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Apostila de Periodontia Anatomia do periodonto Periodontia: estuda os tecidos de revestimento e suporte dos dentes naturais, sua fisiologia, alterações patológicas e diferentes formas de tratamento. PERI = em torno de + ODONTO = dente. Função: inserção dos dentes nos tecidos ósseas dos maxilares e manter a integridade da superfície da mucosa da cavidade oral. Mucosa oral FUNÇÃO Proteção: Mecânica (barreira contra agressões extensas; Sensorial: receptores aos estímulos térmicos; Secreção: ductos secretores de saliva. CLASSIFICAÇÃO Mucosa mastigatória: gengiva e palato duro; Mucosa especializada: dorso da língua; Mucosa de revestimento: fundo de vestíbulo. Gengiva Consiste em uma camada epitelial e um tecido conjuntivo subjacente (na gengiva é chamado de lâmina própria somente na mucosa oral). FUNÇÕES: Proteção do ligamento periodontal e do osso alveolar ao trauma da mastigação e da invasão microbiana. A gengiva é queratinizada da margem gengival à linha muco-gengival. As áreas da gengiva não queratinizadas são: Região de COL e mucosa alveolar. Gengiva Ligamento periodontal Cemento Osso alveolar Periodonto de sustentação Cemento Tecido conjuntivo, mineralizado, especializado, avascular, sem inervação, sem vasos linfáticos, baixo metabolismo, semipermeável, não sofre remodelação, deposição contínua em camadas. Tecido calcificado - 65% do peso é hidroxiapatita (mineral), recobre a superfície radicular dos dentes, possui fibras colágenas e matriz orgânica. FUNÇÕES: • Ancoragem do dente ao osso; • Inserir as fibras do ligamento periodontal; • Reparo a danos a raíz. Cemento acelular Primeiro que se forma - fibras extrínsecas, encontrado nas porções coronárias e média. Não há deposição ao longo da vida. Cemento celular Presente no ápice - fibras intrínsecas e cementócitos, há deposição ao longo da vida. Limite amelocementário (JCE) Constitui a separação anatômica entre coroa e a raiz do dente. É o ponto de referência para determinar o aumento da gengiva. Ligamento periodontal Tecido conjuntivo frouxo especializado, muito vascularizado, extremamente inervado, com vasos linfáticos e alto metabolismo. FUNÇÕES: • Nutrição, sensorial, hemostática, regenerativa; • Distribuição e absorção de forças oclusais; • Mobilidade (fisiológica) e movimentação (ortodontia). • Largura média: 0,25mm Fibras do ligamento periodontal 1 - Oxitalânicas; 2 - Colágenas: • Fibras da crista alveolar; • Fibras horizontais; • Fibras oblíquas; • Fibras apicais. Células do ligamento periodontal • Fibroblastos; • Cementoblastos; • Osteoblastos. Restos epiteliais de Malassez (células epiteliais) que aparecem no ligamento como cordões entrelaçados ou em pequenos agrupamentos junto a superfície do cemento. Matriz do tecido conjuntivo É o líquido do tecido conjuntivo; Produzida pelos fibroblastos; Tem função estrutural e de amortecimento; Contém: proteoglicanas, glicoproteínas, lipídios e água. Osso alveolar Dividido em três partes: Processo alveolar: porção da maxila e mandíbula que suporta os alvéolos dentais, parte mais superficial do osso; Osso alveolar propriamente dito: porção interna do osso alveolar (lâmina dura), dentro do processo alveolar; Osso basal: porção apical da mandíbula e maxila. Deficiências ósseas Fenestração: ausência de osso, porém sem envolver a parte mais coronária da raiz, próximo a cervical dos dentes. Deiscência: ausência de osso na porção coronária das raízes, próximo a cervical dos dentes. Gengiva marginal livre Está a margem dos tecidos gengivais, na superfície do esmalte, encostada no esmalte do dente. Circunda os dentes em formato de colarinho (arco côncavo), forma os sulcos gengivais e as papilas interdentais. Não está aderida a superfície do dente, seu limite por fora é chamado de ranhura gengival e por dentro de junção amelo cementário. O epitélio externo da gengiva livre é paraqueratinizado, já o interno sulcular é não queratinizado, mas passível de queratinização. A linha da junção mucogengival vai separar a mucosa alveolar da gengiva inserida. Cor - rosa pálido, com dimensão entre 1,5 a 2mm. Formato - arcos côncavos, superfície opaca e consistência firme. Gengiva inserida Localiza-se imediatamente para apical da gengiva marginal, tem início na ranhura gengival (JCE) e termina na linha mucogengival, onde se torna contínua com a mucosa alveolar. Está firmemente aderida, inserida ao periósteo do osso alveolar e ao cemento subjacente através de fibras de tecido conjuntivo. Aspecto de casca de laranja, rosa-pálida (aspecto sadio); tecido bem aderido, caso contrário as fibras colágenas são destruídas com a inflamação. Sem uma medida padrão. Sulco gengival Espaço vazio resultante da falta de aderência da gengiva marginal. Observação: a sonda entra até o final da gengiva livre, quando para é o final do sulco gengival. TIPOS: Sulco clínico: onde a sonda penetra COL 3 a 2mm (margens livres) Sulco histológico: onde termina a gengival marginal livre 0,69 a 1,5mm. Sulco gengival X Bolsa periodontal A bolsa periodontal é o aumento patológico do sulco gengival (profundidade), causado pelas bactérias patológicas que destroem a inserção conjuntiva. Ao inserir a sonda o ideal é descer até 3mm, em dentes com patologia há o aumento da profundidade do sulco. Gengiva inserida É a papila interdental, que prende as ameias