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1 Guia de Produção de Trilha Sonora POR SAM NÓBREGA 2 Sobre o autor Sam Nóbrega Hoje eu poderia ser um infeliz profissioanal na área de direito, caso eu não tivesse saído da sala de aula e nunca mais voltado. Dai em diante a minha vida mudou, a música passou a ser meu único foco e destino. Hoje ao invés de gastar meu tempo em um escritório de advocacia, eu gasto meu precioso tempo em meu home estúdio produzindo música e trilhas sonoras para filme, TV, comercial e games. @samnobrega__ Sam Nóbrega 4 Sejam Bem- Vindos 5 Bem-vindos ao Guia de Produção de Trilha Sonora! O objetivo desse guia é te ajudar com algumas dicas, habilidades, equipamentos e processo de composição essenciais para produzir música para mídias. O universo da trilha sonora ( no mundo do audiovisual e das mídias digitais, trilha sonora é todo o som que você escuta, como diálogo, efeitos sonoros e a música), possui um leque imenso de possibilidades ( filme, tv, publicidade, game, podcast e etc). Eu irei te guiar por algumas etapas da composição e algumas habiliades que você precisará ter para compor músicas que dê suporte para narrativa, especialmente para a narrativa linear ( filme e TV, por exemplo). E claro, fique à vontade para me enviar feedbacks e sugestões. Você pode me enviar e-mail ou enviar mensagem para minhas redes sociais. Vamos começar! Introdução 4 CAPÍTULO 01 Habilidades 6 Parece um pouco óbvio, mas você realmente precisa saber como compor! Pode parecer difícil as vezes saber o que compor, por onde começar, ou como se manter motivado para finalizar um composição. Uma boa forma de aprender a compor é encontrar bons motivos para compor. E claro, se você conseguir apenas sentar, compor e produzir música todos os dias, pelo menos 30 segundos de música que seja, você irá crescer consideravelmente. Inclusive é uma boa dica que te dou, no decorrer de um ano você vai ter um arsenal de idéias, e algumas delas vai te chamar a atenção. E nada impede de você desenvolve-lás posteriormente. E lembre-se, não é preciso ser um virtuose para criar trilhas sonoras, muitas vezes a simplicidade vai ser a melhor escolha para uma cena, seu papel é contar história, através da música. Com essa rotina, além de você criar um workflow própio, vai perceber seus super poderes e além disso vai ganhar mais confiança em si mesmo(a). Na mundo da trilha sonora, a composição é a ideia embrionária, é o primeiro suspiro de algo que está nascendo e ganhando forma, e para essas ideias nasceram não é preciso de muito, muitas vezes sua voz e um celular na mão já vai captar essa ideia de forma rápida e eficaz. Nesse momento inicial, o que você quer é deixar essas ideias mostrarem suas “caras”, com o tempo você irá saber pescar essas ideias/inspirações de frorma mais rápida e eficiente. 1. Composição 6 Tenha curiosidade sobre sons, sua sonoridade deve ser o mais original possível. Pense nas “paletas”de timbres que você está criando com a sua trilha sonora. Um instrumento ou objeto gravado de uma forma única e interessante versus um sample de um instrumento tocando a mesma parte de uma trilha, irá fazer uma diferença considerável na sua produção e no resultado final. Seja obsessivo(a) com sons e tenha uma escuta atenta. Teoria musical irá te ajudar, não quero dizer com isso que você precisa aprender tudo de teoria musical antes de começar a compor e a produzir. Mas você precisa entender de teoria para ampliar suas habilidades e ajudar nas suas composições/ produções e em alguns momentos de decisões que irão aparecer no meio do percurso. Lembre-se, é uma ferramenta, a teoria musical é a gramática e o vocabulário da música. Ache o tom e o tempo da música, isso irá direcionar todo o seu caminho no percorrer do desenvolvimento da sua ideia musical e no arranjo da sua música. Achar o BPM da sua idéia musical é uma habilidade que se ganha com o tempo, e que vai ajudar no sincronismo da imagem de um filme pois caso você queira que um momento específico da cena de um filme, por exemplo, se encaixe com um momento específico da sua composição, é através da escolha do BPM certo que você vai conseguir fazer esse sincronismo. 