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Cristina Maranhão PROCESSOS FOTOGRÁFICOS E-book 4 Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 FOTOGRAFIA E AS MÍDIAS SOCIAS �����������������4 A CÂMERA ���������������������������������������������������������������13 A câmera digital ���������������������������������������������������������������������27 O arquivo digital ����������������������������������������������������������������������34 Tratamento da imagem ����������������������������������������������������������37 Hibridismo ������������������������������������������������������������������������������39 CONSIDERAÇÕES FINAIS ������������������������������������41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & CONSULTADAS �������������������������������������������������������42 2 INTRODUÇÃO Este módulo traz ainda algumas considerações sobre a fotografia técnica, e também iremos compreender como a fotografia torna-se uma imagem de captação digital. Essa nova formulação da imagem fotográfica, uma imagem formada de pixel e não mais por sais de prata, adequa-se muito bem ao que os pensado- res dos anos 1960 elaboraram para as alterações sociais: uma sociedade que utiliza as imagens como forma de construir relações e desejos sociais, uma sociedade espetacularizada que tem nas imagens digitais e nas redes sociais um espaço fértil para se autoalimentar� Apresentamos também como o tratamento da ima- gem digital na pós-produção possui suas particula- ridades e como a ideia de uma manipulação da ima- gem não é advento do universo digital e já acontecia na fotografia analógica. 3 FOTOGRAFIA E AS MÍDIAS SOCIAS O mundo digital em que vivemos proporciona à pro- dução fotográfica fenômenos que foram previstos por pesquisadores do século 20, tanto os teóricos da Escola de Frankfurt (década de 1930) quanto os franceses de 1960 – porém, eles não previram a mag- nitude desses eventos na atualidade� Se retomarmos o início da técnica e refletirmos so- bre como ocorre o processo de patente e pesquisa fotográfica, é possível observar que algumas carac- terísticas – como a possibilidade de reprodução e difusão – estavam presentes no cerne da invenção. Mesmo a fotografia sendo patenteada em forma de daguerreótipo – um processo de imagem única que não produzia cópias – existia uma busca por processos reprodutíveis, como apontavam os experi- mentos de Talbot e o processo de imagem negativa. Outra característica que já se apresentava naquele momento era a máxima de que a fotografia era a imagem do mundo real. Essa ideia de a fotografia ser a portadora da realidade é bastante significativa para os dias atuais. 4 Figura 1: Daguerreótipo Fonte: https://commons.wikimedia. org/wiki/File:Daguerreotypie_Daguerreotype_Stadtarchiv_ Dornbirn.jpg Esses atributos da técnica foram – com o passar das evoluções técnicas e das mudanças mundiais, sociopolíticas e econômicas – alcançando maior ou menor dimensão. Proponho pensarmos sobre esses aspectos para assim conseguirmos compreender o uso e a apropriação das fotografias no universo digital� Mesmo tendo surgido como uma técnica que não produzia cópias, os avanços nas novas formas de registrar e fixar os raios luminosos alterou rapida- mente esse fato. Logo, a fotografia deixou de possuir uma estética rígida e de caráter único (próprios do daguerreótipo e dos longos tempos de exposição) 5 e passou a trilhar novos rumos estéticos e como técnica reprodutível. SAIBA MAIS Para saber mais sobra a história da fotografia e as diferentes descobertas e avanços da técnica leia os livros Fotografia e sociedade, de Gisèle Freund; e A fotografia: entre documento e arte contempo- rânea, de André Rouillé. Mas, qual seria o problema efetivo de a fotografia ser uma técnica reprodutível, sabendo que ela não foi a primeira técnica de reprodução surgida no mundo? A xilografia e a litografia já serviam para reproduzir textos e desenhos antes de 1839. Antes de prosseguirmos, quero fazer uma obser- vação: quando usamos a palavra “problema” não estamos nos referindo a algo dificultoso; apenas a uma questão sobre a qual devemos refletir, podendo ou não ter uma resolução. No caso do “problema” da fotografia reprodutível, é preciso entender que se põe em evidência a técnica de impressão do mundo real, como esta foi encarada e sentida na época; a velocidade de propagação dessa forma de reprodu- ção, e a sua relação com o original. Obviamente, no século 19 – quando a técnica con- quista diversos admiradores e torna-se