interdentárias, constituída de gengiva marginal e gengiva inserida. Tem o formato piramidal nos dentes anteriores e em sela nos dentes posteriores; sendo mais achatada no sentido vestíbulo lingual. COL gengival - depressão que supera as papilas interdentárias numa porção vestibular e uma porção palatina/lingual em região de pré e molar. • Proximais; • Quanto mais posterior, maior a distância do COL. Espaço biológico É o espaço de proteção do dente, principal linha de defesa contra bactérias patogênicas entre o dente e o osso. O espaço biológico é a distância compreendida entre a crista óssea alveolar e a borda da gengiva marginal livre. A distância biológica é construído pelo epitélio juncional (0,97mm) e inserção conjuntiva que é ligada ao dente por fibras colágenas (1,07mm), logo a distância biológica mede 2,04mm. O espaço biológico é constituído pelo epitélio juncional (0,97), pela inserção conjuntiva (1,07) e pelo sulco gengival (0,69), logo o espaço biológico mede aproximadamente 3mm. Epitélio oral Sempre voltado para a cavidade oral, possui cristas epiteliais. Pavimentoso, ceratinizado e estratificado. CÉLULAS Ceratócitos: Células predominantes (90%); Melanócitos: Melanina (cor); Langherans: resposta imune; Merkels: função sensorial, através dos receptores táteis; Células inflamatórias; Com exceção dos Ceratócitos e das Merkels, todas são chamadas de células claras (pois não possuem ceratina). As células produzem ceratina possuem um núcleo escuro. Diferenciação dos ceratinócitos O epitélio é sempre renovado através dos ceranócitos que vão sofrendo diferenciação e especialização continuam ao atravessar o epitélio, desde a camada basal até a superfície epitelial, quando, então descamam a superfície do tecido. Camadas 1 - Basal: Células com alto poder proliferativo, alimentam o estrato espinhoso. 2 - Espinhosa: Células proliferativa; 3 - Granulosa; 4 - Córnea: Queratina - células esfoliadas. A regeneração do epitélio é dita fisiológica. Epitélio do sulco • Reveste o sulco gengival; • Células cúbicas; divide-se por mitose; • Pavimentoso, estratificado, não queratinizado; • Semipermeável, com passagem de produtos bacterianos e sulco gengival. Epitéliojuncional Escamoso, estratificado, não queratinizado. Nesse epitélio tem a inserção da gengiva no dente (através de hemidesmossomos), por isso a sonda para, pois é onde começou o epitélio juncional, onde está fortemente aderido. Alto índice de renovação que ocorre na camada basal. Células achatadas com eixo longitudinal paralelo a superfície do dente. Tecido conjuntivo Tipos de fibras: fibras colágenas (60%), elásticas, reticulares, Oxitalânicas. Tipos de células: Fibroblastos, mastócitos, macrófagos, células inflamatórias, vasos e nervos. O tecido conjuntivo gengival é conhecido como lâmina própria e consiste em duas camadas: Camada papilar - consiste em projeções papilares entre as cristas epiteliais. Camada reticular - contígua com o periósteo do osso alveolar. Os três tipos de fibras do tecido conjuntivo são: • Colágenas; • Reticulares; • Elásticas. Os feixes de fibras colágenas gengivais reforçam a gengiva e fornecem a resiliência e tônus necessário para a manutenção da forma arquitetônica e a integridade da união dento gengival. O colágeno tipo I - Compõe a massa da lâmina própria e proporciona força tensional ao tecido gengival. O colágeno tipo IV- divide-se entre os feixes de colágeno tipo I e é contínuo com as fibras da membrana basal e as paredes dos vasos sanguíneos O sistema de fibras elásticas é composto de fibras Oxitalânicas, elaunínicas e elastinas distribuídas entre as fibras colágenas. Suprimento sanguíneo, linfático e nervoso A drenagem do fluido tecidual e a disseminação de inflamações dependem da microcirculação, dos vasos sanguíneos e dos vasos linfáticos. No quadro de gengivite e periodontite, a microcirculação e a formação vascular alteram muito a rede vascular diretamente sob o epitélio sulcular gengival e epitélio juncional. Fontes de suprimento sanguíneo Arteríolas supraperiosteais : Ao longo das superfícies vestibular e lingual do osso alveolar, das quais capilares se estendem ao longo do epitélio sulcular e entre as cristas epiteliais da superfície externa gengival. Vasos do ligamento periodontal: Se estendem para a gengiva e anastomosam com os capilares na área do sulco. Arteríolas: Emergem da crista do septo interdental e se estendem paralelamente à crista óssea e se anastomosam com vasos do ligamento periodontal. O sistema linfático desempenha um importante papel na inflamação, ao remover o excesso de fluidos, os debris celulares e proteicos, microrganismos e outros elementos, além do controle da difusão. A drenagem linfática da gengiva ocorre nos vasos linfáticos do tecido conjuntivo papilar. A inervação gengival é derivada das fibras provenientes dos nervos no ligamento periodontal e dos nervos labiais, bucais e palatinos. Diagnóstico periodontal Diagnóstico clínico A doença periodontal são encontradas em todos os grupos de pacientes diferentes, independentemente da idade, raça, sexo ou nível socioeconômico. O exame periodontal deve ser realizado em todos os pacientes dentados. Anamnese Periodontal 1. Queixa Principal; 2. História familiar e social; 3. História dentária; 4. Hábitos de higiene oral; 5. História de pacientes tabagistas (fator etiológico); 6. História médica e medicamentos