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1 Mari Tatsch- Histologia Veterinária Sistema Digestório Ingestão- mastigação- digestão- absorção- eliminação de resíduos. O sistema divide-se em: ▪ Cavidade oral ▪ Esôfago ▪ Estômago ▪ Intestino ▪ Glândulas associadas (salivares, pâncreas, fígado). Ceco: fermentadores pós gástricos- nos equinos é muito mais desenvolvido do que nos outros animais. É um tudo composto por uma luz de diâmetro variável, formado por 4 paredes: mucosa, submucosa, muscular e adventícia/serosa (mais perto do estômago). Cavidade oral Gengiva e Palato duro: encontra-se epitélio estratificado pavimentoso queratinizado e lâmina própria (LP) com várias papilas e repousa sobre o periósteo. Palato mole, bochechas e assoalho da boca: encontra-se epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, lâmina própria com papilas similares àquelas encontradas na derme e submucosa com glândulas salivares distribuídas de forma difusa. Lábios: ocorre uma transição do epitélio oral não queratinizado para o epitélio queratinizado (pele). No palato mole encontra-se no seu centro MEE e 2 Mari Tatsch- Histologia Veterinária glândulas mucosas, e nódulos linfoides na submucosa. Língua: massa de MEE revestida por uma camada de mucosa aderida à musculatura, pois o tecido conjuntivo da lâmina própria penetra entre os feixes musculares. A superfície ventral (inferior) é lisa e a dorsal é mais irregular, pois é recoberta de PAPILAS (pequenas eminências). PAPILAS DA LÍNGUA Vária de espécie para espécie, o tamanho, quantidade e formas das papilas. A dieta do animal é a maior influência. ▪ Papilas mecânicas: lambida e proteção. Superfície áspera, pois, apresenta grande distribuição na face dorsal- bovinos e felinos. ▪ Papilas gustativas. As papilas fazem o reconhecimento do sabor, discriminação (alimento natural) e distinção entre os alimentos adequados ou não para seu organismo. Posteriormente, a língua apresenta saliências compostas por dois tipos de agregados linfoides, pequenos grupos de nódulos e tonsilas linguais- os nódulos se agregam ao redor de invaginações da camada mucosa (as criptas). PAPILAS FILIFORMES São de formato cônico e alongado, mais numerosas e estão presentes em toda a superfícies dorsal da língua. Sua função é mecânica de fricção entre o alimento e a língua, não possui botões gustativos e o epitélio é queratinizado. PAPILAS FUNGIFORMES Tem a forma de cogumelo (base mais estreita), apresentam poucos botões gustativos na superfície superior e estão irregularmente distribuídas entre as papilas filiformes. Imagem 1. PAPILAS FOLIADAS Apresentam duas ou mais rugas paralelas separadas por sulcos na superfície dorsolateral, contém muitos botões gustativos. Abundantes em macacos e coelhos. PAPILAS CIRCUNVALADAS Estão na região do V lingual, muitas glândulas serosas (glândulas de von Eber) secretam conteúdo dentro das depressões que circundam cada papila. Apresenta vários botões gustativos nas laterais e secretam lipase (enzima que serve para a digestão de gorduras). 3 Mari Tatsch- Histologia Veterinária BOTÕES GUSTATIVOS Estruturas em forma de cebola que repousa sobre a lâmina basal e na região apical as células possuem microvilosidades que se projetam para o poro gustativo. ▪ Células basais: serve para regenerar; ▪ Suporte: dar suporte; ▪ Gustativas: dar o paladar. Faringe É a região de transição entre a cavidade oral e os sistemas digestório e respiratório (área de comunicação entre a região nasal e a laringe). Seu epitélio é estratificado pavimentoso não queratinizado na região contínua com o esôfago e por epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes próximas à cavidade nasal. A região mucosa contém glândulas de secreção mucosa na lâmina própria. E os músculos constritores e longitudinais estão mais externamente. Dentes e estruturas associadas Varia de espécie para espécie, o