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SP 1 - Tudo tem sabor de palha 1. Conceituar percepção, adaptação, sensação, limiar, gosto, sabor e paladar → Sensação: A sensibilidade (sensação) é a detecção consciente ou subconsciente de mudanças nos ambientes interno e externo. A natureza da sensibilidade e o tipo de reação gerada variam de acordo com a destinação final dos impulsos nervosos que carregam a informação sensitiva para o SNC. → Percepção: A percepção é a habilidade para captar, processar e entender a informação que nossos sentidos recebem. É o processo cognitivo e consciente que permite interpretar o ambiente com os estímulos que recebemos através dos órgãos sensoriais - Percepção olfativa ou olfato: capacidade de interpretar informações de substâncias químicas dissolvidas no ar (cheiro). → Adaptação: A adaptação consiste na diminuição de sensibilidade durante um estímulo intenso ou contínuo. Os receptores podem se adaptar rápido (fásicos) ou lentamente (tônicos), pois eles param de enviar as informações ao SNC, mesmo que ainda recebam as moléculas estimulantes. Isso permite que o sistema sensorial se concentre em informações novas ou em mudanças significativas no ambiente. Essa adaptação é reversível e, portanto, se o estímulo é retirado, pode-se percebê-lo novamente em poucos minutos, bem como se a intensidade do estímulo for aumentada. → Limiar: Refere-se à concentração/condição mínima pela qual uma substância pode ser percebida. Existem substâncias com limiar alto (alta concentração da substância para ser percebida) e outras com limiar baixo (baixas concentrações são suficientes para tornar as substâncias perceptíveis). → Paladar: O paladar se origina de uma combinação de sinais de entrada dos sistemas gustativo, olfativo, visual e somatossensorial, isto é, combina várias experiências sensoriais e, por isso, é o termo mais amplo no que se refere à alimentos. O paladar é propriedade do indivíduo que está ingerindo o alimento (percepção individual de cada um). → Sabor: O sabor dos alimentos é reconhecido pela combinação de alguns sentidos: o gosto (gustação), o cheiro (olfato) e a textura dos alimentos. O sabor é propriedade do alimento em si (moléculas). → Gosto: Sensação percebida pelo órgão gustativo quando estimulado por substâncias solúveis, sendo a língua o principal órgão físico que captura através dos botões gustativos, e transmite os sinais pelos neurotransmissores até o cérebro. O gosto consiste em cinco categorias: doce, azedo, salgado, amargo e umami. 2. Diferenciar os sentidos somáticos/gerais dos especiais (quais são, receptores e estímulos) → As diferentes modalidades sensitivas podem ser agrupadas em duas classes: sentidos gerais e sentidos especiais. SENTIDOS GERAIS: → Sentidos somáticos: incluem sensações táteis (toque, pressão, vibração, prurido e cócegas), sensações térmicas (calor e frio), sensações de dor e sensações proprioceptivas. → Sentidos viscerais: fornecem informações sobre as condições nos órgãos internos, por exemplo, pressão, estiramento, produtos químicos, náuseas, fome e temperatura. SENTIDOS ESPECIAIS: → Incluem as modalidades sensitivas de olfato, gustação, visão, audição e equilíbrio RECEPTORES: → Um determinado neurônio sensitivo carrega informações a respeito de apenas uma modalidade sensitiva. Neurônios que carregam impulsos a respeito do tato para a área somatossensorial do córtex cerebral não transmitem impulsos de dor. Do mesmo modo, impulsos nervosos dos olhos são percebidos como visão e aqueles das orelhas são percebidos como sons. Os receptores, então, dividem-se de acordo com a modalidade: - Os fotorreceptores detectam a luz que incide na retina (precisa de um estímulo físico) - Os mecanorreceptores são sensíveis a estímulos mecânicos, como tato e pressão, vibração (estímulo mecânico, de contato- percepção de espaço e equilíbrio). Envolvem-se com os sentidos especiais de audição e equilíbrio, mas sua maioria se envolve com os sentidos gerais. - Os termorreceptores detectam mudanças na temperatura→ específico para somáticos - Os osmorreceptores detectam a pressão osmótica dos líquidos corporais (sentido visceral). - Os quimiorreceptores detectam substâncias químicas dissolvidas em muco ou saliva. - Os nociceptores respondem a estímulos dolorosos resultantes de lesão física ou química ao tecido, percebem mais de um tipo de estímulo (o receptor é polimodal, detecta vários tipos de estímulos) → prurido e cócegas 3. Definir gustação e olfação e apontar suas funções → Gustação: Refere-se estritamente às cinco qualidades codificadas pelo sistema gustatório (salgado, doce, umami, azedo e amargo). Essencial para nutrição e avaliação da qualidade de determinado alimento e, por isso, está associada a função protetora. → Olfação: É a habilidade de reconhecer e discriminar um amplo número de moléculas do ar com grande precisão e sensibilidade. O olfato permite um monitoramento contínuo de moléculas voláteis do ambiente, incluindo sinais químicos que identificam territórios, alimentos, predadores, crias e parceiros. A olfação é, provavelmente, mais importante do que a gustação para a seleção de alimentos e defesa quanto à presença de substâncias que podem indicar perigo. 4. Caracterizar os órgãos/estruturas e suas funções, estímulos e receptores envolvidos na gustação. → Saliva: faz a dissolução de substâncias químicas presentes nos alimentos (responsáveis por ativar os botões gustatórios - percepção do sabor), limpa a cavidade oral e umedece a boca. (A amilase salivar é uma das enzimas cruciais localizada na saliva e representa o início da digestão dos alimentos.) → Dentes: irão auxiliar na trituração do alimento, aumentando a superfície de contato do alimento com a superfície. Libera substâncias químicas do alimento. → Língua: A língua é um órgão muscular móvel recoberto por túnica mucosa que pode assumir vários formatos e posições. Uma parte da língua está situada na cavidade oral e a outra na parte oral da faringe. As principais funções da língua são articulação (formar palavras durante a fala) e compressão do alimento para a parte oral da faringe como parte da deglutição. A língua também está associada à mastigação, ao paladar e à limpeza da boca. A língua possui papilas espalhadas por toda sua superfície, as quais são pequenas saliências que permitem distinguir os sabores. As papilas podem ter forma de cristas (papilas foliadas), espinhas (papilas valadas) ou cogumelos (papilas fungiformes). Cada papila tem de um a várias centenas de botões gustatórios - Papilas circunvaladas: Grandes e com topo organizadas em uma fileira em formato de V. São circundadas por depressões circulares profundas, cujas paredes estão repletas de calículos gustatórios. - Papilas folhadas: Pequenas pregas laterais pouco desenvolvidas nos seres humanos; contém poucos botões gustatórios. - Papilas fungiformes: Pontos em formato de cogumelo dispersos entre as papilas filiformes, porém mais numerosos no ápice e nas margens da língua. A maioria das papilas fungiformes contêm receptores gustativos nos canalículos gustatórios. - Papilas filiformes: Longas e numerosas, contêm terminações nervosas aferentes sensíveis ao toque. Sem botões gustatórios. Obs: As papilas também são encontradas na epiglote, palato mole e na parede posterior da faringe. → Botões gustativos: Estão localizados nas papilas gustativas, e cada botão possui vários receptores com especificidades diferentes. Cada botão gustativo possui células de sustentação, células receptoras gustativas e células basais. - Células de sustentação: desenvolvem-se em células receptoras gustatórias, cujo tempo de sobrevida é de cerca de 10 dias. Esta é a razão pela qual o sentido do paladar ou a língua não demoram muito para se recuperar de uma queimadura provocada por uma xícara de café muito quente. - Células basais: que são células-tronco encontradas na periferia do calículo gustatório, próximo à camada de tecido conjuntivo, produzem células de sustentação. → Transdução: As substâncias químicas que estimulam as células receptoras gustativassão chamadas de estimulantes gustativos. A estimulação dos receptores gustativos presentes nas células gustatórias promove a despolarização delas, que estimula a liberação dos neurotransmissores. As moléculas de neurotransmissores liberadas, disparam impulsos nervosos nos neurônios sensitivos de primeira ordem. Eles incluem os dois tipos principais de receptores: os canais dependentes de ligantes (receptores ionotrópicos), como o sabor salgado (sódio) e azedo (H+) e os GPCR (receptores metabotrópicos - acoplados a proteína G). que detectam os sabores doce, amargo e umami. → Fibras nervosas: Três nervos cranianos contém axônios dos neurônios gustatórios de primeira ordem que inervam os canalículos gustatórios. - Nervo facial (VII): inerva os canalículos gustatórios nos dois terços anteriores da língua; (Na realidade ele recebe as informações do nervo corda do tímpano)segunda - Nervo glossofaríngeo (IX): inerva os canalículos gustatórios no terço posterior da língua. - Nervo vago (X): inerva os canalículos gustatórios na garganta e na epiglote. Obs: A informações sensoriais chegam ao córtex gustativo, que está localizado na região parietal do cérebro dão origem à percepção consciente do paladar, e ao sistema límbico 5. Caracterizar os órgãos/estruturas e suas funções, estímulos e receptores envolvidos na olfação → Nariz: É uma das estruturas que participa do processo de olfação. É formado pela pirâmide nasal (a parte que se destaca na face) e pelas fossas nasais (as narinas e o espaço que existe no seu interior). As funções do nariz são olfato, respiração, filtração de poeira, umidificação do ar inspirado, ressonância da voz e aquecer além de recepção e eliminação de secreções dos seios paranasais e ductos lacrimonasal. → Epitélio olfatório: Reveste a área olfatória, situada na parte superior das fossas nasais e responsável pela sensibilidade química da olfação. O epitélio olfatório contém cerca de 10 a 100 milhões de quimiorreceptores da olfação e possui células de sustentação, basais e olfativas, além das glândulas de Bowman. - Células de sustentação: Revestem todo o nariz e fornecem sustentação física, nutrição e isolamento elétrico - Células olfatórias: São neurônios bipolares de primeira ordem da via olfatória que possuem um dendrito exposto e um axônio que se projeta até o bulbo olfatório. Na extremidade dos dendritos expostos tem-se cílios (com presença de receptores olfatórios), os quais são o local onde ocorre a conversão do estímulo em um potencial gerador no receptor sensitivo, produzindo uma resposta olfatória que será conduzida do nervo olfatório (1) até o bulbo olfatório. - Células basais: Células-tronco localizadas entre as bases das células de sustentação. Elas sofrem divisão celular continuamente para produzirem novos receptores olfatórios (neurogênese). A renovação das células olfatórias demora cerca de 1 mês. - Glândulas de Bowman: Presentes na lâmina própria da mucosa, responsáveis por secretar muco que dissolve as substâncias odoríferas para que haja a percepção do odor e faz a limpeza da superfície olfatória → Transdução neuronal: A excitação é direta, a molécula odorífera vai ativar o receptor presente nos cílios, que estão nos dendritos, gerando uma despolarização e conduzindo o estímulo até o córtex olfatório no lobo temporal (percepção consciente) ou até o sistema límbico (respostas emocionais) Obs: as sensações olfativas são as únicas sensações que alcançam o córtex cerebral sem antes fazer sinapses no tálamo → Receptores fásicos: São receptores de adaptação rápida que disparam quando recebem um estímulo, mas param de disparar se a intensidade do estímulo permanecer constante. Os receptores fásicos sinalizam especificamente as alterações em um parâmetro. Assim que o estímulo estiver em uma intensidade estável, os receptores fásicos adaptam-se a esse novo estado e se desligam. Esse tipo de resposta permite que o corpo ignore a informação que foi avaliada e considerada como não ameaçadora à homeostasia ou ao bem-estar. - perfume (olfato) → Receptores tônicos: Os receptores tônicos são receptores de adaptação lenta que disparam rapidamente no início da ativação, depois diminuem e mantêm seus disparos enquanto o estímulo estiver presente. Os barorreceptores sensíveis à pressão, os receptores de irritação e alguns receptores táteis e proprioceptores são classificados nessa categoria. Em geral, os estímulos que ativam os receptores tônicos são parâmetros que devem ser monitorados continuamente no corpo. - dor 6. Descrever a integração entre os sistemas olfativo e gustativo com o sistema límbico → O olfato tem papel primordial no comportamento alimentar, influenciando no apetite, na escolha e na ingestão dos alimentos. O sabor que percebemos quando comemos ou bebemos algo é proveniente de uma combinação entre o olfato e a gustação, denominado olfato retronasal. → Na olfação retronasal, o fluxo de moléculas de odor proveniente da cavidade oral e da faringe entram pela parte de trás do nariz, através das estruturas chamadas coanos. Essas moléculas atingem o epitélio olfatório no momento em que há a movimentação da língua e da faringe durante a mastigação e a deglutição. → Sistema límbico: O sistema límbico é responsável pelo controle do comportamento emocional