Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sumário 1 ASPECTOS HISTÓRICOS E REGULAMENTAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA............................................................................................ 4 1.1 A formação e regulamentação da Psicopedagogia ...................................... 6 2 A ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA ........................................................... 8 2.1 Piscopedagodia Clínica Institucional ............................................................ 8 2.2 Piscopedagogia Escolar ............................................................................. 10 2.3 Caracterização das dificuldades de aprendizagem .................................... 12 3 O PEDAGOGO E A EDUCAÇÃO FORMAL, INFORMAL E NÃO FORMAL............................................................................................................14 4 O PEDAGOGO E SUA ATUAÇÃO EM DIFERENTES ESPAÇOS EDUCACIONAIS NÃO ESCOLARES .......................................................................................... 21 5 A PSICOPEDAGOGIA E O PSICOPEDAGOGO: A REGULAMENTAÇÃO EM DEBATE............................................................................................................ 27 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 28 INTRODUÇÃO Prezado aluno, O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 1 ASPECTOS HISTÓRICOS E REGULAMENTAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA A Psicopedagogia surge da importância de compreender as necessidades das crianças com dificuldades de aprendizagem cujas causas têm sido estudadas em outras disciplinas como a psicologia e a pedagogia. Na formulação de Bossa (2007, p. 72), as origens da psicopedagogia ocorreram na Europa do século XIX, chamando a atenção para os problemas de aprendizagem na região. A psicopedagogia surgiu com a proposta do uso de técnicas de trabalho desenvolvidas individualmente ou em grupo para auxiliar o processo de aprendizagem. No entanto, para Amorim (2013, p. 6), a psicopedagogia começou na França no século XX com os autores Françoise Dalto, Julian Ajuriaguerra, Pichon Riviére, Louise Picg, entre outros, quando realizaram estudos para solucionar problemas de fracasso escolar utilizando intervenções médicas, psicologia, psicanálise e pedagogia. Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram criados na França na década de 1940 para trabalhar com crianças com problemas escolares ou comportamentais com o auxílio de equipes profissionais nas áreas de psicologia, psicanálise e pedagogia. Nesse período, as dificuldades e/ou problemas de aprendizagem eram de natureza médica e tratados por meio de procedimentos corretivos, e os problemas de reprovação acadêmica estavam relacionados a problemas comportamentais, cognitivos, afetivos e de desenvolvimento motor. O movimento da psicopedagogia no Brasil expandiu-se pela Europa, Estados Unidos e, posteriormente, Argentina, ainda enfatizando aspectos relacionados ao fracasso escolar, sendo inicialmente fortemente influenciado pela Argentina, seja pela proximidade geográfica ou pelo fácil acesso à literatura. 5 Na década de 1970, os problemas de aprendizagem eram reconhecidos como fator orgânico na determinação da forma de tratamento, muitas vezes associados à disfunção neurológica, ou seja, ainda mantendo a visão medicalizada de suas origens. Nesse período, as altas taxas de evasão e repetência levaram alguns profissionais a se concentrarem no diagnóstico e na intervenção dos problemas de aprendizagem. Os registros indicam que a psicopedagogia surgiu no Brasil na década de 1970, e baseava-se em grande parte nos referenciais teóricos desenvolvidos na França e na Argentina. Em 1979, após quase 20 anos de prática psicoeducativa, na cidade de São Paulo, foi oferecido o primeiro curso psicopedagógico no Instituto Sedes Sapietiae. Assim, para Fagali (2007), uma das matrizes que produziram cursos de psicopedagogia foi o Instituto Sedes Sapietiae, quando mencionou que as raízes dos cursos de formação em psicopedagogia são as geradoras de líderes de mudança que, ao prosperarem, também passaram a formar membros da Associação de Psicopedagoga em São Paulo. As primeiras formações em Psicopedagogia decorreram a níveis de capacitações e formações livres com duração até 720 horas, não sendo considerada uma profissão. A partir da década de 1990, o currículo foi alterado para níveis de especializações. Para Rubinstein (1987, p. 13), a Associação Nacional de Psicopedagogia de São Paulo, criada por um grupo de profissionais atuantes na região e formados em psicopedagogia no Instituto Sedes Sapientie, dando início ao reconhecimento como categoria de profissionais e fortalecendo seu papel na comunidade. Além da expansão da associação, que inicialmente foi realizada apenas no interior de São Paulo, mas posteriormente em outros estados da União, implantou-se a proposta de criação da Associação Brasileira de Psicopedagogia, fortalecendo a psicopedagogia em o país. Nesse sentido, após seis anos de funcionamento, a Associação Estadual de Psicopedagogia de São Paulo tornou-se a Associação Brasileira de Psicopedagogia, um 6 marco fundamental em 1988 ao assumir o campo do saber psicopedagógico do corpo de classe. Desde 2000, algumas faculdades registraram cursos profissionalizantes de psicopedagogia, cursos profissionalizantes de psicopedagogia clínica e institucional e outras disciplinas no Ministério da Educação e Cultura, com carga horária de 360 horas, e profissionais de diversas áreas passaram a fazer cursos de psicopedagogia. 1.1 A formação e regulamentação da Psicopedagogia A psicopedagogia surgiu na necessidade de melhor compreender e encontrar soluções diante das dificuldades de aprendizagem, tornando-se um campo específico de pesquisa do conhecimento com objetos de estudo próprios. A formação desempenha um papel importante na criação de uma identidade profissional psicoeducativa. Nesse sentido, Noffs (2016) afirma em sua pesquisa sobre a formação da psicopedagogia: Entendemos que o conceito de formação está relacionado com o conceito de desenvolvimento pessoal e o trabalho em que as pessoas devem "se conhecer" para que possam assumir que são donos de professores na perspectiva de facilitar a aprendizagem em situações de ensino, independentemente das diferenças ou dificuldades. (NOFFS 2016, p. 113) Desta forma, a formação ocorre em todas as fases da nossa vida e constitui uma aprendizagem contínua de experiência, mudança e conhecimento específico. No entanto, a formação profissional e a aprendizagem específica é um processo que possibilita a formação e a competência para exercer um oficio. A trajetória histórica da supervisão profissional de psicopedagogos é importante como mecanismo de consolidação das identidades profissionais e de suas práticas, e