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PNEE - ESTUDO CONTEMPORANEO E TRANSVERSAL COMPLIANCE

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PROFESSORA
Dra. Vera Lucia Hoffmann Pieritz
Estudo 
Contemporâneo 
e Transversal - 
Compliance 
Be
m
-V
in
do
EXPEDIENTE
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo para leitura 
de QR-CODE de sua escolha e tenha acesso aos conteúdos on-line. 
FICHA CATALOGRÁFICA
Universidade Cesumar - UniCesumar. U58
Impresso por: 
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. 
Estudo Contemporâneo e Transversal - 
Compliance / Vera Lucia Hoffmann Pieritz. - Indaial, SC: 
Arqué, 2023.
42 p. : il.
ISBN digital 978-65-5466-035-8 
“Graduação - EaD”.
1. Estudo 2. Contemporâneo 3. Transversal. 4. 
Compliance 5. Vera Lucia Hoffmann Pieritz I. Título. 
CDD - 342.088
IMERSÃO
RECURSOS DE
Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento.
PENSANDO JUNTOS
NOVAS DESCOBERTAS
Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram 
a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnolo-
gia a seu favor.
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e 
palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva.
AGORA É COM VOCÊ
Neste elemento, você encontrará diversas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos, esquemas e fluxogramas os quais te 
ajudarão no entendimento do conteúdo de forma rápida e clara
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo para leitura 
de QR-CODE de sua escolha e tenha acesso aos conteúdos on-line. 
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
3 4
5
COMPLIANCE 
NO BRASIL 
7
COMPLIANCE: 
ESTRUTURA E 
DEFINIÇÕES 
10
12
O COMPLIANCE E A 
LEGISLAÇÃO 
15
A LEI N° 
12.846/2013: LEI 
ANTICORRUPÇÃO 
EMPRESARIAL 
(LAC) 
36
O COMPLIANCE 
NAS EMPRESAS 
5
• Compreender o conceito de compliance.
• Entender a evolução do compliance no Brasil.
• Conhecer as políticas, as normas internas e as leis que 
embasam o compliance.
• Detalhar a Lei Anticorrupção no Brasil.
• Estudar a aplicação do compliance no dia a dia das em-
presas.
MINHAS METAS
“Compliance” é um termo que tem tido grande repercussão nos últimos anos, 
sobretudo pelos fatos que têm ocorrido nos meios políticos e pelas respectivas 
relações com as empresas. O vocábulo “compliance” tem origem inglesa e provém 
do verbo “to comply”, que, segundo o Dicionário Collins ([2023]), significa agir 
conforme ou de acordo com uma regra definida, uma norma interna, um co-
mando ou uma instrução transmitida.
Quando transpomos o significado 
do verbo para as terminologias jurídi-
cas, verificamos que surgem ho- môni-
mos de referência, como “cumprir”, “sa-
tisfazer”, “executar” e “realizar o que lhe 
foi imposto”, sempre considerando que 
a ação ocorrerá com integridade, assim 
como sustentam Ribeiro e Diniz (2015).
Os princípios e as ideias-base do 
compliance surgem com a evolução da 
sociedade moderna e a indus- trializa-
ção. Esses princípios foram amadure-
cendo à medida que surgiam casos/es-
cândalos que chocavam a comunidade 
ou, ainda, diante de questões políticas 
relacionadas aos controles necessários 
para o bem-estar da população.
UNIDADE 1
UNIDADE 1
6
De acordo com Ribeiro e Diniz (2015), o compliance tem, como foco, o em-
presarial. Trata-se uma expressão que se volta para as “ferramentas de concretiza-
ção da missão, da visão e dos valores de uma empresa” (RIBEIRO; DINIZ, 2015, 
p. 87). As autoras ainda complementam que 
 “ não se pode confundir o Compliance com o mero cumprimento de regras formais e informais, sendo o seu alcance bem mais amplo (RIBEIRO; DINIZ, 2015, p. 87).
Segundo a Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI) e a Federação Bra-
sileira de Bancos (FEBRABAN), um dos primeiros documentos que iniciou a ideia 
de programas de compliance teve origem nos Estados Unidos, em 1913, quando 
foi criado o Federal Reserve System (Banco Central dos EUA), o qual teve, como foco 
principal, desenvolver um sistema financeiro mais estável, seguro e adequado às leis 
americanas, evitando fraudes no sistema bancário (DOCUMENTO..., 2004).
Na verdade, é possível encontrar as bases do modelo de compliance já na virada 
do século XX, com o surgimento das agências reguladoras nos Estados Unidos. Em 
1906, com a promulgação do Food and Drug Act (FDA), o governo norte-americano 
criou um modelo de fiscalização centralizado, a fim de regular as atividades relacio-
nadas à saúde alimentar e à comercialização de medicamentos. Iniciava-se, portanto, 
as atividades de base para consolidar o conceito atual de compliance.
7
Muito se tem evoluído mundialmente e no Brasil, em termos jurídicos, em rela-
ção ao compliance. No Brasil, o avanço foi enorme com a promulgação da Lei nº 
12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção Empresarial, a qual 
 “ dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas ju-rídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências” (BRASIL, 2013, on-line). 
Diante disso, conheceremos ainda mais o compliance, a legislação, as referências 
de mercado e a aplicação dele no dia a dia. Por fim, estudaremos as referências 
jurídicas para utilização futura.
EM FOCO
Assista ao vídeo que preparamos para você e vamos iniciar nosso 
aprendizado sobre compliance.
COMPLIANCE NO BRASIL
Com a promulgação da Lei nº 12.846/2013, a Lei Anticorrupção Empresarial, 
também conhecida como LAC, no Congresso Brasileiro, o termo “compliance” 
vem sendo cada vez mais utilizado por nós, brasileiros. Mais recentemente, devido 
aos escândalos em nível político, foi instaurada uma nova visão jurídica tanto em 
nível empresarial quanto em nível político. Isso fomentou a necessidade de existir 
uma nova realidade jurídica nacional de repressão à corrupção.
NOVAS DESCOBERTAS
Para quem deseja conhecer mais a história do compliance, sugerimos 
a leitura do texto: “Documento Consultivo - Função de Compliance”, 
o qual está disponível em: http://www.abbi.com.br/download/funcao-
decompliance_09.pdf.
UNIDADE 1
http://www.abbi.com.br/download/funcaodecompliance_09.pdf
http://www.abbi.com.br/download/funcaodecompliance_09.pdf
https://vimeo.com/734694602/51c6125809?embedded=true&source=vimeo_logo&owner=16356889
http://www.abbi.com.br/download/funcaodecompliance_09.pdf
UNIDADE 1
8
Apesar dessa nova em-
preitada empresarial e 
jurídica, o compliance 
amadureceu de forma 
consistente no país, 
diante das agências 
reguladoras, do Ban-
co Central e das leis 
criadas para regular as 
questões relativas aos 
mais variados âmbitos 
que trabalham para 
proteger a população, 
as empresas e os integrantes dos governos sob a égide da ética e da boa go-
vernança das ações como um todo.
A Lei nº 12.846/2013, isto é, a Lei Anticorrupção, dispõe sobre a cor-
rupção e a aplicação de sanções administrativas e judiciais em relação 
às entidades jurídicas (empresariais), além de tratar das maneiras de gerar 
concessão de benefício às empresas que têm um setor de compliance estru-
turado e funcionando (BRASIL, 2013).
Segundo Martinez ([2023], on-line):
 “ No Brasil, desde 09/1998, com a publicação da Resolução nº 2.554 do Banco Central do Brasil (Bacen), incorporaram-se aqui as regras trazidas da Europa (Comitê da Basiléia para Supervisão Bancária, 
1975), e dos Estados Unidos da América (SEC – Securities and Ex-
change Commission, 1934), onde já existia a filosofia compliance.
Pouco antes, em 1997, o Comitê da Basiléia, do qual o Brasil par-
ticipa, havia lançado princípios para uma “supervisão bancária efi-
caz” (Core Principles for Effective Banking Supervision), os quais 
deveriam ser aplicados por todos os integrantes daquele órgão de 
cooperação e supervisão bancária internacional.
E em 03/1998 fora publicada no Brasil a Lei nº 9.613/98, conhecida 
como a Lei de Combate aos Crimes de “Lavagem” de Dinheiro.
9
Alémda sua importância penal, a nova lei cuidou de criar entre 
nós o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) 
– órgão da administração pública federal, no âmbito do Minis-
tério da Fazenda, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas 
administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências 
suspeitas de atividades ilícitas.
