Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Atividade complementar - Resumo do livro 1808 No livro "1808'', o jornalista Laurentino Gomes retrata os acontecimentos do Brasil colonial, quando D. João VI foge de Portugal com toda a família real numa tentativa de salvar a coroa portuguesa das ameaças de Napoleão e como isso modificou o Brasil. Em 1807, os exércitos de Napoleão Bonaparte já haviam destronado vários reis e rainhas, tornando ele o “senhor absoluto” da Europa. Com isso, decretou a Guerra Econômica determinando o bloqueio continental, obrigando o fechamento dos portos europeus ao comércio de produtos britânicos e a declaração de guerra contra a Inglaterra. O único país que não seguiu essa ordem foi Portugal que tinha a Inglaterra como sua principal aliada. Napoleão então ameaçou invadir o país. Com essas ameaças, D. João decide fugir. Na época, D. João era apenas o príncipe regente reinando em nome de sua mãe Maria I, pois a mesma havia sido declarada insana e incapaz de governar. O plano de mudança para o Brasil já era algo que vinha sendo discutido a muitos anos, já que Portugal vivia em constante ameaça pelos países vizinhos, por seu território ser pequeno e não possuir um grande exército. No livro, Laurentino aponta que a fuga para o Brasil era uma opção natural e bem avaliada pois o território brasileiro possuia grandes riquezas naturais, muita mão-de-obra e com isso maiores chances de defesa contra invasores. Mas a aplicação desse plano só veio a acontecer às pressas no dia 29 de novembro de 1807, quando as ameaças de Napoleão se intensificaram e o príncipe regente não tinha mais como controlar a situação. A ideia da família real portuguesa cruzar o oceano e se estabelecer no Brasil, naquele momento, nada mais era que uma chantagem feita pelos ingleses, já que se os portugueses concordassem com as exigências de Napoleão, Portugal correria o risco de ser bombardeado da mesma forma que ocorreu com a Dinamarca. Assim decidido, todos que faziam parte da realeza e aqueles que trabalhavam para ela partiram de Lisboa sob proteção da Marinha britânica em direção ao Brasil, levando consigo todo o Tesouro Real e mais de 60 mil livros da Biblioteca Real (esses que ainda se encontram no Brasil disponíveis na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro). O trajeto da viagem havia um ponto de encontro situado em Cabo Verde no continente Africano, onde os navios poderiam ser reparados e de lá seguir rumo ao Rio de Janeiro. Não se sabe o motivo, mas D. João mudou de planos e decidiu fazer uma parada em Salvador, talvez numa tentativa de assegurar a fidelidade dos baianos e das províncias do norte e do nordeste num momento de grande dificuldade, uma hábil manobra política. No dia 28 de janeiro de 1808, após uma semana de sua chegada em Salvador, Dom João assina a carta régia de abertura dos portos ao comércio de todas as nações amigas. Assim, o Brasil se integrava ao sistema internacional de produção e comércio como uma nação autônoma, isso faz com que inúmeras indústrias comecem a despontar no território brasileiro. Com a chegada da corte no Brasil, também foi introduzido o ensino leigo e superior. Antes disso, a educação da colônia estava restrita ao ensino básico e confiada aos religiosos, muitas vezes sendo ministradas nas igrejas. A abertura dos portos também fez com que muitos pesquisadores curiosos sobre o povo e a geografia brasileira vinham para cá e registrassem suas impressões em livros, cartas ou relatórios oficiais. Na maioria desses relatos a natureza brasileira é descrita com total admiração e ao mesmo tempo os costumes dos que aqui viviam eram vistos com total escândalo e horror. Muitos também descrevem detalhadamente sobre como era a escravidão de africanos no Rio de Janeiro, principalmente nos centros da cidade. Laurentino Gomes narra toda a trajetória da escravidão dos povos africanos no Brasil, desde a saída da costa da África até chegar aos portos brasileiros, a situação em que essas pessoas chegavam e como eram feitas as vendas no mercado de escravos do Rio. É registrado que entre os séculos XVI e XIX, foram cerca de 10 milhões de escravos africanos vendidos para as Américas e só no Brasil foram cerca de 40% desse total, em torno de 3,6 milhões de cativos. Os escravizados a bordo dos navios eram tratados como qualquer carga e isso fazia com que muitos morressem por doenças, falta de água ou comida durante a viagem. Um episódio que ocorreu que mostra um pouco essa violência ao mar foi quando o capitão Luke Collingwood decidiu jogar ao mar todos os escravizados doentes e desnutridos, foram no total 133 pessoas mortas. Isso fez os britânicos reconhecerem a crueldade do tráfico negreiro se tornando assim um ícone do movimento abolicionista. No Brasil, os traficantes de escravos eram empresários proeminentes, reverenciados e respeitados, ou seja, possuíam muito poder para influenciar na sociedade e no governo, explicando assim os motivos da demora para a abolição da escravatura no país e em como essa demora normalizou muitos comportamentos racistas que até hoje as pessoas negras enfrentam. Com toda essa importância, a crueldade contra os escravizados era algo comum. Haviam leis de punição e elas eram praticadas à luz do dia, precisamente pela manhã. Havia diferenças entre os castigos desses escravizados urbanos daqueles que trabalhavam no campo, já que na cidade a responsabilidade era da delegacia da polícia. Houve muitas revoltas de cunho separatistas e abolicionistas, fazendo pressão para que a Família Real pudesse por fim solucionar questões exigidas. Algumas revoltas também ocorreram em Portugal, por volta de 1820 na cidade do Porto. Os portugueses exigiam a volta da corte, já que Napoleão havia sido derrotado. D. João se vê obrigado a ceder e assim partiu para Portugal, levando consigo todo o Tesouro Real de volta, deixando para trás seu filho D. Pedro de 22 anos para administrar o Brasil. Coube a ele a unificação do país e torná-lo independente de Portugal. A importância do estudo aprofundado sobre a história do Brasil colônia até sua independência nos mostra um Brasil mais forte e resistente, nos faz reconhecer sobre certos assuntos presentes no Brasil atual como a corrupção (que já existia naquela época), o racismo provocado pelo passado cruel e a forma como de fato o Brasil sempre foi e ainda é governado.
Compartilhar