suas necessidades são crescentes nas instituições públicas e privadas. Noffs propôs algumas consideraçõesem um estudo sobre a formação e regulação da atividade Psicopedagoga: 7 A especialização em cada caso deve andar de mãos dadas com o antigo e o novo, ou seja, no Brasil, o credenciador pode ser entendido como uma visão corporativa. Estabelecemos que muitos comportamentos profissionais regulamentados são legitimados socialmente (como vimos na psicopedagogia), porém, exigem segurança de credenciamento. Esse reconhecimento em nossa cultura ocorre quando a validade de um certificado de conclusão de curso é emitido por um órgão regulador relevante para o campo nacional e refletido por meio de leis e regulamentos. (NOFFS, 2016, p. 113) A profissionalização é buscada por diversos segmentos profissionais em busca de especializações e aprimoramentos visando melhores condições de trabalho, remuneração e a criação de projetos de políticas de treinamento. Regulamentar a atividade em psicopedagogia autorizará pessoas formadas por instituições credenciadas a realizar esta atividade. A aprovação de um projeto de lei para regular a psicopedagogia é, portanto, um processo político que legitimamente permitiria o exercício das profissões existentes. Mas, além de estabelecer regras e padrões para os profissionais, a lei também deve estabelecer padrões sobre quem são os profissionais, o mercado em que atuam e, principalmente, sua função. Nesse sentido, não podemos deixar de lembrar que a regulamentação da psicopedagogia não trará benefícios exclusivos aos psicopedagogos, mas a toda a sociedade brasileira, que poderá atuar nos mais diversos ambientes de acesso aos serviços desses profissionais. Dessa forma, eles podem acessar apoio, orientação e terapia psicopedagógica na esfera pública ou privada. No entanto, a psicopedagogia é considerada uma profissão de fato e não está formalmente regulamentada, mas na prática está incluída no rol de tratamentos necessários para reabilitação cognitiva, tratamento de síndromes e doenças. Além disso, em muitas escolas, hospitais públicos e privados, instituições governamentais de atenção psicossocial, a presença desses profissionais tornou-se uma realidade e é considerada uma atividade economicamente produtiva que contribui cada vez mais para a sociedade brasileira. 8 2 A ATUAÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA A psicopedagogia é atualmente reconhecida como um campo de conhecimento interdisciplinar que consiste no conhecimento de novas abordagens de objetos de aprendizagem/ensino voltados para auxiliar a aprendizagem humana. Os psicopedagogos são profissionais preparados para ajudar pessoas com problemas de aprendizagem, desempenhando um papel na prevenção, avaliação, diagnóstico e tratamento clínico ou institucional de possíveis dificuldades educativas patológicas. Deste ponto de vista, a sua formação exige o domínio de saberes e atribuição da psicologia, das ciências da educação e de outras áreas diversas, uma vez que a exposição à multiculturalidade dos saberes e à diversidade do cotidiano que permite diferentes trajetórias de trabalho. A teoria histórico cultural parte do pressuposto de que, na presença de condições adequadas de vida e de educação, as crianças se desenvolvem intensamente. Essa teoria foi criada por Vygotsky. O trabalho da psicopedagogia caracteriza-se pelo processo de aprendizagem e desenvolvimento humano, e os atuais campos de atuação da psicopedagogia são clínico, institucional e escolar. 2.1 Psicopedagogia Clínica Institucional Dadas as baixas taxas de utilização da aprendizagem observadas em nosso país, o campo da psicopedagogia está se expandindo tanto clínica quanto institucionalmente. Nessa perspectiva, o trabalho da psicopedagogia é construir conhecimento, mas também requer transformação interior para desenvolver uma percepção do mundo e do outro. 9 A psicopedagogia clínica é realizada terapeuticamente, e os psicopedagogos que atuam nas clínicas e se concentram em descobrir por que o sujeito não está aprendendo e como ajudá-lo (BOSSA, 2000, p. 8). À medida que o trabalho se desenvolve, o psicopedagogo colabora na construção da autoestima, levando assim o sujeito a descobrir suas habilidades e talentos e construir seu conhecimento. O atendimento clínico ocorre em centros de saúde e clínicas, geralmente de forma individual. A psicopedagogia institucional pode ser desenvolvida em hospitais, setor comercial, organizações de ajuda e instituições escolares. O trabalho do psicopedagogo institucional segue uma série de peculiaridades, procurando amenizar as dificuldades de aprendizagem, analisando as práticas metodológicas de ensino, orientando o diagnóstico, encontrando as causas das dificuldades de aprendizagem nas instituições, enfim por meio de oficinas e projetos bem elaborados das dificuldades encontradas. Portanto, o psicopedagogo institucional trabalha com múltiplas fontes de dados, desde métodos observacionais, entrevistas, conversas casuais, documentos. A partir do momento em que esse profissional atua como suporte, mediador e facilitador da atividade, a presença de um psicopedagogo empresarial/institucional auxilia na gestão do trabalho, sugerindo estratégias e pedagogias para as dificuldades encontradas pela instituição. Segundo (Bossa, 2000, p. 74), o trabalho do psicoepedagogo institucional é fazer da instituição não um problema, mas uma solução. Contribuindo para o desenvolvimento do ser humano e a construção do conhecimento. O psicopedagogo institucional pode colaborar com seu conhecimento para desenvolver programas instrucionais e também podem ajudar as escolas a responderem perguntas educadas como: O que é ensinado? Como ensinar? Por que ensinar? Assim, o psicopedagogo pode realizar diagnósticos institucionais para detectar problemas educacionais que prejudicam a qualidade do processo de ensino. 10 Assim, um psicopedagogo pode atuar em escolas e empresas (pedagogia institucional) e clínicas (pedagogia clínica), pois através de sua formação procura preencher as lacunas encontradas na formação inicial de psicólogos e educadores, utilizando uma abordagem e aprofundamento teórico e aspectos práticos. Especificamente utilizado para realizar tarefas psicopedagógicas típicas em contexto escolar. 