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Aula 4 - Etapas do processo da pesquisa científica II

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Material Didático 
I N S T I T U T O N A C I O N A L S A B E R
T
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V
A
D
O
S
 
Etapas do processo da pesquisa científica II 
 
 
INSTITUTO NACIONAL SABER 
 
O Instituto Nacional Saber tem por objetivo especializar 
profissionais em diversas áreas, capacitando alunos e os inserindo no 
mercado de trabalho, fazendo com que tenham destaque e ampliem suas 
carreiras. 
Nosso objetivo não é apenas oferecer conhecimento, mas formar 
profissionais capacitados e aptos para exercer as profissões que 
desejam, para participar do desenvolvimento de sua sociedade, e 
colaborar na sua formação contínua. 
Oferecemos conteúdos elaborados por conceituais profissionais, e 
tendo em vista os esforços de nossos colaboradores para a entrega do 
mais seleto conhecimento, assim aproximando-o ainda mais do mercado 
de trabalho. 
Pensando na necessidade dos nossos alunos em realizar o curso 
de forma flexível e mais acessível, o Instituto disponibiliza a 
especialização (Pós-Graduação Lato sensu), 100% EAD com 
reconhecimento do MEC, e com a mesma qualidade e peso de um estudo 
presencial. 
 
 
Desejamos sucesso e bons estudos! 
Equipe Instituto Nacional Saber 
 
 
 
 
 
 
Sumário ....................................................................................................................... 3 
1 Etapas do processo da pesquisa científica II ----------------------------------------- 4 
1.1 Desenho da pesquisa ----------------------------------------------------------------- 4 
1.2 Seleção da amostra ------------------------------------------------------------------- 9 
1.3 Coleta de dados ---------------------------------------------------------------------- 11 
1.4 Análise de dados--------------------------------------------------------------------- 14 
1.5 Referências --------------------------------------------------------------------------- 16 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
4 
 
 
 
 Etapas do processo da pesquisa científica II 
 
 
 
Na unidade anterior, as primeiras etapas do processo de uma pesquisa 
científica foram descritas: formulação do problema, revisão da literatura, alcance 
da pesquisa e formulação de hipóteses. Além da enorme importância da revisão 
da literatura, foram destacadas algumas diferenças nestas etapas dependendo 
do enfoque de pesquisa, seja ele quantitativo, seja qualitativo. Parte-se agora 
para a discussão das etapas mais “práticas” da pesquisa, que se iniciam com o 
desenho da pesquisa, passam pela amostragem e obtenção de dados, e 
finalizam com a análise dos resultados obtidos. Este capítulo foi elaborado pelo 
Prof. Dr. Leonardo Contri Campanelli. 
 
1.1 Desenho da pesquisa 
Imagine a seguinte situação: o pesquisador possui um problema de 
pesquisa bem formulado, o alcance inicial bem definido e as hipóteses, quando 
for o caso, bem redigidas. O que ele deve fazer agora? A resposta é: pensar na 
melhor maneira de responder as perguntas de pesquisa e, assim, atingir os 
objetivos desta. É neste momento que o desenho da pesquisa entra em ação. 
Sampieri, Collado e Lucio (2013) definem o desenho da pesquisa como a 
estratégia ou o plano de ação empregado para obter a informação desejada. 
Em termos práticos, refere-se ao planejamento de métodos e técnicas que são 
utilizados pelo pesquisador para responder satisfatoriamente uma pergunta de 
pesquisa. O desenho da pesquisa deve ser estabelecido de forma cuidadosa, 
 
5 
 
pois dele depende diretamente o sucesso dos resultados de um 
estudo. 
Em relação ao enfoque quantitativo, a pesquisa experimental compreende um 
dos desenhos mais utilizados (se não o mais utilizado). Começando com uma 
definição de experimento, Creswell (2007) relaciona este termo com o termo 
intervenção: uma situação é criada por um pesquisador com o objetivo de 
explicar como os participantes desta situação (seres vivos ou objetos) são 
afetados em comparação com os que não participam dela. Assim, uma pesquisa 
experimental é quando se busca uma relação entre a causa e o efeito de um 
fenômeno, ou seja, se avalia o efeito causado pelas variáveis independentes 
(aquelas que são manipuladas pelo pesquisador) sobre as variáveis dependentes 
(aquelas que são influenciadas pelas anteriores). Essa relação entre variáveis em 
diversas áreas é exemplificada no Quadro 1. 
Quadro 1 – Exemplos da relação entre variáveis em um desenho experimental 
 