Na Lei nº 9.613/98 e nos princípios do Comitê da Basiléia podemos 
encontrar, portanto, a gênese da Resolução nº 2.554/98, que obrigou 
os bancos brasileiros a criar estruturas e mecanismos efetivos de 
controles internos e de riscos.
Num primeiro momento (anos 1999/2000), as instituições financei-
ras foram obrigadas a criar em seus organogramas áreas específicas 
de compliance, capacitando os responsáveis por referidas áreas.
Foram elaborados então códigos de ética, cartilhas de conduta no 
atendimento aos clientes, treinamentos em agências, análise matri-
cial de riscos operacionais e de mercado, entre outras tarefas.
Sem falar na inauguração de uma nova era cultural sempre vol-
tada para a ética e para a completa atenção à conformidade de 
todos os atos e contratos às leis e demais normas aplicáveis ao 
ramo de atividade financeira.
Também outras empresas, fora do segmento financeiro, foram pau-
latinamente incorporando em suas estruturas pessoas responsáveis 
pelo compliance, mesmo antes da Lei nº 12.846/13.
O que não havia antes de 2014 em relação ao compliance, e isto 
sim vem com razão despertando o interesse do empresariado bra-
sileiro, são os benefícios que podem ser obtidos com a implemen-
tação daquela cultura ética e de controles internos (pois as sanções 
poderão ser menores se a empresa estiver cumprindo aquele novo 
paradigma de comportamento).
Está prevista na Lei Anticorrupção uma espécie de análise da con-
duta social e da “personalidade” da empresa, método que o legisla-
dor de 2013 optou em quase simetria ao sistema de aplicação de 
sanções do art. 59 do Código Penal.
UNIDADE 1
UNIDADE 1
10
COMPLIANCE: ESTRUTURA E DEFINIÇÕES
A ética e a eliminação da corrupção sempre foram bandeiras trabalhadas po-
liticamente no Brasil. Com o advento da Lei nº 12.846/13, uma nova realidade 
passou a ser vivenciada pelas organizações empresariais.
O conceito de compliance apresentado por Martinez ([2023]) afirma que se 
trata de algo mais extenso que apenas trabalhar a corrupção no ambiente empre-
sarial. Além disso, envolve um “conjunto de mecanismos e procedimentos voltados 
à proteção da integridade e da ética da empresa, com o incentivo institucional à de-
núncia de irregularidades para apuração e punição” (MARTINEZ, [2023], on-line).
Compliance é o “dever de cumprir, de estar em conformidade e fazer cumprir 
regulamentos internos e externos impostos às atividades da Instituição” (DOCU-
MENTO..., 2004, p. 8). Logo, o que é estar em Compliance:
 “ Estar em compliance é estar em conformidade com leis e regulamentos internos e externos;Estar em Compliance é, acima de tudo, uma obrigação individual de 
cada colaborador dentro da Instituição (DOCUMENTO..., 2004, p. 8).
Uma organização está sujeita às leis e aos procedimentos internos que visam 
desenvolver trabalhos éticos com o mercado. Entretanto, ainda assim, temos a 
variável humana, que existe em detrimento dos colaboradores e dos gestores, o que 
pode gerar problemas à empresa.
Para controlar e gerir todas as questões legais, e desenvolver uma política de 
compliance nas organizações, é promovido o conceito de governança corporativa. 
A eficiência dele deve se basear:
 “ [...] numa análise criteriosa da adequação dos processos, da cul-tura e da disciplina organizacional, recursos humanos e tecno-logia, e na aplicação de controles rigorosos, preventivos e de-
tectivos no gerenciamento dos Riscos. Deve pautar-se, ainda, 
em uma atuação conjunta com os gestores na avaliação, gestão 
e monitoração dos mecanismos de medição de informações de 
desempenho (DOCUMENTO..., 2004, p. 4).
11
Um compliance bem trabalhado em uma organização está sob o controle de uma 
governança corporativa bem organizada na estrutura da empresa. Essa ação estrutu-
rada pode gerar benefícios a quem os implanta, mediante uma cultura de ética e dos 
controles internos da organização, de acordo com os ditames apresentados pela lei.
Ao desenvolver uma política de compliance, a organização tem os deveres 
de respeitar e de estar em conformidade (segundo a terminologia utilizada 
na ISO 9000 e nos meios jurídicos), a fim de cumprir por todos os funcioná-
rios e colaboradores tanto os regulamentos internos da organização quanto 
os regulamentos externos, as leis e as diretrizes de mercado que podem ser 
uma regulação fiscal-financeiro-contábil (FEBRABAN, [2023]; PERES; BRIZO-
TI, 2016; RIBEIRO; DINIZ, 2015). Isso deve ser feito com transparência e ética, 
preceitos determinantes às atividades que a organização empresarial desenvolve.
Na prática, segundo Peres e Brizoti (2016, p. 8), o compliance trabalha e espe-
cifica a execução de um:
 “ [...] conjunto de processos e atividades de controle, fundamentados em diretrizes (guidelines), que ao longo do tempo (mais de 20 anos) tem evoluído, para atender às necessidades da “Governança Corpo-
rativa” no cumprimento de suas missões, bem como no atendimento 
às melhores práticas de mercado, as determinações de regulação e 
principalmente dos requerimentos legais, no cumprimento das Leis 
e Regulamentos nacionais e internacionais.
Para encerrarmos este tópico, a Febraban ([2023], p. 11, grifos do autor) descreve 
o que é “ser” e “estar” em consonância com o compliance:
UNIDADE 1
 
 
DESCRIÇÃO DE IMAGENS 
 
 
PÁGINA 11 – Sem legenda 
 
 
INÍCIO DESCRIÇÃO – A Imagem apresenta o nome em letras grandes – COMPLIANCE em 
algumas letras direcionada com pontilhado indica uma imagem, sendo sequencialmente: 
Losango com ponto de interrogação abaixo REGRAS, pranchetas com lápis- PADRÕES, duas 
bandeirinhas – POILITICAS, três quadrados com V de verificação- REQUERIMENTOS, três 
pastas de arquivos- REGULAMENTOS, um olho e uma lupa- TRANSPARÊNCIA- cobra com 
homem- lei. FIM DESCRIÇÃO. 
 
UNIDADE 1
12
 “ E o que significa “ser e estar” em compliance?Ser compliance
“Ser compliance” é conhecer as 
normas da organização, seguir 
os procedimentos recomenda-
dos, agir em conformidade e 
sentir quanto é fundamental a 
ética e a idoneidade em todas as 
nossas atitudes.
Estar em compliance
“Estar em compliance” é estar em 
conformidade com leis e regula-
mentos internos e externos. 
“Ser e estar compliance” é, acima 
de tudo, uma obrigação indivi-
dual de cada colaborador dentro 
da instituição.
Logo, é perceptível que o compliance não é apenas uma teoria ou uma lei a ser 
seguida: trata-se de uma cultura a ser colocada em prática pelas organizações 
empresariais.
O COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
Já sabemos que a Lei nº 12.846/13 é um marco para as estratégias modernas de 
compliance. Entretanto, existem outras leis e normativas que são baluartes. Por-
tanto, devemos conhecê-las e nos atentar à aplicação delas nas organizações em-
presariais e nos governos federais, estaduais e municipais.
Segundo Peres e Brizoti (2016, p. 11):
 “ Para atender às Normativas Técnicas Nacionais e Internacionais, encontramos um número muito grande de referências, que são demandas como requerimento de acordo com o tipo e área de 
13
atuação das empresas. Esses requerimentos normativos técnicos 
podem ocorrer por necessidade da empresa se tornar aderente 
às melhores práticas alinhadas à concorrência, por requerimento 
dos parceiros de negócio, de financiadores e até por própria ini-
ciativa interna da organização. O importante para o Compliance 
é que se for adotado um padrão ou norma, que ela seja cumprida, 
portanto, elas devem fazer parte do processo de análise da con-
formidade, inclusive jurídica.
Existem diversas referências que citam as principais leis, normas e regulamentos 
que um compliance deve se basear, dependendo da área de ação da organiza-
ção. A seguir, são expostosalguns exemplos de políticas, normas internas e leis 
referentes ao compliance. Observe-os:
Políticas e normas internas produzidas pela organização
Códigos de Conduta.
Política de Segurança Corporativa.
Normas Internas.
