avaliação seja restrita à realização de testes e
provas.
D) O professorpesquisador é aquele que não se apresenta como autor de sua própria prática.
E) O professorpesquisador é aquele que lê, estuda, busca, conhece, questiona e ousa pelos caminhos
das escolhas metodológicas.
2. ATUALMENTE, OBSERVAM-SE ALGUMAS EXPERIÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA
EDUCAÇÃO BÁSICA QUE PROPÕEM, NO/PARA O COTIDIANO DA ESCOLA,
AÇÕES QUE SE PREOCUPEM DO TRABALHO COM AS CULTURAS EM SUAS
DIVERSIDADES. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA ASPECTOS QUE
CONTRIBUEM PARA ESTIMULAR E DESENVOLVER O TRABALHO COM AS
CULTURAS E MANIFESTAÇÕES POPULARES DENTRO DOS ESPAÇOS
ESCOLARES:
A) A valorização dos saberes dos estudantes e a manutenção das tradições como patrimônio a ser
preservado e trabalhado cotidianamente na/pela escola.
B) A valorização da cultura erudita como representatividade das manifestações populares.
C) A compreensão de que há uma cultura única que deve ser valorizada por todos, independentemente
de suas origens étnicas, sociais e econômicas.
D) A realização de festa junina e de festa do folclore como atividades exclusivas para o trabalho
pedagógico com a temática das culturas.
E) Incluir o tema culturas somente no planejamento de trabalho da Educação Infantil.
GABARITO
1. A prática pedagógica traz, historicamente, desafios. Um desses desafios, que traz a essência
do ser professorpesquisador , pode ser representado pela alternativa:
A alternativa "E " está correta.
 
É importante perceber que o professor que se coloca como pesquisador é aquele que se forma
cotidianamente, no espaço escolar, e por meio dele, de seus estudos e de suas ações cotidianas. Ao
fazer de sua ação pedagógica um espaço de pesquisa, ele se forma e aperfeiçoa seu saberfazer
docente.
2. Atualmente, observam-se algumas experiências pedagógicas na educação básica que
propõem, no/para o cotidiano da escola, ações que se preocupem do trabalho com as culturas
em suas diversidades. Assinale a alternativa que indica aspectos que contribuem para estimular
e desenvolver o trabalho com as culturas e manifestações populares dentro dos espaços
escolares:
A alternativa "A " está correta.
 
A cultura (ou as culturas) está(ão) por toda a parte. É fundamental compreender que essa temática
precisa perpassar o currículo de todos os anos de escolaridade, sem distinção. Dessa forma, é possível
a escola ser, efetivamente, um espaço de inclusão social.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, há diversas metodologias e técnicas de ensino e elas se adequam a diferentes tendências
e práticas pedagógicas. Se olharmos para a história da educação brasileira, vamos reconhecer que
essas tendências e, também, essas metodologias, foram se modificandoao longo do tempo.
Diante disso, conhecer algumas das metodologias de ensino e as técnicas é importante para que
possamos fazer as escolhas que melhor contribuam para o processo de ensino-aprendizagem que se
quer desenvolver.
Mas, para isso, já sabemos que é necessário — e, por que não dizer, imprescindível — conhecer a
realidade e os contextos de vida dos estudantes. É preciso também reconhecer a educação como uma
ação essencialmente humana e carregada de escolhas ou, parafraseando Freire, a educação como uma
ação eminentemente política, porque as escolhas feitas são políticas capazes de promover a inclusão
social e práticas mais igualitárias, ou não.
Práticas pedagógicas que pressuponham o caminhar e o aprender em comunhão, o tecer junto
ancorado em uma perspectiva de horizontalidade para o desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem, dialogam com determinadas proposições de concepções metodológicas de ensino e não
com outras. Essas concepções precisam ser conhecidas, de forma que possam ser feitas
conscientemente.
E por falar em consciência, a educação e as práticas docentes precisam estar ancoradas em ideias que
possibilitem pensar sobre o fazer educativo e as metodologias de ensino a serem utilizadas,
considerando uma escola outra, que se faça para além dos seus muros, com os saberes elaborados em
diálogo, como em uma via de mão dupla, para lá e para cá, adentrando o espaço da sala de aula e
sendo estímulo aos compartilhamentos desses saberes de toda gente que habita esse espaço de forma
horizontalizada.
