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ConstruçãoCivil 4

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CONSTRUÇÃO CIVIL 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. André Cansian 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, abordaremos no desenvolvimento do cronograma. Vimos até 
aqui que o planejamento é preponderante na construção civil, e o engenheiro 
deve dispor do conhecimento técnico aliado à gestão dos serviços que ele 
mesmo deverá elencar dentro de uma sequência que agilize seu plano – o seu 
cronograma. 
 As atribuições que antecedem o início efetivo das obras, bem como os 
serviços preliminares, foram apresentadas anteriormente. Assim, nesta aula, 
começaremos a dissecar as atividades que compõem uma construção. O 
prisma de nossos estudos será sempre a execução dos serviços. Deste 
momento em diante, entendemos que estamos de posse dos projetos e de 
todas as atividades que antecedem a construção, os quais devem estar 
devidamente alinhados para o desenvolvimento de cada serviço apresentado. 
 Seguiremos com base na sequência lógica mostrada em aulas 
anteriores, no sistema construtivo convencional, apresentando os serviços que 
compõem a infraestrutura de uma construção, acrescidos dos colaboradores 
que executarão as atividades. O acadêmico terá a oportunidade de aprofundar 
os estudos sobre solos e cálculo dos esforços estruturais em outras matérias 
específicas desta área. Em construção civil, veremos como são executadas as 
fundações, numa visão ampla e necessária aos futuros engenheiros 
construtores. 
TEMA 1 – SERVIÇOS E MÃO DE OBRA 
 Em aulas anteriores, vimos as atribuições e responsabilidades do 
engenheiro, além das preparações da área para iniciar uma construção. Agora, 
passaremos a estudar os principais serviços que compõem uma execução de 
obra. Veremos como é cada uma das técnicas de execução, as normas que as 
regem e, principalmente, as informações necessárias aos engenheiros 
construtores acompanharem o desenvolvimento das atividades para, 
posteriormente, geri-las em campo. Obviamente, as apresentações são em 
níveis gerais, sem invadir outros temas de estudo da engenharia civil. Nossa 
abordagem apresentará as atividades de obra com o prisma voltado à 
execução e às técnicas construtivas, enfatizando os pontos cruciais das teorias 
necessárias para a progressão das obras. 
 
 
3 
 Nesta fase de estudos da construção civil, dado que os elementos 
apresentados são essencialmente práticos e passíveis de visualização em 
qualquer construção, não podemos deixar de abordar os aspectos relacionados 
à mão de obra, ou seja, quem executará os serviços apresentados a seguir. 
Eventualmente, o acadêmico terá que recorrer a aulas anteriores para recordar 
aspectos legais e normativos, bem como informações já explanadas e que 
serão citadas na sequência. 
 A abordagem das atividades de mão de obra será informativa quanto a 
funções e atribuições profissionais, sendo que a relação entre os profissionais 
e o engenheiro civil fará parte dos estudos sobre gerenciamento de obras. 
1.1 Equipe de obra 
 Cada construção terá sua equipe dimensionada levando em 
consideração o tipo de obra, o sistema construtivo adotado, os serviços 
componentes da obra e o planejamento pré-elaborado, que também levará em 
conta aspectos financeiros, velocidade de execução, disponibilidade de mão de 
obra, entre outros. Adotado o sistema construtivo convencional, vamos 
apresentar “hierarquicamente” as principais funções em uma construção: 
1. Engenheiro residente: profissional que acompanha diariamente a obra, 
supervisionando a execução das atividades e das equipes de trabalho. A 
gestão da construção em todos os aspectos (materiais e mão de obra, 
por exemplo) faz parte das atribuições desta função, assim como sua 
permanência constante em canteiro; 
2. Mestre de obra: responsável pela fiscalização e monitoramento das 
atividades da obra. Podemos dizer que é o imediato do engenheiro 
residente, controlando entrada, saída e uso de materiais e orientando as 
equipes de trabalho no cumprimento de cronograma e padrões de 
qualidade; 
3. Pedreiro: atua nas etapas de fundação, estrutura, alvenaria e 
revestimentos. Para exercer o ofício, deve conhecer técnicas 
construtivas relacionadas a materiais e ferramentas, além de ter noções 
de hidráulica e elétrica. Na prática, são divididos em pedreiros de 
serviços brutos (levante de paredes, emboço, contrapisos, entre outros) 
 
