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Psicofarmacologia Unidade 2

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E-Book	-	Apostila
Esse	arquivo	é	uma	versão	estática.	Para	melhor	experiência,	acesse	esse	conteúdo	pela	mídia	interativa.
Unidade	2	-	Psicofarmacologia	no	transtorno
depressivo
E-Book	-	Apostila
E-Book	-	Apostila
2	-	45
Introdução	da	unidade
Os	tópicos	abordados	nesta	unidade	serão	sobre	psicofarmacologia	em	transtornos
depressivos,	 definidos	 como	 um	 transtorno	 mental	 caracterizado	 por	 depressão
persistente	 ou	 perda	 de	 interesse	 em	 atividades	 que	 comprometem
significativamente	 a	 vida	 diária;	 psicofarmacologia	 da	 ansiedade,	 que	 é	 um
transtorno	 de	 saúde	 mental	 caracterizado	 por	 sentimentos	 de	 preocupação,
ansiedade	ou	pavor	graves	o	suficiente	para	interferir	nas	atividades	diárias,	e	do
Transtorno	 Obsessivo-Compulsivo	 (TOC),	 caracterizado	 por	 pensamentos
irracionais	 e	 medos	 que	 levam	 à	 conduta	 compulsiva	 (compulsões);	 e
psicofarmacologia	 da	 esquizofrenia,	 caracterizada	 por	 pensamentos	 ou
experiências	que	 fazem	a	pessoa	 se	 comportar	diferentes	da	 realidade	ou	geram
um	 comportamento	 desorganizado	 e	 uma	 participação	 diminuída	 nas	 atividades
diárias,	dificuldades	de	concentração	e	memória	também	são	sintomas.
A	 importância	desses	 temas	no	campo	da	psicologia	 também	será	discutida,	com
referência	 aos	 sintomas,	 à	 caraterização,	 à	 fisiopatologia	 e	 às	 hipóteses	 das
possíveis	causas	dessas	doenças	mentais.
Psicofarmacologia	no	transtorno	depressivo
Neste	tópico,	serão	abordados	os	sintomas,	a	caracterização	e	a	 fisiopatologia	do
transtorno	 depressivo,	 doença	 que	 afeta	 o	 Sistema	 Nervoso	 Central	 (SNC)	 de
milhões	de	pessoas	em	todo	o	mundo	e	registra	um	grande	número	de	mortalidade
e	morbidade,	o	que	a	faz	ser	conhecida	como	a	doença	do	século	XXI.
Sintomas	de	depressão
O	termo	depressão	tem	sido	usado	para	descrever	um	estado	emocional	normal	ou
um	 grupo	 de	 transtornos	 específicos	 e	 substituiu	 os	 termos	 clássicos	distimia,
hipotímica	 e	melancolia.	 Essa	 condição	 particular	 e	 séria	 é	 reconhecida	 há	 2	mil
anos	 e	 embora	 as	 definições	 tenham	 variado,	 os	 sintomas	 se	 mantiveram	 (DE
NUCCI,	 2021).	 Os	 episódios	 depressivos	 são	 caracterizados	 por	 humor
deprimido/triste	 e/ou	 perda	 de	 interesse	 ou	 prazer	 (em	 atividades
corriqueiramente	prazerosas,	o	que	se	denominada	anedonia),	alteração	no	 ritmo
de	 sono/vigília,	 alteração	 no	 apetite	 ou	 peso,	 retardo	 ou	 agitação	 psicomotora,
baixa	 energia,	 baixa	 concentração,	 pensamentos	 de	 culpa,	 suicidas	 e	 de
inutilidade,	 preocupação,	 alentecimento	 e	 falta	 de	 concentração,	 insônia	 ou
aumento	 do	 sono,	 perda	 ou	 ganho	 significativo	 de	 peso	 devido	 à	 alteração	 dos
padrões	alimentares	e	de	atividade,	agitação	ou	atraso	psicomotor,	diminuição	da
libido	(SCHATZBERG;	DEBATTISTA,	2017).
E-Book	-	Apostila
3	-	45
FIGURA	1	-	Depressão
Fonte:	HOLGERSFOTOGRAFIE	/	PIXABAY.
Fatores	ambientais,	como	a	perda	de	um	parceiro,	eventos,	como	doença	ou	perda
de	parentes/amigos	próximos,	e	problemas	 financeiros	ou	desemprego	 têm	papel
relevante	 na	 etiologia	 do	 transtorno	 depressivo	maior;	 insucessos	 e	 conflitos	 nas
relações	 interpessoais	 fazem	 parte	 da	 experiência	 cotidiana	 e	 caracterizam	 um
estado	 emocional	 normal,	 não	 patológico.	 Condições	 adversas	 nas	 idades	 iniciais
(como	 traumas	 e	 abusos)	 podem	 contribuir	 significativamente	 para	 o
desenvolvimento	desses	transtornos.
Além	 dos	 fatores	 ambientais,	 há	 fatores	 genéticos	 associados	 a	 essas	 condições
(BRUNTON;	 CHABNER;	 KNOLLMANN,	 2012;	 GOLAN	et	 al.,	 2009).	 Sintomas	 que
ocorrem	na	maioria	dos	dias	por	um	período	de	pelo	menos	duas	semanas	e	não
são	 secundários	 a	 uma	 condição	 médica	 ou	 a	 outro	 transtorno	 psiquiátrico	 são
caracterizados	 como	 transtorno	 depressivo	 (DE	 NUCCI,	 2021).	 Os	 sintomas
depressivos	 também	 podem	 ser	 secundários	 a	 outras	 doenças,	 como	 Parkinson,
inflamatórias	 e	 hipotireoidismo,	 além	 de	 complicar	 o	 tratamento	 de	 outras
enfermidades	(traumatismo	grave,	câncer,	doença	arterial	coronariana	e	infarto	do
miocárdio,	 diabetes	mellitus	 e	 acidente	 vascular	 encefálico	 (GOLAN	et	 al.,	 2009;
BRUNTON;	CHABNER;	KNOLLMANN,	2012).
E-Book	-	Apostila
4	-	45
Caracterização	do	transtorno	depressivo
A	 depressão	 é	 classificada	 como	 depressão	 maior	 (depressão	 unipolar)	 ou
depressão	bipolar	(doença	maníaco-depressiva).	Os	transtornos	do	humor	maiores
são	 definidos	 pela	 presença	 de	 episódios	 depressivos	 e/ou	 maníacos.
Classicamente,	a	mania	e	a	depressão	são	“polos”	opostos,	o	que	leva	aos	termos
depressão	unipolar	(pacientes	que	só	apresentam	o	polo	para	baixo	ou	depressivo)
e	bipolar	(pacientes	que,	em	diferentes	momentos,	apresentam	o	polo	para	cima	—
maníacos	—	ou	o	polo	para	baixo	—	depressivos).	A	depressão	e	a	mania	podem
até	mesmo	ocorrer	simultaneamente,	um	estado	denominado	humor	misto.
REFLITA
"Depressão	 é	 uma	 coisa	 muito	 séria,	 contínua	 e
complexa.	Estar	triste	é	estar	atento	a	si	próprio,	é
estar	 desapontado	 com	 alguém,	 com	 vários	 ou
consigo	 mesmo,	 é	 estar	 um	 pouco	 cansado	 de
certas	 repetições,	 é	 descobrir-se	 frágil	 num	 dia
qualquer,	 sem	 razão	 aparente	 [...]"	 (MEDEIROS,
2008,	p.	16).
E-Book	-	Apostila
5	-	45
A	mania	 também	pode	ocorrer	em	graus	menores,	denominados	hipomania,	ou	o
paciente	pode	alternar	rapidamente	entre	mania	e	depressão,	estado	chamado	de
ciclagem	 rápida,	 como	 ilustrado	 na	 Figura	 1	 (AMERICAN	 PSYCHIATRIC
ASSOCIATION,	2014;	STAHL,	2017).	Assim,	o	humor	varia	da	hipomania	à	mania	na
parte	superior,	passando	pela	eutimia	(ou	humor	normal)	no	meio,	até	a	distimia	e
a	depressão	na	parte	inferior	(STAHL,	2017).
FIGURA	1	-	Episódios	de	humor	
Fonte:	STAHL,	2017,	p.	487.
O	 transtorno	 do	 humor	 mais	 comum	 e	 prontamente	 reconhecido	 é	 o	 transtorno
depressivo	 maior	 é	 o	 transtorno	 do	 humor	 mais	 comum.	 Caracteriza-se	 pela
ocorrência	de	pelo	menos	um	único	episódio	depressivo	maior,	embora	a	maioria
dos	pacientes	apresente	episódios	recorrentes.	A	distimia	é	um	tipo	de	depressão
menos	grave,	porém	de	longa	duração	(Figura	2B),	(mais	de	2	anos	de	duração)	e
frequentemente	sem	remissão.
E-Book	-	Apostila
6	-	45
FIGURA	1	-	A)	Depressão	maior.	B)	Distimia.
Fonte:	STAHL,	2017,	p.	487	e	488.
Os	 pacientes	 com	 episódio	 depressivo	 maior	 que	 apresentam	 recuperação
incompleta	entre	os	episódios,	que	alcançam	somente	o	nível	de	distimia,	seguida
de	 outro	 episódio	 de	 depressão	 maior	 são	 descritos	 como	 portadores	 de
“depressão	dupla”.	Eles	alternam	entre	a	depressão	maior	e	a	distimia,	porém	sem
alcançar	remissão,	trata-se,	também,	de	uma	forma	de	episódio	depressivo	maior
recorrente,	 com	 recuperação	 incompleta	 entre	 os	 episódios	 (STAHL,	 2017).	 Os
pacientes	 com	 transtorno	 bipolar	 I	 apresentam	 episódios	 maníacos	 totalmente
desenvolvidos	 ou	 episódios	 mistos	 de	 mania	 e	 depressão,	 frequentemente
seguidos	 de	 um	 episódio	 depressivo,	 embora	 isso	 não	 seja	 necessário	 para	 o
diagnóstico	de	transtorno	bipolar	I.
FIGURA	1	-	A)	Depressão	dupla.	B)	Transtorno	bipolar	I
Fonte:	STAHL,	2017,	p.	488-489.
E-Book	-	Apostila
7	-	45
Quando	 a	 mania	 sofre	 recidiva	 pelo	 menos	 quatro	 vezes	 por	 ano	 é	 denominada
mania	com	ciclagem	rápida	(Figura	4A);	é	uma	evolução	do	transtorno	bipolar	que
consiste	em	ciclagem	rápida,	o	que	significa	a	ocorrência	de,	pelo	menos,	quatro
episódios	 no	 período	 de	 um	 ano.	 Isso	 pode	 se	 manifestar	 por	 quatro	 episódios
maníacos	 distintos,	 conforme	 ilustrado.	 Muitos	 pacientes	 com	 essa	 forma	 de
transtorno	 do	 humor	 apresentam	 alternâncias	 com	 frequência	 acima	 de	 quatro
vezes	 por	 ano.	Os	 pacientes	 com	 transtorno	 bipolar	 I	 também	podem	apresentar
uma	 rápida	 passagem	 da	 mania	 para	 a	 depressão	 e,	 depois,	 de	 volta	 à	 mania,
denominada	 ciclagem	 rápida.	 Por	 definição,	 isso	 ocorre	 pelo	menos	 quatro	 vezes
ao	 ano,	 mas	 pode	 acontecer	 com	 muito	 mais	 frequência,também	 pode	 se
manifestar	 como	 mudanças	 rápidas	 entre	 episódios	 maníacos	 e	 depressivos
(AMERICAN	PSYCHIATRIC	ASSOCIATION,	2014).
FIGURA	1	-	A)	Mania	com	ciclagem	rápida.	B)	Ciclagem	rápida
Fonte:	STAHL,	2017,	p.	489-490.