Variável independente 
(causa) 
Forma de 
influência 
Variável 
dependente 
(efeito) 
Tratamento 
psicológico 
Reduz De
pressão 
Tratamento médico Melhora Artr
ite 
Motor revolucionário Aumenta Vel
ocidade 
Fonte: Adaptado de Sampieri, Collado e Lucio (2013). 
 
Observe que, enquanto a variável independente é manipulada, a dependente 
não é manipulada e sim medida. Em primeiro lugar, é necessário que o 
pesquisador defina como o conceito teórico da variável independente será 
 
6 
 
transformado em operações experimentais. Sampieri, Collado e 
Lucio (2013) trazem o exemplo de uma variável independe a ser manipulada: 
exposição à violência televisionada em adultos. A forma de realizar tal 
transformação poderia ocorrer expondo os adultos a um programa de televisão 
que contém cenas violentas, como é o caso da série CSI ou então de alguma 
novela produzida com este tipo de conteúdo. Em segundo lugar, o pesquisador 
deve definir como o efeito causado sobre a variável dependente será medido 
de maneira válida e confiável, o que faz parte da etapa de coleta de dados. 
Testes estatísticos devem ser planejados em prol da confiabilidade das 
medições da variável dependente. 
Ainda sobre o enfoque quantitativo, tem-se a chamada pesquisa não 
experimental. Ao contrário da experimental, a não experimental não envolve a 
manipulação intencional de variáveis, mas apenas a observação do que ocorre 
naturalmente, sem a interferência do pesquisador. Pensando no mesmo 
exemplo da variável independente como sendo a exposição à violência 
televisionada em adultos, na pesquisa não experimental os adultos já teriam 
sido expostos naturalmente a um programa de televisão, e não 
intencionalmente pelo pesquisador. Observe que os dados são coletados 
diretamente sem qualquer intervenção sobre o fenômeno. Sendo assim, a 
pesquisa não experimental é preferida quando, por diversas razões, é difícil 
manipular uma variável. 
 
7 
 
 
 
Em relação agora ao enfoque qualitativo, os quatro desenhos de pesquisa 
principais são: teoria fundamentada, desenho etnográfico, desenho narrativo e 
desenho de pesquisa-ação. A teoria fundamentada busca criar uma teoria 
baseada em dados empíricos coletados na própria pesquisa junto aos 
participantes (reciprocidade entre os dados e a teoria), gerando assim a 
compreensão de um fenômeno não explicado pelas teorias disponíveis. Por sua 
vez, o desenho etnográfico é aquele que visa analisar em profundidade o 
comportamento de um grupo cultural majoritariamente através da observação 
participativa. O desenho narrativo busca analisar alguns indivíduos por meio de 
relatos narrativos realizados por eles, procurando-se os significados por trás dos 
relatos. Por último, o desenho de pesquisa- ação é aquele que visa solucionar 
problemas cotidianos trazendo informações práticas para a tomada de decisões. 
Note os exemplos no Quadro 2. 
 
 
 
 
 
 
É recomendável conhecer com um pouco mais de profundidade os tipos e as 
estratégias dos desenhos de pesquisa quantitativa. Um maior detalhamento deste 
tema pode ser encontrado na seguinte referência: 
SOUSA, V. D.; DRIESSNACK, M.; MENDES, I. A. C. Revisão dos desenhos de 
pesquisa relevantes para enfermagem: Parte 1: desenhos de pesquisa quantitativa. 
Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 15, n. 3, 2007. 
Link para consulta: doi.org/10.1590/S0104-11692007000300022 
https://doi.org/10.1590/S0104-11692007000300022
 