 
4 
e pedreiros acabamentistas (revestimentos cerâmicos, detalhes 
construtivos, acabamentos em geral); 
4. Armador: profissional responsável pela montagem das estruturas em 
aço da obra (estruturas em concreto armado). Todas as ferragens de 
pilares, vigas e lajes são cortadas e dobradas pelo armador, que “arma” 
e prepara as peças para serem concretadas. Essa função exige que 
conhecimento de técnicas construtivas em concreto armado e leitura de 
projetos estruturais; 
5. Carpinteiro: operário responsável pelas atividades relacionadas à 
madeira na obra. Efetua atividades como execução das formas (em 
concreto armado), ajuste e instalação de portas, janelas, escadas, 
rodapés, forros e telhados. Na prática, há os carpinteiros especializados 
em estruturas (formas de pilares, vigas e escoramentos) e os atuantes 
em carpintaria de esquadrias em madeira e telhados. Não confunda com 
o marceneiro, que é o profissional que confecciona móveis e 
acabamentos em madeira; 
6. Servente: responsável por auxiliar em diversas tarefas da obra. As 
atividades podem variar conforme a fase, sempre no apoio a outras 
funções: cavar valas, retirar entulho, transportar materiais, descarregar 
caminhão, ajudar no preparo de materiais, arrumar e limpar o local de 
trabalho. 
Pintor, encanador, eletricista, instaladores de drywall (ou de gesso), 
entre outros, são profissionais que comporão a mão de obra de uma 
construção. À medida que os serviços forem apresentados paralelamente, 
mostraremos as principais atribuições das funções. 
Equipes terceirizadas também compõem o quadro de mão de obra nas 
construções. Serviços de revestimentos em madeira, bancadas e 
revestimentos em granito, empresas especializadas em serviços de fundações, 
entre outros serviços específicos, podem não fazer parte do quadro das 
construtoras, mas a atuação desses profissionais recebe os mesmos cuidados 
e supervisionamentos, sendo necessário que o engenheiro civil, responsável 
por toda a construção, conheça as atividades para poder acompanhá-las e 
geri-las. 
 
 
 
5 
TEMA 2 – SONDAGEM DO SOLO 
Visto que os solos devem suportar as cargas da edificação, 
necessitamos verificar suas composições para estabelecer a capacidade e 
resistência das camadas que o compõem. Para facilitar o entendimento, 
Guimarães (2018) separa genericamente os solos em três tipos: 
• Rochas: solos rochosos (rochas em decomposição); 
• Solos arenosos/siltosos: com propriedade de compacidade (grau de 
compacidade); 
• Solos argilosos: com propriedade de consistência (limite de 
consistência). 
Por meio da sondagem dos solos, pode-se verificar, além do tipo, a 
quantidade e diversidade das camadas que os compõem, além da 
profundidade e extensão da camada mais resistente. Essa busca de dados 
sobre o subsolo está diretamente relacionada ao tipo e porte da edificação, 
além da natureza do terreno, podendo ser mais ou menos invasiva à medida 
que necessitamos estabelecer a relação de suporte da obra, existindo diversas 
formas de sondagem de um terreno, como: Prova de Carga, Ensaio de Palheta, 
Penetração de Cone (CPT), sendo o SPT (Standard Penetration Test) o mais 
utilizado em solos penetráveis para construções de edificações. 
O ensaio SPT busca as informações diretamente no terreno por meio de 
um tripé (figura 1), penetrando o solo com golpes monitorados, registrando-os e 
retirando amostras das camadas para análises em laboratório. 
O SPT é uma sondagem geotécnica à percussão, de simples 
reconhecimento, que realiza o registro do somatório do número de 
golpespara vencer os dois últimos terços de cada metro para a 
penetração de 15 cm. (Guimarães, 2018) 
Este ensaio trará a estratigrafia do subsolo e a profundidade do lençol 
freático, que, conjuntamente com os dados obtidos da análise das amostras, 
serão fundamentais para se determinar as soluções dos projetos de fundação. 
Assim sendo, serão descobertas as camadas mais resistentes e passíveis de 
apoio. Essa investigação geotécnica de simples reconhecimento é normatizada 
pela NBR 6484 (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT) e pode 
gerar, dependendo dos resultados, ensaios adicionais e mais minuciosos. 
 
 
 
6 
Figura 1 – Esquema de ensaio de SPT 
 
Fonte: Guimarães, 2018, p. 16. 
2.1 Profundidade, número de sondagens e relatório de sondagem 
Como vimos, para a elaboração de um projeto de fundações, será 
necessário efetuar a sondagem do terreno, e o método mais utilizado (e 
indicado) é o SPT. O número de sondagens e a sua localização dependerão do 
tipo de estrutura, de especificidades e das condições geotécnicas do subsolo. 
A NBR 8036:1983 (ABNT, 1993) – Programação de sondagem de simples 
reconhecimento dos solos para fundação de edifícios – faz algumas 
recomendações: 
• Para áreas de projeção em planta de até 200 m2 – mínimo de dois 
pontos de investigação; 
• Para áreas de projeção em planta de 200 m2 a 400 m2 – mínimo de três 
pontos de investigação; 
 