Dos	que	afetam	o	sistema	nervoso,	o	Transtorno	Depressivo	Maior	(TDM)	é	um	dos
mais	 diagnosticados	 e,	 consequentemente,	 tratados.	 Desse	 modo	 há	 uma	 maior
base	 de	 dados	 e	 de	 estudos	 concluídos	 relativos,	 como	 a	 psicoterapia,	 a
psicofarmacologia	 e	 o	 tratamento	 integrado	 (PFPT)	 dessa	 doença.	 O	 melhor
tratamento	 deve	 ser	 decidido	 pelo	 médico,	 levando	 em	 consideração	 inúmeros
fatores,	incluindo,	principalmente,	a	gravidade	da	depressão.	A	maior	gravidade	do
TDM	 provavelmente	 justifica	 mais	 a	 utilização	 de	 medicamento	 antidepressivo.
Sintomas	 leves	 a	 moderados	 poderiam	 facilmente	 ser	 tratados	 por	 psicoterapia
e/ou	 psicofarmacologia	 de	 forma	 independente	 (OLIVEIRA;	 SCHWARTZ;	 STAHL,
2015).
E-Book	-	Apostila
8	-	45
Existem	três	subtipos	clínicos	de	TDM:	a	depressão	típica,	a	depressão	atípica	e	a
depressão	 melancólica.	 A	 depressão	 atípica	 caracteriza-se	 por	 sinais
neurovegetativos,	 que	 são	 o	 inverso	 daqueles	 observados	 na	 depressão	 típica.	O
paciente	 apresenta	 maior	 apetite,	 particularmente	 para	 alimentos
“reconfortantes”,	 ricos	 em	 gordura/carboidratos,	 e	 hipersonia.	 Esses	 indivíduos
também	se	mostram	particularmente	sensíveis	à	crítica;	e	são	capazes	de	passar
por	breves	períodos	de	prazer	e	apresentar	um	comportamento	de	busca	do	prazer
(GOLAN	et	al.,	2009).
A	depressão	melancólica	é	o	subtipo	menos	comum,	porém	o	mais	severo	e
incapacitante.	 O	 paciente	 perde	 todo	 o	 interesse	 pelo	 seu	 entorno	 e	 se
mostra	 totalmente	 indiferente	 a	 críticas	 ou	preocupação.	 Esses	 indivíduos
são	 incapazes	de	sentir	prazer,	mesmo	que	por	um	breve	período	(GOLAN
et	 al.,	 2009).	 A	 depressão	 é	 subdiagnosticada	 e	 subtratada,	 o	 que	 é
particularmente	preocupante	devido	ao	risco	inerente	de	suicídio	associado
a	ela.
Até	15%	das	pessoas	 com	depressão	apresentam	 tentativa	de	 suicídio	em	algum
momento	 da	 vida,	 dessa	 maneira	 é	 importante	 que	 seus	 sintomas	 sejam
reconhecidos	 e	 tratados	 de	 forma	 eficaz	 e	 rápida,	 uma	 vez	 que	 a	 resposta	 ao
tratamento	e	as	decisões	a	serem	tomadas	em	relação	ao	tratamento	continuado
com	 o	 fármaco	 prescrito	 inicialmente	 ajustem	 terapia	 adjuvante	 ou	 medicação
alternativa	 (GOLAN	et	 al.,	 2009).	 Há	 vários	 tratamentos	 disponíveis	 para	 a
depressão,	 incluindo	 fármacos,	 psicoterapia	 e	 tratamentos	 somáticos,	 como
terapia	eletroconvulsiva,	estimulação	vagal	e	estimulação	magnética	transcraniana
(DE	NUCCI,	2021).
O	 diagnóstico	 de	 depressão	 depende	 principalmente	 de	 uma	 entrevista	 clínica
(GOLAN	et	 al.,	 2009).	 Estudos	 epidemiológicos	 realizados	 em	 vários	 países
mostraram	 que	 a	 prevalência	 do	 transtorno	 depressivo	 maior	 e	 do	 transtorno
depressivo	persistente	em	adultos	ao	longo	da	vida	foi	de	12%.	Na	China,	no	Brasil
e	 no	 México,	 a	 prevalência	 para	 ambas	 as	 condições	 foi	 de	 9%.	 Embora	 a
prevalência	ao	 longo	da	vida	não	seja	uma	medida	confiável,	pois	provavelmente
os	 dados	 são	 subestimados,	 cerca	 de	 20%	 dos	 indivíduos	 cumprem	 com	 os
critérios	 para	 transtorno	 depressivo	 maior	 em	 algum	momento	 da	 vida.	 Sabe-se
que	 essa	 condição	 é	mais	 prevalente	 em	mulheres	 (proporção	 2:1)	 e	menos	 em
idosos	(ELISABETSKY,	2021).	A	esse	respeito,	assista	ao	vídeo	sugerido	a	seguir.
E-Book	-	Apostila
9	-	45
SAIBA	MAIS
Estima-se	que	mais	de	300	milhões	de	pessoas	no	mundo	sofram	com	a
depressão.	Ela	é	a	principal	causa	de	incapacidade	em	todo	o	mundo.
Saiba	mais	acessando:	https://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-
brasil/2021/10/oms-estima-que-mais-de-300-milhoes-de-pessoas-no-
mundo-tem-depressao	
Esses	dados	evidenciam	que	esse	transtorno	da	depressão	é	um	problema	global,
conhecido	 atualmente	 como	 a	 "doença	 do	 século",	 e	 aflige	 uma	 parcela
significativa	 da	 população	 mundial.	 Porém	 conforme	 os	 estudos	 e	 a	 medicina
avançam	 nas	 pesquisas,	 os	 fatores	 responsáveis	 estão	 sendo	 elucidados,	 como
também	diferentes	formas	de	tratamento	e	prevenção	a	essa	doença.		
Fisiopatologia	do	Transtorno	Depressivo	Maior	(TDM)
As	 bases	 neurobiológicas	 do	 Transtorno	 Depressivo	 Maior	 são	 complexas	 e	 não
completamente	 compreendidas	 e	 elucidadas.	 Historicamente,	 a	 neurobiologia	 da
depressão	 foi	 relacionada	 ao	 mecanismo	 dos	 fármacos,	 que	 melhoravam	 os
sintomas	 de	 pacientes	 deprimidos,	 e	 depois	 ao	 mecanismo	 de	 ação	 desses
fármacos.	 Sabe-se	 que	 praticamente	 todos	 os	 sistemas	 de	 neurotransmissores
estão	 envolvidos,	 o	 que	 significa	 que	 há	 disfunções	 nos	 níveis	 de	 serotonina,
noradrenalina,	 dopamina,	 ácido	 gama-aminobutírico	 (GABA)	 e	 glutamato	 em
diversas	regiões	encefálicas	responsáveis	por	várias	funções:	cognitivas,	motoras,
de	 controle	 do	 ciclo	 do	 sono	 e	 comportamentais.	 Isso	 justifica,	 pelo	 menos	 em
parte,	os	sintomas	observados	e	a	heterogeneidade	deles	(GOLAN	et	al.,	2009).
https://tvbrasil.ebc.com.br/reporter-brasil/2021/10/oms-estima-que-mais-de-300-milhoes-de-pessoas-no-mundo-tem-depressao
E-Book	-	Apostila
10	-	45
Novas	evidências	associaram	essa	condição	a	disfunções	em	eixos
neuroendócrinos,	 neuroinflamação,	 aumento	 de	 citocinas	 pró-
inflamatórias,	aumento	de	estresse	oxidativo	e	excitotoxicidade
glutamatérgica	 e	 diminuição	 de	 fatores	 neurotróficos,	 como
Brain-Derived	 Neurotrophic	 Factor	 (BDNF)	 em	 determinadas
regiões	encefálicas.	
A	 partir	 dessas	 evidências	 que	 sinalizam	 potenciais	 alvos	 para	 o	 tratamento	 da
depressão,	 abrem-se	 novas	 perspectivas	 para	 pesquisa	 e	 desenvolvimento	 de
fármacos	 mais	 eficazes	 e	 seguros	 para	 os	 pacientes	 (AMERICAN	 PSYCHIATRIC
ASSOCIATION,	2014;	STAHL,	2017).
Hipótese	neurotrófica
Há	evidências	 substanciais	 sobre	a	 importante	 função	desempenhada	por	 fatores
de	crescimento	dos	nervos,	como	o	BDNF,	que	é	considerado	uma	molécula-chave
na	 regulação	 da	 plasticidade	 neural,	 na	 resiliência	 e	 na	 neurogênese.	 Os	 dados
sugerem	que	 a	 depressão	 está	 associada	 a	 uma	perda	 do	 suporte	 neurotrófico	 e
que	 as	 terapias	 antidepressivas	 efetivas	 aumentam	 a	 neurogênese	 e	 a	 conexão
sináptica	 nas	 áreas	 corticais,	 como	 o	 hipocampo.	 Acredita-se	 que	 essa	molécula
exerça	 influência	 sobre	a	atividade	dos	neurônios	e	os	efeitos	de	 crescimento	ao
ativar	a	enzima	tirosina-cinase	do	receptor	B	 (Figura	6).	O	estresse	e	a	dor	estão
associados	a	uma	 redução	dos	níveis	da	molécula	de	BDNF	e	à	perda	de	suporte
neurotrófico,	que	causa	alterações	estruturais	atróficas	no	hipocampo	e	em	outras
áreas,	como	o	córtex	frontal	medial	e	o	cingulado	anterior	do	cérebro.
O	hipocampo	é	uma	área	muito	importante	na	memória	contextual	e	na	regulação
do	 eixo	 Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal	 (HPA),	 desempenhando	 uma	 função	 na
integração	dos	estímulos	emocionais	e	funções	de	alerta.	Acredita-se	que	o	córtex
frontal	orbital	medial	desempenha	funções	de	memória,	aprendizagem	e	emoções
do	corpo	humano	(KATZUNG;	TREVOR,	2017).
E-Book	-	Apostila
11	-	45
DICA
Para	aprofundar	seu	conhecimento,	 te	convidamos
a	 ler	 o	 artigo	 "Prevenção	 e	 saúde	 mental	 dos
adolescentes:	 fatores	 de	 risco	 frente	 às
dificuldades	 vivenciadas	 na	 Pandemia	 da	 COVID-
19",	entre	as	páginas	2	a	9.	
Copie	o	link	em	seu	navegador:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32
857/27896	
Esse	trabalho	faz	uma	pesquisa	importante	em	relação	a	temas	tão	atuais,	como	a
pandemia	 de	 covid-19,	 relacionando-a	 ao	 suicídio	 na	 adolescência	 frente	 às
dificuldades	vivenciadas	nesse	contexto	com	a	doença	depressiva.	
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32857/27896
E-Book	-	Apostila
12	-	45
FIGURA	1	-	A)	Alterações	nos	fatores	tróficos	e	hormônios
Fonte:	KATZUNG;	TREVOR,	2017,	p.	511.
Sabe-seque	as	 taxas	de	 tentativa	de	 suicídios	 já	 são	altas	 entre	as	pessoas	que
vivem	 com	 a	 doença	 e,	 com	 a	 crise	 emocional,	 social	 e	 epidemiológica	 da
pandemia,	isso	foi	agravado	nos	últimos	anos.	Então	pesquisas	que	explorem	essa
temática,	 seja	 com	 os	 prejuízos	 diretos	 ou	 indiretos	 são	 de	 grande	 importância
para	a	ciência	nos	dias	de	hoje.	