objeto de desejo para uns e ofício para outros –, tais questões não foram levantadas. Somente no século seguinte, com os pesquisadores acadêmicos que se debruça- 6 ram sobre o complexo estudo das potencialidades da imagem, é que surgiu o questionamento sobre as possibilidades técnicas da fotografia como matriz. Walter Benjamim (1892-1940) foi um desses pes- quisadores que problematizou a reprodutibilidade da fotografia e posteriormente do cinema. Em sua discussão acerca da reprodução, deixou claro que, antes mesmo da fotografia, já existiam técnicas que produziam cópias, porém, foi com o advento da foto- grafia que a percepção dessa capacidade reproduti- va do mundo veio a se modificar. A relação entre a reprodução e o original é importante para o autor e, posteriormente, para nós pensarmos o mundo atual. Para Benjamim – e também outros pesquisadores ligados à Escola de Frankfurt – o original possui re- lação com os valores ditos tradicionais de uma so- ciedade (sua cultura expressa em imagens, música, linguagem, etc.). Sua dissolução a partir de técnicas reprodutíveis acarreta mudanças nas instituições (família, Estado, religião, etc.) e, assim, reformula ou cria novos padrões sociais. REFLITA Para os teóricos frankfurtianos o valor de tradição, a reprodução e o momento histórico em que es- ses acontecimentos ocorrem possuem influências diretas na formulação e na difusão da indústria cultural. Esta passa a produzir (ou a reproduzir) informações e entretenimento para uma camada da sociedade formada no processo da Revolução 7 Industrial, a massa. Essa produção utiliza aspec- tos da tradição cultural (tradicional) para fins mer- cadológicos de um pequeno grupo dominante. O cinema tornou-se o propulsor dessa formulação (indústria cultural): uma experiência coletiva e re- petitiva, sem que percebamos a apropriação dos valores culturais ou suas distorções� Logo, a fotografia e o cinema são vistos como duas técnicas que, atreladas aos momentos históricos em que surgem, corroboraram para alterar esses padrões. E tornaram-se grandes difusoras de discur- sos, potencializando essas reformulações sociais. Tanto o cinema como a fotografia são capazes dessa reformulação, pois ambas as técnicas são vistas até hoje como realidade; ou seja, se eu vi em imagem não posso duvidar que algo aconteceu ou que não foi daquela forma que aconteceu� Esse status de portadora da veracidade imbuído à fotografia está inscrito em seu DNA. Ela surge em um momento histórico de reformulações dos cam- pos sociopolíticos da representação e constrói ima- gens diretamente a partir da ação luminosa, sem a interferência do homem, e com grande perfeição e nitidez. Por isso, surgiu a crença de que era a luz que fotografava ao atingir a prata na emulsão, e que o papel do fotógrafo era de mero operador da câmera. Essa ideia de que o olhar do fotógrafo não interfere na fotografia ainda hoje é difundida. Contudo, sabemos que a técnica fotográfica produz distorções do mundo real� O uso de objetivas – ma- 8 cro, tele ou grande angular – por si só já propicia uma percepção diferente da realidade. A técnica fotográ- fica distorce o real vivenciado, seja por modificar a luminosidade, alterar o ângulo ou aumentar o campo focal. Não podemos acreditar que uma fotografia é a tradução fidedigna da realidade; mas, devido à sua história e por ser enaltecida em um ambiente tecnicista, acabou sendo difícil não ganharessa reputação. A ideia de que as imagens fotográficas são um retrato do real seja, talvez, um dos grandes paradigmas do universo fotográfico – e deve ser questionado� Para entendermos melhor como a técnica, desde os seus primórdios, distorce a realidade, vamos anali- sar uma célebre imagem produzida por Daguerre: a fotografia de uma rua parisiense que apresenta uma visão geral dos prédios e da rua com calçadas largas; em uma delas, identificamos uma figura humana. Ela está congelada na rua vazia. 9 Figura 2: Boulevard du Temple – Daguerreótipo Fonte: ht- tps://commons.wikimedia.org/wiki/File:Boulevard_du_Temple_ by_Daguerre.jpg Observando a imagem, podemos julgar que a cidade de Paris no século 19 era uma cidade fantasma, sem movimento. No entanto, essa imagem proporciona uma leitura totalmente errônea da realidade. Paris era uma cidade viva e importante, com mais de 650 mil habitantes e sediava os principais festivais e ex- posições do mundo. Porém, a técnica fotográfica estava ainda no seu início e necessitava de um longo tempo de exposição para registrar o mundo; assim, todos aqueles que estavam se movimentando na rua durante o registro fotográfico não aparecem na imagem, são rastros que não foram fixados. A figura humana que vemos ali foi instruída pelo fotógrafo a ficar parada por longos 10 minutos na mesma posi- ção; somente assim pôde ser captada pela emulsão. 