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Sistema digestório e glândulas anexas

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20/10/23, 17:05 Sistema digestório e glândulas anexas
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=sistema-digestorio-e-glandulas-anexas&dcp=histologia-e-embriologia&topico=06 1/15
Sistema digestório e glândulas anexas
Histologia e Embriologia
1. Introdução
O sistema digestório é constituído pela cavidade oral, faringe uma região de transição entre a
cavidade oral e os sistemas digestório e respiratório, tubo digestório (esôfago, estômago, intestino
delgado, intestino grosso e canal anal) e seus principais órgãos associados (língua, dentes,
glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar). O sistema digestório fragmenta o alimento
em moléculas menores para que possam ser absorvidas pelas células da mucosa digestiva. Essas
moléculas serão, então, utilizadas no desenvolvimento e na manutenção do organismo e nas suas
necessidades energéticas. Para que isso ocorra, o processo de digestão é dividido em várias fases:
preensão dos alimentos, insalivação, mastigação, gustação, deglutição, digestão, formação do bolo
alimentar, absorção de nutrientes, absorção hídrica. E o que não for utilizado pelo organismo será
então eliminado por meio da formação do bolo fecal e defecação. Em adultos, o canal alimentar é
um tubo musculomembranoso com cerca 9 m de comprimento. Esse canal possui duas aberturas:
uma no início, que é a boca, e a outra é no fim, o ânus. Todo o trajeto do canal alimentar é revestido
por uma mucosa digestiva, a qual desempenha várias funções (de secreção, de absorção, de
barreira e de proteção imunológica), dependendo da parte do canal em que se encontra. Além da
mucosa, a parede deste sistema apresenta mais 3 camadas: submucosa, muscular e
adventícia.
2. Embriologia do sistema digestório
Segundo Moore (2016), o intestino primitivo se forma durante a quarta semana do
desenvolvimento embrionário humano, quando ocorre o dobramento cefalocaudal e lateral do
embrião, promovendo a inclusão de parte do saco vitelino (vesícula umbilical). O endoderma do
intestino primitivo dará origem maior parte do epitelial e das glândulas do trato digestório; a
membrana orofaríngea (extremidade cranial) e a membrana cloacal (extremidade caudal),
serão revestidos pelo ectoderma. Os componentes musculares, o tecido conjuntivo as outras
camadas da parede que formam o trato digestório são originados do mesênquima esplâncnico, que
circunda o intestino. O sistema digestivo é dividido em três porções: anterior, médio e posterior.
O intestino anterior compreende a faringe, esôfago, estômago, porção proximal do duodeno,
fígado, pâncreas e sistema biliar. O intestino médio compreende o duodeno (porção distal à
entrada do ducto biliar), jejuno, íleo, ceco, apêndice e a dois terços, da metade direita do colo
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transverso. O intestino posterior compreende ao terço final do colo transverso, ao colo descente,
ao colo sigmoide, ao reto e à porção superior do canal anal.
O esôfago começa a se desenvolver a partir do intestino anterior imediatamente caudal à faringe. A
septação da traqueia do esôfago se dá pelo septo traqueoesofágico. Uma ligeira dilatação no
intestino anterior, até o momento tubular, indica o local do primórdio do estômago. Esse primórdio
expande e se amplia dorsoventralmente. A face dorsal do estômago cresce mais rapidamente do que
a sua face ventral (curvatura do estomago). O duodeno se desenvolve a partir da porção caudal do
intestino anterior, da porção cranial do intestino médio e do mesênquima esplâncnico associado ao
endoderma dessas porções do intestino primitivo. O desenvolvimento do intestino médio é
caracterizado pelo alongamento do intestino e seu mesentério resultando na formação de uma alça
intestinal cefálica com a forma de U (alça do intestino médio). O ceco e o apêndice surgem como
um divertículo da alça caudal durante o desenvolvimento do intestino. Por proliferação destas duas
estruturas, o ceco cresce e o apêndice forma um tubo relativamente comprido ligado ao ceco. A
porção inferior do canal anal se desenvolverá por meio da fosseta anal. A porção caudal do intestino
posterior divide a cloaca no seio urogenital (bexiga urinário e uretra) e reto. Essa última estrutura
e a porção superior do canal anal serão separados do exterior pelo tampão epitelial, a qual será
decomposta ao final da 8 semana (Moore et al., 2016).