Hipótese	monoaminérgica
Essa	 hipótese	 sugere	 que	 a	 depressão	 está	 relacionada	 a	 uma	 deficiência	 na
quantidade	ou	na	função	de	serotonina	(5-HT),	norepinefrina	(NE)	e	dopamina	(DA)
corticais	 e	 límbicas.	 Pacientes	 deprimidos	 que	 respondem	 a	 antidepressivos
serotoninérgicos,	como	a	 fluoxetina,	sofrem	com	frequência	 rapidamente	 recidiva
quando	 recebem	 dietas	 desprovidas	 de	 triptofano,	 um	 precursor	 da	 síntese	 de
serotonina.	 Outra	 linha	 de	 evidências	 favoráveis	 à	 hipótese	 monoaminérgica
provém	 de	 estudos	 genéticos.	 Existe	 um	 polimorfismo	 funcional	 na	 região
promotora	 do	 gene	 transportador	 de	 serotonina,	 que	 regula	 a	 quantidade
disponível	da	proteína	transportadora	(KATZUNG;	TREVOR,	2017).
E-Book	-	Apostila
13	-	45
A	hipótese	aminérgica	da	depressão	maior	afirma	que	ela	parece	estar	associada	a
alterações	 na	 sinalização	 da	 serotonina	 ou	 da	 norepinefrina	 no	 cérebro	 (ou
ambas),	 com	 efeitos	 distais	 significativos.	 A	 maioria	 dos	 antidepressivos	 produz
alterações	 na	 sinalização	 das	 aminas:	 AC	 —	 adenililciclase;	 5-HT	 —	 serotonina;
CREB	 —	 (proteína)	 de	 ligação	 aos	 elementos	 de	 resposta	 do	 AMPc;	 DAG	 —
diacilglicerol;	 IP3	 —	 trifosfato	 de	 inositol;	 MAO	 —	 monoaminoxidase;	 NET	 —
transportador	de	norepinefrina;	PK	—	proteína-cinase;	PLC	—	fosfolipase	C;	SERT	—
transportador	de	serotonina.
FIGURA	1	-	Hipótese	aminérgica	da	depressão	maior
Fonte:	KATZUNG;	TREVOR,	2017,	p.	513.
E-Book	-	Apostila
14	-	45
A	hipótese	monoaminérgica,	à	semelhança	da	hipótese	neurotrófica,	é,	na	melhor
das	perspectivas,	incompleta.	Muitos	estudos	não	encontraram	qualquer	alteração
na	 função	 ou	 nos	 níveis	 de	 monoaminas	 em	 pacientes	 deprimidos.	 Além	 das
monoaminas,	 o	 neurotransmissor	 excitatório	 glutamato	 parece	 ser	 importante	 na
fisiopatologia	da	depressão	(KATZUNG;	TREVOR,	2017).
Fatores	 neuroendócrinos	 na	 fisiopatologia	 da	 depressão:	 sabe-se	 que	 a
depressão	está	associada	a	diversas	anormalidades	hormonais.	Sabe-se	que	tanto
os	 glicocorticoides	 exógenos	 como	 a	 elevação	 do	 cortisol	 endógeno	 estão
associados	 a	 sintomas	 de	 humor	 e	 déficits	 cognitivos	 semelhantes	 àqueles
observados	 no	 TDM.	 Foi	 também	 relatada	 a	 ocorrência	 de	 desregulação	 da
glândula	 tireoide	 em	 pacientes	 deprimidos.	 Até	 25%	 dos	 pacientes	 deprimidos
apresentam	função	anormal	da	tireoide.	Com	frequência,	o	hipotireoidismo	clínico
ocorre	 com	 sintomas	 depressivos	 que	 desaparecem	 com	 a	 suplementação	 com
hormônio	 tireoidiano.	 Os	 hormônios	 tireoidianos	 também	 são	 usados	 em
associação	 com	 antidepressivos	 convencionais	 para	 aumento	 dos	 efeitos
terapêuticos	 desses	 últimos.	 Por	 fim,	 os	 esteroides	 sexuais	 também	 estão
implicados	 na	 fisiopatologia	 da	 depressão	 e	 na	 deficiência	 de	 estrogênio,	 que
ocorrem	 nos	 períodos	 pós-parto	 e	 pós-menopausa	 e	 que	 desempenham	 uma
função	 na	 etiologia	 da	 depressão	 em	 algumas	 mulheres	 (KATZUNG;	 TREVOR,
2017).
Psicofarmacologia	nos	transtornos	de
ansiedade	e	TOC
Neste	tópico,	serão	abordados	os	sintomas,	a	caracterização	e	a	 fisiopatologia	do
transtorno	 de	 ansiedade	 e	 do	 TOC,	 doença	 que	 afeta	 uma	 disfunção	 do	 Sistema
Nervoso	Central	(SNC).	São	caracterizados	por	quadros	de	ansiedade	acentuada	ou
medo	 associados	 a	 algum	 tipo	 de	 preocupação,	 que	 são	maiores	 na	 cabeça	 dos
doentes.	 São	 dois	 dos	 transtornos	mentais	 conhecidos	 que	mais	 acometem	 uma
parte	da	população,	mas	não	causam	tantas	mortes	em	comparação	ao	transtorno
depressivo.	
Sintomas	de	ansiedade
E-Book	-	Apostila
15	-	45
A	 ansiedade	 é	 uma	 emoção	 humana	 normal,	 que	 serve	 como	 uma	 função
adaptativa	a	partir	de	uma	perspectiva	psicobiológica,	uma	resposta	normal	diante
de	 situações	 de	 perigo	 real,	 nas	 quais	 constitui	 um	 sinal	 de	 alarme	 e	 um
mecanismo	 de	 defesa	 para	 a	 sobrevivência	 do	 indivíduo	 e	 da	 espécie	 (STAHL,
2017).	No	entanto,	no	cenário	psiquiátrico,	 representam	sentimentos	de	medo	ou
temor	 que	 estão	 fora	 de	 foco	 ou	 fora	 de	 escala,	 se	 comparados	 com	 a	 ameaça
percebida,	 e	 necessitam	 de	 tratamento,	 que	 inclui	 a	 administração	 aguda	 de
medicamentos	para	controlar	os	episódios	de	ansiedade	crônicos	ou	não	aliviados
e	 contínuos	 (BRUNTON;	 CHABNER;	 KNOLLMANN,	 2012).	 Os	 transtornos	 de
ansiedade	 representam	 uma	 das	 doenças	 mentais	 com	 maior	 prevalência	 no
mundo,	de	até	30%.	As	síndromes	“puras”	são	classificadas	em	dois	grupos:	grupo
em	 que	 a	 ansiedade	 é	 constante	 e	 permanente	 (ansiedade	 general,	 livre	 e
flutuante)	 e	 grupo	 no	 qual	 há	 crises	 de	 ansiedade	 abruptas	 com	 casos	 intensos
(DALGALARRONDO,	2018).
(Clique	na	imagem	para	interagir	com	o	conteúdo).
Os	 transtornos	 de	 ansiedade	 abrangem	 uma	 constelação	 de	 sintomas	 e
incluem	 transtorno	 de	 ansiedade	 generalizada,	 Transtorno	 Obsessivo-
Compulsivo	 (TOC),	 transtorno	 do	 pânico,	 transtorno	 de	 estresse	 pós-
traumático,	 transtorno	 de	 ansiedade	 de	 separação,	 fobia	 social,	 fobias
específicas	e	estresse	agudo	 (BRUNTON;	CHABNER;	KNOLLMANN,	2012).	A
ansiedade	 e	 a	 insônia	 são	 sintomas	 muito	 comuns	 na	 vida	 das	 pessoas.
Podem	 representar	 respostas	 normais	 às	 pressões	 do	 cotidiano	 ou,
eventualmente,	 manifestações	 de	 transtornos	 psiquiátricos	 que	 exigem
tratamento	específico.
E-Book	-	Apostila
16	-	45
Fonte:	STUNNINGART	/	123	RF.
Do	 ponto	 de	 vista	 terapêutico,	 pode	 fazer	 pouca	 diferença	 definir	 qual	 o
diagnóstico	 específico	 ao	 longo	 desses	 transtornos	 (Figura	 9).	 Ou	 seja,	 os
tratamentos	psicofarmacológicos	de	primeira	linha	podem	não	ser	muito	diferentes
para	um	paciente	que	esteja	preenchendo	os	 requisitos	para	episódio	depressivo
maior	 com	 ansiedade,	 em	 comparação	 com	 um	 paciente	 com	 um	 episódio
depressivo	maior	e,	também,	em	todos	os	critérios	de	um	transtorno	de	ansiedade
comórbido.	 Embora	 seja	 útil	 estabelecer	 um	 diagnóstico	 específico	 para	 o
acompanhamento	de	pacientes	ao	 longo	do	tempo	e	para	documentar	a	evolução
dos	sintomas,	a	ênfase,	do	ponto	de	vista	psicofarmacológico,	consiste	em	usar	a
estratégia	 terapêutica	 fundamentada	 em	 sintomas	 para	 os	 pacientes	 que
apresentem	 qualquer	 desses	 transtornos.	 Isso	 porque	 o	 cérebro	 é	 organizado	 de
acordo	com	circuitos	cerebrais	e	com	a	localização	topográfica	das	funções.
Os	 tratamentos	 específicos	 são	 personalizados	 para	 cada	 paciente,
desconstruindo-se	 o	 transtorno	 em	 uma	 lista	 de	 sintomas	 específicos	 que	 o
paciente	 esteja	 manifestando	 (Figura	 9).	 A	 eles	 cabe	 estabelecer	 a
correspondência	 desses	 sintomas	 com	 os	 circuitos	 cerebrais	 hipoteticamente
disfuncionais,	regulados	por	neurotransmissores	específicos,	a	fim	de	selecionar	e
combinar	de	modo	racional	os	tratamentos	psicofarmacológicos,	eliminando	todos
os	sintomas	e	levando	o	paciente	à	remissão	(STAHL,	2017).
O	 quadro	 de	 Transtorno	 de	 Ansiedade	 Generalizado	 (TAG)	 caracteriza-se	 pela
presença	de	sintomas	excessivos,	em	um	número	de	dias	 relativamente	alto,	por
vários	 meses,	 como	 angústia,	 tensão,	 preocupação,	 irritação,	 cefaleias,	 dores
musculares,	dores	e	queimação	no	estômago,	taquicardia,	tontura,	formigamento	e
sudorese.	 Os	 afetados	 normalmente	 classificam	 esses	 sintomas	 como	 “gastura,
repuxamento	 dos	 nervos	 e	 cabeça	 ruim”.	 Para	 o	 diagnóstico	 dessa	 síndrome,	 é
necessário	 verificar	 se	 os	 sintomas	 relatados	 causam	 sofrimento	 que	 prejudicam
significativamente	 a	 vida	 pessoal,	 social	 e	 ocupacional	 do	 indivíduo
(DALGALARRONDO,2018).
Costumam	 ocorrer	 em	 situações	 de	 insucesso,	 perda	 de	 posição	 social,
perda	 de	 entes	 queridos	 ou	 em	 situações	 que	 geram	 expectativas	 de
desamparo,	abandono	ou	de	punição	ou,	ainda,	que	possuem	tal	significado
para	o	indivíduo.	Nessas	circunstâncias,	os	transtornos	desencadeiam	uma
emoção	muito	 semelhante	 ao	medo,	 que	 é	 útil	 para	 que	 pessoa	 tome	 as
medidas	necessárias	diante	do	perigo	 real,	 como	 lutar,	enfrentar,	 fugir	ou
evitar	 (BRUNTON;	 CHABNER;	 KNOLLMANN,	 2012).	 Os	 transtornos	 de
ansiedade	e	os	alimentares	comórbidos	são	mais	 frequentes	nas	mulheres
bipolares.	 A	 ansiedade	 é	 uma	 emoção	 normal	 em	 circunstâncias	 de
ameaça.	A	 ideia	de	ansiedade	como	transtorno	psiquiátrico	está	evoluindo
rapidamente	 e	 se	 caracteriza	 pelo	 conceito	 de	 sintomas	 centrais	 ou
nucleares	de	medo	e	preocupação	excessivos	(STAHL,	2017).