10 Essa questão da construção de imagens que produ- zem um real – ou seja, simulacros da realidade – foi debatida na França na década de 1960. Na época, os pesquisadores Guy Debord (1931-1994) e Jean Baudrillard (1929-2007) teorizaram sobre o mundo real e a criação de simulacros da realidade a partir da introdução da televisão na sociedade francesa. Assim, Debord produziria estudos em que as imagens – televisiva, cinematográfica ou fotografias – são a forma como a sociedade moderna encontrou para se relacionar. Nossos desejos e padrões passam pelas imagens e deixamos de ser uma sociedade de sentir para ser uma sociedade baseada na necessidade de ter e aparecer. E, a cada momento, nos tornamos mais superficiais e sem a capacidade de produzir um pensamento crítico para as imagens impostas pela indústria cultural. Encontram-se aqui os problemas da fotografia apre- sentados anteriormente. Com a reprodução excessi- va de imagens e a apropriação da cultura tradicional fomentando a indústria cultural (do entretenimento), a sociedade torna-se espetacular e, nesse processo, vivemos somente os simulacros� Com o mundo digital e o surgimento das redes so- ciais, as imagens, ou melhor, a produção de imagens passou a ser diária e em minutos. O homem do sé- culo 19 que vivenciou o surgimento da fotografia não viu tantas imagens como nós já visualizamos. As redes sociais transformaram-se em um grande repositório de simulacros de nossas vidas. 11 Antes de finalizar esta parte que nos alerta para a produção excessiva de imagens é necessário lem- brar que o fotógrafo possui direitos sobre sua cria- ção. O direito autoral de sua obra é garantido por lei, na Constituição, mas, hoje em dia, com o uso das imagens na internet e nas redes sociais, o que presenciamos é um aumento da utilização indevida de imagens autorais� O caráter da fotografia de ser detentora da realidade não deixou de existir e, atualmente, com a velocidade da internet e a quebra de barreiras que ela proporcio- na, essa natureza de reprodução do real foi realçada. Acreditamos nas vidas construídas no Instagram, mesmo sabendo que é impossível viver em dias sola- res o tempo todo. Obviamente, não precisamos ana- lisar somente o lado negativo, mas, conforme estu- dado até aqui, precisamos estar atentos às imagens nas redes, pois a produção excessiva, combinada com os anseios de uma sociedade espetacularizada, é um caminho fértil para os aspectos inerentes à técnica fotográfica de atrelar-se à Indústria Cultural, fomentando a perda de consciência crítica. 12 A CÂMERA Sabemos que o surgimento da técnica fotográfica só foi possível a partir da fixação da imagem em um suporte. A ideia da câmera de orifício para re- gistrar a luz já era usada pelos pintores no período do Renascimento. A câmera escura possibilitava ao artista fazer esboços com maior precisão, utilizando a imagem formada na fase oposta do furo. Lembra- se dela? Figura 3: Representação de uma câmera escura Fonte: ht- tps://commons.wikimedia.org/wiki/File:Camera_obscura_1.jpg Os feixes luminosos dando forma às imagens já era um fato praticado por muitos ilustradores e pintores e, nos séculos seguintes, houve a adição de lentes na frente do furo� Esses conjuntos óticos ainda eram extremamente rudimentares, se comparados às ob- jetivas do final do século 19; porém, com as lentes, 13 a nitidez da imagem foi aperfeiçoada, auxiliando na construção do traço. Figura 4: Câmera escura com lente Fonte: https://com- mons.wikimedia.org/wiki/File:Camera_obscura,_zelfbouw,_ objectnr_61741-A-F.JPG Na sequência das melhorias na câmera escura, foi adicionado um espelho dentro da caixa – este re- fletia a imagem projetada dentro da câmera, o que auxiliava ainda mais a observação da imagem. Outra mudança foi o sistema de foco� A imagem, ao passar pelo furo (com ou sem objetiva), é projetada no fundo da câmera; para ter foco ou niti- dez é preciso uma relação entre o tamanho do furo e o comprimento da caixa. Com a objetiva, a distância entre furo e fundo da caixa não era tão precisa, pro- duzindo pequenas áreas desfocadas e indesejadas. Assim, criou-se um sistema focal, em que a parte que tinha a objetiva era móvel e esse movimento no eixo horizontal ajustava os planos, possibilitando colocar o foco onde o artista preferisse. 