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EXMO. SR. DR. JUIZ DA .... VARA DO TRABALHO DE CAMPINAS ESTADO DE SÃO PAULO.
AUTOS/ Nº ....
CONDOMÍNIO CIDADE DO SOL pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Campinas - SP, representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar
CONTESTAÇÃO
A reclamatória trabalhista interposta por JOÃO PESSOA NATAL brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de encanador portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
1. DO ESFORÇO FÁTICO
Cuida-se de Reclamatória Trabalhista promovida por RECLAMANTE em desfavor de CONDOMÍNIO CIDADE DO SOL com o fito de obter provimento jurisdicional que condene a Empresa Reclamada ao seguinte: reconhecimento de vínculo empregatício; recolhimentos previdenciários: anotação na CTPS; pagamento de verbas rescisórias. 
O Condomínio Cidade do Sol, ao verificar um vazamento de água nas suas dependências, contratou o senhor João Pessoa Natal, encanador, para uma reforma geral, que durou cerca de dois meses, pagando pelo serviço a quantia de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) por dia de trabalho. Passados dois meses do final das obras, a empresa recebeu uma notificação da Justiça do trabalho, relativa à demanda trabalhista interposta pelo senhor João Pessoa Natal, que pleiteava vínculo de emprego pelo período acima, recolhimentos previdenciários e de FGTS, além das verbas rescisórias respectivas.
2. DO MÉRITO
Em atenção ao princípio da eventualidade, considerando a remota possibilidade deste Probo Juízo não acolher a pretensão aventada no item anterior, o que só se admite por excesso de zelo, vem a Empresa Reclamada demonstrar a inexistência de qualquer arrimo fático e jurídico que autorize o deferimento de qualquer dos pleitos formulados na peça.
Conforme restará demonstrado, as alegações contidas na petição inicial são absolutamente carregadas de inverdades, demonstrando uma clara tentativa de locupletamento ilícito por parte do Reclamante, fato que deve ser afastado pelo Poder Judiciário Trabalhista, sob pena de violação ao disposto no ordenamento jurídico pátrio
2.1 DA INEXITÊNCIA DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
Consoante abalizado pela doutrina e legislação pátria, a configuração do vínculo de emprego pressupõe o preenchimento de determinados requisitos de maneira cumulativa, o que faz concluir que o perecimento de qualquer um deles compromete a pretensão de reconhecimento.
Para que seja reconhecida a relação empregatícia, necessário que estejam presentes, na relação jurídica em análise, os seguintes requisitos: subordinação, pessoalidade, onerosidade e não eventualidade.
No caso em tela, não demanda muito esforço intelectual para verificar que o Reclamante não preenche as condições estabelecidas por lei, razão pela qual seus pedidos devem ser julgados improcedentes. Veja-se:
2.1.2 DA SUBORDINAÇÃO
O Reclamante não sofria, por parte da Empresa Reclamada, qualquer forma de subordinação ou controle. Poderia comparecer ao trabalho no dia que quisesse e, desde que cumprisse com a finalidade, concertar a rede hidráulica, não lhe era aplicada qualquer sanção ou punição caso o requerente não comparecesse algum dia.
A Empresa Reclamada não tinha qualquer gerência sobre os itinerários realizados pelo Reclamante no que tange às horas trabalhadas ou à sua jornada diária de trabalho.
Insiste-se que o Autor jamais atuou na forma dos arts. 2º e 3º da CLT, mas, na verdade, somente desempenhou suas atividades nos moldes do labor cível, especificado nos arts. 593 e segs. do Código Civil, ou seja, na qualidade de prestação de serviços.         
No ponto, em especial destacando-se considerações pontuais acerca do contrato de prestação de serviços e o labor empregatício, Maurício Godinho Delgado faz pontuações preciosas, ad litteram:
 
Contudo, a diferença essencial a afastar as duas figuras é a dicotomia autonomia versus subordinação. A prestação de serviços abrange, necessariamente, prestações laborais autônomas, ao passo que o contrato empregatício abrange, necessariamente, prestações laborais subordinadas. As duas figuras, como se sabe, manifestam-se no tocante ao modo de prestação dos serviços e não no tocante à pessoa do trabalhador. Autonomia laborativa consiste na preservação, pelo trabalhador, da direção cotidiana sobre sua prestação de serviços; subordinação laborativa, ao contrário, consiste na concentração, no tomador de serviços, da direção cotidiana sobre a prestação efetuada pelo trabalhador. [ ... ]             
Incorporando essa compreensão, este é o entendimento jurisprudencial:
INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO. TRABALHO AUTÔNOMO. AUSÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO.