E-Book	-	Apostila
17	-	45
O	TAG	é	diagnosticado	quando	a	preocupação	ocorre	na	maioria	dos	dias,	por	um
período	de	pelo	menos	seis	meses,	e	causa	sofrimento	significativo	ou	prejuízo	no
funcionamento.	 O	 TAG	 é	 frequentemente	 comórbido	 com	 outros	 transtornos	 de
ansiedade,	humor	e	relacionados	a	substâncias.	Em	oposição	à	preocupação	diária,
a	 preocupação	 do	 TAG	 é	 invasiva,	 tem	 duração	 mais	 longa,	 é	 percebida	 como
sendo	 menos	 controlável,	 normalmente	 ocorre	 sem	 um	 fator	 desencadeante
identificável,	 tem	 sintomas	 físicos	 concomitantes	 com	 maior	 frequência,	 é	 mais
angustiante	 e	 interfere	 significativamente	 no	 funcionamento	 (OLIVEIRA;
SCHWARTZ;	STAHL,	2015).	Atualmente	no	Brasil,	estudos	nas	cidades	de	São	Paulo
e	no	Rio	de	 Janeiro	mostraram	a	prevalência	de	TAG,	no	último	ano,	de	até	3,5%
da	população	e	pelo	menos	uma	vez	na	vida	de	até	6%	(DALGALARRONDO,	2018).
FIGURA	1	-	A)	Transtorno	de	Ansiedade	Generalizada	(TAG).	B)	Transtorno	de
pânico.	C)	Transtorno	de	ansiedade	social.	D)	Transtorno	de	Estresse	Pós-
Traumático	(TEPT)
Fonte:	STAHL,	2017,	p.	780-782.
E-Book	-	Apostila
18	-	45
O	Transtorno	de	Estresse	Pós-Traumático	(TEPT),	exemplificado	na	Figura	8D,	é	um
trauma	causado	por	um	ferimento	de	violência	súbita.	No	âmbito	da	psiquiatria,	o
termo	refere-se	a	ferimentos	psicológicos	resultantes	de	viver	ou	testemunhar	um
ou	 mais	 eventos	 chocantes,	 sendo	 uma	 consequência	 de	 longa	 duração.	 Os
sintomas	 do	 TEPT	 podem	 incluir	 aumento	 na	 ansiedade,	 memórias	 intrusivas,
sonhos	 ou	 lampejos	 de	 memórias	 das	 experiências	 traumáticas,	 irritabilidade	 e
embotamento	 emocional.	 Nos	 Estados	 Unidos,	 o	 transtorno	 afeta	 3,5%	 da
população	 adulta	 (BEAR;	 CONNORS;	 PARADISO,	 2002).	 Embora	 haja	 critérios
diagnósticos	 distintos	 para	 diferentes	 transtornos	 de	 ansiedade,	 eles
constantemente	são	modificados.	Assim	muitos	especialistas	não	consideram	mais
o	 Transtorno	Obsessivo-Compulsivo	 (TOC)	 como	 um	 transtorno	 de	 ansiedade.	 De
acordo	 com	 estudos	 de	 comportamentos	 e	 sintomas,	 todos	 os	 transtornos	 de
ansiedade	 apresentam	 sintomas	 de	 ansiedade/medo	 associados	 à	 preocupação
(STAHL,	2017).
Na	 imagem	 a	 seguir,	 serão	 apresentados	 alguns	 sintomas	 associados	 aos
transtornos	de	ansiedade,	que	podem	ser	desconstruídos	ou	decompostos	em	dois
sintomas	nucleares:	medo	e	preocupação.	Esses	sintomas	aparecem	em	 todos	os
transtornos	 de	 ansiedade,	 embora	 o	 que	 os	 desencadeia	 difira	 de	 um	 transtorno
para	outro.	A	preocupação	é	o	 segundo	sintoma	nuclear	compartilhado	por	 todos
os	transtornos	de	ansiedade	(Figura	9).	Teoricamente,	esse	sintoma	está	ligado	ao
funcionamento	das	alças	Cortico-Estriado-Tálamo-Corticais	(CETC).	A	diferenciação
entre	 os	 transtornos	 não	 pode	 ser	 a	 localização	 anatômica	 nem	 os
neurotransmissores	 que	 regulam	 o	 medo	 e	 a	 preocupação,	 mas	 sim	 a	 natureza
específica	 da	 disfunção	 da	 doença	 nesses	 mesmos	 circuitos	 nos	 diferentes
transtornos.	
FIGURA	1	-	A)	A	ansiedade	pode	ser	desconstruída	ou	decomposta	em	dois
sintomas	nucleares:	medo	e	preocupação.	B)	Ligação	entre	sintomas	de	ansiedade
e	circuitos
Fonte:	STAHL,	2017,	p.	784.
E-Book	-	Apostila
19	-	45
Ou	seja,	no	Transtorno	de	Ansiedade	Generalizada	(TAG),	a	disfunção	na	amígdala
e	 nas	 alças	 CETC	 da	 preocupação	 pode	 ser	 persistente	 e	 ininterrupta,	 ainda	 que
sem	 gravidade,	 enquanto	 no	 transtorno	 de	 pânico,	 tal	 disfunção	 talvez	 seja
intermitente,	porém	catastrófica	e	 inesperada	ou	esperada	na	ansiedade	social.	A
disfunção	 dos	 circuitos	 pode	 ser	 de	 origem	 traumática	 e	 condicionada	 no
Transtorno	de	Estresse	Pós-Traumático	(STAHL,	2017).	A	ligação	entre	sintomas	de
ansiedade	 e	 circuitos	 demonstra	 que	 a	 ansiedade	 e	 os	 sintomas	 do	medo	 (como
pânico	 e	 fobias)	 são	 regulados	 por	 um	 circuito	 centrado	 na	 amígdala.	 Por	 outro
lado,	 a	 preocupação	 é	 regulada	 pela	 alça	 CETC.	 Esses	 circuitos	 podem	 estar
envolvidos	 em	 todos	 os	 transtornos	 de	 ansiedade,	 nos	 quais	 os	 diferentes
fenótipos	 não	 significam	 ser	 circuitos	 únicos,	mas	 disfunções	 divergentes	 dentro
desses	circuitos.
Fisiopatologia	do	transtorno	de	ansiedade
Uma	 predisposição	 genética	 foi	 estabelecida	 para	 muitos	 transtornos	 da
ansiedade,	ao	passo	que	outros	parecem	ter	suas	raízes	mais	ligadas	à	ocorrência
de	eventos	estressantes	da	vida.	O	medo	é	normalmente	evocado	por	um	estímulo
ameaçador,	 chamado	 de	 estressor,	 e	 se	 manifesta	 por	 uma	 resposta	 conhecida
como	 resposta	 ao	 estresse.	 A	 relação	 estímulo-resposta	 pode	 ser	 reforçada	 pela
experiência,	 mas	 também	 pode	 ser	 enfraquecida.	 Considere,	 por	 exemplo,	 um
esquiador	profissional	que	 já	não	vê	uma	súbita	queda	como	algo	amedrontador.
Uma	 pessoa	 saudável	 regula	 a	 resposta	 ao	 estresse	 por	meio	 do	 aprendizado.	 A
característica	 dos	 transtornos	 de	 ansiedade	 é	 uma	 resposta	 inadequada	 ao
estresse,	 quando	 o	 estressor	 não	 está	 presente	 ou	 quando	 não	 há	 ameaça
imediata.	 Assim	 uma	 chave	 para	 se	 compreender	 a	 ansiedade	 é	 saber	 como	 a
resposta	ao	estresse	é	regulada	pelo	encéfalo	(BEAR;	CONNORS;	PARADISO,	2002).
A	 resposta	 ao	 estresse	 é	 a	 reação	 coordenada	 a	 estímulos	 ameaçadores,	 e	 é
caracterizada	por	diversos	aspectos.
Aspectos	da	reação	coordenada	a	estímulos	ameaçadores:
I	-	comportamento	de	esquiva;
II	-	aumento	na	vigilância	e	no	alerta;
III	-	ativação	da	divisão	simpática	do	sistema	nervoso;	
IV	-	liberação	de	cortisol	a	partir	das	glândulas	suprarrenais.
E-Book	-	Apostila
20	-	45
Não	 deve	 ser	 surpresa	 que	 o	 hipotálamo	 esteja	 envolvido	 centralmente	 na
orquestração	de	respostas	humorais,	visceromotoras	e	somatomotoras.	A	resposta
humoral	 é	mediada	pelo	 eixo	Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal	 (HPA).	O	hormônio
cortisol	 (um	 glicocorticoide)	 é	 liberado	 do	 córtex	 da	 glândula	 suprarrenal	 em
resposta	 a	 um	 aumento	 nos	 níveis	 sanguíneos	 do	 hormônio	 adrenocorticotrófico
(ACTH).	O	ACTH	é	liberado	pela	adeno-hipófise	em	resposta	ao	hormônio	liberador
de	 corticotrofina	 (CRH).	 O	 CRH	 é	 liberado	 no	 sangue	 da	 circulação	 portal	 pelos
neurônios	 neurossecretores	 parvocelulares,	 que	 se	 localizam	 no	 núcleo
paraventricular	do	hipotálamo.	Assim	essa	parte	da	resposta	de	estresse	pode	ser
traçada	até	a	ativação	dos	neurônios	que	contêm	CRH	no	hipotálamo.	Muito	pode
ser	 aprendido	 acerca	 dos	 transtornos	 de	 ansiedade,	 se	 compreendermos	 como	 é
regulada	a	atividade	desses	neurônios	(BEAR;	CONNORS;	PARADISO,	2002).
FIGURA	1	-	Eixo	hipotálamo-hipófise-suprarrenal	
Fonte:	BEAR;	CONNORS;	PARADISO,	2002,	p.	759.
E-Book	-	Apostila
21	-	45
O	eixo	Hipotálamo-Hipófise-Suprarrenal	regula	a	secreção	de	cortisol	pela	glândula
suprarrenal	 em	 resposta	 ao	 estresse.	 O	 CRH	 é	 o	 mensageiro	 químico	 entre	 o
núcleo	 paraventricular	 do	 hipotálamo	 e	 a	 adeno-hipófise.	 O	 ACTH	 liberado	 pela
hipófise	 viaja	 pela	 circulação	 sanguínea	 até	 a	 glândula	 suprarrenal,	 localizada
acima	 do	 rim,	 estimulando	 a	 liberação	 decortisol.	 O	 cortisol	 contribui	 para	 a
resposta	 fisiológica	 do	 corpo	 ao	 estresse.	 Os	 camundongos	 manipulados
geneticamente	 para	 a	 superexpressão	 de	 CRH	 apresentam	 aumento	 de
comportamentos	 que	 podem	 ser	 interpretados	 como	maior	 “ansiedade”.	 Quando
os	 receptores	 para	 CRH	 são	 eliminados	 geneticamente,	 os	 camundongos
apresentam	menos	comportamentos	desse	tipo	do	que	animais	normais.
Sintomas	do	Transtorno	Obsessivo-Compulsivo	(TOC)
O	 TOC	 é	 caracterizado	 por	 obsessões	 e	 compulsões,	 produzindo	 angústia.	 Essa
doença	é	mais	comum	em	mulheres	do	que	em	homens,	e	as	taxas	de	prevalência
em	 seis	 meses	 e	 ao	 longo	 da	 vida	 foram	 de	 1,5%	 e	 2,5%	 (SCHATZBERG;
DEBATTISTA,	 2017).	 Pessoas	 com	 quadro	 de	 TOC	 podem	 sentir	 o	 corpo	 sujo	 ou
contaminado,	 tendo	 que	 se	 esforçar	 constantemente	 para	 limpá-lo,	 purificá-lo	 ou
protegê-lo	da	contaminação	(DALGALARRONDO,	2018).
