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Resumo Unidade 03

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Resumo – Unidade 03
Sistemas estruturais: definições de estrutura em edificações
A definição de sistemas estruturais designa um conjunto estável, formado por elementos (fundação, pilares, vigas, lajes etc.), planejados, projetados e executados para atuar de forma global, transmitindo ou suportando cargas, transferindo ao solo todo esse processo, mas sem exceder os esforços permissíveis dos elementos. Desde os primórdios da civilização, há inúmeros relatos de tentativas de atendimento das necessidades de um abrigo contra as intempéries, até que se chegasse às grandes obras da engenharia e arquitetura, com grandes vãos, alturas e obras mais complexas.
Elementos estruturais, como vigas, pilares e lajes, devem ser pensados não apenas como elementos portantes (que suportam o edifício), mas também capazes de formar peças decorativas, transmitindo beleza, sutilidade e colaborando com as ideias arquitetônicas. Assim, o sistema estrutural é definido como a forma que se organizam os materiais estruturais, vencendo vãos e suportando ações, logo, cada elemento estrutural possui determinada função no conjunto. Como citado, os sistemas são um conjunto de várias partes, inter-relacionadas ou interdependentes, que formam estruturas simples ou complexas e unificadas.
O sistema estrutural de uma edificação deve formar um conjunto estável, projetado e construído para sustentar e transmitir as cargas impostas até o solo de forma segura, sem ultrapassar os esforços admissíveis dos elementos, que possuem características únicas e individuais. Entretanto, antes que os componentes e elementos estruturais sejam isolados para estudo, resolução e dimensionamento, é de extrema importância que o responsável técnico projetista entenda o sistema estrutural como um todo, acomodando e sustentando formas e espaços.
As edificações são uma concretização de inúmeros sistemas e subsistemas integrados entre si, além da forma dimensional e da organização espacial da estrutura, que forma o prédio como um todo, isto é, um sistema estrutural. A despeito do tamanho da referida escala da edificação, seu sistema estrutural contém sistemas físicos que compõem e determinam a estrutura e a vedação que, por sua vez, definem e organizam suas formas e espaços. Esses elementos se dividem em subestrutura e superestrutura.
A subestrutura é a divisão inferior de uma edificação e tem como função sustentar a superestrutura e transmitir suas cargas para o solo com segurança, posto que as fundações são construídas abaixo da superfície do solo. Funcionando como um vínculo para a distribuição e a resolução das cargas da edificação, o sistema de fundações é projetado para suportar a superestrutura, ou seja, as fundações devem ancorar a superestrutura contra oscilações provocadas pelo vento, tombamento, pressões ascendentes, suportando movimentos súbitos do solo, como em caso de terremoto, e resistindo à pressão imposta pela água do lençol freático.
Já a superestrutura, ou comprimento vertical da edificação acima das fundações, é formada pelas vedações externas e pela estrutura interna, que definem e caracterizam o formato da edificação e o layout. Para reduzir os ruídos e proporcionar segurança e privacidade para os usuários, existem os elementos de paredes externas e a cobertura, que também protegem os espaços internos contra o clima e controlam a umidade. Os acessos ocorrem através das portas e as aberturas em janelas fornecem o acesso de ar e luz. Além disso, a vedação externa, também denominada de “pele”, fornece proteção e abrigo para os espaços internos da edificação.
O sistema estrutural é primordial para sustentar a obra e todos os seus componentes, como pisos internos, paredes externas e internas, além de transferir as cargas impostas para a subestrutura graças aos pilares, vigas e paredes portantes, que sustentam essas estruturas. As estruturas de piso são bases planas e niveladas do espaço interno que sustentam os usos internos da edificação e o mobiliário. As paredes estruturais internas subdividem o interior da obra em unidades, denominadas de cômodos, e os elementos que resistem aos esforços laterais são lançados para fornecer estabilidade lateral. No processo de construção, a superestrutura se eleva a partir da subestrutura.
Ao longo da história, os abrigos rudimentares foram substituídos pelo desenvolvimento de construções modernas e esbeltas presentes nos dias de hoje, projetadas e construídas com os mais diversos materiais: concreto, aço, steel frame, madeira e vidro, entre outras. Ainda que as formas e os materiais dos sistemas estruturais evoluam ao longo dos anos, conforme os avanços tecnológicos no mundo da construção e os conhecimentos adquiridos nos inúmeros colapsos estruturais, eles são fundamentais para a existência de todas as edificações, portanto, esse é o sistema estrutural de qualquer edificação.
