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LABORATÓRIO DE MOVIMENTO FUNCIONAL HUMANO MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL Constituída por 33 vértebras (7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 3 ou 4 coccígeas), a coluna vertebral tem estrutura móvel e resistente (KISNER & COLBY, 2016). Cada uma de suas regiões tem uma estrutura ligeiramente diferente, gerando uma variedade de funções, incluindo a produção de movimento (HAMILL, 2016). CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS E PARTICULARIDADES NA PRODUÇÃO DO MOVIMENTO CERVICAL A coluna da região cervical é formada por sete vértebras, das quais duas são morfologicamente distintas, enquanto as outras seguem uma morfologia semelhante (KISNER & COLBY, 2016). Devido a sua morfologia distinta, ela é subdividida em duas áreas: região cervical superior (cervicoencefálica) e região cervical inferior (cervicobraquial) (MAGEE, 2010). As duas regiões atuam de maneira conjunta, contribuindo para a execução dos movimentos de cabeça e pescoço. Contudo, devem-se considerar as particularidades de cada um dos segmentos, ponderando que cada região não contribui de forma igual nos movimentos, devido a suas estruturas diferenciadas; por isso, é essencial compreender as particularidades de cada região na produção dos movimentos cervicais. A região cervicoencefálica compreende as duas primeiras vértebras cervicais, atlas (C1) e áxis (C2), conforme ilustrado na Figura 1: mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE MOVIMENTO FUNCIONAL HUMANO MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Figura 1 – Representação da primeira e segunda vértebra cervical. A primeira delas, atlas, com formato de anel, não apresenta corpo vertebral e processo espinhoso, mas processos transversos grandes, e em sua face superior há uma depressão, que se liga ao osso occipital, dando origem a duas articulações, chamadas de atlanto-occipitais (C0-C1) (KISNER & COLBY, 2016). Devido a suas características estruturais, essas articulações transmitem forças da cabeça para a coluna cervical e permitem movimentos de 15° a 20° de flexão e extensão, e de 10° de inclinação lateral; no entanto, não permitem movimentos de rotação (MAGEE, 2010). O áxis (C2), localizado logo abaixo do atlas, apresenta faces articulares na região laterossuperior, e uma região central onde se posiciona o processo odontoide. Seu contato com a vértebra superior forma as articulações atlantoaxiais (C1-C2). Essas articulações são, segundo Magee (2010), as mais móveis da coluna cervical. O principal movimento realizado é a rotação, com amplitude (ADM) de cerca de 50°; além desse movimento, permitem cerca de 10° de flexão e extensão e 5° de inclinação/flexão lateral. Esses movimentos, em especial o de rotação, são possíveis em tais amplitudes, pois o processo odontoide do áxis atua como um ponto pivô da rotação. A rotação que acontece na articulação atlantoaxial é extremamente importante do ponto de vista funcional, pois corresponde a 50% da ADM total da rotação cervical (OATIS, 2014). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE MOVIMENTO FUNCIONAL HUMANO MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br A parte da coluna cervical inferior é formada pelas cinco vértebras inferiores (C3- C4-C5-C6-C7). Diferentemente das articulações da cervical superior, as articulações inferiores apresentam disco intervertebral e são do tipo sinoviais; nesses casos, as articulações facetárias são responsáveis pelos movimentos, que acontecem em todos os planos. A Figura 2 mostra algumas dessas características, que diferem essa região das duas primeiras vértebras da cervical. Figura 2 – Características estruturais das vértebras da coluna cervical inferior. Segundo Magee (2010), a flexão desse segmento da coluna cervical gera uma ADM aproximada de 35° até 40°, e uma extensão de 55° até 60°, em geral. A rotação no segmento cervical inferior é de cerca de 35°. MOVIMENTOS FUNCIONAIS DA COLUNA CERVICAL Segundo Kisner & Colby (2016), a coluna cervical permite movimentos de flexão/extensão, inclinação lateral e rotação. Em razão da complexa biomecânica da região, as ADMs não são visualizadas de maneira fragmentada, uma vez que os movimentos funcionais não refletem o movimento que ocorre no nível segmentar. Por mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE MOVIMENTO FUNCIONAL HUMANO MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br isso, os movimentos acontecem associadamente, por meio de movimentos executados tanto pelo segmento superior como pelo segmento inferior da coluna cervical, e, assim, todas as estruturas contribuem com alguma amplitude para o movimento. Os movimentos de flexão (inclinação para a frente) e extensão (inclinação para trás) acontecem no plano sagital. Mecanicamente, ao realizar a flexão, a porção anterior dos corpos das vértebras se aproxima e os processos espinhosos se separam, enquanto, na extensão, a porção anterior dos corpos das vértebras se separa e os processos espinhosos se aproximam. Segundo Hamill (2016), espera-se um movimento combinado