8 
 
Quadro 2 – Exemplos práticos de cadatipo de desenho qualitativo 
 
 
Desenho 
qualitativo 
Objetivo da pesquisa Breve descrição 
Teoria 
fundamentada 
Analisar como as crianças 
enfrentam a morte de um irmão ou 
de uma irmã. 
A teoria nasce a partir 
de informações por 
crianças que de fato 
enfrentaram a situação. 
Desenho 
etnográfico 
Analisar a subcultura dos 
torcedores de um time de futebol 
nos finais de semana em que o time 
joga. 
O pesquisador se insere no 
ambiente dos torcedores e 
toma notas sobre costumes, 
artefatos, etc. 
Desenho 
narrativo 
 Analisar a história de vida de uma 
família com crianças com inabilidade. 
 A estória é contada a partir 
dos testemunhos dos adultos 
da família. 
Desenho de 
perquisa-ação 
 Analisar o número de suicídios em 
uma cidade. 
 Além de um diagnóstico, 
faz-se um plano para 
minimizar o número de 
suicídios. 
Fonte: Adaptado de Sampieri, Collado e Lucio (2013) e de Driessnack, Sousa 
e Mendes (2007). 
 
 
9 
 
 
 
Em suma, qual a importância de se conhecer todos estes tipos de desenho 
de pesquisa? Lembre-se que é ele quem direciona a forma como o projeto será 
executado na prática para responder a pergunta de pesquisa, bem como analisar 
as hipóteses levantadas. Um desenho de pesquisa adequado é uma garantia de 
qualidade e confiabilidade das informações obtidas no estudo. Por isso, é 
importante ter um conhecimento abrangente das possibilidades existentes. 
Conhecer os desenhos leva o pesquisador a escolher o tipo mais apropriado e, 
consequentemente, a planejar a pesquisa de forma certeira considerando o 
ambiente onde os dados serão coletados e os meios de controle de variáveis, 
ou seja, a aplicação de métodos discretos de investigação. 
1.2 Seleção da amostra 
Nem sempre é possível pesquisar todo o universo (ou população) 
associado a um fenômeno, o que requer muito tempo e possui custos elevados. 
O que se faz é estudar apenas uma parte representativa dele: a amostra. Note a 
relação entre amostra e população na Figura 1. Como então selecionar os 
elementos corretos da população para compor a amostra? Iniciando esta 
 
 
 
É recomendável conhecer com um pouco mais de profundidade os tipos e as 
estratégias dos desenhos de pesquisa qualitativa. Um maior detalhamento deste tema 
pode ser encontrado na seguinte referência: 
DRIESSNACK, M.; SOUSA, V. D.; MENDES, I. A. C. Revisão dos desenhos de 
pesquisa relevantes para enfermagem: Parte 2: desenhos de pesquisa qualitativa. 
Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 15, n. 4, 2007. 
Link para consulta: doi.org/10.1590/S0104-11692007000400025 
https://doi.org/10.1590/S0104-11692007000400025
 
10 
 
discussão com foco no caráter quantitativo da pesquisa, existem 
basicamente dois grupos de amostras: probabilísticas e não probabilísticas. A 
probabilística é quando todos os elementos da população possuem a mesma 
probabilidade de fazerem parte da amostra; tais elementos são obtidos por 
meio de seleção aleatória (por exemplo, um sorteio) e são representativos ou o 
reflexo fiel da população. Por sua vez, a não probabilística é quando os 
elementos são selecionados segundo o julgamento do pesquisador com base 
nas características da pesquisa. Mais uma vez a escolha de uma ou de outra 
depende da pesquisa. 
 
Figura 1 – Relação 
entre população e amostra. 
 
 
A amostra probabilística é tipicamente empregada quando se quer 
realizar estimativas de variáveis na população. Além da questão já mencionada 
de seleção aleatória dos elementos, é necessário calcular um tamanho de 
amostra que seja de fato representativo da população. Alguns dados são 
importantes para o processo de cálculo: tamanho do universo, erro máximo 
aceitável (diferença percentual entre os dados da amostra e os dados reais da 
 