do sistema nervoso e está envolvido diretamente com a natureza afetivas das percepções sensoriais, existindo assim uma íntima relação entre este sistema e o olfato/gustação, e o produto desta conexão torna o odor/gosto um componente importante para os seres humanos, pois desperta emoções devido à eficácia da memória olfativa. - As principais estruturas do sistema límbico que participam diretamente na percepção dos estímulos olfatórios/gustatatórios são a amígdala e o hipocampo, que respectivamente conferem emoção e memória olfativa/gustativa. - Acredita-se que muitas conexões com o sistema límbico comportamental fazem com que a pessoa desenvolva aversão absoluta para alimentos que tenham lhe causado uma experiência desagradável, como náusea e vômito→ defesa 7. Descrever sobre a acuidade olfativa e gustativa (termos - hipogeusia e hiposmia) → Acuidade: Capacidade de percepção e sensibilidade. A acuidade gustativa é mais baixa, tanto na variedade de estímulos quanto na intensidade, quando comparada com a acuidade olfativa. → Acuidade olfativa: O olfato, como todos os sentidos especiais, tem um limiar baixo. A adaptação (diminuição da sensibilidade) aos odores ocorre rapidamente. As células olfatórias adaptam-se em cerca de 50% no primeiro segundo, ou logo depois da estimulação, mas se adaptam muito lentamente depois disso. Ainda assim, a completa insensibilidade a determinados odores fortes ocorre aproximadamente um minuto após a exposição. Os limiares de detecção do odor são a mais baixa concentração de uma substância química que pode ser detectada. A ampla faixa de limiares mostra a sensibilidade acentuada dos receptores odoríferos. - Alguns exemplos de substâncias detectadas em concentrações muito baixas incluem o sulfito de hidrogênio (0,0005 partes por milhão, ppm), o ácido acético (0,016 ppm), o querosene (0,1 ppm) e a gasolina (0,3 ppm). Na outra extremidade do espectro, algumas substâncias tóxicas são essencialmente inodoras; elas possuem limiares de detecção de odor acima das concentrações letais. Um exemplo é o dióxido de carbono, que é detectável em 74.000 ppm, mas é letal em 50.000 ppm. Obs: Nem todos os indivíduos têm o mesmo limiar de detecção do odor para um determinado odorante. Enquanto uma pessoa pode detectar e reconhecer um odor em uma concentração específica, outra pessoa pode mal notá-lo. → Alterações olfativas: - Anosmia: incapacidade de sentir cheiros - Hiposmia: sensibilidade olfatória diminuída - Hiperosmia: sensibilidade olfatória aumentada - Disosmia/Parosmia: sentido distorcido do olfato - Fantosmia: percepção de um odor que não é real - Presbiomia: declínio da sensibilidade devido a degeneração das células centrais pela idade. Capacidade regenerativa do epitélio olfatóriodiminui (diminuindo a qualidade e intensidade da percepção olfatória). - Cacosmia: sensação de odores desagradáveis Obs: Alterações quantitativas têm relação com a sensação, já as qualitativas têm relação com a percepção. → Acuidade gustativa: Os limiares de concentração de substâncias às quais os botões gustatórios respondem variam com a substância em particular. Substâncias tóxicas, como a estricnina, têm um sabor amargo em concentrações muito baixas, prevenindo sua ingestão acidental, que provoca convulsões fatais. O gosto exibe reações posteriores e fenômenos de contraste que são semelhantes, de certo modo, à visão após imagens e contraste. Alguns desses são “truques” químicos, mas outros podem ser fenômenos centrais verdadeiros. - Uma proteína modificadora de sabor, a miraculina, foi descoberta em uma planta. Quando aplicada na língua, essa proteína faz os ácidos terem gosto doce. - A adaptação completa a um gosto específico pode ocorrer no período de 1 a 5 minutos de estimulação contínua. → Alterações gustativas: - Ageusia: perda da capacidade de sentir sabor - Hipogeusia: redução da sensibilidade gustativa - Hipergeusia: sensibilidade gustatória aumentada - Parageusia/Disgeusia (distúrbio qualitativo): é um termo médico para um mau paladar na boca, sendo a forma mais comum a presença de gosto metálico na comida. - Fantogeusia (distúrbio qualitativo): também conhecido como "gosto fantasma", é a sensação de um sabor na boca, mesmo com a ausência de um alimento. - Presbigeusia: diminuição da gustação em decorrência da idade Obs: Alterações quantitativas têm relação com a sensação, já as qualitativas têm relação com a percepção. 8. Apontar as causas das alterações gustativas e olfativas → Alterações gustativas: - Envelhecimento: os botões gustativos diminuem com a idade - Uso de medicamentos com ação antimuscarínica, anti-histamínicos, antidepressivos: causam xerostomia - Alcoolismo: desidrata as células - Quimioterapia antitumoral e radioterapia na boca - Doenças metabólicas (como diabetes) - Traumas e queimaduras na língua, como a afta - Tabagismo - Infecções virais (p ex: COVID) → Alterações olfativas: - Envelhecimento - Infecções das vias aéreas superiores → Influenza: congestão nasal (obstrução por dilatação dos vasos sanguíneos, impedindo a passagem das moléculas odoríferas) → COVID-19: neurotrópico (ataca os neurônios olfatórios, efeito pode ser prolongado) - Lesões cerebrais traumáticas - Medicamentos com ação antimuscarínica e vasoconstritores (uso crônico, diminuição do fluxo sanguíneo, perda neuronal) - Tabagismo - Doenças neurodegenerativas: destroem o nervo olfatório SP2 - Andando nas nuvens 1. Definir audição, suas funções e importâncias → Conjunto de estruturas que trabalham para captar, amplificar e direcionar a onda sonora (mecânica), para o sistema nervoso central de modo que o som possa ser “experimentado” e interpretado a nível consciente. Funções da Audição: → Percepção de Sons: A função primária da audição é detectar e interpretar os sons do ambiente. Isso inclui desde os sons mais suaves, como sussurros, até sons muito altos, como explosões. → Localização Espacial: A audição permite que identifiquemos a direção e a distância de onde um som está vindo. Isso é essencial para nossa orientação no espaço e para percebermos a proximidade ou distância de objetos e fontes sonoras. → Compreensão da Fala: Através da audição, somos capazes de entender a linguagem falada. Isso é fundamental para a comunicação eficaz, a aprendizagem e a socialização. Importâncias da Audição: → Comunicação: A audição é vital para a comunicação humana. A maioria das interações sociais depende da capacidade de ouvir e compreender a fala. → Alerta e Segurança: A audição nos alerta sobre sons de perigo iminente, como sirenes, buzinas de carro, barulhos de animais perigosos, entre outros. Isso nos permite reagir rapidamente e nos manter seguros. → Desenvolvimento Infantil: A audição é crucial para o desenvolvimento da linguagem em crianças. A exposição a sons e à fala desde cedo é essencial para a aquisição de habilidades linguísticas. → Aprendizagem: Muitos aspectos da educação dependem da audição, como a participação em aulas, a absorção de informações através de palestras e a interação em ambientes educacionais. 2. Termos que descrevem as alterações auditivas, suas causas e prevenção → Hiperacusia: aumento da acuidade auditiva; → Hipoacusia: diminuição da sensitividade da audição, sem no entanto expressar qualquer alteração na qualidade da audição; → Presbiacusia: perda gradual da audição pelo envelhecimento; → Algiacusia: determinados ruídos são percebidos com sensação dolorosa. → Acusia: ausência da audição; → Disacusia: defeito na audição que não pode ser expresso em decibéis. Problema no córtex de integração. Esses pacientes, mesmo que se aumente a intensidade da fonte sonora, não vão conseguir entender perfeitamente o significado das palavras, embora possam ouvi-las. Deficiência da audição do tipo sensório-neural. → Zumbidos, tinido ou acúfenos: são sensações auditivas subjetivas, ou seja, percepção de ruídos sem que haja estímulo sonoro. Atribuem-se à irritação de células sensoriais do órgão de Corti, na orelha interna. → Autofonia: o paciente se queixa de ressonância da própria voz no ouvido. Causas das alterações auditivas: → Surdez de Condução: Se refere ao impedimento da transmissão do som na orelha externa ou média e compromete todas as frequências sonoras. - Causas: a obstrução do canal auditivo externo com cera (cerume) ou corpos estranhos, a otite externa (inflamação da orelha externa, “orelha do nadador”) e a otite média (inflamação da orelha média), provocando acúmulo de líquido e perfuração do tímpano. → Surdez Neurossensorial: O problema está no ouvido interno, em que a transmissão de impulsos nervosos é comprometida em algum lugar entre a cóclea e o córtex auditivo, com dano parcial ou total das células ciliadas da cóclea. O ouvido externo e médio pode estar em perfeito funcionamento, encaminhando adequadamente os sons, mas falta quem codifique os sinais sonoros para o nervo auditivo. Geralmente é irreversível (células ciliadas não se regeneram) - Causas: Alterações congênitas, exposição a sons altos, medicamentos ototóxicos, envelhecimento e traumas cerebrais. → Surdez Mista: Há uma combinação de perda condutiva e neurossensorial, com problemas no ouvido externo e/ou médio e no ouvido interno. → Surdez Central: Resulta de danos no próprio córtex, como poderia ocorrer em um acidente vascular encefálico. Rara de acontecer. O córtex também pode não receber a informação e processá-la. Prevenção: → Evitar inserir qualquer objeto, incluindo hastes flexíveis (cotonetes – nesse caso orientar sobre o uso correto), dentro do canal auditivo (empurra a cera para dentro e entope o canal e/ou danifica o tímpano); → Evitar exposição a ruídos intensos, mas se houver exposição usar proteção individual (protetores auriculares e abafadores)→ diminui a quantidade de decibéis; → Utilize EPIs em trabalhos com intensos ruídos; → Teste da orelhinha para identificar o mais breve possível a possibilidade em RN; → Vacinar contra sarampo e caxumba (podem causar surdez) através da tríplice/tetra viral; → Tratar infecções de ouvido e avaliar a audição com determinada frequência; → Controlar o nível de volume de dispositivos eletrônicos, especialmente fones; → Cuidado ao realizar mergulhos em praias, piscinas, lagos e cachoeiras, pois pode levar a uma otite ou outro problema relacionado ao aparelho auditivo; →Manter as orelhas secas, pois o excesso de umidade nos ouvidos pode facilitar a entrada de microorganismos; → Uso racional demedicamentos ototóxicos e consultas frequentes ao otorrinolaringologista 3. Descrever as estruturas, receptores e funções do sistema auditivo → A orelha é um órgão sensorial especializado em duas funções distintas: audição e equilíbrio. Ela pode ser dividida em orelhas externa, média e interna, com os elementos neurais alojados nas estruturas da orelha internae protegidos por elas. - Orelha externa - pavilhão auricular e meato acústico externo. - Orelha média - membrana timpânica e ossículos (martelo, bigorna e estribo) - Orelha interna - Cóclea (janela oval, rampa do vestíbulo, rampa do tímpano, ducto coclear) + nervo coclear. Orelha externa: → O pavilhão auricular é formado por cartilagens, sua finalidade é coletar as ondas sonoras e dirigi-las para o meato acústico externo. As principais funções deste meato auditivo são: proteção e ressonância sonora. → A proteção é exercida pelomeato acústico externo pela cera produzida por glândulas ceruminosas em sua pele. Esta cera forma uma película sobre a pele, que impede a invasão de microrganismos. Amembrana timpânica separa a orelha externa da orelha média → Quando a onda sonora chega na membrana timpânica ela ressona e transforma a energia física em energia mecânica, e transfere essa para a orelha média. Orelha média: → É uma cavidade cheia de ar do osso temporal que se abre através da tuba auditiva para a nasofaringe; é composta pelos ossículos e dois pequenos músculos esqueléticos → Os ossículos da audição são localizados na orelha média e são conectados entre si por articulações sinoviais; são responsáveis por transformar o estímulo físico em onda mecânica, juntamente com a membrana timpânica. - Martelo: o cabo do martelo se liga à face interna da membrana timpânica; transmite a vibração para a bigorna - Bigorna: é o osso do meio, se articula com o estribo, transmitindo a vibração para o mesmo - Estribo: a base do estribo se encaixa na janela oval, impulsionando-a → A contração reflexa dos pequenos músculos esqueléticos visa diminuir a tensão da vibração - Músculo tensor do tímpano: Limita o movimento e aumenta a tensão no tímpano para evitar danos à orelha interna por ruídos altos. - Músculo estapédio: Ao amortecer grandes vibrações do estribo causadas por ruídos altos, o estapédio protege a janela do vestíbulo, mas também diminui a sensibilidade da audição. - Ambos os músculos ajudam os ossículos a amplificar o som, quando este é muito baixo → A orelha média se conecta com a faringe pelo óstio faríngeo da tuba auditiva que, normalmente, encontra-se fechado. O mesmo se abre durante a mastigação, deglutição e bocejo, pela ação do músculo salpingofaríngeo, para igualar as pressões atmosférica com a pressão da orelha média → A tuba auditiva também é uma rota para patógenos e secreções que saem do nariz e da garganta para a orelha média, causando o tipo mais comum de infecção auditiva→ otite média Orelha interna: → A cóclea é um canal