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Periodontia Periodontia Periodonto: em torno do dente ( Gengiva, ligamento periodontal, cemento radicular e osso alveolar.) Função: Inserir o dente no tecido ósseo dos maxilares e manter a integridade da superfície da mucosa mastigatória da cavidade oral. Tipos: Periodonto de proteção - Gengiva Periodonto de sustentação - Ligamento periodontal, cemento e osso alveolar Mucosa oral Mucosa mastigatória - Gengiva e palato duro Mucosa especializada - Dorso da língua Mucosa de revestimento - Restante da cavidade oral Gengiva - Parte da mucosa oral que recobre os processos alveolares dos maxilares e circunda a porção cervical dos dentes - Consiste em uma camada epitelial e um tecido conjuntivo subjacente (lâmina própria) - Assume forma e textura definitivas - Erupção dos dentes Anatomia macroscópica A mucosa oral é contínua com a pele dos lábios e com a mucosa do palato mole e da faringe. Compreende: (1) Mucosa mastigatória (gengiva e palato duro) (2) Mucosa especializada (dorso da língua) (3) Mucosa de revestimento Gengiva livre (FG) Gengiva inserida (AG) Junção mucogengival (MGJ) Sulco gengival: Depois de completada a erupção dentária, a margem gengival livre fica localizada na superfície do esmalte cerca de 1,5mm a 2mm coronariamente a junção cemento- esmalte. Gengiva marginal livre: • Porção terminal da borda da gengiva que circunda o dente • Similar a um colarinho • Contorno festonado • Coloração não deve ser a vermelhada • Superfície opaca • Usualmente mede 1mm de espessura Limite coronário: margem gengival Limite apical: gengiva inserida - Pode ser destacada da superfície dentária por uma sonda periodontal - Forma a parede de tecido mole do sulco gengival Ranhura gengival: - É uma depressão linear rasa que separa a gengiva marginal livre da inserida. Presente em 30% - 40% dos adultos. - Mais frequente em incisivos e pré-molares inferiores. - Menos frequente em molares inferiores e pré- molares superiores Anatomia dos tecidos periodontias Não há ranhura gengival no palato Gengiva interdentária (Papila interdentária) Anatomia macroscópica Gengiva inserida Limite apical: Linha mucogengival Limite coronário: Gengiva marginal livre/ ranhura gengival Gengiva Características: Cor rósea (em pessoas brancas); Textura firme; Superfície pontilhada – 40% casos (casca de laranja) Gengiva inserida Maxila: Mais larga em incisivos e mais estreita em pré- molares Mandíbula: Mais larga em molares e mais estreita em incisivos. Mucosa alveolar • Mucosa de revestimento (Epitélio mais delgado, não- • ApicalàJMG • Tecidoconjuntivofrouxo • Vermelha mais escura (Numerosos vasos sanguíneos) • Móvel Anatomia microscópica O epitélio que recobre a gengiva livre pode ser dividido em: ✓Epitélio oral ✓Epitélio sulcular ✓Epitélio juncional Epitélio oral • Cobre a crista e a superfície da gengiva marginal e a superfície da gengiva inserida. • Epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado. • Presença de papilas conjuntivas e cristas epiteliais (áreas de fusão de cristas epiteliais – depressões gengiva). Apresenta 4 camadas: 1- Basal 2- Espinhosa 3 – Granulosa 4- Ceratinizada Anatomia microscópica Epitélio oral Componentes celulares Células claras: Células de Langerhans Células de Merkel Melanócitos Ceratinócitos (90% da população celular total) Anatomia microscópica Epitélio sulcular Epitélio pavimentoso estratificado não- ceratinizado Mais delgado Se estende do limite coronal do epitélio juncional à crista da margem gengival. Presença de papilas conjuntivas e cristas epiteliais, estruturalmente semelhante ao epitélio oral Anatomia microscópica Epitélio juncional Escamoso estratificado não ceratinizado Ausência de papilas conjuntivas e cristas epiteliais Mais espesso na extremidade coronal (número de células diminui em direção apical) Firmemente aderido à superfície do dente por meio de uma lâmina basal interna -> lâmina lúcida / lâmina densa Renovação rápida Anatomia microscópica Lâmina própria (tecido conjuntivo) Lâmina Densa/ Zona Eletrodensa (diferenças quanto às fibrilas de ancoragem) Lâmina Lúcida/ Zona eletrolúcida A interface EJ/Esmalte é muito semelhante à EJ/TC, o que significa que o EJ não está apenas em contato com o esmalte, mas aderido fisicamente ao dente pelos hemidesmossomos. Anatomia microscópica Lâmina própria (tecido conjuntivo) Elementos celulares: Fibroblastos – céls. predominantes do TC (65%). Desenvolvimento, manutenção e reparo do tecido conjuntivo. Sintetizam fibras colágenas, fibras elásticas e outros componentes da matriz. •Mastócitos •Macrófagos •Adipócitos e Eosinófilos •Plasmócitos e Linfócitos •Neutrófilos Lâmina própria (tecido conjuntivo) Fibras Gengiva Funções: • Conectar a gengiva marginal firmemente ao redor do dente • Prover rigidez necessária para resistir as forças de mastigação • Unir a gengiva marginal livre com cemento e gengiva inserida Fibras dentogengivais (DGF) • Embutidas no cemento na porção supra-alveolar. Se projetam do cemento para o tecido gengival Fibras dentoperiósteas (DPF) • São embutidas no cemento e se projetam no sentido apical sobre a crista óssea para terminarem no tecido da gengiva inserida Fibras transeptais (TF) • Seguem um trajeto retilíneo sobre o septo interdentário e estão inseridas no cemento dos dentes Fibras circulares (CF) • Dispostas na gengiva livre, circundam o dente, apresentam forma de anel Ligamento periodontal É o tecido