6 Bom, se a composição traz o primeiro suspiro e o DNA da ideia musical, o arranjo vai dar o suporte e interesse na narrativa da sua trilha sonora, através da seleção de insrtumento ou instrumentos, timbres, sons, e criação de todo o arco musical que a sua composição poderá ser direcionada. É através de técnicas de arranjo que você pode usar um mesmo tema ( uma melodia, por exemplo) mas com uma instrumentação e andamento diferente, trazendo um outro clima para uma mesma ideia musical. Você pode usar um sintetizador tocando uma melodia e em outra cena utilizar um violoncelo tocando a mesma melodia, claro que essa escolha precisa ser consciente e que faça sentido com o narrativa e a cena. Com a tecnologia que temos atualmente, muitas vezes o arranjo e a produção é feita no computador, utilziando o MIDI ( falaremos mais a diante). Isso significa que você precisa aprender a lidar com livrarias de samples ( instrumentos virtuais), e faze-los soar da melhor forma possível na sua DAW ( falaremos mais a diante) e monitores de referência. 2. Arranjo 6 Hoje em dia você não pode simplesmente entegar uma partitura ou uma demo para o diretor(a) sem esse material estar minimamente mixado, masterizado e soando bem aos ouvidos. Lembre-se, você precisar impactar na sua primeira entrega. Na verdade, um compositor(s) razoável mas com grandes habilidades de produção musical é mais requisitado(a) do que um compositor(a) incrível que possuí poucas habilidades de produção musical. Você precisa trabalhar nas suas habilidades de produção musical. Especificamente: • Progamação midi e orquestração. • Desenho de som e sintetizador. • Mixagem. • Masterização. E novamente, é na prática e na constância que nos tornamos melhores. Procure tutoriais na internet para te guiar nos primeiros passos. Caso você tenha algum amigo experiente, pessa para ele(a) te dar alguns feedbacks das suas produções. 3. Produção Musical 6 Arraaa! Você certemante deva ser e estar interessado em filmes/TV/games para escrever música para essas mídias. Certamente sim, né? Brincadeiras à parte, é incrível como muitos compositores(as) não são interessados nas mídias em que estão compondo, muitas vezes só querem saber e focar na música. É importante lembrar, que a música para mídias é um complemento. Você precisa entender como criar o drama, quais as funcões que a música possui em certas mídias e onde deve ser o clímax da cena por exemplo, qual melhor loop e suas variações se encaixa para um certo tipo de game. A música pode trazer essa imprenssão na audiência, ela pode antecipar situações e sensações. O que a audência deve sentir nesse momento? Para isso, a música tem a resposta. Entender de edição, iluminação, teoria do cinema, como se cria um game, o que faz um progamador, um game design, os tipos de games ( caso esse seja o seu interesse e foco) e etc, vai te ajudar a crescer como profissional e contar melhor a história através da música. 4. Teoria das Mídias 6 Você precisará ser muito organizado(a). Essa é uma das primeiras etapas antes de se iniciar um projeto. Saiba organizar suas pastas, nomeá-las corretamente, isso vai te ajudar a ganhar tempo. Um hd externo ou interno pode dar problemas quando você menos imagina. Portanto, faça um beckup com frequência em um hd externo ( tenha em mais de um dispositivo essas pastas). Você certamente não vai querer perder um projeto, tempo de trabalho e se queimar por uma falha que pode de fato acontecer. Tenha seus contatos salvos e organizados por funções ( diretor, produção executiva e etc) e nomes de cada um do projeto. Você vai lidar com pessoas constantemente, saber o nome delas é uma forma de se aproximar e criar laços. Quando se tem um prazo para entregar uma trilha sonora, a organização vai ser sua melhor amiga, portanto, se organizeo quanto antes! 5. Organização 4 CAPÍTULO 02 Equipamentos 6 Uma peça essencial para o compositor(a) moderno de trilha sonora. É basicamete o seu principal instrumento, pois nele você irá ter vários instrumentos virtuais. Além disso, o computador é o seu estúdio virtual, pois nele você roda pluguins de mixagem, masterização e efeitos. 1. Computador Mas qual computador voçê precisa ter? Bom, a dúvida entre Mac ou Pc é coisa do passado. Hoje em dia as duas opções são boas, lógico que depende do quanto que você tem para investor no momento. Para começar, a maioria dos computadores modernos conseguem rodar projetos razovelmente grandes. É claro que, quanto maior o processamento, a memória RAM (memória do computador responsável pelo processamento dos arquivos que estiverem sendo rodados no momento), e a capacidade de armazenamento, melhor será a sua máquina e mais rápido você irá trabalhar. E lembre-se, voçê pode fazer upgrades aos poucos, atualizando o seu computador quando achar que é necessário, sem precisar gastar rios de dinheiro. 