14 Figura 5: Como funcionava o espelho Fonte: https://com- mons.wikimedia.org/wiki/File:Camera_obscura_box.jpg Figura 6: Câmera escura com lente e distância focal Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Goethes_tragba- re_Camera_obscura@Weimar_Schiller-Haus.JPG 15 As alterações nas câmeras desse início até a patente da fotografia, em 1839, foram no suporte fotossen- sível, ou como chamamos, no plano do filme. Com a patente da imagem fixada em um suporte em forma de daguerreótipo, o fundo da câmera escura passou a receber as placas – chapas de vidro – até o advento do filme fotográfico, como o conhecemos. Com a diminuição do tempo de exposição e a me- lhoria nas emulsões, as câmeras também se alte- raram. Durante um período, o tempo de exposição era controlado pelo próprio fotógrafo, utilizando um relógio de bolso. Porém, antes mesmo do final do século 19, o obturador começou a ser produzido e incorporado às lentes. Figura 7: Lente com obturador acoplado Fonte: https://com- mons.wikimedia.org/wiki/File:Compur.jpg Esse formato de obturador é chamado de concêntrico ou obturador de lâminas, e ainda hoje é utilizado nas câmeras de diferentes formatos. Há vantagem nesse 16 tipo de obturador, pois por estar junto da objetiva ele é mais silencioso que o obturador que se encontra no plano focal, e funciona como uma cortina que se move para a passagem da luz até o plano do filme. A diferença de construção mecânica desses obtu- radores está diretamente relacionada ao formato das câmeras� Podemos dividir os formatos das câmeras em três tipos: câmeras de grande, médio e pequeno formato. Cada uma tem sua especificidade e função, mas, de certa forma, podemos pensar que as câmeras de pequeno formato, com negativo 35 mm, são uma evo- lução dos formatos e processos da câmera. Desde as câmeras próprias para o processo do daguerreótipo até chegarmos às câmeras com lentes intercambi- áveis e negativo 35 mm, foram diversas mudanças e tentativas dos fabricantes para construir a melhor mecânica. Essas transformações não foram somente no formato do negativo ou em seu material, foram também nas objetivas e no obturador. As câmeras de grande formato são muito parecidas com as câmeras do inícioda fotografia; elas pos- suem uma chapa entre 4 x 5 (10 x 12,5 cm), 5 x 7 (12,5 x 17,5 cm) e 8 x 10 (20 x 25 cm) polegadas. Nas objetivas, encontra-se o obturador concêntrico e utilizam o sistema de fole. Na parte do plano do filme, temos o visor (vidro despolido) que mostra a imagem invertida, como a câmera escura – nessa parte é colocado o chassi, com as folhas do filme que será exposto. 17 Figura 8: Câmera de grande formato – Sinar F Fonte: https:// commons.wikimedia.org/wiki/File:Sinar_F_(profil).jpg Essas câmeras – utilizadas por fotógrafos de arquite- tura e de estúdio – são bastante robustas e necessi- tam de um tripé extremamente forte. A existência do fole permite que o plano do filme se mova nos eixos horizontais e verticais, compensando as distorções da perspectiva da lente ou do objeto fotografado. Outra característica desse equipamento é de foto- grafar com um negativo de 8 x 10 polegadas, o que permite fazer grandes ampliações, sem que ocorram distorções na imagem� 18 Figura 9: Câmera de grande formato Fonte: https://com- mons.wikimedia.org/wiki/File:Sinar_F.jpg 19 Figura 10: Detalhe da câmera de grande formato Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Sinar_F_-_ vis%C3%A9e.jpg As câmeras de médio formato são muito versáteis. Elas também funcionam com chassis independentes, nos quais são colocados filmes de até 12 poses. Como são independentes, o fotógrafo pode ter vá- rios chassis de diferentes tipos de filmes (cor, PB ou ISO diferentes) para a mesma sessão de fotografia. Existem modelos mais antigos que também possuem o sistema de fole, mas nesse formato não é possível controlar a perspectiva. O fole funciona como uma extensão e, nessas câmeras, era usado para focar a imagem� 20 Importante destacar que o fole pode causar perda de luz, sendo necessário fazer a compensação da fotometria� Figura 11: Câmera de médio formato e chassi Fonte: https:// commons.wikimedia.org/wiki/File:Mamiya_RB67_-_dos_120. jpg Figura 12: Câmera de médio formato Mamiya Fonte: https:// commons.wikimedia.org/wiki/File:Mamiya_RZ67_front_view. jpg 21 Talvez a mais conhecida câmera de médio formato que conhecemos seja a Rolleiflex. Ela possui algu- mas peculiaridades: um sistema de duas objetivas com a mesma distância focal. A objetiva superior é utilizada para a formação da imagem que é invertida, como nas câmeras de grande formato; e a objetiva inferior é responsável pela formação da imagem no plano do filme e possui o sistema de obturador con- cêntrico. Outra curiosidade da Rolleiflex é que essas câmeras não possuem chassis e as objetivas são fixas, geralmente com lente de 80 mm, considerada objetiva “padrão” para o tamanho do filme. 