espiral ósseo, que se assemelha a uma concha de caracol, fazendo, aproximadamente, duas voltas e meia. É dividida em três canais: - Ducto coclear: é uma continuação do labirinto membranáceo, preenchido por endolinfa - Rampa do vestíbulo: canal acima do ducto coclear, que termina na janela oval - Rampa do tímpano: canal abaixo do ducto coclear, que termina na janela redonda → Como a rampa do vestíbulo e a rampa do tímpano constituem parte do labirinto ósseo da cóclea, essas câmaras são preenchidas por perilinfa → A rampa do vestíbulo e a rampa do tímpano estão totalmente separadas pelo ducto coclear, exceto por uma abertura no ápice da cóclea: helicotrema → A parede vestibular (membrana vestibular) separa o ducto coclear da rampa do vestíbulo, enquanto a lâmina basilar separa o ducto coclear da rampa do tímpano → Sobre a lâmina basilar, encontra-se o órgão de Corti: lâmina espiral de células epiteliais, incluindo células de sustentação e cerca de 16.000 células ciliadas, que constituem os mecanorreceptores para audição. Existem dois grupos de células ciliadas: as internas, que se dispõem em uma única fileira, e as externas, que organizam-se em três fileiras. É importante ressaltar que as células ciliadas não se regeneram! → Na extremidade apical de cada célula ciliada, encontra-se um feixe ciliado, que consiste em 40 a 80 estereocílios e um cinocílio que se estendem na endolinfa do ducto coclear → Nas extremidades basais, as células ciliadas internas e externas fazem sinapse com os neurônios sensitivos de primeira ordem e com neurònios motores do nervo coclear, um ramo do nervo vestibulococlear → Sobre as células ciliadas do órgão de Corti, existe a membrana tectória, uma membrana gelatinosa flexível. As extremidades dos estereocílios das células ciliadas estão fixadas na membrana tectória, enquanto os corpos celulares das células ciliadas repousam sobre amembrana basilar 4. Caracterizar a amplitude, frequência e localização dos sons → Amplitude: A altura do som é a nossa interpretação da intensidade do som e é influenciada pela sensibilidade auditiva de cada pessoa. A intensidade de uma onda sonora é uma função da altura da onda, ou amplitude. A intensidade é mensurada em uma escala logarítmica, em unidades conhecidas como decibéis (dB). Cada 10 dB de aumento representa um acréscimo de 10 vezes na intensidade do som. O ouvido humano capta níveis de intensidade acústica compreendida entre 0 e 120 dB, sendo 120 dB a intensidade acústica mais forte suportada pelo ouvido humano. → Frequência: Refere-se ao número de ciclos realizados por unidade de tempo. A unidade 1 ciclo/segundo é denominada 1 Hertz (1 Hz). Assim, um som cuja frequência é de 200 Hz é uma onda periódica de pressão que completa 200 ciclos de vibração por segundo. Os limites inferior e superior de percepção de ondas sonoras por seres humanos são, respectivamente, 20Hz e 20.000Hz (ou 20kHz). Os sons percebidos de modo mais agudo pela orelha humana são aqueles provenientes de fontes que vibram em frequências entre 500 e 5.000 Hertz (Hz; 1 Hz = 1 ciclo por segundo) e os sons graves variam de 20 a 100 Hertz. → Localização do som: A determinação da direção de onde o som emana no plano horizontal depende da detecção da diferença no tempo entre a chegada do estímulo nas duas orelhas e a consequente diferença na fase das ondas sonoras dos dois lados; ela também depende do fato de que o som émais alto no lado mais próximo da fonte. Os sons vindos diretamente da frente do indivíduo diferem em qualidade daqueles provenientes de trás, porque cada pina (a porção visível da orelha externa — pavilhão auricular) está ligeiramente sintonizada para frente. →A localização de um som se refere à nossa capacidade de determinar a direção e a distância da fonte sonora em relação a nós. Isso é possível devido à audição binaural, que envolve o processamento do som pelos dois ouvidos. → Processamento Binaural: O cérebro processa as diferenças no tempo de chegada e na intensidade do som em cada ouvido para calcular a localização da fonte sonora. 5. Descrever os testes clínicos e exames para a avaliação da audição Audiometria: → É um exame realizado por um fonoaudiólogo que avalia a capacidade do paciente de ouvir e interpretar sons → Audiometria tonal (exame): Permite determinar os limiares auditivos utilizando fones de ouvido em cabine acústica, e por via óssea, em que o estímulo atinge diretamente a cóclea sem passar pelas orelhas externa e média, através dos ossos do crânio. Avalia a via condutiva e a neurossensorial, a recepção do som, mas não necessariamente a interpretação. → Audiometria vocal (exame): Visa avaliar a capacidade do paciente de compreender, interpretar o que foi escutado. Avalia o córtex integrativo. Prova de Rinne eWeber→ Diapasão → Avaliar a condução óssea e aérea da audição, bem como determinar se a perda é condutiva e sensorioneural. → Teste deWeber: O diapasão é colocado na linha média do crânio. O paciente indica em qual ouvido ouve melhor. - Hipoacusia condutiva: o som será percebido melhor no lado acometido. Pode parecer contraintuitivo – mas acontece, por exemplo, em casos de pacientes que podem estar acumulando excesso de cerume na orelha afetada. Tais pacientes reportam hipoacusia no lado onde ouviram melhor o som do diapasão, porque o cerume, que está provocando a dificuldade na condução aérea do som, aumenta a percepção na condução óssea, pois ajuda na propagação do som. - Hipoacusianeurossensorial: o som será percebido melhor no ouvido normal. Esse diagnóstico é mais fácil, pois o ouvido no qual o paciente se queixa de hipoacusia será também o ouvido a perceber menor passagem de som. → Teste de Rinne: O diapasão é colocado no processo mastóide (condução óssea) e depois próximo ao ouvido (condução aérea). O paciente indica onde o som é mais audível. - Perdas neurossensoriais: teste de Rinne positivo significa que há rebaixamento tanto na via respiratória quanto na via óssea; - Perda condutiva: teste de Rinne negativo, ou seja, a percepção na via óssea é melhor que na via respiratória. Paciente escuta melhor o som do diapasão quando estiver apoiado no mastóide. Imitanciometria: → Imitanciometria, também conhecido como impedanciometria. Esse procedimento avalia a mobilidade do sistema tímpano-ossicular e verifica a presença ou ausência de reflexos acústicos. Ele também fornece dados sobre a integridade da orelha média, sendo fundamental como diagnóstico diferencial - surdez condutiva pode ser identificada. A imitanciometria avalia a flacidez ou rigidez (que chamamos de complacência) da membrana timpânica. O exame é dividido em três etapas: timpanometria, compliância e pesquisa do reflexo estapédico. É rápido, simples e normalmente indolor. Para a preparação, é recomendado apenas que o paciente esteja com os canais auditivos limpos e não ouça sons muito altos horas antes do exame. Bera: → Consiste no registro da atividade elétrica que ocorre no sistema auditivo, da orelha interna até o tronco encefálico, decorrente da apresentação de um estímulo acústico. É um exame objetivo simples e não invasivo para avaliação da integridade das vias auditivas e tem sido amplamente utilizado para a detecção de perdas auditivas em crianças, uma vez que não requer a colaboração do paciente. Permite fazer o diagnóstico de alterações no limiar auditivo, caracterizando o tipo de perda auditiva, identificar alterações retrococleares ou relacionadas ao sistema nervoso central e avaliar a maturação do sistema auditivo central em neonatos. 6. Descrever as estruturas, receptores e as funções que compõem o sistema vestibular → O sistema vestibular se localiza dentro da orelha interna e detecta o movimento da posição da cabeça. O sistema é composto por: - Canais semicirculares (anterior, posterior e lateral): para percepção de acelerações angulares (rotações). Os canais são completamente preenchidos por líquido (endolinfa) e contêm uma dilatação (ampola) com células ciliadas associadas a uma estrutura gelatinosa (cúpula). Os movimentos de rotação do organismo causam o deslocamento do líquido em relação ao canal, resultando em movimentação da cúpula e despolarização das células ciliadas que estimulam o nervo vestibular. São os responsáveis pelo equilíbrio dinâmico. → Canal anterior: detecta o movimento da cabeça para frente e para trás → Canal posterior: detecta o movimento da cabeça no sentido da esquerda para direita e vice-versa → Canal lateral: detecta o movimento de giro da cabeça (movimento horizontal) - No vestíbulo encontram-se os órgãos otolíticos informam a aceleração linear e a posição da cabeça. As paredes tanto do utrículo quanto do sáculo contêm uma região pequena e espessa chamada de mácula. Elas fornecem informação sensorial a respeito da posição da cabeça no espaço e são essenciais para a manutenção da postura e do equilíbrio estático. As máculas também detectam aceleração e desaceleração lineares. Na mácula, acima dos cílios está a membrana otolítica que possui os cristais otólitos que conforme sofrem ação da gravidade defletem os cílios receptores. →Utrículo: responsável pelo deslocamento horizontal. Por exemplo: carro acelerando/desacelerando →Sáculo: responsável pelo deslocamento vertical. Por exemplo: no elevador, subindo/descendo Receptores: → Os receptores do sistema vestibular são mecanorreceptores não neurais, ou seja, células especializadas em detectar estímulo e passar informação para o neurônio sensitivo (vestibulococlear). 7. Definir equilíbrio e seus tipos (relacionar com o sistema vestibular) → O conceito de equilíbrio está associado à ideia de corpo em postura estável, na qual a manutenção da postura é garantida pela interação de diferentes sistemas. Em geral, para que a manutenção do equilíbrio ocorra, os sistemas sensoriais agem de forma a conduzir informações específicas, relacionadas ao posicionamento do corpo no espaço, cabendo ao sistema nervoso central organizar estas informações e controlar a postura corporal tanto estática quanto dinâmica. → Para o equilíbrio é necessária a integração de três sistemas: vestibular (cabeça) + propriocepção (músculos, articulações, pele) + visual. Equilíbrio estático: →Refere-se à capacidade do sáculo e do utrículo de manter o equilíbrio quando o corpo está em repouso ou em movimentos lentos, como ficar em pé, sentar-se ou deitar-se. Isso envolve a percepção da posição da cabeça em relação à gravidade e a capacidade de manter a postura corporal estável nessas condições. Ele ocorre quando a soma das forças que atuam sobre um corpo é nula e não há movimento. Na fisiologia, o equilíbrio estático é importante paramanter a postura e a estabilidade do corpo. Equilíbrio dinâmico: → Refere-se à capacidade do aparelho vestibular de manter o equilíbrio durante movimentos mais rápidos e complexos, como caminhar, correr, girar ou mudar de direção rapidamente. Nesse caso, o aparelho vestibular é responsável por detectar as acelerações e desacelerações da cabeça e do corpo e enviar informações ao cérebro para ajustar os músculos e manter o equilíbrio durante esses movimentos. → Os canais semicirculares são os principais componentes do sistema vestibular responsáveis pela detecção de movimentos angulares da cabeça. Eles enviam informações ao cérebro sobre a aceleração rotacional, permitindo ajustes posturais durante a movimentação. 8. Testes clínicos para avaliar o equilíbrio → Os teste precisam ser feitos em conjunto Romberg: → O teste de Romberg é utilizado para avaliar o reflexo vestibulospinal, as conexões do tronco encefálico e o cerebelo. → Para a sua execução coloca-se o paciente em pé com os calcanhares juntos e as pontas dos pés separadas, braços ao longo do corpo ou estendidos anteriormente na altura dos ombros. Deve-se manter os olhos abertos por 1 minuto, e depois fechá-los por mais 1 minuto. → Interpretação do teste: - Teste normal: indivíduo permanece na posição inicial, sem oscilações que ocasionam queda ou deslocamento do pé - Queda para a frente ou para trás durante o teste relaciona-se com o comprometimento do sistema nervoso central - Oscilações ou queda para as laterais sugerem alterações no sistema vestibular. Get/Timed up and go: → Indicado para avaliação do equilíbrio sentado, transferência de sentado para a posição de pé, estabilidade na deambulação e alterações no curso da marcha sem utilizar de estratégias de compensação. É realizado da seguinte forma: → Solicita-se que o indivíduo levante de uma cadeira alta com encosto reto e descanso para os braços, deambular 3 metros, e voltar e sentar-se novamente. Durante o teste, observam-se a mobilidade, o equilíbrio e a marcha do paciente. Os escores de interpretação são: 1- Normalidade 2-Anormalidade leve 3-Anormalidade média 4-Anormalidade moderada 5-Anormalidade grave → No TIMED UP: feito com cronômetro, os escores e sua interpretação são: ≤ 10 segundos – indivíduo independente sem alterações no equilíbrio e marcha/motora; 11 a < 20 segundos – independente em transferências básicas com baixo risco de quedas; ≥ 20 segundos – dependente em várias atividades de vida diária e na mobilidade com alto risco de quedas. Index-nariz: → De braços estendidos ao lado do corpo, com os olhos abertos e depois fechados, o paciente deverá realizar manobras tocando com a ponta de seu indicador a ponta de seu nariz. É um teste de coordenação de