 Para se configurar a relação de emprego é necessário o preenchimento dos requisitos estabelecidos no artigo 3º da CLT, quais sejam: pessoa física, pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação jurídica, sendo que a ausência de um desses pressupostos impossibilita o reconhecimento do vínculo empregatício entre as partes. No caso dos autos, esses requisitos não estavam presentes, pois o reclamante prestou serviço autônomo de pedreiro, em típico contrato de empreitada. (TRT-3 - RO: XXXXX20195030007 MG XXXXX-31.2019.5.03.0007, Relator: Delane Marcolino Ferreira, Data de Julgamento: 27/08/2020, Decima Turma, Data de Publicação: 31/08/2020.)
2.1.3 DA ONEROSIDADE 
O trabalhador autônomo quando recebe contra paga pela execução do serviço ajustado da pessoa que contrata os seus serviços, tal procedimento não deriva em subsunção fática ao artigo 3º, da CLT, no que respeita à onerosidade e subordinação. Na realidade, tão somente revela cumprimento do ajustado, permanecendo, outrossim, incólume à autonomia na prestação de serviço do trabalhador autônomo.
Não há que se falar, por conseguinte, em salário. Houve, sim, pagamento de valores diários, a título de retribuição pelos préstimos de serviço autônomo, resultado do pacto de prestação de serviços civis, o que se comprova pelos depósitos feitos em conta daquele. 
2.1.4 DA PESSOALIDADE
No do tema, faz-se mister trazer à colação o entendimento da professora Alice Monteiro de Barros que preconiza, in verbis:
Empregado pode ser conceituado como a pessoa física que presta serviço de natureza não eventual a empregador mediante salário e subordinação jurídica. Esses serviços podem ser de natureza técnica, intelectual ou manual, integrantes das mais diversas categorias profissionais ou diferenciadas (. . . )
O pressuposto da pessoalidade exige que o empregado execute suas atividades pessoalmente, sem se fazer substituir, a não ser em caráter esporádico, com a aquiescência do empregador. É exatamente o fato de a atividade humana ser inseparável da pessoa do empregado que provoca a intervenção do Estado na edição de normas imperativas destinadas a proteger sua liberdade e personalidade. Resulta daí que empregado é sempre pessoa física. [ ... ]
2.1.5 DA NÃO EVENTUALIDADE
Consoante as lições de Gustavo Felipe Barbosa Garcia, devemos entender o pressuposto da não eventualidade dos préstimos jus laborais como:
Trabalho não eventual, num primeiro enfoque, é aquele habitual, contínuo.
Pode-se dizer, entretanto, que a não eventualidade significa a prestação de serviços ligados às atividades normais do empregador, ou seja, realizando serviços permanentemente necessários à atividade do empregador ou ao seu empreendimento.
A não eventualidade também pode significar a fixação do empregado em certa fonte do trabalho, que toma os seus serviços.[ ... ]
Urge asseverar, por conseguinte, que as atividades desenvolvidas pelo Reclamante não eram essenciais ao desempenho natural do Reclamado. Afinal de contas, trata-se meramente de um concerto de rede hidréulica.
É de concluir, à luz dos fundamentos acima destacados, que não houve relação de emprego, porquanto ausente, in casu, os requisitos dos arts. 2º e 3º da CLT.
3. DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS PEDIDOS
Em atenção ao princípio da, subordinação, onerosidade, pessoalidade e eventualidade, na remota hipótese da preliminar arguida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela IMPROCEDÊNCIA TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial, a saber:
a) Reconhecimento do vínculo empregatício e anotação da CTPS;
b) Pagamento das verbas rescisórias arroladas na petição inicial;
c) Recolhimento de contribuições previdenciárias;
d) Pagamento de indenização a título de danos morais;
e) Pagamento das multas insculpidas nos arts. 467 e 477 da CLT;
f) Pagamento de honorários de sucumbência.
4. DOS PEDIDOS
Pelo exposto requer que este MM. Juízo, mm atenção ao princípio da subordinação, onerosidade, pessoalidade e eventualidade, na remota hipótese da preliminar arguida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela IMPROCEDÊNCIA TOTAL, bem como seja condenada o autor à pagar as custas e demais despesas processuais.
Pretende produzir prova testemunhal, juntar documentos novos, requerer a efetivação de perícias, arbitramentos acareações e outras diligências que se façam necessárias.
Se requer sob as penas do artigo 359 do CPC, que a autora apresente sua CTPS, a fim de seja verificada a existência de anotações relativas a vínculo jurídico de natureza trabalhista com pessoas diversas.
Nestes Termos Pede Deferimento.
Campinas - SP, [dia] de [mês] de 2023.
Advogado
OAB/___XXXX

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