Normas ISO.
Termos de Responsabilidade.
Termos de Confidencialidade.
Termos de Aceitação e Uso.
Política de Responsabilidade Social e Ambiental.
Legislação nacional e regulamentar – leis, decretos, portarias, 
resoluções, instruções normativas e pareceres
Lei Anticorrupção Brasileira (12.846/2013).
Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011).
Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12.813/2013).
Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016).
Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976).
Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015).
UNIDADE 1
UNIDADE 1
14
Código Civil (Lei nº 10.406/2002)
Lei de Informática e Automação (Lei nº 8.248/1991)
Lei do Desenvolvimento e Inclusão Social (Lei nº 13.146/2015)
Leis e normas que regulamentam condomínios residenciais e comerciais etc.
Regulação dos mercados nacional e internacional
Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do Instituto Brasilei-
ro Governanca Corporativa (IBGC)
Instruções Normativas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)
Instruções Normativas da Receita Federal Brasileira (RFB)
Instruções Normativas Setoriais (ANS, ANSINE, IBAMA, INSS etc.)
Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária do Conselho Nacional 
de Autorregulamentação Publicitária (CONAR)
Práticas exigidas e baseadas na Lei Norte-Americana Foreign Corrupt Practi-
ces Act (FCPA) 
Diretrizes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE) sobre governança corporativa para empresas de controle estatal etc.
Normativas técnicas nacionais e internacionais produzidas por 
entidades e institutos
Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR – 
ISO/IEC e internacionais
Norma da International Financial Reporting Standards (IFRS) para as práticas 
de contabilidade em padrão internacional
Norma COPC® (Metodologia para gestão de call center)
Padrão Normativo MPS-br (modelo para qualidade definido como “Melhoria 
de Processos do Software Brasileiro”, baseado nas normas ISO/IEC 12207 e 
ISO/IEC 15504 e compatível com o CMMI)
Padrão do Project Management Body of Knowledge (PMBOOK): guia basea-
do em um conjunto de práticas para a gestão de projetos e organizado pelo 
instituto Project Management Institute (PMI)
15
Padrão PCI DSS (Payment Card Industry Data Secutity Standart), que é um 
amplo requerimento para quem opera cartões de crédito
Requisitos normativos da BM&FBOVESPA para a Supervisão de Mercados (BSM)
Padrão normativo do Programa Brasileiro de Certificação Florestal  (CERFLOR) 
para manejo florestal. O CERFLOR conta com um acervo normativo e utiliza 
normas internacionalmente aceitas, como as diretrizes para auditorias de 
sistema de gestão (ABNT NBR ISO 19011)
NBR 14789:2012 - Manejo Florestal - Princípios, Critérios e Indicadores para 
Plantações Florestais
NBR 14790:2014 - Manejo Florestal - Cadeia de Custódia (baseada na PEFC 
ST 2002:2013)
NBR 14792 - NBR 14793:2008 - NBR 15789:2013 - NBR 16789:2014 -NBR
15753:2009 - NBR 17790:2014 etc.
Quadro 1 – Exemplos de políticas, normas internas e leis referentes ao compliance
Fonte: adaptado de Peres e Brizoti (2016).
São muitos os marcos legais que uma organização precisa conhecer para desen-
volver o setor de compliance. Os exemplos apresentados são apenas uma amostra 
para o seu conhecimento inicial.
Toda organização empresarial deve buscar ajuda jurídica especializada para conhecer e de-
senvolver um programa de compliance ajustado ao segmento de negócio. Cada segmento 
pode ter leis, normas e regulamentações específicas que são adequadas à organização. Isso 
é muito importante e deve estar claro aos gestores, advogados e profissionais da instituição.
PENSANDO JUNTOS
A LEI N° 12.846/2013: LEI ANTICORRUPÇÃO EM-
PRESARIAL (LAC)
Devido à importância para o compliance, apresentaremos, na sequência, uma visão 
jurídica interpretativa da Lei nº 12.846/2013, a fim de que você possa entender a 
relação dela com o compliance moderno aplicado nas empresas. Todavia, dispo-
remos somente alguns aspectos da respectiva lei neste artigo.
UNIDADE 1
UNIDADE 1
16
A Lei nº 12.846/2013, também conhecida como Lei Anticorrupção Empre-
sarial ou simplesmente LAC, é um marco para o tratamento das questões 
relacionadas à corrupção no Brasil e para o fortalecimento do compliance no 
país. Diferentemente da Lei nº 9.613/98, conhecida como Lei de Combate aos 
Crimes de “Lavagem” de Dinheiro, que tratava do tema “corrupção”, a Lei nº 
12.846/2013 versa sobre a utilização da cooperação como facilitadora e trata 
da devida estrutura de incentivos. Não só, mas também 
 “ “dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e dá outras providências” (BRASIL, 2013, on-line).
NOVAS DESCOBERTAS
Para conhecimento de todos os artigos da Lei nº 12.846/2013, reco-
mendamos que a consulte na íntegra. Ela está disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm.
Recomendamos, ainda, a leitura dos seguintes artigos relacionados 
ao tema:
ALMEIDA NETO, E. M. de. Análise da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013). Conteúdo 
Jurídico, 26 fev. 2018. Disponível em: https://www.conteudojuridico.com.br/consul-
ta/Artigos/51369/analise-da-lei-anticorrupcao-lei-no-12-846-2013. Acesso em: 10 jan. 
2023.
BITTENCOURT, S. Comentários à Lei Anticorrupção – Lei nº 12.846/2013. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2014.
HARTMANN, S. E. S. Comentários à Lei Anticorrupção – Lei nº 12.846, de 1º de agosto 
de 2013: breves reflexões acerca das consequências da entrada em vigor da nova le-
gislação no âmbito do Direito Administrativo. Revista da Escola da Magistratura do 
TRF da 4ª Região, n. 4, p. 307-332, 2016. Disponível em: http://ajufe.org.br/images/
bkp/ajufe/arquivos/downloads/artigo-06-ok-91631312.pdf. Acesso em: 10 jan. 2023.
LEI Anticorrupção Comentada (Lei nº 12.846/13). Direito.com, [2023]. Disponível em: 
https://www.direitocom.com/lei-anticorrupcao-comentada. Acesso em: 10 jan. 2023.
MACHADO, L. V. M. Análise crítica da Lei nº 12.846/2013: lei anticorrupção. Revista 
Jus Navigandi, 19 out. 2015. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/43786/anali-
se-critica-da-lei-n-12-846-2013-lei-anticorrupcao. Acesso em: 10 jan. 2023.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm
https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/51369/analise-da-lei-anticorrupcao-lei-no-12-846-2013
https://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/51369/analise-da-lei-anticorrupcao-lei-no-12-846-2013
http://ajufe.org.br/images/bkp/ajufe/arquivos/downloads/artigo-06-ok-91631312.pdf
http://ajufe.org.br/images/bkp/ajufe/arquivos/downloads/artigo-06-ok-91631312.pdf
https://www.direitocom.com/lei-anticorrupcao-comentada
https://jus.com.br/artigos/43786/analise-critica-da-lei-n-12-846-2013-lei-anticorrupcao
https://jus.com.br/artigos/43786/analise-critica-da-lei-n-12-846-2013-lei-anticorrupcao
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm
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Segundo Ribeiro e Diniz (2015, p. 
88), a Lei nº 12.846/2013 se mostra 
como um “verdadeiro estímulo para 
a concretização de conduta empresa-
rial ética e do combate à corrupção”. 
Além disso, é uma referência para 
o crescimento e o desenvolvimento 
dos programas de compliance. Ela 
exalta “o papel da confiança nos negócios, pressuposto básico, que deve ressurgir 
como característica essencial em tais condutas” (RIBEIRO; DINIZ, 2015, p. 88).
Com a entrada da lei em vigor, todos aqueles que trabalham com compliance 
e com o Direito Administrativo devem conhecer as transformações levadas a 
efeito pela LAC e as consequências jurídicas que os 31 (trinta e um) artigos quecompõem a Lei nº 12.846/2013 geraram ao empresariado brasileiro, sobretudo, 
na esfera do Direito Administrativo Sancionador.
Disposições gerais
 “ CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAISArt. 1º Esta lei dispõe sobre a responsabilização objetiva adminis-trativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a admi-
nistração pública, nacional ou estrangeira.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nesta lei às sociedades em-
presárias e às sociedades simples, personificadas ou não, indepen-
dentemente da forma de organização ou modelo societário ado-
tado, bem como a quaisquer fundações, associações de entidades 
ou pessoas, ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, filial ou 
representação no território brasileiro, constituídas de fato ou de 
direito, ainda que temporariamente.