Queixa principal Vai-se perguntar o que o paciente está sentindo; Identificar as necessidades e expectativas do paciente para o atendimento. História familiar e social Entender qual ambiente social e econômico o paciente vive; Investigar histórico familiar, principalmente as formas mais avançadas. Exame bucal Avaliação dos cuidados dentários anteriores e as visitas de manutenção; Obtenção de informações em relação a sinais e sintomas de periodontite percebidos pelo paciente (migração e mobilidade dental, sangramento gengival, impactação alimentar e dificuldade na mastigação); Hábitos de higiene oral Questionar a rotina e hábitos e cuidados com a higiene oral; (frequência e duração da escovação, uso de fio dental e fluoretos). História de pacientes tabagistas Enfatizar os riscos do cigarro, quanto tempo o paciente fuma ou quanto tempo deixou de fumar. TABAGISMO: segundo fator de risco para doença periodontal, o primeiro é a cárie dentária; Fumantes apresentam perda óssea acelerada, menores níveis de inserção clínica e maior profundidade de bolsas periodontias; História médica e medicamentos do paciente A doença periodontal tem relação com todo o corpo, logo o histórico de doenças é importante (hipertensão, insuficiência renal, diabetes), no caso de resposta positiva para algum tipo de patologia sistêmica, deve-se questionar o uso de medicamentos e registrar. Uma série de medicamentos causam alterações no periodonto, por exemplo, medicamentos para hipertensão e epilepsia. Investigação das condições como presença de doenças cardíacas, vasculares e diabetes. Sinais e sintomas das doenças clínicas CLÍNICOS Alterações de cor e textura, vermelhidão e exsudato; Liberação de exsudato; Sangramento à sondagem no sulco gengival; (todo tecido inflamado tem tendência sangramento); Aumento da profundidade de sondagem (maiores do que 3 mm); Estágios de doença periodontal avançados apresentam mobilidade dentária, migração ou perda dentária. RADIOGRÁFICOS O primeiro parâmetro a ser avaliado em uma radiografia é o limite da crista óssea alveolar; • Perda óssea “horizontal” = uniforme; • Perda óssea “angular” ou “vertical” = em diferentes níveis (mais difícil de tratar). Parâmetros avaliados Gengiva: mudança de cor, textura e sangramento à sondagem. O sítio que sangra corresponde a inflamação. Índice de sangramento à sondagem (ISS) Sangramento - Infiltrado de células inflamatórias; Sua presença é o melhor sinal clínico de inflamação. TÉCNICA A pressão aplicada com a sonda deve ser sutil, para não causar nenhuma avaria ao tecido; A angulação da sonda deve ser de 0° (sonda sempre paralela ao longo eixo do dente); A sonda é inserida 1 mm no sulco e percorre a margem da gengiva em movimento contínuo sem exercer pressão. No mesmo momento da profundidade de sondagem, também é avaliado o sangramento, onde sangra pinta o quadro, se não sangrar, deixa o quadrado em branco. Cálculo do ISS Número total de sítios ---------- 100% (n° de dentes x 6 (faces) Números de sítios que sangraram ---------- X Índice de placa visível Os índices de placa bacteriana são essenciais porque permite a distinção da quantidade e da localização do biofilme na superfície dos dentes. Além de denunciar os hábitos de higiene do paciente. Cálculo do IPV N° de sítios com placa/ n° total de sítios x 100 Os fatores retentivos de placas: • Cálculo dental; • Cavidades cariosas; • Restaurações e próteses defeituosas; • Restos radiculares; • Aumento de volume gengival extensos. Profundidade de sondagem (PS) Distância da margem gengival até o fundo da bolsa (ou onde a sonda para); Profundidade da BOLSA, registrar ≥4mm. Total de 6 sítios (vestibular, mesiovestibular, distovestibular, lingual, mesiolingual e distolingual); 3 na vestibular e 3 na palatina/lingual. Distância medida com um sonda milimetrada. TÉCNICA “Escaneamento” da superfície radicular. Exsudato, sangramento e supuração subgengival É importante avaliar a presença de exsudato, sangramentos e supuração durante a realização do exame de profundidade de sondagem, já que é o que define a atividade de doença. Deste modo, ao inserir a sonda periodontal e sua ponta entrar em contato com os vasos expostos pela perda de continuidade do epitélio sangra. Níveis de inserção clínico É a quantidade de tecido de suporte que o dentejá perdeu; É a medida da distância da junção amelocementária até o fundo do sulco gengival/bolsa gengival, indica o grau de destruição periodontal. A - a margem gengival está coronalmente à junção amelocementária, nesse caso A é um exemplo de HIPERPLASIA GENGIVAL. B - a margem gengival está coincidindo com a junção amelocementária. C - é um caso em que a margem gengival está apicalmente à junção é um caso de RECESSÃO GENGIVAL. A linha azul (LAC) é a junção amelocementária, a linha preta mais grossa é a margem gengival. Envolvimento de furca Avalia a progressão da perda de inserção em dentes multirradiculares (posteriores), o tratamento é complexo e depende do grau e tem um mal prognóstico. A identificação do grau é essencial para diagnóstico e plano de tratamento adequado. GRAU I: Inicial, perda horizontal dos tecidos de suporte de não mais que 1/3; GRAU II: Parcial - perda horizontal dos tecidos de suporte de mais de 1/3, mas não passa de um lado para o outro; GRAU III: Total - perda horizontal dos tecidos de suporte que passa de um lado para