O pâncreas se desenvolve a partir de brotos pancreáticos (dorsal e ventral) que se formam do
revestimento endodérmico do intestino anterior, a partir do giro que o duodeno faz durante sua
formação, proporcionando a fusão dos dois brotos pancreáticos. O fígado desenvolve-se como uma
evaginação endodérmica a partir da parede do intestino anterior (do local que se tornará o
duodeno) para formar o divertículo hepático. O divertículo prolifera-se dando origem aos
hepatócitos, que se dispõem em cordões celulares (fígado), formando com isso o parênquima
hepático. O pedículo original do divertículo hepático torna-se o ducto biliar comum. Uma
evaginação do ducto biliar comum forma o divertículo cístico que dará origem à vesícula biliar e
ao ducto cístico. (Ross & Pawlina, 2012).
a
3. Estrutura geral do trato digestório
Os componentes do trato digestório apresentam, em toda sua extensão, características estruturais
semelhantes: um tubo oco composto por uma cavidade (luz ou lúmen) com diâmetro que pode
variar, sendo este revestido por quatro camadas: mucosa, submucosa, muscular e adventícia
- descritas, abaixo, de acordo com Junqueira & Carneiro (2011):
A camada mucosa é formada por um tecido epitelial de revestimento; uma lâmina própria
formada por tecido conjuntivo frouxo, rico em vasos sanguíneos linfáticos, células musculares
lisas, além de glândulas e tecido linfóide; e uma camada muscular da mucosa (membrana
mucosa) que separa a camada mucosa da submucosa, por meio de duas submucosas, uma mais
interna com células musculares lisas circulares e uma mais externa com células musculares
longitudinais.
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A camada submucosa é constituída por tecido conjuntivo com vasos sanguíneos e linfáticos
e um plexo nervoso submucoso (ou plexo Meissner). Esta camada também pode
apresentar glândulas e tecido linfoide.
A camada muscular contém células musculares lisas orientadas em espiral, subdividida em
duas partes: uma mais interna em forma circular e uma camada mais externa em forma
longitudinal. Entre as duas camadas, encontra-se o plexo nervoso mioentérico (ou plexo de
Auerbach), além de tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos e linfáticos.
A camada serosa é constituída por uma camada fina de tecido conjuntivo frouxo, revestida
por um tecido epitelial simples com células pavimentosas – chamado de mesotélio.
Diagrama e um corte histológico ilustrando a 04 camadas do trato gastrointestinal
4. Cavidade oral e seus principais órgãos
associados
A cavidade oral incluir a boca e suas estruturas: a língua, os dentes, as glândulas salivares e as
tonsilas. O teto da boca é subdividido em palatos duro e mole. O tecido epitelial
estratificado pavimentoso, queratinizado ou não, dependendo da região, reveste toda a
cavidade da boca.
A região queratinizada é encontrada na gengiva e no palato duro, a fim de ajudar na proteção da
mucosa oral por causa das agressões mecânicas provocadas durante a mastigação. A lâmina própria
dessa região é rica em papilas e repousa sobre o periósteo. A região da cavidade da boca com
epitélio queratinizado é encontrada nos lábios, bochecha, palato mole e assoalho da boca. A lâmina
própria dessa região possui papilas conjuntivas similares às da pele, é contínua à submucosa e
possui glândulas salivares pequenas e dispersas. Em relação aos lábios, existe uma transição do
epitélioqueratinizado da pele do rosto para o não queratinizado (Junqueira & Carneiro, 2011).
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A língua é o principal órgão gustativo além de auxiliar na mastigação, deglutição dos alimentos e
na articulação da fala. É uma estrutura acessória do sistema digestório. A língua é composta de
músculo estriado esquelético revestido por uma camada mucosa, que varia de acordo com sua
posição. As fibras musculares se entrecruzam em três planos, agrupando-se em feixes separados
por tecido conjuntivo. A camada mucosa encontra-se aderida a essa musculatura, visto que o tecido
conjuntivo da lâmina própria penetra nos espaços entre os feixes musculares. A superfície da
porção ventral da língua é revestida por mucosa oral lisa, enquanto que superfície da porção dorsal
é irregular, recoberta por eminências pequenas denominadas de papilas, na sua porção anterior
(equivalente a dois terços da língua). O terço posterior da porção da língua é separado dos dois
terços iniciais por uma região em forma de “V”. Na região posterior a esse “V” encontramos
saliências compostas por pequenos grupos de nódulos linfáticos e por tonsilas linguais, que se
agregam ao redor de invaginações denominadas criptas (Junqueira & Carneiro, 2011). Segundo
Junqueira & Carneiro (2011), as papilas são saliências especializadas do epitélio oral e lâmina
própria as quais possuem funções mecânicas e gustativas. Existem quatro tipos de papilas:
1. Papila filiforme: pontiagudas, com função mecânica.
2. Papilas fungiformes: forma de cogumelo com função gustativa.
3. Papilas circunvaladas: circundadas por um sulco profundo onde desembocam os ductos das
glândulas salivares seromucosas de Von Ebner.
4. Papilas folhadas ou foliadas: presentes em macacos e coelhos e pouco presentes em
humanos. Possuem duas ou mais rugas paralelas separadas por sulcos na porção superfície
dorsolateral da língua, contendo muitos botões gustativos.