Art. 2º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas objetivamen-
te, nos âmbitos administrativo e civil, pelos atos lesivos previstos 
nesta lei praticados em seu interesse ou benefício, exclusivo ou não 
(BRASIL, 2013, on-line).
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O caput do Art. 1º da Lei nº 12.846/2013 descreve o foco da Lei Anticorrupção, ou 
seja, explicita a responsabilização objetiva administrativa e civil das pessoas jurí-
dicas pela prática de atos contra a administração pública nacional ou estrangeira.
De acordo com Hartmann (2016, p. 310):
 “ a) a responsabilização, no âmbito da LAC, é objetiva, isto é, inde-pende da presença de dolo ou culpa, nos moldes do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal;
b) a LAC trata apenas de responsabilidade administrativa e civil, e 
não penal;
c) a LAC tutela as administrações públicas nacional e estrangeira, ou 
seja, é possível a sua aplicação quando o sujeito passivo do ato lesivo 
for Estado estrangeiro ou organização internacional.
Por sua vez, no Art. 2º da Lei nº 12.846/2013, temos uma reafirmação dos ditames 
apresentados na norma anterior, ao determinar que é possível que o sujeito ativo 
do ato lesivo do objeto desta lei seja responsabilizado pessoalmente, tanto 
em nível administrativo quanto em nível civil, ainda que o tenha praticado por 
interesse ou para o benefício de terceiros (BRASIL, 2013).
Desse modo, uma pessoa jurídica será responsabilizada nos termos da lei, 
bastando a comprovação e a conduta lesiva, independentemente da intenção final 
do executor.
 “ Art. 3º A responsabilização da pessoa jurídica não exclui a respon-sabilidade individual de seus dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe do ato ilícito.
§ 1º A pessoa jurídica será responsabilizada independentemente da 
responsabilização individual das pessoas naturais referidas no caput.
§ 2º Os dirigentes ou administradores somente serão responsabili-
zados por atos ilícitos na medida da sua culpabilidade.
Art. 4º Subsiste a responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese 
de alteração contratual, transformação, incorporação, fusão ou cisão 
societária.
§ 1º Nas hipóteses de fusão e incorporação, a responsabilidade 
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da sucessora será restrita à obrigação de pagamento de multa e 
reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio 
transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais sanções previstas 
nesta Lei decorrentes de atos e fatos ocorridos antes da data da 
fusão ou incorporação, exceto no caso de simulação ou evidente 
intuito de fraude, devidamente comprovados.
§ 2º As sociedades controladoras, controladas, coligadas ou, no âm-
bito do respectivo contrato, as consorciadas serão solidariamente 
responsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei, restringin-
do-se tal responsabilidade à obrigação de pagamento de multa e 
reparação integral do dano causado (BRASIL, 2013, on-line).
Segundo Machado (2015, online), o Art. 3º da Lei Anticorrupção descreve que a 
“responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de 
seus dirigentes, administradores ou de qualquer pessoa natural que tenha agido 
como autora, coautora ou participante do ato ilícito”.
Já o Art. 4º da LAC trata da responsabilidade da pessoa jurídica na hipótese de 
ocorrer uma alteração contratual, incorporação, fusão ou cisão societária ainda 
subsiste. De acordo com Machado (2015, on-line), a essa responsabilidade será 
restrita a obrigação de pagamento de “multa e reparação integral do dano causado, 
até o limite do patrimônio transferido, não sendo aplicáveis as demais sanções de-
correntes de atos e fatos ocorridos antes da data da fusão ou incorporação, exceto 
no caso de simulação ou evidente intuito de fraude”, desde que os atos possam ser 
devidamente comprovados.
Dos atos lesivos
 “ CAPÍTULO IIDOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIO-NAL OU ESTRANGEIRA
Art. 5º Constituem atos lesivos à administração pública, nacional 
ou estrangeira, para os fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas 
pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo único do art. 1º, que 
atentem contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, con-
tra princípios da administração pública ou contra os compromissos 
internacionais assumidos pelo Brasil, assim definidos:
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I - Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem 
indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada;
II - Comprovadamente, financiar, custear, patrocinar ou de qualquer 
modo subvencionar a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
III - comprovadamente, utilizar-se de interposta pessoa física ou 
jurídica para ocultar ou dissimular seus reais interesses ou a iden-
tidade dos beneficiários dos atos praticados;
IV - no tocante a licitações e contratos:
a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer 
outro expediente, o caráter competitivo de procedimento licita-
tório público;
b) impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de pro-
cedimento licitatório público;
c) afastar ou procurar afastar licitante, por meio de fraude ou ofe-
recimento de vantagem de qualquer tipo;
d) fraudar licitação pública ou contrato dela decorrente;
e) criar, de modo fraudulento ou irregular, pessoa jurídica para 
participar de licitação pública ou celebrar contrato administrativo;
f) obter vantagem ou benefício indevido, de modo fraudulento, de 
modificações ou prorrogações de contratos celebrados com a ad-
ministração pública, sem autorização em lei, no ato convocatório 
da licitação pública ou nos respectivos instrumentos contratuais; ou
g) manipular ou fraudar o equilíbrio econômico/financeiro dos 
contratos celebrados com a administração pública;
V - Dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, en-
tidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive 
no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fis- calização 
do sistema financeiro nacional.
§ 1º Considera-se administração pública estrangeira os órgãos 
e entidades estatais ou representações diplomáticas de país es-
trangeiro, de qualquer nível ou esfera de governo, bem como 
as pessoas jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo 
poder público de país estrangeiro.
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§ 2º Para os efeitos desta Lei, equiparam-se à administração pública 
estrangeira as organizações públicas internacionais.
§ 3º Considera-se agente público estrangeiro, para os fins desta Lei, 
quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, 
emprego ou função pública em órgãos, entidades estatais ou em re-
presentações diplomáticas de país estrangeiro, assim como em pessoas 
jurídicas controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público de 
país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais (BRASIL, 
2013, on-line).
O capítulo II da LAC tem apenas o Art. 5º, o qual descreve os atos lesivos à ad-
ministração pública nacional ou estrangeira. Desse modo, apresenta os atos 
que atentem lesão contra o patrimônio público nacional ou estrangeiro, contra os 
princípios da administração pública ou, ainda, atentem contra os tratados firma-
dos pelo governo em níveis internacionais.
Destacamos,ainda, que algumas condutas previstas na LAC também estão 
descritas em outras leis, como a nº 8.666/1993 e a nº 8.429/1992. Contudo, 
o foco de aplicação e os objetivos da LAC são diferentes, já que ela busca tratar o 
tema sob a visão das pessoas jurídicas, e não do indivíduo.
Vale destacar, segundo Almeida Neto (2018, on-line), que:
 “ O inciso I do artigo 5º tipifica a corrupção ativa, assim definido: “prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada”. 
Trata-se de um tipo formal, cuja consumação independe do seu 
resultado, gerando a lesão ao bem jurídico com a simples conduta. 
Em seguida, o inciso II tipifica o financiamento de ato lesivo à Ad-
ministração Pública como sendo aquele que: “comprovadamente, 
financiar, custear, patrocinar ou de qualquer modo subvencionar 
a prática dos atos ilícitos”. No inciso III, o legislador lista condutas 
que visam se utilizar de pessoas interpostas para prática de atos 
lesivos, assim previsto: “comprovadamente, utilizar-se de interposta 
pessoa física ou jurídica para ocultar ou dissimular seus reais inte-
resses ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados”. Nesses 
dois incisos temos tipos materiais, os quais dependem de resultado 
naturalístico para sua consumação, que deverão ser devidamente 
comprovados no âmbito do processo administrativo.
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No inciso IV, o legislador traz os atos lesivos relacionados com lici-
tações e contratos, sendo condutas que demandam a comprovação 
da intenção do agente privado de violar o princípio da competiti-
vidade das licitações.
Por fim, no inciso V, o legislador tipifica as condutas que dificultam 
a investigação ou fiscalização da Administração Pública, sendo as-
sim previsto: “dificultar atividade de investigação ou fiscalização de 
órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, 
inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fis-
calização do sistema financeiro nacional”.