o outro. Mobilidade dentária A mobilidade dentária é resultado do alargamento do ligamento periodontal e redução na altura dos tecidos de suporte (ou combinação de ambos). Esse alargamento pode ocorrer devido a doença periodontal ou devido a trauma oculsal. É avaliado sempre com o cabo do espelho por vestibular e a polpa do dedo por lingual ou palatina ou cabo de dois instrumentais. Classificação de Miller (1950) GRAU 0: mobilidade fisiológica ao nível da coroa de 0,1 a 0,2 mm no sentido horizonta; GRAU 1: mobilidade da coroa < ou = 1 no sentido horizontal; GRAU 2: mobilidade da coroa > 1 mm no sentido horizontal; GRAU 3: mobilidade da coroa nos sentidos horizontal e vertical. Ficha de Periograma Nova classificação periodontal No mês de junho de 2018, foi lançado o Proceedings do Workshop Mundial para a Classificação das Doenças e Condições Periodontais e Peri-Implantares, o qual ocorreu de 9 a 11 de novembro de 2017 em Chicago, nos Estados Unidos. Esta publicação é um esforço conjunto da Academia Americana de Periodontia e da Federação Europeia de Periodontia e substitui a classificação até então vigente. Para as condições periodontais, há três grupos: 1. Saúde Periodontal, Condições e Doenças Gengivais, subdividido em: • Saúde periodontal e saúde gengival; • Gengivite induzida pelo biofilme; • Doenças gengivais não induzidas pelo biofilme. 2. Periodontite, subdividido em: • Doenças periodontais necrosantes; • Periodontite; • Periodontite como manifestação de doenças sistêmicas. 3. Outras Condições que afetam o Periodonto, subdividido em: • Manifestações periodontais de doenças ou condições sistêmicas que afetam os tecidos periodontais de suporte; • Abscessos periodontais e lesões endoperiodontais; • Condições e deformidades mucogengivais; • Forças oclusais traumáticas; • Fatores relacionados ao dente e às próteses; • Para as condições peri-implantares, estas foram divididas em saúde peri-implantar; mucosite peri-implantar; Peri-implantite; e deficiências nos tecidos peri-implantares. Periodontite Definida como “doença inflamatória crônica multifatorial associada com biofilme disbiótico e caracterizada pela destruição progressiva do aparato de inserção dental”. Clinicamente, caracteriza-se por: Perda de inserção detectada em dois ou mais sítios interproximais não adjacentes; ou pela perda de inserção de 3 mm ou mais na vestibular ou lingual/palatina em pelo menos 2 dentes, sem que seja por causa de: 1) recessão gengival de origem traumática; 2) cárie dental estendendo até a área cervical do dente; 3) presença da perda de inserção na face distal de um segundo molar e associado ao mau posicionamento ou à extração de terceiro molar; 4) lesão endoperiodontal drenando por meio do periodonto marginal; 5) ocorrência de fratura radicular vertical. A Periodontite é classificada de acordo com seu ESTÁGIO e seu GRAU. Estágio A classificação de estágios está relacionada com a severidade da doença. Os estágios da periodontite devem ser primariamente definidos pela perda clínica de inserção, denominadas como “característica determinante”. Em sua ausência, utiliza-se perda óssea radiográfica. Caso haja “fatores de complexidade” (por exemplo, lesões de furca ou mobilidades avançadas), sobe-se o estágio ao pior cenário encontrado, de acordo com o descrito abaixo em “fatores que modificam o estágio”. Em pacientes tratados, o estágio não deve diminuir. Para todos os estágios, deve-se classificar ainda quanto à extensão: localizada (até 30% dos dentes afetados), generalizada (30% dos dentes ou mais) ou padrão molar/incisivo. Os estágios são definidos em: ESTÁGIO I Característica determinante: 1-2 mm de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda radiográfica no terço coronal (< 15%). Características secundárias: profundidade de sondagem de até 4 mm, sem perda dental devido à periodontite e padrão de perda óssea horizontal. ESTÁGIO II Característica determinante: 3-4 mm de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda radiográfica no terço coronal (15- 33%). Fatores que modificam o estágio: profundidade de sondagem de até 5mm, sem perda dental devido à periodontite e padrão de perda óssea horizontal. ESTÁGIO III Característica determinante: 5 mm ou mais de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda óssea radiográfica se estendendo à metade ou ao terço apical da raiz. Fatores que modificam o estágio: profundidade de sondagem de 6mm ou mais, com perda dental devido à periodontite em até 4 dentes. Pode ter perda óssea vertical de até 3 mm, lesões de furca grau II ou III e defeito de rebordo moderado. ESTÁGIO IV Característica determinante: 5 mm ou mais de perda de inserção interproximal no pior sítio ou perda óssea radiográfica se estendendo à metade ou ao terço apical da raiz. Fatores que modificam o estágio: perda dental de 5 ou mais dentes devido à periodontite. Além dos fatores de complexidade listados no estágio III, pode ocorrer disfunção mastigatória, trauma oclusal secundário (mobilidade grau 2 ou 3), defeito de rebordo grave, problemas mastigatórios, menos de 20 dentes remanescentes (10 pares de antagonistas). Grau O grau reflete as evidências, ou o risco, de progressão da doença e seus efeitos na saúde sistêmica. Inicialmente, todo paciente com periodontite deve ser considerado como grau B e, assim, modificar esse grau (para A ou C) de