 
7 
• Para áreas de projeção em planta de até 1.200 m2 – um ponto de 
investigação para cada 200 m2; 
• Para áreas de projeção em planta de 1.200 m2 e 2.400 m2 – um ponto 
de investigação para cada 400 m2; 
• Para áreas de projeção em planta acima de 2.400 m2 – a critério do 
projetista; 
• Para os casos de estudo de viabilidade técnica, o número de pontos a 
se considerar deve ser tal que a distância máxima entre eles não 
ultrapasse 100 metros. 
As recomendações quanto à profundidade das sondagens serão as 
seguintes: 
• Mínima uma vez e meia a menor dimensão da área construída, quando 
essa dimensão for inferior a 25 m; 
• Uma vez, quando for maior que 25 m. 
Com relação à profundidade e ao número de furos (sondagens), o 
objetivo será sempre atender à natureza do terreno e das características da 
obra a ser executada, não sendo possível tratar as recomendações como 
determinações, podendo o engenheiro adotar critérios em prol da produção de 
uma maior quantidade de informações e detalhamento. 
Figura 2 – Camadas de solo 
 
 
Crédito: Designua/Shutterstock. 
 
 
8 
Os resultados da investigação são reportados em relatórios de 
sondagem, que deverão apresentar: 
a) Planta de situação dos furos; 
b) Perfil de cada sondagem com as cotas de onde foram retiradas as 
amostras; 
c) Classificação das diversas camadas; 
d) Nível de terreno e dos diversos lençóis de água com a indicação das 
respectivas pressões; 
e) Resistência à penetração do barrilete amostrador indicando o diâmetro 
do barrilete, o peso do pilão e a altura de queda. 
Os dados coletados na sondagem, acrescidas da carga da estrutura, 
servirão como base para o projeto de fundações, nosso próximo tema de 
estudos. 
TEMA 3 – FUNDAÇÕES 
Antes de iniciarmos os conceitos e apresentações técnicas deste tema, 
seria interessante que você visualizasse a edificação sobre o terreno (figura 3), 
buscando analisar o comportamento do solo. Alguns fatores já podem ser 
destacados: o peso da casa sobre o solo, o tipo do solo suportando essa carga, 
a distribuição dessa carga numa relação edificação x área, entre outras 
situações que poderiam ser observadas de pronto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Figura 3 – Edificação residencial 
 
Crédito: Sheila Say/Shutterstock. 
Podemos afirmar que toda construção, independentemente de seu porte, 
deve estar sobre uma superfície estável e sólida capaz de suportar no mínimo 
seu peso próprio. Considerando que o apoio será o solo, suas características 
devem ser de conhecimento de quem pretende entender essa parte da obra. A 
geotecnia e a mecânica dos solos (que estudam as propriedades do solo) 
entram como disciplinas essenciais para os especialistas em infraestrutura, e, 
entendendo que serão elementos estruturais que distribuirão as cargas ao 
terreno, a física e resistência dos materiais complementarão as especificidades 
da matéria. 
 Analisados os aspectos preliminarmente observados, podemos partir 
para o conceito: 
Fundações são elementos estruturais com função de transmitir as 
cargas da estrutura ao terreno onde ela se apoia. As fundações 
devem ter resistência adequada para suportar as tensões causadas 
pelos esforços solicitantes e o solo necessita de resistência e rigidez 
apropriadas para não sofrer ruptura e não apresentar deformações 
exageradas ou diferenciais. (Azeredo, 1988) 
 Note a parte da afirmativa que conceitua fundações: “não apresentar 
deformações exageradas”, pressupondo que os solos se deformam com o peso 
das edificações, ou seja, os projetos de fundações são elaborados para que 
 
 
10 
deslocamentos verticais (recalques) estejam dentro de limites preestabelecidos 
admissíveis, sem prejuízos à construção. 
 Vamos nos aprofundar sobre a infraestrutura das obras, apresentado as 
fundações, suas bases para projetos e execução dos elementos estruturais. 
Não invadiremos o tema de mecânica dos solos, porém, vimos a forma de 
análise dos solos – a sondagem –, lembrando que são procedimentos que 
devem ser solicitados e acompanhados pelo engenheiro construtor. Sob o 
ponto de vista da construção civil, é fundamental que o engenheiro 
compreenda quais são os preceitos, as normas e, principalmente, as soluções 
e os elementos estruturais, bem como a forma como são executados. 
3.1 Projeto e execução das fundações 
A NBR 6122/2019 (ABNT, 2019) é a norma regulamentadora de projetos 
e execução de fundações de qualquer tipo de estrutura especificada como 
convencional na Engenharia Civil. A norma deve ser seguida tanto em fase de 
projetos quanto de execução, em qualquer tipo de construção. Na 
apresentação dos elementos estruturais, será abordada constantemente. 
Colhidos os dados locais do terreno, considerando a diversidade de 
solos existentes, suas características, composições, espessuras e resistência 
de suas camadas, aliados ao posicionamento do descarregamento de cargas 
sobre as fundações (dados em projeto estrutural de locação de cargas) e nível 
do lençol freático, o engenheiro possui subsídios para elaborar o projeto de 
infraestrutura da edificação. 
Nessa fase, o projetista deverá optar pela melhor solução técnica dentro 
dos tipos existentes de fundações. Há outros aspectos que devem ser levados 
consideração: 
• Análise dos recalques admissíveis da edificação; 
• Métodos construtivos da solução adotada; 
• Disponibilidade e acesso dos equipamentos que efetuarão os serviços 
de fundação; 
• Análise de condições das edificações vizinhas da área de construção; 
• Necessidades de atividades e equipes de apoio à execução da solução 
adotada; 
• Previsão de outras necessidades conforme a execução dos serviços. 
Highlight
 
