Projetos de Pesquisa

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Projetos de Pesquisa
Prof. Marcus Brauer
Descrição
Fundamentos de um projeto de pesquisa ético para Ciências Sociais Aplicadas.
Propósito
Capacitar pessoas na escolha estratégica adequada para projeto de pesquisa ético.
Objetivos
Módulo 1
Fundamentos de um projeto de pesquisa ético
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Reconhecer as partes de um projeto de pesquisa ético.
Módulo 2
Estratégias de pesquisa
Reconhecer os fundamentos de um projeto de pesquisa.
Introdução
Assim como o detetive, o pesquisador tem um problema para desvendar. Para isso, ele pode elaborar
hipóteses e testá-las, ou entrevistar pessoas envolvidas no fenômeno e seguir pistas que levam até a
resposta para a questão-problema. Nas organizações, muitas vezes, somos como detetives: quais as
principais causas da evasão escolar? Quais as principais consequências do endividamento de
trabalhadores? Alunos on-line de Administração Pública apresentam uma melhor performance no Enade do
que os alunos presenciais? Como ocorre o assédio de secretárias? Quanto mais estudo você possuir, maior
será sua remuneração? Seja bem-vindo ao conteúdo que vai ajudá-lo a entender e escrever projetos de
pesquisa. Confira como é simples e legal fazer Ciência!
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1 - Fundamentos de um projeto de pesquisa ético
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as partes de um projeto de pesquisa
ético.
O que é ciência e pesquisa
Neste vídeo, explicaremos a diferença entre ciência e senso comum, além de explicitar o que é pesquisa.
As universidades fazem pesquisa, ensino e extensão. A pesquisa é fundamental e está diretamente
relacionada ao ensino e à extensão. Por exemplo, a pesquisa tenta entender ou resolver um problema, como
a desidratação infantil, e cientistas encontram tanto soluções baratas, como o soro caseiro, quanto uma
solução mais cara, como remédios. No ensino universitário, os professores utilizam pesquisas, ou melhor,
artigos científicos ou livros de pessoas que estudaram tais artigos e compartilham esses conhecimentos
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com seus alunos. Assim, a universidade desempenha diferentes papéis sociais e um deles é compartilhar
e/ou aplicar os conhecimentos na sociedade.
Por causa do avanço da ciência, hoje temos um melhor entendimento de como o mundo funciona. Ciência
não está relacionada apenas à área de Saúde ou às Ciências Exatas: ela também é aplicada a outras áreas
do conhecimento. Para saber um pouco mais sobre isso, pesquise as diferentes áreas de conhecimento da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Exemplo
Dentro da área de Ciências Sociais Aplicadas existe a subárea de Administração, dividida em assuntos como
Administração de Recursos Humanos e Administração Financeira. Já na Ciência da Administração, o objeto
de pesquisa são as organizações. As teorias nessa área tentam explicar e descrever fenômenos e fatos em
tópicos de pesquisa como finanças pessoais, motivação no setor público etc.
É importante destacar que senso comum é diferente de conhecimento científico. Em geral, conjecturas que
expressam palpites, achismos ou crenças pessoais caracterizam o que chamamos de senso comum e
podem estar corretas ou equivocadas. Por exemplo, de acordo com o senso comum, estudar mais significa
ganhar mais, e pesquisas já comprovaram isso. Por outro lado, o senso comum pode dizer que o estresse é
algo ruim, mas conhecimentos científicos mostraram que um pouco de estresse é até saudável. Imagine se
os alunos recebessem nota 10 em todas as disciplinas no primeiro dia de aula? Será que eles iriam se
dedicar aos estudos da mesma forma?
Existem várias formas de se acessar o conhecimento. A religião, as artes, o senso comum, por exemplo, são
formas de conhecimento. Outra forma de acessar o conhecimento é a Ciência, por meio da qual
pesquisadores fazem pesquisas e compartilham em revistas científicas o conhecimento gerado. Nesse
sentido, os conhecimentos científicos atuais vão auxiliar pesquisadores e revisores a fazerem pesquisa de
qualidade.
Assim como uma aula, pesquisas científicas podem variar muito no quesito qualidade. Jornais ou
programas de TV, muitas vezes, buscam ou fabricam especialistas para justificarem seus pontos de vista. E
tais especialistas frequentemente são enviesados ou se apoiam em pesquisas sem qualidade.
Precisamos de conhecimento científico para verificar se o que foi falado está mais próximo ou mais longe da
verdade. No mundo científico, é saudável ouvir opiniões contrárias para lapidar a pesquisa e o conhecimento
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sobre certo assunto.
A pesquisa pode ser aplicada ou básica. A pesquisa aplicada ou comercial busca resolver um problema de
determinado sujeito ou organização. A pesquisa básica, geralmente, está mais interessada em observar e
entender um problema, e tais conhecimentos podem ser generalizados para outros contextos. Uma
consultoria pode pesquisar as causas do endividamento de certo restaurante. Já uma pesquisa básica ou
científica pode explicar as principais causas da falência de restaurantes em determinado território, que são
conhecimentos úteis para acadêmicos que pesquisam empreendedorismo e falência, bem como para
empresários e gestores que atuam nessa área de serviços.
O que fazem os cientistas e os pesquisadores?
O pesquisador cientista realiza pesquisa científica e a compartilha por meio de artigos publicados em
revistas científicas, também chamadas de periódicos. Quando um pesquisador investiga um fenômeno e
consegue achar uma boa explicação, que, por enquanto, vamos chamar de modelo teórico, ele precisa que
outros pesquisadores competentes da área — chamados de pares — validem tal explicação e aprovem seu
manuscrito.
Manuscritos e artigos são alguns dos produtos da Ciência, mas Ciência é conversa. Podemos conversar
sobre algum tópico de pesquisa em um congresso ou podemos manter uma conversa escrita com outros
pesquisadores. Imagine que exista um grupo de pessoas inteligentes e atualizadas conversando sobre os
avanços das redes sociais. Você, então, decide participar do grupo e entra na roda; em um momento, você
fala que passou boa parte de sua vida utilizando o Orkut e isso lhe deu vários palpites sobre as pessoas.
Você falou algo desatualizado e sem rigor científico algum e, por isso, talvez os outros integrantes do grupo
não sejam muito a favor de você continuar participando dessa roda de conversa.
A principal roda de conversa dos pesquisadores é a revista científica. Lá você lê algo inédito, com evidências
e rigor científico. Desse modo, a pesquisa científica deve contribuir com o conhecimento existente ou, como
dizem, deve “acrescentar mais um tijolinho” no que já sabemos.
Escrever é pensar, e pensar é escrever. Ao colocar nossas ideias de forma escrita, estamos pensando. Ao ler o
que escrevemos, visualizamos o que pensamos e melhoramos nossos pensamentos. E esse ciclo é uma
forma boa de gerar mais conhecimentos. Cada vez mais empregos estão ligados às atividades mais mentais
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e menos físicas, por isso, essa forma de musculação cerebral é algo importante também para quem quer ter
mais empregabilidade. O trabalho, atualmente, é mais cognitivo (cognitive) e menos manual; cada vez mais
foge à rotina (non-routine) em vez de termos trabalhos repetitivos (routine). Veja:
Evolução dos empregos nos EUA entre 1983 a 2013.