2.2 Piscopedagogia Escolar Além de refletir e intervir em questões relacionadas ao desenvolvimento cognitivo, psicomotor e emocional implícitos em diferentes situações de aprendizagem, a psicopedagogia também contribui para a compreensão das questões e o aprendizado. A intervenção psicopedagógica é um mecanismo educacional que visa expressar plenamente as atividades de ensino e aprendizagem da escola e atender às necessidades de formação e desenvolvimento global dos alunos. Na perspectiva de Carvalho: Além dos ajustes curriculares, as interações psicopedagógicas incluem ações específicas de apoio aos alunos individualmente ou em pequenos grupos. O ensino psicológico deve ser realizado em torno de aspectos cognitivos, motores, linguísticos e afetivos, sempre visando o sucesso da aprendizagem.. (CARVALHO, 2000, p.87) Desse modo, existem muitas recomendações na literatura profissional sobre intervenções psicopedagógicas nas escolas, algumas das quais se relacionam com as condições em que os alunos adquirem o que é ensinado, como evitar estímulos excessivos na decoração da sala de aula, pois podem aumentar a distração, especialmente aquelas pessoas com dificuldades de aprendizagem. Outros referem-se à abordagem teórica que fundamenta as atividades propostas pelos professores e a forma como as ensinam. 11 Na visão de Gortázara (1995), as intervenções psicopedagógicas podem ocorrer de diferentes formas ou em diferentes momentos antes que o tema seja explicado pelo professor do grupo/turma; concomitantemente em sala de aula, ou após o assunto ter sido explicado apenas em sala de aula. Fernandes (2000, p. 36) enfatizouque a intervenção psicopedagógica de uma escola deve, simultaneamente, direcionar seu foco por meio de exemplos que sustentem o corpo de aprendizagem de cada aluno; temas pedagógicos que habitam e nutrem cada aluno; a relação do professor com seu grupo e as relações especiais dos alunos; a forma como o professor aprende e, portanto, a maneira como ensina; os grupos de pares reais e imaginários aos quais o professor pertence e o sistema educacional como um todo. Para atuar sobre as causas do insucesso escolar, é necessário que a psicopedagogia não se limite ao consultório, mas a outras áreas como a escola, ao invés de tentar trazer o ofício para a escola ou propor uma psicopedagogia superior para excluir ou distorcer a educação de aprender. As intervenções psicopedagógicas precisam trabalhar com outras disciplinas, especialmente a pedagogia, de forma interdisciplinar, ao invés de tentar replicá-la ou substituí-la. Segundo Cavicchia (1996, p. 208), a atuação do psicopedagogo está mais próxima do que se entende tradicionalmente como o campo da psicologia educacional. Essa posição de coordenador instrucional define o papel do orientador no processo educacional, seja atuando em nível de toda a instituição (acessor) ou de unidade (coordenador pedagógico) no trabalho de ponte e coordenação da instrução institucional. Bossa, sobre dificuldades de aprendizagem disse: Determinar a causa dos problemas de aprendizagem escolar requer intervenção especializada. Embora a aprendizagem seja um processo natural, ela surge de atividades mentais complexas que incluem processos de pensamento, percepção, emoção, memória, habilidades motoras, mediação, conhecimento prévio e etc. (BOSSA, 2000, p.12) 12 Como pode ser observado na literatura descrita, os psicopedagogos são profissionais que se preparam para a prevenção, diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem escolar. Segundo Bossa (2000, p. 12) para o diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem, os psicopedagogos utilizam recursos como testes, figuras, histórias, atividades didáticas, jogos, brinquedos, etc. Esses recursos constituem uma importante ferramenta linguística e revelam dados sobre nossas vidas que muitas vezes são secretos para nós mesmos. Com base nesses dados, é desenvolvido um plano de intervenção. O trabalho de integração entre psicopedagogo, professores, escolas e famílias é muito importante. Assim, no trabalho do profissional psicopedagógico, é preciso definir os papéis dele, do professor, da escola e da família. Nas escolas, psicopedagogos institucionais trabalharão com professores e outros profissionais para melhorar as condições do processo de ensino e prevenir problemas de aprendizagem. Por isso é muito importante que a escola tenha um psicopedagogo institucional. 2.3 Caracterização das dificuldades de aprendizagem Os psicólogos educacionais em ambientes escolares trabalham para mudá-lo, reorientando o processo de ensino. Além de compreender as intenções das escolas e seus programas políticos de ensino, os psicopedagogos permitem a reflexão sobre os métodos educacionais e a investigação das causas das dificuldades escolares e dos problemas de aprendizagem, refletindo e reconstruindo ambientes significativos. Para tanto, vale-se de conhecimentos de diversos campos, como pedagogia, psicanálise, epistemologia, linguística, neuropsicologia, etc., para visualizar o ser humano como sociedades e complexos engajados em relações sociais e influenciados 13 por condições orgânicas e culturais. Cabe a esses profissionais identificar as rupturas no processo de aprendizagem e mediar entre alunos, professores e familiares a utilização de métodos de intervenção para estimular a aprendizagem, uma vez que a primeira entrevista psicopedagógica deverá ser focada nos problemas familiares. Assim sendo, a teoria da psicanálise estabelece que a aprendizagem não vai do simples ao complexo, mas do complexo ao simples (do geral para o particular); e a complexidade é que dá significado. Segundo Rosário (2015), a abordagem das dificuldades de aprendizagem dos alunos possui dois aspectos, nomeadamente os internos, como os fatores neurológicos, químicos ou genéticos, e as dificuldades causadas por fatores externos, como os distúrbios emocionais. Ou porque escolas e professores usam métodos ineficazes, que são chamados de fatores intrínsecos. Vários estudos descrevem a relação entre o apoio familiar e o desempenho do aluno em leitura e escrita, bem como recursos utilizados pelas famílias, como livros, revistas e brinquedos didáticos, que se caracterizam como úteis na superação das dificuldades de aprendizagem. Outra característica das dificuldades de aprendizagem descritas são as estratégias de aprendizagem utilizadas pelas escolas e seu impacto no desempenho em leitura, escrita e números. Além de utilizar tecnologias e aplicativos como tablets, quando usados corretamente, podem ajudar a superar dificuldades. Outro aspecto descrito é o crescimento das pesquisas sobre bullying escolar e programas de intervenção antibullying, que podem auxiliar os alunos a superar as dificuldades de aprendizagem. Assim, fica claro que as dificuldades de aprendizagem físicas, ambientais, familiares, psicológicas, emocionais e sociais têm múltiplas causas e causas. Portanto, na visão de Scoz (2009, 22), é importante compreender a dificuldade de forma 14 multidimensional em que fatores orgânicos, cognitivos, afetivos, sociais e pedagógicos influenciam os problemas de aprendizagem. 