 
11 
Note que, durante a elaboração do projeto, o engenheiro deverá 
conhecer o método construtivo de cada tipo de fundação sob o risco de adotar 
uma solução menos onerosa, porém, inexequível. 
A execução dos elementos estruturais projetados deve ser 
rigorosamente acompanhada pelo engenheiro e, dependendo do tamanho da 
obra ou do nível de complexidade da solução de projeto, ele deve criar 
controles de fiscalização das atividades inerentes à execução da fundação da 
obra. Esses serviços não serão passíveis de simples verificações posteriores, 
pois ficarão sob a edificação, ao contrário de outros elementos estruturais, 
como vigas e pilares, que igualmente necessitam de competência na execução 
e controles rígidos. No entanto, manifestações patológicas são notadas e 
corrigidas com grau de dificuldade inferior ao da infraestrutura.Figura 4 – Recalques em fundação 
 
Créditos: Escelena/Adobe Stock; Muratart/Shutterstock. 
3.2 Tipos de fundações 
As fundações são separadas em dois tipos: 
• Fundações diretas ou rasas: trata-se de um elemento de fundação em 
que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a 
base da fundação, e a profundidade de assentamento em relação ao 
terreno adjacente à fundação é duas vezes inferior à menor dimensão 
da fundação (ABNT NBR 6122); 
• Fundações indiretas ou profundas: as fundações profundas são 
elementos que transmitem a carga ao terreno pela base (resistência de 
ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma 
combinação das duas (ABNT NBR 6122). 
Highlight
 
 
12 
Veremos, a seguir, cada um dos tipos, seus principais elementos, 
quando devem ser utilizados, o modo de execução e o acompanhamento dos 
principais. 
TEMA 4 – FUNDAÇÕES DIRETAS 
 As fundações diretas ou rasas são utilizadas em solos que, em suas 
camadas superficiais, conseguem suportar as cargas geradas pela edificação. 
As cargas, nesse tipo de infraestrutura, são transmitidas predominantemente 
pela base dos elementos estruturais. A NBR 6122/19 (ABNT, 2019) conceitua: 
elementos de fundação em que a carga é transmitida ao terreno, 
predominantemente pelas pressões distribuídas sob a base da 
fundação, e em que a profundidade de assentamento em relação ao 
terreno adjacente é inferior a duas vezes a menor dimensão da 
fundação. Incluem-se neste tipo de fundação as sapatas, os blocos, 
os radier, as sapatas associadas, as vigas de fundação e as sapatas 
corridas. 
 Veremos os principais elementos destacados na norma detalhadamente. 
No entanto, antes, veremos as características das fundações diretas: 
• Centro de gravidade do elemento estrutural coincide com o centro de 
gravidade da peça transmissora; 
• Escavações em camadas superficiais do terreno (máximo de 3 metros) 
passíveis de serem executadas manualmente; 
• Normalmente, mais econômicas financeiramente se comparadas às 
fundações indiretas; 
• Executadas pela própria equipe da obra, oficiais e serventes, sem a 
necessidade de terceirizados especializados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Figura 5 – Ilustração fundação direta 
 
Fonte: Rudini Rodarte, 2018. 
4.1 Sapatas 
 A NBR 6122/19 define as sapatas como elemento de fundação 
superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de 
tração nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo 
emprego da armadura. Pode possuir espessura constante ou variável, sendo 
sua base em planta normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal. 
Pelo conceito de norma, a solução utilizando esse tipo de fundação 
servirá considerando que “as sapatas não trabalham apenas à compressão 
simples, mas também à flexão, devendo neste caso serem executadas 
incluindo material resistente à tração” (Brito,1987). 
Figura 6 – Tipo de armadura de sapatas 
 
Fonte: Bremenkamp Construção, 2021. 
 
 
 
14 
Figura 7 – Tipo de armadura de sapatas 
 
Fonte: Bremenkamp Construção, 2021. 
As sapatas são executadas normalmente pelas próprias equipes da 
obra, pois, normalmente, não requerem equipamentos para as escavações 
(obras de pequeno porte), tornando-se uma solução comparativamente mais 
econômica e rápida. 
As soluções em projetos de fundações podem trazer sapatas isoladas, 
corridas e associadas, dimensionadas conforme a necessidade da distribuição 
das cargas da edificação, sempre em solos com camadas superficiais 
resistentes. 
Figura 8 – Ilustração de uma sapata 
 
Fonte: Condé, 2018. 
 