Desemprego nos EUA entre 1983 a 2013.O pesquisador não necessariamente precisa ser um cientista. Você pode ser um profissional em áreas como
Administração ou Secretariado e ter interesse em investigar algum problema ou confirmar com rigor algo que
você acredita que ocorre. Os conhecimentos metodológicos podem ser bastante úteis em sua pesquisa
prática.
Introdução de um projeto de pesquisa
O que são projeto e relatório de pesquisa?
Neste vídeo, apresentaremos um panorama do que são projetos e relatórios de pesquisa científicos.
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A construção de uma boa casa requer um bom projeto antes de começar. Da mesma forma, uma boa
pesquisa precisa de um bom projeto antes de coletar e analisar os dados com vistas à conclusão com um
novo conhecimento. Em programas acadêmicos stricto sensu (mestrado e/ou doutorado), é comum que haja
uma defesa ou homologação do projeto de pesquisa. O candidato precisa defender seu projeto diante de
uma banca, geralmente constituída por dois professores doutores. A banca irá analisar todas as partes do
projeto e, se estiver dentro dos padrões éticos e com o rigor científico adequado, o projeto será aprovado. Se
o projeto precisar de ajustes, a banca fará as recomendações necessárias. Em certos casos, o projeto poderá
ser reprovado, e o aluno deverá elaborar um novo projeto e realizar uma nova defesa.
Depois da aprovação do projeto, o aluno geralmente parte para as fases de coleta e análise de dados. Em
seguida, os resultados encontrados (gráficos e tabelas, na pesquisa quantitativa, ou trechos de entrevista, em
pesquisas qualitativas) são discutidos (comparados ou contrastados com a revisão de literatura feita) e
conhecimentos são gerados. Por fim, vêm as considerações finais ou conclusão: a pergunta da pesquisa foi
respondida? Quais são as contribuições teóricas e práticas? Quais são as limitações da pesquisa e qual é a
agenda para futuros estudos?
O projeto deve estar dentro dos padrões éticos. Se, por acaso, for proposta uma entrevista com jovens que
passaram por assédio sexual, a banca deverá solicitar ao candidato que tal proposta passe antes pela
comissão de ética em pesquisa da instituição. Apesar de não ser um consenso em áreas como Secretariado
e Administração, a pesquisa com humanos deverá passar por um comitê de ética. Se for uma pesquisa com
questionário ou entrevista, é importante que a banca analise se ambos estão adequados e respeitam o
respondente. Por isso, é importante que o projeto tenha como anexo o protocolo de entrevista (qual abertura,
quais perguntas e qual fechamento da entrevista) ou o questionário completo.
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Como escrever uma boa introdução?
Neste vídeo, explicaremos como redigir uma introdução satisfatória.
O projeto de pesquisa é dividido em capítulos e subcapítulos, podendo variar de acordo com a área e o tipo
de pesquisa. Dessa forma, é importante conhecer o manual de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de sua
instituição, se houver. Em geral, os projetos de pesquisa possuem os seguintes capítulos:
O primeiro capítulo de um projeto de pesquisa é a introdução. O papel da introdução é apresentar o objetivo
da pesquisa e contextualizá-la. Como o próprio nome sugere, a introdução serve para introduzir o assunto,
mostrar a relevância (importância) da pesquisa e apresentar o que será pesquisado. Relevância é algo
relativo, pois o que é relevante para você pode não ser para os outros e vice-versa. Existem, porém, alguns
assuntos “mais quentes” no momento, segundo a Academia.
A introdução é como um carro abre-alas ou como uma primeira impressão em uma entrevista: é importante
caprichar na introdução! Quem quiser mais detalhes sobre a importância desse capricho, leia o artigo Setting
the Hook, dos renomados pesquisadores Adam Grant e Timothy Pollock.
A introdução é iniciada com alguns parágrafos sobre a relevância e/ou atualidade do tópico de pesquisa.
Dois ou três parágrafos já são suficientes. Esses parágrafos podem utilizar literatura cinza, que nada mais é
do que literatura não científica, como jornais não científicos, magazines, pesquisas não científicas etc. Por
exemplo, se o tópico de pesquisa são finanças pessoais, pode-se utilizar frases como “segundo IBGE (ano),
mais de 70% da população brasileira encontra-se endividada”. Você pode se inspirar em capas de tabloides
ingleses, cujo objetivo é chamar a atenção do leitor.
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Tópicos frasais (em inglês, topic sentence) são úteis na elaboração do parágrafo. Eles são como uma
conclusão ou tese. As demais sentenças do parágrafo são como premissas ou argumentos que
sustentam tal tese e devem ser referenciadas (autores e ano da publicação). Se a tese for polêmica, é
melhor começar com as premissas e ao final escrever o tópico frasal. Para facilitar o desenvolvimento
dos parágrafos, sugere-se que escrever inicialmente os tópicos frasais em negrito e depois de o TCC
estar completo remover o negrito dos trechos.
Tente fazer um link entre o final de um parágrafo e o início de outro, para a leitura ficar fluida. Assista ao
vídeo Paragraph Organization and Flow, do Purdue Online Writing Lab para compreender de uma vez por
todas como escrever um bom parágrafo com tópico frasal. Se precisar de tradução, clique em CC (closed
caption) e depois na engrenagem para alterar as legendas para português. Lembre-se:  um parágrafo
equivale a uma ideia! Na academia não importa se o parágrafo vai ter 5 ou 15 linhas. Antes de escrever
alguma parte do projeto ou do relatório de pesquisa, planeje as ideias dos parágrafos e, se for possível,
escreva tópicos frasais provisórios.
Dica
Um dos cursos gratuitos mais bem avaliados na internet se chama Redação Científica, da pesquisadora
Kristin Sainani, da Universidade de Stanford. De acordo com Sainani, o pesquisador deve distribuir seu
tempo de produção da seguinte maneira: 70% do tempo da pesquisa deve ser para coletar artigos relativos
ao tópico de pesquisa; 10% do tempo deve ser usado na elaboração do texto, sem que haja muita cobrança;
e 20% do tempo deve ser usado para revisar e ajustar o texto. Assim, é possível escrever o projeto com
qualidade e em menos tempo. Escrita científica é como um estilingue: puxe para trás (estude como escrever
melhor e estude metodologia) e depois solte. Assim, com a capacidade de argumentar e pesquisar de
diversas formas em menos tempo, será possível ir muito mais longe. Outra analogia é a do machado: se o
machado estiver bem afiado, serão necessárias poucas machadadas para derrubar a árvore. Nesse caso,
afiar o machado significa estudar com afinco.
Depois de mostrar a importância do tópico de pesquisa, deve-se fazer um resumo do estado da arte desse
tópico. Estado da arte significa citar pesquisas clássicas ou seminais voltadas para o tema, bem como
pesquisas bem atuais. Dica: escreva a introdução depois de escrever a revisão de literatura e após escrever o
capítulo de métodos, pois você já terá tido contato com muito conhecimento no tema, terá formulado o
objetivo da pesquisa e saberá como (método) atingir o objetivo da pesquisa.