A	 ansiedade	 gera	 obsessões	 e,	 com	 a	 finalidade	 de	 neutralização,	 o	 indivíduo
realiza	 pensamentos	 ou	 ações	 alternativas,	 definidas	 como	 compulsões,	 que	 são
comportamentos/ações	 mentais	 repetitivas,	 que	 geram	 respostas	 para	 reduzir	 a
ansiedade	 ou	 evitar	 uma	 consequência	 com	 finalidade	 negativa.	 Algumas	 ações
comuns	 entre	 os	 doentes	 são:	 contar	 números,	 repetir	 palavras	 em	 voz	 baixa,
conferir	e	 lavar	as	mãos	a	 todo	momento.	A	maioria	dos	doentes	exibe	variações
na	 gravidade	 da	 doença,	 que	 são	 dependentes	 do	 nível	 de	 estresse	 (OLIVEIRA;
SCHWARTZ;	STAHL,	2015).	Os	quadros	de	TOC	são	divididos	em	dois	subtipos:	os
que	 predominam	 as	 ideias	 obsessivas;	 e	 os	 que	 predominam	 os	 atos	 e	 os
comportamentos	 compulsivos	 (observam-se	 formas	 mistas)	 (DALGALARRONDO,
2018).
As	obsessões	e	compulsões	que	consomem	tempo	(mais	de	uma	hora	por	dia)
causam	 acentuado	 sofrimento	 e	 prejuízo	 significativo	 e	 são	 reconhecidas	 em
algum	 momento	 pelo	 próprio	 indivíduo	 como	 irracionais	 e	 excessivas.	 As
obsessões,	 nesse	 transtorno,	 são	 pensamentos,	 imagens	 ou	 impulsos,
invasivos	 e	 angustiantes,	 em	 que	 o	 doente	 reconhece	 como	 um	 processo
produzido	 pela	 sua	 própria	 mente	 (AMERICAN	 PSYCHIATRIC	 ASSOCIATION,
2014).
E-Book	-	Apostila
22	-	45
O	 TOC	 afeta	 mais	 de	 2%	 da	 população	 e	 geralmente	 aparece	 no	 início	 da	 vida
adulta	(BEAR;	CONNORS;	PARADISO,	2002).	No	Brasil,	estudos	epidemiológicos	nas
cidades	de	São	Paulo	e	Rio	de	 Janeiro	 revelaram	a	presença	de	TOC,	nos	últimos
12	 meses,	 em	 2,8%	 a	 3,9%	 da	 população	 (considerados	 graves	 em	 42,5%	 dos
casos)	e,	pelo	menos	uma	vez	na	vida,	em	3,6%	a	4,1%	(DALGALARRONDO,	2018).
A	 diferenciação	 dos	 comportamentos	 obsessivo-compulsivos	 de	 tiques	 é	 um
trabalho	difícil.	Os	indicadores	que	favorecem	uma	descrição	como	comportamento
obsessivo-compulsivo	 incluem	 um	 impulso	 de	 base	 cognitiva	 (medo	 de
contaminação)	 e	 a	 necessidade	 de	 realizar	 um	 ato,	 seja	 ele	 um	 número	 "x"	 de
vezes,	na	mesma	quantidade	dos	dois	lados	do	corpo	ou	até	que	seja	conseguida	a
sensação	 de	 eliminação	 total	 dessa	 contaminação.	 Problemas	 no	 controle	 de
impulsos	e	outros	comportamentos	repetitivos,	incluindo	arrancar	pelos	do	corpo	e
se	 arranhar,	 beliscar	 a	 pele	 constantemente,	 são	mais	 complexos	 e	 direcionados
em	relação	a	tiques	(AMERICAN	PSYCHIATRIC	ASSOCIATION,	2014).
Sendo	assim	assista	ao	vídeo	a	seguir,	que	abordará	esse	tema.	Acompanhe.
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
O	 conhecimento	 da	 psicofarmacologia	 dos	 transtornos	 de	 ansiedade	 proporciona
grandes	avanços	na	qualidade	de	vida	das	pessoas	acometidas	por	essas	doenças
emocionais	que	afetam	o	SNC.	O	desenvolvimento	da	neurociência	mudou	e	está
alterando	 os	 caminhos	 de	 tratamento	 dessas	 patologias	 mentais,	 que	 vêm
aumentando	nas	últimas	décadas,	sendo	um	dos	motivos	para	o	aperfeiçoamento
de	técnicas	e	equipamentos.	Isso	vem	permitindo	a	diminuição	das	internações	em
hospitais	psiquiátricos	e	a	melhoria	na	vida	dos	pacientes.
Psicofarmacologia	na	esquizofrenia
Neste	tópico,	serão	abordados	os	sintomas,	a	caracterização	e	a	 fisiopatologia	do
transtorno	 esquizofreniforme,	 uma	 doença	 que	 afeta	 o	 SNC,	 sendo	 a	mais	 grave
delas,	 caracterizada	 por	 quadros	 de	 delírios,	 alucinações,	 fala	 e	 comportamentos
desorganizados,	 nos	 quais	 os	 pacientes	 confundem	 a	 realidade	 com	 o	 irreal.	 A
esquizofrenia	 afeta	 23	 milhões	 de	 pessoas	 no	 mundo,	 o	 que	 evidencia	 que	 a
doença	necessita	de	mais	esforços	para	sua	completa	elucidação	e	para	a	melhoria
no	tratamento,	uma	vez	que,	na	atualidade,	não	apresenta	cura.	
Sintomas	da	esquizofrenia
E-Book	-	Apostila
23	-	45
A	psicose	é	uma	definição	difícil	e	muitas	vezes	utilizada	de	forma	incorreta	entre
leigos	e	até	profissionais	de	saúde	mental.	Seu	conceito	está	associado	a	estigma
e	medo,	 o	 que	 faz	 com	 que	 os	 acometidos	 sejam	 erroneamente	 definidos	 como
“doidos”	(STAHL,	2017).	A	esquizofrenia	é	caracterizada	por	uma	perda	de	contato
com	 a	 realidade	 e	 por	 perturbações	 de	 pensamento,	 percepção,	 humor	 e
movimento.	Esse	transtorno	se	torna	aparente	durante	a	adolescência	ou	no	início
da	vida	adulta	e,	 em	geral,	 persiste	ao	 longo	de	 toda	a	 vida,	 afetando	ambos	os
sexos	 (BEAR;	 CONNORS;	 PARADISO,	 2002;	 GOLAN	et	 al.,	 2009).	 As	 causas	 da
esquizofrenia	 estão	 gradualmente	 sendo	 elucidadas	 e,	 agora,	 existem	evidências
substanciais	de	diversos	fatores	de	risco	relacionados	ao	ambiente,	incluindo	idade
paterna	 avançada,	 privação	 nutricional	 pré-natal	 e	 exposição	in	utero	à	 infecção.
Fatores	genéticos	e	familiares	também	foram	implicados	e	sugerem	que	interações
gene-gene,	 bem	 como	 gene-ambiente,	 podem	 ocorrer	 durante	 a	 patogênese
(OLIVEIRA;	SCHWARTZ;	STAHL,	2015).	A	esquizofrenia	é	a	mais	grave	das	doenças
mentais	(GRAEFF;	GUIMARÃES,	2000).
Por	definição,	a	esquizofrenia	é	um	transtorno	que	deve	durar	cerca	de	seis
meses	ou	mais,	e	os	sujeitos	afetados	frequentemente	apresentam	delírios
organizados	ao	redor	de	um	tema	(por	exemplo,	eles	podem	acreditar	que
adversários	 poderosos	 estão	 esperando	 para	 os	 capturar).	 Esses	 delírios
estão	 geralmente	 acompanhados	 por	 alucinações	 auditivas	 (ouvem	 vozes
imaginárias)	relacionadas	com	o	mesmo	tema	(STAHL,	2017).
E-Book	-	Apostila
24	-	45
O	insight	em	relação	às	alucinações	audioverbais,	na	esquizofrenia,	geralmente	é
pequeno	 ou	 ausente;	 os	 pacientes	 tendem	 a	 acreditar	 que	 tais	 vozes	 não	 são
produto	 de	 um	 transtorno	 mental,	 mas	 uma	 realidade	 apavorante	 que	 lhes	 é
imposta,	 bem	 como	 que	 devem	 ser	 produzidas	 pelo	 demônio,	 por	máfias	 ou	 por
grupos	 que	 estão	 contra	 ele	 e	 querem	destruí-lo	 (DALGALARRONDO,	 2018).	 Pode
também	 haver	 ausência	 de	 expressão	 emocional	 (chamada	 de	 afeto	 embotado),
juntamente	com	comportamento	desorganizado	e	discurso	 incoerente.	O	discurso
pode	 ser	 acompanhado	 por	 comentários	 tolos	 e	 risos	 que	 parecem	 não	 ter
qualquer	 relação	 com	o	 que	 está	 sendo	dito.	 Em	alguns	 casos,	 a	 esquizofrenia	 é
acompanhada	 por	 peculiaridades	 do	 movimento	 voluntário,	 como	 imobilidade	 e
estupor	(catatonia),	posturas	bizarras	e	caretas,	e	repetições	de	palavras	ou	frases
sem	 sentido	 (BEAR;	 CONNORS;	 PARADISO,	 2002).	 Esses	 doentes	 têm	 dificuldade
em	 anular	 estímulos	 sensoriais	 que	 não	 são	 relevantes	 ao	 realizarem	 tarefas,
sendo	suscetíveis	a	distrações	visuais	e	auditivas	com	facilidade,	que	os	 levam	à
perda	 de	 foco.	 Estudos	 revelaram	 lentidão	 no	 tempo	 necessário	 de	 reação,	 não
conseguindo	 irrelevar	 informações	 interferentes	 e	 perdendo	 a	 manutenção	 da
atenção	sustentada,	possivelmente	devido	a	essa	forte	tendência	à	distraibilidade
(DALGALARRONDO,	2018).
Diferentes	etiologias	podem	estar	ligadas	a	diferenças	na	resposta	ao	tratamento,
na	 apresentação	 dos	 sintomas	 e	 na	 idade	 de	 início	 em	 diferentes	 populações	 de
pacientescom	 esquizofrenia.	 O	 início	 dos	 sintomas	 é	 comumente	 definido	 pelo
surgimento	 da	 psicose	 no	 início	 da	 idade	 adulta.	 Os	 pacientes	 diagnosticados
tardiamente	 com	 esquizofrenia	 exibem	 ampla	 variedade	 de	mudanças	 durante	 o
desenvolvimento,	 incluindo	 retraimento	 social,	 redução	 do	 funcionamento	 e
prejuízo	 cognitivo.	 Muitas	 dessas	mudanças	 podem	 ser	 vistas	 antes	 do	 início	 da
psicose,	 durante	 o	 período	 prodrômico,	 que	 pode	 durar	 de	 diversas	 semanas	 a
anos.	 As	 perspectivas	 sobre	 o	 que	 constituem	 os	 sintomas	 essenciais	 da	 doença
evoluíram	 ao	 longo	 do	 tempo.	 Os	 sintomas	 "nucleares"	 da	 esquizofrenia	 são
frequentemente	 agrupados	 em	 cinco	 fatores	 positivos	 e	 negativos	 (GOLAN	et	 al.,
2009;	OLIVEIRA;	SCHWARTZ;	STAHL,	2015).