função cerebelar; Quando a lesão é periférica, o desvio é harmonioso e só se verifica com os movimentos do mesmo lado. Naspatologias centrais e cerebelares os erros da manobra são na medida. Dix-hallpike: → É um dos testes dinâmicos da função vestibular que avalia o nistagmo de posição, que seria o movimento rítmico dos olhos em uma direção, desencadeado pelo posicionamento da cabeça. → Nessa manobra, o paciente senta-se ereto em uma maca, de modo que, quando deitado de costas, a cabeça se estenda para além do fim da maca. Com suporte do examinador, o paciente é rapidamente deitado, e a cabeça é estendida para trás abaixo da linha horizontal e rodado para a esquerda. Observam-se a direção e duração do nistagmo, bem como a sensação de vertigem. Volta-se o paciente à posição vertical e a manobra é repetida com a rotação para a direita. Qualquer posição ou manobra que cause nistagmo deve ser repetida para verificar se ele é fatigável. SP3 - Olhos de sogra 1. Descrever as estruturas, receptores e funções do sistema visual → Anatomia externa: o olho é protegido por uma cavidade óssea, a órbita, formada pelos ossos cranianos da face. → As estruturas acessórias associadas ao olho incluem seis músculos extrínsecos, que são músculos esqueléticos que se fixam à superfície externa do bulbo do olho (globo ocular) e controlam os movimentos oculares → Os cílios se projetam a partir da margem de cada pálpebra; e as sobrancelhas atravessam transversalmente a parte superior das pálpebras. As duas estruturas ajudam a proteger o bulbo do olho de objetos estranhos, da transpiração e da incidência direta dos raios solares → As pálpebras superiores e inferiores se encontram na superfície anterior do olho, e o aparelho lacrimal, um sistema de glândulas e ductos, mantém um fluxo contínuo de lágrimas que lavam a superfície exposta, de modo que ela permaneça úmida e livre de partículas. A secreção lacrimal é estimulada por neurônios parassimpáticos do nervo craniano VII. → Aparelho lacrimal: O aparelho lacrimal é um grupo de estruturas que produzem e drenam o líquido lacrimal ou as lágrimas em um processo chamado de lacrimação. As glândulas lacrimais, secretam o líquido lacrimal, que é uma solução aquosa contendo sais, um pouco de muco e a lisozima, uma enzima bactericida protetora. O líquido protege, limpa, lubrifica e umedece o bulbo do olho → Bulbo do olho: anatomicamente, a parede do bulbo consiste em três camadas: túnica fibrosa, túnica vascular e túnica interna Túnica fibrosa: camada mais externa → Córnea: constituída de um tecido transparente; recobre a parte da frente do olho; tem a função de focalizar a luz, visto que funciona como uma lente sobre a íris e a pupila e tem o poder de refração para que os raios sejam focalizados na retina; é avascular e é nutrida pelo humor aquoso (posteriormente). → Esclera: é a parede externa do bulbo do olho e é constituída de tecido conjuntivo. Possui a função de fornecer proteção para as estruturas internas mais delicadas do bulbo do olho, enquanto também ajuda a manter o seu formato contra a pressão no olho, sendo uma estrutura pouco vascularizada. → Na junção entre a esclera e a córnea encontra-se uma abertura conhecida como seio venoso da esclera (ou canal de Schlemm). Um líquido chamado de humor aquoso é drenado para este seio. Este canal regula a pressão intraocular e quando obstruído, pode ser uma das causas do glaucoma. → Conjuntiva: é uma membrana mucosa, fina e transparente que recobre a esclera e as pálpebras internamente; tem a função de proteger a superfície ocular de agentes externos e manter a lubrificação ocular, uma vez que o muco produzido pela conjuntiva ajuda a evitar o ressecamento do olho Túnica vascular: camada intermédia; é conhecida também como trato uveal, sendo composta pela íris, pelo corpo ciliar e pela coróide. Em casos de inflamação dessa estrutura, vai ser denominado como uveíte. → Coróide/Corióide: camada altamente vascularizada, que é a parte posterior da túnica vascular, reveste a maior parte da face interna da esclera. Seus vasos sanguíneos numerosos fornecem nutrientes para a face posterior da retina. A coróide contém melanócitos que produzem o pigmento melanina. A melanina na coróide absorve os raios solares dispersos, evitando a reflexão e a dispersão de luz dentro do bulbo do olho. → Corpo ciliar: é uma extensão da coróide; realiza a secreção do humor aquoso: fluido transparente que preenche a câmara anterior e posterior do olho, com a função de nutrir a córnea e o cristalino. Realiza também a acomodação do cristalino: a contração ou o relaxamento do músculo ciliar modifica a tensão das fibras zonulares, alterando o formato da lente e adaptando-a para a visão de perto ou de longe (ajusta o foco). → Íris: É responsável por controlar a quantidade de luz que entra no olho, sendo o diafragma contrátil com a abertura central da pupila. Vai atuar como um marco anatômico para separação entre as câmaras anterior e posterior, sendo derivado da extensão anterior do corpo ciliar → Pupila: Permite que as pessoas enxerguem mesmo com as variações de luminosidade. Assim, se está muito claro ela se fecha para entrar menos luz no olho; se está mais escuro, ela se abre para favorecer a visão. - Fibras musculares lisas circulares (músculo esfíncter da pupila): regula a quantidade de luz que passa através da lente; Quando o olho é estimulado por uma luz brilhante, a parte parassimpática do SNA provoca a contração do músculo esfíncter da pupila, que diminui o tamanho da pupila (constrição)→Miose - Fibras musculares radiais (músculo dilatador da pupila): quando o olho precisa se ajustar à luz fraca, a parte simpática do SNA provoca a contração do músculo dilatador da pupila, o que aumenta o tamanho da pupila (dilatação)→Midriase → Cristalino/Lente: Lente transparente e flexível, com consistência gelatinosa e elástica, que está localizada atrás da pupila, dentro de uma cápsula. Direciona os raios de luz para a fóvea, na retina. Focaliza a luz que entra na pupila e forma as imagens na retina. Túnica interna: camada mais interna → A porção posterior maior do bulbo ocular é a câmara vítrea, que fica entre a lente e a retina. Dentro do segmento posterior, há uma substância gelatinosa transparente, o humor vítreo, que mantém a retina rente à coroide, dando àquela uma superfície uniforme para a recepção de imagens nítidas. É constituído principalmente de água mais fibras colágenas e ácido hialurônico. → Retina: é um tecido altamente inervado que recobre internamente o olho até o corpo ciliar, sendo dividida em 3 camadas. → Camada de células ganglionares: são os primeiros fotorreceptores a receberem a luz vinda do cristalino, sendo esses neurônios os únicos de saída da retina, pois seus axônios se juntam e formam o nervo óptico (II). Nestas há o pigmento melanopsina que está relacionado com o ciclo circadiano. - O nervo óptico segue para o córtex visual, no lobo occipital. É a estrutura responsável por fazer a ligação entre o olho e o cérebro. - Funcionam apenas para a condução dos raios luminosos, e não para a formação da imagem em si. - A ação fotorreceptora da célula ganglionar é exclusiva do ciclo circadiano. → Camada de neurônios bipolares: formada por células bipolares, os quais são responsáveis por fazer a conexão entre outros neurônios. São também chamados de interneurônios - Presença das células horizontais, que conectam as células fotorreceptoras entre si, e das células amácrinas, que conectam as células ganglionares umas às outras e também fazem conexões nos terminais das células bipolares. → Camada de receptores: é a que possui os fotorreceptores, chamados de bastonetes e cones - Os cones são os responsáveis pela visão precisa, central e detalhada e pela visão em cores, estando agrupados principalmente na mácula. Três tipos de cones estão presentes na retina: cones azuis, que são sensíveis à luz azul, cones verdes, que são sensíveis à luz verde e cones vermelhos, que são sensíveis à luz vermelha. A combinação de todos geram a visão colorida, e a perda produz cegueira; a lesão em algum desses cones gera daltonismo. O fotopigmento é a iodopsina, que detectafótons em diferentes frequências, permitindo assim a visualização das cores. - Os bastonetes permitem enxergar tonalidades de cinza com pouca luz (noite); estão ausentes na fóvea central e mácula; são abundantes na periferia da retina. São muito sensíveis à luz, visto que um único fóton é suficiente para evocar resposta. Os bastonetes permitem a visão em condições de pouca luminosidade (visão escotópica). Seu fotopigmento é a rodopsina, que responde à luz da mesma forma em todas as frequências e não permite distinguir cores. A rodopsina é formada por duas moléculas: o retinal e a opsina, sendo que o retinal é dependente de vitamina A (fundamental para a visão - cegueira noturna). → Fóvea central: constitui a área de maior acuidade/resolução visual, visto que é nessa região que estão concentrados em maior quantidade os cones, enquanto os bastonetes se concentram em sua periferia (ao lado da fóvea central). - Percebe-se que o conjunto de células (ganglionares, bipolares…) foi deslocado para o lado e, desse modo, os fotorreceptores ficam expostos, o que faz com que a luz atinja diretamente os receptores da fóvea → Estrato pigmentoso da retina: é uma lâmina de células epiteliais que contêm melanina localizada entre a coróide e a parte neural da retina. A melanina no estrato pigmentoso da retina, como na coróide, também ajuda a absorver os raios de luz dispersos. 2. Definir e caracterizar os tipos de alterações da visão → Miopia: É um erro refrativo comum no qual o eixo ocular (distância da superfície posterior da córnea até a retina) está aumentado em relação ao poder refrativo (objetos no infinito formam-se num plano na frente da retina). E está associada a ocupações que necessitam de grande esforço acomodativo. Dificuldade de enxergar de longe, visto que o globo ocular é alongado ou córnea muito curva. → Hipermetropia: é a dificuldade de enxergar de perto, sendo caracterizada pela visão desfocada. É considerada como o oposto da miopia, que é a dificuldade de enxergar de longe. A grande causa da hipermetropia é quando o globo ocular é um pouco mais achatado ou a córnea mais plana, que pode ser em decorrência de fatores genéticos. Assim, a imagem acaba se formando depois da retina. → Astigmatismo: Em um olho com astigmatismo, a córnea tem uma curvatura irregular, com um formato mais ovalado. Isso faz com que a luz se refrate de forma desigual, resultando em uma visão distorcida, embaçada ou desfocada tanto de perto quanto de longe. → Presbiopia: À medida que um indivíduo envelhece, a lente começa a perder as suas propriedades elásticas intrínsecas (músculo ciliar) e se torna menos responsiva e vai perdendo a capacidade de focalizar objetos próximos. Sendo assim, a presbiopia se caracteriza pela perda do poder de acomodação da lente ("vista cansada") → Daltonismo: é uma condição hereditária em que a pessoa tem dificuldade em distinguir certas cores, principalmente entre o vermelho e o verde. As pessoas com daltonismo podem ter dificuldade em diferenciar tons de vermelho e verde, o que pode afetar atividades como identificar sinais de trânsito. 3. Relacionar diabetes e as alterações da visão (fisiopatologia e manifestações clínicas) → Diabetes: É uma doença caracterizada por hiperglicemia crônica sustentada que pode levar a complicações microvasculares e macrovasculares (tecido coróide); leva a redução da fluidez sanguínea ("sangue grosso"), gerando um quadro de hipóxia e possível ruptura dos vasos (extravasamento). A pressão intraocular sempre será aumentada. → Retinopatia diabética: Repetidas exposições a níveis elevados de glicose no sangue fazem com que as paredes dos vasos sanguíneos pequenos, mesmo os da retina, fiquem debilitadas e faz com estes vasos sejam mais propensos a lesões. A lesão dos vasos sanguíneos da retina provoca derrames de sangue e de fluido na própria retina. Geralmente ocorre a formação do glaucoma juntamente com a retinopatia, por conta do aumento da pressão intraocular. - Não proliferativa: tende a anteceder a proliferativa. Os vasos sanguíneos pequenos da retina extravasam fluido ou sangue e podem surgir pequenas saliências. Áreas da retina afetadas pelo derrame podem inchar, causando danos a áreas do campo de visão. Manifestações clínicas: pontos cegos, visão embaçada, edema de mácula, mas é comum ser assintomática. - Proliferativa: ocorre depois da não proliferativa e é mais grave, a lesão na retina estimula o crescimento de novos vasos sanguíneos que crescem de forma anômala (ficam na frente da retina e, assim, a luz não consegue passar adequadamente), provocando algumas vezes sangramento (hemorragia) ou cicatrizes. Cicatrizes significativas podem causar o descolamento da retina (em decorrência da pressão exercida pelos vasos e pelo excesso de líquido). É mais comum levar a perda de visão do que a não proliferativa, podendo também resultar em cegueira total. Manifestações clínicas: visão embaçada, perda de visão repentina, pontos flutuantes, indolor, → Glaucoma: Degeneração de células nervosas da via visual. É uma doença que atinge diretamente o nervo óptico (compressão) dos olhos e envolve, de forma clara, a perda de células da retina que são responsáveis por enviar impulsos