Os dentes são responsáveis pela divisão mecânica dos alimentos (mastigação). Em humanos
adultos existem 32 dentes permanentes, dispostos em dois arcos bilateralmente simétricos nos
ossos maxilar e mandibular (Junqueira & Carneiro, 2011). Os dentes possuem diferentes porções:
Ilustração da cavidade do sistema digestivo humano, realçando a as estruturas da cavidade oral.
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1. Esmalte: substâncias mais duras do corpo, 98% de material inorgânico. Cobre a porção visível
do dente (coroa).
2. Dentina: situada logo abaixo do esmalte envolve a cavidade pulpar. Contém cerca de 75% de
hidroxiapatita. Antes da mineralização da dentina, essa estrutura é chamada de pré-dentina.
Os odontoblastos são células colunares responsáveis pela síntese de matriz da pré-dentina.
3. Cavidade pulpar: compartimento de tecido conjuntivo vascularizado e inervado localizado no
centro do dente envolvido pela dentina. As fibras pulpares são sensíveis à dor, única
modalidade sensorial reconhecida pelo dente. Apresenta a mesma forma do dente.
4. Periodonto: compreende as estruturas responsáveis por manter os dentes nos ossos da
mandíbula e da maxila. Consiste em cemento, ligamento periodontal, osso alveolar e gengiva.
A faringe é uma região de comunicação entre a região nasal (sistema respiratório) e a laringe
(sistema digestório). É revestida por tecido epitelial estratificado não queratinizado na região
contínua ao esôfago e, quando próxima à cavidade nasal, é revestida por epitélio pseudo-
estratificado cilíndrico ciliado, com células caliciformes.
Infográfico dentário de dente humano.
5. O tubo digestório (esôfago, estômago,
intestino delgado, intestino grosso e canal
anal)
O esôfago é um tubo muscular com a função de transportar o alimento da boca até o estômago. As
camadas do esôfago são assim constituídas:
Mucosa: possui epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado sobre lâmina própria de
tecido conjuntivo frouxo, o qual apresenta glândulas produtoras de muco (glândulas
esofágicas da cárdia). A muscular da mucosa é formada por músculo liso orientado
longitudinalmente à parede do órgão.
Submucosa esofágica: constituída pelo tecido conjuntivo denso irregular, com vasos
sanguíneos e linfáticos maiores. Contém glândulas esofágicas mucosas.
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Muscular: a camada interna está posicionada de forma circular e uma camada mais externa
posicionada de forma longitudinal. A camada muscular divide-se em três partes ao longo do
tubo esofágico:
Terço superior: formado por tecido muscular estriado esquelético;
Terço médio: formado por tecido muscular esquelético e liso (misto);
Terço Inferior: formado por tecido muscular liso.
Adventícia/Serosa: tecido conjuntivo contendo vasos sanguíneos, linfáticos, nervos e tecido
adiposo contínuo com a traqueia no terço superior e médio (adventícia) e no terço inferior é
limitada externamente por mesotélio (serosa), o peritônio visceral.
O estômago é a parte expandida do tubo digestivo, situado na cavidade abdominal, abaixo do
diafragma, vindo logo após o esôfago e anteriormente ao duodeno; nele, existem glândulas que
produzem o suco gástrico, responsável por envolver os alimentos em digestão e transformar o bolo
alimentar em quimo. O estômago é dividido, histologicamente, em três regiões, conforme o tipo de
glândula presente:
Região Cárdica (cárdia): porção próxima ao orifício esofágico contém glândulas cárdias (gl.
tubulares simples ou ramificadas que secretam muco e lisozima). Recebe esse nome porque fica
muito próxima ao coração, separada dele somente pelo diafragma.
Região pilórica (piloro): porção proximal ao esfíncter pilórico; contém glândulas pilóricas
(gl. tubulares que se abrem nas fossetas gástricas). O piloro regula a passagem do bolo
alimentar, impedindo que passe prematuramente ao intestino delgado. O relaxamento de sua
musculatura permite a passagem do conteúdo estomacal para o duodeno.
Região fúndica (fundo e corpo): porção maior do estômago, localizada entre a porção
cárdica e pilórica, contém glândulas gástricas. Essas glândulas possuem 3 porções distintas,
formadas por diferentes tipos celulares: istmo (células mucosas, células-tronco e células
parietais (oxínticas)); colo (células tronco, mucosas do colo e parietais) e base (células
parietais e zimogênicas (principais).
 
As quatro camadas que revestem a parede do estômago são:
Mucosa gástrica: a superfície dessa região é revestida por um epitélio colunar simples e
todas as células secretam muco alcalino. Esse epitélio sofre invaginações, denominadas de
Micrografia de baixa ampliação mostrando uma seção transversal do esôfago. A mucosa que reveste o lume central
mostra dobras recobertas por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado.