11 
 
população), porcentagem estimada da amostra e nível desejado de 
confiança estatística (certeza de que os dados estão dentro da margem de erro). 
Com base nestes dados, existem equações estatísticas que fornecem o tamanho 
da amostra. É possível encontrar tabelas na literatura que fornecem diretamente 
este dado, bem como softwares que executam automaticamente o cálculo. 
Já a amostra não probabilística é selecionada de modo mais informal. 
Uma vez que são escolhidos elementos típicos, não há preocupação com a 
representatividade perante a população. No âmbito da pesquisa quantitativa, 
esse tipo de amostra é justamente empregado quando o desenho de pesquisa 
não requer representatividade. Esse fato torna a amostra não probabilística de 
maior valor ainda para a pesquisa com enfoque qualitativo. Uma diferença 
importante neste enfoque é que a amostra não precisa necessariamente ser 
definida previamente, mas sim durante a fase de coleta de dados. Uma vez que 
não há interesse na generalização dos resultados, o tamanho da amostra não 
tem importância do ponto de vista probabilístico na pesquisa qualitativa e 
depende do fenômeno em estudo e da capacidade operacional de coleta e 
análise. 
1.3 Coleta de dados 
Definidos o desenho de pesquisa e amostra adequada, a próxima fase 
consiste na coleta de dados, que nada mais é do que obter os dados necessários 
através da utilização de instrumentos. Os seguintes instrumentos estão entre os 
principais no enfoque quantitativo: questionários, análises de conteúdo e 
observação, equipamentos mecânicos e eletrônicos, softwares, etc. Já no 
enforque qualitativo, destacam-se os seguintes instrumentos: observação, 
entrevistas, grupos focais, documentos e registros, biografias e histórias de vida, 
etc. 
 
12 
 
O primeiro destaque vai aqui para os questionários, que são 
conjuntos de perguntas sobre as variáveis que precisam ser medidas e que são 
respondidas pelos participantes. Um questionário pode conter perguntas 
fechadas (aquelas que possuem opções de resposta) ou abertas (aquelas sem 
qualquer delimitação). As primeiras facilitam o processo de resposta dos 
entrevistados e também a preparação de análise dos resultados; as segundas 
permitem coletar dados mais amplos, o que é particularmente útil quando é 
difícil formular possíveis respostas. Em um questionário, as perguntas devem 
possuir algumas características básicas: objetividade, fácil compreensão, sutileza 
e imparcialidade estão entre elas. A extensão do questionário é outro ponto a 
ser pensado com cautela, pois pode desestimular o entrevistado se for muito 
longo e perder informação se for muito curto. Antes de ser enviado, é 
importante que passe por uma etapa de validação com o intuito de corrigir 
possíveis erros. 
O segundo destaque vai para a observação, que compreende o registro 
sistemático de situações sujeitas à observação do pesquisador. No enfoque 
quantitativo, esse registro é tipicamente feito através de formulários padronizados; no 
enfoque qualitativo, o protocolo observacional é mais informal, podendo conter notas 
descritivas (dados observados de fato, como informações sobre os participantes e o 
ambiente, reprodução de um diálogo, relato de determinados eventos, etc.) e notas 
reflexivas (considerações do próprio pesquisador, como percepções, angústias, 
questionamentos, etc.). O fato de ser um instrumento simples não exime o 
pesquisador de planejá-la. Lüdke e André (1986) afirmam que a observação é um 
instrumento válido e confiável a partir do momento em que é controlada e sistemática, o 
que requer um planejamento cuidadoso e um observador rigorosamente preparado 
O terceiro destaque vai para as entrevistas, que são diálogos entre o 
pesquisador e o entrevistado. Em uma pesquisa com enfoque quantitativo, as 
entrevistas são estruturadas e padronizadas, podendo consistir na aplicação do 
questionário de pesquisa; no enfoque qualitativo, são diálogos mais abertos e 
 