conjuntivo frouxo que circunda as raízes dos dentes e une o cemento radicular à lâmina dura ou ao osso alveolar propriamente dito. Características: •Ricamente vascularizado e celular •É mais estreito no 1/3 médio da raiz •A largura é de +/- 0,25mm Funções: •Físicas •Formadora e Remodeladora •Nutricional e Sensorial Células: Fibroblastos Osteoblastos Cementoblastos Fibras nervosas Células epiteliais Células: Restos epiteliais de Mallassez: -Pequenos grupos de células epiteliais no ligamento periodontal. -Atuam na manutenção do espaço periodontal, evitando a anquilose. - Participam do processo de reorganização do ligamento periodontal. Funções físicas: Proporcionar invólucro para proteger vasos e nervos de lesões por forças mecânicas Transmitir as forças oclusais para o osso Fixarodentenoosso Manter os tecido gengivais em suas relações adequadas ao dente • Resistir ao impacto das forças oclusais Funções formadora e remodeladora Células do LP participam da formação e reabsorção de cemento e osso durante: - Movimentação fisiológica do dente - Acomodação do periodonto às forças oclusais - Reparo de lesões Funções nutricionais e sensoriais O ligamento periodontal fornece nutrientes para o cemento, osso e gengiva através dos vasos sanguíneos É abundantemente suprido por fibras nervosas sensoriais, capazes de transmitir sensações tátil, de pressão e de dor através dos ramos do nervo trigêmeo Radiograficamente: O espaço do ligamento periodontal localiza- se entre o osso alveolar e o cemento. Trauma oclusal - espessamento do ligamento periodontal. Grupo de fibras Fibras da crista alveolar (ACF): Estendem-se obliquamente, desde o cemento imediatamente abaixo do epitélio juncional, até a crista alveolar. Fibras horizontais (HF): Estendem-se formando um ângulo reto com o longo eixo do dente e vão desde o cemento até o osso alveolar Grupo de fibras Fibras oblíquas (OF) Representam maior número de fibras do ligamento. Estendem-se obliquamente em direção coronal desde o cemento até o osso. Fibras apicais (APF) Irradiam-se do cemento ao osso alveolar no fundo do alvéolo Fibras interradiculares Estendem-se em forma de leque do cemento ao dente, em áreas de furca de dentes multirradiculares. Cimento Radícular É um tecido mineralizado especializado que reveste as superfícies radiculares e, ocasionalmente, pequenas porções das coroas dos dentes Características: - Não possui vasos sanguíneos ou linfáticos - Não possui inervação - Não sofre remodelação e reabsorção fisiológica - Formação constante ao longo da vida Comooutros tecidos mineralizados contém fibras colágenas em uma matriz orgânica. Funções: Inserir as fibras do ligamento periodontal na raiz e promover reparo após danos à superfície radicular. Fibras de Sharpey São as porções das fibras principais do ligamento periodontal que estão embutidas no cemento radicular e no osso alveolar propriamente dito. Produzidas pelos fibroblastos no ligamento periodontal. Tipos de cemento Cemento Acelular de Fibras Extrínsecas É encontrado nas porções média e Coronária da raiz. - Conecta o dente ao osso alveolar propriamente dito. - ContémprincipalmentefeixesdefibrasdeSharpey. Cemento Celular Estratificado Misto -Presente no terço apical das raízes e em áreas de furca. - Contém tanto fibras intrínsecas quanto extrínsecas. Cemento Celular de Fibras Intrínsecas - É encontrado principalmente nas lacunas de reabsorção e contém fibras intrínsecas e cementócitos. Cementócitos Residem nas lacunas dos Cementos. - Permite o transporte de nutrientes através do cemento e contribui para a manutenção da vitalidade do tecido. Osso alveolar Partes da maxila e mandíbula que formam e dão suporte aos alvéolos dos dentes. Consiste em: A parede interna do alvéolo, que é constituída por um osso fino e compacto (osso alveolar propriamente dito). A parte externa é composta por trabéculas medulares (processo alveolar) O osso compacto (lâmina dura) que reveste o alvéolo é perfurado por canais de Volkmann, através dos quais vasos sg, linf. e nervos passam do osso alveolar para o LP. Composição: 2/3 substância inorgânica: cálcio, fosfato. 1/3 matriz orgânica: 90% colágeno tipo I, proteínas não- colágenas. O osso alveolar contém ósteons, que abrigam um vaso sanguíneo localizado em um canal de Harvers. A nutrição do osso é sustentada pelos vasos sg. dos canais de Harvers que se conectam com vasos dos canais de Volkmann. O OAPD contém as fibras de Sharpey, que se estendem para o LP. Periósteo -Tecido conjuntivo com diferenciação osteogênica que recobre a superfície externa do osso Camada interna Composta por células que tem potencial para se diferenciar em osteoblastos Camada externa Rica em vasos sanguíneos e nervos, composta por fibras colágenas e fibroblastos Espaço Biológico Entidade anatômica que representa a união entre os tecidos gengivais e as superfícies dentárias, ou seja, a união dentogengival. Deve ser mantido, assegurando a saúde periodontal do dente, principalmente na presença de restaurações Invasão do espaço biológico: - Inflamação - Perda óssea Clinicamente deve ser preservada uma distância de 3 mm entre a margem gengival e a crista óssea. Invasão do espaço biológico: - Inflamação - Perda óssea Suprimento Sanguíneo Suprimento sanguíneo dos dentes e tecidos periodontais Penetram no osso alveolar em todos os níveis do alvéolo Ramos perfurantes da intraseptal Artéria intraseptal Artéria dentária Artéria dentária alveolar superior