 
 
15 
4.1.1 Sapatas isoladas 
 As figuras 6 e 8 mostram uma sapata isolada. Reafirmando o conceito, 
ela transmite para o solo, por meio de sua base, a carga de um pilar. Existe a 
recomendação de que a dimensão mínima em planta seja de 80 cm, ao passo 
que a profundidade mínima deve ser de 1,5 m na divisa e de 1,0 m nas demais 
situações. A cota de apoio deve assegurar a capacidade de suporte do solo, 
mesmo diante das variações sazonais do clima (Condé, 2018). 
4.1.2 Sapatas associadas 
 Sapatas comuns a diversos pilares desalinhados em planta. A solução é 
utilizada quando há proximidade entre sapatas isoladas. 
Figura 9 – Sapata associada: pilares próximos e desalinhados 
 
Fonte: Sondarello Engenharia, 2021. 
4.1.3 Sapatas corridas 
 São as sapatas comuns a diversos pilares, porém, com cargas 
distribuídas linearmente. 
 
 
 
16 
Figura 10 – Ilustração de sapata corrida 
 
Fonte: Sindarello Engenharia, 2021. 
4.1.4 Controle de execução da sapata 
O engenheiro deve estar atento ao processo construtivo e acompanhar: 
1. Locação da sapata: marcação do eixo; 
2. Escavação: verificação de espaço para trabalho interno (forma de 
rodapé, considerando folga); 
3. Posicionamento de formas; 
4. Preparação de fundo: limpeza e concreto magro no fundo; 
5. Posicionamento de armadura: inclusive espera de pilar; 
6. Concretagem e finalização. 
4.2 Blocos 
São elementos de infraestrutura de grande rigidez, projetados para 
suportar predominantemente esforços de compressão provenientes dos pilares. 
De acordo com a NBR 6122/19 (ABNT, 2019), consiste em um elemento de 
fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as tensões de 
tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade 
de armadura. Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas, e 
apresentar normalmente em planta seção quadrada ou retangular. 
Seu dimensionamento deve ser realizado por meio de cálculo estrutural 
e geométrico, de modo que as tensões de tração nele produzidas sejam 
 
 
17 
resistidas pelo concreto, conforme pode ser visualizado na figura 11. De acordo 
com a norma, não deve ter dimensão inferior a 60 cm. 
Figura 11 – Ilustração de um bloco sobre o pilar 
 
Crédito: Taves/Shutterstock. 
4.2.1 Controle de execução do bloco 
O engenheiro deve estar atento ao processo construtivo e acompanhar: 
1. Locação do centro dos blocos e das linhas das paredes; 
2. Cota do fundo da vala; 
3. Limpeza de vala; 
4. Montagem de formas e posicionamento de esperas dos pilares; 
5. Concretagem e finalização. 
4.3 Radier 
 Este elemento de fundação consiste em uma placa de concreto armado 
que distribui as cargas da edificação, transmitidas pelos pilares e paredes, em 
toda a superfície uniformemente. A NBR 6122/2019 (ABNT, 2019) define radier 
como um elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da 
 
 
18 
obra ou carregamentos distribuídos (por exemplo: tanques, depósitos, silos 
etc.). 
Este tipo de fundação é muito utilizado em obras com cargas menores 
para que o primeiro nível da edificação possa ser assentado na mesma cota do 
radier. Assim, deve ser adotado como solução de fundação desde que as 
características do solo possuam capacidade de receber as cargas e os 
esforços previstos. Podem ser projetados em concreto armado (obras 
menores) e concreto protendido (obras de pequeno a médio porte), conforme 
as características da edificação, que pode ou não ter vigas sob as paredes. 
Suas principais vantagens em comparação às sapatas corridas são: 
terem uma redução de mão de obra, gerando custos e tempos reduzidos; e 
serem apropriadas a sistemas construtivos a seco, como drywall e still frame. A 
desvantagem seria no caso da necessidade de aumentar sua resistência, que 
somente é possível com o aumento do volume de concreto, encarecendo a 
solução e dificultado a execução. 
Figura 12 – Radier e pilares 
 
Fonte: Daniel, 2016. 
4.3.1 Controle de execução do radier 
 O engenheiro deve estar atento ao processo construtivo e acompanhar: 
1. Escavação e preparo do terreno: cota de fundo de escavação; 
2. Locação: do radier e instalações de componentes de hidráulica e 
elétrica; 
 