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fossetas gástricas, onde desembocam as secreções de glândulas tubulares ramificadas. A lâmina
própria é constituída de tecido conjuntivo frouxo, células musculares lisas e células linfoides.
Entre as camadas mucosa e submucosa, existe a muscular da mucosa.
Submucosa: região preenchida por tecido conjuntivo moderadamente denso, vasos
sanguíneos e linfático e sem glândulas.
Muscular: constituída por tecido muscular liso, posicionado de forma oblíqua (mais interna),
circular (região média) e longitudinal (mais externa).
Serosa: formada por uma camada estreita de tecido conjuntivo e revestida por externamente
por mesotélio. Serosa: fina camada de membrana serosa delgada.
De acordo com Junqueira & Carneiro (2011), o intestino delgado é o sítio terminal de digestão
dos alimentos, absorção de nutrientes e secreção endócrina. É um tubo bastante longo, com cerca
de 5 m e é dividido em três regiões: duodeno, jejuno e íleo. O quimo proveniente do estômago entra
no duodeno, onde a digestão é continuada por meio da ação de enzimas provenientes do pâncreas e
da bile do fígado, que são despejadas no duodeno, e por meio de enzimas presentes na membrana
das células intestinais (nas células absortivas intestinais). Assim, os peptídios, os polissacarídeos e
os triglicerídeos são degradados em suas unidades, pelas enzimas dissacaridases e dipetidases
(ROSS & PAWLINA, 2012). O intestino delgado apresenta várias adaptações que aumentam a
superfície de absorção: a mucosa e a submucosa formam pregas, sendo essas pregas mais
evidentes no jejuno. As vilosidades intestinais ou vilos também aumentam a superfície de
absorção e são projeções alongadas da mucosa (epitélio e tecido conjuntivo), que medem 0,5 a 1,5
mm. Somando-se a essas duas estruturas, existem ainda na superfície das células epiteliais os
microvilos, de 1 a 3 µm de comprimento – estima-se cerca de 3.000 microvilosidades por célula
absortiva. Essas últimas estruturas são vistas em detalhes apenas em microscopia eletrônica. Em
microscopia óptica, essa estrutura (sem muita resolução) é denominada de borda estriada. A
somatória das pregas, vilosidades e microvilosidades promovem um aumento de 600 vezes na
superfície intestinal. De acordo com Ross & Pawlina (2012), em toda a superfície da mucosa
intestinal podem ser encontrados pelo menos cinco tipos de células, com funções diferenciadas:
Células absortivas: absorvem as moléculas nutrientes provenientes da digestão;
Células caliciformes: glândulas unicelulares que produzem muco afim de proteger e
lubrificar o revestimento do intestino;
Células enteroendócrinas: produzem hormônios parácrinos e endócrinos;
Células de Paneth: secretam substâncias antimicrobianas para manter a imunidade inata da
mucosa intestinal;
Ilustração das partes e camadas do estômago.
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Células M (das micropregas): cobrem os nódulos linfáticos aumentados na lâmina própria,
e assim podem captar antígenos por endocitose e transportá-los para os macrófagos e células
linfoides adjacentes. Também são responsáveis pelo transporte de anticorpo (IgA) produzido
nestes nódulos para a luz do intestino.
 
De uma forma geral, o epitélio das vilosidades é formado por células absortivas, denominadas
também de enterócitos (colunares altas e núcleo ovóide na porção basal) e por células
caliciformes. Entre as vilosidades, existem pequenas aberturas de glândulas tubulares simples,
denominadas de criptas (Glândulas de Lieberkühn). Nessas criptas, o epitélio pode ser
formado por células absortivas, células caliciformes, células enteroendócrinas, células de Paneth e
células-troco (Junqueira & Carneiro, 2011).
 
As quatro camadas que revestem a parede do intestino delgado são:
Mucosa: caracterizada pela presença de vilosidades revestidas por epitélio cilíndrico simples
contento células absortivas sustentadas por lâmina própria repleta de criptas ou glândulas
de Liebercküm. A musculatura lisa a qual é responsável pela motilidade das vilosidades,
pode ser visualizada no interior das vilosidades.
Submucosa: formada por tecido conjuntivo contendo vasos e nervos onde estão as glândulas
de Brünner (gl. duodenais) responsáveis por uma secreção altamente básica para neutralizar a
acidez do suco gástrico. Inseridas no tecido conjuntivo existem agrupamentos de células
basófilas que integram o complexo nervoso denominado de plexo submucoso de Meissner.
Muscular: composta por uma túnica circular interna e outra túnica longitudinal externa.
Serosa: consiste em tecido conjuntivo contendo vasos e nervos limitado por mesotélio.