Depois dessa pequena amostra do estado da arte, a introdução pode apontar a lacuna a ser preenchida pela
pesquisa. Você já fez um panorama sobre as principais e mais recentes pesquisas sobre o tema, mas
observou que existe uma falta de conhecimento específica sobre tal fenômeno. Então você pode, com
propriedade, defender isso e mostrar que existe uma lacuna ou gap que poderá ser sanada a partir da sua
pesquisa. Por exemplo, apesar de existirem muitas pesquisas publicadas sobre rotatividade no setor privado,
não há ainda publicação sobre esse tema voltada para o setor público federal.
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O objetivo da pesquisa precisa ser muito elaborado. Para suprir a falta de conhecimento no tópico, o
objetivo vem depois de apontar a lacuna ou gap. O objetivo pode ser precedido de uma questão central
de pesquisa, como “Quais as principais causas da rotatividade no serviço público federal?”. Em seguida,
você pode escrever: “O objetivo desta pesquisa é explicar as causas de rotatividade no serviço público
federal”. A questão da pesquisa é o objetivo da pesquisa na forma interrogativa.
O verbo do objetivo não deve ser vago, como estudar ou investigar. Como saber se tal objetivo foi cumprido?
Chegar à reta final da maratona em menos de três horas é um objetivo fácil de saber se foi atingido. Já
estudar as causas da rotatividade pode ser algo atingido se o aluno estudou tais causas por três horas?
Geralmente, objetivos como descrever (exemplo: descrever como ocorre o assédio moral, quais etapas desse
fenômeno) ou explicar (para pesquisas quantitativas causais) podem ser verbos mais adequados.
Ao ler artigos científicos no tema, procure boas revistas e veja como foi escrito o objetivo no resumo ou na
introdução (deve ser o mesmo em ambos) e estude os principais problemas em uma introdução. Pesquisa
também os principais problemas em cada parte do artigo, a tabela seguir apresenta problemas na introdução
de artigos, veja:
Itens Nunca (%) Poucas vezes (%) Às vezes (%) M
Não apresenta
adequadamente o
enquadramento
teórico ou
conceitual
3,7 14,8 49,4 3
Não apresenta
claramente a
questão de
pesquisa
1,2 7,4 42,0 4
Raciocínio confuso,
contraditório
1,3 16,3 48,8 3
Não dá detalhes
suficientes sobre os
procedimentos
metodológicos
3,7 714,8 40,7 3
Desinteressante 12,3 40,7 32,1 1
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Itens Nunca (%) Poucas vezes (%) Às vezes (%) M
(chato)
Não indica qual a
contribuição
5,0 18,8 31,3 3
Há um
desajustamento
entre o título ou a
questão de
pesquisa e o que
efetivamente o
artigo faz
3,7 22,2 50,6 1
Redação deficiente,
pobre, confusa
2,4 15,9 47,6 2
Não há ineditismo 5,0 11,3 38,8 4
Tabela: Problemas frequentes na introdução dos artigos.
Falaster; Ferreira; Canela (2016, p. 294).
Ao final da introdução, é importante apresentar as contribuições teóricas e, se possível, as contribuições
práticas esperadas de sua pesquisa. São previsões, mas a partir delas o leitor poderá concluir que é uma
pesquisa realmente interessante de ser lida. Alguns pesquisadores terminam a introdução com um parágrafo
com uma estrutura da pesquisa ou um breve panorama do que o leitor encontrará pela frente, como cenas
dos próximos capítulos em uma novela. Veja um exemplo bem elaborado desse tipo de estrutura:
Exemplo de como finalizar a introdução.
Leia bons artigos e selecione bons parágrafos. Seja organizado e divida seu trabalho em partes: “hoje vou
estudar o que é uma boa estrutura do final da introdução e depois vou escrever a minha!”.
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Revisão da Literatura
Como buscar literatura
Neste vídeo, exemplificaremos a busca de literatura.
A revisão crítica de pesquisas passadas é essencial. Se você quer acrescentar um tijolo do conhecimento em
um tópico, você precisa primeiro saber qual é o conhecimento atual sobre esse mesmo tópico. Martinho
Lutero, ao revisar literatura para sua tese de doutorado, descobriu conhecimentos antigos que afirmavam
que o justo viverá (vida eterna) pela fé, e não por obras ou pagamento de indulgências, e isso foi o pilar da
Reforma Protestante. Uma boa revisão de literatura vai lhe permitir:
conhecer o melhor em termos de pesquisas passadas sobre determinado tópico;
escrever um adequado objetivo de pesquisa;
elaborar hipóteses (nas pesquisas quantitativas) e modelos;
elaborar instrumento de coleta de dados (questionário, entrevista etc.);
discutir os resultados encontrados (comparar e constrastar resultados de sua pesquisa com o que você
escreveu na revisão de literatura).
Primeiro, busque bons artigos sobre seu tópico de pesquisa. Tópico de pesquisa é algo bem específico, por
exemplo, recrutamento interno ou marketing de relacionamento. Já tema de pesquisa é algo amplo, por
exemplo, Gestão de Pessoas ou Marketing. Você precisa escolher bem o seu tópico de pesquisa e saber seus
sinônimos. Aipim, mandioca e macaxeira são palavras diferentes com o mesmo significado. Se você apenas
buscar aipim, poderá deixar de encontrar boas pesquisas por causa da palavra pesquisada. Se sua pesquisa
é sobre Educação a Distância, pesquisa também Educação On-line, Distance Education, Digital Education,
Online Courses etc. Geralmente, abaixo do resumo encontram-se as palavras-chave, que podem ser muito
úteis nessa fase.
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Dica
Sempre pesquise palavras em inglês, pois inglês é a língua da Ciência. Publicação é tornar algo público, algo
disponível para o povo. Se quer tornar pública sua pesquisa, ou seja, se quer que mais pessoas leiam a sua
produção, publique em inglês ou em revistas bilíngues.
Bons artigos podem ser encontrados nas bases de dados internacionais. É comum fazer pesquisa inicial nas
bases Google Scholar (Google Scholar Button é uma extensão de navegador muito útil), Scielo, ANPAD
(manuscritos dos principais congressos em Administração), e principalmente SPELL (artigos de
Administração publicados em revistas científicas). Também é importante consultar bases mais amplas,
como Web of Science, Scopus e Ebsco, encontradas gratuitamente no portal Periódicos Capes, que (artigos
de Administração publicados em revistas científicas). Também é recomendado pesquisar os Grupos de
Pesquisa CNPq (quais grupos pesquisam este tema?); os portais Domínio Público e Proquest Dissertations e
Thesis (teses e dissertações) fornecem teses sobre o tópico pesquisado.
Bons livros podem ajudar ao longo da pesquisa. Sim, artigos científicos são os principais insumos, mas
livros clássicos ou atuais podem ser muito úteis. Pesquise os Handbooks de Cambridge, da Sage e de Oxford
sobre seu tema. O site Perlego disponibiliza muitos livros de qualidade por um preço baixo. Google Livros e
Kindle oferecem uma degustação dos primeiros capítulos de quase todos seus livros. Além disso, visite boas
bibliotecas. A biblioteca da FGV, por exemplo, dá acesso a bases excelentes que não estão nos Periódicos
Capes, como Oxford Bibliographies e Annual Reviews. Por fim, o portal Journals AOM (Academy of
Management), revistas nas áreas de Administração e Negócios.
eriódicos Capes
Portal com várias bases de dados, com milhares de revistas científicas. Tal política pública nacional permite que
pessoas de mais de 400 instituições de ensino superior e de pesquisa acessem gratuitamente artigos das
melhores revistas científicas e livros. Esse portal fornece vários treinamentos gratuitos e de alta qualidade.