 
19 
3. Montagem de formas e aço e posicionamento de armaduras: eixos dos 
pilares; 
4. Concretagem e finalização.4.4 Vigas baldrames 
 As vigas baldrames, chamadas também de vigas de fundação, são 
elementos de fundação superficiais que apoiam as edificações. Conforme 
conceitua a norma, essa viga é comum a vários pilares cujos centros, em 
planta, estejam situados no mesmo alinhamento, ou seja, comumente 
conectam blocos e sapatas isoladas, contribuindo no travamento da 
infraestrutura. 
 Em concreto armado, esses elementos de infraestrutura, além de unirem 
a estrutura, distribuem as cargas das edificações ao solo, inclusive da 
alvenaria, que é executada sobre a viga baldrame. Por estar em contato direto 
com o solo e com a alvenaria, assim como os outros elementos de fundação, 
deve ser impermeabilizada, evitando posteriores infiltrações e outras 
manifestações patológicas. 
4.4.1 Controle de vigas baldrame 
O engenheiro deve estar atento ao processo construtivo e acompanhar: 
1. Locação das vigas baldrames; 
2. Abertura de valas; 
3. Montagem das formas laterais; 
4. Preparação de fundo: “colchão” de brita no fundo; 
5. Posicionamento das armaduras do baldrame e esperas de pilar; 
6. Concretagem e acabamentos; 
7. Impermeabilização da viga baldrame. 
 
 
 
 
 
 
20 
Figura 13 – Vigas baldrames finalizadas 
 
Crédito: Murugesan Sundaram/Shutterstock. 
TEMA 5 – FUNDAÇÕES INDIRETAS 
 As fundações indiretas ou profundas são elementos de fundações em 
que as cargas da edificação são distribuídas para o solo pela base (resistência 
de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma 
combinação das duas. 
 Indicadas para solos instáveis, são utilizadas em obras de maior porte 
que necessitam transmitir maiores cargas ao terreno e/ou solos instáveis, onde 
suas camadas superficiais são mais pobres ou fracas. Os elementos das 
fundações indiretas, os quais apresentaremos a seguir, são os tubulões e as 
estacas, sendo essas divididas em modelos conforme seus materiais e forma 
de execução. 
5.1 Tubulão 
 Os tubulões são utilizados (sendo fundações profundas) em solos de 
baixa resistência, que contenham água em camadas superficiais ou que sejam 
 
 
21 
imersos, como em construção de pontes, por exemplo. A norma define esse 
tipo de fundação indireta como 
Elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que, pelo menos na 
sua etapa final, há descida de operário. Pode ser feito a céu aberto 
ou sob ar comprimido (pneumático) e ter ou não base alargada. Pode 
ser executado com ou sem revestimento, podendo este ser de aço ou 
de concreto. No caso de revestimento de aço (camisa metálica), este 
poderá ser perdido ou recuperado. (ABNT NBR 6122/19) 
 
Os tubulões possuem dois métodos de execução: 
• A céu aberto: realizados por escavação manual ou mecânica, com base 
alargada, para que, posteriormente, operários completem a escavação 
desses poços, concretando-os. Dispensam escoramento em solos 
firmes e estáveis, sendo viáveis para altas cargas solicitadas, acima do 
nível d’água, sem ocasionar vibrações ou movimentações no terreno, 
evitando desmoronamento ou problemas com o entorno da obra; 
• A ar comprimido: feito por meio de escavação em terrenos rochosos ou 
lençóis freáticos elevados ou áreas submersas em água, por meio de 
camisa metálica ou de concreto, podendo atingir profundidades altas e 
submersas. O procedimento é realizado utilizando ar comprimido, 
controlando-se a pressão para segurança dos operários e sucesso da 
construção do tubulão. 
Figura 14 – Esquema de execução de tubulão a céu aberto 
 
Fonte: Total Construção, 2020. 
 
 
 
22 
Figura 15 – Execução de tubulão com ar comprimido 
 
Fonte: Directiva, 2021. 
5.2 Estacas 
 As estacas são elementos de fundação profunda, empregando madeira, 
aço, concreto pré-moldado ou mistos, que apoiam as edificações, executadas 
por equipamentos e/ou ferramentas, podendo serem cravadas ou perfuradas, 
caracterizadas por grandes comprimentos e seções transversais pequenas. 
Podemos classificar as estacas quanto ao esforço a que estão sujeitas: 
• Estacas de compressão; 
• Estacas de tração; 
• Estacas de flexão. 
Elas também podem ser classificadas quanto ao processo executivo em: 
pré-fabricadas e fabricadas in loco. 
5.2.1 Estacas cravadas 
As estacas cravadas, chamadas também de estacas de deslocamento, 
são normalmente introduzidas no solo verticalmente e trabalham por meio de 
compressão, podendo ser executadas também através de macaco hidráulico. 
O conceito: os próprios elementos de fundação são cravados no solo por 
golpes de martelo, os “bate-estacas”, precedidos ou não por escavação, em 
 
 
23 
que se crava um molde antecipado em relação à introdução do elemento de 
fundação. 
 