acordo com: 1) evidências diretas de progressão; 2) evidências indiretas. Após a determinação da graduação da periodontite pela evidência de progressão, o grau pode ser modificado pela presença de fatores de risco (tabagismo e diabetes mellitus). GRAU A Progressão lenta Característica determinante: evidência direta de não progressão de perda de inserção por 5 anos ou indireta de perda óssea/ano de até 0,25 mm. Características secundárias: pacientes com grande acúmulo de biofilme, mas pouca destruição periodontal. Fatores de risco que podem modificar a graduação: sem fatores de risco (tabagismo ou diabetes mellitus). GRAU B Progressão moderada Característica determinante: evidência direta de progressão inferior a 2 mm em 5 anos ou indireta de perda óssea/ano de 0,25-1 mm. Características secundárias: destruição compatível com depósitos de biofilme. Fatores de risco que podem modificar a graduação: fumantes abaixo de 10 cigarros ao dia ou HbA1c < 7% em pacientes com diabetes mellitus. GRAU C Progressão rápida Característica determinante: evidência direta de progressão igual ou superior a 2 mm em 5 anosou indireta de perda óssea/ano superior a 1 mm. Características secundárias: a destruição excede ao esperado para a quantidade de biofilme. Padrões clínicos específicos sugerem períodos de rápida progressão e/ou acometimento precoce da doença (por exemplo, padrão molar/incisivo e ausência de resposta esperada às terapias de controle do biofilme). Fatores de risco que podem modificar a graduação: tabagismo (10 ou mais cigarros/dia) ou pacientes com diabetes mellitus (HbA1c igual ou superior a 7%). Controle do biofilme dental Biofilme Dental: É uma comunidade complexa de espécies bacterianas que residem sobre a superfície dos dentes e dos tecidos moles (bactérias, matriz orgânica derivada de proteínas salivares, polissacarídeos, células epiteliais, leucócitos e macrófagos). Quando o biofilme está sendo formado não tem bactérias e chama-se de película adquirida, tem-se apenas glicoproteínas e proteínas acumuladas na superfície do dente. Se não remove esta película adquirida, depois de um tempo, esta película adquirida vai começar a ser contaminada por microrganismos que passa a chamar biofilme dental. O que vai fazer com que o biofilme desenvolva cárie ou doença periodontal é o tipo de bactéria presente no biofilme, pois o biofilme pode ser colonizado tanto por bactérias cariogênicas, quanto por bactérias periodontopatogênicas. A presença de biofilme dental não determina o aparecimento da doença; a resposta do hospedeiro e a presença de microbiota patogênica é que determinarão o seu aparecimento. Métodos mecânicos para controle da placa bacteriana • Escovas manuais e elétricas; Métodos auxiliares: • Fio fita dental; • Escovas uni ou bitufo; • Escovas interdentais; Métodos realizados pelo Cirurgião-Dentista • Raspagem e alisamento radicular; • Profilaxia mecânica.; • Aplicação de flúor. Características da escova ideal • Cabeça pequena e reta; • Empunhadura longa e ampla; • Cerdas retas de nylon macias com pontas arredondadas (0,2 mm x 10 mm); • Multitufos. • Nenhum desenho é superior ao outro, se o modelo que o paciente usa remove corretamente, não precisa trocar Técnicas de escovação Técnica de Rolagem (Stillman) Técnica vibratória; Escova posicionada em sentido apical, formando ângulo de 45º em relação ao longo eixo; Movimento no sentido coronário empregando-se pressão moderada; Posição vertical da escova em áreas anteriores; Movimento vibratório leve. INDICAÇÕES Recessão gengival; Sensibilidade dentinária; “Abutments” circundados por mucosa alveolar; Tecidos muito finos e friáveis; Massageamento e estimulação das gengivas; Limpeza das áreas cervicais dos dentes. Técnica de Bass Escovação sulcular; As cerdas da escova na direção oblíqua, voltada ao ápice da raiz; Inclinação de 45° da escova com o longo eixo do dente e as cerdas dentro do sulco na região cervical do dente; Deslocamento no sentido ântero-posterior, sem tirar as cedas do sulco; Na lingual ou palatina dos anteriores, a escova fica na direção vertical. Técnica de Bass modificada Foi acrescentado movimentos verticais, após os movimentos vibratórios do sentido ântero- posterior, maior potencial de redução de placa. Técnica de Fones Ideal para crianças em idade escolar; Movimentos circulares da gengiva da maxila até a mandíbula, pegando de dois em dois dentes e contando até 10; Dentes Cerrados – Faces Vestibulares; Faces Oclusais – Movimentos Ântero- Posteriores; Maior potencial de redução de placa, em criança e adolescentes, com uso da técnica de Fones. DESVANTAGENS: Incapacidade de higienizar totalmente a coroa; Ignora áreas cervicais; Potencial de agressão. A técnica de escovação ideal é aquela que permite uma completa remoção do biofilme dental no menor tempo possível, sem causar nenhum dano aos tecidos periodontais, assim, não tem supremacia de técnicas, elas devem ser indicadas em determinados casos. Instrumentos para controle do biofilme ESCOVAS ELÉTRICAS Indicado em casos que dificultam a higiene dental (aparelhos fixos, próteses dentais, crianças, idosos, hospitalizados). Doenças físicas que interferem na capacidade motora: • Mal de Parkinson; • Síndrome de Down; • Sequelas do AVC. FIO/FITA DENTAL Somente a escovação não é suficiente para controlar a placa dentária, lesões periodontais