Qualidade das revistas
Como saber se a revista científica é de qualidade? Se a revista tem artigos com muita citação, infere-se que
ela tem qualidade. Um dos índices de citação é o fator H: se a revista tem fator H 20 quer dizer que 20 artigos
dessa revista têm pelo menos 20 citações. O portal Scimago tem tal índice, mas existem outros índices como
fator H Google, ABS, JCR e Qualis Capes. Qualis Capes é um portal da plataforma Sucupira, no qual você
pode pesquisar por área de classificação, ISSN, título e classificação da revista. Se ela for A1, é top! A2 em
seguida, depois A3, A4, B1, B2, B3, B4, C. Pode existir uma boa pesquisa em revistas B, mas, geralmente, nos
extratos A1 e A2 encontram-se as mais rigorosas e mais citadas revistas.
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Com uma boa pesquisa, talvez um dia inteiro pesquisando os sinônimos emboas bases de dados, você
poderá encontrar centenas de artigos. A sugestão é ler o resumo e, se lhe interessar, salve o artigo. Depois de
salvar algumas dezenas de artigo, pare e faça uma leitura diagonal e veja se algo pode agregar valor para
sua pesquisa. Caso sim, pode até fazer o fichamento — não discutiremos esse assunto neste módulo, mas é
fácil encontrar informações sobre isso em sites de vídeos.
Dica
Tenha um gerenciador de bibliografia, como Mendeley, Zotero ou End Notes, pois você pode salvar nessas
nuvens seus textos e depois isso facilitará sua organização e sua escrita: eles são integrados com softwares
de texto, como o Word, e as Referências (possível capítulo 5 do projeto) vêm de forma automática: ok, alguns
ajustes geralmente são necessários, mas esses gerenciadores podem poupar um bom tempo! Baixe o artigo
em seu micro > faça o upload no gerenciador de bibliografia > confira autores, ano, revista, página inicial e
final, volume, número > leia na diagonal e procure trechos que possam ser utilizados em sua pesquisa >
destaque tal trecho com marca-texto digital > copie e cole tal trecho em sua pesquisa > faça paráfrase
(escreva com suas palavras) e insira automaticamente o autor (e as referências aparecerão
"milagrosamente" lá embaixo. Se não estiverem perfeitas, edite e ajuste manualmente). Se estiver com
dúvidas, vários vídeos na internet ensinam como trabalhar com tais gerenciadores.
Método e Cronograma
Método de Pesquisa
Neste vídeo, falaremos sobre o método de pesquisa.
Como você fará sua pesquisa? O método da pesquisa precisa ser detalhado para que outras pessoas vejam
se sua estratégia de pesquisa é adequada, bem como se há rigor científico adequado. Além disso, a
descrição detalhada do método fornece a outros pesquisadores as informações necessárias para replicar ou
reaplicar (aplicar com ajustes) a pesquisa e conferirem se os resultados serão semelhantes. Se você fez
pesquisa sobre soro caseiro, deve detalhar os ingredientes, os instrumentos, e como foi produzido tal soro.
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Assim, outros pesquisadores vão replicar ou reaplicar esses conhecimentos. Reaplicar significa adaptar; por
exemplo, na Alemanha, o açúcar é de beterraba, enquanto no Brasil é de cana-de-açucar.
Faça revisão de literatura do método escolhido. Se você vai utilizar o estudo de caso múltiplo, pesquise isso
nas mesmas bases de dados da revisão da literatura. Você pode escrever sua pesquisa se inspirando em um
trabalho de alta qualidade! Isso poupa tempo e aumenta as chances de fazer uma primeira pesquisa com
rigor.
Dica
Encontre uma ou duas pesquisas âncoras, que são pesquisas de alta qualidade muito parecidas com a sua
pesquisa.
Exemplo: uma pesquisa de satisfação no trabalho publicada em revista renomada pode ser a referência para
sua pesquisa. Se você utilizar a mesma escala ou o questionário dessa pesquisa, poderá comparar os
resultados dela com os da sua pesquisa. Assim como contratos de aluguel têm partes parecidas, a seção de
métodos, geralmente, guarda semelhanças. As principais partes da seção de métodos de uma boa pesquisa
empírica (com coleta e análise de dados) são apresentadas a seguir:
1. Epistemologia e paradigma (positivisita ou interpretativista/construtivista ou pragmático ou crítico
etc.) abordagem (quanti ou quali);
2. Estratégia de pesquisa (survey, experimento, dados secundários, estudo de caso, pesquisa-ação,
fenomenologia, etnografia, grounded-theory ou teoria fundamentada etc.);
3. Coleta de dados (questionário e/ou entrevista e/ou observação e/ou documentos e/ou grupo focal.
Em pesquisas qualitativas é comum a triangulação na coleta de dados, ou seja, uso de mais de um
instrumento.);
4. Análise de dados (qual software? Estatística descritiva ou inferencial? Qual análise correta para seus
dados? Na pesquisa qualitativa, codificação ou análise de conteúdo ou outro recurso?);
5. População e amostra e forma/tipo de amostragem ou sujeitos da pesquisa e unidade de análise
(país, indústria, empresa, departamento, indivíduo etc.);
6. Limitações do método e partes éticas.
É recomendável justificar bem cada uma de suas escolhas. Por que você escolheu fazer um levantamento
(survey)? Quais as limitações desse método? Quais pesquisas passadas semelhantes utilizaram o mesmo
método ou por que você está utilizando método diferente? Como a ética foi levada em consideração nas
entrevistas? Por isso, mais uma vez, é importante também fazer uma revisão da literatura do método. A
revista Organizational Reseach Methods (ORM) é a escolha número um de pesquisadores de qualidade para
entender melhor sobre métodos, bem como livros de editoras renomadas como a SAGE podem lhe oferecer
ótimos conteúdos.
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Cronograma e Anexos
O cronograma é basicamente o planejamento dos passos do projeto. Geralmente, é utilizado um gráfico de
Gantt que tem os meses nas colunas e as etapas da pesquisa nas linhas. Essa visualização permite à banca
fazer críticas como: um mês é pouco tempo para coletar e analisar dados por meio de entrevistas. O
cronograma não precisa ser seguido rigorosamente, mas é uma boa ferramenta para a gestão da pesquisa.
Lembre-se de comemorar as pequenas vitórias de cada etapa concluída! Fragmentar algo grande em partes
menores e mais facilmente gerenciáveis é algo bastante recomendado. Observe:
Janeiro Fevereiro Março A
Revisão da
literatura
X X X
Definição dos
métodos
X X
Defesa do Projeto X
Coleta de Dados X
Análise de Dados
Escrita do
Relatório/TCC
Defesa Final
Tabela: Cronograma.
Marcus Brauer.
Ao final de sua pesquisa, anexe, caso possível, informações como questionário, protocolo de entrevista,
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ética) etc. O leitor pode estar curioso para saber detalhes de
sua pesquisa. Tais detalhes podem significar evidências de rigor científico e qualidade de seu trabalho.