Os materiais que compõem as estacas podem ser: 
• Estacas pré-moldadas de concreto: produzidas antecipadamente, 
normalmente fora da obra, em empresas especializadas em fabricar 
elementos de concreto armado. Elas são utilizadas em obras de 
pequeno e médio portes, possuem uma boa capacidade de carga e boa 
resistência de esforços de flexão e cisalhamento. São limitadas em 
seção e comprimento em função de transporte e procedimento de 
cravação (se forem muito cumpridas, tornam-se muito pesadas por 
serem de concreto armado). As estacas de concreto permitem emendas, 
porém, constituem-se em um ponto crítico, podendo ser do tipo: luvas de 
simples encaixe, luvas soldadas, ou emenda com cola epóxi por meio de 
cinta metálica e pinos para encaixe. Esse último tipo é mais eficiente; 
• Estacas pré-moldadas metálicas: perfis laminados, soldados, trilhos 
soldados podem ser cravados praticamente em qualquer tipo de solo 
(com os cuidados de processos de corrosões posteriores) e podem ser 
cortados ou soldados com facilidade. Possuem alta capacidade de 
cargas e, em casos de apoios provisórios, os elementos podem ser 
reutilizados. A desvantagem deste elemento de fundação utilizando 
materiais metálicos está relacionada aos altos custos financeiros; 
• Estacas pré-moldadas em madeira: são troncos de árvores (eucalipto, 
aroeira e ipê, principalmente) cravados com bate-estacas de pequenas 
dimensões e martelos leves, utilizados principalmente na execução de 
obras provisórias (edificações de tipo canteiros de obras, por exemplo) e 
em pontes e obras marítimas. 
Os bate-estacas são equipamentos que executam a cravação 
basicamente com um martelo levantado, mecanicamente (bate-estaca de 
gravidade) ou com a ação de gases sob pressão (bate-estaca simples efeito e 
duplo efeito), e, com sua queda, golpeia a cabeça da estaca até a profundidade 
indicada em projeto, levando em consideração as questões abordadas nesta 
matéria, buscando o apoio necessário à edificação. Essa energia para a 
 
 
24 
cravação dos elementos (percussão) gera vibrações no terreno, podendo 
causar danos às edificações do entorno da obra. 
Figura 16 – Bate-estaca 
 
Crédito: เลศิลกัษณ ์ทพิชยั/Adobestock. 
Na prática, alguns termos específicos para fundações são utilizados em 
projetos e execução, principalmente pelos especialistas da área. A cota de 
arrasamento se refere ao nível em que deve ser deixado o topo da estaca, 
demolindo-se o excesso ou completando-o, conforme a situação na cravação 
da estaca. 
A demolição do concreto, chamada arrasamento da estaca, deve ser 
feita com cuidado a fim de evitar danificá-la. Igualmente, o termo nega se 
refere a estacas cravadas. Nega significa “penetração da estaca no solo”, 
causada pelos últimos dez golpes, fornecida conjuntamente com o peso do 
pilão e a altura de queda. A finalidade de obtermos o nega é verificar se todas 
as estacas atingiram a camada resistente prevista e colher dados para cálculos 
de capacidade de carga, aplicando fórmulas dinâmicas. 
 
 
 
 
25 
5.2.2 Estacas escavadas 
 Esse tipo de elemento de fundação é executado por escavação 
mecânica ou manual com equipamento rotativo, possuindo seção circular e 
revestimento total ou parcial para posterior concretagem. Emgeral, estacas 
escavadas possuem altas resistências e minimizam ruídos e vibração, sendo 
classificadas conforme seu processo construtivo. 
• Estaca tipo broca: são estacas executadas por perfuração com trado, de 
forma manual ou mecânica. São indicadas para obras de menor porte 
(cargas menores), solos de boa resistência e acima do lençol freático. 
Quando os diâmetros desses elementos de fundação são pequenos (até 
30 cm), geralmente a própria equipe de obra executa a perfuração e 
concretagem. Em diâmetros maiores (de 30 cm a 90 cm), solicita-se um 
trado mecânico helicoidal com apoio de equipamentos e equipes 
terceirizadas. 
Figura 17 – Estaca tipo broca 
 
Fonte: Brasil Gerador de Preço, 2021. 
Estacas escavadas com diâmetros de 25 e 30 cm são as mais utilizadas 
para cargas de até 150 kN em obras de pequeno porte. As de grande diâmetro, 
 
 
26 
entre 70 e 250 cm, utilizam lama bentonítica, que é basicamente a junção do 
elemento bentonita e água. Ela estabiliza as paredes das escavações, 
formando uma película impermeável (cake) sobre uma superfície porosa, como 
é o caso do solo, sem se misturar ao concreto. 
Figura 18 – Estaca escavada com uso de lama estabilizante 
 
Fonte: Geofund, 2021. 
• Estacas hélice contínua: segundo a NBR 6122/19 (ABNT, 2019), é um 
tipo de fundação profunda constituída por concreto, moldada in loco e 
executada por meio de trado contínuo e injeção de concreto pela própria 
haste do trado. É utilizada para perfurações com diâmetros entre 70 e 
150 cm, atendendo a demandas em que há possibilidade da entrada de 
grandes equipamentos para a execução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
Figura 19 – Execução de estaca hélice contínua 
 