6 Uma Digital Audio Workstatio é um programa que te permiti gravar e processor o áudio e MIDI data. Então, é um equipamente extremamente necessário de se ter. Há várias opcões diferentes no mercado, mas a maioria dos compositeres(as) 2. Digital Audio Workstation (DAW) usam o Logic Pro X ( apenas para Mac), Cubase, ou Protools. Outras opções conhecidas no mercado são: • Ableton Live • FL Studio • Studio One • Propellerhead Reason Com tantas opções, qual escolher? Bom, é uma escolha bastante pessoal e finaceira. O que você precisa é se sentir confortável ao usar uma DAW, sentir que você flui bem com ela. Recomendo você assitir a alguns vídeos tutoriais e baixar a versão gratúita para tirar suas própiras conclusões. 6 3. Monitores/ Fones de ouvido Um bom par de monitores, ou “monitres de referência” como é também chamado, é hiper-importante se você quer ter certeza de que sua música está soando bem. Um par de monitores é o seu segundo instrumento musical, é através dele que você irá ter a referência do que você está produzindo. Por exemplo, monitores pequenos, como os que encontramos nos laptops, eles simplemente não conseguem produzir as frequências graves. Então se você produzir uma trilha sonora/música usando esses monitores pequenos do laptop, certamente quando voçê for ouvir em um par de monitores de referência, os graves irão soar uma “bagunça”. Sem falar que eles não irão te dar a noção de espacialidade da sua mixagem como um monitor de referência bem posicionado e em uma sala minimamente tratada, irá te dar.. Um bom par de monitores vai te ajudar a trazer mais clareza do espectrum de frequências e detalhes extras do que você está produzindo. Uma vez que você estiver com o ouvido treinado, você será capaz de dizer a dimensão de uma mixagem, o tipo de efeito que está sendo usado, tipo de compressor e etc. Marcas de monitores de referência consideráveis: • Genelec • KRK • Yamaha • Adam • Focal Fones de Ouvido Uma boa alternativa são os fones de ouvido, caso você não tenha dinheiro suficiente para comprar um par de monitores. Com um bom fone de ouvido, você irá conseguir dar os seus primeiros passos. Mas, tenha cuidado, muitas vezes ao se passar horas trabalhando com o fone de ouvido, tendemos a aumentar o volume e isso irá prejudicar a sua audição em curto e a longo prazo. O mesmo se aplica aos monitores! Além disso, com os fones de ouvido você perde bastante a noção de profundidade e espacialidade da sua mixagem. Algumas marcas de fones consideráveis: • AKG • Sennheiser • Beyerdynamic • Focal Bom, você irá precisar escolher entre um fone aberto, fone fechado ou fone semi-aberto. Os modelos fechados são pensados para barrarem todo o som e ruído externo, são ótimos para gravação de insturmentos de baixa itensidade sonora, pois impedem que o microfone capte sons indesejáveis. Todavia, quando falamos de mixagem e masterização, eles podem ser problemáticos pois se perde a noção de ambiência. O som fica trancado entre o fone de ouvido e o ouvinte. Pode inclusive haver variação de pressão, enganando a respeito do que se está escutando. Os modelos abertos e semi-abertos, são melhores para mixagem, assim como eles vazam o som que voçê está sendo ouvido ( o semi-aberto menos), eles também recebem o som externo. Portanto, se você possui um ambiente muito barulhento, talvez seja um problema esse tipo de fone. Uma dica: certamente o semi-aberto é uma ótima escolha! Sua principal vantagem é a sensação de ambiência ( naturalidade do som). 6 4. Interface de áudio O que faz uma interface de áudio? Ela transforma o sinal analógico ( a sua voz ou sua guitarra por exemplo) em sinal digital ( som que entra e é processado pelo computador e pela interface) e depois em sinal analógico novamente ( som que sai dos seus monitores e/ou fone de ouvido). Elas possuem entradas para microfones e linha com controle de ganho, e também possuem um botão chamado phantom power, que serve para alimentar microfones condensadores. Além disso, ela conecta o som que sai do seu computador nos monitores de referência ( não é possível ligar a saída do seu monitor no seu computador). Para você gravar um instrumento, uma voz ou qualquer som, a maioria das interfaces possuem um preamp que ajuda a “preparar” o sinal com mais clareza e qualidade, do seu microfone ou linha, para dentro do seu computador ( DAW). Algumas marcas de interface de audio consideráveis: • Focusrite • Presonus • Universal Audio • Apogee 6 5. Controlador Midi Você pode produzir suas trilhas sonoras usando o seu mouse ou o teclado do seu computador. Sim, é possível! Entretanto, com um controlador midi você irá produzir e compor com mais rapidez, além de soar mais viva as suas gravações com instrumentos virtuais. Defendo que você deva aprender o básico ( montar acordes e tocar melodias) de teclado, caso queria produzir trilhas sonoras, não precisa ser um virtuose, apenas saber o necessário para te ajudar nas suas produções e arranjos. Existem vários tipos de controlador midi, alguns possuem faders, knobs e pads, que te permite controlar várias funções na sua DAW. Caso você já tenha um teclado em casa, observe se ele tem uma saída USB, caso contrário, observe se ele possui uma saída MIDI. Caso ele só tenha saída MIDI, basta você comprar um cabo MIDI – USB ( aconselho o da Roland: USb Midi Interface) e conectar no seu computador. 