No Jejuno-Íleo encontramos as mesmas características acima descritas, porém com a ausência
das glândulas de Brünner na submucosa do Jejuno, sendo caracterizada por apresentar um
tecido conjuntivo contendo o plexo submucoso de Meissner. Entretanto, na porção do Íleo a
submucosa apresenta agregados de nódulos linfáticos (“gut-associated lymphoid tissue”, GALT),
conhecidos como Placas de Peyer. O intestino possui uma rede de vasos sanguíneos e linfáticos que
se ramificam pelas pregas e vilosidades. Os vasos sanguíneos removem a maioria dos produtos da
digestão e os vasos linfáticos são responsáveis pela absorção de lipídeos, visto que a circulação
sanguínea não aceita facilmente as lipoproteínas produzidas pelas células absortivas durante esse
processo. Em relação à inervação do intestino, existem dois componentes: o intrínseco e o
Anatomia do trato gastrointestinal. Evidenciando as vilosidades intestinais e as células epiteliais com microvilosidades
(superior). Ilustração histológica da parede do intestino delgado (inferior).
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extrínseco. O primeiro é constituído por grupos de neurônios que forma o plexo nervoso
mioentérico (de Auerbach) entre as camadas musculares (interna e externa) e forma também, na
submucosa, o plexo nervoso submucoso (de Meissner). Já a inervação extrínseca é formada pelo
sistema nervoso autônomo formado por fibras que estimulam ou inibem a atividade da
musculatura lisa intestinal (Junqueira & Carneiro, 2011).
O intestino grosso é responsável pela absorção de água, fermentação, formação de massa fecal e
produção de muco. Essa parte do intestino compreende as seguintes partes: ceco, cólon ascendente,
cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide, reto e ânus.
As quatro camadas que revestem o cólon são:
Mucosa: apresenta criptas de Lieberkhüm bem desenvolvidas, não possui vilosidades, e
possui abundância de células caliciformes. As células absortivas são colunares e possuem
microvilosidades curtas e irregulares. É rico em células linfóides e em nódulos linfóides que
frequentemente se estendem até a submucosa.
Submucosa: tecido conjuntivo rico em vasos e possui plexo submucoso de Meissner.
Muscular: está constituída pela circular interna e longitudinal externa. No entanto, esta
última camada de fibras é modificada e forma as tênias do cólon. O plexo nervoso
mioentérico (de Auerbach) também está presente nessa camada.
Serosa: há presença de muitos vasos sanguíneos. O reto é o único local do intestino grosso que
apresenta pregas da mucosa. As glândulas de Lieberkhüm são pouco desenvolvidas ou menos
profundas. A presença de nódulos linfódes fixos não é muito comum nesta região.
No canal anal, a camada mucosa forma uma série de dobras longitudinais, ascolunas retais (de
Morgagni). A região anocutânea pode apresentar anexos tegumentares como folículos pilosos e
glândulas sebáceas. Na submucosa do conduto anal há um plexo de veias grandes que, quando
dilatadas e varicosas, formam as hemorróidas. A transição destas duas regiões é marcada pela
mudança de epitélio de revestimento cilíndrico simples para estratificado pavimentoso. O
apêndice é um divertículo do ceco, com um lúmen de pequeno diâmetro, irregular e com a
presença de muitos nódulos linfóides no córion. Observa-se, nessa região, também que as criptas de
Liberkhüm são reduzidas e as células caliciformes estão em menor quantidade que em outras do
intestino grosso.
6. Órgãos associados ao trato digestivo
Os órgãos associados ao trato digestivo são as glândulas salivares, o pâncreas, o fígado e a vesícula
biliar.
As glândulas salivares produzem a saliva, a qual têm as seguintes funções: umidificar e
lubrificar a mucosa oral e o alimento ingerido, iniciar a digestão por meio de enzimas do tipo
amilase e lipase, secretar substâncias germicidas e protetoras, prover a manutenção do pH neutro
e, por fim, formar uma película sobre os dentes (Junqueira & Carneiro, 2011). De acordo com
20/10/23, 17:05 Sistema digestório e glândulas anexas
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Junqueira & Carneiro (2011), essas glândulas são do tipo exócrina, e subdividem-se em glândulas
salivares maiores (parótida, submandibular (submaxilar) e sublingual) e menores (dispersas
pela cavidade oral), conforme descritas abaixo:
 Glândulas Salivares Maiores
Parótida: é uma glândula exócrina acinosa composta. Envolvida por cápsula de tecido
conjuntivo que emite septos que sustentam e dividem o parênquima em lóbulos, levando vasos
sanguíneos e filetes nervosos, contém também muitos plasmócitos (secretam IgA) e linfócitos,
ajudando na defesa imunológica contra patógenos da cavidade oral. Sua porção secretora é
exclusivamente do tipo serosa, contendo grânulos de secreção ricos em proteínas e alta
atividade de amilase (hidrólise de carboidratos).