Estruturas Arquitetônicas
A retrospectiva histórica apresentada fornece uma visão da evolução dos sistemas estruturais e de sua importância para o projeto de arquitetura. A arquitetura engloba requisitos como a estética, resultante da união do espaço, da forma e da estrutura. Ao fornecer a sustentação global para outros sistemas de uma edificação e para atividades de uso, um sistema estrutural viabiliza o formato de uma edificação e de seus espaços. Sendo assim, ao se referir às estruturas arquitetônicas, você também se refere aos elementos que os unem.
O projeto de estruturas se caracteriza pelo processo de distribuir, conectar e dimensionar os elementos que formam o sistema estrutural de forma proporcional, possibilitando a transferência com segurança das cargas por meio de esforços permissíveis individual e coletivamente. O projeto de estrutura precisa operar em um ambiente de incertezas, pois é a partir dele que o sistema busca soluções e atende demandas das cargas, embora ele aborde também o projeto arquitetônico, de urbanismo e das principais questões do programa de necessidades da obra.
Planejar é algo caracterizado pelo ato de selecionar o esquema estrutural mais conveniente e definir seu arranjo geral, estimando dimensões baseadas em critérios de segurança, economia, funcionalidade, praticidade e estética. Assim, projetar é a determinação dos esforços solicitantes, em virtude da definição precisa das dimensões e da idealização de seus vínculos e interconexões. O terreno e o contexto podem sugerir um determinado tipo e escolha estrutural. Assim que o tipo de sistema estrutural, sua configuração ou padrão e a palheta de materiais estruturais são projetados, o processo de projeto passa para o dimensionamento e a definição dos vínculos e dos elementos individuais, além dos detalhes das conexões. Para entender o impacto dos sistemas estruturais no projeto de arquitetura, é importante ter ciência de como eles se relacionam com os seguintes conceitos de edificação:
· A composição da forma;
· A definição da escala, dos volumes e dos espaços;
· As características das configurações, formas, espaços, luz, cor, textura e padrões;
· A organização das atividades humanas;
· O zoneamento dos espaços de acordo com a atividade de uso;
· A acessibilidade, com circulações de rotas horizontais e/ou verticais dentro da edificação.
Para fazer escolhas adequadas no desenvolvimento de um sistema estrutural, é necessário entender os atributos que os vários sistemas da estrutura impõem. As estruturas denominadas de massa ativa redirecionam as forças externas através do volume e da continuidade do material, como nos elementos de vigas e pilares. As estruturas de vetor ativo redirecionam as forças externas através da composição dos elementos de tração e compressão, como uma treliça.
As dimensões dos elementos estruturais, como o caso das paredes e lajes, geram de imediato evidências visuais de suas funções dentro do sistema estrutural, bem como do seu material constituinte. Uma parede de alvenaria é resistente à compressão, porém, fraca em termos de esforços à flexão. Por outro lado, ela é mais espessa do que uma parede de concreto armado exercendo a mesma função no mesmolocal. Outro exemplo é o pilar de aço, que é mais resistente em relação a um pilar de madeira suportando a mesma carga. Com a finalidade de proporcionar estabilidade, as estruturas dependem menos do peso e da rigidez dos materiais, e mais de sua geometria.
Compatibilização entre Sistema Estrutural e Arquitetônico
A seguir, é possível compreender como compatibilizar um projeto arquitetônico com um projeto estrutural.
Lançamento dos elementos estruturais
No momento do lançamento dos elementos estruturais, o projeto arquitetônico deve ser conhecido e discutido:
· As lajes apoiam sobre as vigas? Quantas vigas?;
· Qual o comprimento e a altura das vigas? Quantas são as vigas?;
· Qual a posição dos pilares, as dimensões de suas seções transversais e sua quantidade?