nervosos ao cérebro. Está relacionada com o aumento da pressão intraocular. Devido a diabetes (hiperglicemia; sangue mais viscoso), os vasos sanguíneos são afetados, chegando menos oxigênio e nutrientes ao nervo óptico, o que facilita o desenvolvimento do glaucoma. Manifestações clínicas: visão embaçada, diminuição no campo de visão, dor intensa no olho, aumento da pupila, vermelhidão nos olhos, dificuldade para enxergar no escuro, sensibilidade excessiva à luz. - A retinopatia diabética proliferativa pode causar o glaucoma neovascular (mais avançado), no qual ocorre a obstrução do canal responsável pela drenagem do humor aquoso. É uma forma mais grave de glaucoma que pode levar à cegueira em poucos dias. → Catarata: Por conta da hiperglicemia, os níveis de açúcar no humor aquoso são elevados. Uma enzima do cristalino, que é banhado por esse líquido, vai ser capaz de converter essa glicose em uma substância chamada sorbitol, e seu acúmulo levará a destruição de células e proteínas do cristalino, fazendo com que fique opaco e se forme a catarata. → Amaurose: É o termo técnico para denominar a cegueira, a perda da visão. Podendo ser de forma parcial ou total. A amaurose pode acometer um olho (unilateral) ou os dois olhos (bilateral). Os pacientes com amaurose fugaz (transitória) se queixam de perda repentina da visão que pode durar de 1 a 30 minutos, dependendo da causa. Ocorre principalmente em pacientes acima dos 50 anos que têm fatores de risco vasculares incluindo hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, etc. → Rubeose: Vermelhidão anormal no fundo do olho que resulta de neovascularização e que está muitas vezes associada à diabetes. Manifestação típica da retinopatia diabética proliferativa → Hemorragia vítrea: Trata-se de um sangramento na parte interna e posterior do olho. As causas mais comuns de hemorragia vítrea são: trauma ocular, retinopatia diabética, descolamento do vítreo, rotura e/ou descolamento de retina e doenças vasculares da retina que causam crescimento de vasos sanguíneos anormais (neovascularização) dentro do olho. 4. Citar e brevemente descrever o papel de políticas públicas para deficientes visuais → Programa Escola Acessível: A proposta é tornar as escolas preparadas para receber todos os alunos. Para isso, o programa promove a acessibilidade ao ambiente escolar por meio de salas com recursos multifuncionais e adequação do espaço físico para atender estudantes com deficiência. → Dia do Deficiente Visual: É celebrado em 13 de dezembro, foi criado com a finalidade principal de diminuir o preconceito e a discriminação. → Cão-Guia (Lei 11.126): É assegurado à pessoa com deficiência visual acompanhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos abertos ao público, de uso públicoe privados de uso coletivo. → Braille: O sistema braille, utilizado universalmente na leitura e na escrita por pessoas cegas → Lei nº 5.879: Dispõe sobre a obrigatoriedade de sinalização tátil, sonora e visual, nas dependências de prédios, ruas e semáforos, a fim de possibilitar acessibilidade aos deficientes visuais e auditivos → Lei Brasileira de Inclusão (LBI): Lei nº 13.146/2015, tem como objetivo assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Assegura a aposentadoria especial, isenção de impostos e taxas (IPVA e IPTU), desconto na compra de veículos, assistência em voos, gratuidade no transporte público, estendida ao acompanhante, atendimento preferencial garantido em todo território nacional e etc. → Teste do Olhinho: O teste do olhinho previne e diagnostica doenças como a retinopatia da prematuridade, catarata congênita, glaucoma, retinoblastoma, infecções, traumas de parto e a cegueira. → Os locais de espetáculos, conferências, aulas e outros de natureza similar deverão dispor de 57 espaços reservados para pessoas que utilizam cadeira de rodas, e de lugares específicos para pessoas com deficiência auditiva e visual, inclusive acompanhante, de acordo com a ABNT, de modo a facilitar-lhes as condições de acesso, circulação e comunicação. 5. Relacionar a visão com o ciclo circadiano → O ritmo circadiano é a maneira pela qual nosso organismo se adapta à duração do período claro (dia) e do período escuro (noite), de forma a sincronizar as funções fisiológicas com a duração de um dia (24 horas). É regulado pelo núcleo supraquiasmático, localizado no hipotálamo O núcleo supraquiasmático recebe "pistas" da natureza (temperatura, umidade, pressão atmosférica e luminosidade): → Ao escurecer, a ausência de luz faz com que as células ganglionares não sejam estimuladas e não liberem neurotransmissores inibitórios, consequentemente, o núcleo supraquiasmático induz a produção de melatonina pela glândula pineal. - A melatonina é o hormônio responsável por sinalizar o início do sono e sua duração e, assim, iniciando uma cascata de eventos fisiológicos justamente para preparar o organismo para o repouso. - A serotonina é precursora para a síntese de melatonina. O triptofano é o aminoácido essencial para a produção de serotonina e, consequentemente, de melatonina. → Durante o dia, a luz estimula amelanopsina presente nas células ganglionares da retina que inibem os neurônios do núcleo supraquiasmático, inibindo assim, a produção de melatonina pela glândula pineal. Enquanto isso, o cérebro envia estímulos para as glândulas suprarrenais para aumentarem a produção de cortisol para deixar o corpo mais alerta e aumentar a vigília durante o dia. SP4 - Até onde eu sei 1. Definir somestesia, consciência, inconsciência, dor e propriocepção → Somestesia: Capacidade de reconhecer, entender e compreender os estímulos do meio externo e interno, incluindo informações referentes ao meio ambiente ou ao próprio corpo, através da percepção tátil, da dor, da temperatura e da pressão. É dividido em epicrítico, que representa o tato fino, e protopático, relacionado aos estímulos grosseiros. - Tato fino (epicrítico): é provocado por receptores cutâneos mais superficiais; grande acuidade – pequeno campo receptivo e grande densidade. - Tato grosso (protopático): provocado por receptores cutâneos mais profundos; pequena acuidade – grande campo receptivo e pequena densidade. → Consciência: Refere-se ao reconhecimento da realidade externa e de si mesmo em determinado momento e a capacidade de responder a estímulos voluntários de maneira consciente, fazendo com que haja percepção de si mesmo e da sua relação com o ambiente. É o estado de lucidez em que a pessoa se encontra, podendo apresentar alterações que variam da consciência plena ao coma. Normalmente, o cérebro pode ajustar rapidamente os seus próprios níveis de atividade e de consciência, conforme necessário. Tem-se níveis para classificar a consciência: → Inconsciência: É uma situação em que há uma supressão das funções cerebrais, variando o estupor ao coma. Estado de espírito que não permite mais ter consciência do meio externo e ausência de atividade cognitiva. → Dor: De acordo com a International Association for the Study of Pain (2019), “a dor é uma experiência sensorial e emocional aversiva tipicamente causada por ou semelhante a uma lesão tecidual real ou potencial” → Propriocepção: Definida como a consciência do movimento e posição do corpo no espaço, seria o “senso de posição e movimento de uma parte do corpo relativa à outra parte do corpo”. Pode ser consciente ou inconsciente. 2. Descrever a Escala de Glasgow e relacionar com com o nível de consciência → A Escala de Coma de Glasgow (ECG) foi criada em 1974 e combina os principais indicadores-chave de gravidade de uma lesão neurológica de uma forma simples, e visa avaliar o nível de consciência dos pacientes de maneira prática e confiável, além de possuir as vantagens de fácil aplicação e reprodutibilidade. → Na escala original, a análise da gravidade do comprometimento neurológico era baseada em três critérios: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora, os quais são pontuados individualmente e sua soma varia de 03 a 15, caracterizando o paciente com lesão leve, moderada ou grave. - Abertura ocular: varia de 1 a 4 pontos - Resposta verbal: varia de 1 a 5 pontos - Resposta motora: varia de 1 a 6 pontos - Reatividade pupilar: varia de 0 a -2 pontos → Após avaliação e pontuação de todos os critérios, a fórmula aplicada é: - Pontuação final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – Reatividade Pupilar [0 a 2] → Grau de lesão de acordo com a pontuação: - Entre 13 e 15 – LEVE; - Entre 9 e 12 – MODERADA; - Entre 3 e 8 – GRAVE; - Menor que 4: COMA PROFUNDO - Menor que 3 – ESTADO VEGETATIVO; → ATENÇÃO: Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 é indicativo de intubação orotraqueal! → Deve-se identificar fatores que podem interferir na capacidade de resposta do paciente. É importante considerar na sua avaliação se ele possui alguma limitação anterior ou devido ao ocorrido que o impede de reagir adequadamente naquele tópico, como por exemplo um paciente surdo, que não poderá reagir normalmente ao estímulo verbal. Se algum fator impede o paciente de realizar a tarefa é marcado como "não testável" (NT). É importante ressaltar que ao realizar a Escala de Glasgow o paciente não pode estar sedado. 3. Explicar o SNC no processo de atenção, de manutenção da atenção, de memória e de repouso Repouso: → A atividade no estado de repouso inclui algumas regiões que estão bastante quietas e outras que estão surpreendentemente ativas. No encéfalo “em repouso”, uma rede de áreas encefálicas está em atividade, fazendo coisas como o monitoramento de modo difuso do ambiente e o processamento dos devaneios. → As áreas encefálicas que apresentam maior atividade durante o estado de repouso do que durante a execução de tarefas comportamentais incluem o córtex pré-frontal medial, o córtex cingulado posterior, o córtex parietal posterior, o hipocampo e o córtex temporal lateral; → Juntas, essas áreas recebem a denominação de rede neural emmodo padrão ou rede padrão, para indicar que o encéfalo apresenta atividade nesse grupo de áreas interconectadas quando não está engajado em alguma tarefa específica. → A rede neural em modo padrão está em atividade quando a nossa atenção não existe, porém retornamos mediante a qualquer estímulo sensorial, ocorrendo mudanças no foco de atenção. → A rede padrão é explicada por duas hipóteses: - Hipótese da Sentinela: A ideia é que, mesmo quando estamos em repouso, devemos monitorar/prestar atenção no ambiente de modo amplo. Os estímulos visuais e auditivos são os principais que tiram o cérebro do modo padrão e rapidamente se foca na fonte do estímulo. Essa hipótese se relaciona com um estado de defesa/proteção. - Hipótese daatividade mental interna: Estabelece que a rede no modo padrão seja a base do pensamento e da recordação, o tipo de devaneio que fazemos enquanto estamos sentados e quietos. A pessoa não presta atenção em nada, ou seja, não possui foco direcionado para uma atividade. OBS: As duas hipóteses podem acontecer ao mesmo tempo, bem como podem alternar entre si→ hipótese geral Atenção: → Atenção exógena/de baixo para cima: quer dizer do externo para o interno, ela é ativada por um estímulo sensorial. O estímulo atrai nossa atenção sem qualquer consideração cognitiva, de modo que, inconscientemente, desviamos a atenção para o que destoa do resto. Exemplo: contraste de uma cor distinta em uma imagem monocromática. - O sistema visual é predominante para chamar a nossa atenção! → Atenção endógena/de cima para baixo: a atenção é direcionada pelo encéfalo de modo deliberado para algum objeto ou lugar, o que funciona como um objetivo comportamental. OBS: A atenção endógena é você quem direciona o seu foco e a sua atenção, já a atenção exógena é quando algo te “força” a direcionar a sua atenção. → Atenção disfarçada/de canto de olho: deslocar a atenção para objetos projetados em partes da retina fora da fóvea. Portanto, nosso olhar não revela para que lado nossa atenção está desviada. - Exemplo: você está prestando atenção a uma única conversação. Às suas costas, você ouve alguém mencionar seu nome e decide escutar discretamente. Sem voltar-se, você começa a focar sua atenção nessa outra conversação para descobrir o que estão falando de você. → Mapa de saliência: Um mapa de saliências mostra as localizações de características notáveis/que se destacam. O primeiro estágio no modelo do mapa de saliências consiste em mapas de características individuais, que localizam áreas de alto grau de contraste nas características. Grande relação com atenção exógena. - Exemplo: quando usamos marca-textos coloridos que direcionam a atenção para palavras-chave em um resumo de uma matéria. → Mapa de prioridades: Mostra localizações para onde a atenção deve ser dirigida com base na saliência dos estímulos e nas informações cognitivas. Grande relação com atenção endógena. - Exemplo: Seleção do conteúdo de estudo de modo cognitivo OBS: O mapa de saliência ajuda na formação do mapa de prioridades (a saliência chama a nossa atenção exógena, e por mantermos e direcionarmos o foco naquilo, começamos a utilizar a atenção endógena pela saliência ter colocado nosso foco naquilo). Manutenção da atenção: → Sistema de ativação ascendente (SAA): é uma rede de neurônios originários do segmento da ponte superior e do mesencéfalo, que acredita-se ser parte integrante da indução e manutenção