O capítulo em questão serve de base para os programas de compliance referentes 
às responsabilidades e às condutas a serem desenvolvidas pelos gestores e pelos 
funcionários das entidades jurídicas em atuação no território nacional.
É importante ressaltar a contrapartida das entidades estrangeiras atuantes no 
território nacional.
Responsabilidade administrativa
 “ CAPÍTULO IIIDA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVAArt. 6º Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas 
consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as 
seguintes sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte 
por cento) do faturamento bruto do último exercício anterior ao 
da instauração do processo administrativo, excluídos os tributos, a 
qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível 
sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
§ 1º As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou 
cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso con-
creto e com a gravidade e natureza das infrações.
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§ 2º A aplicação das sanções previstas neste artigo será precedida 
da manifestação jurídica elaborada pela Advocacia Pública ou pelo 
órgão de assistência jurídica, ou equivalente, do ente público.
§ 3º A aplicação das sanções previstas neste artigo não exclui, em qual-
quer hipótese, a obrigação da reparação integral do dano causado.
§ 4º Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar 
o critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa 
será de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta 
milhões de reais).
§ 5º A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá 
na forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em 
meios de comunicação de grande circulação na área da prática da 
infração e de atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publica-
ção de circulação nacional, bem como por meio de afixação de edital, 
pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias, no próprio estabelecimento 
ou no local de exercício da atividade, de modo visível ao público, e 
no sítio eletrônico na rede mundial de computadores.
§ 6º (VETADO).
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
I - a gravidade da infração;
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III - a consumação ou não da infração;
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
V - o efeito negativo produzido pela infração;
VI- a situação econômica do infrator;
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de inte-
gridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a apli-
cação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa 
jurídica;
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o ór-
gão ou entidade pública lesados; e
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X - (VETADO).
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e proce-
dimentos previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos em 
regulamento do Poder Executivo federal (BRASIL, 2013).
O capítulo em ênfase é constituído por dois artigos que abarcam a responsa-
bilidade administrativa das pessoas jurídicas, considerando os atos lesivos que 
foram descritos no dispositivo anterior. Além disso, explicita que a aplicação das 
penalidades tratadas são de competência da autoridade administrativa res-
ponsável após a tramitação do processo, normalmente, nos órgãos devidos, 
desde que sejam garantidos todos ditames do processo legal e a ampla defesa dos 
acusados, assim como preconiza o Art. 5º da Constituição Federal.
De acordo com Hartmann (2016, p. 316), são duas as sanções previstas na LAC:
 “ [...] sem prejuízo da obrigação de reparação integral do dano causa-do (art. 6º, §3º): multa, conforme parâmetros definidos no inciso I do art. 6º, e publicação extraordinária da decisão condenatória. A au-
toridade responsável, de forma fundamentada (art. 50, caput, da Lei 
9.784/1999 e art. 93, IX, da CF), poderá aplicar tais sanções cumu-
lativamente ou de forma isolada, considerando as peculiaridades 
do caso concreto, a gravidade e a natureza das infrações (art. 6º, § 1º).
É preciso ressaltar que, se no capítulo anterior foram descritos os atos lesivos, 
neste há o detalhamento das responsabilidades administrativas que reforçam a 
aplicação do compliance pelas empresas que desenvolvem trabalhos, sobretudo, 
com foco no governo ou nos órgãos associados a ele.
Responsabilização do processo administrativo
 “ CAPÍTULO IVDO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃOArt. 8º A instauração e o julgamento de processo administrativo para 
apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade 
25
máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo 
e Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, observados 
o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A competência para a instauração e o julgamento do processo 
administrativo de apuração de responsabilidade da pessoa jurídica 
poderá ser delegada, vedada a subdelegação.
§ 2º No âmbito do Poder Executivo federal, a Controladoria-Geral da 
União - CGU terá competência concorrente para instaurar processos 
administrativos de responsabilização de pessoas jurídicas ou para avo-
car os processos instaurados com fundamento nesta Lei, para exame 
de sua regularidade ou para corrigir-lhes o andamento.
Art. 9º Competem à Controladoria-Geral da União - CGU a apu-
ração, o processo e o julgamento dos atos ilícitos previstos nesta 
Lei, praticados contra a administração pública estrangeira, obser-
vado o disposto no Artigo 4 da Convenção sobre o Combate da 
Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações 
Comerciais Internacionais, promulgada pelo Decreto nº 3.678, de 
30 de novembro de 2000.
Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade 
de pessoa jurídica será conduzido porcomissão designada pela autori-
dade instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.
§ 1º O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, 
ou equivalente, a pedido da comissão a que se refere o caput, poderá 
requerer as medidas judiciais necessárias para a investigação e o pro-
cessamento das infrações, inclusive de busca e apreensão.
§ 2º A comissão poderá, cautelarmente, propor à autoridade instaura-
dora que suspenda os efeitos do ato ou processo objeto da investigação.
§ 3º A comissão deverá concluir o processo no prazo de 180 (cento e 
oitenta) dias contados da data da publicação do ato que a instituir e, ao 
final, apresentar relatórios sobre os fatos apurados e eventual respon-
sabilidade da pessoa jurídica, sugerindo de forma motivada as sanções 
a serem aplicadas.
§ 4º O prazo previsto no § 3º poderá ser prorrogado, mediante ato 
fundamentado da autoridade instauradora.
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Art. 11. No processo administrativo para apuração de responsabili-
dade, será concedido à pessoa jurídica prazo de 30 (trinta) dias para 
defesa, contados a partir da intimação.
Art. 12. O processo administrativo, com o relatório da comissão, 
será remetido à autoridade instauradora, na forma do art. 10, para 
julgamento.
Art. 13. A instauração de processo administrativo específico de re-
paração integral do dano não prejudica a aplicação imediata das 
sanções estabelecidas nesta Lei.
Parágrafo único. Concluído o processo e não havendo pagamento, o 
crédito apurado será inscrito em dívida ativa da fazenda pública. Art. 
14. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que 
utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a 
prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão 
patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas 
à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de 
administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 15. A comissão designada para apuração da responsabilidade de 
pessoa jurídica, após a conclusão do procedimento administrativo, 
dará conhecimento ao Ministério Público de sua existência, para 
apuração de eventuais delitos (BRASIL, 2013, on-line).
A aplicação das sanções apresentadas na Lei nº 12.846/2013 deve ser precedida 
de manifestação do órgão de assessoramento jurídico competente, como a Ad-
vocacia-Geral da União, a Procuradoria do Estado ou a Procuradoria Municipal, 
dependendo do nível do caso. Além do mais, toda sanção de publicação extraor-
dinária da decisão condenatória deve ser a mais abrangente possível, a fim de que 
todas as dúvidas e decisões sejam claramente dirimidas no processo.
Segundo Almeida Neto (2018), a LAC traz a possibilidade de ser descon-
siderada a personalidade jurídica no processo administrativo, de modo que 
as sanções sejam aplicadas aos administradores e aos sócios-administradores da 
empresa. Isso ocorrerá, de acordo com Almeida Neto (2018, on-line), sempre que 
“utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos 
atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, conforme 
consta no artigo 14 da Lei”.
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Os trâmites judiciais devem seguir os ritos jurídicos, para que todas as dúvidas 
sejam dirimidas e os envolvidos tenham todos os direitos preservados de acordo 
com a legislação brasileira em vigor, assim como é estabelecido pelo capítulo.
Acordo de leniência
 “ CAPÍTULO VDO ACORDO DE LENIÊNCIAArt. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública 
poderá celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas res-
ponsáveis pela prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem 
efetivamente com as investigações e o processo administrativo, sen-
do que dessa colaboração resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem 
o ilícito sob apuração.
§ 1º O acordo de que trata o caput somente poderá ser celebrado se 
preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - a pessoa jurídica seja a primeira a se manifestar sobre seu inte-
resse em cooperar para a apuração do ato ilícito;
II - a pessoa jurídica cesse completamente seu envolvimento na 
infração investigada a partir da data de propositura do acordo;
III - a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere 
plena e permanentemente com as investigações e o processo admi-
nistrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solici- tada, 
a todos os atos processuais, até seu encerramento.
§2º A celebração do acordo de leniência isentará a pessoa jurídica 
das sanções previstas no inciso II do art. 6º e no inciso IV do art. 19 
e reduzirá em até 2/3 (dois terços) o valor da multa aplicável.
§ 3º O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação 
de reparar integralmente o dano causado.