número e o tipo de dente, a dieta influencia muito. ▪ Incisivos; ▪ Caninos; ▪ Pré-molares; ▪ Molares. DENTINA É um tecido mineralizado mais duro que o osso, formado por colágeno I, fosfoproteínas e fosfolipídios, GAGs e sais de cálcio hidroxiapatita. Sua matriz orgânica é produzida por odontoblastos (célula alongada que deposita matriz apenas na superfície dentária) localizados na periferia da polpa junto a dentina. A matriz não mineralizada no início, é chamada de pré-dentina. ESMALTE Componente mais duro do corpo (96% mineral, 3% água e 1% matriz orgânica). O mineral é principalmente cristais de hidroxiapatita, mas também se encontra outros íons como o estrôncio, chumbo, magnésio e fluoreto que estão presentes durante o desenvolvimento do esmalte (podem ser absorvidos pelos cristais). A susceptibilidade dos cristais do esmalte à dissolução em pH ácido é a base da cárie dental. É produzido pelos ameoblastos (maioria das outras estruturas origina-se do mesoderma ou células da crista neural), mas é produzido somente durante o desenvolvimento do dente. A matriz orgânica é composta por duas classes heterogêneas de proteínas- amelogeninas e enamelinas. POLPA DENTAL Tecido conjuntivo com odentoblastos, fibroblastos e uma matriz com fibrilas finas de colágeno e GAGs. É um tecido com muito vasos sanguíneos e nervos que penetram no dente pelo forame apical e formam ramificações, porém algumas fibras nervosas perdem suas bainhas de mielina e não se estendem tanto. *as fibras pulpares são sensíveis à dor, única parte sensitiva no dente. 4 Mari Tatsch- Histologia Veterinária PERIODONTO Mantém os dentes fixos nos ossos maxilar e mandibular. Cemento: recobre a dentina, similar ao tecido ósseo, porém não apresenta vasos e sistemas Haversianos. Presença de cementócitos em lacuna (não se comunicam entre si e sua nutrição vem do ligamento periodontal). O cemento é lábil e reage às forças, com reabsorção do tecido antigo e produção de tecido novo- como o tecido ósseo. Ocorre produção contínua de cemento, isso compensa os desgastes nos dentes e faz com o que as raízes dos dentes e seus alvéolos mantêm-se próximos. Ligamento periodontal: é um tipo de tecido conjuntivo especial, com fibras em feixes grossos (fibras de Sharpey) que penetram no cemento e nas paredes ósseas dos alvéolos, permitindo movimentos limitados do dente. Osso alveolar: é o osso imaturo (primário), osso mais próximo à raiz dos dentes. Os vasos sanguíneos atravessam o osso alvéolos e penetram no ligamento periodontal ao longo da raiz, formando vasos perfurantes. Já alguns vasos e nervos estendem-se ao forame apical da raiz com o intuito de penetrar na polpa. Gengiva: é uma membrana mucosa aderida ao periósteo dos ossos maxilar e mandibular. Seu epitélio é estratificado pavimentoso e a lâmina própria com numerosas papilas conjuntivas. O epitélio juncional (parte do epitélio) está unido ao esmalte do dente por meio de uma cutícula similar a uma lâmina basal espessa. Esôfago É um tubo muscular que tem como função levar o alimento da boa para o estômago. É formado por 4 camadas: mucosa, submucosa, camada muscular e serosa/adventícia. Estômago Responsável pela digestão parcial dos alimentos e secreção de enzimas e hormônios. Transformas o bolo alimentar em uma massa por meio de atividade muscular e química. Digestão química: ▪ Continuação da digestão dos carboidratos iniciada na boca; ▪ Adição de HCl ao alimento ingerido; ▪ Digestão parcial das proteínas (pepsina); ▪ Digestão parcial dos triglicerídeos (lipase gástrica e lingual). 