Os primeiros elementos a serem lançados são os pilares, um dos lançamentos mais complexos e contínuos ao longo da edificação. Eles devem sempre ser imaginados ao longo das edificações, começando pelos cantos. Após o lançamento dos pilares em um sistema com lajes maciças ou formadas por vigotas pré-moldadas, deve-se seguir:
· Distância entre pilares residenciais: três a cinco metros;
· Distância entre pilares de escritório: quatro a sete metros;
· A laje deve ter vigas em seu contorno;
· Sob paredes, sempre que possível, colocar vigas;
· No cruzamento de vigas, se viável, colocar pilares;
· Colocar pilares nos cantos da edificação, se não houver necessidade de balanço.
A opção por esconder o pilar na alvenaria é vista como uma forma de valorizar a obra. Para tanto, é necessário conhecer a espessura da parede executada, ou seja, a espessura do pilar é igual à espessura da alvenaria, fazendo o desconto do revestimento, visto que o revestimento deve recobrir parede e pilar. Na planta de formas, sempre que possível, o pilar deve ser posicionado em sua maior dimensão no vão maior, o que se deve ao melhor travamento com pilares e vigas nas duas direções.
O lançamento das vigas ocorre depois de definida a posição dos pilares:
· Uma viga que apoia em três ou mais pilares é chamada de viga contínua;
· Uma viga é designada em balanço quando uma de suas extremidades não possui um apoio, como uma sacada.
Observação: uma viga não precisa possuir a mesma largura de, pelo menos, uma dimensão do pilar, algo que não costuma acontecer, mas que facilita, em teoria, o lançamento e o cálculo.
As vigas devem ser lançadas em cada pavimento, ao contrário dos pilares, que são contínuos ao longo de toda a altura da edificação:
· Atenção se a largura da viga coincidir com a largura da parede;
· O padrão adotado considera: altura da viga > largura da viga.
As lajes são posicionadas após o lançamento de todas as vigas:
· As lajes descarregam suas cargas sobre as vigas, pelo menos em um modelo estrutural típico;
· As lajes não necessariamente se apoiam sobre o limite de quatro vigas, como no caso das sacadas;
· As lajes devem ser lançadas em cada pavimento.
Anteprojeto e pré-dimensionamento das estruturas
Antes de passar para a discussão do projeto da estrutural, é útil estabelecer uma distinção entre o projeto estrutural e a análise estrutural. A análise estrutural determina a capacidade de uma estrutura, ou de qualquer dos elementos que a constituem, de transmitir as cargas com segurança, sem gerar deformações ou sobrecargas, considerando formato, arranjo, vínculos, apoios e dimensões dos elementos. Em suma, a análise estrutural acontece com uma estrutura especifica submetida a certas condições de carregamento. Já a definição de projeto estrutural está ligada à natureza do projeto arquitetônico, pelo terreno, pelo contexto ou pela disponibilidade de determinados materiais. A concepção por trás do projeto de arquitetura gera um tipo específico de configuração ou padrão para posterior análise.
De modo similar a outras atividades no decorrer da formulação do projeto, a construção da estrutura opera em um ambiente de incertezas, pois ela é o pilar para um sistema estrutural que atenda a demanda das cargas, mas que também aborde todo o programa de necessidade do cliente, incluindo projeto arquitetônico, de fundações, elétrico, hidrossanitário e automação. Vale lembrar que o terreno e o contexto podem sugerir um determinado tipo estrutural e, assim que o tipo de sistema estrutural, sua configuração ou padrão e a palheta de materiais estruturais são projetados, o processo de projeto passa para o dimensionamento e para a definição dos vínculos e dos elementos individuais, além dos detalhes das conexões.
Pré-Dimensionamento
Quando se fala da realização do pré-dimensionamento, é crucial entender a necessidade de um grande número de informações como subsídio.
Já que ainda não se conhece a geometria dos elementos estruturais, definida somente em função dos esforços atuantes na estrutura que, por sua vez, não estão definidos por depender da delimitação da geometria da estrutura para análise da estabilidade global e deliberação do peso próprio dessas estruturas.
Desta maneira, são determinadas formas preliminares para os elementos, ou seja, são estimadas possíveis dimensões das seções transversais dos elementos estruturais, a fim de que seja realizada uma análise preparatória através do cálculo destes elementos. Após esta análise, são realizados ajustes finais no que tange à delimitação da geometria da estrutura, definindo o carregamento real e permitindo o dimensionamento das armaduras.