13 
 
flexíveis. Existem três tipos de entrevistas: estruturadas (o pesquisador 
possui um roteiro estabelecido de perguntas), semiestruturadas (o pesquisador possui 
um roteiroapenas direcionador e elabora outras perguntas conforme a necessidade) e 
não estruturadas (o pesquisador tem autonomia para abordar o conteúdo). Note que 
as estruturadas são típicas do enfoque quantitativo, enquanto que as não estruturadas 
são comuns ao enfoque qualitativo. Miguel (2010) afirma que não existe uma fórmula 
pronta nem para se realizar uma boa entrevista nem para formular boas perguntas; 
tudo isso, segundo o autor, depende do interesse e da concentração do autor e dos 
objetivos da pesquisa. 
O último destaque vai para os grupos focais, que são interações em grupo em 
que se discute o tema sugerido pelo pesquisador. Trata-se de um método 
intermediário entre a observação e as entrevistas, normalmente com seis a quinze 
participantes (TRAD, 2009). Sampieri, Collado e Lucio (2013) dizem que o objetivo vai 
além de fazer a mesma pergunta para os diversos participantes, já que a unidade de 
análise é o grupo e, portanto, a interação entre ele. Trad (2009) confirma que o 
estímulo ao debate dos participantes permite uma maior problematização do tema 
quando comparado a uma entrevista individual. O planejamento de um grupo focal 
envolve a definição do perfil dos participantes, a captação dos mesmos, a organização 
da sessão, a sua realização e a elaboração de um relatório. Na etapa de realização, 
há que se destacar o papel de moderador que o pesquisador executa no grupo focal. 
Além de criar um ambiente dinâmico e acolhedor, o moderador deve estar apto a guiar 
as discussões (BACKES et al., 2011). 
 
 
 
 
 
Como a técnica de grupo focal não é tão habitual quanto questionário, 
observação e entrevista, é interessante conhecê-la um pouco mais. Um maior 
detalhamento desta técnica pode ser encontrado na seguinte referência: 
BACKES, D. S. et al. Grupo focal como técnica de coleta e análise de 
dados em pesquisas qualitativas. O Mundo da Saúde, v. 35, n. 4, p. 438-
442, 2011. 
https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/538
https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/538
 
14 
 
 
1.4 Análise de dados 
A análise visa organizar os dados para responder o problema de pesquisa. No 
enfoque quantitativo, os dados coletados são tipicamente submetidos a análises 
estatísticas. De fato, a primeira etapa para a análise de uma pesquisa quantitativa na 
atualidade reside na seleção de um programa computacional. Alguns exemplos 
tradicionais são o Excel, o SPSS e o Minitab. Roesch (1996) menciona que a análise 
de dados na pesquisa quantitativa pode envolver o cálculo de médias, de 
porcentagens, a avaliação da significância estatística dos dados, o cálculo de 
correlações, a realização de análises multivariadas, como a regressão múltipla ou a 
análise fatorial, etc. Segundo a autora, essas análises possibilitam extrair um sentido 
dos dados, ou seja, realizar teste de hipóteses, comparar os resultados entre 
subgrupos, entre outros. Sampieri, Collado e Lucio (2013) dizem que o tipo de análise 
ou teste estatístico mais apropriado depende do nível de mensuração das variáveis, 
das hipóteses de pesquisa e também do interesse do pesquisador. 
Sendo um pouco mais específico, a análise estatística no enfoque quantitativo 
requer que se conheçam as características das variáveis envolvidas, pois são essas 
que indicam a aplicação de testes específicos. Assim, define-se o ramo da estatística 
adequado para a pesquisa. A estatística descritiva visa descrever as características 
de um conjunto de dados e inclui: tendência central (média, mediana, moda, etc.) e 
propagação (variabilidade, variância, desvio padrão, etc.). Por outro lado, a estatística 
inferencial visa inferir tendências sobre uma população maior e inclui: regressão 
linear, análise de correlação, análise de variância (ANOVA), teste de significância (chi 
quadrado e teste t), etc. Observe que um conhecimento de estatística é importante 
para a análise de dados no enfoque quantitativo, após a qual os resultados são 
preparados para que sejam incluídos no relatório da pesquisa. 
 