Submandibular: é uma glândula exócrina tubuloalveolar composta. O tecido conjuntivo
também encapsula essas glândulas e a subdivide em septos. Sua porção secretora é do tipo
serosa e mucosa. As células secretoras serosas possuem núcleos arredondados e centrais (mais
abundantes), as mucosas possuem núcleos basais e, há ainda células mistas (meia lua
seromucosa (túbulos mucosos com semiluas serosas) que hidrolisam a parede de certas
bactérias, por meio da secreção de lisozima.
Sublingual: é uma glândula exócrina tubuloacinosa composta. Assim como as outras
glândulas, também são encapsuladas por tecido conjuntivo e são subdivididas em septos, com
vasos e nervos. Sua porção secretora é mista, com células serosas e mucosas. As células
mucosas é que predominam nesta glândula, enquanto que as células serosas se apresentam na
forma de semiluas serosas, na extremidade dos túbulos serosos.
 Glândulas Salivares Menores
Essas glândulas distribuem-se por toda a mucosa oral e submucosa. Esse tipo de glândula não é
encapsulado, possuem um ducto secretor curto, por onde a saliva produzida na porção
secretora é eliminada na cavidade oral. A maior parte dessas glândulas produzem muco, e
algumas poucas são serosas (localizadas na parte posterior da língua).
O pâncreas possui a função de produzir enzimas digestivas que atuam no intestino delgado, mas
também secretam insulina e glucagon (hormônios) para a corrente sanguínea, que atuam na
metabolização dos nutrientes absorvidos (Junqueira & Carneiro, 2011). Diante disso, o pâncreas é
uma glândula de função mista, subdividido em porção exócrina e endócrina.
Ilustração das glândulas salivares.
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Porção Exócrina: é uma glândula acinosa composta, que produz as enzimas digestivas; são
similares às glândulas parótidas quanto à sua estrutura. O lúmen dos acinos dessa parte
glandular são penetrados com as porções iniciais de ductos intercalares. A porção intra-
acinosa desses ductos intercalares é constituída por células centroacinosas. E esses ductos
intercalares conectam-se a ductos maiores, denominados de ductos interlobulares,
revestidos nesse caso de células epiteliais colunares. Já o acino pancreático é composto por
várias células serosas que circundam o lúmen. Essas células serosas armazenam grânulos de
secreção (grânulos de zimogênio), que variam conforme a fase digestiva, havendo uma
concentração maior desses grânulos durante o período de jejum. O pâncreas é revestido por
uma fina camada de tecido conjuntivo, que penetra o interior dessa glândula, dividindo-o em
lóbulos. Os acinos são envolvidos por uma lâmina basal, sustentada por fibras reticulares; é
também todo vascularizado. Essa porção exócrina do pâncreas é responsável por produzir
diferentes tipos de enzimas, tais como proteinases, amilases, lipases, fosfolipases e nucleases. A
maioria delas é armazenada na forma inativa, sendo ativadas apenas quando entram no lúmen
do intestino. Esse fato ocorre para que as enzimas pancreáticas não atuem sobre o pâncreas,
sendo essa uma ação protetiva. A secreção dessas enzimas é controlada pelo sistema nervoso e
pela ação de dois hormônios: secretina e colecistoquinina.
Porção Endócrina: é uma glândula cordonal, conhecida como ilhotas pancreáticas (ilhotas
de Langerhans), as quais estão organizadas em cordões celulares, dispersas por todo o órgão.
Essa região é facilmente identificada pelo arranjo celular característico e por se apresentar
pouco corada, circundadas pelos acinos pancreáticos (porção exócrina) intensamente corados
em lâminas histológicas coradas com H-E. Três tipos celulares principais são encontrados
nessa porção endócrina: Células A (Alfa), Células B (Beta) e Células D (Delta). Células Alfa:
secretam glucagon, localizam-se na porção periférica, constituem 15 a 20% da população das
células das ilhotas. Células Beta: secretam insulina, localizam-se na porção central,
predominam nos seres humanos (70%). Células Delta: secretam somatostatina, localizam-se
também na porção periférica, constituem 5 a 10% da população das células das ilhotas (Ross &
Pawlina, 2012).
O fígado é o maior órgão interno do corpo e a maior glândula (cerca de 1,5 kg). É essencial no
metabolismo dos lipídeos, carboidratos e proteínas; é essencial também na inativação e
metabolização de muitas substâncias tóxicas e drogas. É responsável ainda por produzir a bile que
Ilustração do pâncreas, evidenciando as ilhotas de Langerhans, contendo células alfa, beta e delta (esquerda). Imagem
histológica da Ilhota de Langerhans que aparece como uma estrutura pálida e redonda, rodeada por ácinos pancreáticos
exócrinos. Microscopia de luz corada com H&E.