O processo de pré-dimensionamento é realizado de forma interativa sem partir de normas pressupostas. Há algumas literaturas especializadas que apresentam recomendações provenientes de estudos aprofundados no assunto ou experiência dos calculistas, todavia, apenas a NBR 6118, editada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em 2014, estabelece parâmetros mínimos a serem seguidos e respeitados.
No entanto, a maioria dos projetistas adota critérios pessoais e internos no que diz respeito às dimensões das peças, visando estabelecer um bom desempenho construtivo, há algumas delimitações, como o caso das lajes de um pavimento, que devem possuir no máximo duas espessuras diferentes, enquanto as vigas devem ter, no máximo, três dimensões diferentes por pavimento. Esses são exemplos de critérios que facilitam o trabalho nas obras. A seguir, são apontadas algumas recomendações para o pré-dimensionamento dos principais elementos estruturais, ou seja, dos pilares, das vigas e das lajes.
1 Pilares: os pilares são os elementos de cálculo mais complexos em função de muitas incertezas, sendo também considerados os elementos de funcionamento mais “crucial” para a estrutura. Para poder estimar uma seção transversal (de concreto e aço) para eles, devem ser conhecidas algumas informações, como altura, posição em planta, área de influência, número de pavimentos, fck do concreto e resistência ao escoamento do aço. No que diz respeito à área de influência, os pilares recebem cargas diferentes em função de sua posição em planta. Pilares centrais (ou intermediários) tendem a receber carga superior a pilares de extremidade e pilares de ponta, em função da área de influência da laje adjacente. No Diagrama 4, é visto um procedimento para determinar a área de carregamento que o pilar absorve.
Imagem 04: Área de Influência de pilares
· Conhecida a área de influência, a carga vertical atuante no pilar é obtida por meio da área multiplicada pela carga por metro quadrado na laje;
· De modo simplificado e aproximado, essa carga pode ser tomada como 10 kN/m² para edifícios residenciais ou 12 kN/m² para edificações comerciais;
· Para pilares intermediários, considera-se adotar seções mais “quadradas”.
Considerando que ação sobre os pilares é de compressão simples, com cargas majoradas com o coeficiente α, a seção dos pilares é encontrada com as equações:
Na equação, Ac é a área de concreto, N é a carga normal (kN) e fck é a resistência característica do concreto à compressão (kN/cm²). É importante levar em conta que a área mínima de concreto, por norma, é de 360 cm². Então, se Ac < 360 cm², se usa o valorpadrão de 360 cm². A largura mínima do pilar é de 14 cm e o “1,5” na equação para pilares de extremidade ou ponta leva em consideração os momentos superiores em relação aos pilares intermediários.
Observações:
· Cuidado para não adotar uma seção com valores muito “quebrados”;
· Por questões construtivas, é recomendado não variar as dimensões de todos os pilares, mantendo uma constância;
· Levar em consideração a espessura da parede acabada para adotar a seção do pilar;
· Para pilares, pode valer a pena adotar valores de fck mais elevados (em relação às vigas e lajes);
· Um pilar não pode ter seção transversal variável ao longo de sua altura.
A armadura montada em pilares consiste de armadura longitudinal e transversal (estribos). Os estribos podem ser montados respeitando um espaçamento de 12 vezes o diâmetro da armadura longitudinal e usando barras de 5 ou 6,3 mm de diâmetro. Para barras longitudinais com diâmetro aproximado igual ou maior a 20 mm, são utilizados estribos de Φt = 6,3 mm, enquanto que, para diâmetro da armadura longitudinal inferior a 20 mm, são aplicados estribos de 5 mm.
Em pilares, a função dos estribos é construtiva, logo, eles devem instalados de modo a permitir a fixação das barras longitudinais, evitando sua flambagem. Por outro lado, em pilares largos demais, pode ser necessário o emprego de ganchos transversais, que têm a mesma função dos estribos. Nas armaduras longitudinais, o procedimento é válido para seções transversais retangulares e armadura simétrica. Embora o método permita, devem ser evitados pilares com índices de esbeltez superior a 90 e jamais utilizados índices de esbeltez superiores a 140.
