IMUNOCROMATOGRAFIA DE IgG E IgM PARA TOXOPLASMOSE

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IMUNOCROMATOGRAFIA DE IgG E IgM 
PARA TOXOPLASMOSE 
 
 
 
A toxoplasmose é uma parasitose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, 
que tem a característica de ser intracelular obrigatório. Estima-se que cerca de 50% da 
população possa estar cronicamente infectada por esse parasita, e o diagnóstico clínico 
precisa ser auxiliado pelo diagnóstico laboratorial nesses casos. A contaminação do 
paciente ocorre sem que ele tenha conhecimento e pode não estar correlacionada com 
os gatos, que por muito tempo foram considerados a única forma de infecção. A 
ingestão de frutas, água e verduras contaminadas com o oocisto, e até mesmo de carnes 
malcozidas e contaminadas por cistos, aparenta ser a principal causa de infecção. 
Clinicamente, a toxoplasmose pode ser dividida em cinco classes: 
• Infecção em imunocompetentes; 
• Infecção na gravidez; 
• Infecção congênita; 
• Infecção ou reativação em pacientes imunodeficientes; 
• Infecções oculares; 
 
Os sinais e sintomas apresentados por um paciente infectado pelo Toxoplasma 
gondii podem variar desde febre, com dor de cabeça e garganta, além de manchas 
avermelhadas no corpo, até convulsões, perda de coordenação motora e problemas de 
audição e visão. Como se pode perceber, são sinais e sintomas inespecíficos, que podem 
ser confundidos com várias outras doenças. 
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Todas as apresentações clínicas supracitadas não trazem sinais e sintomas que 
possam direcionar a um diagnóstico clínico de toxoplasmose. Em qualquer uma dessas 
classes, também pode haver comprometimento neurológico dos pacientes, pois o 
Toxoplasma gondii apresenta habilidade de colonizar o sistema nervoso. Nesses casos, 
o comprometimento é permanente e as sequelas dependerão de quais áreas foram 
afetadas. A chamada toxoplasmose oftalmológica também é uma forma que acaba por 
deixar o paciente com sequelas permanentes, pois afeta estruturas oculares 
responsáveis pela formação da imagem, e a perda da visão parcial ou total é uma 
realidade nesses casos. 
Diante do exposto, existe uma grande necessidade de suporte diagnóstico 
laboratorial rápido e eficiente. Testes que são baseados em visualização direta do 
toxoplasma podem ser demorados, e isso pode significar um agravamento dos sintomas 
do paciente, com sequelas permanentes. Os testes imunocromatográficos são, então, 
uma alternativa para um diagnóstico sorológico rápido, inclusive para a toxoplasmose. 
Esses testes são vendidos na forma de kit, contendo um cassete, em que é realizado o 
teste, e um tampão diluente. Para o kit de diagnóstico imunocromatográfico da 
toxoplasmose IgG e IgM ( 
Figura 1), o cassete é constituído por: 
• uma espécie de almofada embebida com antígenos recombinantes de T. gondii 
combinados com ouro coloidal e anticorpo controle, também conjugada com 
ouro coloidal; 
• uma tira de membrana de nitrocelulose contendo três linhas: duas teste (linhas 
G e M) e uma controle. 
 
 
 
 
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Figura 1 – Kit de teste imunocromatográfico de detecção de toxoplasmose IgG/IgM. O cassete da esquerda não está 
usado e o da direita está reativo para IgG e IgM. 
 
O teste é feito com a adição de uma gota (cerca de 10µL) da amostra – 
normalmente soro, mas alguns testes também aceitam amostras de sangue total. Em 
seguida, deve-se incluir o tampão fornecido pelo kit. Essa mistura, então, irá migrar, por 
ação capilar, pelo cassete, até chegar à tira de nitrocelulose. Caso haja anticorpos IgM 
anti-T. gondii na amostra, estes irão se ligar nos conjugados de T. gondii presentes no 
cassete. O mesmo ocorrerá se houver IgG anti-T. gondii. Quando esse imunocomplexo 
passar pelas linhas M e G, ocorrerá a formação de um novo conjugado, por estarem 
embebidas de anticorpos IgM e IgG anti-humanos. Isso significa que eles irão se ligar, 
caso tenham se formado, nos complexos de IgM e/ou IgG anti-T. gondii. Na linha 
controle, há a presença de anticorpo controle. Caso seja positivo para IgM ou IgG, haverá 
a formação de uma linha vermelha na marcação das linhas M e/ou G. Sempre deverá 
haver a formação da linha vermelha controle, pois indica que o teste é válido. Caso não 
haja essa formação, o teste deverá ser repetido. 
Os resultados podem ser o surgimento de uma linha vermelha M, indicando 
presença de anticorpos IgM anti-T. gondii; uma linha vermelha G, indicando presença 
de anticorpos IgG anti-T. gondii; ambas as linhas M e G ficarem vermelhas, significando 
presença de ambos os anticorpos IgM e IgG anti-T. gondii; ou, ainda, não haver formação 
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de linha vermelha nem em M nem em G, significando um resultado negativo. Se, em 
todos esses casos, a linha controle aparecer, os resultados são válidos. 
A presença de IgM na amostra do paciente pode indicar que houve uma infecção 
recente pelo T. gondii ou, até mesmo, que a infecção está ativa. O IgM tende a persistir 
por cerca de quatro semanas, quando passa a ser substituído pelo IgG. A presença de 
IgG significa uma infecção antiga por T. gondii. A presença dos dois anticorpos significa 
a conversão de imunoglobulinas, e provavelmente não há infecção ativa no momento. 
Todos os resultados devem ser cruzados com os dados clínicos do paciente, para 
resultados mais confiáveis. 
Esse teste é excelente para triagem e diagnóstico rápido da toxoplasmose, 
fornecendo resultados que podem encaminhar o paciente para o tratamento mais 
rapidamente, minimizando as possíveis sequelas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
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Toxoplasma immunoglobulin IgG and IgM in the United States: proof of concept and 
challenges. Open Forum Infectious Diseases, v. 5, n. 10, 2018. Disponível em: 
https://doi.org/10.1093/ofid/ofy215. Acesso em: 4 jul. 2021. 
 
KHAN, A. H.; NOORDIN, R. Serological and molecular rapid diagnostic tests for 
Toxoplasma infection in humans and animals. European Journal of Clinical Microbiology 
& Infectious Diseases, v. 39, p. 19-30, 2020. Disponível em: 
https://doi.org/10.1007/s10096-019-03680-2. Acesso em: 4 jul. 2021. 
 
LYKINS, J. et al. Rapid, inexpensive, fingerstick, whole-blood, sensitive, specific, point-of-
care test for anti-Toxoplasma antibodies. PLOS Neglected Tropical Diseases, v. 12, n. 8, 
2018. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0006536. Acesso em: 4 jul. 
2021. 
 
WASSEF, R.; ABDEL-MALEK, R. Validity of a new immunochromatographic test in 
detection of Toxoplasma gondii in cancer patients. Journal of Parasitic Diseases, v. 43, 
p. 83-86, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1007/s12639-018-1063-2. Acesso em: 
4 jul. 2021. 
 
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https://doi.org/10.1007/s12639-018-1063-2