6 6. Samples / Pluguins / VST Uma biblioteca de sampler é uma coleção de instrumentos ou VSTs ( violino, bateria, sintetizador e etc) gravados, ou samples como é conehcido. Quando você abre a sua DAW e seleciona um instrumento virtual para tocar, você está basicamente tocando uma coleção de sons gravados. Ou seja, quando você seleciona um “piano” virtual e toca a nota “G” (sol) no seu teclado, você está acionando a nota “G” que alguém tocou e gravou em uma sala específica com alguns microfones específicos e posicionados de forma específica por um engenheiro de som. As livrarias de samples básicas, como as que você encontra na sua DAW, possuem menos detalhes que as livrarias especializadas ou mais profissionais. Não quero dizer com isso que você não possa produzir coisas incríveis com o que a sua DAW já oferece, mas para você dar um salto “quântico” na qualidade das suas produções, esss bibliotecas de samples são uma boa opção e escolha. Por exemplo, as livrarias de samples básicas/simples gravam uma nota com diferentes velocities ( dinâmica) e “repassa” essa mesma nota para outras 3 notas, então quando você toca um “A”( lá) no teclado, é a mesma gravação do “G” só que com a afinação alterada ( pitch-shifted). As livrarias especializadas e mais profissionais, grava cada nota em velocities ( dinâmicas), e várias articulações ( legato, staccato, pizzicato, etc) possíveis. Eles também fazem com que as notas começem, terminem e transitem entre si, de forma que soe realista e nãocause repetiçõs bizarras quando tocamos a mesma nota repetidamente ( conhecido como “round robin”). 6 Pluguins, são os efeitos, como compressor, reverbes, equalizadores, delays e etc. Aqui se aplica a mesma idéia, os básicos possuem menos detalhes comparados com os mais profissionais. Os pluguins profissionais, são criados muitas vezes fazendo réplicas dos clássicos hardware analógicos. Dito tudo isso, não saia instalando e comprando tudo o que vê pela frente, aprende a crescer e fazer coisas boas com o que você tem primeiro, entenda e saiba o que você está fazendo de forma consciente e artística. Eu aconselho a primeiro você investir em boas bibliotecas de samples, pois elas já vão te dar uma boa sonoridade ( sabendo usar, soando o mais real possível através de técnicas de programação, automação e etc), que somada com os pluguins da sua DAW, já vai fazer um bom trabalho. Além disso, você pode somar com instrumentos reais ( dobras e etc), isso vai trazer mais vida e enrriquecer o seu trabalho. Aqui vai algumas sugestões: 1. Um pacote com várias opções: Sugestões: • Native Instruments ( Komplete) • EastWest’s “Composer Cloud”( inscrição mesal) 1. Livrarias de Orquestra: Sugestões: 6 • Spitfire Audio - Albion • ProjectSam – Symphobia • Cinesamples – CineSymphony • Cinematic Strings • Orchestral Tools 3. Sintetizador Sugestões: • Xfer Records – Serum. • U-he – Diva. • Spectrasonics – Omnisphere. • Arturia. 4. Reverbe e Delays Sugestões: • Valhalla. • FabFilter. • Audio Ease – Altiverb. • Soundtoys. 5. Compressor e Equalizador Sugestões: • Fabfilter - Pro-c ( compressor) e Pro-Q 3 ( equalizador). • Waves – SSL E-Channel ( EQ e compressor) ou CLA-76. • Slate Digital – pacote de pluguins ( pagamento mensal). 6 Esse guia não pretende preencher tudo sobre os tópicos e assuntos aqui falados, pois há muito o que ser dito e explicado como por exemplo: spotting session ( primeiro conversa com o diretor), música de referência, conceitualização de uma trilha sonora, funções da música para imagem e etc. A ideia é de te dar um norte, um guia para você começar, coisa que se eu tivesse tido quando começei a produzir minhas primeiras trilhas sonoras, teria me ajudado a chegar mais rápido e a esclarecer algumas dúvidas básicas e comuns nessa caminhada. Não pare de aprender, de ser inquieto, pois é da inquietude que nasce o aprendizado e a criação. Vá em busca do conhecimento e de se aprimorar sempre. E componha e produza com frequência, não desista, não pare, o resultado aparece com o tempo, estudo e dedicação! BOA JORNADA! Conclusão
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