A armadura máxima não deve superar 8% da seção de concreto, sendo considerada inclusive na região de transpasse de armaduras. Assim, fora das regiões de transpasse, se trabalha com o limite de 4%. O ideal é projetar os pilares de forma a obter uma taxa de armadura longitudinal maior ou igual a 1%. Essa taxa de armadura é necessária para garantir uma adequada ductilidade ao pilar, evitando rupturas bruscas. O diâmetro mínimo das barras longitudinais (ϕ) é de 10 mm. O diâmetro máximo é igual a 1/8 da menor dimensão da seção transversal do pilar. A disposição das armaduras deve permitir a perfeita vibração da peça e espalhamento do concreto durante o lançamento. Já o espaçamento máximo entre barras não deve ser maior que duas vezes a menor dimensão da seção ou 40 cm.
2 Vigas: são elementos sujeitos à flexão e ao cisalhamento e tem como característica uma dimensão. O vão das vigas deve ser limitado em função da ruptura e da flecha. Vigas de concreto armado podem assumir diferentes seções:
· Retangular;
· T;
· T invertido;
· L;
· I.
Para realizar o lançamento da estrutura (posicionamento dos pilares, vigas e lajes), é necessário ter uma noção, mesmo que grosseira, da seção transversal desses elementos. De uma maneira simples, a altura da seção transversal da viga (h), pode ser definida através de seu vão teórico (L), utilizando a equação:
De acordo com a condição de apoio, a relação entre a altura de vigas de concreto é:
· Biapoiadas: h = L/8 a L/12;
· Contínuas: h = L/12 a L/16 h;
· Em balanço: h = L/5 a L/7 – para viga em balanço, é possível utilizar o dobro da altura em relação a vigas biapoiadas, biengastadas ou contínuas.
Muitas vezes, a largura das vigas está condicionada ao tipo de alvenaria de vedação escolhido, pois a largura da viga deve ser, de preferência, embutida na alvenaria, de forma a privilegiar a estética. Segundo a NBR 6118 (2014), as vigas não podem apresentar largura inferior a 12 cm e as vigas de parede, uma largura menor que 15 cm. Essa norma salienta que, em casos excepcionais, é adotado o mínimo absoluto de 10 cm de largura, desde que respeitados os espaçamentos e cobrimentos estabelecidos na norma.
Observações:
· As equações são aproximadas. Não há necessidade de rigidez nas aplicações. (Ex: se L = 3,35 m resulta em h = L/10 = 3,35 m/10 = 0,335 m = 33,5 cm pode-se aproximar ≈ 35 cm);
· Não utilizar seções com altura ou largura com valores muito quebrados para pré-dimensionamento, tais como 33,6 cm ou 40,7 cm;
· Não alterar altura e largura das vigas para todas as vigas no mesmo projeto;
· Uma vez que se trata apenas de um pré-dimensionamento, os elementos passam pelo calculista estrutural, que faz as verificações de viabilidade técnica.
Nas armaduras das vigas, é recomendado evitar barras de bitolas muito elevadas (maior ou igual a 20 mm) para armadura longitudinal. Entretanto, para estribos, é usual utilizar bitola 5 mm ou 6,3 mm. A soma das armaduras de tração e compressão não deve ter valor maior que 4% da área de concreto da seção. Quando se eleva muito a área de aço, ela pode ter ruptura frágil.
3 Lajes: para realizar o pré-dimensionamento das lajes, se toma como referência o vão teórico (L), menor distância entre eixos de apoio da laje.
Neste caso, Lx é o menor vão. Para estimar a altura (h) das lajes, são utilizadas as seguintes relações:
· Laje maciça armada em duas direções: L/50 ≤ h ≤ L/40;
· Laje maciça armada em uma direção: L/45 ≤ h ≤ L/30;
· Laje nervurada em concreto armado e protendido: L/30 ≤ h ≤ L/25;
· Laje lisa: L/40 ≤ h ≤ L/30;
· Laje cogumelo: L/45 ≤ h ≤ L/35.
Segundo a NBR 6118 (2014), estão prescritas espessuras mínimas a serem respeitadas para o pré-dimensionamento das lajes:
a) 7 cm para lajes de cobertura que não estejam em balanço;
b) 8 cm para lajes de piso que não estejam em balanço;
c) 10 cm para lajes em balanço;
d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total inferior ou igual a 30 kN;
e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
f) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, com o mínimo de L/42 para lajes de piso biapoiadas e L/50 para lajes de piso contínuas;
g) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes cogumelo, fora do capitel.