22 Figura 13: Câmera Rolleiflex médio formato – filme 120mm Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/ File:Rolleiflex_3.5_E_chambre_moyen_format_6x6_double_ objectif.jpg As câmeras de 35 mm, ou de pequeno formato, po- dem ser consideradas como o formato mais difundi- 23 do de câmeras fotográficas. Isso porque são dividi- das em três categorias: amadoras, semiprofissionais e profissionais. As amadoras não necessitam que o operador conheça funções de abertura ou velocidade – é como no slogan de George Eastman, o fundador da Kodak, “aperte o botão, que nós fazemos o res- to!”, quando produziu a primeira câmera amadora da história, batizada de Brownie, e que usava filme em rolo médio formato. Figura 14: Câmera Brownie, de George Eastman Fonte: ht- tps://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brownie2_overview3. jpg 24 As câmeras profissionais no formato de 35 mm surgem no começo do século 20 e revolucionam a prática fotográfica. Também chamadas de câmeras reflex ou SLR (single-lens reflex), funcionam com um sistema de espelho que reflete a imagem para um pentaprisma, posicionando a imagem como a vemos. No momento do disparo, o espelho é acionado, levan- tando o obturador em forma de cortina, posicionado no plano do filme, o que permite a passagem da luz. Outra característica dessas câmeras é que utilizam lentes intercambiáveis, permitindo ao fotógrafo usar várias objetivas: normal (50 mm), teleobjetiva (70 mm), etc. Por ser um formato muito leve, proporciona grande agilidade, sendo um equipamento utilizado por fotojornalistas, documentaristas, ou qualquer pessoa que saiba usar as funções de abertura e ve- locidade, fotometria. 25 Figura 15: Câmera analógica 35 mm – Nikon FM2 Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nikon_FM2.jpg Até aqui foram apresentadas as câmeras e os forma- tos das câmeras analógicas. Todas elas, independen- temente do formato, necessitam de filmes sensíveis à luz, em que a energia das ondas eletromagnéticas irá modificar os sais de prata presentes nas emulsões. Essa reação química produz a imagem latente: para aparecer em forma de negativo é necessário que passe pelo processo químico da revelação. Neste, os sais de prata surgem devido à reação química e transformam os sais de prata em prata revelada e preta. 26 A câmera digital A fotografia digital surgiu como um processo natu- ral que o mundo seguia. No final dos anos 1990, a internet já estava dentro dos nossos lares. Logo, os filmes e a prata foram substituídos pelas imagens formadas pelo sistema binário e transformada em pixel. Para cada pixel é gerado um número referente, e este representa a quantidade de energia (volta- gem) presente nele decodificado, ou seja, de ver- melho (Red), verde (Green) e azul (Blue). Assim, nas imagens digitais, sempre iremos nos referenciar aos pixels e ao sistema RGB. Figura 16: Fotografia original Fonte: produzido pela autora 27 Figura 17: Ampliação para ver o pixel da imagem Fonte: produzido pela autora Antes de prosseguirmos com o universo digital, gostaria de lembrar que, nesse contexto, também existe um processo para a formação da imagem e outro para a sua “ampliação”. Na fotografia analógica, usamos os filmes para produzir a imagem e, poste- riormente, outro processo na revelação. São dois processos (ou sistemas) que envolvem a formação da imagem. Isso ocorre em preto e branco ou nas imagens coloridas – no caso destas últimas, usamos na ampliação filtragem de luz no sistema RGB. SAIBA MAIS Para aprofundar seus conhecimentos sobre o uni- verso da cor em forma de pigmento e em espectro luminoso, indico a leitura do livro A cor no proces- so criativo, de Lilian Ried Miller Barros. 28 Na fotografia digital, usamos dois sistemas distintos: quando falamos em formação da imagem, usaremos o sistema RGB; e quando formos imprimir (aqui po- demos fazer a analogia com a ampliação de uma fotografia analógica), usamos o sistema de impres- são que é em pigmentos e não em luz, ou seja, em CMYK os pigmentos para a formação dos matizes da imagem são: ciano, magenta, amarelo e preto. 