5 Mari Tatsch- Histologia Veterinária Monogástricos: digestão ocorre normalmente. Poligástricos: o ruminante ingere o alimento que vai até o rúmen (microrganismos fazem a fermentaçãopara a digestão da celulose), depois passa para o retículo e faz com o alimento seja regurgitado e volte para boca, onde é novamente mastigado, depois é deglutido e passa para o omaso, ocorre a absorção de água, por fim segue para o estômago verdadeiro que é o abomaso. O estômago dos ruminantes apresenta 3 regiões que se originam da região esofágica e compões o proventrículo: rúmen, retículo e omaso, e uma região como o estômago nos não-ruminantes chamada de abomaso. RÚMEN OU PANÇA Apresenta muitas papilas revestidas por epitélio estratificado pavimento queratinizado. Local aglandular, sem muscular da mucosa e apresenta lâmina própria- submucosa de tecido conjuntivo frouxo. Túnica muscular bem desenvolvida, isso faz com que tenha redução mecânica, eructação e regurgitação. O epitélio queratinizado abriga muitos microrganismos fermentadores e ocorre a absorção de ácidos graxos voláteis e íons. RETÍCULO OU BARRETE É uma mucosa com formado similar a favos de mel, onde encontra-se cristas reticulares e as células reticulares (espaços entre as cristas). Auxilia no processo de fermentação e regurgitação. OMASO Seu epitélio é queratinizado com a mucosa pouco desenvolvida. Tem a presença de papilas e lâminas onde a muscular da mucosa e a camada muscular são bem desenvolvidas- tritura mecânica. CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO Carnívoros: 0,5-6,0L Equino: 16-25L Suíno: 20L Bovino: 52-250L Ovino e caprino: 7-8L Histologicamente estômago distingue-se em 3 regiões: cárdia, fundo, corpo e piloro (antro). O fundo e o corpo têm a mesma estrutura microscópica. 6 Mari Tatsch- Histologia Veterinária MUCOSA Seu epitélio é colunar simples, sobre invaginações em direção à lâmina própria formando as fossetas gástricas (onde desemboca secreção das glândulas gástricas tubulares ramificadas). Secreção de muco alcalino. Lâmina própria é formada por tecido conjuntivo frouxo, células musculares lisas e tecido linfoide. Apresenta muscular da mucosa. CÁRDIA Uma banda circular estreita entre o esôfago e o estômago. A mucosa apresenta glândulas tubulares simples ou ramificadas (glândulas da cárdia). As porções terminais das glândulas são enoveladas e muitas células produzem muco e lisozima e poucas células parietais. FUNDO E CORPO A lâmina própria é preenchida por glândulas tubulares (glândulas fúndicas), na qual 3 a 7 abrem- se em cada fosseta. As glândulas possuem 3 regiões: istmo, colo e base. Distribuição dos tipos celulares não é uniforme. Istmo: células mucosas em diferenciação (substituirão as células da fosseta e as superficiais), células-tronco e células parietais. Colo: células-tronco, células mucosas do colo, células parietais e células enteroendócrinas. Base: células parietais, células principais (zimogênicas) e células enteroendócrinas. PILORO São fossetas gástricas profundas onde as glândulas pilóricas (tubulosas simples ou ramificadas) se abrem. A região pilórica apresenta fossetas mais longas e glândulas mais curtas ao comparado com a região cárdia. As glândulas secretam muco lisozima (substâncias que podem destruir a parede de algumas bactérias) e gastrina (vai estimular a produção de ácido clorídrico pelas células parietais). SUBMUCOSA Tecido conjuntivo denso com vasos sanguíneos, linfáticos, células linfoides e macrófagos. CAMADAS MUSCULARES As fibras musculares são orientadas em 3 direções principais: ▪ Camada externa: longitudinal; ▪ Camada média: circular; ▪ Camada interna: onblíqua. *na região pilórica a camada média é mais desenvolvida- esfíncter pilórico. SEROSA Membrana delgada que reveste o estômago. Intestino delgado A mucosa do intestino delgado tem uma grande importância no papel de absorção, por isso apresenta diversas estruturas para facilitar esse processo. Não apresentam as rugas como nas outras estruturas, mas sim pregas (dobras da mucosa e submucosa mais desenvolvidas no jejuno) e vilosidades (projeções, no duodeno em forma de folhas e mais perto do íleo em forma de dedo), que ainda são cobertas por microvilosidades. 