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A ética na pesquisa e o plágio acadêmico
Neste vídeo, explicaremos e exemplificaremos a ética na pesquisa e plágio acadêmico.
Todo bom projeto de pesquisa tem uma parte dedicada à ética. Essa seção fica no anexo, junto ao
instrumento de coleta de dados, bem como no capítulo Método de Pesquisa.
Pesquisas são importantes para a sociedade. Ao investigar fenômenos, podemos descrever como eles
acontecem, suas causas e consequências, entre outros conhecimentos. Infelizmente, como qualquer outra
atividade humana, a falta de ética também está nas pesquisas e na academia. Veja algumas formas de
desvios éticos na academia:
laboratórios fazendo pesquisas explorando desfavorecidos;
laboratórios influenciando revistas científicas e suas publicações;
participação involuntária de pessoas na pesquisa;
submissão de um manuscrito para mais de uma revista ao mesmo tempo;
pessoas que não participaram da pesquisa assinando como autores;
problemas relacionados com a privacidade e confidencialidade dos dados coletados;
editores rejeitando boas pesquisas por conteúdo não estar alinhado com suas ideologias;
não contratação de professores competentes por divergências ideológicas;
perseguição de alunos e docentes;
exploração de orientandos e de alunos por parte de orientadores e professores;
“tortura” de dados até que a resposta seja a desejada pelo pesquisador (o chamado "P-Haking");
fraudes em financiamento de pesquisa, e vários outros desvios.
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Plágio Acadêmico
Plágio acadêmico não está só no campo da ética, mas faz parte do campo criminal. O código penal trata de
crimes contra a propriedade intelectual, e copiar trechos sem dar os créditos para o autor pode ser
consideradoplágio, ou seja, um crime sujeito às devidas penas. O plágio pode ocorrer em músicas,
programas de TV, artigos científicos etc.
Colocar trechos de outro pesquisador na sua pesquisa sem citar a fonte é plágio. Às vezes, isso pode ocorrer
por falta de atenção; outras vezes, ocorre uma paráfrase sem citar a fonte, e outras vezes trabalhos inteiros
são copiados da internet. O que devemos fazer? Primeiro, estudar mais o que é plágio e nos informar sobre
como evitá-lo. Ao entender melhor o assunto, você terá mais liberdade para citar trechos e ideias, desde que
citadas as fontes. Algum pesquisador poderá lhe ajudar, reconhecendo trechos duvidosos. Segundo, utilizar
um software para detectar plágios. Alguns softwares como CopySpider, Plagius e Turnitin são bem
conhecidos no Brasil. O pesquisador também pode colocar trechos ou parágrafos no Google quando
desconfiar de algo. Antes de enviar sua pesquisa para algum professor ou congresso ou revista, invista um
tempo para ver se está tudo certo em relação a não ter plágio.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Um projeto de pesquisa nada mais é do que um conjunto de seções ou partes cada qual com a sua
função. Umas das partes tem como função contextualizar o problema e apresentar de forma clara um
propósito a ser alcançado por meio de pesquisa. Tal parte é chamada de
A resumo.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A introdução é a parte do projeto de pesquisa que tem como função mostrar o objetivo da pesquisa e,
antes, contextualizar tal objetivo. A relevância da pesquisa e um resumo dos principais conhecimentos
publicados sobre o tópico de pesquisa são itens importantes em uma introdução de projeto ou de
relatório.
Questão 2
Para a seção de métodos é interessante ter uma pesquisa âncora. Pesquisa âncora é uma pesquisa
publicada que
B introdução.
C revisão da literatura.
D referencial teórico.
E método.
A não deixa a sua pesquisa afundar.
B tem qualidade comprovada e pode servir de inspiração e referência.
C não tem plágio nem falta de ética.
D dá segurança ao pesquisador experiente.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Pesquisa âncora é uma pesquisa de qualidade, geralmente, publicada em revista científica de qualidade,
que pode servir de referência na seção de métodos. Se uma pesquisa ganhou prêmio de melhor artigo
em uma revista rigorosa, por que não utilizar os mesmos métodos? Atenção: não é para copiar e colar
conteúdos da pesquisa âncora, mas se basear nela, inspirar-se e direcionar-se.
2 - Estratégias de pesquisa
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os fundamentos de um projeto de
pesquisa.
Teorias e Filoso�as da Ciência
E diminui os riscos de reprovação do projeto.
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O que é teoria e qual sua importância
Observar a realidade da vida e explicar o que se observa pode ser considerado teorizar. Todos nós
teorizamos ao fazer conjecturas, ao compartilhar achismos ou palpites sobre X é causado por Y, bem como
quanto maior X, maior Y e por aí vai. Não é raro ouvir de alunos de graduação que eles querem prática, não
teoria. Geralmente, a realidade fica na parte inferior e é representada por um retângulo. Já a teoria ou modelo
fica acima e é representada por um círculo ou oval. Para tais alunos, uma possibilidade é a indicação de um
curso técnico ou tecnológico, pois na graduação utilizamos muitos modelos teóricos que explicam bem a
realidade.
Antes de falar sobre teorias, vamos falar sobre leis: elas explicam determinado fenômeno. Por exemplo, a lei
da gravidade explica muito bem que a terra vai atrair para seu centro toda a matéria. Já a teoria das
hierarquias de necessidade de Maslow, que afirma que as pessoas têm necessidades diferentes, explica, em
muitos casos, como ocorre a motivação, mas nem sempre. Depois vieram outras teorias para explicar a
motivação.
Exemplo
Como o planeta Terra foi criado? A teoria da Evolução afirma que tudo começou em uma explosão. Já a
teoria do Criacionismo afirma que Deus criou os céus, a Terra e os seres vivos com a sua Palavra. Cientistas
sérios podem ser tanto evolucionistas quanto criacionistas. Alguns cientistas sérios até tentam fazer uma
ponte entre essas teorias.
Uma lei, como a lei da gravidade, é algo muito difícil de se obter nas Ciências Sociais Aplicadas, que
trabalham mais com modelos. Modelos podem ser considerados representações da realidade, como um
mapa representa um território. Mapa não é o território, mas nos dá uma boa ideia de como o território é. Uma
maquete de prédio é modelo, uma simplificação da realidade em três dimensões, que ajuda muito a
compreender melhor como será o prédio. Um modelo pode ser gráfico ou matemático, e a ideia é facilitar a
explicação de um fenômeno ou de algo. Os modelos não são perfeitos, ou seja, eles não explicam 100% dos
casos, mas um bom modelo pode ser útil para explicar ou prever algo. E novos modelos bem-feitos podem
explicar melhor o mesmo fenômeno.
A imagem a seguir, adaptada de Nick Lee, mostra a relação entre a pesquisa, a realidade e a teoria. Quando
coletamos dados, estamos próximos da realidade. Quando criamos uma explicação abstrata e
generalizamos nossos achados para outros contextos, estamos teorizando.
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Teoria, realidade e pesquisa.