Há	 substancial	 diversidade	 na	 fisiopatologia	 dos	 sintomas	 dentro	 desses	 grupos
(OLIVEIRA;	 SCHWARTZ;	 STAHL,	 2015).	 Os	 positivos	 incluem	 alucinações,	 ideias
delirantes,	 incongruência	 afetiva,	 agitação	 e	 pensamentos	 bizarros.	 Além	 deles,
são	 classificados	 quatro	 sintomas	 negativos.	 Confira-os,	 clicando	 nos	cards	 a
seguir.
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
E-Book	-	Apostila
25	-	45
Dentre	os	sintomas	negativos,	encontram-se	pobreza	de	linguagem	e	pensamento,
embotamento	afetivo	e	 falta	de	motivação	(GRAEFF;	GUIMARÃES,	2000).	Diversas
alterações	 foram	 observadas	 em	 cérebros	 de	 esquizofrênicos	post	 mortem,
sugerindo	anormalidades	nos	 lobos	pré-frontal	e	 temporal,	além	de	problemas	de
assimetria	cerebral	(GRAEFF;	GUIMARÃES,	2000).
Embora	 não	 sejam	 reconhecidos	 formalmente	 como	 parte	 dos	 critérios
diagnósticos	 da	 esquizofrenia,	 numerosos	 estudos	 subclassificam	 os	 sintomas
dessa	doença,	além	dos	positivos	e	negativos,	em	sintomas	cognitivos,	agressivos
e	afetivos.	 	Os	sintomas	agressivos,	como	ofensas,	comportamentos	verbalmente
abusivos	 e	 violência	 franca,	 podem	 ocorrer	 com	 os	 sintomas	 positivos,	 como
delírios	 e	 alucinações,	 sendo	 confundidos	 com	 os	 próprios	 positivos.	 As
intervenções	 comportamentais	 são	 particularmente	 úteis	 para	 evitar	 a	 violência
associada	à	impulsividade,	o	que	reduz	as	provocações	provenientes	do	ambiente.
Também	 pode	 ser	 difícil	 separar	 os	 sintomas	 de	 disfunção	 cognitiva	 formal	 dos
sintomas	 de	 disfunção	 afetiva	 e	 dos	 negativos,	 porém	 as	 atuais	 pesquisas	 estão
buscando	 as	 áreas	 específicas	 de	 disfunção	 cerebral	 para	 cada	 domínio	 dos
sintomas	 da	 esquizofrenia,	 na	 esperança	 de	 desenvolver	 melhores	 tratamentos
para	 os	 sintomas	 negativos,	 cognitivos	 e	 afetivos	 desse	 transtorno,	 os	 quais,
frequentemente,	são	negligenciados.
Em	 particular,	 estão	 sendo	 desenvolvidas	 baterias	 de	 avaliação	 neuropsicológica
para	quantificar	os	sintomas	cognitivos,	a	fim	de	detectar	melhora	cognitiva	após	o
tratamento	 com	 alguns	 dos	 novos	 fármacos	 psicotrópicos	 que	 estão	 sendo
atualmente	 testados.	 Os	 sintomas	 cognitivos	 da	 esquizofrenia	 consistem	 em
prejuízos	da	atenção	e	do	processamento	de	informações.	Esses	são	manifestados
pelo	 comprometimento	 da	 fluência	 verbal	 (capacidade	 de	 produção	 de	 fala
espontânea),	por	problemas	com	a	aprendizagem	sequencial	(de	uma	lista	de	itens
ou	de	uma	série	de	eventos)	e	pela	vigilância	prejudicada	das	funções	executivas
(dificuldade	 para	 manter	 e	 focar	 a	 atenção	 e	 a	 concentração,	 para	 estabelecer
prioridades	e	a	modulação	do	comportamento	com	base	em	pistas	sociais)	(STAHL,
2017).
A	doença	esquizofrênica	apresenta	importantes	alterações	da	vida,	desarticulando
e	 quebrando	 o	 aspecto	 natural,	 pré-reflexivo,	 que	 caracteriza	 a	 vivência	 normal
humana	do	tempo.	A	experiência	temporal	é	marcada	pela	fragmentação	do	tempo
e	pelas	 vivências	 anormais,	 como	déjà-vu,	déjà	vécu	e	 confusão	na	 compreensão
do	tempo	atual,	do	passado	e	do	futuro,	que	são	confundidos	com	as	alucinações
(DALGALARRONDO,	 2018).	 A	 esquizofrenia	 é	 a	 doença	 da	 mente	 mais	 comum	 e
mais	conhecida	no	mundo,	afetando	1%	da	população,	desse	grupo,	até	50%	tenta
suicídio	(10%	com	sucesso),	contribuindo	para	uma	taxa	de	mortalidade	oito	vezes
maior	do	que	a	da	população	em	geral.	A	expectativa	de	vida	de	um	doente	com
esquizofrenia	 pode	 chegar	 apenas	 a	 30	 anos	 de	 idade,	 não	 só	 pelo	 suicídio	mas
também	por	doenças	cardiovasculares	(STAHL,	2017).	
Fisiopatologia	da	esquizofrenia
E-Book	-	Apostila
26	-	45
Compreender	 as	 bases	 neurobiológicas	 da	 esquizofrenia	 representa	 um	 dos
maiores	desafios	das	neurociências,	uma	vez	que	esse	transtorno	afeta	muitas	das
características	 que	 nos	 fazem	 humanos:	 o	 pensamento,	 a	 percepção	 e	 a
consciência.	 Assista	 o	 vídeo	 a	 seguir,	 que	 abordará	 com	 mais	 detalhes	 esse
princípio.	Acompanhe.
Recurso	Externo
Recurso	é	melhor	visualizado	no	formato	interativo
Seguindo	 a	 partir	 do	 que	 foi	 apresentado	 no	 vídeo,	 podemos	 continuar	 nos
debruçando	sobre	essa	temática.	Vamos	lá?
Glutamato:	outros	sistemas	envolvidos	na	esquizofrenia	vêm	de	observações	dos
efeitos	comportamentais	da	fenciclidina	(PCP)	e	da	cetamina,	pois	afetam	sinapses
que	 utilizam	 glutamato	 como	 neurotransmissor	 (principal	 neurotransmissor
excitatório	 rápido	 no	 encéfalo)	 e	 os	 receptores	 N-metil-D-Aspartato	 (NMDA),	 que
são	 um	 tipo	 de	 receptor	 glutamatérgico	 (DE	 NUCCI,	 2021).	 A	 PCP	 e	 a	 cetamina
atuam	 inibindo	 receptores	 NMDA	 (Figura	 13).	 Assim,	 de	 acordo	 com	 a	 hipótese
glutamatérgica	para	a	esquizofrenia,	esse	 transtorno	 reflete	a	ativação	diminuída
dos	 receptores	NMDA	no	encéfalo.	A	PCP	e	a	cetamina	não	 interferem	na	 ligação
do	 glutamato	 ao	 receptor,	 como	 fazem	 outros	 antagonistas	 NMDA,	 elas	 atuam
entrando	no	canal	e	bloqueando	o	poro.
Esse	 bloqueio	 pela	 PCP	 e	 pela	 cetamina	 só	 é	 possível	 quando	 os	 receptores
estiverem	 ativos,	 e	 os	 canais,	 abertos.	 A	 inibição	 de	 receptores	 NMDA	 nesses
neurônios	 poderia	 causar	 distorções	 no	 pensamento	 e	 no	 processamento	 de
informação	 sensorial	 (BEAR;	 CONNORS;	 PARADISO,	 2002).	 A	 associação	 de
disfunção	glutamatérgica	com	a	esquizofrenia	teve	origem	na	observação	de	que	o
líquido	 cefalorraquidiano	 de	 pacientes	 com	 esquizofrenia	 apresentava	 níveis
reduzidos	de	glutamato.	A	disfunção	da	neurotransmissão	glutamatérgica	pode	ser
um	 objetivo	 no	 tratamento	 da	 esquizofrenia	 em	 termos	 de	 controle	 de	 sintomas
negativos	e	déficit	cognitivo	(DE	NUCCI,	2021).
E-Book	-	Apostila
27	-	45
FIGURA	1	-	Bloqueio	dos	receptores	NMDA	pela	fenciclidina	(PCP)
Fonte:	BEAR;	CONNORS;	PARADISO,	2002,	p.	777.
Serotonina:	a	hipótese	do	envolvimento	da	serotonina	fundamenta-se	em	estudos
sobre	as	interações	do	fármaco	alucinogênico	ácido	lisérgico	dietilamida	(LSD)	com
a	 serotonina.	Os	antagonistas	de	 serotonina	melhoram	os	efeitos	 extrapiramidais
dos	antipsicóticos	(DE	NUCCI,	2021).	A	descoberta	de	que	alucinógenos	 indólicos,
como	 o	 LSD	 (dietilamida	 do	 ácido	 lisérgico)	 e	 a	 mescalina,	 são	 agonistas	 da
serotonina	 (5-HT)	 levou	 à	 pesquisa	 de	 alucinógenos	 endógenos	 na	 urina,	 no
sangue	 e	 no	 cérebro	 de	 pacientes	 com	 esquizofrenia.	 A	 identificação	 de	 muitos
subtipos	 do	 receptor	 de	 5-HT	 propiciou	 a	 descoberta	 fundamental	 de	 que	 a
estimulação	 dos	 receptores	 5-HT2A	 e	 5-HT2C	 constitui	 a	 base	 dos	 efeitos
alucinatórios	 desses	 agentes.	 A	 estimulação	 dos	 receptores	 5-HT2A	 leva	 à
despolarização	 dos	 neurônios	 glutamatérgicos,	 mas	 também	 à	 estabilização	 dos
receptores	 NMDA	 nos	 neurônios	 pós-sinápticos.	 A	 estimulação	 dos	 receptores	 5-
HT2C	 proporciona	 um	 meio	 adicional	 de	 modular	 a	 atividade	 dopaminérgica
cortical	e	límbica	(KATZUNG;	TREVOR,	2017).
E-Book	-	Apostila
28	-	45
Ácido	 gama-aminobutírico:	 o	 ácido	 gama-aminobutírico	 (GABA)	 é	 o	 principal
neurotransmissor	inibitório	no	SNC.	Alterações	do	sistema	GABAérgico	sugerem	um
papel	 das	 interaçõesentre	 o	 GABA	 e	 a	 dopamina	 na	 esquizofrenia.	 Os
interneurônios	GABAérgicos	 são	 fundamentais	para	as	 redes	neuronais	geradoras
de	 ritmo,	 e	 a	 sincronização	 das	 oscilações	 neurais	 constitui	 um	 mecanismo
fundamental	envolvido	na	memória,	na	percepção	e	na	consciência.	Anormalidades
do	GABA	podem	ser	responsáveis	pelas	alterações	de	sincronia	neural,	oscilações
gama	 anormais	 e	 déficits	 de	 memória	 observados	 na	 esquizofrenia.	 Agonistas
GABA	 foram	 associados	 ao	 tratamento	 da	 esquizofrenia	 com	melhoria	 de	 alguns
sintomas	(DE	NUCCI,	2021).
Considerações	finais
Nessa	unidade,	você	teve	a	oportunidade	de:
reconhecer	a	psicofarmacologia	no	transtorno	depressivo;
reconhecer	a	psicofarmacologia	nos	transtornos	de	ansiedade
e	TOC;
reconhecer	a	psicofarmacologia	na	esquizofrenia.
A	neurociência	teve	um	grande	 impacto	na	psicofarmacologia,	a	doença	mental	é
atualmente	reconhecida	como	resultado	de	alterações	patológicas	no	cérebro	e	os
tratamentos	 farmacológicos	modernos	estão	 tentando	corrigir	essas	alterações.	A
farmacologia	modificou	a	 forma	como	a	sociedade	 trata	as	pessoas	com	doenças
mentais.	 A	 suspeita	 dirigida	 aos	 doentes	 mentais	 gradualmente	 dá	 lugar	 à
simpatia.	A	doença	mental	é	agora	reconhecida	como	uma	doença	orgânica,	como
hipertensão	e	diabetes.	Apesar	dos	grandes	avanços	no	tratamento	dos	distúrbios
psicofarmacológicos,	 nossa	 compreensão	 de	 como	 esses	 tratamentos	 funcionam
no	encéfalo,	auxiliando	os	pacientes,	ainda	é	limitada.