do estado de alerta. Esses neurônios se projetam para estruturas no diencéfalo, incluindo o tálamo e o hipotálamo, e daí para o córtex cerebral. O SAA estimula o córtex a manter o cérebro excitado por meio de neurotransmissores monoaminérgicos como histamina, orexina, noradrenalina, dopamina e serotonina, o que nos mantém em estado de vigília (alerta). Memória: → O aprendizado e a memória são essencialmente adaptações da circuitaria encefálica ao ambiente ao longo de toda a vida. Memória é a retenção da informação aprendida. Aprendemos e lembramos de muitas coisas diferentes, e é importante darmo-nos conta de que cada uma dessas coisas pode não ser processada e armazenada pela mesma maquinaria neural. Não existe uma única estrutura encefálica ou apenas um mecanismo celular capaz de, individualmente, dar conta de tudo que se aprende. Além disso, a forma como determinado tipo de informação é armazenada pode mudar com o tempo. Para recordar os itens, a antiga técnica de fazer associações com objetos familiares pode ser utilizada por qualquer um de nós. ‘’’4. Caracterizar os receptores, estímulos e estruturas da propriocepção → As sensações proprioceptivas surgem em receptores denominados proprioceptores. Esses proprioceptores presentes nos músculos (principalmente músculos posturais) e tendões nos informam sobre o grau de contração muscular, a tensão nos tendões e as posições das articulações. Os proprioceptores também permitem a discriminação de peso. → A propriocepção em conjunto dos sistemas visuais e auditivos ajudam a manter o equilíbrio → Como a maioria dos proprioceptores se adapta lenta e apenas ligeiramente, o encéfalo recebe continuamente os impulsos nervosos relacionados à posição de diferentes partes do corpo e faz ajustes para garantir a coordenação. Fuso neuromuscular: São mecanorreceptores localizados no ventre muscular do músculo estriado esquelético e apresentam formato fusiforme, sendo mais largos no meio e mais finos nas extremidades. Apresentam a função de informar as variações de comprimento muscular (alongamento e encurtamento) e a velocidade dessas variações. São inervados por axônios do grupo II, os quais são os mais grossos e mielinizados (fibras tipo A) do corpo, o que significa uma condução muito rápida dos potenciais de ação. Órgão tendinoso de Golgi: São mecanorreceptores proprioceptivos associados com a fibra de um tendão perto da junção entre o músculo e o tendão. São ativados por um aumento na tensão do tendão, causado pela contração do músculo ou pelo estiramento passivo do tendão. Têm a função de informar o grau de tensão que está sendo imposto pelo músculo sobre o tendão (se o músculo traciona, o ventre muscular traciona e o tendão traciona o osso) e, além disso, servem para regular a flacidez e o ativamento, informando até que ponto é possível tracionar e relaxar, sem perder a movimentação, mantendo o equilíbrio. Receptores cinestésicos articulares: Mecanorreceptores presentes dentro e ao redor das cápsulas articulares das articulações sinoviais. Terminações nervosas livres e mecanorreceptores cutâneos do tipo II nas cápsulas das articulações respondem à pressão, enquanto os pequenos corpúsculos lamelares no tecido conjuntivo ao redor das cápsulas articulares respondem à aceleração e à desaceleração das articulações durante os movimentos. PROPRIOCEPTORES LOCALIZAÇÃO ESTÍMULO ADAPTAÇÃO Fusos musculares As terminações nervosas sensitivas envolvem a área central das fibras musculares intrafusais encapsuladas na maioria dos músculos esqueléticos. Comprimento do músculo. Lenta. Órgãos tendinosos de Golgi A cápsula envolve as fibras colágenas e as terminações nervosas sensitivas na junção do tendão e do músculo. Tensão muscular. Lenta. Receptores cinestésicos articulares Corpúsculos lamelares, corpúsculos bulbosos, órgãos tendinosos e terminações nervosas livres. Posição e movimento das articulações. Rápida. 5. Caracterizar os receptores, localização, estímulos e estruturas do tato → O tato inclui toque, pressão, vibração, prurido e cócegas. As sensações de tato, pressão e vibração são mediadas por diversos tipos de mecanorreceptores encapsulados. Já outras sensações táteis, como prurido e cócegas, são detectadas por terminações nervosas livres. → Existem dois tipos de receptores táteis de adaptação rápida, um para o toque discriminativo e o outro para o toque não discriminativo Corpúsculos de Meissner: São receptores para o tato discriminativo, que estão localizados nas papilas dérmicas da pele glabra (mais superficiais). Como os corpúsculos táteis são receptores de adaptação rápida, eles geram impulsos nervosos principalmente no início de um toque; esses corpúsculos são abundantes nas mãos, nas pálpebras, na ponta de língua, nos lábios, nas papilas mamárias, nas plantas dos pés. Corpúsculos de Ruffini: Estão localizados na derme da pele, principalmente nos dedos. Eles respondem a pressão para esticar a pele adjacente. Esses receptores são importantes em responder ao tato não discriminativo contínuo ou pressão profunda. São de adaptação lenta e estão em uma camada mais profunda da pele. Corpúsculos de Pacini: Os corpúsculos de Pacini, respondem à vibração (alta frequência), são um dos maiores receptores do corpo, são constituídos de terminações nervosas encapsuladas em camadas de tecido conectivo.Eles são encontrados nas camadas subcutâneas da pele e nos músculos, nas articulações e nos órgãos internos. Os corpúsculos de Pacini são receptores fásicos de adaptação rápida, e esta propriedade permite que eles respondam a um estímulo tátil, mas logo o ignore. Discos de Merkel: Discos táteis, mais complexos que as terminações nervosas livres. Estão distribuídos pelas camadas basais da epiderme, superficiais à membrana basal. Respondem a sensações de tato fino discriminativo e pressão superficial, e são de adaptação lenta. Termorreceptores: São terminações nervosas livres na superfície da pele. Duas sensações térmicas distintas – frio e calor – são detectadas por diferentes receptores. - Receptores de frio: estão localizados na camada basal da epiderme e estão ligados a fibras tipo A mielinizadas de diâmetro médio, embora alguns se conectem a fibras C amielínicas de diâmetro pequeno. Temperaturas entre 10° e 35°C ativam os receptores de frio. - Receptores de calor: não são tão abundantes quanto os receptores de frio, estão localizados na derme e estão ligados a fibras C amielínicas de pequeno diâmetro; eles são ativados por temperaturas entre 30 e 45°C. Nociceptores/Terminações nervosas livres: Os nociceptores, os receptores de dor, são terminações nervosas livres encontradas em todos os tecidos do corpo, exceto no encéfalo. Estímulos térmicos/físicos, mecânicos ou químicos intensos podem ativar os nociceptores. A irritação ou a lesão tecidual liberam substâncias químicas como prostaglandinas, cininas e íons potássio (K+) que estimulam os nociceptores. A dor pode persistir mesmo após a remoção do estímulo doloroso porque as substâncias químicas que medeiam a dor permanecem e esses receptores apresentam pouca adaptação. RECEPTORES LOCALIZAÇÃO ESTÍMULO ADAPTAÇÃO Termorreceptores de frio e calor Terminações nervosas livres na pele e nas membranas mucosas da boca, vagina e ânus. Quente ou frio Inicialmente rápida, depois lenta Nociceptores Terminações nervosas livres em todos os tecidos do corpo, exceto no encéfalo. Dor. Lenta. → Campo receptivo: Os neurônios somatossensoriais são ativados pelos estímulos que ocorrem dentro de uma área física específica, conhecida como campo receptivo do neurônio. Por exemplo, um neurônio da pele sensível ao tato responde à pressão que ocorre dentro do seu campo receptivo. Cada receptor responde a uma determinada área que faz com que às vezes, mesmo tendo dois estímulos, há a percepção de apenas um. A sensibilidade somestésica depende de dois fatores: tamanho e densidade dos campos receptivos: quanto menor o campo receptivo e maior a densidade, maior será a acuidade espacial, isto é, será mais fácil de identificar o que está acontecendo. No entanto, quanto maior o campo e menor a densidade, menor será a acuidade. APF - SP4 01) O nível de consciência é um importante parâmetro a se avaliar em pacientes de trauma e emergência, pois informa a capacidade do indivíduo de reconhecer o meio externo e a si mesmo, como também a capacidade de responder a estímulos. Sobre a avaliação da consciência, analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta: I. A Escala de Glasgow é utilizada para avaliar o nível de consciência do paciente, principalmente em casos em que ocorreu alguma lesão neurológica. A abertura ocular, resposta verbal, resposta motora e reatividade pupilar são os parâmetros observados e avaliados pelo profissional de saúde para obter uma pontuação, e assim saber os passos para a conduta do tratamento/cuidado desse paciente. PORQUE II. A pontuação é obtida através da soma dos pontos correspondentes às respostas em cada parâmetro, sendo a pontuação máxima 15 e a mínima 3. Em pontuações maiores ou iguais a 10, indica-se a intubação orotraqueal do paciente, sendo sua lesão classificada como grave, e em pontuações menores ou iguais a 8, considera-se uma lesão leve, sem a necessidade de muitos cuidados. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 02) A atividade no estado de repouso inclui algumas regiões que estão bastante quietas e outras que estão surpreendentemente ativas. No encéfalo “em repouso”, uma rede de áreas encefálicas está em atividade, fazendo coisas como o monitoramento de modo difuso do ambiente e o processamento dos devaneios. Sobre o assunto, assinale a proposição correta. I. A rede neural em modo padrão compreende apenas a região do córtex pré frontal medial no qual está em atividade quando a nossa atenção não existe, porém retornamos mediante a qualquer estímulo sensorial, ocorrendo mudanças no foco de atenção. PORQUE II. A rede padrão é explicada por duas hipóteses: A de sentinela que mesmo quando estamos em repouso, devemos monitorar/prestar atenção no ambiente de modo amplo. E a hipótese da atividade mental interna que estabelece que a rede no modo padrão seja a base do pensamento e da recordação. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 03) A atenção pode ser definida como a capacidade do indivíduo responder predominantemente os estímulos que lhe são significativos em detrimento de outros. Nesse processo, o sistema nervoso é capaz de manter um contato seletivo com as informações que chegam através dos órgãos sensoriais, dirigindo a atenção para aqueles que são comportamentalmente relevantes e garantindo uma interação eficaz com o meio. Com base no tema, avalie as asserções abaixo e a relação proposta entre elas. I. Ao realizarmos atividades rotineiras, por vezes cansativas, nos deparamos com lapsos, caracterizados como pequenos devaneios, que promovem esquecimentos de ações automáticas pontuais executadas. No entanto, pequenos estímulos, podem rapidamente transfigurar o processo de devaneio para o foco. Isso ocorre devido a função cognitiva chamada atenção exógena. PORQUE II. A atenção exógena, ou atenção de baixo para cima é ativada por um estímulo sensorial. O estímulo atrai nossa atenção sem qualquer consideração cognitiva, de modo que, inconscientemente, desviamos a atenção para o que destoa do resto. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 04) A somestesia refere-se à capacidade de reconhecer e compreender estímulos do meio ambiente e também do próprio corpo, por meio da percepção tátil, de pressão, de dor e de temperatura. Sabendo que a dor faz parte dos sentidos somatossensoriais e é frequentemente designada como uma queixa clínica característica de diversas doenças, assinale a alternativa correta acerca desse sentido somático: I- Os nociceptores são terminações nervosas livres excitadas quando estímulos térmicos, químicos ou mecânicos muito intensos são gerados ao tecido, causando nele danos e lesões. PORQUE II- Não necessariamente qualquer estímulo térmico, químico ou mecânico leva à ativação dos nociceptores, ocorrendo apenas a excitação dos receptores de dor quando estes detectam as substâncias químicas liberadas mediante dano tecidual. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa corretada I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 05) Considerando as informações a respeito da propriocepção, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: I. A propriocepção é definida como a consciência do movimento e posição do corpo no espaço, é mediada por receptores sensoriais presentes nos músculos e nas articulações, e pode ser consciente ou inconsciente. PORQUE II. As sensações proprioceptivas que se originam nos receptores denominados proprioceptores (mecanorreceptores) que estão localizados nos músculos esqueléticos (fusos musculares), nos tendões (órgãos tendíneos), nas articulações sinoviais e em torno delas (receptores cinestésicos articulares, dentro e ao redor das cápsulas articulares) garantem essa consciência de movimento. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 06) A Escala de Coma de Glasgow é uma ferramenta útil na avaliação neurológica a qual irá avaliar o nível de consciência, sendo a consciência definida como a capacidade de reconhecer e compreender os estímulos ao seu redor, e inconsciência sendo o estado em que uma pessoa perde temporariamente a capacidade de estar ciente do ambiente ao seu redor e de responder a estímulos. Sobre o tema acima avalie as asserções corretas: I- Na Escala de Glasgow são avaliados a abertura ocular, resposta verbal e resposta motora, desta forma a pontuação na ECG varia de 5 a 15, sendo que os escores mais elevados indicam piores condições do nível de consciência. II-A consciência é classificada em 5 níveis, sendo um deles o torpor, onde há perda de atenção, o pensamento não é claro e necessita de um estímulo doloroso para se obter responsividade. III- A inconsciência é uma situação em que há uma supressão das funções cerebrais, variando do estupor ao coma. O coma é um estado de inconsciência no qual o paciente não percebe a si mesmo e nem ao seu ambiente. IV - Se tem indicativo para desobstrução de via aérea definitiva, e intubação orotraqueal quando se tem um valor igual ou inferior a 8 Está correto apenas o que se afirma em: A) I, II, III, IV B) I e II C) I, III e IV D) III, IV E) II, III e IV 07) A respeito dos mecanismos de repouso e manutenção da consciência, assinale a alternativa que representa as asserções corretas: I. As áreas encefálicas que apresentam maior atividade durante o estado de repouso do que durante a execução de tarefas comportamentais incluem o córtex frontal, temporal e occipital II. A rede neural em modo padrão são as áreas encefálicas interconectadas que são ativadas quando não há engajamento em nenhuma atividade específica, e ela é explicada em duas hipóteses: hipótese da sentinela e a hipótese da atividade mental interna III. Enquanto a hipótese da sentinela estabelece que a rede padrão seja a base do pensamento e da recordação, sendo o tipo de devaneio feito enquanto estamos em repouso, a hipótese da atividade mental interna dá a ideia que, mesmo quando estamos em repouso, devemos prestar atenção no ambiente de modo amplo. Em ambas as situações, os estímulos visuais e auditivos são os principais que tiram o cérebro do modo padrão. IV. A indução e manutenção do estado de consciência é realizada, principalmente, pelo sistema de ativação ascendente, o qual é uma rede de neurônios que se projetam para o córtex cerebral. O SAA estimula o córtex a manter o cérebro excitado por meio de neurotransmissores monoaminérgicos, os quais nos mantém em estado de alerta. A) I e II B) I, II e III C) II e IV D) I, II e IV E) IV 08) A atenção é uma função crucial que permite a interação eficaz do indivíduo com o seu ambiente, além de subsidiar a organização dos processos mentais. Com a atenção, nós podemos selecionar qual estímulo será analisado em detalhes e qual será levado em consideração para guiar nosso comportamento. O sistema nervoso é capaz de manter um contato seletivo com as informações que chegam através dos órgãos sensoriais, dirigindo a atenção para aqueles que são comportamentalmente relevantes e garantindo uma interação eficaz como meio. Desse modo, a atenção está relacionada ao processamento preferencial de determinadas informações sensoriais. Em relação ao processo de atenção, analise as proposições abaixo: I - Atenção exógena ou atenção de baixo para cima, pois o estímulo atrai nossa atenção sem qualquer consideração cognitiva. Um processo como este possivelmente será usado por muitos animais para detectar e fugir rapidamente de predadores. II - Atenção endógena, também chamada atenção de cima para baixo, é direcionada pelo encéfalo de modo deliberado para algum objeto ou lugar, o que funciona como um objetivo comportamental. Você poderia estar folheando este livro, procurando por determinado trecho que você sabe estar no canto superior direito de uma página. III - Um estudante de Medicina ao estudar, realiza diversas marcações em seu texto com canetas coloridas, a fim de direcionar a atenção para palavras-chaves. Este é um exemplo de mapa de saliência relacionado à atenção exógena. IV- Mapa de prioridade: grande relação com atenção exógena. O mapa de prioridade mostra localizações para onde a atenção deve ser dirigida com base na saliência dos estímulos e nas informações cognitivas. Está correto apenas o que se afirma em: A) I, II, III, IV B) I e II C) I, III e IV D) II, IV E) I, II e III 09) Pacientes que tiveram um membro amputado ainda podem experimentar sensações como coceira, pressão, formigamento ou dor como se o membro ainda estivesse lá. Esse fenômeno é denominado sensibilidade do membro fantasma. Embora o membro tenha sido removido, as terminações cortadas dos axônios sensitivos ainda estão presentes no coto remanescente. Se essas terminações cortadas são ativadas, o córtex cerebral interpreta a sensibilidade como vinda dos receptores sensitivos no membro não existente (fantasma). Com base nos conhecimentos adquiridos em relação à sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, analise as sentenças a seguir: I- As temperaturas abaixo de 10°C e acima de 45°C estimulam principalmente os termorreceptores. Essa explicação se dá pois duas sensações térmicas distintas – frio e calor – são detectadas por diferentes receptores térmicos, sendo que ambos se adaptam rapidamente no início de um estímulo. II- A pressão, uma sensibilidade sustentada que é sentida em uma área maior do que a provocada pelo toque, ocorre com deformação mais profunda da pele e da tela subcutânea. Os principais receptores que contribuem para as sensações de pressão são os corpúsculos bulbosos (Ruffini). Esses receptores são capazes de responder a um estímulo de pressão constante, porque estão se adaptando lentamente. III- A dor é principalmente um mecanismo de proteção do corpo. A dor não é uma sensação pura, mas, sim, uma resposta a uma lesão do tecido que é monitorada pelo sistema nervoso. Os nociceptores, os receptores de dor, são terminações nervosas livres encontradas em todos os tecidos do corpo. Estímulos físicos, mecânicos ou químicos intensos podem ativar os nociceptores. A irritação ou a lesão tecidual liberam substâncias químicas que estimulam os nociceptores. A dor pode persistir mesmo após a remoção do estímulo doloroso porque essas substâncias químicas permanecem e esses receptores apresentam pouca adaptação. IV- A sensibilidade tátil inclui toque, pressão, vibração, prurido e cócegas. Essas sensações surgem pela ativação de alguns dos mesmostipos de receptores. Vários tipos de mecanorreceptores encapsulados ligados a fibras A’s mielinizadas de pequeno diâmetro medeiam sensações de toque, pressão e vibração. Outras sensações táteis, como sensações de prurido e cócegas, são detectadas por terminações nervosas livres ligadas a fibras C amielínicas de grande diâmetro. Assinale a alternativa CORRETA: A) I e II estão corretas. B) Somente a II está correta. C) I e III estão corretas. D) Somente a III está correta. E) I, II, III e IV estão corretas. 10) Propriocepção foi primeiramente introduzido em 1906 como um tipo de feedback dos membros ao sistema nervoso central. Sobre a propriocepção, analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta: I) As sensações proprioceptivas surgem em receptores denominados proprioceptores que podem estar localizados nos músculos, tendões e articulações. Esses proprioceptores informam o cérebro sobre a orientação e localização do corpo. II) O fuso neuromuscular é um mecanorreceptor localizado na junção do tendão com o músculo. É ativado por uma diminuição na tensão do tendão, causado pela contração do músculo ou pelo estiramento passivo do tendão. III) Os receptores cinestésicos são mecanorreceptores presentes dentro e ao redor das cápsulas articulares das articulações sinoviais, principalmente do joelho e informam a pressão, a aceleração e a desaceleração das articulações durante os movimentos. IV) O fuso neuromuscular é inervado por axônios os quais são os mais grossos e mielinizados (fibras tipo A) do corpo, o que significa uma condução muito rápida dos potenciais de ação. A) I, II B) I, III, IV C) I, IV D) III, IV E) I, II, III, IV 11) A atenção está diretamente relacionada com as mais variadas áreas e ações do dia a dia, é a partir dela que reconhecemos o meio em que estamos inseridos, bem como situações de perigo. A atenção pode ser dividida em endógena e exógena correspondendo respectivamente aos mapas de prioridade e saliência, sendo assim a respeito dos mapas assinale a alternativa correta: I- O mapa de saliência corresponde a algum tipo de destaque a partir de um elevado grau de contraste. Ele é capaz de ativar a atenção a partir de estímulos exógenos e direcionar o foco por meio de uma via eferente PORQUE II- Toda vez que somos estimulados direcionamos nosso foco (atenção endógena e mapa de prioridade) para o objeto em questão. Sendo assim, quanto mais estímulos dispersos ao mesmo tempo, maior o foco e atenção. A) A alternativa I e II estão corretas e a II justifica a I B) A alternativa I e II estão corretas e a II não justifica a I C) A alternativa I está correta e a II está incorreta D) A alternativa I está incorreta e a II está correta E) Ambas as alternativas estão incorretas SP5 - A primeira vez a gente nunca esquece… 1. Classificar os processos/tipos/estágios de aprendizado (4 tipos) → Aprendizado é a aquisição de novos conhecimentos ou habilidades. Fases do aprendizado: → Incompetência Inconsciente (não sabe que não sabe): A primeira etapa refere-se ao desconhecimento acerca da nova habilidade a ser aprendida. Não faz ideia que aquele novo conhecimento exista, ou possa vir a fazer parte do seu crescimento. Para que o próximo estágio (02) possa ser alcançado, é preciso que ele reconheça a sua incompetência referente àquela nova habilidade a ser desenvolvida e passe a valorizá-la. - Ex: Não saber que existe uma técnica cirúrgica → Incompetência Consciente (sabe que não sabe): O indivíduo reconhece sua incompetência em algo e se dedica ao processo de valorização do conhecimento a ser adquirido. O indivíduo começa a praticar a nova habilidade que está em processo de desenvolvimento, atravessando erros e falhas que poderão aparecer e dificultar o processo. Tem consciência de que não consegue executar determinada atividade. No entanto, está disposta a aprender. - Ex: Saber que a técnica cirúrgica existe mas ter consciência que não possui o conhecimento para realizá-la → Competência Consciente (sabe que sabe): Você sabe fazer algo, mas tem de continuar se lembrando conscientemente. Aqui você sabe e sabe que sabe. É uma fase em que ocorre a codificação e expressão do tema ao lado de emoções de ora não-integração ora sucesso. - Ex: Aprender sobre a técnica cirúrgica e sabe que pode fazê-la com perfeição → Competência Inconsciente (não sabe que sabe): A maioria de suas ações se localiza aqui: é o que você sabe mas já não sabe que sabe, a habilidade flui conscientemente. É a fase em que se dão os processos de consolidação e internalização enquanto a emoção mais forte é a de maestria, embora muitas vezes a indiferença esteja presente. - Ex: Mais informações sobre a técnica cirúrgica do que você imagina e, se surgir uma intercorrência, você consegue realizá-la. 2. Relacionar a memória com o sono (3 processos: captação, consolidação e revisão das informações) → Memória: É o processo pelo qual a informação adquirida por meio do aprendizado é armazenada e recuperada. Para que uma experiência se torne parte da memória, deve produzir alterações estruturais e funcionais no encéfalo. → A aquisição da memória (aprendizado) ocorre por uma modificação física do encéfalo, causada pela entrada de informação sensorial. Isso é distinto da memória de trabalho, a qual é vulnerável e pode ser eliminada pela distração e tem capacidade muito limitada. → A consolidação da memória é o processo pelo qual algumas experiências, mantidas temporariamente por modificações transitórias de neurônios, são selecionadas para armazenamento permanente na memória de longa duração. Sobre o processo de armazenamento, podemos dividi-lo em três subprocessos, quais sejam: aquisição, consolidação e evocação. Sono não REM → É dividido em quatro estágios, denominados numericamente de 1 a 4 em uma escala na qual o estágio 1 é a sonolência e o estágio 4 o sono profundo 1. Transição entre estar acordado e dormindo (não deve ultrapassar 15 min) 2. Sono mais leve; a temperatura e o ritmo cardíaco e respiratório começam a diminuir (mais longa, 40% do sono nREM total) 3. Começo do sono profundo 4. Sono profundo; há liberação de hormônios ligados ao crescimento e recuperação de células e órgãos → Durante o sono profundo existe um processo de "desaprendizagem", um desfazer do "lixo cognitivo", buscando a homeostase. Além disso, há restauração, fortalecimento e a formação de novas conexões dos neurônios. Sono REM → A fase REM, também chamada de fase 5, apresenta ondas cerebrais (alfa e beta) semelhantes à vigília, movimentos rápidos dos olhos, aumento das atividades autonômicas (taquicardia e taquipneia) e inibição das vias motoras descendentes à medula espinal. Os sonhos da fase REM são vívidos, emocionais e bem parecidos com a realidade, apesar de que há relatos de sonhos bizarros e fora do contexto da realidade. O sono REM é fundamental porque é nele que as memórias são processadas e o conhecimento é consolidado. → Em geral, leva em torno de 30 a 60 minutos para migrar da fase 1 a 4 e, de forma intermitente, ingressa na fase REM, também chamada de fase 5, com permanência de 30 minutos e retorna para o sono profundo (fase 4). Essas oscilações podem ocorrer de quatro a cinco vezes por período de sono. 1. Aquisição de informações: Ou seja, a percepção de um evento, sendo este caracterizado como qualquer informação (e informações sensoriais) que seja percebido por nós. Para que a aquisição ocorra tem que ter atenção, e para isso precisa estar em alerta (vigília) e possui dependência do Sistema Ativador Ascendente (fibras adrenérgicas e histaminérgicas devem estar sendo estimuladas, que só funciona quando estamos descansados. 