7 Mari Tatsch- Histologia Veterinária Duodeno: vilosidades com aspecto de folha, na mucosa encontra-se invaginações que são as criptas de Lieberkuhn e na camada submucosa as glândulas duodenais vão secretar o muco alcalino. Jejuno: vilosidades com formas de dedos, mantêm as invaginações, porém em alguns animais não se encontra mais as glândulas duodenais nessa região da submucosa. Ilio: vilosidades pouco menores (pouca absorção), presença de agregados de nódulos linfoides chamados de placas de Peyer. O epitélio do vilos apresenta células absortivas com microvilosidades (enterócitos) e células caliciformes. Já o epitélio das criptas apresenta células absortivas, células caliciformes, células enteroendócrinas, células de Paneth e células- tronco. A presença de pregas, vilosidades e microvilosidades aumenta muito a superfície de revestimento intestinal, importante principalmente em um órgão que faz absorção intensa. Pregas aumentam 3x a superfície Vilosidades aumentam 10x a superfície Microvilosidades aumentam 20x a superfície LÂMINA PRÓPRIA Formada por tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e fibras musculares lisas. CAMADA MUSCULAR DA MUCOSA Formada por músculo liso. SUBMUCOSA Apresenta na parte inicial do duodeno grupo de glândulas tubulares enoveladas ramificadas que se abrem nas glândulas intestinais (glândulas duodenais ou de Brunner). Secretam muco alcalino que protege a mucosa duodenal contra efeitos da acidez do suco gástrico e neutraliza o pH do quimo, melhorando o pH para a ação das enzimas. Lâmina própria + submucosa: contêm agregados de nódulos linfoides: GALT (tecido linfoide associado ao intestino), são em maior quantidade no íleo, neste órgão conhecidos como placas de Peyer. CAMADAS MUSCULARES São bem desenvolvidas, apresentam túnica circular interna e túnica longitudinal externa. INERVAÇÃO No trato digestivo do esôfago ao ânus, está presente o sistema nervoso entérico (SNE). SNE: fibras nervosas, agregados de corpo de neurônios (células ganglionares) e células de sustentação (células gliais). Mais proeminente na túnica muscular externa e na submucosa. 8 Mari Tatsch- Histologia Veterinária Plexo Mioentérico (Auerbach) são neurônios que regulam a motilidade do tubo digestivo, fica entre as duas camadas de músculos. Plexo Submucoso (Meisser): é menor, regula as secreções glandulares e o fluxo sanguíneo local. Também altera o transporte de água e eletrólitos. Pelo menos 30 neurotransmissores e 3 tipos funcionais de neurônios intrínsecos ocorrem no SNE (atuam de forma independente, mas são regulados pelo SNA, que une o SNE ao SNC): ▪ Neurônios motores: modulam atividade do músculo liso, células enteroendócrinas e células epiteliais glandulares; ▪ Neurônios sensoriais: transmitem impulsos ativos por estímulos mecânicos ou químicos da mucosa; ▪ Interneurônios: células que repassam e integram as informações entre outros neurônios. 1-No intestino delgado, as células que secretam lisozima e defensina (enzimas que podem permeabilizar e destruir a parede bacteriana) são: as células de Paneth. Intestino grosso É constituído pelo ceco, cólon, reto e ânus. O intestino grosso tem como funções, absorção de água, fermentação, formação de massa fecal e muco. CAMADA DA MUCOSA Não apresenta pregas (só no reto) e nem vilosidades. As criptas intestinais são longas e com grande abundância de células caliciformes e absortivas (são colunares e com microvilosidades) e um pequeno número de células enteroendócrinas. Na região anal forma-se uma séria de dobras longitudinais (colunas retais deMorgagni). Acima da abertura anal a mucosa do intestino é substituía por epitélio estratificado pavimentoso. LÂMINA PRÓPRIA É rica em células linfoides e GALT- relacionada as bactérias. CAMADA MUSCULAR Apresenta a região circular e a longitudinal. Fibras da camada longitudinal externa se unem para formar 3 bandas longitudinais espessas (tênias do cólon). Glândulas anexas Glândulas salivares ▪ Maiores: parótida, mandibular e sublingual; ▪ Menores: labial, lingual, bucal, molar (gatos) e zigomática (carnívoros). 