Os mesmos resultados (realidade observada) podem proporcionar explicações diferentes. Por exemplo,
depois de coletar os dados da pesquisa, você observou que alunos que moram distante da universidade
possuem melhores coeficientes de rendimento (CRs). Uma explicação plausível ou teoria pode ser que os
alunos estudam mais nos transportes entre casa e universidade. Outra explicação plausível é que os alunos
que moram longe se sacrificam mais e por isso dão mais importância para os estudos. Uma terceira
explicação plausível é que os alunos que moram longe têm melhor qualidade de vida, o que influencia
positivamente nos estudos. E por aí vai. A realidade são fatos e dados. Já a teoria é uma abstração, criada
pelo pesquisador, mas com boa argumentação lógica.
Embora estejamos falando sobre teoria, às vezes, o melhor nome é modelo teórico. A partir dos
conhecimentos adquiridos na revisão da literatura, você consegue desenvolver modelos teóricos (que podem
ser um conjunto de hipóteses não rejeitadas), como, por exemplo, sobre como a dívida do servidor público
influencia negativamente sua assiduidade. Em outras palavras, quanto mais endividado, menos ele
comparece no órgão público. Depois de coletar os dados, você pode rejeitar essa hipótese (alarme falso,
dívida não influencia assiduidade) ou você rejeita a hipótese alternativa (que você criou a partir da revisão da
literatura). Você está teorizando em ambos os casos, a ciência está evoluindo, sendo que, no segundo caso,
você encontrou algo que não se conhecia. Lembre-se: a Terra era plana, depois passou a ser considerada
esférica etc. Paradigmas podem ser quebrados.
Dedução e Indução
Quando partimos da realidade e criamos teoria, o processo se chama indução, que pode ser considerado o
processo de ir de uma observação específica para uma teoria geral. Você observou que os 10 alunos
asiáticos de sua turma eram pontuais (realidade observada) e a partir daí você induziu ou teorizou que os
asiáticos são mais pontuais. Ou você conheceu uma pessoa que não fez curso superior e ficou rico, por isso,
induziu que quem fica rico não tem curso superior. Cuidado com amostras de um! Cuidado também com os
preconceitos, pois, às vezes, você pode não ter tido boa experiência com determinadogrupo social e induziu
que todas as pessoas de tal grupo se comportam da mesma maneira. Irmãos gêmeos podem ser bem
diferentes e, por isso, precisamos ter cautela nas generalizações.
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Quando partimos da teoria para a realidade, ou melhor, quando testamos ou aplicamos a teoria na realidade,
o processo se chama dedução. Por exemplo, você leu uma teoria que afirma que quando as empresas abrem
capital na bolsa as ações dela sobem no primeiro dia. Então, você deduz que se a empresa Alpha abrir
capital as ações dela também vão subir. Seria muito fácil investir na bolsa se tais teorias fossem como leis;
mas não são. Uma teoria, às vezes, explica bem pouco da realidade, e o papel do pesquisador é tentar
explicar mais da realidade com contribuições na teoria vigente, ou mesmo criar explicações ou teorias. O
gráfico abaixo, dos pesquisadores Nick Lee e Iain Lings, mostra como ocorrem indução e dedução.
Indução e dedução na teoria de ciências sociais.
O que é �loso�a da ciência e qual sua importância
O futebol é um jogo que tem suas regras gerais, e não é muito difícil de entender. Entretanto, se formos olhar
com mais atenção, vamos ver que o futebol de salão tem regras diferentes do futebol de campo. Regras que
valem em um tipo de futebol podem não valer para o outro tipo. Algo parecido ocorre na Ciência.
A Ciência, assim como o futebol, é relativamente fácil de ser entendida. Entretanto, existem tipos, ou melhor,
visões diferentes dentro da Ciência. Não vamos falar que uma visão é melhor do que a outra, mas são visões
diferentes: precisamos, antes de começar nossos projetos de pesquisa, escolher qual visão será mais útil
para responder à pergunta de nossa pesquisa.
Ontologia
As visões da realidade podem ser chamadas de ontologia, que é sobre a natureza da realidade. Tais crenças
ou ontologias sobre a natureza da realidade, em Ciência, são basicamente duas (Também poderíamos incluir
outras visões, como o pragmatismo, que resumidamente foca o êxito prático ou resolve problemas de forma
objetiva):
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Existe uma única verdade que é observável, ou seja, os fatos existem e podem ser revelados. A
realidade existe, é externa, e a ciência vai examinar tal realidade. Exemplo: Houve golpe em 1964 e o
regime militar foi uma época horrível no Brasil.
Existem várias verdades, mas os fatos dependem do ponto de vista do observador. As leis científicas
são criadas pelas pessoas para ajustarem seus pontos de vista sobre a realidade. Exemplo: Para
militares e para alguns historiadores e grupos sociais não houve golpe em 1964, pois o Marechal
Castelo Branco foi eleito, e foi uma época de paz e segurança no Brasil. Para outros historiadores,
houve golpe militar em 1964. Ou seja, existem várias verdades para vários grupos sociais e as
verdades são escritas de acordo com o interesse de quem está escrevendo. No relativismo, o
pesquisador acredita que a realidade está dentro da cabeça das pessoas e ele quer conhecer tais
realidades ou “verdades”.
A ideia aqui não é levantar polêmica, mas mostrar que cientistas podem usar de várias estratégias para
buscar a verdade ou as verdades. Respeitar opiniões diferentes e pessoas que pensam diferente é algo cada
vez mais importante na academia e nas boas empresas. Na vida real e prática, podemos utilizar tais
princípios para ouvir os dois lados ou o contraditório antes de nos posicionarmos. Também é algo
importante identificar quais as pessoas envolvidas na elaboração do conteúdo, qual interesse pode estar
oculto ou por trás das informações. Os conhecimentos de pesquisa nos tornam mais críticos, o que é bom
em uma sociedade baseada no conhecimento, em que muitas das informações não são verídicas ou são
meias-verdades.
Epistemologia
Depois da ontologia, devemos nos atentar para a epistemologia: o que sabemos ou conhecemos sobre a(s)
realidade (s)? Qual é a natureza do conhecimento e como ele surgiu? O que pode ser conhecido? Como gerar
conhecimento? “Episteme” significa “conhecimento” e “lodos” significa “palavra ou estudo”.
Na Ciência, o conhecimento pode ser gerado por meio da lógica ou de observações da natureza e deve ser
publicado em revistas científicas avaliadas por pares. Ou seja, no mundo acadêmico, um palpite ou opinião
Realismo 
Relativismo 
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de um professor não é considerado conhecimento, bem como uma notícia em um site ou uma conversa entre
duas pessoas também não o são.
A epistemologia depende da ontologia, ou seja, a epistemologia depende de como
você acredita que é a realidade. Se você é realista, o paradigma positivista vai lhe
atender melhor na construção de conhecimento do que o interpretativismo. Se você
é relativista, então, o interpretativismo será mais adequado.
Os pesquisadores Easterby-Smith, Thorpe e Jackson (2015), para facilitar a compreensão, contrastam duas
formas de conhecer ou criar conhecimentos: o positivismo e o construcionismo, este último é chamado de
interpretativismo por alguns.