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auxilia na digestão dos lipídeos, participar do metabolismo do ferro, sintetizar proteínas do plasma
sanguíneo e fatores necessários para a coagulação do sangue. Os nutrientes absorvidos no trato
intestinal são então processados e armazenados pelo fígado para utilização por outros órgãos. É,
portanto, uma interfase entre o sistema digestivo e o sangue (Junqueira & Carneiro, 2011). O fígado
está localizado na cavidade abdominal abaixo do diafragma, noquadrante superior direito,
atingindo parcialmente o quandrante esquerdo, protegido pela caixa torácica. Esse órgão é
encapsulado por um tecido fibroso (capsula de Glisson); essa capsula, por sua vez, é circundada por
uma camada serosa, exceto onde fígado se adere diretamente ao diafragma ou a outros órgãos. O
fígado é dividido anatomicamente por sulcos profundos em dois grandes lobos (direito e esquerdo)
e em dois lobos menores (quadrado e caudado) (Ross & Pawlina, 2012). Os componentes
estruturais do fígado compreendem: o parênquima, que consistem em placas organizadas de
hepatócitos; o estroma de tecido conjuntivo, que é contínuo com a capsula fibrosa de Glisson,
nessa região encontra-se vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e ductos biliares; capilares
sinusóides, que são canais vasculares que permeiam as placas de hepatócitos; e espaços
perissinusoidais (Espaços de Disse), que situam-se entre o endotélio sinusoidal e os hepatócitos
(Ross & Pawlina, 2012).De acordo com Junqueira & Carneiro (2011) o fígado é constituído por
células típicas desse órgão, os hepatócitos (células epiteliais diferenciadas), os quais se agrupam e
se organizam em placas interconectadas (espessura de uma célula) formando os lóbulos
hepáticos. Esses lóbulos são estruturas poligonais (normalmente hexagonais) formados por
massas de células. Em cada um dos cantos dessa estrutura poliédrica (dos lóbulos), encontra-se um
tecido conjuntivo contendo um ramo da artéria hepática, um ramo da veia porta, ductos biliares,
vasos linfáticos e nervos. Essas regiões são denominadas de espaços porta.
Os lóbulos hepáticos são formados por placas de hepatócitos que se distribuem de uma forma
radial, partindo da periferia ao centro do lóbulo, podendo se anastomosar de forma aleatória,
formando um labirinto (similar a uma esponja). Entre essas placas de hepatócitos, capilares
sanguíneos percorrem todo esse espaço, os sinusóides (vasos sinusóides são irregularmente
dilatados, formados por uma camada descontínua de células fenestradas). Uma lâmina basal
descontínua e o espaço subendotelial (Espaços de Disse) separam as células endoteliais dos
hepatócitos. Fluidos oriundos do sangue atravessam de uma forma rápida da parede do endotélio e
estabelecem um contato direto com a parede dos hepatócitos, o que proporciona uma troca rápida
de macromoléculas (lipoproteínas, albumina e fibrinogênio) entre o lúmen sinusoidal e os
hepatócitos e vice-versa. Além dos hepatócitos, dois outros tipos celulares são encontrados nos
lóbulos hepáticos: as células de Kupffer e as células de Ito. As células de Kupffer são
macrófagos localizados na superfície luminal das células endoteliais, com as funções de metabolizar
eritrócitos velhos, digerir hemoglobina, secretar proteínas relacionadas ao sistema imunológico,
assim como destruir bactérias provenientes do intestino grosso que adentraram via sistema porta.
Já as células de Ito, localizam-se no espaço de Disse (espaço perissinusoidal), responsáveis por
Diagrama ilustrando a localização do fígado associado aos demais órgão do sistema digestório (esquerda) e diagrama
ilustrando a veia porta e artéria hepática (direita).
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armazenarem lipídeos e vitaminas lipossolúveis (A, B, E e K), assim como captam, armazenam e
liberam retinóides, sintetizam e secretam várias proteínas da matriz extracelular e proteoglicanos, e
secretam fatores de crescimento e citocinas.
O trato biliar é formado por uma rede de canais que partem do interior dos lóbulos hepáticos, a
partir dos canalículos biliares que se unem sucessivamente em canais maiores (dúctulos biliares,
ductos biliares, ductos hepáticos direito e esquerdo) até formar ducto hepático. Este último
recebe o ducto cístico oriundo da vesícula biliar e continua até o duodeno como ducto colédoco
ou ducto biliar comum. Epitélio colunar simples, uma camada mucosa e uma camada muscular
formam os ductos hepáticos, cístico e biliar. Esta última camada se torna cada vez mais espessa à
medida que se aproxima do duodeno. Na porção intramural, forma-se um esfíncter que regula o
fluxo biliar, chamado de esfíncter de Oddi.