Fonte: Geofund, 2021. 
• Estacas Strauss: a NBR 6122/19 (ABNT, 2019) define estaca escavada 
como um tipo de fundação profunda executada por escavação 
mecânica, com uso ou não de lama bentonítica, de revestimento total ou 
parcial, e posterior concretagem. A escavação da estaca Strauss, com 
diâmetros de 25 a 55 cm, é efetuada por meio de balde-sonda ou piteira, 
com uso parcial ou total de revestimento recuperável. São utilizadas em 
locais confinados e pé-direito baixo e terrenos acidentados; 
• Estacas tipo Franki: esse tipo de fundação profunda – uma das mais 
antigas utilizadas no Brasil – tem como conceito a escavação com base 
alargada e com tubo que pode ser posteriormente recuperado, obtida 
pela introdução de material granular ou concreto por meio de golpes de 
um pilão. Em seguida, pode ser concretada à estaca in loco ou ser 
constituída em um elemento pré-moldado; 
• Estacas barrete: com seção retangular, são escavadas com uso de lama 
bentonítica, executadas com equipamentos de grande porte, como o 
clam-shell e hidrofresas. Podem ser escavadas camadas de grande 
resistência em praticamente todos os tipos de terreno, atendendo a 
profundidades de até 70 m, independentemente da altura do lençol 
freático. 
 
 
28 
Figura 20 – Execução de estaca barrete 
 
Fonte: Geofund, 2021. 
• Estacas raiz: são estacas armadas e preenchidas com argamassa de 
cimento e areia, escavadas com perfuratrizes de rotação ou 
rotopercussão e revestidas integralmente por um conjunto de tubos 
metálicos recuperáveis. Podem ser executadas em ângulos diferentes 
da vertical (0° a 90°). Esses elementos de fundação podem ser 
utilizados em áreas de difícil acesso ou de dimensões reduzidas. Por 
isso, são utilizadas como solução em reforços de fundações existentes e 
em áreas internas de edificações. Em solos com presença de matacões, 
rocha ou concreto; em contenções laterais de escavações; ou quando 
são expressivos os esforços horizontais transmitidos pela estrutura para 
as estacas de fundação (muros de arrimo, pontes, carga de vento etc.), 
essas estacas são dadas como solução de apoio. 
 
 
 
 
 
 
29 
Figura 21 – Execução de estaca raiz 
 
Fonte: Total Construção, 2021. 
FINALIZANDO 
Iniciamos a aula conhecendo a mão de obra da construção. Em seguida, 
vimos as apresentações dos serviços que compõem a obra, os quais foram 
elencados no cronograma físico aprendido anteriormente. 
A busca do engenheiro na construção civil será sempre a melhor 
solução, o que significa o melhor custo-benefício. O mesmo ocorre na 
infraestrutura. Normalmente, haverá várias soluções que atenderão 
tecnicamente à situação de uma construção, e o conhecimento técnico aliado à 
imaginação do engenheiro farão toda a diferença. 
Vimos os elementos que compõem uma fundação, a qual pode ser direta 
ou indireta, conforme o tipo dos solos e porte da edificação. Posteriormente, 
vimos a norma do serviço. 
Mais importante do que decorar nomes ou especificidades, é entender 
os processos, percebendo que estamos abordando uma parte física da 
construção. Por meio do estudo apresentado nesta aula, esperamos que você 
entenda os procedimentos inerentes à atuação do engenheiro em uma obra. 
 
 
30 
REFERÊNCIAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122. Projeto e 
execução de fundações. Rio de Janeiro, 2019. 
AZEREDO, H. A. O edifício até sua cobertura. 2. ed. São Paulo: Blucher, 
1997. 
CONDÉ, É. Fundações rasas: sapatas. Engenheiro de Estruturas, 2018. 
Disponível em: <https://www.engenheirodeestruturas.com.br/Sapatas-
fundacao-rasa>. Acesso em: 25 nov. 2021. 
DANIEL, J. Terminologias da construção civil. A arte de engenhar, 2016. 
Disponível em: <http://aartedeengenhar.blogspot.com/2016/10/terminologias-
da-construcao-civil.html>. Acesso em: 25 nov. 2021. 
GUIMARÃES, D. Fundações. Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
RODRIGUES, A. Previsão e controle das fundações: uma introdução ao 
controle da qualidade em fundações. São Paulo: Blücher, 2019. 
https://www.engenheirodeestruturas.com.br/Sapatas-fundacao-rasa
https://www.engenheirodeestruturas.com.br/Sapatas-fundacao-rasa
http://aartedeengenhar.blogspot.com/2016/10/terminologias-da-construcao-civil.html
http://aartedeengenhar.blogspot.com/2016/10/terminologias-da-construcao-civil.html
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