29 Figura 18: Imagem de impressão CMYK com os canais se- parados Fonte: commons.wikimedia.org 30 https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SubtractiveColorSynthesis_CMYK_2.jpg Esse processo, que envolve dois sistemas distintos: cor-luz (RGB) e pigmento (CMYK), na fotografia di- gital possui relação com o pixel. Este é responsável pela formação da imagem e para cada pixel de uma imagem são criados valores binários (0 ou 1 que são próprios dos sistemas de computador), a fim de gerar uma referência para a luz que consta naquele quadradinho. Se aumentarmos uma imagem a mais de 3.200% (figura 16 e 17), veremos o pixel e, com um software específico (como o Photoshop), poderemos medir o quanto de cada comprimento de luz existe naquele pixel. Como exemplificado nas figuras 16 e 17, o pixel ampliado é composto por R242 G81 B32. Nas câmeras fotográficas digitais, essa captação da luz e transformação no sistema binário é feita pelo sensor que substituiu o filme fotográfico. No plano do filme, existe uma placa sensível à luminosidade que converte essa informação em carga elétrica, CCD (charge-coupled device) ouCMOS (Complementary metal-oxide-semiconductor), este mais usado nas câmeras DSRL (digital single-lens reflex). 31 Figura 19: Câmera com o CMOS exposto Fonte: https://com- mons.wikimedia.org/wiki/File:Nikon_D40_sensor.jpg +V 0 V 0 V G SiO2 p-Si Figura 20: Ilustração do CCD Fonte: https://commons.wiki- media.org/wiki/File:CCD_charge_transfer_animation_thumb. png Esses dispositivos são formados por photosites ou fotodiodos que são sensíveis à luz e são responsá- veis pela formação dos pixels da imagem. Quanto mais fotodiodos uma placa tiver, mais pixel a câmera possui. Ao expor uma fotografia, o CMOS recebe 32 a carga luminosa e a decodifica, transformando a carga elétrica (elétrons) em um número digital no sistema binário; esta decodificação é feita pelo con- versor analógico-digital, que fornecerá um número para cada pixel. As câmeras digitais mudaram o conceito da foto- grafia; na forma analógica, bastava possuir uma boa máquina e investir em objetivas, já que para esse processo não existia uma vida útil do equipamento. No universo digital, essa relação se alterou: são lan- çados novos equipamentos, mesmo para câmeras com lentes intercambiáveis. A cada nova fabricação, surgem câmeras com maior capacidade de proces- samento e quantidade de pixel. Afinal, os pixels são responsáveis pela qualidade de resolução da câmera. Esta resolução é medida pela quantidade de pixels presente na horizontal vezes a quantidade de pixels na vertical do dispositivo (CMOS); assim, encontra- mos câmeras com 32 megapixels de resolução, por exemplo. A resolução de uma câmera será diretamente res- ponsável por todo o processamento da câmera e também de suas funções, como ISO (sensibilida- de), na formulação dos arquivos e na qualidade da captação das altas e baixas luzes, podendo ocorrer distorções e perda de informações. 33 O arquivo digital As imagens digitais são produzidas de duas for- mas: pelo processo de scanner de um original ou pela produção com câmeras digitais. O processo de escaneamento é muito utilizado por fotógrafos que utilizam o processo analógico e, depois de revelado o filme, eles escaneiam o fotograma em alta qualidade, criando uma matriz digital. Com uma matriz binária, esta permite novos processos de manipulação, po- rém, com as características preservadas do primeiro processo o analógico. As câmeras digitais permitem que o fotógrafo esco- lha qual será o formato do arquivo em que sua ima- gem será gerada, como se fosse o DNA da imagem. Nesse arquivo, terão as informações da construção da imagem, como sua resolução em pixel, sua gama de cor, e sua extensão de luminosidade (histograma). Essa escolha é uma das primeiras definições feitas, antes de iniciar a fotografia; as outras são: calibra- gem da luz com a escolha do White Balance (WB) e sensibilidade do sensor� A definição desse arquivo deve considerar a finali- dade da imagem, cada um dos formatos de arma- zenamento gera diferentes informações da imagem fotográfica. Essa pode conter muita ou pouca in- formação, ou seja, está relacionada diretamente à qualidade e tem impacto direto no arquivo final da imagem gerada. Chamamos atenção para esse tama- nho final, pois existem diversos usos para a imagem digital, desde a impressão em diferentes tamanhos 34 até uma simples postagem nas redes socias. Para cada uma dessas escolhas é necessário um tipo