A vesícula biliar é um órgão oco, com formato de pera, que tem por função armazenar a bile,
concentrá-la por meio da absorção de água e secretá-la no trato digestivo. O epitélio que reveste a
vesícula biliar é cilíndrico simples, secretam muco e apresenta microvilosidades na superfície de
suas células. Essas células apoiam-se sobre a lâmina própria formada de tecido conjuntivo frouxo.
Esse conjunto de tecidos forma o que chamamos de túnica Mucosa. Estão presentes ainda nessa
camada, próximo ao ducto cístico, glândulas tubuloacinosas, responsáveis pela secreção da maior
parte do muco presente na bile. Encontra-se, ainda mais perificamente, a túnica muscular
composta de músculo liso plexiforme entremeado com tecido conjuntivo perimuscular;
externamente, encontra-se a túnica Serosa/Adventícia (Junqueira & Carneiro, 2011).
Ilustração da anatomia do fígado humano, ilustrando a estrutura de um lóbulo hepático irrigado pela veia porta (azul),
artéria hepática (vermelho), ducto hepático e canalículos (verde) (superior esquerda) e o a estrutura geral do fígado
(superior direita). Imagem histológica dos lóbulos hepáticos e área portal (esquerda inferior) e os hepatócitos (regiões
mais escuras) nos espaços sinusoidais (regiões claras) (inferior direita).
Diagrama ilustrando a localização do fígado associado aos demais órgão do sistema digestório (esquerda) e diagrama
ilustrando a veia porta e artéria hepática (direita).
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7. Conclusão
O sistema digestório é dividido em várias porções: na porção inicial do canal alimentar se encontra
a boca, onde são realizadas a divisão mecânica dos alimentos (mastigação) e a mistura com o
líquido secretado pelas glândulas salivares. Em seguida, encontram-se a faringe, responsável pela
deglutição, e o esôfago, responsável pelo transporte dos alimentos para o estômago, onde ocorre o
primeiro estágio do processo de digestão. Após o estômago, encontra-se o intestino delgado,
formado por três partes: duodeno, jejuno e íleo. No intestino delgado, completa-se o processo da
digestão e os produtos resultantes são absorvidos pelos vasos sanguíneos, os quais serão
endereçados ao fígado, via veia porta, onde serão metabolizados e depois distribuídos ao corpo
todo, após ter passado pela veia hepática até o coração. Associado ao intestino delgado, encontram-
se o pâncreas - que libera enzimas digestivas para dentro da sua cavidade, as quais atuam no
processo de digestão -, e a vesícula biliar, que libera bile na porção do duodeno. Na sequência, o
intestino delgado desemboca no intestino grosso, constituído pelo ceco, cólons e reto, lugar onde
ocorre a absorção de água, formação do bolo fecal e, consequentemente, as fezes. No término do
canal alimentar, identifica-se a abertura terminal, o ânus.
8. Referências
JUNQUEIRA, L.C.U.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. Texto/Atlas, Guanabara Koogan, 11ª
edição, 2011.
MOORE, K.L.; PERSUAD, T.V.N.; TORCHIA, M.G. Embriologia Clínica. Elsevier, 10 edição,
2016.
ROSS, M.H.; PAWLINA, W. HistologiaTexto e Atlas. Em correlação com biologia celular e
Molecular. Guanabara Koogan, 6ª edição, 2012.
YouTube. (2012, fev, 29). Embriologia – Desenvolvimento do trato gastrointestinal.
7min54seg. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=d47e5vHH3jE>. Acesso em: 13
set. 2018.
YouTube. (2017, mai, 24). Histologia do sistema digestório - Lingua 7min5seg. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=v1_4l452VbA>. Acesso em: 13 set. 2018.
YouTube. (2017, juh, 10). Histologia do sistema esôfago. 13min01seg. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=oObxrhLjRjg>. Acesso em: 13 set. 2018.
YouTube. (2017, juh, 10). Histologia do sistema estômago.11min49seg. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=IoK-sxjgPYc>. Acesso em: 13 set. 2018.
YouTube. (2017, juh, 11). Histologia do intestino delgado. 24min26seg. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=1Z4el2b5E6k>. Acesso em: 13 set. 2018.
a
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YouTube. (2017, juh, 11). Histologia do intestino grosso. 15min12seg. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=bgx2XJVo5u4>. Acesso em: 13 set. 2018.
YouTube. (2017, juh, 11). Histologia do sistema digestório - Pâncreas. 9min51seg. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=vVz2WAnvp2k>. Acesso em: 13 set. 2018.
YouTube. (2018, mar, 21). O que é a cirrose hepática. 3min27seg. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=oo9HvO5CDwk>. Acesso em: 13 set. 2018.

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