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§ 4º O acordo de leniência estipulará as condições necessárias 
para assegurar a efetividade da colaboração e o resultado útil 
do processo.
§ 5º Os efeitos do acordo de leniência serão estendidos às pessoas 
jurídicas que integram o mesmo grupo econômico, de fato e de 
direito, desde que firmem o acordo em conjunto, respeitadas as 
condições nele estabelecidas.
§ 6º A proposta de acordo de leniência somente se tornará pú-
blica após a efetivação do respectivo acordo, salvo no interesse 
das investigações e do processo administrativo.
§ 7º Não importará em reconhecimento da prática do ato ilícito 
investigado a proposta de acordo de leniência rejeitada.
§ 8º Em caso de descumprimento do acordo de leniência, a pes-
soa jurídica ficará impedida de celebrar novo acordo pelo prazo 
de 3 (três) anos contados do conhecimento pela administração 
pública do referido descumprimento.
§ 9º A celebração do acordo de leniência interrompe o prazo 
prescricional dos atos ilícitos previstos nesta Lei.
§ 10. A Controladoria Geral da União CGU é o órgão compe-
tente para celebrar os acordos de leniência no âmbito do Poder 
Executivo federal, bem como no caso de atos lesivos praticados 
contra a administração pública estrangeira.
Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo 
de leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilí-
citos previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas 
à isenção ou atenuação das sanções administrativas estabelecidas 
em seus arts. 86 a 88 (BRASIL, 2013, on-line).
O capítulo em evidência da LAC é um marco na legislação brasileira, pois 
exibe e esclarece o acordo de leniência na entidade jurídica e os colaboradores 
que tenham praticado ato lesivo, validando e beneficiando os delatores do 
processo, desde que seja útil para elucidar os casos de corrupção no sistema, 
com a autoridade máxima de cada órgão que intentou a ação de descaminho, 
assim como é descrito na lei.
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Os acordos de leniência ao nível do Poder Executivo Federal e contra a ad-
ministração pública estrangeira são de competência exclusiva da Controladoria 
Geral da União, assim como descreve o Decreto Federal nº 8.420/2015.
Segundo Machado (2015, on-line), para a pessoa jurídica infratora fazer jus 
à celebração do acordo e dos benefícios de leniência, ela deve:
 “ [...] colaborar efetivamente com as investigações e com o processo administrativo de responsabilização, sendo que desta colaboração deverá necessariamente resultar: (i) a identificação dos demais en-
volvidos na infração, se aplicável, e (ii) a obtenção célere de infor-
mações e documentos que comprovem o ilícito sob apuração.
Os principais aspectos a serem preenchidos para a celebração do acordo de le-
niência de forma necessária e cumulativamente são apresentados no Quadro 2.
Ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de um 
ato lesivo específico, quando a circunstância for relevante.
Ter cessado completamente o envolvimento no ato lesivo a partir da data da 
propositura do acordo.
Admitir a participaçãona infração administrativa.
Cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo ad-
ministrativo. Comparecer, sob as expensas e sempre que solicitada, aos atos 
processuais até o encerramento.
Fornecer informações, documentos e elementos que comprovem a infração 
administrativa.
Quadro 2 – aspectos fundamentais para a celebração do acordo de leniência, de acordo com a lei nº 
12.846/2013 / Fonte: adaptado de Machado (2015) e Brasil (2013).
Atualmente, esse instituto é bastante utilizado em processos administrativos do 
Direito brasileiro, especialmente na seara criminal, na qual o acordo de leniência 
é popularmente chamado de colaboração/delação premiada.
A Lei nº 12.846/2013, especialmente em detrimento da criação do acordo de 
leniência, permitiu o esclarecimento e o aparecimento de diversos casos de cor-
rupção que, antes, estavam às escondidas nos porões das legislações, favorerendo 
os corruptos e os corruptores.
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Responsabilização judicial
 “ CAPÍTULO VIDA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIALArt. 18. Na esfera administrativa, a responsabilidade da pessoa 
jurídica não afasta a possibilidade de sua responsabilização na 
esfera judicial.
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio 
das respectivas Advocacias Públicas ou órgãos de representação 
judicial, ou equivalentes, e o Ministério Público, poderão ajuizar 
ação com vistas à aplicação das seguintes sanções às pessoas ju-
rídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem van-
tagem ou proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, 
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II- suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doa-
ções ou empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de institui-
ções financeiras públicas ou controladas pelo poder público, pelo 
prazo mínimo de 1 (um) e máximo de 5 (cinco) anos.
§ 1º A dissolução compulsória da pessoa jurídica será determinada 
quando comprovado:
I - ter sido a personalidade jurídica utilizada de forma habitual 
para facilitar ou promover a prática de atos ilícitos; ou
II - ter sido constituída para ocultar ou dissimular interesses ilíci-
tos ou a identidade dos beneficiários dos atos praticados.
§ 2º (VETADO).
§ 3º As sanções poderão ser aplicadas de forma isolada ou cumu-
lativa.
§ 4º O Ministério Público ou a Advocacia Pública ou órgão de 
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representação judicial, ou equivalente, do ente público poderá re-
querer a indisponibilidade de bens, direitos ou valores necessários 
à garantia do pagamento da multa ou da reparação integral do 
dano causado, conforme previsto no art. 7º , ressalvado o direito 
do terceiro de boa fé.
Art. 20. Nas ações ajuizadas pelo Ministério Público, poderão 
ser aplicadas as sanções previstas no art. 6º, sem prejuízo da-
quelas previstas neste Capítulo, desde que constatada a omissão 
das autoridades competentes para promover a responsabilização 
administrativa.
Art. 21. Nas ações de responsabilização judicial, será adotado o 
rito previsto na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
Parágrafo único. A condenação torna certa a obrigação de reparar, 
integralmente, o dano causado pelo ilícito, cujo valor será apurado 
em posterior liquidação, se não constar expressamente da sentença 
(BRASIL, 2013, on-line).
Neste capítulo da LAC, é apresentada a responsabilização judicial da pessoa jurí-
dica infratora. Desse modo, são definidas as regras destinadas ao eventual proce-
dimento para abertura do processo judicial que poderá ser aberto em decorrência 
da prática de atos lesivos ocasionados pela pessoa jurídica e previstos na LAC.
Hartmann (2016, p. 323) afirma que:
 “ Nesse diapasão, inicia-se a LAC, no art. 18, afirmando que a pos-sibilidade de responsabilização judicial da pessoa jurídica infra-tora não resta afastada pela configuração de sua responsabilidade 
na esfera administrativa. Na verdade, a LAC apenas reafirma um 
entendimento pacificado no ordenamento jurídico pátrio, qual 
seja a possibilidade de que alguém, ou alguma pessoa jurídica, 
seja responsabilizado, por determinados atos que praticou, em três 
esferas diferentes: administrativa, cível e penal.
Logo, precisamos ter em mente que a LAC pode não encerrar a responsabili-
dade judicial da pessoa jurídica e das pessoas envolvidas.
Agora, faremos a análise do último capítulo da Lei nº 12.846/2013.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm
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Disposições finais em relação à LAC
 “ CAPÍTULO VII DISPOSIÇÕES FINAISArt. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade 
às sanções aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário de todas as esferas de governo com base nesta Lei.
§ 1º Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e 
manter atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por eles 
aplicadas.
§ 2º O Cnep conterá, entre outras, as seguintes informações acerca das 
sanções aplicadas:
I - razão social e número de inscrição da pessoa jurídica ou entidade 
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ;
II - tipo de sanção; e
III - data de aplicação e data final da vigência do efeito limitador ou 
impeditivo da sanção, quando for o caso.
§ 3º As autoridades competentes, para celebrarem acordos de leniência 
previstos nesta Lei, também deverão prestar e manter atualizadas no 
Cnep, após a efetivação do respectivo acordo, as informações acerca do 
acordo de leniência celebrado, salvo se esse procedimento vier a causar 
prejuízo às investigações e ao processo administrativo.
§ 4º Caso a pessoa jurídica não cumpra os termos do acordo de leniên-
cia, além das informações previstas no § 3º, deverá ser incluída no Cnep 
referência ao respectivo descumprimento.
§ 5º Os registros das sanções e acordos de leniência serão excluídos 
depois de decorrido o prazo previamente estabelecido no ato sanciona-
dor ou do cumprimento integral do acordo de leniência e da reparação 
do eventual dano causado, mediante solicitação do órgão ou entidade 
sancionadora.
Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e manter 
atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Em-
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presas Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído no 
âmbito do Poder Executivo federal, os dados relativos às sanções por 
eles aplicadas, nos termos do disposto nos arts. 87 e 88 da Lei nº 8.666, 
de 21 de junho de 1993.
Art. 24. A multa e o perdimento de bens, direitos ou valores aplicados 
com fundamento nesta Lei serão destinados preferencialmente aos 
órgãos ou entidades públicas lesadas.
Art. 25. Prescrevem em 5 (cinco) anos as infrações previstas nesta Lei, 
contados da data da ciência da infração ou, no caso de infração per-
manente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Parágrafo único. Na esfera administrativa ou judicial, a prescrição será 
interrompida com a instauração de processo que tenha por objeto a 
apuração da infração.
Art. 26. A pessoa jurídica será representada no processo administrativo 
na forma do seu estatuto ou contrato social.
§ 1º As sociedades sem personalidade jurídica serão representadas pela 
pessoa a quem couber a administração de seus bens.
§ 2º A pessoa jurídica estrangeira será representada pelo gerente, re-
presentante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta 
ou instalada no Brasil.
Art. 27. A autoridade competente que, tendo conhecimento das in-
frações previstas nesta Lei, não adotar providências para a apuração 
dos fatos será responsabilizada penal, civil e administrativamente nos 
termos da legislação específica aplicável.
Art. 28. Esta Lei aplica-se aos atos lesivospraticados por pessoa jurí-
dica brasileira contra a administração pública estrangeira, ainda que 
cometidos no exterior.
Art. 29. O disposto nesta Lei não exclui as competências do Conselho 
Administrativo de Defesa Econômica, do Ministério da Justiça e do 
Ministério da Fazenda para processar e julgar fato que constitua in-
fração à ordem econômica.
Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os pro-
cessos de responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes de:
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
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I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei nº 8.429, de 
2 de junho de 1992 ; e
II - atos ilícitos alcançados pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, 
ou outras normas de licitações e contratos da administração pública, 
inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas 
- RDC instituído pela Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011.
Art. 31. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data 
de sua publicação (BRASIL, 2013, on-line).
A LAC versa, no Art. 22, sobre a criação, no âmbito do Poder Executivo Federal, 
do Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP), o qual reúne e publica 
as sanções aplicadas às pessoas jurídicas infratoras. Cabe ao órgão responsável 
pela punição informar e manter atualizados os dados relativos à aplicação das san-
ções, além de expor as informações relacionadas ao acordo de leniência celebrado.
Apesar de ser o capítulo final, ele trata de assuntos diversos, como o prazo 
prescricional em relação à pretensão dos entes federativos e do Ministério Público, 
a aplicação das sanções previstas na LAC para a pessoa jurídica infratora, a hi-
pótese de extraterritorialidade, quando houver ato praticado por pessoa jurídica 
brasileira contra Estados estrangeiros ou organizações internacionais, e as com-
petências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Segundo Hartmann (2016, p. 323):
 “ O art. 29 estatui que as competências do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade, do Ministério da Justiça e do Mi-nistério da Fazenda para processar e julgar fatos que constituam 
infração à ordem econômica (Lei 12.259/2011) não são excluídas 
pelo disposto na LAC. Isso significa, portanto, que a pessoa jurídica 
infratora poderá ter sua conduta sancionada, de forma cumulati-
va, tanto pelas autoridades que compõem o Sistema Brasileiro de 
Defesa da Concorrência quanto por aquelas previstas na LAC, sem 
que isso importe dupla punição.
Para concluirmos a nossa análise voltada à LAC, trazemos mais uma contribuição 
de Hartmann (2016, p. 329-330), que sustenta que:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm
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 “ [...] é preciso tecer alguns comentários sobre o art. 30 da LAC, o qual certamente será objeto de embates e discussões na doutrina e na ju-risprudência. Verifica-se, da redação do dispositivo, que o legislador 
determinou que a aplicação da LAC não afeta nem prejudica a apli-
cação de penalidades por atos de improbidade administrativa (Lei nº 
8.429/1992) e também por atos lesivos praticados na esfera das licita-
ções e contratações com a administração pública (Lei nº 8.666/1993).
O que a LAC está dizendo, com isso, é que é possível, em tese, a cumu-
lação de penalidades decorrentes dos três diplomas normativos. Assim, 
uma mesma pessoa jurídica poderia ser sancionada triplamente: (1) 
por atos previstos na Lei Anticorrupção, (2) por atos de improbidade 
administrativa e (3) por atos lesivos no âmbito das licitações e contratos.
[...] Sem embargo, e no intuito de tomar posição, entende-se que é pos-
sível, sim, a aplicação cumulativa das sanções previstas nos três diplo-
mas normativos, desde que tal circunstância não implique bis in idem.
Caro(a) acadêmico(a), estudamos a Lei nº 12.846/2013, que está no cerne do desen-
volvimento atual da atividade de compliance pelas empresas. Contudo, é fundamental 
que você pesquise mais sobre esse tema, pois, dependendo das visões e das doutrinas 
aplicadas pelo(a) advogado(a), podem surgir novas interpretações que evidenciam 
novos caminhos a serem seguidos pelas empresas e pelos profissionais de compliance.
A Lei nº 12.846/2013 trouxe diversas inovações para o cenário judiciário bra-
sileiro e para o compliance nas empresas. Algumas delas são exibidas a seguir:
 “ Responsabilidade Objetiva: empresas podem ser responsabilizadas em casos de corrupção, independentemente da comprovação de culpa.Penas mais rígidas: valor das multas pode chegar até a 20% do fatu-
ramento bruto anual da empresa, ou até 60 milhões de reais, quando 
não for possível calcular o faturamento bruto. Na esfera judicial, pode 
ser aplicada até mesmo a dissolução compulsória da pessoa jurídica.
Acordo de Leniência: se uma empresa cooperar com as investigações, 
ela pode conseguir uma redução das penalidades.
Abrangência: lei pode ser aplicada pela União, estados e municípios e 
tem competência inclusive sobre as empresas brasileiras atuando no 
exterior (LEI..., [2023], on-line).
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Agora, entenderemos a aplicação do compliance nas empresas.
O COMPLIANCE NAS EMPRESAS
O tópico anterior apresentou a Lei nº 12.846/2013 e expôs uma pequena 
interpretação de alguns elementos básicos, mas importantes para o bom re-
lacionamento entre as entidades privadas e públicas.
O compliance evoluiu muito após o advento da LAC, ao melhorar o rela-
cionamento entre os gestores públicos e privados e ao definir condições claras 
a todos envolvidos nesse processo. Agora, desenvolveremos mais a visão rela-
cionada aos entes da pessoa jurídica e a implantação dela dentro das empresas.
De acordo com Manzi (2008, p. 39):
 “ Tem destacado a alta relevância dos riscos de compliance e de sua função nos bancos. A expressão risco de compliance é definida como risco legal, ou de sanções regulatórias, de perda financei-
ra ou de reputação que um banco pode sofrer como resultado 
de falhas no cumprimento de leis, regulamentações, códigos de 
conduta e das boas práticas bancárias.
Apesar de Manzi (2008) escrever “banco” e “bancário”, que eram o foco prin-
cipal no início da implantação do compliance, percebemos que o texto é con-
dizente com o foco empresarial de relacionamento com os órgãos de governo, 
assim como expressa a própria Lei nº 12.846/2013.
A missão a ser desenvolvida pelo setor de compliance é a de: 
 “ Assegurar, em conjunto com as demais áreas, a adequação, forta-lecimento e o funcionamento do Sistema de Controles Internos da Instituição, procurando mitigar os Riscos de acordo com a 
complexidade de seus negócios, bem como disseminar a cultura 
de controles para assegurar o cumprimento de leis e regulamen-
tos existentes (DOCUMENTO..., 2004, p. 9).
37
Desse modo, o desenvolvimento do compliance nas organizações empresa-
riais deve envolver todos os funcionários e gestores, a fim de que seja feito um 
trabalho ético e reto. Entretanto, está claro que o exemplo precisa vir de cima, 
ou seja, dos diretores e dos executivos das instituições, assim como ressalta a 
responsabilidade apregoada na Lei nº 12.846/2013.