 
15 
 
 
 
No enfoque qualitativo, a coleta e análise de dados ocorrem praticamente de 
maneira simultânea. A essência da análise neste enfoque é transformar os dados não 
estruturados obtidos em dados estruturado (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO, 2013). 
Segundo Teixeira (2003), a pesquisa qualitativa gera um volume de dados muito 
grande e, portanto, requer um processo contínuo, ao longo de todo o ciclo de 
pesquisa, de procura por tendências, padrões e relações e de descoberta de 
significados. O autor diz que a maioria das técnicas de análise da pesquisa qualitativa 
procura seguir os padrões da quantitativa, ou seja, medir a frequência de um 
fenômeno e buscar relações entre fenômenos (o que é chamado de análise de 
conteúdo). Gomes (2002) diz que tal forma de análise possui basicamente duas 
funções na pesquisa científica: verificação de hipóteses/questões e descoberta do que 
está por trás dos conteúdos manifestos. 
Além da análise de conteúdo, tem-se a análise de discurso: é aquela em que 
são feitas análises de textos, imagens ou linguagens com o intuito de materializá-los 
para produzir sentidos para interpretação (CAREGNATO; MUTTI, 2006). Alinhado a 
isso, Teixeira (2003) ressalta o valor para a pesquisa qualitativa de ir um passo adiante 
na análise, que é quando se busca construir uma teoria a partir do significado e das 
explicações fornecidas pelos participantes da pesquisa. Independentemente da 
forma, a análise de dados na pesquisa qualitativa requer criatividade, sensibilidade e 
trabalho árduo do pesquisador por não ocorrer com linearidade. Teixeira, Nitschke e 
Paiva (2008) reafirmam a importância da experiência do pesquisador diante da 
 
 
 
É recomendável conhecer com um pouco mais de profundidade as opções de 
análises estatísticas disponíveis para uma pesquisa com enfoque quantitativo. Um 
maior detalhamento deste tema pode ser encontrado na seguinte referência: 
ULBRICHT, L.; BERALDO, L. M.; RIPKA, W. L. Análise de Dados Quantitativos. 
In: BERTOLINI, S. M. M. G. et al. (org.). Pesquisa Científica – Do Planejamento à 
Divulgação. Jundiaí: Paco Editorial, 2016. p. 165-203. 
Link para consulta: www.researchgate.net/publication/307907444 
http://www.researchgate.net/publication/307907444
 
16 
 
inexistência de uma receita única para analisar dados no enfoque 
qualitativo. 
 
 
 
 
 
 
 Bibliografia 
 
 
BACKES, D. S. et al. Grupo focal como técnica de coleta e análise de dados 
em pesquisas qualitativas. O Mundo da Saúde, v. 35, n. 4, p. 438-442, 2011. 
CAREGNATO, R. C. A.; MUTTI, R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso 
versus análise de conteúdo. Texto & Contexto Enfermagem, v. 15, n. 4, p. 679-684, 
2006. 
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e 
misto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. 
DRIESSNACK, M.; SOUSA, V. D.; MENDES, I. A. C. Revisão dos desenhos de 
pesquisa relevantes para enfermagem: Parte 2: desenhos de pesquisa qualitativa. 
Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 15, n. 4, 2007. 
GOMES, R. A análise de dados em pesquisa qualitativa. In: MINAYO, M. C. S. 
(org.). 
Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 
2002. 
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens 
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 
MIGUEL, F. V. C. A entrevista como instrumento para investigação em 
pesquisas qualitativas no campo da linguística aplicada. Revista Odisseia, n. 5, 2010. 
ROESCH, S. M. A. Projetos de Estágio do Curso de Administração – Guia 
para Pesquisas, Projetos, Estágios e Trabalho de Conclusão de Curso. São Paulo: 
 
17 
 
Atlas, 1996. 
SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, M. P. B. Metodologia de 
Pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2013. 
TEIXEIRA, E. B. A Análise de Dados na Pesquisa Científica – importância e 
desafios em estudos organizacionais. Desenvolvimentoem Questão, n. 2, p. 177-
201, 2003, 
TEIXEIRA, M. A.; NITSCHKE, R. G.; PAIVA, M. S. Análise dos dados em 
pesquisa qualitativa: um olhar para a proposta de Morse e Field. Revista Rene 
Fortaleza, v. 9, n. 3. P. 125-134, 2008. 
TRAD, L. A. B. Grupos focais: conceitos, procedimentos e reflexões baseadas 
em experiências com o uso da técnica em pesquisas de saúde. Physis: Revista de 
Saúde Coletiva, v. 19, n. 3, p. 777-796, 2009.

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