que proporcione de 80° a 90° de flexão cervical e cerca de 70° de extensão, com a flexão e a extensão máximas ocorrendo nos níveis de C1-C3 e C7-T1. O movimento de flexão é observado ao encostar o queixo no peito e o de extensão, ao elevar o queixo sem mover o pescoço (MAGEE, 2010). A inclinação lateral (flexão lateral), cuja ADM esperada é de cerca de 20° a 45°, acontece para ambos os lados, no plano frontal. Segundo Kisner & Colby (2016), nesse movimento, as margens laterais dos corpos das vértebras se aproximam no lado para o qual a coluna está fletindo, e se separam no lado contrário à inclinação. Esse movimento é observado ao tentar encostar a orelha no ombro correspondente, cuidando para que o ombro não se mova em direção à orelha, onde a ADM máxima ocorre em C2-C4. A rotação da coluna cervical acontece no plano transverso, resultando em movimento rotacional tanto para a direita (o corpo das vértebras superiores gira para a direita e os respectivos processos espinhosos giram para a esquerda) como para a esquerda. Esse movimento é observado ao olhar para a lateral, e a ADM esperada de maneira associada de todos os segmentos cervicais é de 70° a 90°. A Figura 3 mostra a execução desses movimentos. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE MOVIMENTO FUNCIONAL HUMANO MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Figura 3 – Movimentos da coluna cervical (flexão, extensão, inclinação lateral e rotação). Os movimentos cervicais têm ação muscular múltipla. Na extensão, têm-se os músculos suboccipitais, transversoespinais, semiespinhais da cabeça e pescoço, esplênio longuíssimo da cabeça e, superficialmente, o trapézio, que auxilia na extensão. Os músculos flexores estão localizados anterolateralmente ao pescoço, e incluem: esternocleidomastoideo, músculo longo do pescoço e da cabeça, retos anteriores, escalenos e hioides. Trapézio, esplênio longuíssimo da cabeça, oblíquo inferior, reto lateral e longo da cabeça atuam na flexão lateral (OATIS, 2014). Para a rotação, citam-se as ações do trapézio e esternocleidomastoideo, que giram a cabeça para o lado opostoao músculo contraído, e do esplênio, longuíssimo, semiespinhal e oblíquo inferior, que giram a cabeça para o mesmo lado do músculo. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE MOVIMENTO FUNCIONAL HUMANO MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS FUNCIONAIS DA COLUNA CERVICAL Acerca da avaliação, o exame dos movimentos cervicais é utilizado para avaliar limitações e desordens cinético-funcionais que possam comprometer a região ou áreas próximas, como cabeça, tronco e membros superiores. Essa etapa da avaliação deve ser realizada após a anamnese detalhada do paciente. A avaliação tem início com a inspeção, quando se analisam as condições dos tecidos, a coloração da pele, retrações, alterações posturais, dentre outros aspectos. Ressalta-se que, em relação à avaliação dos movimentos cervicais, é importante respeitar que há variação normal de ADM entre pacientes. Idade, condição física, flexibilidade, inclinação articular e frouxidão ligamentar ou capsular são condições que afetam a mobilidade; por isso, é essencial uma avaliação individual dos movimentos. Orienta-se que o exame físico da coluna cervical seja iniciado com a prática dos movimentos ativos, incluindo: flexão, extensão, inclinação para a direita, inclinação e rotação para os lados, podendo, também, ser realizados movimentos combinados. Em relação à ordem dos movimentos ativos, indica-se que os movimentos com queixa dolorosa do paciente sejam deixados por último, evitando, desse modo, que haja dor residual na execução dos demais movimentos (MAGGE, 2010). Durante a execução dos movimentos, o fisioterapeuta deve observar limitações de movimento, contraturas, rigidez, bloqueios ou outras alterações. Junto com a avaliação dos movimentos funcionais realizados ativamente, o fisioterapeuta pode, ainda, avaliar a coluna cervical, por meio de movimentos passivos e resistidos, garantindo uma avaliação completa das condições cinético-funcionais do paciente. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE MOVIMENTO FUNCIONAL HUMANO MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DUTTON, Mark. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2006. 1399 p. ISBN 8536307277. FLOYD, R. T. Manual de cinesiologia estrutural. 16. ed. São Paulo: Manole, 2011. [1 recurso on-line]. ISBN 9788520452639. HAMILL, Joseph. Bases biomecânicas do movimento humano. 4. ed. São Paulo: Manole, 2016. [1 recurso on-line]. ISBN 9788520451311. KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos. 2. ed. São Paulo: Manole, 2019. [1 recurso on-line]. ISBN 9788520458266. MAGEE, David J. Avaliação musculoesquelética. 5. ed. São Paulo: Manole, 2010. [1 recurso on-line]. ISBN 9788520451960. OATIS, Carol A. Cinesiologia: a mecânica e a patomecânica do movimento humano 2. São Paulo: Manole, 2014. [1 recurso on-line]. ISBN 9788520452578. TANK, Patrick W.; GEST, Thomas R. Atlas de anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009. XIV, 431 p. ISBN 9788536317052. mailto:contato@algetec.com.br