Dessa forma, ao refletir sobre a escola e seus saberesfazeres , nos tempos atuais, é inegável que a
prática docente preocupada da emancipação humana, da inclusão e da transformação social ainda é um
processo de busca incessante, um movimento de construção que requer pesquisa e a construção de
caminhos metodológicos que dialoguem e promovam a efetiva aprendizagem.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ALVES, N. Imagens das escolas. In : ALVES, N.; SGARBI, P. (orgs.). Espaços e imagens na escola.
Rio de Janeiro: DP&A, 2001, p. 7-17.
BRASIL. Lei nº 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional. Consultado na internet em: 12 dez. 2020.
FERNANDES, A. da P.; SANFILIPPO, L. B. Culturas, educação e corpo em movimento –
potencialidades da escola. In : RevistAleph, n. 31. Dez. 2018. p. 378-391. Consultado na internet em:
10 fev. 2021.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2013.
HOUAISS, Instituto Antônio (org.). Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2004.
MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. In :
Revista Brasileira de Educação, n. 23, mai-ago 2003, p. 153-168. Consultado na internet em: 10 fev.
2021.
SANTOS, M. dos. Como tenho me tornado professora? In : VASCONCELOS, G. A. N. (org.). Como
me fiz professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 61-79.
SGARBI, P. Os estranhos caminhos de Santiago. In : VASCONCELOS, G. A. N. (org.). Como me fiz
professora. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. p. 81-98.
EXPLORE+
As metodologias de ensino precisam ser pensadas a partir da realidade dos estudantes que delas se
beneficiarão, para o desenvolvimento de seu processo de ensino-aprendizagem. Para conhecer mais
um pouco sobre esse debate, convidamos você à leitura do artigo Metodologia de ensino: um re-pensar
do processo de ensino e aprendizagem , de Francielle Altrão e Egeslaine de Nez, que se baseia em um
relato de experiência.
Para conhecer mais sobre o pensamento de Paulo Freire, sugerimos a leitura do livro Pedagogia do
Oprimido. Traduzido para mais de 40 idiomas e que completou 50 anos em 2018, é a obra do autor mais
conhecida internacionalmente.
Outra obra de Paulo Freire que sugerimos é Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática
educativa . É a última obra publicada em vida e reúne reflexões sobre as relações entre educadores e
educandos. A obra apresenta, de forma leve e poética, conceitos densos que dialogam com a
potencialidade reflexiva da prática docente e com o ensinar em três atos.
Para conhecer mais sobre Célestin Freinet, sua vida, obra e estudos que envolvem o pensamento desse
pedagogo francês, convidamos você a navegar no site Rede Freinet. Lá você poderá acessar textos
diversos, pesquisas e vídeos que abordam sua vida e obra.
Compreender as metodologias ativas e suas formas é de grande importância. Acesse o site da Base
Nacional Comum Curricular, veja o artigo “O uso de metodologias ativas colaborativas e a formação de
competências” , e aprofunde um pouco mais seus estudos sobre o tema, a partir de experiências em
escolas de ensino fundamental brasileiras.
Leia o artigo Tendências pedagógicas na prática escolar , de José Carlos Libâneo . Nesse texto, você
encontrará um panorama das tendências pedagógicas em curso no Brasil, em diferentes períodos da
história da educação. Embora não tenhamos a intenção de aprofundar cada uma das pedagogias e de
suas tendências apresentadas por Libâneo, nosso caminhar, em certa medida, dialoga com o que o
autor discute nesse texto. Além disso, é mais um material para você compreender a importância das
escolhas de técnicas e metodologias na prática docente e refletir sobre isso.
Para aprofundar seus estudos sobre a educação, a educação escolar e o ensino, o convidamos à
consulta e à leitura da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Para que você possa refletir um pouco mais sobre as culturas populares, sua relevância e suas
potenciais relações e interações com a escola, sugerimos a leitura do artigo Culturas, educação e corpo
em movimento – potencialidades da escola , de autoria de Andrea da Paixão Fernandes e Lucio
Bernard Sanfilippo .
Convidamos você ao aprofundamento sobre a relação entre escola e culturas e sua centralidade nos
currículos, e em como essas formas de fazer uma outra concepção de currículo pode afetar o projeto
político pedagógico da escola, por meio da leitura do artigo Educação escolar e cultura(s); construindo
caminhos , de autoria de Antonio Flavio Barbosa Moreira e Vera Maria Candau.
CONTEUDISTA
Andrea da Paixão Fernandes
 CURRÍCULO LATTES
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