ou inferior Vascularização Gengiva A gengiva recebe seu suprimento sanguíneo através de vasos sanguíneos supraperiosteais que são ramos terminais das seguintes artérias: Vascularização Gengiva Suprimento sanguíneo Vasos do ligamento periodontal: para a gengiva e se anastomosam com capilares na área do sulco. Arteríolas do osso alveolar: da crista do septo interdental, anastomosam-se com vasos do ligamento periodontal, com capilares das áreas gengivais creviculares e vasos que passam sobre a crista alveolar. Arteríolas supraperiosteais: das superfícies vestibular e lingual do osso alveolar para o epitélio sulcular e superfície gengival externa. Micrologia das doenças periodontais Em 1 mm3 de placa dental pesando aproximadamente 1 mg, estão presentes mais de 108 bactérias Placa ou biofilme : Depósitos bacterianos O acúmulo de biofilme sobre os dentes induz uma resposta inflamatória nos tecidos gengivais, de forma reproduzível. Placa dental como biofilme : • biofilme: comunidade microbiana relativamente indefinida associada à superfície do dente ou qualquer outro material duro não descamartivo Hipótese da placa inespecífica Visão geral: • Placa dental como uma massa biológica Indivíduos com formas graves de doença periodontal suspeitos de possuir baixa resistência aos depósitos bacterianos como um todo Ou • Executam de forma inadequada a higiene bucal. Nem toda gengivite evolui invariavelmente para uma periodontite. Sítios respodem de maneiras distintas. Patógenos sugeridos entre os microrganismos encontrados regularmente em níveis elevados sob condições de saúde clínica. Hipótese da placa específica Visão geral: Resultado de tratamento passou a ser melhor quando alguns micro-organismos não foram mais detectados nos exames de acompanhamento. A eliminação específica ou a redução de bactérias possivelmente patogênicas da placa pode ser uma alternativa válida de tratamento. O tratamento somente seria necessário nos pacientes diagnosticados como portadores de uma infecção específica e seria concluído uma vez que os patógenos fossem eliminados. Hipótese da placa ecológica Nenhuma das hipóteses anteriores parecia correta. Mecanismos homeostaticos envolvendo interações microbianas ajudam a manter uma cominidade microbiana benéfica à saúde. Alterações na homeostase (perturbações ecológicas) podem alterar esse equilíbrio e selecionar microrganismos mais competitivos, isso predispõe sítios à doença. Existe uma relação íntima e mútua entre a microbiota residente e o hospedeiro. Formação da placa A capacidade de aderir às superfícies é uma propriedade geral de quase todas as bactérias. Fase 1 – Macromoléculas hidrofóbicas são adsorvidas pelas superfícies, formando um filme condicionante, denominado película adquirida. Fase 2 – Adesão bacteriana de microrganismos isolados. Fase 3 – Aumento na produção da matriz extracelular e multiplicação das bactérias aderidas. Fase 4- Adsorção sequencial de novas bactérias, formando um biofilme maduro e complexo. Oxigênio Determinante biológico importante para o crescimento e multiplicação bacteriana. Nutrientes fornecidos pelo meio aquoso Redução da dependência, por menor aporte salivar no interior do biofilme. Produtos da dieta Importantes nutrientes para a placa supragengival. Na presença de bolsa periodontal profunda,as condições nutricionais das bactérias são alteradas – penetração de substâncias dissolvidas na saliva dentro da bolsa é muito limitada. Bolsas periodontais profundas Aporte nutricional é oriundo dos tecidos periodontais e do sangue. Enzimas hidroliticas - quebram macromoléculas complexas em pequenas peptideos e aminoácidos Colonização primária Predominantemente por cocos Gram -positivos anaeróbios facultativos Streptococcus sanguis é a bactéria predominante. Actinomyces spp. também são encontradas na placa após 24 h. Na fase seguinte, - bastonetes Gram positivos aumentam gradativamente e, por fim, superam os estreptococos. Receptores de superfície nos cocos e bastonetes Gram-positivos da placa permitem a aderência subsequente de gram-negativos pouca capacidade de aderir diretamente a película. Fusobacterium nucleatum, Prevotella intermedia A heterogeneidade da placa aumenta à medida que a placa envelhece e se torna madura. Colonização secundária por bactérias gram negativas anaeróbicas estritas - aumento da patogenicidade do biofilme . Porphyromonas gingivalis, Capnocytophaga Gengivite – Número aumentado de bactérias com capacidade de digerir proteínas a partir de suas enzimas. Não dependem da disponibilidade de carboidratos da dieta bactérias envolvidas não produzem polissacarídeos extracelulares (Pecs) e se desenvolvem em uma placa fracamente aderida a bolsa periodontal em desenvolvimento. Biofilme supragengival vs. subgengival Diferenças na composição da microbiota atribuídas às características locais. Complexos microbianos Associação entre espécies não é aleatória, existem associações específicas entre elas. Complexos laranja e vermelho consideradosprincipais agentes etiológicos das doenças periodontais. Diagrama da associação entre espécies bacterianas subgengivas. Complexos microbianos Reconhecimento de receptores da película salivar pelos primeiros colonizadores e co- agregações posteriores entre essas espécies, fusobactérias e colonizadores tardios sobre a superfície dentária. Propriedades dos biofilmes Estrutura: • Microcolônias de células bacterianas, distribuídas de maneira não-aleatória