3 O PEDAGOGO E A EDUCAÇÃO FORMAL, INFORMAL E NÃO FORMAL A atuação do professor é pautada pelo processo de ensino e proporciona aprendizado nas etapas iniciais, principalmente na alfabetização, contribuindo para melhorar a qualidade e fortalecer as bases da construção do conhecimento dos alunos, o que pode afetar sua capacidade de compreensão de conteúdos, interesses e desenvolvimento cognitivo ao longo da vida. Portanto, a pedagogia é considerada uma ciência da educação. Diante disso, todas as profissões que normalmente envolvem contato humano precisam repensar suas práticas e se reinventar em tempo recorde para se manterem ativas, principalmente a atuação de profissionais da educação, incluindo educadores, de todo o mundo. O volume de trabalhos de casa na área de ensino aumentou drasticamente, exigindo mais e novos aprendizados para se familiarizar e dominar novas tecnologias, desenvolver novos hábitos e práticas para manter o interesse, estimular o engajamento e buscar alguns resultados no ensino a distância. Com isso em mente, discute como a educação funciona remotamente, se é possível aprender fora da escola, se a prática é educacional, instrucional ou didática, e onde e como os cenários podem se beneficiar do uso de ferramentas de ensino, por exemplo, os profissionais da pedagogia devem se encontrar presencialmente. A necessidade de um ensino local não convencional, valorizando seus protagonistas educacionais, e muitas outras questões estão ganhando destaque na sociedade atual. Conhecer a amplitude da capacidade de formação de um educador, independente do espaço físico em que ele possa ou precise trabalhar, surpreenderá muitos com a amplitude que isso pode acontecer, pois a sociedade tem uma visão tradicionalista até 15 mesmo limitada da pedagogia. Muitos outros espaços podem surgir e que são ignorados, como hospitais, museus, empresas, ONGs, instituições religiosas, centros de ciências, campos rurais, residenciais, jurídicos, psicoeducacionais, etc. Com base em todas essas reflexões, vale também considerar as mudanças que ocorreram na formação do educador para que ele desenvolva uma consciência de suas habilidades, uma visão de como trabalhar em diferentes espaços tendo as ferramentas para fazê-lo. Performances, fundamentos teóricos e recursospodem ser atuados de forma completa e agregada dependendo do espaço disponível e das necessidades dos alunos Para isso, educadores contemporâneos são formados para diversificar conteúdos, buscando trabalhar temas como a sociologia para que possam desenvolver consciência, empatia e ação sobre questões que permeiam a sociedade. A história da educação para a compreensão da evolução da profissão, os erros e acertos de séculos de prática de formação ao redor do mundo, e todas as pesquisas que afetam direta ou indiretamente nossa visão educacional hoje. Dentre as muitas disciplinas consideradas cruciais para a formação de educadores, ainda está a psicologia educacional, que atua junto aos educadores para compreender os principais fatores psicológicos que podem influenciar (positiva ou negativamente) a qualidade do aprendizado e a capacidade de absorção de conteúdos, afetando diretamente formação. A gestão e organização do trabalho docente e o estudo da pedagogia e dos currículos, envolvendo diversos setores e normas relacionadas ao funcionamento das instituições de ensino, como administração, finanças e eficiência. Notadamente, a formação do educador também precisa considerar coisas como o uso da criatividade e recreação (aprendidas em disciplinas como artes educativas) e como atuar de forma formativa e pedagógica com alunos com necessidades especiais, tendo em vista as deficiências físicas. Nas pesquisas apresentadas nas disciplinas 16 Inclusiva e Libra, na maioria das vezes, a má formação ou síndrome não representa incapacidade para aprender coisas novas ou desenvolvimento cognitivo. Assim como aqueles alunos que não conseguem aprender no chamado ambiente formal, na faixa etária ideal, com a mesma capacidade de aprender, bagagem cultural e conhecimento de suas próprias experiências, devem ser valorizados, compreendidos e educados em uma forma que eles se sintam apreciados Maneira respeitosa. Nesse raciocínio, Maria Glória Gohn afirma: Assim, vemos a educação como um facilitador dos mecanismos de inclusão social, promovendo a aquisição de direitos civis. É um conceito ampliado que estende o campo da educação para além das escolas, salvando alguns ideais que foram esquecidos pela humanidade, como o exemplo de civilização. (GOHN, 2001, p. 13) Nota-se que essas são apenas algumas das muitas disciplinas consideradas essenciais para a formação de educadores, e todas respeitam a expertise de cada disciplina e visam compreender coisas como infância, adolescência, política, história, sociedade, cultura, criatividade e outros conceitos. Reforçar a teoria por meio de disciplinas práticas, como estágios orientados, de forma direcionada (com subsequentes docentes de graduação) àqueles educadores em formação no momento de contato entre teorias de aprendizagem universitária (a partir de muitas leituras, reflexões e trocas vivenciais) e realidades educacionais A amplitude da prática docente para as futuras profissões. Começando com uma visão geral de como os educadores são formados, passa- se a discutir como tudo isso prepara e contribui para o trabalho em um espaço educacional formal ou informal e como eles aproveitam oportunidades, ideias e desenvoltura. Vendo a necessidade e considerando as diversas barreiras (políticas, econômicas e sociais) que impedem milhares de pessoas de aprender todos os anos, o analfabetismo e a desigualdade estão aumentando no Brasil. A constatação de que as pessoas não podem receber a educação formal de maneira tradicionalmente esperada 17 cria na pedagogia a necessidade de considerar a atuação dos educadores em espaços educativos não escolares. Tendo abordado a questão da abrangência da formação de educadores, é necessário distinguir três categorias de educação: educação formal (EF), educação não formal (ENF) e educação informal (EI) para identificar áreas de ação para a Educação Não Escolar. Posto isto, e tendo em conta os métodos educativos específicos de cada categoria, observou-se que devido à sua prática sistemática, com intenções claras e organização metodológica, a Educação Não Escolar enquadra-se no modelo Não Formal, mas como revela Severo (2015, p. 569), não conferem certificação oficial compatível ao sistema de títulos acadêmico, definindo-a como uma experiência educacional única, altamente contextualizada, relevante para os domínios cultural, laboral e social que pode ocorrer em diferentes espaços e contribuir para a formação de novos conhecimentos, perspectivas e prática profissional. No mesmo contexto, o processo educacional existe em um espaço diferente do modelo educacional formal que ocorre nas escolas. Um espaço não escolar é “espaço educativo fora dos muros da escola”, podendo ocorrer de forma específica, mas de modo geral, para atender a necessidades coletivas, por exemplo, de ONGs, movimentos sociais, associações, igrejas, cooperativas, sindicatos, partidos