Positivismo
Construtivismo ou
Interpretativismo
O pesquisador Tem que ser independente
É parte do que está sendo
observado
Interesses humanos Devem ser irrelevantes
São os principais condutores da
ciência
Explicações
Tem que de demonstrar
causalidade
Destinam-se a aumentar a
compreensão gerencial da
situação
Investigação avança
mediante
Hipóteses e deduções
A coleta de dados ricos a partir dos
quais as ideias são induzidas
Conceitos
Precisam de ser definidos para
que possam ser medidos
Devem incorporar as perspectivas
das partes interessadas
Generalização por
meio
Probabilidade estatística Abstração teórica
Amostragem requer
Grandes números selecionados
aleatoriamente
Pequeno número de casos
escolhidos por razões específicas
Tabela: Contrastando implicações do positivismo e do construtivismo
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Adaptado de Easterby-Smith, Thorpe e Jackson (2015, p. 99).
Metodologias de Pesquisa
Metodologia ou estudo dos métodos é algo muito discutido, mas raramente é feito um link entre a ontologia,
a epistemologia e a metodologia. Não faz sentido usar uma metodologia quantitativa causal como
experimento se a sua ontologia é relativista e sua epistemologia é interpretativista. Não é raro, porém, esse
tipo de confusão em trabalhos de conclusão de curso de iniciantes na Ciência.
A metodologia está relacionada ao como investigar para responder à questão de
pesquisa. Já os métodos são os procedimentos e as ferramentas que devem ser
usados de acordo com certas metodologias.
Existem abordagens quantitativas, qualitativas e mistas para fazer pesquisas. As pesquisas quantitativas
são positivistas e querem descrever ou explicar fenômenos por meio de variáveis (números que variam). Já
as pesquisas qualitativas podem utilizar textos, imagens e sons como dados, e podem ser positivistas (por
exemplo, buscar uma verdade externa) ou interpretativistas (por exemplo, descobrir as diferentes formas de
pensar das pessoas). Na metodologia são muito importantes os conceitos de confiabilidade e validade:
Ao medir 1000 vezes com a mesma balança um peso de ouro de 1kg os resultados serão iguais ou
diferentes? Se forem iguais, a balança é confiável. Leitores querem consumir pesquisas nas quais
possam confiar, que tenham confiabilidade.
Confiabilidade 
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O termômetro é um instrumento válido para medir o quanto estou acima do peso? Certamente não.
Quais os instrumentos com maior validade para isso? Provavelmente, exames de sangue, balança de
bioimpedância,adipômetro, índice de massa corporal ou IMC, fita métrica etc.
Se uma pessoa for muito musculosa, como o judoca francês Teddy Rinner (8 vezes campeão
mundial de peso pesado), ou LeBron James, jogador de basquete norte-americano, ambos com mais
de 2 metros de altura e mais de 100 quilos, ferramentas como o IMC ou fita métrica não são as mais
adequadas, ou melhor, terão pouca validade, pois podem classificar ambos como obesos.
Neste conteúdo será feita apenas uma apresentação das principais estratégias de pesquisa. A partir dos
artigos que você pesquisou sobre seu tópico de pesquisa, da experiência de seu orientador e de seus
recursos e capacidades, escolha uma ou mais estratégias de pesquisa e encontre seus principais livros
didáticos. A melhor revista científica com métodos e estratégias de pesquisa é a ORM, como já citado.
Atenção!
Inglês é a língua da Ciência, por isso, recomendamos a aprendizagem do inglês técnico ou, pelo menos,
aprender a traduzir textos e conteúdos e vídeo: existem várias ferramentas, como deepl.com e Google
Tradutor, que podem ajudar você nisso.
Estratégias para pesquisas empíricas
Neste vídeo, serão apresentadas as principais estratégias de pesquisa em Administração e Secretariado.
Validade 
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Algumas aplicações de estratégias são mais comuns para pesquisas empíricas (com coleta e análise de
dados), ou seja, pesquisas nas quais são utilizados um ou mais sentidos para coletar informações do
ambiente.
Ocorre no laboratório. As variáveis são controladas e manipuladas. É muito comum na área médico-
farmacêutica, e está em crescimento nas áreas sociais. Exemplo: Laboratório de Pesquisa em
Governo e Negócios Eletrônicos. Quase-experimento é o nome dado para experimentos que não
ocorrem em laboratórios, mas no campo.
Levantamento de atitude e percepções com pessoas por meio de questionário. O questionário deve
ser baseado em escala válida e confiável, ou seja, sair escrevendo questões é algo que dificilmente
terá rigor científico. Survey pode ser feito por telefone ou pessoalmente, como no Censo IBGE, mas,
em sua maioria, são questionários eletrônicos preenchidos pelo respondente.
Estratégia utilizada para descrição de povos, culturas, hábitos, e o pesquisador está inserido no
contexto por um longo período de tempo. Exemplo: ficar meses em uma tribo indígena, descrevendo
os hábitos do grupo.
Experimento 
Survey ou levantamento 
Etnografia 
Estudo de caso(s) 
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Descrição detalhada de um caso que geralmente é diferente dos demais (estudo de caso único),
como a inovação no caso Tesla ou a comparação de casos múltiplos. Exemplo: pesquisa com os
professores que mais publicam artigos científicos.
Estratégia na qual o pesquisador é o próprio agente de mudança. Exemplo: professor implantando a
sala de aula invertida e pesquisando o impacto dessa mudança.
Estratégias para pesquisas não empíricas
Neste vídeo serão apresentadas as principais estratégias de pesquisa não empíricas.
Veja a seguir algumas estratégias comuns para pesquisas não empíricas (por alguns chamados de
pesquisas teóricas ou lógicas ou baseadas em outras publicações):
É uma revisão de literatura realizada de forma sistemática, permitindo ao leitor conhecer o avanço no
conhecimento de determinado tópico de pesquisa. Exemplo: o livro Psicologia, Organizações e
Trabalho no Brasil, de Zanelli e outros autores.
Pesquisa Ação 
Artigo de revisão 
Ensaio Teórico 
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É uma pesquisa teórica mais livre dos formalismos científicos, mas muito importante para inovações
e avanços do conhecimento em várias áreas. O livro Ética protestante e o espírito do capitalismo, de
Max Weber, por exemplo, pode ser considerado um ensaio teórico.
É uma pesquisa quantitativa que descreve o que foi pesquisado sobre determinado tópico de
pesquisa, geralmente em determinado prazo. Exemplo: D’Abreu, Ritta e Brauer fizeram uma
bibliometria das bibliometrias em Administração na base Spell. Zupic e Carter (2015), por sua vez,
fizeram pesquisa semelhante no âmbito mundial.
É uma estratégia de se obter conclusões ao agregar outros estudos anteriores. A partir de estudos
múltiplos sobre determinado tópico, conhecimentos novos podem ser criados. Exemplo: meta-análise
do medicamento x na prevenção na prevenção da Covid-19.
Referências ABNT e APA
Formatação ABNT
Ao final do projeto ou do relatório, é imprescindível referenciar os textos que utilizamos. Precisamos deixar as
referências para que leitores possam investigar e conferir se o que escrevemos é fidedigno ou se
extrapolamos (escrevemos além do que o autor disse, exagero), bem como permitir que conheçam os
originais utilizados.