em uma matriz delineada ou glicocálice • Lacunas ou canais de água entre as microcolônias permitem a passagem de nutrientes e de outros agentes através de todo o biofilme. Exopolissacarideos: A parte “seca” do biofilme é uma mistura de exopolissacarídeos, proteínas, sais e material celular. Mantêm a integridade do biofilme, previnem a desidratação e o ataque por agentes nocivos. Propriedades dos biofilmes Heterogeneidade fisiológica no interior dos biofilmes As células da mesma espécie microbiana podem exibir estágios fisiológicos extremamente diferentes em um biofilme, mesmo quando separadas por distâncias mínimas. Sensor de quórume transferência de informações genéticas Sensor de quorum depende da densidade celular. A alta densidade celular de bactérias crescendo no biofilme facilita as trocas de informações genéticas. Aderência das bactérias Adesão a uma superfície é o primeiro passo essencial para o desenvolvimento de um biofilme. Fímbrias e fibrilas são ex. de estruturas que auxiliam na adesão às diferentes superfícies. Cálculo dental •cálculo ou tártaro é a placa bacteriana mineralizada • aspecto clínico : Massa branco-amarelada ao amarelo- acastanhada ou marrom, de dureza moderada. •A formação do cálculo depende não apenas da presença da placa bacteriana, mas também da secreção das glândulas salivares. • As regiões com maior presença de cálculo geralmente são aquelas próximas às saídas dos ductos das glândulas salivares maiores. • A placa supragengival torna-se mineralizada a partir de componentes da saliva, enquanto a placa supragengival, a partir do exsudato inflamatório da bolsa periodontal. • Cálculo subgengival: produto secundário da infecção e não a causa principal da periodontite. Patogênese das doenças periodontais No mesmo indivíduo a gravidade da lesão varia de dente para dente e, em um mesmo dente, de um sítio para outro. Patogênese da gengivite • Gengiva clinicamente saudável : pacientes que higienizam meticulosamente os dentes. Junto ao epitélio juncional existe um plexo dentogengival, contendo um grande número de vênulas, suprindo o epitélio com vários nutrientes, bem como com células de defesa (leucócitos). Fluido crevicular gengival - Transudatos e exsudatos do fluido que contém proteínas plasmáticas deixam os vasos do plexo dentogengival e chegam na região crevicular gengival. Neutrófilos e leucócitos predominam na região crevicular (sulco). quando não está saudável : • Vermelhidão • Edema • Sangramento à sondagem Acúmulo e retenção de biofilme de forma que os produtos microbianos evoquem uma resposta inflamatória maior. Perda mais acentuada de colágeno, mas sem perda de inserção, do ligamento periodontal ou perda óssea. Tipos de lesões • inicial • precoce • estabelecida • avançada A lesão “inicial” ocorre entre o segundo e o quarto dias depois do começo do acúmulo da placa. A Caracterizada por formação de edema (manifestando-se como aumento do líquido crevicular gengival, acúmulo de neutrófilos polimorfonucleares (PMN) e perda de tecido conjuntivo Estreptococos: Produzem enzimas e produtos metabólicos finais que aumentam a permeabilidade do epitélio juncional, permitindo tanto o ingresso de mais produtos bacterianos quanto, ao mesmo tempo, o efluxo de fluido crevicular gengival. Uma vez no sulco, os neutrófilos não conseguem fagocitar as bactérias que estão começando a formar um biofilme e firmemente aderidas à superfície do dente -> neutrófilos liberam seu conteúdo no sulco gengival, na denominada “fagocitose abortiva”. Essas enzimas lisossômicas podem, então, retornar para os tecidos e contribuir para a destruição local do tecido conjuntivo. No sulco gengival, os PMN também produzem e liberam várias citocinas, incluindo a IL-1, IL-17. A IL-7, por sua vez, induz à produção de IL-8 pelas células epiteliais do sulco. A migração de células polimorfonucleares é facilitada pela presença de várias moléculas de adesão. ● ICAM-1 ● ELAM-1 ● Outras adesões na vascularização dentogengival Os polimorfonucleares migram por um gradiente de atração química para o sulco e são auxiliados no seu movimento por: 1) Outras moléculas de adesão presentes nas células do epitélio juncional 2) Presença de fatores quimiotáticos microbianos Pressão hidrostática na microcirculação aumenta e os espaços intercelulares são formados entre as células endoteliais nos capilares. O aumento na permeabilidade do leito microvascular permite que proteínas e fluidos invadam o interior dos tecidos. Fluxo do fluido crevicular gengival aumenta. Lesão precoce Se desenvolve aproximadamente depois de 4 a 7 dias de acúmulo de biofilme. A lesão deixa de ser composta principalmente de PMN e passa a apresentar maior número de linfócitos e macrófagos Os vasos no plexo dentogengival mantêm- se dilatados, mas o número aumenta. Os aumentos no tamanho e número refletem na vermelhidão da margem gengival, sintoma clínico característico dessa fase. Lesão precoce Fibroblastos e fibras colágenas exibem sinais de degeneração. Apoptose- Remover rede de fibras colágenas permite maior infiltração leucocitária. Células basais do epitélio juncional e sulcular proliferam – tentativa de aumentar a barreira “mecânica” contra o biofilme e seus produtos. Lesão precoce Perda da porção coronária do epitélio juncional. Um nicho se forma entre o epitélio e a superfície do esmalte – formação do biofilme subgengival. Gengivite Fatores que influenciam o desenvolvimento de gengivite: (1) Microbiológicos; (2) Predisponentes; (3) Modificadores; Microbiológicos: composição da microbiota Predisponentes: Aqueles que conservam ou dificultam o controle do biofilme. Ex.:cálculo, condições anatômicas Modificadores: Alteram a natureza ou a evolução da resposta inflamatória. Resposta vascular: hormônios, gravidez, puberdade, diabetes, tabagismo Resposta celular: discrasias sanguíneas, diabetes, tabagismo Patogênese da Periodontite Lesão de plasmócitos/linfócitos, tem como principal característica identificadora a predominância de plasmócitos no tecido conjuntivo. Os neutrófilos continuam a migrar para a bolsa periodontal, na qual formam uma barreira entre os tecidos e o biofilme da placa. Aumento da permeabilidade e ulceração do epitélio da bolsa: ingresso de mais produtos microbianos, contínua produção de citocinas inflamatórias IL-1, TNF-α, PGE2 Perpetuação do processo inflamatório: destruição do tecido conjuntivo e do osso. Circundando o infiltrado inflamatório, está uma faixa de tecido fibroso. Lesão avançada Mesma configuração celular e características da lesão estabelecida. Diferença: grande perda de inserção, evidente clínica e histologicamente Fibroblastos estimulados pelas citocinas inflamatórias produzem metaloproteinases de matriz. A faixa fibrosa não infiltrada permanece adjacente ao osso da crista, encapsulando a lesão e separando-a dos tecidos adjacentes. Supressão da imunidade celular pelo biofilme associada à periodontite avançada. Resposta inata Não específica, inclui a resposta inflamatória e não envolvem mecanismos imunológicos. Resposta adaptativa Específica, respostas imunológicas que tendem a ser muito efetivas, pois a resposta do hospedeiro é especificamente “moldada” para os patógenos agressores. Fatores modificadores Fatores que podem modificar a suscetibilidade do hospedeiro para a doença periodontal e o fenótipo clínico da doença, incluindo sua extensão, gravidade, progressão e respostaà terapia. Diabetes melito (DM): grupo de alterações metabólicas caracterizadas por defeitos na produção de insulina, na ação da insulina ou ambos, levando ao metabolismo anormal da glicose. Diabetes x doenças periodontais Manejo clínico: (1) fazer uma anamnese completa com foco no entendimento do perfil metabólico do paciente; (2) estabelecer comunicação com o médico responsável; (3) realizar uma avaliação intraoral cuidadosa e um exame periodontal abrangente; (4) abordar outros fatores de risco existentes, como o tabagismo ou sobrepeso/obesidade; (5) considerar as comorbidades e outras complicações, como hipertensão arterial, doença vascular ou nefropatia Diabetes x doenças periodontais Manejo clínico: 1. Consultas realizadas de manhã cedo, 2. Procedimentos devem ser preferivelmente breves e o mais atraumáticos e indolores possível, 3. Mudança no regime alimentar? Tabagismo: A fumaça do tabaco contém milhares de substâncias diferentes e a maior parte de seus efeitos prejudiciais é resultado da exposição sistêmica depois da absorção pelos pulmões, além da óbvia absorção na cavidade oral. Tabagismo x doenças periodontais Microbiota: Diferenças na composição, não na quantidade de biofilme acumulado. Prevalência mais alta de Aggregatibacter actiomycetemcomitans, Tannerella forsythia e P. gingivalis em fumantes e ex-fumantes em comparação com pessoas que nunca fumaram. Respostas inata e adaptativa: migração e a quimiotaxia neutrofílica nos tecidos periodontais são afetadas negativamente; menor quantidade de vasos sanguíneos, recrutamento e a adesão dos fibroblastos do ligamento periodontal e da gengiva são afetados negativamente nos tabagistas, e que a produção de colágeno é diminuída, enquanto a atividade colagenolítica é aumentada. Manejo clínico: Aconselhamento sobre o tabagismo Os “cinco passos”, do Serviço de Saúde Pública dos EUA (US Public Health Service 2008): Pergunte, Aconselhe, Avalie, Ajude e Organize. Exame e diagnóstico das doenças periodontais Anamnese é a base do plano de tratamento Questionário de saúde preenchido antes do exame inicial – fatores comprometedores ou de risco que podem modificar o plano de tratamento. A anamnese deve levar em consideração os seguintes aspectos: ● Queixa principal e expectativas; ● História familiar e social; ● Histórico odontológico; ● Hábitos de higiene oral; ● História de tabagismo; ● Histórico médico Quatro complicações importantes: 1 - Riscos cardiovasculares e circulatórios; 2 - Distúrbios sanguíneos; 3 – riscos de infecções; 4 – Reações alérgicas. Principalmente em idosos: MEDICAMENTOS!!! Sinais e sintomas Alterações: ● Cor ● Textura gengival ● Exsudato ● Aumento da tendência de sangramento à sondagem ● Possível recessão tecidual Em estágios avançados: Aumento da mobilidade dentária Migração Perda do dente localização, topografia e extensão das lesões periodontais devem ser reconhecidas em todas as partes da dentição. Ideal: Avaliar 6 sítios por dente. Atenção especial às regiões de furca. O exame de um cirurgião-dentista é ODONTOLÓGICO! Não importa a especialidade, a saúde bucal como um todo atenção sempre deve ser à saúde bucal como um todo. Achou algo suspeito? Não se sente capaz de tratar? Encaminhe! Instrumentais para exame periodontal ● Espelho bucal primeiro plano no 5 com cabo ● Sonda Milimetrada ● Pinça de algodão ●Sonda exploradora ● Sonda de Nabers ● Gaze ● Estojo perfurado Como utilizá-los? Possibilidades de uso do espelho bucal • Visão indireta • Retração dos tecidos • Iluminação indireta • Transiluminação Sonda milimetrada •Profundidade de bolsa à sondagem (PBS) : -Sonda entra paralelamente à superfície radicular a ser sondada. -Distância em milímetros da margem gengival ao fundo da bolsa ou sulco. Fatores que influenciam nas medidas: ● Espessura da sonda utilizada; ● Mau posicionamento da sonda; ● Escala de graduação da sonda; ● Pressão aplicada; ● Grau de infiltração das células inflamatórias e perda de colágeno. Junção cemento- esmalte (JCE) Margem gengival • Nível clínico de inserção (NCI) : Sonda entra paralelamente à superfície radicular a ser sondada. Distância em milímetros da JCE ao fundo do sulco ou bolsa periodontal • Sangramento à sondagem (SS): Sonda entra paralelamente à superfície radicular a ser sondada. Presença (1) ou ausência (0) de sangramento Ao final do exame, calcula-se o percentual de sangramento Sonda de Nabers : Envolvimento de furca Dentes multirradiculares; Pior prognóstico. Molares inferiores: vestibular/lingual Pré-molares e molares superiores: Vestibular, disto-palatino e mésio-palatino Marcações com bandas de 3mm Formato anatômico Classificação dos defeitos de furca: Grau I: Até 3 mm Grau II: Maior que 3 mm e, no máximo, um acesso de furca e/ou combinado com envolvimento de furca grau I Grau III: Maior que 3 mm em dois ou mais acessos de furca, geralmente representa uma destruição que comunica os defeitos. Mobilidade dentária Cabo de espelho + Cabo da Sonda Periodontal Classificação da mobilidade dentária: • Grau 1: Até 1 mm no sentido horizontal • Grau 2: Maior do que 1 mm no sentido horizontal • Grau 3: Mobilidade nos sentidos horizontal e vertical Exame clínico periodontal Diagnóstico e classificação das doenças periodontais Saúde Periodontal, Condições e Doenças Gengivais 1. Saúde Periodontal e Saúde Gengival 2. Gengivite: Induzida pelo Biofilme Dental 3. Doenças Gengivais: Não Induzidas pelo Biofilme Dental Periodontite 1. Doenças Periodontais Necrosantes 2. Periodontite (Caracterização dos casos em estágios e graus, através da determinação da complexidade, gravidade e fatores de risco.) 3. Periodontite como Manifestação de Doenças Sistêmicas Outras condições que Afetam o Periodonto 1. Doenças Sistêmicas ou Condições que Afetam os Tecidos Periodontais de Suporte 2. Abscessos Periodontais e Lesões Endodôntico-periodontais 3. Condições e Deformidades Mucogengivais 4. Forças Oclusais Traumáticas 5. Fatores Relacionados ao Dente e às Próteses ● Índice de perda óssea: (JCE – COA)/ (JCE – A) x 100 = % PO ● JCE = Junção cemento-esmalte ● COA = Crista óssea alveolar ● A = Ápice ● %PO = % Perda óssea ● Índice de perda óssea: (JCE – COA)/ (JCE – A) x 100 = % PO ● 6/9 x 100= 66% ● Exemplo: 37 anos ● Índice de perda óssea: %PO/idade ● 66/37 = 1,7 (Alto risco) Plano de tratamento em periodontia Planejamento “Processo de deliberação abstrato que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos pré-definidos.” O tratamento pode ser dividido em 4 partes: 1. Fase sistêmica da terapia; 2. Fase inicial da terapia periodontal; 3. Fase corretiva da terapia periodontal; 4. Fase de manutenção Realizar os procedimentos necessários, no menor espaço de tempo possível e com o menor custo O que considerar na execução do plano de tratamento periodontal? Exame Diagnóstico Prognóstico Avaliação de risco Características e necessidades individuais Definir parâmetros clínicos a serem atingidos através da terapia Ausência de sinais de perda de inserção • PBS ≤ 4 mm • SS <10% dos sítios • ausência de sinais da perda da inserção progressiva Os sítios com PBS = 4 mm E SS não contam como tratados com sucesso. Principais fatores de risco para periodontite: - • Controle inadequado de biofilme; • Tabagismo; • Diabetes mellitus não controlado Fase sistêmica Eliminar ou diminuir condições sistêmicas para melhorar o resultado da terapia. Anamnese Fase inicial (de profilaxia) Terapia associada à causa. • Atingir boas condições de higiene e eliminar infecções na cavidade oral. • Remoção de cálculo, biofilme e fatores retentivos: A presença do cálculo, por si só, não é indutora de inflamação. • Raspagem: Exposição do cemento, esmalte e dentina a nova colonização bacteriana; redução de espécies mais patogênicas. • Motivação do paciente • Concluída na reavaliação e planejamento das terapias adicionaise de suporte. Fase corretiva • Direcionada às sequelas, inclui: cirurgias periodontais, implantes, tratamento endodôntico, restaurações, próteses, etc. • Se a cooperação do paciente for inadequada: inútil iniciar os procedimentos desta fase. • Cirurgias periodontais em pacientes com níveis apropriados de controle de biofilme: ganho de osso alveolar e de inserção clínica. • Mal controladores de biofilme: maior destruição do periodonto. Fase de manutenção • Objetivo é a prevenção da reinfecção e reincidência da doença. • Avaliação dos sítios profundos com SS. • Acompanhamento das possíveis restaurações e prótese; • Atividade de cárie: radiografias bite-wings Plano de tratamento • Depois do exame e diagnóstico – plano de tratamento inicial. • Prognóstico dentário– “Bom”; “não é aconselhável ser tratado”; “duvidoso”. • Prognóstico “BOM”: Requerem terapia relativamente simples, têm suporte ósseo remanescente adequado (+50%); paciente cooperativo • Prognóstico “NÃO É ACONSELHÁVEL SER TRATADO’ Devem ser extraídos durante a fase de terapia associada à causa. Critérios: Periodontais (Abscessos