2. Consolidação de informações: Ocorre durante o sono REM, mas é necessário que o indivíduo passe por todos os estágios anteriores. O principal neurotransmissor liberado é a acetilcolina (fibras colinérgicas). 3. Evocação de informações: A evocação é o buscar da memória/informação. Pode ocorrer durante a vigília e pode ser aperfeiçoada durante o sono REM. Está muito relacionada à consciência,isto é, quando eu quero evocar/ lembrar de tal informação, é o retorno espontâneo ou voluntário de informações armazenadas. Fatores emocionais influenciam diretamente na evocação e, quanto mais informações temos, mais fácil de evocar. É esquecido com mais facilidade o que foi danoso para nós (mecanismo de defesa), tornando a evocação dificultosa. A evocação, assim como a percepção, não são cópias fiéis do mundo externo, então nunca é idêntica à imagem perceptiva fixada. Cada vez que evocamos estamos reconstruindo, sempre com alterações, a imagem armazenada. 3. Descrever os tipos de memórias Quanto à natureza: → Declarativa/Explícita: Serve para fatos e eventos, por exemplo que Darth Vader é o pai de Luke Skywalker. É o tipo de registro que temos em mente quando utilizamos no dia a dia a palavra “memória”. Esses tipos de memórias estão disponíveis para evocação consciente, são frequentemente fáceis de formar e, também, facilmente esquecidas. É dividida em curto prazo, longo prazo e memória de trabalho. É necessária uma habilidade cognitiva e consciente para sua aquisição e evocação. - Episódica: autobiográficas, de nossas experiências de vida, dizem respeito a experiências passadas, guardam informações relacionadas a um determinado momento no tempo, como lembranças de infância. - Semântica: são de fatos, não guardam momentos, dizem respeito a conhecimentos não relacionados a tempo e espaço específicos, como regras. → Não declarativa/Implícita: Não é evocada de forma consciente, é automática e não precisa da percepção de que está buscando uma memória. Na formação da memória normalmente precisa-se de consciência, mas para a evocação não. É a memória de procedimentos, ou seja, memória para habilidades, hábitos e comportamentos. Exige repetição e prática durante um período mais longo, mas essas memórias são menos prováveis de serem esquecidas. Local corpo amigdalóide e cerebelo. - Procedural: Tipo de memória não declarativa que envolve o aprendizado de uma resposta motora (o “procedimento”) a uma entrada sensorial. A formação de memórias procedurais pode se dar mediante duas classes de aprendizado: não associativo ou associativo. → Aprendizado não associativo: é uma mudança de comportamento que ocorre após a exposição repetida a um único estímulo. Esse tipo de aprendizagem inclui habituação e sensitização. - Habituação: aprender a ignorar um estímulo que não possui significado (Ex: Você está trabalhando em um escritório e o telefone toca várias vezes, mas não é pra você. Em um determinado momento, você se habitua a esse estímulo, o qual não será recebido e nem evocará uma resposta). - Sensitização: uma forma de aprendizado que intensifica sua resposta a todos os estímulos, mesmo aqueles que previamente evocavam pouca ou nenhuma reação. (Ex: uma mãe que tem um filho bebê escuta choro na televisão e acha que é o seu filho devido a intensidade do estímulo). → Aprendizado associativo: ocorre quando dois estímulos são associados um ao outro. Envolve um processo consciente e esse tipo de aprendizagem envolve o condicionamento clássico e o operante. - Condicionamento clássico: envolve a associação entre um estímulo que evoca uma respostamensurável, chamado de estímulo incondicionado (EI), e um segundo estímulo que, normalmente, não evoca essa resposta, chamado de estímulo condicionado (EC). (Ex: barulho de tiro em quem mora em locais perigosos, a resposta vai ser de se proteger; pessoas que já foram afetadas com uma enchente, ao escutar o barulho de trovões vão ter comportamentos para proteção da casa, como levantar os móveis). Ocorre alternância de memória associativa e não associativa. - Condicionamento operante: o indivíduo aprende a associar uma resposta, um ato motor, a um estímulo significativo, geralmente uma recompensa. (Ex: Adestramento de um cão farejador - faz a tarefa mediante a ganhar a recompensa - ou aprender a fazer uma comida gostosa, e continuar a fazer a comida em momentos futuros). Quanto à duração: → De trabalho/Imediata: Exclusivamente declarativa; é uma segunda forma de armazenamento da memória inteiramente distinta, com duração na ordem de segundos a minutos, é a memória de trabalho. As memórias de trabalho são limitadas de forma aguda e não evoluem para longo prazo, ou seja, não são consolidadas. Resposta impulsiva, do medo, da emoção. Envolve-se com o lobo pré-frontal, frontal e amígdala. → Curto prazo: Predominantemente declarativas; este tipo de memória é a que retém a informação por menos tempo, até que ela seja esquecida ou guardada. Essas memórias têm em comum a propriedade de serem vulneráveis (se não for consolidada será esquecida). Envolve o hipocampo. → Longo prazo: Tanto declarativa quanto não declarativa; são aquelas que você pode recordar dias, meses ou anos após terem sido originalmente armazenadas, ou seja, consolidadas. Envolve hipocampo, mas armazenadas no lobo temporal e cerebelo. 4. Caracterizar o sistema límbico quanto as suas funções e estruturas → A substância cinzenta cerebral pode ser dividida em três regiões principais: o córtex cerebral, os núcleos da base e o sistema límbico, que circunda o tronco encefálico. → O sistema límbico representa provavelmente a região mais primitiva do cérebro. Ele age como uma ligação entre as funções cognitivas superiores, como o raciocínio, e as respostas emocionaismais primitivas, como o medo. → Suas principais estruturas são o hipocampo, amígdala, giro cingulado, área septal e hipotálamo. → Hipocampo: Papel importante na consolidação das memórias de curto e longo prazo (processo que ocorre geralmente durante o sono, onde separa-se as memórias relevantes para o córtex e descarta-se o que é irrelevante); também possui função relacionada à orientação e à memória espacial; predominam fibras do tipo colinérgicas (acetilcolina) e dopaminérgicas (menor predominância) → Amígdala: É uma das áreas mais importantes, responsável por respostas emocionais relativas ao comportamento social de humanos. É uma das principais áreas do controle da agressividade e do medo. A área é ligada ao hipocampo e o hipotálamo por meio do fórnix. Desenvolve uma série de ligações que controlam diversas atividades autônomas do corpo. Misto de fibras de serotoninérgicas e adrenérgicas. → Giro cingulado: Caracterizada como um feixe nervoso que atua como porta de entrada da percepção de odores e visões com memórias agradáveis e emoções já vividas. A estrutura também é responsável pela reação de memória à dor e pelo regulamento do comportamento agressivo. Possui papel na atenção, antecipação de recompensas, tomada de decisão, ética e moralidade, controle de impulso (por exemplo, monitoramento de desempenho e detecção de erros) e emoção. Integra as conexões entre a amígdala e o hipocampo. → Área Septal: Está relacionada ao prazer, ao circuito de recompensa. Constitui um dos centros do prazer do cérebro. Está relacionada com situações de abuso, por exemplo de drogas. Envolve principalmente as fibras dopaminérgicas. → Hipotálamo: Ativa o sistema nervoso autônomo de forma eferente, ou seja, é a expressão física da emoção, gerada pelo sistema límbico. Regula funções importantíssimas, dentre elas o sono, a libido, o apetite e a temperatura corporal. 5. Caracterizar o sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático) → É a porção do sistema nervoso central (SNC) que controla a maioria das funções viscerais do organismo, considerado como parte do sistema motor. Seus agentes efetores são os músculos lisos, o músculo cardíaco, as glândulas e parte do tecido adiposo. → Suas fibras aferentes e eferentes desempenham uma importante função na manutenção do ambiente corporal interno, a homeostasia. Além disso, o SNA também participa das respostas coordenadas e apropriadas a estímulos externos. → Esse sistema ajuda a controlar a pressão arterial, a motilidade gastrointestinal, a secreção gastrointestinal, o esvaziamento da bexiga, a sudorese, a temperatura corporal e muitas outras funções. → O sistema nervoso autônomo é ativado, principalmente, porcentros localizados na medula espinal, no tronco cerebral e no hipotálamo. Simpático: está no comando diante situações de estresse, é geralmente chamado de parte de luta ou fuga. → Os neurônios pré-ganglionares localizam-se (emergem) na medula torácica e lombar (toracolombar) e suas fibras são curtas. → Os neurônios pós-ganglionares localizam-se longe das vísceras e próximos da coluna vertebral e suas fibras são longas. → As atividades simpáticas causam um aumento da atenção e das atividades metabólicas que preparam o corpo para uma situação de emergência, atividade física/estresse emocional, incluindo aumento da frequência cardíaca. → Todas as fibras pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo são colinérgicas, ou seja, liberam acetilcolina, e excitam os receptores colinérgicos nicotínicos presentes nos dendritos e nos corpos dos neurônios das fibras pós-ganglionares simpáticas → Todas as fibras pós-ganglionares são adrenérgicas, ou seja, liberam adrenalina e noradrenalina, atuando nos receptores adrenérgicos alfa e beta: - Alfa 1: vasos sanguíneos; - Beta 1: músculo cardíaco; - Beta 2: demais músculos lisos → A principal forma de parar o estímulo é feita pela recaptação da adrenalina e noradrenalina. Aquilo que não for recaptado será inativado pelas enzimas COMT e MAO. Parassimpático: em momentos de repouso, descanso, o parassimpático está no comando, assumindo o controle de atividades rotineiras, como a digestão após uma refeição. → Os neurônios parassimpáticos pré-ganglionares podem ser encontrados em duas localizações distintas no SNC: no tronco encefálico, associados a núcleos de nervos cranianos (principalmente o vago X), e nos segmentos sacrais (S2 e S3) da medula espinal. Por esta razão, o sistema parassimpático é frequentemente referido como sistema craniossacral. → As fibras pré-ganglionares são longas e colinérgicas, ou seja, liberam acetilcolina e vão excitar os receptores nicotínicos presentes nos dendritos das fibras pós-ganglionares. → As fibras pós-ganglionares são curtas e colinérgicas, ou seja, liberam acetilcolina, e vão excitar os receptores muscarínicos presentes nos órgãos efetores: - M2: músculo cardíaco (bradicardia) - M3: todos os músculos lisos exceto vasos sanguíneos → A principal forma de parar o estímulo é feita pela inativação através da enzima acetilcolinesterase. Não é feita a recaptação! CARACTERÍSTICAS SIMPÁTICA (TORACOLOMBAR) PARASSIMPÁTICA (CRANIOSSACRAL) DISTRIBUIÇÃO Amplas regiões do corpo: pele, glândulas sudoríparas, músculos eretores do pelo, tecido adiposo, músculo liso dos vasos sanguíneos. Limitada principalmente à cabeça e às vísceras do tórax, abdome e pelve; alguns vasos sanguíneos. LOCALIZAÇÃO DOS CORPOS CELULARES DE NEURÔNIOS PRÉ-GANGLIONARES E DO LOCAL DE EFLUXO Cornos cinzentos laterais dos segmentos da medula espinal T1–L2. Axônios de neurônios pré-ganglionares constituem o efluxo toracolombar. Núcleos dos nervos cranianos III, VII, IX e X e substância cinzenta lateral dos segmentos da medula espinal S2–S4. Os axônios de neurônios pré-ganglionares constituem o efluxo craniossacral. GÂNGLIOS ASSOCIADOS E LOCALIZAÇÕES DOS GÂNGLIOS Gânglios do tronco simpáticos.. Localização próxima ao SNC (medula espinhal) e distante dos efetores viscerais. Gânglios parassimpáticos. Normalmente próximo ou dentro da parede dos efetores viscerais. COMPRIMENTO DO AXÔNIO E DIVERGÊNCIA Neurônios pré-ganglionares com axônios curtos fazem sinapses com muitos neurônios pós-ganglionares com longos axônios que passam para muitos efetores viscerais. Neurônios pré-ganglionares com axônios longos geralmente fazem sinapses com quatro a cinco neurônios pós-ganglionares com axônios curtos que passam para o efetor visceral único. NEUROTRANSMISSORES Os neurônios pré-ganglionares liberam acetilcolina (ACh), que é excitatória e estimula os neurônios pós-ganglionares; a maioria dos neurônios pós-ganglionares liberam norepinefrina (NA). Os neurônios pré-ganglionares liberam ACh, que é excitatória e estimula os neurônios pós-ganglionares; os neurônios pós-ganglionares liberam ACh. TIPOS DE RECEPTORES Pré: Colinérgicos nicotínicos Pós: Alfa (α) e Beta (β) adrenérgicos. Pré: Colinérgicos nicotínicos Pós: Colinérgicos muscarínicos. ENZIMA DE INATIVAÇÃO Catecol-O-metiltransferase (COMT) ou monoamina oxidase (MAO). Enzima acetilcolinesterase (AChE).