E-Book	-	Apostila
29	-	45
No	caso	dos	tratamentos	com	drogas,	sabemos	exatamente	quais	são	os	efeitos	na
transmissão	sináptica	química.	No	entanto,	na	maioria	dos	casos,	não	se	sabe	por
que	leva	várias	semanas	para	que	o	tratamento	seja	eficaz.	Sabemos	menos	sobre
como	a	terapia	psicossocial	afeta	o	encéfalo.	No	geral,	a	resposta	parece	estar	nas
mudanças	 adaptativas	 no	 encéfalo,	 que	 ocorrem	 em	 resposta	 ao	 tratamento,	 e
ainda	 sabemos	 pouco	 sobre	 as	 causas	 dos	 transtornos	 mentais.	 No	 entanto	 o
ambiente	 também	 desempenha	 um	 papel	 importante;	 descobrimos	 que	 as
exposições	 ambientais	 antes	 do	 nascimento	 podem	 contribuir	 para	 transtornos
mentais	 e	 que	 as	 exposições	 após	 o	 nascimento	 podem	 desencadear	 depressão.
No	entanto	nem	 todos	os	 impactos	ambientais	 são	 ruins,	 a	estimulação	 sensorial
apropriada,	 particularmente	 na	 primeira	 infância,	 pode	 claramente	 produzir
mudanças	 adaptativas	 que	 ajudam	 a	 prevenir	 o	 desenvolvimento	 de	 doenças
mentais	mais	tarde	na	vida.	
Agora	que	finalizamos	esse	conteúdo,	vamos	testar	seus	conhecimentos
com	o	quiz	a	seguir.	
QUIZ
Leia	o	trecho	a	seguir.
Os	episódios	depressivos	são	caracterizados	por
humor	deprimido/triste	e/ou	perda	de	interesse	ou
prazer.	O	Transtorno	Depressivo	Maior	(TDM)	é	um
dos	transtornos	psiquiátricos	mais	diagnosticados.
E-Book	-	Apostila
30	-	45
Quais	são	os	três	subtipos	clínicos	de	TDM?	Assinale
a	alternativa	CORRETA.	
Resposta	Correta:
A	resposta	está	correta,	pois	são	os	três	subtipos	do
Transtorno	de	Depressão	Maior:	as	depressões	típica,
atípica	e	melancólica,	que	são	atualmente	descritas
quando	se	analisam	quadros	clínicos.	A	depressão
típica	é	a	mais	ocorrente	na	população	em	geral,
apresentando	por	humor	deprimido/triste	e/ou	perda
de	interesse	ou	prazer.	A	depressão	atípica
caracteriza-se	por	sinais	neurovegetativos,	que	são	o
inverso	daqueles	observados	na	depressão	típica.	O
paciente	apresenta	maior	apetite,	particularmente
para	alimentos	“reconfortantes”	ricos	em
gordura/carboidratos,	e	hipersonia.	Esses	indivíduos
também	se	mostram	particularmente	sensíveis	à
crítica;	e	são	capazes	de	passar	por	breves	períodos
de	prazer	e	apresentar	um	comportamento	de	busca
do	prazer.	A	depressão	melancólica	é	o	subtipo	menos
comum,	porém	o	mais	severo	e	incapacitante.	O
paciente	perde	todo	o	interesse	pelo	seu	entorno	e
mostra-se	totalmente	indiferente	a	críticas	ou
preocupação.	Esses	indivíduos	são	incapazes	de	sentir
prazer,	mesmo	que	por	um	breve	período.
A	depressão	típica,	a	depressão	atípica	e	a
depressão	melancólica.a
A	depressão	típica,	a	depressão	atípica	e	a
depressão	bipolar.b
E-Book	-	Apostila
31	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta,	pois	a	depressão	bipolar,	a
mania	e	a	ciclagem	rápida	não	são	os	subtipos	do
Transtorno	de	Depressão	Maior	(TDM).	A	mania	e	a
depressão	bipolar	são	“polos”	opostos	da	depressão,	o
que	leva	aos	termos	depressão	unipolares	(pacientes
que	só	apresentam	o	polo	para	baixo	ou	depressivo)	e
bipolar	(pacientes	que,	em	diferentes	momentos,
apresentam	o	polo	para	cima	-	maníacos	-	ou	o	polo
para	baixo	-	depressivos).	A	depressão	e	a	mania
podem,	até	mesmo,	ocorrer	simultaneamente,	em	um
estado	denominado	humor	misto.	A	mania	também
pode	ocorrer	em	graus	menores,	denominados
hipomania,	ou	o	paciente	pode	alternar	rapidamente
entre	mania	e	depressão,	estado	chamado	de
ciclagem	rápida.
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta,	pois	a	depressão	bipolar,	a
mania	e	a	ciclagem	rápida	não	são	os	subtipos	do
Transtorno	de	Depressão	Maior	(TDM).	A	mania	e	a
depressão	bipolar	são	“polos”	opostos	da	depressão,	o
que	leva	aos	termos	depressão	unipolares	(pacientes
que	só	apresentam	o	polo	para	baixo	ou	depressivo)	e
bipolar	(pacientes	que,	em	diferentes	momentos,
apresentam	o	polo	para	cima	-	maníacos	-	ou	o	polo
para	baixo	-	depressivos).	A	depressão	e	a	mania
podem,	até	mesmo,	ocorrer	simultaneamente,	em	um
estado	denominado	humor	misto.	A	mania	também
pode	ocorrer	em	graus	menores,	denominados
hipomania,	ou	o	paciente	pode	alternar	rapidamente
entre	mania	e	depressão,	estado	chamado	de
ciclagem	rápida.
A	depressão	típica,	a	mania	e	a	depressão	bipolar.c
E-Book	-	Apostila
32	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta,	pois	a	depressão	bipolar,	a
mania	e	a	ciclagem	rápida	não	são	os	subtipos	do
Transtorno	de	Depressão	Maior	(TDM).	A	mania	e	a
depressão	bipolar	são	“polos”	opostos	da	depressão,	o
que	leva	aos	termos	depressão	unipolares	(pacientes
que	só	apresentam	o	polo	para	baixo	ou	depressivo)	e
bipolar	(pacientes	que,	em	diferentes	momentos,
apresentam	o	polo	para	cima	-	maníacos	-	ou	o	polo
para	baixo	-	depressivos).	A	depressão	e	a	mania
podem,	até	mesmo,	ocorrer	simultaneamente,	em	um
estado	denominado	humor	misto.	A	mania	também
pode	ocorrer	em	graus	menores,	denominados
hipomania,	ou	o	paciente	pode	alternar	rapidamente
entre	mania	e	depressão,	estado	chamado	de
ciclagem	rápida.
A	ciclagem	rápida,	a	mania	e	a	depressão	bipolar.d
A	depressão	bipolar,	a	depressão	atípica	e	a
depressão	melancólica.e
E-Book	-	Apostila
33	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta,	pois	a	depressão	bipolar,	a
mania	e	a	ciclagem	rápida	não	são	os	subtipos	do
Transtorno	de	Depressão	Maior	(TDM).	A	mania	e	a
depressão	bipolar	são	“polos”	opostos	da	depressão,	o
que	leva	aos	termos	depressão	unipolares	(pacientes
que	só	apresentam	o	polo	para	baixo	ou	depressivo)	e
bipolar	(pacientes	que,	em	diferentes	momentos,
apresentam	o	polo	para	cima	-	maníacos	-	ou	o	polo
para	baixo	-	depressivos).	A	depressão	e	a	mania
podem,	até	mesmo,	ocorrer	simultaneamente,	em	um
estado	denominado	humor	misto.	A	mania	também
pode	ocorrer	em	graus	menores,	denominados
hipomania,	ou	o	paciente	pode	alternar	rapidamente
entre	mania	e	depressão,	estado	chamado	de
ciclagem	rápida.
Leia	o	trecho	a	seguir.
E-Book	-	Apostila
34	-	45
Os	 transtornos	 de	 ansiedade	 abrangem	 muitos
sintomas,	 que	 representam	 respostas	 normais	 às
pressões	 do	 cotidiano,	 ou	 eventualmente
manifestações	 de	 transtornos	 psiquiátricos	 que
exigem	 tratamento	 específico.	 Observe	 o	 seguinte
quadro:	 ansiedade	 excessiva,	 na	 maior	 parte	 dos
dias,	 por	 vários	 meses;	 pessoa	 angustiada,	 tensa,
preocupada,	 permanentemente	 nervosa	 ou	 irritada.
São	 também	 comuns	 sintomas	 físicos,	 como
cefaleias,	 dores	 musculares,	 dor	 ou	 queimação	 no
estômago,	 taquicardia,	 tontura,	 formigamento	 e
sudorese	 fria.	 Alguns	 termos	 populares	 para	 esses
estadossão	“gastura”,	“repuxamento	dos	nervos”	e
“cabeça	ruim”.
O	 quadro	 descrito	 se	 enquadra	 em	 qual
classificação?	Assinale	a	alternativa	CORRETA.
O	Transtorno	do	Estresse	Pós-Traumático	(TEPT).a
E-Book	-	Apostila
35	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta.	O	quadro	descrito	não	é	de
Transtorno	do	Estresse	Pós-Traumático	(TEPT),	pois
esse	é	caracterizado	por	uma	perturbação	mental	que
se	pode	desenvolver	em	resposta	à	exposição	a	um
evento	traumático,	como	agressão	sexual,	guerra,
acidente	de	viação	ou	outro	tipo	de	ameaça	à	vida	da
pessoa.	O	quadro	também	não	é	de	transtorno	nas
alças	Cortico-Estriado-Tálamo-Corticais	(CETC),	pois
esse	transtorno	não	existe,	nem	do	Transtorno	de
Ansiedade	Social	(TAS),	pois	a	ansiedade	social,
também	conhecida	como	fobia	social,	acomete	as
pessoas	diante	das	chamadas	“situações	sociais”,	ou
seja,	situações	que	envolvem	outras	pessoas;	também
não	se	trata	de	Transtorno	de	Ansiedade	de
Separação	(TASE).	Algum	grau	de	ansiedade	de
separação	é	normal	e	ocorre	em	quase	todas	as
crianças,	especialmente	em	crianças	muito	pequenas,
quando	uma	pessoa	com	a	qual	estão	apegadas	está
se	afastando.	A	resposta	correta	é	Transtorno	de
Ansiedade	Generalizada	(TAG).
Transtorno	nas	alças	Cortico-Estriado-Tálamo-
Corticais	(CETC).b
E-Book	-	Apostila
36	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta.	O	quadro	descrito	não	é	de
Transtorno	do	Estresse	Pós-Traumático	(TEPT),	pois
esse	é	caracterizado	por	uma	perturbação	mental	que
se	pode	desenvolver	em	resposta	à	exposição	a	um
evento	traumático,	como	agressão	sexual,	guerra,
acidente	de	viação	ou	outro	tipo	de	ameaça	à	vida	da
pessoa.	O	quadro	também	não	é	de	transtorno	nas
alças	Cortico-Estriado-Tálamo-Corticais	(CETC),	pois
esse	transtorno	não	existe,	nem	do	Transtorno	de
Ansiedade	Social	(TAS),	pois	a	ansiedade	social,
também	conhecida	como	fobia	social,	acomete	as
pessoas	diante	das	chamadas	“situações	sociais”,	ou
seja,	situações	que	envolvem	outras	pessoas;	também
não	se	trata	de	Transtorno	de	Ansiedade	de
Separação	(TASE).	Algum	grau	de	ansiedade	de
separação	é	normal	e	ocorre	em	quase	todas	as
crianças,	especialmente	em	crianças	muito	pequenas,
quando	uma	pessoa	com	a	qual	estão	apegadas	está
se	afastando.	A	resposta	correta	é	Transtorno	de
Ansiedade	Generalizada	(TAG).