periodontais recorrentes, lesões endodôntico-periodontais, perda de inserção até o ápice) Critérios: Endodônticos (Perfuração no terço médio da raiz) Critérios: Dentários (Fratura radicular longitudinal, fratura radicular oblíqua no terço médio, lesões cariosas extensas com comprometimento do canal radicular) Critérios: Funcionais (Terceiros molares sem antagonistas e com lesão de cárie/periodontite) • Prognóstico “DUVIDOSO”: Geralmente necessitam de um tratamento mais abrangente. Critérios: Periodontal (Envolvimento de furca, defeitos ósseos angulares (verticais), perda óssea horizontal envolvendo mais de 2/3 da raiz) Critérios: Endodôntico (Tratamento endodôntico incompleto, patologia periapical, presença de pinos/ núcleos volumosos) Critérios: Dentários (Lesões de cárie radicular extensas) Polígono para avaliação do risco periodontal BOP = Sangramento à sondagem Porcentagem de sítios com sangramento à sondagem PD = Profundidade de bolsa à sondagem Inserir o número de sítios com profundidade de sondagem de 5mm ou mais. Tooth loss = Perdas dentárias Inserir o número de dentes ausentes (terceiros molares não incluídos) BL/Age = Perda óssea alveolar em relação à idade Cada mm perdido no sítio mais acometido corresponde a 10%. Dividir esse valor pela idade do paciente. Syst./Gen.= Condições sistêmicas e genéticas Diabetes tipo I ou II, polimorfismos e estresse Envir. = Fatores ambientais Tabagismo NS = Não fumante (Incluindo os que pararam de fumar há pelo menos 5 anos) FS = Fumante casual (até 10 cigarros por dia) S≥10 = Fumante (Entre 10 e 20 cigarros por dia) S≥20 = Fumante pesado (Mais do que 20 cigarros por dia) Como interpretar? Baixo, moderado e alto risco Baixo risco = Todos os parâmetros avaliados dentro das categorias de baixo risco ou no máximo um parâmetro nas categorias de risco moderado Risco moderado = Todos os parâmetros avaliados dentro das categorias de risco moderado ou no máximo um parâmetro na categoria de alto risco. Alto risco = Pelo menos dois parâmetros na categoria alto risco. O tratamento pode ser dividido em 4 partes: 1. Fase sistêmica da terapia; 2. Fase inicial da terapia periodontal; 3. Fase corretiva da terapia periodontal; 4. Fase de manutenção Iniciar plano de tratamento logo após o seu estabelecimento – Exceto nas emergências A condição periodontal dos dentes mantidos é mais importante do que o número deles. Ser parte integrante do tratamento global Principal – eliminação da inflamação gengival e correção das condições que a causam e/ou perpetuam Fase preliminar Emergências (dental, periapical, periodontal, etc) Extração dos dentes irrecuperáveis, próteses provisórias, endodontia Fase I – Tratamento Controle do biofilme, dieta, raspagem e alisamento radicular (terapia periodontal básica) correção da próteses e/ou restaurações, terapia antimicrobiana (local ou sistêmica), terapia oclusal, pequenos movimentos ortodônticos, esplintagem Terapia periodontal básica - Perguntas-chave: Por onde devo começar? Como saber se estou atingindo os resultados? Quantas visitas são necessárias? O que esperar dos pacientes com periodontite? Como conduzir pacientes com baixo controle de biofilme? Fase II – Cirurgia Cirurgia periodontal, implantes, etc Fase III – Restauradora Trabalhos de prótese, dentística, etc Fase IV – Manutenção Terapia periodontal de suporte Prevenir reinfecção e reincidência da doença. Para cada paciente, um acompanhamento específico e individualizado. Paciente com adequado controle de biofilme e melhora nos parâmetros clínicos: Terapia periodontal de suporte Paciente com adequado controle de biofilme e sem melhora nos parâmetros clínicos: Raspagem e alisamento radicular ou tratamento cirúrgico Paciente com inadequado controle de biofilme: controle de biofilme e raspagem e alisamento radicular Não é adequado fazer tratamento cirúrgico Terapia periodontal de suporte Avaliar cooperação do paciente, Resposta ao tratamento Avaliação da estratégia terapêutica Explicando ao paciente: Seja específico no diagnóstico Apresente seu planejamento por inteiro Comente sobre o perfil do tratamento periodontal = co-responsabilidades Terapia associada à causa Raspagem e alisamento radicular Objetivo: • restaurar a compatibilidade biológica das superfícies radiculares periodontalmente doentes e retardar o processo da doença • Prevenir a recolonização microbiana patogênica ● Antibioticoterapia? Introdução ✓ Periodontite Generalizada Estágio III ou IV em pessoa sistemicamente saudável ou com diabetes não compensada/ tabagista ✓ Padrão incisivo-molar em pessoas jovens Metronidazol 400 mg 3x/dia + Amoxicilina 500 mg 3x/dia ----- 14 dias ASSOCIADOS A TERAPIA MECÂNICA SEMPRE!! • redução da carga bacteriana, remoção dos cálculos • rugosidade da superfície da do cálculo, por si só, não é indutora de inflamação, porém o efeito deletério do cálculo está relacionado à sua habilidade de promover uma superfície ideal para a colonização microbiana Fatores que podem influenciar a do cálculo: 1. Extensão da doença; 2.Fatores anatômicos; 3. Habilidade do operador; 4.Instrumentos utilizados Debridamento das superfícies radiculares Raspagem– remoção do biofilme bacteriano e dos depósitos de cálculo das superfícies dentárias. Localização: supra ou subgengival Aplainamento/ alisamento radicular – instrumentação na qual “cemento amolecido” é removido e a superfície da raiz se torna “dura” e “lisa”. A remoção excessiva de substância radicular