As referências são diferentes da bibliografia. Enquanto referências são os dados dos conteúdos que você
citou em seu trabalho, bibliografia é tudo o que você consultou, ou seja, vai além das referências. Se você
citou determinado livro, artigo ou site em seu projeto ou relatório, você precisa informar certos dados dessa
Bibliometria 
Meta-análise 
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referência. Existem vários formatos de referências, mas em Ciências Sociais Aplicadas os mais usados são
formatação ABNT 6023 revisada e APA 7ª edição.
Texto com formatação ABNT
No decorrer do texto informe o autor e o ano da publicação (como também a página quando for citação
direta ou ipsis litteris) entre parênteses e em caixa alta (todas letras maiúsculas). Até três linhas de citação
direta, continue no mesmo parágrafo: “Embora a resistência às tecnologias seja um problema frequente nas
empresas, as pesquisas nessa área são fragmentadas, não cumulativas e raras na literatura” (ALBERTIN e
BRAUER, 2012, p.1368). Ou narrativo (se os autores foram tão ou mais importantes que o conteúdo),
somente as iniciais maiúsculas: Para Albertin e Brauer (2012, p.1368), “Embora a resistência às tecnologias
seja um problema frequente nas empresas, as pesquisas nessa área são fragmentadas, não cumulativas e
raras na literatura”.
Na citação direta com quatro linhas ou mais, pule uma linha, aplique um recuo, diminua a fonte do texto e
coloque a referência ao final. Veja:
Exemplo de citação direta com mais de 4 linhas.
Na paráfrase ou ao escrever com suas próprias palavras (mais indicado, sem ano):
Exemplo de paráfrase.
Faça paráfrases e evite citação direta ou ipsis litteris. Tente fazer uma paráfrase do texto original, ou seja,
explicar com as suas próprias palavras. Consulte artigos de revistas A1 e observe como é feito. Se o texto é
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realmente importante, como um conceito ou algo polêmico, opte pela citação direta, pois o risco de
interpretação equivocada do leitor será menor; você pode até deixar o trecho na língua original se for o inglês.
Evite ao máximo o uso de apud, pois quer dizer que você não leu o texto original. Exemplo: Venkatesh et al.
(2003) apud Brauer e Albertin (2012) quer dizer que você encontrou o artigo de Venkatesh et al. no texto de
Brauer e Albertin (2012). Se o artigo original for de difícil acesso, tudo bem, mas geralmente o apud dá a
ideia de preguiça do pesquisador em buscar e ler o original e confiar demasiadamente no autor que citou o
original.
Saiba mais
Veja como boas revistas fazem a formatação em referência de artigo e referência de livro - ABNT.
Formatação APA
A formatação da American Psychological Association (APA) é a mais utilizada no mundo para Ciências
Sociais Aplicadas. Como é cada vez mais importante a internacionalização da pesquisa, muitosprogramas
stricto sensu de Administração e revistas científicas da área estão aceitando artigos em língua inglesa e/ou
formatação APA, veja:
Texto com formatação APA.
Saiba mais
Veja como boas revistas fazem a formatação em referência de artigo e referência de livro - APA.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/04360/pdfs/Refer%C3%AAncia_de_artigo_e_refer%C3%AAncia_de_livro-ABNT.pdf
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/04360/pdfs/Refer%C3%AAncia_de_artigo_e_refer%C3%AAncia_de_livro-APA.pdf
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Ao escrever o projeto de pesquisa o indivíduo precisa utilizar linguagem científica e normas científicas
de redação. Uma dessas normas é utilizar conhecimentos de outras pessoas, desde que seja citada a
fonte. A mais comum forma de se fazer isso em manuscritos e artigos é por meio de
Parabéns! A alternativa E está correta.
Paráfrase ocorre quando o escritor escreve com suas próprias palavras o texto de outro autor. Na
paráfrase, deve-se mencionar o autor original e o ano da publicação, mas não a página do trecho. A
paráfrase não deve ser utilizada quando o texto é um conceito ou um trecho polêmico. Nesses casos, é
melhor fazer a citação ipsis Litteris, podendo deixar em inglês caso o original esteja nessa língua.
Questão 2
Samuel leu um artigo de determinada revista e o considerou de alta qualidade; por isso, achou que todos
os artigos daquele periódico possuem alta qualidade, também chamada de rigor científico. O que
Samuel fez pode ser considerado
A citação direta.
B referência de pelo menos dois autores.
C textos originais do próprio autor.
D cópia ipsis litteris.
E paráfrase.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
Indução ocorre quando se parte de uma observação e se generaliza para demais casos. Você pode ter
tido a experiência que um professor jovem tenha uma aula com boa didática e induzir que todos os
professores jovens têm boa didática, o que é uma falácia. O processo de indução deve ser feito com
prudência, pois um ou mais casos observados não garantem que a população toda se comporta da
mesma forma.
Considerações �nais
Neste conteúdo, vimos que a pesquisa é algo que profissionais também fazem, não apenas os professores
doutores e cientistas. Precisamos ser críticos e agir como detetives em busca da verdade. Pensando nisso,
mostramos um panorama do que é um projeto de pesquisa ético. Também apresentamos dicas e técnicas
para buscar e revisar literatura de qualidade: isso pode ser muito útil em qualquer profissão.
Outro ponto de destaque neste estudo foi a escrita científica. Infelizmente, não é raro ver alunos e
profissionais escrevendo sem lógica e com argumentos fracos. Por fim, discutimos os principais métodos de
A extrapolação.
B achismo.
C dedução lógica.
D palpilte.
E indução.
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pesquisa para desenvolvermos à pergunta central da pesquisa com rigor.
Podcast
Neste podcast, apresentaremos dicas práticas para desenvolve um bom projeto de pesquisa.

Explore +
O livro Pesquisa em Administração e Ciências Sociais Aplicadas é bem prático e escrito pelo prolífico
pesquisador Manuel Portugal Ferreira, que também publicou uma série de textos sobre partes do artigo e do
processo de pesquisa. Tais textos estão disponíveis na Revista Ibero-Americana de Estratégia, na seção HOW
TO PUBLISH (OR PERISH)? (como publicar ou perecer).
Spell.org é um portal gratuito de artigos publicados em revistas científicas de Administração. Consulte-o e
aprofunde seus conhecimentos.
Redação científica é um dos conteúdos gratuitos mais bem avaliados na internet, ministrado pela
pesquisadora Kristin Sainani, da Universidade de Stanford. Este curso está disponível no portal Coursera.
No clássico livro A construção do argumento, Anthony Weston ensina a construir argumentos, formulados de
maneira lógica. Com melhores conhecimentos sobre dedução, indução e lógica você terá mais capacidade
para derrubar falsas premissas, que por sua vez tentam sustentar conclusões e teses falsas. Saber
argumentar bem é cada vez mais importante, tanto na fala quanto na escrita.
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Referências
ALBERTIN, A. L.; BRAUER, M. Resistência à educação a distância na educação corporativa. Revista de
Administração Pública, v. 46, n. 5, p. 1367-1389, 2012.
CAVAZOTTE, F. S. C. N.; MORENO JR., V. A.; TURANO, L. M. Cultura de aprendizagem contínua, atitudes e
desempenho no trabalho: uma comparação entre empresas do setor público e privado. Revista de
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EASTERBY-SMITH, M. THORPE. R. JACKSON, P. Management and Business Research. 5 ed. London: Sage,
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07/08/2023, 09:04 Projetos de Pesquisa
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