de arquivo. Para imagens usadas nas redes não é necessário criar arquivos com muita definição, ou seja, com muitos pixels por polegadas, ou PPI, como se convencionou chamar os DPI (Dots Per Inch), pois os visores não necessitam mais que 72 pixels para gerar uma imagem de boa qualidade visual. Já para uma impressão em offset, por exemplo, é necessário um arquivo entre 150 e 300 DPI. Os tipos de armazenamento mais comuns nas câ- meras, tanto profissionais quanto semiprofissionais são: JPG ou JPEG, TIFF, PSD e RAW. Para cada uma dessas siglas temos uma construção de padrão de informação. Os arquivos TIFF e RAW são os formatos que mais preservam a informação da imagem. Esses não geram compactação, porém existem diferenças. Enquanto os arquivos em TIFF podem ser lidos por sistemas IOS (como Android), os arquivos gerados em RAW necessitam de um programa específico (Camera Raw) para a leitura ser feita. Ao escolher esse formato, todas as informações da imagem são salvas sem compressão ou perda, além disso, temos informações do momento exato da construção des- ta. Para o fotógrafo, o uso desse arquivo permite ter uma leitura completa das condições da imagem. O formato TIFF está muito próximo da qualidade dos arquivos em RAW e podem ser lidos por qualquer sistema, dessa forma, é bastante escolhido pelos fotógrafos� 35 Já o formato JPG é o arquivo mais utilizado, pois é lido na maioria dos softwares e na internet. Porém, ele compacta a imagem e, a cada vez que ele é utili- zado e salvo, gera uma nova compactação – o que resulta em perda de informação. Devido a essa ca- racterística, não é um arquivo recomendado para ma- nipulação nos programas de tratamento de imagem, mas sim para gerar um arquivo final. O formato PDS é próprio do programa de manipula- ção Photoshop. Ele permite que as camadas (layers) de trabalho sejam salvas; assim, podemos continu- ar os trabalhos de onde paramos, ou mesmo saber como foi feita a construção da imagem. Suporta uma grande quantidade de canais e informação e, por essa característica, também ocupa bastante espaço no disco rígido do computador. A escolha do formato de arquivo a ser usado deve levar em consideração a finalidade da fotografia. Muitos fotógrafos desconhecem essas definições e acabam criando distorções na hora de fazer suas imagens. O bom profissional deve se informar an- tes de fotografar sobre a veiculação da imagem: se for para impressão, é necessário criar um arquivo com bastante qualidade; se for somente para as re- des sociais, não é necessário gerar arquivos muito “pesados”. A fotografia digital baseou-se em toda a teoria e me- cânica da fotografia analógica; porém, agregou muito conhecimento às possibilidades de armazenamento. O fotógrafo que no passado precisava entender de 36 processos químicos e físicos, hoje necessita estar atento às questões relacionadas ao mundo binário e suas modificações. Tratamento da imagem Muito se fala em manipulação da imagem, com o advento da fotografia digital – já que ela facilitou a velocidade com o uso de aplicativos e softwares de tratamento –, mas é preciso lembrar que a “manipu- lação” da imagem sempre existiu. Os laboratórios analógicos e a própria técnica de múltiplas exposi- ções são uma forma de transformar a imagem inicial. Foi, durante algum tempo, usada pelas vanguardas artísticas e pelos surrealistas como construção do imaginário pictórico fotográfico. Mas é fato que o digital expandiu esse conhecimento e facilitou, de certa forma, a produção de imagens manipuladas. SAIBA MAIS Anteriormente, sugerimos que você conhecesse o trabalho de Man Ray no acervo do MoMa. Agora, faço um convite para que conheça as obras de Jerry Uelsmann, outro artista que trabalha com “manipulação” da imagem fotográfica. Acesse: https://www.uelsmann.net� Para a manipulação de imagens é necessário gerar um arquivo que contenha o máximo de informação possível (RAW ou TIFF). Caso escolha arquivos já compactados, é possível aumentar o ruído e perder 37 informação, gerando, assim, imagens pouco naturais e fora de qualidade estética. Os programas mais utilizados por fotógrafos para o tratamento de imagem são os do pacote Adobe – Photoshop e Lightroom� Ambos funcionam com ferramentas inspiradas nas que os antigos labora- toristas usavam para tratar a fotografia analógica: alteração de brilho e contraste, saturação, e recortes. Já o Lightroom possui alguns filtros preexistentes que podem ser comprados na rede, e trata simulta- neamente um volume de imagem que o Photoshop não