não é justificável • Raspagem x debridamento Instrumentos manuais; ● Raspadores sônicos e ultrassônicos; ● Terapia ablativa a laser. Instrumentos manuais ● Boa percepção tátil; ● Minimização do risco de contaminação por aerossol; ● Mais tempo de trabalho; ● Se executado em excesso: remoção excessiva desubstância dental. ● Correta e frequente afiação dos instrumentos. • Acesso às regiões de furca e à base de bolsas periodontais profundas: hastes estendidas, minilaminas Impacto do debridamento mecânico sobre o biofilme subgengival • Padrão -ouro para o tratamento periodontal; • Exposição do cemento, esmalte e dentina a nova colonização: espécies que se desenvolvem no meio subgengival encontram meio menos hospitaleiro • redução da concentração de produtos bacterianos e produtos do tecido doente, redução do fluxo do fluido crevicular gengival, ph do biofilme mais neutro encorajam o crescimento de espécies menos patogênicas • Diminuição da profundidade de bolsa, do edema e readaptação do epitélio juncional – favorecimento da colonização de espécies aeróbicas • O debridamento resulta na diminuição do número total de micro-organismos, modifica composição do biofilme, aumento de espécies menos patogênicas Reavaliação - a cicatrização está completa após 3 meses Prevenção em periodontia Agentes do controle do biofilme• controle mecânico • Controle químico Benefícios: • manter a dentição funcional ao longo da vida • redução do risco de perda de inserção periodontal • aparência é bom hálito • redução do risco de cuidados dentários complexos, desconfortáveis e caros. Escovação • quando usada de forma adequada, não tem efeitos colaterais, e de fácil aplicação e de baixo custo Os resultados da escovação dependem: (1) desenho da escova, (2) habilidade do indivíduo em usá-la, (3) frequência (4) tempo de escovação. Uma escova dental manual deve apresentar: • Tamanho do cabo apropriado para a idade e destreza do usuário • Tamanho da cabeça apropriado para as dimensões da boca • Filamentos de poliéster ou náilon com extremidade arredondada • Cerdas macias • Modelo de cerdas que aumentem a remoção da placa nos espaços apropriados e ao longo da margem gengival Características adicionais: baixo custo, durabilidade, impermeabilidade à umidade e fácil limpeza. Técnicas de escovação A técnica de escovação ideal é aquela que permite remoção completa da placa dental no menor tempo possível, sem causar dano aos tecidos. Escovação horizontal: • é o método mais comumente utilizado. • A cabeça da escova fica posicionada perpendicular à superfície do dente e aplica-se o movimento horizontal • As superfícies oclusais, linguais e palatinas são escovadas com a boca aberta, enquanto a vestibular é limpa com a boca fechada para diminuir a pressão da bochecha sobre a escova Escovação vertical (técnica de Leonard, 1939) • é semelhante à técnica de escovação horizontal, mas o movimento é aplicado na direção vertical usando movimentação para cima e para baixo. Escovação circular (técnica de Fones, 1934) • é realizada com a boca fechada, a escova é colocada dentro da bochecha, e movimentos rápidos e circulares são aplicados da gengiva da maxila até a gengiva da mandíbula, fazendo-se uma leve pressão. • Movimentos horizontais são usados na superfície lingual ou palatina. Técnica vibratória (técnica de Stillman) • Cabeça da escova em posição oblíqua, voltada para o ápice da raiz, com as cerdas localizadas parcialmente na gengiva e na superfície dentária. Executa-se leve pressão, com movimentos vibratórios sem mover a escova do local. Técnica de Bass: • cabeça da escova em direção obliqua voltada para ápice da raiz num ângulo de 45o, cerdas posicionadas dentro do sulco, usando movimentos rítmicos curtos na direção ântero- posterior. Na lingual/palatina dos dentes anteriores a cabeça da escova trabalha na direção vertical. Técnica de Charters (também chamada de vibratória) • A escova deve ser posicionada lateralmente tocando os dentes com as cerdas formando um ângulo de 45o em relação ao longo eixo dos dentes. A escova é deslocada para trás e para frente com movimentos curtos rotatórios. Interessante para os casos de recessão da papila interdental. Técnica de Bass/Stillman modificada: • A escova é colocada de maneira semelhante nas técnicas de Bass e Stillman. Após ativação da cabeça da escova na direção anteroposterior, a cabeça da escova é então girada sobre a gengiva e os dentes na direção oclusal. Tempo de escovação: • ~2 minutos • Pelo menos 2 vezes ao dia • Dentifrício fluoretado Qualidade é muito mais importante que frequência Escovas elétricas Escovas oscilantes rotatórias são projetadas com cabeças redondas que se movem com giros alternados de 1/3 em sentidos horário e anti- horário. Variações de velocidade: 2.800 rpm; 3600 rpm Inclusão de vibrações. Escovas sônicas: cerdas que se movem aproximadamente 30.000 vezes/min. Principais indicações: • crianças e adolescentes • crianças com desordens mentais ou físicas • pacientes restritos ao leito • pacientes com aparelhos ortodônticos fixos • Pacientes com redução da destreza manual Higiene interdental • fácil • Remover a placa • Não ter efeitos deletérios aos tecidos moles ou duros • o sangramento não é normal • O fio dental e o mais recomendado Fio Fita Passa fio Escova interdental: • Serve para remoção da placa das superfícies próximas dos dentes • Fabricadas de várias formas e tamanhos • Formas: cilíndricas ou cônicas