O pré-dimensionamento de uma estrutura consiste em uma estimativa inicial das dimensões das seções transversais dos elementos estruturais. Uma maneira de abordar este problema é usar fórmulas simplificadas originadas da resistência dos materiais e da teoria das estruturas.
Um conceito muito importante em sistemas de estruturas é a estabilidade global, referente ao comportamento da estrutura como um todo, ou seja, ao quão rígida ou flexível ela é em termos de deslocabilidade.
A estabilidade global está ligada ao comportamento da estrutura e deve ser verificada no dimensionamento, entretanto, ela é crítica em edifícios esbeltos. Na construção de edifícios altos, além das dificuldades executivas e logísticas e dos desafios do dimensionamento no estado limite último (ELU) (apesar de serem superiores que em edifícios mais robustos, existem em todos eles), há uma grande dificuldade, particular a esse tipo de edificação e ligada também ao estado limite de serviço, ou seja, em condições de uso corriqueiro. Assim, a dificuldade se relaciona ao conforto dos usuários, uma vez que a velocidade do vento aumenta à medida que se trabalha com cota mais elevada para a edificação.
A garantia da estabilidade global significa que a estrutura não apresenta deslocamentos horizontais excessivos, não comprometendo seu funcionamento ou causando desconforto aos usuários. A estabilidade global é garantida pela inércia dos elementos estruturais, com ênfase aos pilares. No que tange à alteração da deslocabilidade da estrutura:
· Quanto maior a altura da edificação, menos rígida ela é;
· Quanto maior a carga vertical, menos rígida ela é (mas não na mesma proporção da altura da edificação);
· Quanto maior a inércia dos elementos (principalmente pilares), mais rígida ela é;
· Quanto mais rígido o material (concreto armado), mais rígida ela é.
De maneira geral e sem alterar o uso, a rigidez global da estrutura pode ser aumentada (aumento da rigidez diminui a sua deslocabilidade), aplicando alguns passos:
· Aumentar a inércia dos pilares, vigas e lajes, majorando a seção transversal deles;
· Reorganizar a distribuição e posição dos pilares, colocando-os com suamaior dimensão paralela ao sentido de maior criticidade;
· Aumentar a rigidez na ligação com a fundação, alterando o tipo de fundação e a profundidade;
· Usar um núcleo central de rigidez;
· Atirar a estrutura.
Exemplos
Um exemplo prático de estabilidade global de uma estrutura pode ser analisado da seguinte forma: uma pessoa compra um apartamento, pagando R$ 13 milhões, porém, o edifício balança na primeira ventania. O apartamento fica localizado em um prédio com 177 metros de altura. Em nota, a empresa deixa explicito que, apesar do balanço, não existem motivos para alardes e preocupações, acrescentando que são episódios naturais, não há danos na edificação e que prédios altos são projetados para suportar ventos muito superiores ao máximo previsto para eles, apesar do balanço de lustres aumentar a sensação de movimento, embora fenômenos como esse aconteçam nas maiores e mais seguras edificações executadas pelo mundo.
As normas técnicas e os mais avançados estudos na engenharia preveem e indicam que as estruturas se movimentam, independente da altura, e o importante é assegurar a estabilidade, respeitando o bem-estar e o conforto dos indivíduos. Ademais, ensaios em túnel de vento e diversos testes de segurança asseguram as afirmativas da empresa. Com a obtenção desses dados, é executada uma análise dinâmica dos esforços efetuados pelo vento e intempéries climáticas, seguindo as normas técnicas vigentes.
A coordenação de serviços de engenharia do Conselho Regional de Engenharia (CREA) afirma que a situação é normal e explica que podem ser previstos possíveis deslocamento de até 8,5 centímetros na estrutura em prédios altos, a fim de dar elasticidade ao conjunto e prevenir o risco de ruptura. Na maioria das vezes, a oscilação é quase imperceptível, mas há fatores que aumentam a percepção do deslocamento, mesmo a olho nu. Edificações mais altas são capazes de resistir a ventos de 144 km/h e, em especial, nas cidades litorâneas, os prédios são feitos considerando um limite ainda maior, aproximadamente de 200 km/h, haja vista o vento vindo do Oceano Atlântico.

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