faz. Esse acabouse tornando um programa de tratamento mais artesanal e é também bastante uti- lizado por designers e ilustradores. É comum ouvir de fotógrafos profissionais e de es- tudantes que vão “editar” fotos nos softwares, mas a edição relaciona-se à escolha, quantas imagens serão impressas ou tratadas; ou mesmo se a melhor imagem é a 1 em vez da 5, por exemplo. Já o tra- tamento é feito na pós-produção pelos programas de computador e alteram a formulação inicial da imagem, como o enquadramento, a luminosidade, o contraste, etc. As redes sociais e a velocidade da difusão das ima- gens geraram certa pasteurização na forma de tratar a luz na fotografia. É comum vermos imagens com a mesma iluminação, apesar de a temática não estar relacionada àquela luz. Os filtros predeterminados pelo Lightroom tem criado essa espécie de aberração na sociedade do espetáculo. 38 Hibridismo Antes de terminar as discussões deste módulo, gos- taria de apresentar a você o que talvez seja o futuro da fotografia e de sua estética, ou seja, a fotografia híbrida. Esse é um conceito que vem sendo desen- volvido por pensadores da imagem fotográfica desde os anos de 1989. O final da década de 1980 pôs fim às mudanças ocorridas na Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha foi dividida em Ocidental e Oriental. Essa virada de década, além de presenciar a queda do Muro, símbolo econômico e político, também presen- ciou uma alteração na forma de representação no universo visual. Até então, o universo da arte menos- prezava a fotografia como técnica artística; ela ainda era muito associada à fotografia aplicada, jornalismo, publicidade e documental. Poucos eram os artistas que compreendiam que a fotografia poderia auxiliar seus trabalhos. Influenciados pela atmosfera do mun- do – dividido entre o Bloco Capitalista e o Socialista – tinham como prática se vincular somente a uma forma de expressão e técnica: era isso ou aquilo. Essa dicotomia econômica e política refletia no fazer artístico e no mercado das artes. As fotografias não eram comercializadas nem mesmo expostas em museus. A partir da queda do Muro de Berlim – e das mudanças que esse ato significou –, a fotografia passou a utilizar novos materiais e a juntar técnicas. 39 A fotografia começa a figurar em performances, ateliers e museus. Nos anos 1990, houve uma re- estruturação dos locais alcançados pela fotografia e ela deixa de ter a marca tecnicista para ganhar visibilidade como meio de expressão. Atualmente, a fotografia híbrida encontra-se em cola- gens digitais, no audiovisual e é disseminada como arte, não somente como técnica aplicada. Artistas como Vik Muniz, Rosangela Rennó e Rosana Paulino são alguns exemplos de artistas brasileiros que pro- duzem a fotografia híbrida. 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo, nos debruçamos sobre o universo digital da fotografia. Este surge em um movimento natural de transição do mundo analógico para o digi- tal. É a partir da construção técnica e mecânica das câmeras analógicas que a imagem binária começa a ganhar espaço. As câmeras e objetivas continuam as mesmas, mas o suporte é substituído por sensores e codificadores de imagem. Dessa substituição come- çam a surgir novos parâmetros e usos da fotografia. As redes sociais e a velocidade da internet corrobo- ram para essas novas possibilidades imagéticas, mas, ao mesmo tempo, entram em confronto com estudos que abordam a Sociedade do Espetáculo e a reverberação excessiva de imagens como perda de pensamento crítico social. Tecnicamente, a fotografia digital permite que o tra- tamento da imagem seja acessível a todos, pois está presente nos aplicativos ou nos smartphones com câmeras extremamente eficientes; mas é necessário estar atento a essas possibilidades, já que a imagem, no cerne do seu sentido, carrega discursos e é a forma de representação da nossa sociedade. 41 Referências Bibliográficas & Consultadas ARAUJO, C. L.; RUFINO, R. H. A fotografia e o urbano: representação, máquina e tempo. INTERCOM. Rio Grande do Norte. Disponível em: http://www.porta- lintercom.org.br/anais/nordeste2017/resumos/R57- 1469-1.pdf� BARROS, L. M. R. A cor no processo criativo. São Paulo: SENAC, 2006. BAUDRILLARD, J. Simulacros e simulação� Lisboa: Relógio D’Água, 1997. BENJAMIM, W. Pequena história da fotografia. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre lite- ratura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994� BENJAMIM, W. 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