predominam em áreas interproximais. A placa inicia o acúmulo em áreas interproximais. Indispensáveis para remoção de placa da região interproximal; Fios de seda ou fibras de náilon, podendo ser revestidos com cera / teflon (polímeros); Fita dental: maior superfície de contato com o dente; mais fácil de ser inserida. ESCOVAS INTERDENTAIS INDICAÇÕES: Espaço interdentais mais amplos; Defeitos de furca; Áreas difíceis de serem atingidas com a escova tradicional; Uso de aparelho fixo; Uso de prótese total fixada por implantes. RASPADOR DE LÍNGUA A língua é um reservatório de microrganismos; Influência na halitose, devido a formação de compostos sulfurados voláteis. PASSA FIO Auxilia no acesso à região interproximal; INDICAÇÕES: Pacientes com aparelhos ortodônticos ou próteses fixas. PORTA FIO Suporte para fio dental auxiliando seu controle; INDICAÇÕES: Pacientes com problemas motores; Para facilitar o alcance de áreas de difícil acesso. DENTIFRÍCIOS - PASTA DE DENTE O importante é conter flúor para a prevenção da cárie. Auxiliam em até 70% na remoção da placa. Observar a quantidade mínima para crianças devido ao risco de ingestão (Grão de arroz). INGREDIENTES: 1. Abrasivos: sílica, alumina, fosfato dicálcio e carbonato de cálcio (controle da pigmentação); 2. Detergentes: laurel sulfato de sódio (atividade antimicrobiana); 3. Espessantes: sílica e goma (viscosidade do produto); 4. Umectantes: glicerina e sorbitol (prevenir o ressecamento após aberta); 5. Flavorizantes (dá o sabor): menta e hortelã- pimenta; 6. Ativos: • Triclosan, fluoreto estanhoso e clorexidina (controle de placa); • Pirofosfatos (agentes anti-cálculo); • Polifosfatos (agentes clareadores); AGENTE QUÍMICO INDICAÇÕES Adjunto ou substituto do controle mecânico; Ausência de coordenação motora; Doenças periodontais agudas; Após as cirurgias; Diminuir a dispersão de microrganismos por aerossóis. EFETIVIDADE Alta atividade germicida; Amplo espectro de atividade; Extrema margem de segurança; Atividade por longo período. LIMITAÇÕES Manutenção por um período suficiente; Fluxo de fluido gengival; Efeito Biofilme. Clorexidina 0,12% Ampla ação antimicrobiana (G+ e G-); Eficaz contra Fungos, leveduras, HBV e HIV; Altera a aderência bacteriana; Aumenta a permeabilidade / Precipitação citoplasmática; Redução de placa: 45 a 61%; Redução da gengivite: 27 a 67%. EFEITOS COLATERAIS Manchamento; Alteração do paladar; Queimação, irritação e descamação da mucosa; USO: Bochechos 2x/dia, durante 60s (Interação com dentifrícios!!). INDICAÇÕES Coadjuvante à higiene oral; Pós-cirúrgico; Pacientes com fixação mandibular; Ulceração oral; Tratamento de estomatite por prótese. Epidemiologia das doenças periodontais A epidemiologia das doenças aumentam a compreensão do processo da doença, é importante para descobrir populações de alto e baixo risco, para identificar fatores de risco, identificar tendências nos padrões da doença, avaliar a necessidade de tratamento e desenvolver métodos de controle e prevenção. Fatores de risco para a doença periodontal Já determinados: • Tabagismo; • Diabetes; • Patogêneses.Prováveis: • Álcool; • Obesidade; • Estresse; • Genética; Tabagismo Indivíduos fumantes apresentam maiores prevalência, extensão e severidade de doença periodontal e podem ter até 8x mais chances a apresentar periodontite grave. O fumo passou a ser considerado um dos principais fatores de risco para a periodontite. Mecanismos pelos quais o tabagismo afeta a saúde periodontal: • Alterações na microbiota.; • Microcirculação periférica.; • Resposta imune imediata. Estudos demonstram que a cessação do fumo pode trazer benefícios para o tratamento periodontal. Pacientes que pararam tiveram menos perda óssea. Diabetes mellitus Pacientes diabéticos têm a doença periodontal em maior extensão e severidade quando comparados a indivíduos não diabéticos. TIPOS DE DIABETES Tipo 1 - o paciente já nasce com essa deficiência na quantidade de insulina (insulina dependente). Tipo 2 - desenvolve com o tempo, consegue-se tratar sem medicação, seguindo uma dieta alimentar, atividade física. Nos indivíduos diabéticos, o estado hiperglicêmico provoca danos principalmente por meio do acúmulo de produtos finais avançados da glicosilação. Obesidade Pessoas com sobrepeso tem uma quantidade maior de adipócitos (células de gordura), e essa grande quantidade de adipócitos contribui para a formação de adipocinas pró- inflamatórias e essas adipocinas elevadas podem desencadear problemas periodontais mais severos. Bactérias Os principais agentes associados a periodontite são: • Aggregatibacter actinomycetencomitans; • Tannerella forsythia; • Porphyromonas gingivalis; • Treponema denticola. Etiologia e patologia das doenças periodontais PERIODONTITES As características clínicas primárias da periodontite incluem: Perda de inserção clínica e de ossos alveolar, formação de bolsas periodontais e inflamação gengival, retração e sangramento gengival, aumento na mobilidade podendo ocorrer migração e/ou avulsão de dente. LEUCEMIA Sinais clínicos podem surgir na cavidade oral, como hipertrofia gengival em região de rebordo tanto superior e inferior, hemorragias difusas da gengiva. DOENÇAS CARDÍACAS O paciente cardiopata tem maior probabilidade de desenvolver de infecções maiores, como a endocardite bacteriana. A doença periodontal gera o aumento da liberação de