9 Mari Tatsch- Histologia Veterinária A função da saliva é umedecer o alimento, lubrifica a superfície dos órgãos digestivos (melhora o fluxo do alimento até o estômago), dissolve componentes hidrossolúveis do alimento (facilita o acesso às papilas gustativas). Nos animais domésticos seu papel é secundário na digestão dos alimentos antes que chegue no estômago, já os ruminantes têm grande volume de saliva, fonte importante de líquidos no rúmen. PARÓTIDA É uma glândula acinosa composta, nos mamíferos domésticos sua secreção normalmente é serosa, mas em cães e gatos pode ocorrer unidades secretoras de muco isoladas. As células secretoras contêm grânulos secretórios (grânulos zimógenos) que contém precursores de enzimas digestivas. Também tem a presença de células mioepiteliais (capacidade de contração) entre as células secretórias e membrana basal. Lúmen do ácino se abre no ducto intercalado (epitélio simples cúbico) - ducto estriado (epitélio colunar simples) - ducto interlobulares (epitélio colunar simples que se transforma em epitélio colunar estratificado) - ducto parótídeo (epitélio se transforma de estratificado colunar para estratificado pavimentoso no local onde o ducto parotídeo se abre na cavidade oral). MANDIBULAR É uma glândula tubuloacinosa composta, secretam secreção seromucosa, contém túbulos que produzem secreção mucosa e meias-luas (nos ácinos) que produzem secreção serosa. As células serosas são responsáveis por produzir uma pequena quantidade de amilase e secretam lisozima (substância bactericida). Presença de células miopiteliais em torno das unidades secretoras. *em cães e gatos é produzido mais secreção mucosa do que serosa. 10 Mari Tatsch- Histologia Veterinária SUBLINGUAL É uma glândula tubuloacinosa composta, secretam uma secreção seromucosa. O número de ácinos mucosos e de meias-luas variam de espécie para espécie: ▪ Bovinos, ovinos e suínos: praticamente mucosas, número pequeno de meias-luas serosas; ▪ Cães e gatos: além do arranjo típico de ácinos mucosos e meias-luas serosas, apresentam ácinos serosos. GÂNDULAS SALIVARES MENORES São glândulas serosas ou seromucosas. Podem ser de diferentes formas, acinosas, tubulosas e tubuloacinosas. Tem mais frequência de túbulos e ácinos mucosos associados com meias-luas serosas. São denominadas de acordo com sua localização: linguais, gustativas, labiais, bucais e faríngeas. Em espécies domésticas, as glândulas salivar zigomática está presente apenas em carnívoros (tubuloacinosas ramificadas, predominantemente secretora de muco). A glândula salivar molar de gatos histologicamente é semelhante á glândula salivar zigomática. Pâncreas É uma glândula mista (anfícrina), tem uma porção endócrina e uma porção exócrina. Porção exócrina: acisona composta, produz o suco pancreático, rico em enzimas digestivas e bicarbonato (neutraliza a acidez do material que passa do estômago para o intestino) que serão liberadas no duodeno. Porção endócrina: são as ilhotas pancreáticas, cordonal (formam cordões ao redor dos vasos sanguíneos), secretam os hormônios insulina e glucacon (ótimo para o metabolismo de proteínas, carboidratos, entre outras substâncias). Parênquima está separado por lóbulos distintos por um estroma de tecido conjuntivo. Tem a estrutura semelhante a parótida, porém não apresenta ductos estriados. As enzimas pancreáticas são armazenadas na forma inativa (pré-enzima), e só são ativadas pela enzima enteropeptidase do duodeno. O intestino delgado (no duodeno) libera hormônios- quando muito ácido- para regular a secreção pancreática, a secretina (chega até o pâncreas e faz o induzir a secreção de bicarbonato) e colecistocinina (vai até o pâncreas pelo sangue e o induzir a produzir mais enzimas digestivas. Outra função é estimular a liberação da bile pela vesícula biliar. 