As principais responsabilidades da alta direção das instituições são ana-
lisar e desenvolver:
 “ 1- Um Sistema de Controles Internos adequado ao Risco de seus Negócios, a fim de proporcionar segurança operacional e maior confiabilidade aos seus investidores e clientes;
2- Designar Oficiais de Compliance devendo provê-los de uma 
adequada estrutura administrativa de apoio, a fim de assegu-
rar a funcionalidade da Gestão de Compliance. A nomeação de 
um Oficial de Compliance não exime a Instituição e cada uma 
de suas Áreas e funcionários,da obrigatoriedade de conhecer, 
aplicar e desenvolver controles internos adequados aos riscos 
de seus negócios;
3- Estruturar a função Compliance de forma independente e 
autônoma das demais áreas da Instituição, para evitar os con-
flitos de interesses e assegurar a isenta e atenta leitura dos fatos, 
visando a busca da conformidade por meio de ações corretivas/
preventivas sendo munida com informações relevantes (DOCU-
MENTO..., 2004, p. 10-11).
Manzi (2008) e Lamboy (2018) afirmam que toda operação empresarial de-
senvolve um risco operacional. Nesse sentido, o compliance tem, como fun-
ção, auxiliar no desenvolvimento de análises e ferramentas relacionadas aos 
sistemas de controles internos das organizações. Eles devem ser controlados 
e mitigados no âmbito geral, com o envolvimento de todos os níveis funcio-
nais da organização, que trabalham e acompanham a aderência, a eficácia e a 
efetividade da aplicação deles.
Em relação aos controles internos, Lamboy (2018, p. 8) descreve que:
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 “ Assim, Compliance tem a missão de assegurar que os controles internos da empresa funcionem de forma sistemática, buscando a redução dos riscos com base no modelo de negócios e a com-
plexidade dos mesmos.
Também deve disseminar a cultura de controles internos em toda 
organização de forma a assegurar o cumprimento das leis, normas, 
regulamentos internos e externos existentes.
Já no que diz respeito aos controles internos e à estrutura da organização (EO), 
Peres e Brizoti (2016, p. 14) destacam que eles devem “apresentar quatro categorias 
de objetivos, o que permite às organizações se concentrar em diferentes aspectos 
dos controles internos (CI)”. Ainda segundo Peres e Brizoti (2016, p. 14-15, grifos 
dos autores), os aspectos dos CI são:
 “ Segurança – Esse aspecto está relacionado aos processos opera-cionais, de divulgação e de conformidade, promovendo a avaliação contínua de riscos e sua gestão, nas medidas preventivas de prote-
ção, dos ambientes corporativos, das tecnologias empregadas, da 
segurança das informações, dos recursos humanos e na manutenção 
da continuidade dos negócios para a perenidade da organização.
Operacional – Esse aspecto se relaciona à eficácia e à eficiência das 
operações da empresa, inclusive as metas de desempenho financeiro 
e operacional e a salvaguarda de perdas de ativos.
Divulgação – Esse aspecto se relaciona a divulgações financeiras e 
não financeiras, internas e externas, podendo abranger os requisitos 
de confiabilidade, oportunidade, transparência ou outros termos 
estabelecidos pelas autoridades normativas, órgãos normatizadores 
reconhecidos, ou às políticas internas da organização.
Conformidade – Esse aspecto se relaciona ao cumprimento de leis, 
normas e regulamentações às quais a organização está sujeita.
Logo, o compliance deve ser trabalhado constantemente, com a finalidade 
de mitigar os futuros problemas ocasionados por possíveis desvios que pos-
sam ocorrer. Nas grandes organizações, até os pequenos desvios podem gerar 
prejuízos enormes em diversas frentes para o negócio.
39
Para Candeloro, Rizzo e Pinho (2012), a gestão do compliance é importante 
para o trabalho conjunto dos gestores da empresa para o desenvolvimento de uma 
conformidade com os controles internos do negócio. Assim, é realizado um mo-
nitoramento qualitativo de todos os processos, principalmente quando se presta 
serviços para o setor público, mitigando, assim, a ocorrência de risco operacional. 
Além disso, é desenvolvido um programa de adequação das atividades a partir de 
um programa de melhoria contínua dos processos.
No que diz respeito à adoção do compliance pelas as organizações, Peres e 
Brizoti (2016, p. 11) afirmam que:
 “ A demanda pela aplicação de processos estruturados de “Complian-ce” nas organizações está crescendo no mundo todo. Já se percebe a elevação do nível de consciência dos executivos, de que “Complian-
ce” é fundamental para manter elevada a imagem e a reputação da 
organização, bem como promover a garantia da redução de perdas 
invisíveis por desvios operacionais, erros involuntários, corrupção 
e fraudes ocupacionais, entre outros fatores que contribuem com a 
redução do desempenho dos negócios.
Lamboy (2018) ressalta, ainda, que os custos da empresa, por não estarem em com-
pliance, podem ser bem elevados e incluem:
 ■ Danos à reputação da organização e dos funcionários.
 ■ Perda de valor da marca.
 ■ Má alocação dos recursos e redução da eficiência e da inovação.
 ■ Cassação das licenças de operação.
 ■ Sanções administrativas, pecuniárias e, dependendo do caso, criminais às or-
ganizações e aos indivíduos.
 ■ Custos secundários e não previstos (advogados, tempo da alta gerência etc.).
Assim, é perceptível que, para as instituições privadas ou públicas, desenvolver 
um programa de compliance, antes de mais nada, é plantar para o futuro, buscan-
do eliminar problemas em todos os níveis da organização. A ética e uma postura 
de anticorrupção são fundamentais para o futuro dos negócios. Uma empresa 
que é ética e faz a difusão de uma cultura pautada na ética a partir de um programa 
de compliance tem menos problemas relativos às fraudes.
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Estamos chegando ao fim da disciplina “Estudo Contemporâneo e Transversal – 
Compliance” e esperamos que você tenha gostado da leitura. O compliance tem 
se tornado um tema presente nas mais diversas rodas de discussões, sobretudo, 
nos meios jurídicos e nas gestões privada e pública. Por isso, é um tema muito 
importante para você e o seu futuro.
Você estudou os principais aspectos relacionados ao tema “compliance”. As-
sim, conheceu um pouco a história do tema e explorou a Lei nº 12.846/2013, 
que trata da corrupção e foi um dos baluartes para crescer, no Brasil, o estudo e 
a implantação do compliance.
A gestão de compliance, ao trabalhar em conjunto com as outras áreas da orga-
nização, forma os pilares da governança corporativa. Além disso, um sistema de 
controle interno e externo efetivo desenvolve um sistema robusto de compliance 
empresarial, o que fornece maior segurança jurídica ao negócio.
É possível concluir que o desenvolvimento das práticas de compliance permi-
te que as organizações, assim como Peres e Brizoti (2016) afirmam, identifiquem, 
de forma proativa, os possíveis desvios operacionais e de conduta humana. Assim, 
esses desvios podem ser corrigidos e são minimizados os impactos ao negócio, o 
que inclui perda de tempo, falhas em processos, desvios financeiros e, principal-
mente, imagem no mercado.
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A alta direção, ao desenvolver um programa de gestão de compliance, 
demonstrará aos stakeholders o comprometimento com o fortalecimento do 
negócio em bases éticas, além da otimização do capital do negócio. Segundo 
Lamboy (2018, p. 11), 
 “ uma organização que seja ética e que faça a difusão de uma cul-tura pautada na ética, por meio de um Programa de Compliance, tem menos problemas com fraudes”.
Esse tema é bastante vasto e tem surgido muito material novo, sobretudo, no que 
diz respeito às questões jurídicas. Aproveite e aprenda sempre mais! Para isso, 
recomendamos que você complemente o seu conhecimento com os materiais 
apresentados em nossa bibliografia.
Para encerrar, gostaríamos de deixar uma frase de Peres e Brizoti (2016, p. 12), que afir-
mam que o “compliance é um grande negócio para todos, pois é bom para as empresas, 
para os empregados, para os mercados em geral, para o país e para a sociedade mundial”.
PENSANDO JUNTOS
Muito sucesso em sua trajetória. Saudações!
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ALMEIDA NETO, E. M. de. Análise da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013). Conteúdo Jurídico, 
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	COMPLIANCE NO BRASIL
	COMPLIANCE: ESTRUTURA E DEFINIÇÕES
	O COMPLIANCE E A LEGISLAÇÃO
	A LEI N° 12.846/2013: LEI ANTICORRUPÇÃO EMPRESARIAL (LAC)
	O COMPLIANCE NAS EMPRESAS
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