Resposta	Correta:
A	resposta	está	correta.	O	quadro	retrata	o	Transtorno
de	Ansiedade	Generalizada	(TAG),	que	se	caracteriza
pela	presença	de	sintomas	excessivos,	em	um	número
de	dias	relativamente	alto,	por	vários	meses,	que
inclui	angústia,	tensão,	preocupação,	irritação,
cefaleias,	dores	musculares,	dor	e	queimação	no
estômago,	taquicardia,	tontura,	formigamento	e
sudorese.
Transtorno	de	Ansiedade	Generalizada	(TAG).c
E-Book	-	Apostila
37	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta.	O	quadro	descrito	não	é	de
Transtorno	do	Estresse	Pós-Traumático	(TEPT),	pois
esse	é	caracterizado	por	uma	perturbação	mental	que
se	pode	desenvolver	em	resposta	à	exposição	a	um
evento	traumático,	como	agressão	sexual,	guerra,
acidente	de	viação	ou	outro	tipo	de	ameaça	à	vida	da
pessoa.	O	quadro	também	não	é	de	transtorno	nas
alças	Cortico-Estriado-Tálamo-Corticais	(CETC),	pois
esse	transtorno	não	existe,	nem	do	Transtorno	de
Ansiedade	Social	(TAS),	pois	a	ansiedade	social,
também	conhecida	como	fobia	social,	acomete	as
pessoas	diante	das	chamadas	“situações	sociais”,	ou
seja,	situações	que	envolvem	outras	pessoas;	também
não	se	trata	de	Transtorno	de	Ansiedade	de
Separação	(TASE).	Algum	grau	de	ansiedade	de
separação	é	normal	e	ocorre	em	quase	todas	as
crianças,	especialmente	em	crianças	muito	pequenas,
quando	uma	pessoa	com	a	qual	estão	apegadas	está
se	afastando.	A	resposta	correta	é	Transtorno	de
Ansiedade	Generalizada	(TAG).
Transtorno	de	Ansiedade	Social	(TAS).d
Transtorno	de	Ansiedade	de	Separação	(TASE).e
E-Book	-	Apostila
38	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta.	O	quadro	descrito	não	é	de
Transtorno	do	Estresse	Pós-Traumático	(TEPT),	pois
esse	é	caracterizado	por	uma	perturbação	mental	que
se	pode	desenvolver	em	resposta	à	exposição	a	um
evento	traumático,	como	agressão	sexual,	guerra,
acidente	de	viação	ou	outro	tipo	de	ameaça	à	vida	da
pessoa.	O	quadro	também	não	é	de	transtorno	nas
alças	Cortico-Estriado-Tálamo-Corticais	(CETC),	pois
esse	transtorno	não	existe,	nem	do	Transtorno	de
Ansiedade	Social	(TAS),	pois	a	ansiedade	social,
também	conhecida	como	fobia	social,	acomete	as
pessoas	diante	das	chamadas	“situações	sociais”,	ou
seja,	situações	que	envolvem	outras	pessoas;	também
não	se	trata	de	Transtorno	de	Ansiedade	de
Separação	(TASE).	Algum	grau	de	ansiedade	de
separação	é	normal	e	ocorre	em	quase	todas	as
crianças,	especialmente	em	crianças	muito	pequenas,
quando	uma	pessoa	com	a	qual	estão	apegadas	está
se	afastando.	A	resposta	correta	é	Transtorno	de
Ansiedade	Generalizada	(TAG).
A	esquizofrenia	é	caracterizada	por
uma	perda	de	contato	com	a	realidade
e	por	perturbações	de	pensamento,
percepção,	humor	e	movimento.	As
causas	da	esquizofrenia	estão
gradualmente	sendo	elucidadas	e
existem	agora	evidências	substanciais
E-Book	-	Apostila
39	-	45
de	diversos	fatores	de	risco
ambientais	e	genéticos.	Sobre	os
modelos/hipóteses	possíveis
responsáveis	pela	doença,	analise	as
afirmativas	a	seguir.
I	 -	 Hipótese	 do	 glutamato:	 algumas	 substâncias,
como	a	fenciclidina	e	cetamina,	afetam	sinapses	que
utilizam	 glutamato	 como	 neurotransmissor,
influenciando	a	doença	esquizofrenia.		
II	 -	 Hipótese	 da	 dopamina:	mais	 comumente	 citada
para	explicar	a	patogenia	da	esquizofrenia,	na	qual	a
doença	 é	 causada	 por	 níveis	 elevados	 ou
desregulados	 de	 neurotransmissão	 de	 dopamina	 no
cérebro.	
III	-	Hipótese	do	cortisol:	que	é	liberado	do	córtex	da
glândula	suprarrenal	em	resposta	a	um	aumento	nos
níveis	 sanguíneos	 do	 hormônio	 adrenocorticotrófico
e	assim	liberado	pela	adeno-hipófise,	influenciando	o
papel	da	esquizofrenia.
IV	 -	 Hipótese	 do	 ácido	 gama-aminobutírico:	 é	 o
principal	 neurotransmissor	 inibitório	 no	 Sistema
Nervoso	 Central	 (SNC).	 Alterações	 do	 sistema
GABAérgico	sugerem	um	papel	das	 interações	entre
o	GABA	e	a	dopamina	na	esquizofrenia.
É	correto	o	que	se	afirma	em:
I,	II	e	III,	apenas.a
E-Book	-	Apostila
40	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta.	A	afirmativa	I	está	correta,
pois	a	hipótese	do	glutamato	considera	que	algumas
substâncias,	como	a	fenciclidina	e	cetamina,	afetam
sinapses	que	utilizam	glutamato	como
neurotransmissor,	influenciando	na	doença
esquizofrenia.	A	afirmativa	II	também	está	correta,
pois	a	hipótese	da	dopamina	é	a	mais	comumente
citada	para	explicar	a	patogenia	da	esquizofrenia,	em
que	a	doença	é	causada	por	níveis	elevados	ou
desregulados	de	neurotransmissão	de	dopamina	no
cérebro.	A	afirmativa	III	está	errada,	pois	o	hormônio
cortisol	está	envolvido	no	transtorno	de	ansiedade.	A
afirmativa	IV	está	correta,	pois	a	hipótese	do	ácido
gama-aminobutírico	considera-o	como	principal
neurotransmissor	inibitório	no	SNC.	Alterações	do
sistema	GABAérgico	sugerem	um	papel	das	interações
entre	o	GABA	e	a	dopamina	na	esquizofrenia.
I	e	II,	apenas.b
E-Book	-	Apostila
41	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta.	A	afirmativa	I	está	correta,
pois	a	hipótese	do	glutamato	considera	que	algumas
substâncias,	como	a	fenciclidina	e	cetamina,	afetam
sinapses	que	utilizam	glutamato	como
neurotransmissor,	influenciando	na	doença
esquizofrenia.	A	afirmativa	II	também	está	correta,
pois	a	hipótese	da	dopamina	é	a	mais	comumente
citada	para	explicar	a	patogenia	da	esquizofrenia,	em
que	a	doença	é	causada	por	níveis	elevados	ou
desregulados	de	neurotransmissão	de	dopamina	no
cérebro.	A	afirmativa	III	está	errada,	pois	o	hormônio
cortisol	está	envolvido	no	transtorno	de	ansiedade.	A
afirmativa	IV	está	correta,	pois	a	hipótese	do	ácido
gama-aminobutírico	considera-o	como	principal
neurotransmissor	inibitório	no	SNC.	Alterações	do
sistema	GABAérgico	sugerem	um	papel	das	interações
entre	o	GABA	e	a	dopamina	na	esquizofrenia.
II,	IIIe	IV,	apenas.c
E-Book	-	Apostila
42	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta.	A	afirmativa	I	está	correta,
pois	a	hipótese	do	glutamato	considera	que	algumas
substâncias,	como	a	fenciclidina	e	cetamina,	afetam
sinapses	que	utilizam	glutamato	como
neurotransmissor,	influenciando	na	doença
esquizofrenia.	A	afirmativa	II	também	está	correta,
pois	a	hipótese	da	dopamina	é	a	mais	comumente
citada	para	explicar	a	patogenia	da	esquizofrenia,	em
que	a	doença	é	causada	por	níveis	elevados	ou
desregulados	de	neurotransmissão	de	dopamina	no
cérebro.	A	afirmativa	III	está	errada,	pois	o	hormônio
cortisol	está	envolvido	no	transtorno	de	ansiedade.	A
afirmativa	IV	está	correta,	pois	a	hipótese	do	ácido
gama-aminobutírico	considera-o	como	principal
neurotransmissor	inibitório	no	SNC.	Alterações	do
sistema	GABAérgico	sugerem	um	papel	das	interações
entre	o	GABA	e	a	dopamina	na	esquizofrenia.
I,	II	e	IV,	apenas.d
E-Book	-	Apostila
43	-	45
Resposta	Correta:
A	resposta	está	correta.	A	afirmativa	I	está	correta,
pois	a	hipótese	do	glutamato	considera	que	algumas
substâncias,	como	a	fenciclidina	e	cetamina,	afetam
sinapses	que	utilizam	glutamato	como
neurotransmissor,	influenciando	na	doença
esquizofrenia.	A	afirmativa	II	também	está	correta,
pois	a	hipótese	da	dopamina	é	a	mais	comumente
citada	para	explicar	a	patogenia	da	esquizofrenia,	em
que	a	doença	é	causada	por	níveis	elevados	ou
desregulados	de	neurotransmissão	de	dopamina	no
cérebro.	A	afirmativa	III	está	errada,	pois	o	hormônio
cortisol	está	envolvido	no	transtorno	de	ansiedade.	A
afirmativa	IV	está	correta,	pois	a	hipótese	do	ácido
gama-aminobutírico	considera-o	como	principal
neurotransmissor	inibitório	no	SNC.	Alterações	do
sistema	GABAérgico	sugerem	um	papel	das	interações
entre	o	GABA	e	a	dopamina	na	esquizofrenia.
I,	II,	III	e	IV.e
E-Book	-	Apostila
44	-	45
Resposta	Incorreta:
A	resposta	está	incorreta.	A	afirmativa	I	está	correta,
pois	a	hipótese	do	glutamato	considera	que	algumas
substâncias,	como	a	fenciclidina	e	cetamina,	afetam
sinapses	que	utilizam	glutamato	como
neurotransmissor,	influenciando	na	doença
esquizofrenia.	A	afirmativa	II	também	está	correta,
pois	a	hipótese	da	dopamina	é	a	mais	comumente
citada	para	explicar	a	patogenia	da	esquizofrenia,	em
que	a	doença	é	causada	por	níveis	elevados	ou
desregulados	de	neurotransmissão	de	dopamina	no
cérebro.	A	afirmativa	III	está	errada,	pois	o	hormônio
cortisol	está	envolvido	no	transtorno	de	ansiedade.	A
afirmativa	IV	está	correta,	pois	a	hipótese	do	ácido
gama-aminobutírico	considera-o	como	principal
neurotransmissor	inibitório	no	SNC.	Alterações	do
sistema	GABAérgico	sugerem	um	papel	das	interações
entre	o	GABA	e	a	dopamina	na	esquizofrenia.
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https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32857.	Acesso	em:	3	nov.	2022.

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