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Emprego dos pronomes Os pronomes são palavras que substituem ou acompanham os nomes (substantivos e adjetivos). Desempenham papéis sintáticos dentro das frases. Ou seja, são sujeitos, objetos diretos, objetos indiretos, complementos nominais, agente da passiva, predicativo, adjunto adnominal, ou, ainda, aposto. Tabela 1 - Pronomes pessoais Retos Oblíquos Átonos Tônicos 1ª pessoa eu me mim, comigo Singular 2ª pessoa tu te ti, contigo 3ª pessoa ele, ela o, a, se, lhe ele, ela, si ,consigo 1ª pessoa nós nos nos, conosco Plural 2ª pessoa vós vos vós, convosco 3ª pessoa eles, elas lhes eles, elas, si, consigo Não podemos nos esquecer de que os pronomes pessoais do caso oblíquo átono estão sempre ligados aos verbos e há diferenciação quanto ao uso dos pronomes em terceira pessoa. Vejamos: O(s)/a(s) = ele(s)/ela(s): usados para referir-se a objetos ou pessoas e desempenham o papel de objeto direto. Lhe(s) = a eles(s)/a ela(s): usados somente para pessoas. Esses pronomes desempenham o papel de objeto indireto. Observe que os pronomes sofrem pequenas alterações ao se unirem aos verbos: Comprei a pasta. Comprei-a. Compram a pasta. Compram-na. Põem a pasta no escritório. Põe-na no escritório. Pões a pasta no escritório. Põe-la no escritório. Comprar o material. Comprá-lo. Fazer a ata. Fazê-la. Fazes a ata. Fazê-la. (Usamos a 2a pessoa do singular!) Então, conclui-se que, se a terminação do verbo for: Nasal - acrescenta-se um “n” aos pronomes “o(s)” e “a(s)”. R, S ou Z - corta-se a terminação R, S ou Z e acrescenta-se um “l” aos pronomes “o(s)” e “a(s)”. Tabela 2 - Pronomes X Preposições Preposições Correto Incorreto entre entre mim e ele entre ele e mim entre mim e ti entre eu e ele entre ele e eu entre eu e tu sem sem você e mim sem elas e ti sem você e eu sem elas e tu perante perante mim e vós perante eu e vós contra contra os alunos e mim sobre eu e V.Sª sobre sobre eu e V.Sª sobre eu e V.Sª de de alguns e mim de alguns e eu Perceba o uso de “para eu” e “para mim”! É para eu fazer a ata da reunião. É fácil para mim fazer a ata da reunião. O pronome “eu” faz papel de sujeito do verbo “fazer”, enquanto a expressão “para mim” pode ser deslocada na frase. Tabela 3 - Pronomes Possessivos Singular 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa meu, minha, meus, minhas teu, tua, teus, tuas seu, sua, seus, suas Plural 1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa nosso, nossa, nossos, nossas vosso, vossa, vossos, vossas seu, sua, seus, suas Não podemos utilizar os pronomes possessivos de segunda pessoa para dirigir-se à terceira. Tu – teu, tua, teus, tuas. Você/ele/ela – seu, sua, seus, suas. Tabela 4 - Pronomes Indefinidos variáveis invariáveis algum, alguma, alguns, algumas nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas todo, toda, todos, todas outro, outra, outros, outras muito, muita, muitos, muitas pouco, pouca, poucos, poucas certo, certa, certos, certas vário, vária, vários, várias tanto, tanta, tantos, tantas quanto, quanta, quantos, quantas qualquer, quaisquer alguém ninguém outrem nada cada algo quem Tabela 5 - Pronomes Interrogativos Variáveis Invariáveis qual, quais quanto, quanta, quantos, quantas que, quem Tabela 6 - Pronomes Relativos Estabelecem relação com um termo anteriormente citado.: Que / o qual / a qual Quem Onde Cujo (possuidor e possuído) Nunca use nenhuma palavra entre o pronome cujo e o termo possuído. Pronomes de Tratamento Os pronomes de tratamento representam a terceira pessoa do singular ou do plural, sendo assim, deve-se sempre atentar para a concordância ao usá-los (assunto do qual trataremos em um dos nossos próximos encontros). Alguns pronomes de tratamento para que já nos acostumemos à forma correta de nos dirigirmos às pessoas. Tabela 7 - Pronomes de Tratamento Abreviatura Pronome Singular Plural Emprego Você V. tratamento familiar Vossa Alteza V.A VV.AA príncipes, princesas, duque Vossa Eminência V.Emª V. Emas cardeais Vossa Excelência V.Exª nós altas autoridades Vossa Magnificência V. Magª V. Magas reitores de universidades Vossa Majestade V.M VV.MM reis, imperadores Vossa Meritíssima usado por extenso juízes de direito Vossa Reverendíssima V. Revma V. Revma sacerdotes Vossa Senhoria V. Sª V. Sas altas autoridades (frequente na correspondência comercial) Vossa Santidade V.S papa Este material foi baseado em: LOPES, Glaucia Viviane Cansian Pinto Ferreira; PORRUA, Regiane Pinheiro Dionisio. Comunicação Empresarial. Instituto Federal Paraná / Rede e-Tec Brasil, Curitiba: 2012. Colocação pronominal Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos, o, a, lhe, os, as, lhes) são colocados de três formas nas orações: Próclise A próclise é a colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo. Ocorre quando há uma palavra atrativa, que é reconhecida por: Em + gerúndio: Em se querendo, faz-se o bem. Advérbios: Aqui se aprende. Nunca se importou com isso. Observe: Aqui, aprende-se. Aqui, nesta sala, aprende-se. Pronomes Indefinidos: Ninguém me avisou o horário. Pronomes Interrogativos. Quantos me disseram isso? Pronomes Relativos. O candidato que me questionou não está aqui. Pronomes Demonstrativos. Aquilo me incomodou. Conjunções Subordinativas. Quando me contaram a verdade, não quis acreditar. Frases interrogativas, exclamativas e optativas (exprimem desejo). Como se chama a secretária? Mesóclise A mesóclise é a colocação pronominal no meio do verbo. É usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise. Comprar-te-ei o material para o evento. Ênclise A ênclise é a colocação pronominal depois do verbo. É usada quando a próclise e a mesóclise não forem possíveis: Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo. Calem-se! Quando o verbo iniciar a oração. Mandem-me o pedido, por favor. Quando houver vírgula antes do verbo. Quando me encontraram, falaram-me todas as verdades. Quando o verbo estiver no gerúndio. Saiu da sala, fazendo-se de desentendida. Colocação pronominal em locução verbal e em período composto Locução verbal = verbo auxiliar + verbo principal no infinitivo ou no gerúndio Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. O amigo lhe queria agradecer a visita. O amigo queria lhe agradecer a visita. O amigo queria agradecer-lhe o presente. O amigo o estava abraçando. O amigo estava o abraçando. O amigo estava abraçando-o. Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal. O amigo não lhe queria agradecer a visita. O amigo não queria agradecer-lhe a visita. O amigo não o estava abraçando. O amigo não estava abraçando-o. Tempo Composto = verbo auxiliar + verbo principal no particípio. O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. A moça se tinha esquecido da bolsa. A moça tinha-se esquecido da bolsa. O uso do hífen, nesse caso, é obrigatório, uma vez que o particípio não aceita pronome oblíquo átono ligado a ele. Se, antes do locução verbal, houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar. A moça jamais se tinha esquecido da bolsa. Crase Define-se como crase a fusão da preposição a com o artigo definido feminino a/as. Daí já se pode tirar algumas conclusões. Não se usa crase diante de palavras masculinas, já que estas exigem artigos masculinos. Há, sim, uma exceção quando se subentende a expressão “à moda de”: Vestia-se à Luiz XV. Não se usa crase diante de verbos, já que esta é uma classe morfológicamasculina e, se utilizarmos artigo diante dos verbos, transformamo-los em substantivos masculinos. Andar faz bem. O andar da moça é elegante. Não se usa crase diante de nomes de cidades, estados ou países que não aceitem o artigo definido feminino. Chegou a Belém. Voltou de Belém. Trouxe presentes de Belém para mim. Isso é diferente de: Veio à Bahia a passeio. Trouxe presentes da Bahia. Nasceu na Bahia. Não se usa crase no meio de substantivos repetidos porque só há necessidade da colocação da preposição. Ficou cara a cara com o bandido. A dor escorria gota a gota. Pronomes que não possam ser precedidos do artigo definido feminino inclusive os de tratamento. Trouxe dúvidas a ela. (Você também pode fazer a transformação para o masculino e notar que só há, realmente, a presença da preposição). Trouxe dúvidas a ele. Não se usa crase quando já existe outra preposição, a não ser no caso da preposição ATÉ. Estava perante a lei. A festa foi até às / as nove horas. Não se usa crase quando a palavra feminina for dotada de sentido genérico, for nome de SANTA ou CELEBRIDADE HISTÓRICA. Não daremos ouvidos a reclamações. (Note que o “a” está no singular e o substantivo está no plural – isso significa que não existe o artigo definido feminino!) Recorreu a Nossa Senhora Auxiliadora. Não se usa crase diante das palavras CASA, TERRA e DISTÂNCIA se não vierem determinadas. Vou a casa. Vou à casa de meus avós. Observava o acidente a distância. Observava o acidente à distância de dois metros. Os marinheiros voltaram a terra. Voltamos à terra de nossos antepassados. Regra prática geral Para que você tenha certeza do uso da crase, substitua a palavra antes da qual aparecerá ou não a crase por um vocábulo masculino (não há necessidade de se utilizar sinônimo, só deve ser da mesma classe morfológica). Se, ao trocar o vocábulo por um masculino, você observar que para completar a frase o “a” transformou-se em “ao” ou “aos”, existe crase; do contrário não.
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