políticos, empresas, ambientes gratuitos, hospitais e outras agências que atendem às necessidades são usadas para educar as pessoas nesses ambientes de alguma forma. Assim, percebe-se que a atual responsabilidade educacional não se limita mais às escolas, nem à transmissão de saberes, mas se abre a diversos espaços de interação e compartilhamento de conhecimentos, experiências e vivências. Assim, seguindo a linha de raciocínio de Severo (2015), a desescolarização pode ser descrita como uma prática educativa consciente, organizada e pluralista, intimamente relacionada à vida, à 18 história, à cultura e ao contexto social, e que pode se desenvolver localmente. Em contextos sociais e institucionais fora da escola, há necessidade de mediação e expressão de saberes que contribuam para a construção do conhecimento e do pensamento crítico e criativo de indivíduos em diferentes fases da vida e até mesmo de comunidades inteiras. Dando continuidade à discussão das possibilidades e necessidades educativas existentes nos diferentes espaços sociais (muito além das escolas), destacam-se as ideias de Carlos Rodrigues Brandão, que afirma: Ninguém pode escapar da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, estamos todos envolvidos em todos os aspectos da vida de uma ou mais maneiras: aprendendo e ensinando. Misturamos a vida com a educação todos os dias para conhecer, fazer, ser ou conviver. Tem um ou vários: Educação? educar. (BRANDÃO, 2007, p. 7) O autor acima inspira a reflexão sobre a importância de o educador olhar a trajetória dos alunos para poder definir com mais clareza quais conteúdos precisam ser trabalhados e quais serão mais relevantes para sua realidade, no sentido de que os alunos precisam estar dentro do contexto do trabalho do educador, ver utilidade na informação para uma assimilação mais eficaz e duradoura do conteúdo. Historicamente, no Brasil, a existência da pedagogia tem se limitado aos espaços escolares, onde tal ciência é aplicada à gestão, coordenação pedagógica e ensino, porém, na Constituição Federal de 1988, a forma de educação não formal (fora da escola). Cumpriu-se o regulamento elaborado pela Secretaria de Estado da Educação e passou a prever, de acordo com este, o trabalho em hospitais e em ambientes de privação de liberdade. Outro marco legal na expansão das atividades docentes ocorreu em 2006, com a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (PIMENTA, 2011), o espaço da prática docente expandiu-se para além das atividades escolares mencionadas, passando a atender às necessidades de diversas outras áreas da sociedade e necessidades educacionais. 19 Esse entendimento pode e deve ser aplicado a qualquer área de ensino onde os educadores pretendam focar nas necessidades dos alunos, trabalhando com eles conteúdos que atendam às necessidades de formação exigidas para cada situação, como nas escolas: em hospitais: oconteúdo necessário para que o estudante internado possa acompanhar seus estudos sem prejuízo de compreensão e tempo; nas ONGs: mediação pedagógica bem treinada, relacionada à teoria prática e consideração da formação humana dos alunos; nos sistemas prisionais: enriquecimento do tempo que essas pessoas passam na prisão para ajudá-los a reabilitar suas penas; nas corporações: conhecimentos necessários para o desempenho dos funcionários suas funções com maior apropriação, entre muitos outros espaços. Nesse sentido, os educadores devem contribuir para a formação completa dos alunos, não importa o momento de suas vidas, ou para qualquer finalidade, e o objetivo geral deve estar sempre alinhado com o conselho de educar e formar pessoas humanas pensantes, irrestrito e julgado, pluralista, capaz de pensar além das limitações cotidianas, abstrair e olhar a vastidão e a coletividade do mundo, partindo do conhecimento de si mesmo, para o conhecimento, construção e reconstrução do mundo ao seu redor. Refletindo sobre a educação, o propósito da pedagogia, sua história e as previsões de estudiosos da área, é importante perceber que não existe fórmula mágica, receita de aprendizagem, modelo de aluno (ou professor), e nenhum lugar, situação única e momento como diria Brandão (2007). A educação existe de diferentes formas em diferentes mundos, e é a compreensão desse fato e o interesse em trabalhar com ele que impulsiona a atuação dos educadores fora dos espaços formais tradicionalmente voltados para a educação. O conceito de educação não formal discutido anteriormente vê a sociedade como um todo, uma fonte de conhecimento que pode ser trabalhado, compartilhado e assim 20 absorvido. Uma sociedade educacional que visualiza o conhecimento como algo fluido, transitando entre os mais diversos ambientes, classes sociais e ciclos de vida, carece principalmente de material organizado e estruturado preparado para esse fim, que possibilite a comunicação e a troca. O conhecimento não é apenas o principal polo de crescimento da vida humana, mas um fator de desenvolvimento pessoal, no contexto de novos modos de vida social‖, com poder de impactar positivamente na visão de dignidade social, na luta por uma sociedade mais equilibrada e pela redução da desigualdade social. Neste contexto, deve-se notar que enquanto a Educação Não Formal é uma alternativa para aqueles que não podem continuar seus estudos de forma tradicional, o ensino fora da escola não é de maneira alguma um substituto para os métodos formais e deve ser visto como um complemento e agregador que podem de certo modo incluir associações formal e informal. Diante dessas perspectivas, a atuação de um educador formado é fundamental, e seu trabalho deve focalizar as realidades dos alunos, suas vivências e culturas, focando em conteúdos, dificuldades e projetos pertinentes ao seu cotidiano, a partir de problematizados. Buscando mudar a realidade, uma vez que a educação não formal visa sintetizar a formação das disciplinas, tal educação tem caráter humanista, que deve ser a principal característica de sua busca por métodos alternativos. Construir uma sociedade mais justa, unida e participativa. Tendo demonstrado as muitas qualidades da Educação Não Formal, é necessário destacar também as suas fragilidades, nomeadamente a falta de um currículo sistemático endossado pelos programas de educação permanente do governo; a falta de modelos e plataformas de ensino oficiais; o núcleo de ensino depende da visão e modelo social que sua organização defende, enquanto busca atender e representar públicos com perfis culturais, econômicos, sociais, profissionais, etc. muitos diferentes); 21 é escasso o espaço para formar professores com foco específico ou pelo menos prontos para trabalhar dessa forma. Tais fragilidades precisam ser identificadas caso a caso na aplicação de cada modelo informal, para realizar pesquisas e documentar e melhorar os pontos negativos observados. Esta é uma iniciativa importante que terá maior impacto uma vez que este modelo de o ensino é implementado, é valorizado por programas governamentais e reconhecido por suas diversas aplicações e benefícios para a sociedade. Portanto, para que os educadores atuem de forma não formal na educação seja verdadeiramente produtivo, os profissionais envolvidos devem estar preparados (desde a graduação e ao longo de suas carreiras) para melhor atender as diversas necessidades específicas possíveis, e compreender (através da observação, pesquisa e análise) as peculiaridades de cada situação em que atuam (nos hospitais, empresas, unidades prisionais, museus, ONGs, etc.). 