mediadores inflamatórios, podendo aumentar o risco de infarto do miocárdio; É necessário realizar antibioticoterapia prévia aos procedimentos periodontais em casos mais graves. SÍNDROME DE PAPILLON-LEFÉVRE A rápida destruição periodontal é resultante dos distúrbios dos fagócitos, que aparece logo após a erupção dos dentes decíduos e permanentes. Radiograficamente parece que os dentes do paciente estão flutuando. ABCESSO GEGIVAL Lesão localizada, dolorosa, de rápida expansão e, geralmente, de início súbito; Causada por impactação de corpo estranho (ex: casca de pipoca) em sítios previamente sadios ou alterações na integridade radicular. Inicia com um aumento de volume vermelho, com superfície lisa e brilhante, com área flutuante, pontiaguda e exsudato purulento. ABCESSO PERIODONTAL De natureza aguda ou crônica, apresenta inflamação purulenta relacionada à bolsa periodontal. Um sinal clínico que evidencia a presença do abcesso é uma elevação ovoide ao longo da porção lateral da raiz. Está geralmente associado à bolsa profunda e é comum a presença de supuração, fistulas ou bolsas. Ainda, clinicamente pode ser observado dor, linfadenopatia, extrusão dental, febre, aumento da mobilidade dentária e sangramento a sondagem. ABCESSO PERICORONÁRIO Predominante na região de terceiros molares e em dentes não completamente erupcionados (pericoronarite). Apresenta sintomatologia intensamente dolorosa, inchaço local, inchaço da face, trismo e em alguns casos febre e prostração. TRATAMENTO • Drenagem; • Analgésico/anti-inflamatório/antibiótico; • Ulectomia - remoção do capuz. GENGIVITE Doença Inflamatória e imunológica, que clinicamente apresenta presença de biofilme que inicia/potencializa a lesão (inflamação), sangramento ao toque e edema gengival, aumento do exsudato, perda de inserção. GENGIVOESTOMATITE HERPÉTICA (Primária) Atinge Crianças entre 2 e 5 anos ou adultos sem exposição prévia. O início da infecção é abrupto e acompanhado por linfadenopatia cervical anterior, calafrios, febre, náusea, irritabilidade e lesões orais dolorosas. (Secundária) O vírus fica latente no organismo após a primeira exposição. A reativação pode ocorrer em resposta a uma variedade de estímulos: exposição solar, estresse emocional e resposta ao trauma. VARICELA ZOSTER Decorrente da ativação do vírus da varicela (catapora); Ocorre primariamente em adultos, caracterizada por erupção vesicular, pústula e ulceração com formação de crosta, dura de 7 a 10 dias. MOLUSCO CONTAGIOSO Infecção contagiosa que pode aparecer em qualquer região do corpo, inclusive em região de cavidade oral. GENGIVITE ULCERATIVA NECROSANTE AGUDA (GUNA) Caracterizada por uma infecção bacteriana nas papilas, é uma condição inflamatória destrutiva do tecido gengival, com ulcerações, necrose e destruição das papilas interdentais que se estende para gengiva marginal. CARACTERÍSTICAS • Dor ou desconforto de rápido estabelecimento; • Úlceras gengivais na papila; • Sangramento espontâneo. Fatores predisponentes • Estresse; • Desnutrição; • Consumo de tabaco; • Etilismo; • Gengivite preexistentes; • Imunossupressão e imunodeficiência. TRATAMENTO Controle do biofilme, bochechos de digluconato de clorexidina a 0,12% (12/12 h por 7 dias), analgésicos e (4/4 h) e antibiótico, Metronidazol é bem indicado ( 8/8h por 7 dias). PERIODONTITE ULCERATIVA NECROSANTE AGUDA (PUNA) Doença agressiva de evolução rápida, caracterizada pela necrose das gengivas, do ligamento e do osso alveolar. Apresenta – ulcerações e necrose dos tecidos gengivais, do ligamento periodontal e do osso alveolar, além de eritema linear e sequestro ósseo. TRATAMENTO Anestesia, raspagem, bochechos de digluconato de clorexidina a 0,12% (12/12 h por 7 dias), analgésicos e (4/4 h) e antibiótico, Metronidazol é bem indicado ( 8/8h por 7 dias). ERITEMA GENGIVAL LINEAR Linha de hiperemia na gengiva marginal, caracterizada pela desproporção entre a intensidade da inflamação e a quantidade de biofilme presente. A gengiva não apresenta úlceras nem alterações na profundidade de sondagem. Frequentemente o eritema gengival linear tem sido associado a pacientes HIV positivo. BACTÉRIAS PATOGÊNICAS Treponema sp. Selenomonas sp. Fusobacterium sp. Prevotella intermedia LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL Instrumental em periodontia O fator determinante para o sucesso do tratamento periodontal é a completa remoção do cálculo (tártaro). Sendo necessário a remoção do cálculo através da raspagem e alisamento radicular. Requisitos do instrumental em periodontia: 1. Delicado, confortável, forma adequada; 2. Rígido sem ser grosseiro; 3. Permitir manipulação e liberdade de movimento sem esforço excessivo; 4. Ponta ativa no prolongamento do longo eixo do cabo; 5. Ser afiado com facilidade e rapidez. Exame clínico periodontal Sonda Exploradora Serve para detectar cálculos supragengivais, descalcificações, irregularidades na superfície do cemento e anormalidades na morfologiadental. Sonda Periodontal Milimetrada de Williams Serve para sondar e medir profundidade de sulcos e bolsas periodontais e medir perda de inserção clínica. Sonda de Nabers Detecta lesão de furca (posteriores) Foices Corte transversal triangular ou piramidal, dorso agudo e afilado, com extremidade ativa pontiaguda. Emprego: Raspagem supragengival em faces proximais, foices retas em dentes anteriores e foices mono