11 Mari Tatsch- Histologia Veterinária Fígado Maior glândula que existe no corpo. É situado na cavidade abdominal, abaixo do diafragma. Tem funções extremamente importantes como, é o órgão no qual os nutrientes absorvidos no trato digestivo são processados e armazenados para serem utilizados em outros órgãos. Grande parte do sangue chega ao fígado pela veia porta (70-80%), uma porção menor chega pela artéria hepática. Tem a posição ideal para captar, transformar e acumular metabólitos e para a neutralização e eliminação de substâncias tóxicas. ▪ Eliminação ocorre pela bile- secreção exócrina; ▪ Produção de proteínas plasmáticas produzidas pelos hepatócitos (células do fígado), fatores de crescimento, proteínas carregadoras etc. -secreção endócrina. O pâncreas é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo (cápsula de Glisson) que se torna mais espessa no hilo, onde entram a veia porta e a artéria hepática e por onde saem os ductos hepáticos (transportam a bile) e os linfáticos (transportam a linfa). O tecido conjuntivo da cápsula se estende até os lobos hepáticos que se penetram e formam os lóbulos hepáticos, estruturas menores, é uma delicada rede de fibras reticulares que circunda as células e os sinusóides. Este tecido é bem desenvolvido no porco, por isso o fígado do suíno é mais endurecido que o do bovino. Parênquima hepático organização LÓBULO HEPÁTICO CLÁSSICO São parâmetros estruturais, cordões de hepatócitos entremeadas por capilares sinusóides- fluxo de sangue (em alguns animais os limites dos lóbulos não são bem demarcados). No espaço portal existe a tríade portal (ramificação da veia porta, artéria hepática e ductos biliares), o sangue chega ao centro pela ramificação da veia porta e ramificação da artéria hepática, passando pelos capilares sinusóides (mistura de sangue venoso com sangue arterial) entregando oxigênio, nutrientes e recebendo a secreção endócrina do fígado. A veia centro lobular (para onde confluem os capilares sinusóides) leva o sangue até a veia cava inferior, logo, para todo corpo. Já no sentido inverso, no interior do lóbulo, os canalículos biliares se juntam para formar o ducto biliar no espaço porta. Os hepatócitos são células polarizadas queapresentam o polo apical voltado para o canalículo biliar, local de secreção de bile e seus domínios basolaterais voltados para o sinusóide. Os macrófagos do fígado são responsáveis pela digestão de hemácias velha, produção de fatores que estimulam o sistema imunológico, destruição de bactéria no fígado etc. Células de Ito tem como função armazenar lipídeos, produzir colágenos, glicosaminoglicanos, proteínas, fatores de crescimento etc. LÓBULO PORTAL Considera o fluxo de bile. É o contrário do fluxo de sangue, vai do centro para a periferia. Seu centro é um ducto biliar e suas extremidades são 3 veias centrolobular de 3 lóbulos clássicos vizinhos. 12 Mari Tatsch- Histologia Veterinária ÁCINO HEPÁTICO Baseia-se no suprimento sanguíneo dos hepatócitos, a quantidade de sangue com nutrientes e oxigênio que nutre essas células. Os hepatócitos que recebem mais nutrientes e oxigênios são da zona um (mais a frente). Questões 1- O fígado é uma interface entre o sistema digestivo e o sangue, os nutrientes no intestino delgadochegam ao fígado pela artéria hepática: Falso 2- As células de Kupffer e as células de Ito são importantes no metabolismo do fígado, porque fazem fagocitose e armazenam lipídios, respectivamente: Verdadeiro 3- As células serosas do pâncreas produzem diversas pré-enzimas que serão ativadas no lúmen intestinal: Verdadeiro 4- No pâncreas, a secreção rica em água e íons (células dos ductos) e secreção das pré-enzimas (células serosas) são reguladas diferentemente: Verdadeiro
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