4 O PEDAGOGO E SUA ATUAÇÃO EM DIFERENTES ESPAÇOS EDUCACIONAIS NÃO ESCOLARES A era da informação promoveu sem precedentes o uso da tecnologia na busca de novas formas de comunicação, criando novas sociedades, educação, relações laborais, novas linguagens, novos disseminadores de conhecimento, novas fontes de aprendizagem e pesquisa, acesso a novas culturas, estilos e comportamentos. Nesse interim, a educação está se reinventando e desafiando a cada dia a pensar novas formas de lidar com conteúdos necessários em espaços que antes não eram considerados para alunos que ignoravam ou evitavam potencialidades, necessidades e interesses de aprendizagem por falta de recursos ou profissionais preparados para atendê-los. Como referido acima, a formação atual do educador destina-se a profissionais que consigam integrar os conhecimentos teóricos com a prática educativa, seja na escola ou 22 fora da escola para fins educativos, para dar formação inicial, ou para facilitar a ampliação dos conhecimentos existentes, mas visa sempre desenvolver e aperfeiçoar indivíduos dispostos e aptos a cooperar ativamente na sociedade e desenvolver práticas que atendam às necessidades coletivas. Tradicionalmente, a visão educacional tem colocado os professores junto à gestão escolar, coordenação pedagógica e ensino, que é o espaço mais importante para a formação humana, o que infelizmente limita o objeto de reflexão docente a essa área. De fato, as escolas têm estado no centro da jornada educacional humana ao longo da história, porém, como argumenta Severo (2015, p. 568), elas constituem um arranjo institucional histórico que nem sempre existiu nem garantiu que perdurará para sempre. A escola é um momento do processo educativo da vida social, mas o processo é global e envolve outros espaços e tempos sociais, e com o passar do tempo a exclusividade do processo vem sendo questionada por crescentes críticas e questionamentos, Por vezes visto como classista, excludente, autoritário e manipulado por interesses capitalistas, tem se mostrado insuficiente para atender às diversas necessidades de conhecimento e informação da sociedade moderna, que em uma era de globalização vive constantes necessidades políticas, sociais e econômicas, mentalidade mais multifacetada e igualitária na educação. Como resultado, surgiram várias questões e reflexões sobre as possibilidades de resultados de aprendizagem satisfatórios, mais amplos, acessíveis e inclusivos na exploração de novos espaços e configurações educacionais. É uma mentalidade pedagógica que serve a sua reflexão, ação e prática na promoção do desenvolvimento social através da educação. Nesse contexto, a Educação Não Escolar ganha mais visibilidade ao possibilitar novos métodos educacionais, diversificação de espaços de aprendizagem e ensino, compilação e organização de novos conteúdos que possam ser manuseados, inclusão 23 de novos grupos de interesse em aprender e a consequente atualização e ampliação de o foco da prática docente, neste caso também inserido no processo de formação em creches, hospitais (pedagogia hospitalar), empresas (pedagogia empresarial), etc., de acordo com medidas socioeducativas(sociopedagogia), sindicatos, áreas jurídica e psicológica (pedagogia jurídica e psicopedagogia), etc. Com tantas possibilidades de atuação, os educadores podem ser vistos como muito além da alfabetização, para desenvolver atividades e estratégias, planejamento e execução de programas, coordenação, gestão instrucional, organização assistencial e educacional, e ainda contribuir para a formação profissional, qualificação de indivíduos por meio de projetos na área de recurso humanos. Mas o mais importante, um diálogo permanente entre a teoria vista em sua pesquisa formativa e a prática inserida, onde quer que ocorra qual espaço, sempre visando a transformação pessoal. No entanto, apesar dos apontamentos feitos sobre as demandas atuais pela diversificação da educação, a modalidade não escolar é uma demanda histórica, que segundo Souza (2012) tem suas sementes lançadas na Grécia antiga, por filósofos como Platão e Aristóteles, que já consideravam a importância da educação para o desenvolvimento da sociedade‖, destacando a comunidade como campo de processos educativos e constitutivos das relações humanas‖ que compõem o progresso e o desenvolvimento social. Outra referência histórica feita por Souza (2012) sobre a importância da desescolarização é a decisão da Alemanha, em 1918, de promulgar uma política baseada em leis de apoio e assistência social para atender às necessidades sociais depois de devastadas na Primeira Guerra Mundial para a população e instituições socioeducativas, como forma de tentar amenizar os problemas colocados pela guerra, o autor interpreta esse comportamento como uma extensão da pedagogia e dos conceitos de educação para além do ambiente doméstico e escolar. 24 Em todo o país, os profissionais da educação tiveram um começo difícil, pois o programa de 1939 instaurou sérias complicações, o bacharel não contava com auxílios no seu campo profissional, e os licenciados tiveram problemas por não terem uma área de especialização, tornando-se um momento extremamente difícil profissionalmente. Era complicado para um professor definir onde ele poderia desenvolver sua função e, segundo o autor, essas dificuldades só foram amenizadas na década de 1960, quando o currículo foi alterado para ajudar a formar professores focados em disciplinas de ensino. O próximo marco importante no desenvolvimento da pedagogia brasileira aqui discutido vem na forma do artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece que o direito à educação é uma responsabilidade compartilhada entre o Estado e a sociedade, não se limitando às instituições de ensino, mas podendo ter seu desenvolvimento local. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, (BRASIL, 1988). Essa modalidade de ensino conferida pela Constituição Federal é a base para a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, que reafirma a responsabilidade do Estado em garantir a educação básica para todos, organizar-se e criar possibilidades alternativas de acesso ao ensino sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar. Outro documento legal baseado nas diretrizes da Carta Magna brasileira são as Diretrizes Curriculares Pedagógicas Nacionais, publicadas desde 2006, que ampliam o espaço, as atribuições, as funções, os perfis e os mercados da prática profissional educacional para além do espaço do escolar, enfatizando o desempenho moral e o impacto positivo no compromisso em diferentes fases do desenvolvimento humano. 25 Por fim, a partir desta breve história da Educação, Pedagogia e Educação em espaços Não Escolares, pode-se concluir que a ação instrucional está cada vez mais consciente da necessidade de uma mediação fundamentada e determinada, capaz de atuar com igual tato em espaços alternativos em espaços formais, ou seja, dispostos e interessados em trocar conhecimentos contextualizados com vistas à transformação libertadora de indivíduos críticos, autônomos e socialmente agregados. Dando continuidade à discussão atual, é necessário discorrer quais espaços não escolares são mais procurados pelos professores para melhor visualizar sua especificidade e o que torna esse profissional tão procurado nessas situações. O diálogo entre o trabalho educativo e a dinâmica da responsabilidade social articula-se na atuação dos educadores no campo da educação social e nas concepções teóricas da pedagogia e educação de massa, que vislumbram uma compreensão profunda de alunos educados. A verdade é que, de acordo com vários estudos sobre o tema, o processo educativo nunca foi exclusivo dos interiores escolares, é agora (e cada vez mais) reconhecido espaços extraescolares, sejam eles quais forem, porque enquanto for observaram que há a necessidade de proporcionar oportunidades de aprendizagem para aqueles que ali estão. Muitas vezes, os alunos diferem dos alunos tradicionais na medida em que precisam ou querem iniciar ou continuar a seguir caminhos acadêmicos alternativos (começando com a alfabetização na infância e terminando com a graduação no ensino superior no início da idade adulta) que diferem da tradição, individual ou coletivamente, mas igualmente intensivos. É necessário considerar aqui, para melhor compreender o assunto em questão, como se dá essa prática de ensino, quais são suas motivações e objetivos, a quem devem servir e quais são as características e expectativas de aprendizagem dos alunos 26 presentes em cada submercado de detalhes. Somente por meio desse tipo de observação, reflexão, o educador pode enxergar a priori as reais necessidades de sua turma ou alunos e determinar qual plano de aula é mais adequado para essas situações e qual a melhor prática educativa para trabalhar ali, pois não há normas se aplicam a classes com origens tão diversas, e a prioridade é única para cada caso. Dito isso, o exemplo começa com um importante representante da educação não formal, a pedagogia hospitalar, que acontece em locais onde se espera o menor número possível de visitas rápidas, como centros de tratamento, clínicas e até mesmo durante a terapia domiciliar, tempo imprevisto, mas pode acontecer com qualquer pessoa, onde adultos e crianças são forçados a ficar longe de suas rotinas diárias por longos períodos de tempo para tratar uma ampla variedade de doenças ou condições médicas. Nestes contextos se mostra extremamente benéfico a conexão com seus hábitos durante a terapia para ajudá-los a manter a esperança de um breve retorno a um plano de vida, manter a mente ativa, o que é ótimo para a saúde do paciente aluno, ocupado estimulando a mente, nutrindo o espírito para continuar o tratamento sem prejuízo no processo educacional ou no desenvolvimento cognitivo, e sem se sentir paralisado no tempo. Tais contratos são elaborados com base no conhecimento e experiência adquiridos anteriormente pelos colaboradores, mas trabalhar nesta sociedade em constante evolução exige que esses profissionais também atualizem e acrescentem novos conhecimentos nas experiências anteriores, a fim de estarem sempre abertos a novos aprendizados e , portanto, ampliar o reforço das atividades de uma empresa, contribuindo para aumentar a produtividade e o lucro dessa atividade empresarial, mesmo que este não seja o foco imediato da atuação dos professores, eles serão vistos mais como parceiros da organização, ajudando a melhorar e desenvolver a profissão dos funcionários. 27 A pedagogia empresarial está associada ao departamento de recursos humanos de uma empresa e tem como objetivo promover a aprendizagem e a qualificação através do desenvolvimento de competências no ambiente de trabalho, desde a observaçãodas atividades desenvolvidas, até à aplicação de estratégias de promoção de bolsas. 5 A PSICOPEDAGOGIA E O PSICOPEDAGOGO: A REGULAMENTAÇÃO EM DEBATE As ações psicoeducativas promovem a observação do sujeito e a reflexão sobre as causas das dificuldades de aprendizagem, visualizando problemas que podem ser causados por fatores biológicos, psicológicos e/ou sociais. Quando uma criança ingressa na educação básica e inicia o processo de alfabetização por volta dos 6 anos, algumas dificuldades de aprendizagem também podem começar, criando futuras lacunas na vida do aluno. Portanto, os psicoeducadores também atuam de forma preventiva, auxiliando no processo de aprendizagem. A causa de um problema específico é muitas vezes motivada pela família, e pode haver alguns fatores que contribuem para a dificuldade de aprendizagem de uma criança. Há muitas razões pelas quais as crianças não são ativas na aprendizagem. Para o registro, a maioria dos motivos para não estudar foram leitura, escrita e matemática. Dessa forma, a escola precisa desempenhar um papel na formação da vida da criança, transformando-a e auxiliando no seu desenvolvimento cognitivo, moral, psicológico, social e emocional. A escola tem a função de desenvolver sujeitos democratizados, autônomos, reflexivos e participativos. Em união teremos psicoeducadores que atuarão diretamente na compreensão e análise das dificuldades de aprendizagem. Por isso a importância dessa profissão em instituição de ensino. 