e bianguladas para dentes posteriores. Enxadas Apresentam um bordo cortante, usada com movimentos verticais e de tração, sendo seu ângulo de corte em 90 graus com a superfície dental. Emprego: o Reservadas para raspagem de grandes cálculos supra e subgengivais, em áreas de fácil acesso. Limas Instrumento com vários ângulos de corte retos, de formato arredondado, oval ou retangular. Emprego: Fraturas de grandes massas de cálculo supragengival, raspagem subgengival, superfícies livres, proximais de áreas desdentadas e distal de últimos molares. Curetas Graceys Instrumentos mais delicados para raspagem, indicados para alisamento/aplainamento radicular, ângulos de corte curvos com dorso e extremidade final arredondada. As curetas Graceys, são desenhadas para individualmente para cada área do dente, com a angulação da lâmina entre 60-70° com o terço final da haste, possui um único ângulo de corte e sua lâmina é curvada em dois planos, podendo ser empregada tanto sub como supragengival. GRACEYS 1/2 Anteriores GRACEYS 3/4 Anteriores GRACEYS 5/6 Anteriores e pré-molares GRACEYS 7/8 Faces livres da região posterior GRACEYS 9/10 Faces livres da região posterior GRACEYS 11/12 Face mesial de dentes posteriores GRACEYS 13/14 Face distal de dentes posteriores Afiação dos instrumentos periodontais A afiação do instrumental tem por objetivo manter os instrumentos periodontais com seu fio de corte, conservando a lâmina do instrumento. A lâmina é a parte do raspador responsável pela remoção do biofilme e do cálculo. Para a afiação dos instrumentais de periodontia são frequentemente utilizadas pedras de carborundum. Técnica de afiação 1- Apoiar a face lateral do instrumental sobre a pedra de maneira que a face coronária forme um ângulo de 110 graus; 2- Realizar movimentos de tração acompanhando a curvatura; 3- Afiar a porção média; 4- Arredondar a ponta da lâmina. Técnica de Raspagem e alisamento radicular 1. Sistematização: Definir o sextante que raspar e preparo do material; 2. Anestesia (se necessário); 3. Condição do instrumental: esterilização, afiação; 4. Preensão do instrumental: empunhadura em caneta, o apoio poderá ser feito no próprio dente; 5. Ponto de apoio: dedo médio ou anelar o mais próximo da região a ser trabalhada. Os movimentos devem ser curtos e rápidos. Cirurgia periodontal estética Fatores relacionados com o sucesso do tratamento do sorriso gengival. LINHA DO SORRISO – quanto mais alto a linha do sorriso, mais desafiador será o tratamento. CONTORNO GENGIVAL - diferentes contornos gengivais pode gerar um resultado favorável. PADRÃO DE HIGIENE BUCAL - presença de biofilme supragengival gera inflamação e se estiver presente no pré-operatório pode alterar o resultado cirúrgico. CIGARRO – fumante apresenta pior resposta cicatricial, por isso tem menor taxa de sucesso. CONTROLE PÓS-OPERATÓRIO DE INFECÇÃO – o processo cicatricial dos tecidos periodontais depende da ausência de biofilme supragengival. TEMPO DE CICATRIZAÇÃO – Depende do procedimento estético feito pode levar de 21 dias a 9 meses. Espaço biológico O espaço biológico deve ser definido antes da cirurgia para o posicionamento correto das estruturas que compõem a unidade dentogengival e promove um selamento biológico. O restabelecimento do espaço biológico garante integridade aos tecidos, uma vez que esse espaço quando é invadido gera danos ao tecido de sustentação, deve se manter uma distância de 2 a 3 mm entre a estrutura dentária e a crista óssea alveolar. Gengivectomia “Excisão de parte da gengiva, geralmente realizada para reduzir a parede do tecido mole de uma bolsa periodontal”. (Academia Americana de Periodontia, 2001). Caracteriza-se por uma técnica cirúrgica que envolve exclusivamente tecido mole, assim, casos em que a osteotomia não é necessária esta técnica está bem indicada. INDICAÇÕES • Remoção de bolsas falsas e supra ósseas de profundidades semelhantes; • Remoção de hiperplasias gengivais; • Aumento de coroa clínica; • Correção do sorriso e defeitos gengivais. PASSO A PASSO Assepsia do campo; Anestesia; Isolamento do campo (campo fenestrado); Marcação da profundidade das bolsas; Incisão primária (bisturi ou gengivótomo de Kirkland); Incisão secundária (bisturi ou gengivótomo de Orban); Excisão do tecido; Remoção do tecido de granulação (cureta); Raspagem e aplainamento radicular; Plastia gengival; Irrigação com soro fisiológico. Diferença de bisel externo e interno: Bisel Externo - é uma técnica muito utilizada nos procedimento de gengivectomia e gengivoplastia. Deve ser realizado com a lâmina em 45° com a gengiva biselando do ápice para incisal, deixando áreas cruentas expostas externamente. Esta incisão é indicada especialmente em casos de fenótipo espesso. Bisel interno - é caracterizado quando a lâmina bisela a gengiva internamente, de incisal para apical, e desta forma, acompanhando o contorno da margem gengival. Este tipo de incisão é eleita em cirurgias a retalho, especialmente em fenótipo fino. Dessa forma a posição da lâmina do bisturi é voltada para o ápice da raíz. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARRANZA Jr., F.A.; NEWMAN M.G.; TAKEI H.H. Periodontia clínica, 9ª ed., Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004. LINDHE, J.; Tratado de Periodontia Clínica e Implantologia Oral, 6ª edição.
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