28 Os professores são como mediadores no processo de aprendizagem, através do conhecimento teórico e prático aprendido ao longo da vida acadêmica, os alunos podem perceber diferentes formas de adquirir conhecimentos prévios, utilizar problemas do mundo real e identificar processos de aprendizagem e erros por meio da experimentação. Através da prática e estudo das inúmeras disciplinas ensinadas em sala de aula, os alunos sistematizam novos conhecimentos. Na prática psicoeducativa, os psicoeducadores também exercem o papel de mediadores, trabalhando diretamente com os alunos, também conhecidos como aprendizes. Primeiro, os psicopedagogos coletam prontuários, entrevistam famílias para descobrir possíveis causas de problemas de aprendizagem e analisam a escola, a família e o ambiente social em que vivem. "Na maioria das vezes, os problemas de aprendizado são totalmente relacionados à família, e é um grande mistério descobrir. Assim, segundo Brum e Pavão: Essas estratégias podem ser diagnósticas, como brincadeiras, testes, apresentações dos pais, desenvolvimento do movimento da brincadeira, gráficos, apresentações verbais, entrevistas com os pais do paciente e com o paciente, e podem ser feitas com toda a família ou individualmente. (BRUM; PAVÃO, 2014, p. 111) Segundo, Brum e Pavão (2014), a psicopedagogia pode ser feita nas escolas tanto de forma preventiva quanto terapêutica. As formas de prevenção passam por diversos espaços de reflexão, por isso a psicopedagogia tem caráter interdisciplinar, trabalhando para melhorar as dificuldades de aprendizagem, buscando compreender as causas das dificuldades de aprendizagem e auxiliar por meio de ferramentas e métodos psicopedagógicos. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACAMPORA, Bianca. Psicopedagogia clínica: o despertar das potencialidades. 4 ed. Rio de Janeiro: Walk Editora, 2019. 29 ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. 5. Ed. Campinas, SP: Papirus, 2005. ALMEIDA, M. E. G. G.; PINHO, L. V. Adolescência, Família e Escolhas: Implicações na Orientação Profissional. Psic. Clin. v. 20, n.2, p.173 – 184, 2008. ANDRADE, M. S. Psicopedagogia clínica: manual de aplicação prática para diagnóstico de distúrbios do aprendizado. 1. ed. São Paulo: Póluss, 1998. ANJOS, Elza Karina Oliveira dos; DIAS, Juliana Rocha Adelino. Psicopedagogia: sua história, origem e campo de atuação. Revista REVELA, Praia Grande, n. 18, jul. 2015. BARBOSA, Jossandra Costa. O processo de regulamentação da psicopedagogia. Sindicato dos psicopedagogos do Brasil. Teresina/Piauí, 2016. BARBOSA, Laura Monte Serrat. A psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba: Expoente, 2001. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. 3. ed. Lisboa: Edições 70, 2004 BOSSA, Nádia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 5 ed. Rio de Janeiro, Walk Editora, 2019. BOSSA, Nadia A. Dificuldades de aprendizagem: O que são?Como tratá-los? Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O Que é educação? 49 ed. São Paulo: Brasiliense, 2007. BRUM, Franciélins Teixeira; PAVÃO, Sílvia Maria de Oliveira. Espaços psicopedagógicos na escola: legitimados ou urgentes?. Rev. Psicopedagogia, São Paulo, v. 31, 2014. CARVALHO, R. E. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva. Porto Alegre: Mediação, 2000. 30 CAVICHIA. D. C. A psicopedagogia na instituição educativa: a creche e a pré- escola. Petropolis/Rio de Janeiro: Vozes, 1996. CUNHA, A. E. Afeto e aprendizagem: amorosidade e saber na prática pedagógica. Rio de Janeiro. Wak, 2008. CURY A. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Rio de Janeiro. Sextante, 2008. DÁRIO, Fiorentini. Investigação em educação matemática: percursos teóricos e metodológicos. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. DELABETHA, Andiara; DA COSTA, Gisele Maria Tonin. Psicopedagogia e suas áreas de atuação. Revista de educação do IDEAU, Getúlio Vargas, v. 9, 2014. ESCOTT, Clarice Monteiro. Interfaces entre a psicopedagogia clínica e institucional: um olhar e uma escuta na ação preventiva das dificuldades de aprendizagem. Novo Hamburgo: Feevale, 2004. FAGALI, Eloisa Quadros. Os sentidos da história e a busca das raízes no processo do aprender. IN: BOMBONATO, Q. & MALUF, M. T. História da Psicopedagogia e da ABPq no Brasil: fatos, protagonistas e conquistas. Rio de Janeior: Waked, 2007. FERNANDES, Alícia. Os Idiomas do Aprendente: Análise de modalidades ensinantes em famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2001. FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: Abordagem psicopedagógica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 31 GALVÃO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 17. Ed. Petrópolis: Vozes, 2008. GASPARIN, Maria. & CASTRO, Cecilia. Psicopedagogia institucional sistêmica. Revista psicopedagogia. APP-v.19-n°55/2001. GIL, Antonio Carlos. Como classificar as pesquisas?. In: GIL, Antonio Carlos (org.). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2014. GOHN, Maria da Glória. Educação Não-Formal e cultura política: impactos sobre o associativismo do terceiro setor. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001. GONÇALVES, Júlia Eugênia. A Regulamentação da Profissão em Psicopedagogia. Revista Científica APRENDER, Minas Gerais, 7ª ed., jun. 2019. GORTÁZARA, A. O professor de apoio na escola regular. IN: COLL, P.& MARCHESI, A. Desenvolvimento Psicológico e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. MONEREO, Carles; SOLÉ, Isabel. O assessoramento psicopedagógico: uma perspectiva profissional e construtivista. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. NOFFS, Neide de Aquino. A formação e regulamentação das atividades em Psicopedagogia. Rev. Psicopedagogia, São Paulo, v. 33, 2016. OLIVEIRA, Z. R. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2007. PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. PIAGET, J. A construção do real na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. 32 PIMENTA, S. G. (Org.). Pedagogia e pedagogos: caminhos e perspectivas. 3. ed. São Paulo: Cortez,2011. RODRIGUES, N. Por uma escola nova: O Transitório e o permanente na educação. 11 ed São Paulo:Cortez,1997. RUBINSTEN, E. A. Psicopedagogia e a Associação Estadual de Psicopedagogia de São Paulo. In: SCOZ, B. J. L.; et al. O caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes Médica, 1987. SALTINI, C. J.P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: Wak, 2008. SCOZ, Beatriz Judith Lima. FELDMAN, Claudia, et al. Contribuições para a educação pós-moderna. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004. SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: O problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. SEVERINO. Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientifico. 23 ed. São Paulo: Cortez, 2007. SEVERO, José Leonardo Rolim de Lima. Educação não escolar como campo de práticas pedagógicas. RBEP: Estudos, Rev. Bras. Estud. Pedagog. (online), Brasília, v. 96, n. 244, p. 561-576, set./dez., 2015. SILVA, Maria Cecília Almeida e. Psicopedagogia: A busca de uma fundamentação teórica. 2 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010. SISTO, Fermino Fernandes; et al. Atuação pedagógica e aprendizagem escolar. Petropolis, RJ: Vozes, 1996.VYGOTSKY, L, S; LURIA, A.R: LEONTIEV, A.N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Icone, 1998. WALLON, H. Psicologia e Educação da infância. Lisboa: Editorial Estampa 1975. 33 WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: DP & A, 2004. WOLFFENBUTTEL, Patrícia. Psicopedagogia: teoria e prática em discussão. Novo Hamburgo: Feevale, 2005.
Compartilhar