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4 Projeto de drenagem pluvial urbana: Comprimento crítico de sarjeta (d) Lavras-MG, setembro de 2023. Profa: Luciana Sanches Hidrologia: • Pré-determinação: das vazões de pico dos hidrogramas de cheia dos períodos de retorno Hidráulica: • Dimensionamento dos dispositivos componentes do sistema de drenagem em função dos dados de hidrologia Aspectos importantes no desenvolvimento de projetos Estudos ambientais e sanitários: • Poluição das águas pluviais • Interconexão com sistemas de esgotamento sanitário • Resíduos sólidos • Erosão e assoreamento • Saúde pública Aspectos sociais, políticos, econômicos e legais: • Interdependência com outros sistemas de infraestrutura por exemplo, transporte viário) • Planejamento e gestão integrados • Financiamento do sistema de drenagem • Levantamento topográfico • Planta-baixa e perfil vertical (planialtimetria) • Cadastro de ocupação do solo • Cadastro imobiliário de áreas vizinhas • Dados relativos ao curso de água receptor • Termo de referência para elaboração do projeto Informações para o projeto Dimensionamento do sistema de microdrenagem O dimensionamento da rede de águas pluviais é baseado nas seguintes etapas: 1. Subdivisão das áreas de contribuição; 2. Determinação das vazões que afluem à rede de condutos; 3. Dimensionamento da rede de condutos. Seleção do MFC Fonte: https://www.diblocos-rs.com.br/meio-fio-concreto-extrusado Seleção do MFC Mapeamento do MFC no projeto de drenagem Detalhes do mapeamento do MFC no projeto de drenagem Esboço típico da coleta de águas pluviais em uma via. 1. Nivelamento. 2. Espaçamento. 3. Mudança de direção. 4. Mudança de declividade ou de diâmetro do tubo. Comprimento crítico da sarjeta O comprimento crítico da sarjeta é definido como o comprimento máximo de utilização da sarjeta, para que não haja transbordamento d'água para a pista que afetaria a segurança da via através da aquaplanagem e/ou transbordamento para o talude de aterro onde poderá iniciar um processo de erosão. O dimensionamento hidráulico da sarjeta consiste na determinação de uma seção transversal com capacidade hidráulica suficiente para atender à descarga de projeto. Pela comparação entre a descarga afluente e a capacidade de vazão da sarjeta determina-se o seu comprimento crítico, isto é, a distância máxima da sarjeta para que não haja transbordamento. Estaqueamento Estaqueamento na planta baixa Importância do estaqueamento no perfil longitudinal Importância do estaqueamento no perfil longitudinal Vamos supor que desejamos estudar a drenagem de um trecho de rua com intenção de instalar uma Boca de Loco no ponto que chamamos de Ponto de Interesse, na figura seguinte: Área de contribuição da sarjeta (bacia, L) Fonte: http://www.ebanataw.com.br/drenagem/area.htm Área de contribuição da sarjeta (bacia, L) Fonte: http://www.ebanataw.com.br/dre nagem/area.htm Área de contribuição da sarjeta (bacia, L) Miguez et al. (2015) L é a profundidade do lote + ½ pista d é o comprimento da sarjeta Profundidade média da área de contribuição (bacia, L) L Profundidade do lote Meia largura da via Adaptado de Silva, K. P. E de Paes, R. P. (2014) Área de contribuição da sarjeta (bacia, L) O método racional baseia-se nas seguintes hipóteses: Precipitação uniforme sobre toda a bacia; Precipitação uniforme na duração da chuva; A intensidade da chuva é constante; O coeficiente de escoamento superficial é constante; A vazão máxima ocorre quando toda a bacia está contribuindo (Tc); Aplicável em bacias pequenas (A < 5 km2) Método Racional i = intensidade; t = duração; T = período de retorno; a, b, c e d são os parâmetros empíricos, que variam em função da estação pluviométrica Fator hidrológico Equação de chuvas intensas (idf) Em que, • Vesc é o volume do escoamento superficial da bacia; • Vprec é o volume da precipitação na bacia. 1. O método se baseia na equação do coeficiente de escoamento superficial C. prec esc V V C = Tipo/Cobertura de uso C Superfícies impermeáveis 0,90 Zona urbana – vias pavimentadas 0,85 Terreno estéril ondulado 0,70 Terreno estéril plano 0,60 Pastagem 0,50 Zona urbana – vias não pavimentadas 0,40 Matas 0,35 Pomares 0,30 Áreas cultivadas 0,25 Várzeas 0,20 Tabela 1. Coeficiente “run off” (C) para diversos tipos de tipo/cobertura vegetal. Método Racional Coeficiente de runoff (C) Fator hidrológico Coeficiente de runoff (C) Fator hidrológico 2. Determinar o tempo de concentração (tc) pela equação de Kirpich : Em que, • tc é o tempo de concentração (min), • L é o comprimento do talvegue (km), • h é a diferença de altitude ao longo do talvegue (m) 385,03 h L 57tc = Método Racional 3. Determinar a intensidade de chuva para a região. Em que, • i é a intensidade de precipitação (mm/h), • T é o tempo de retorno (anos), • t é o tempo de duração da precipitação (min), • a, b, n, m são parâmetros da equação. •Obs.: No cálculo do i aplicado ao método racional, utiliza-se o tc (tempo de concentração) no lugar de t. Aqui denomina-se tempo de precipitação de projeto. m n )tb( Ta i + = Método Racional 4. Determinar a vazão de pico 3,6 A i C Qp = Em que, C é o coeficiente de superficial, Qp é a vazão superficial máxima (m 3/s), i é a intensidade de chuva (mm/h) referente ao tempo tc, A é a área da bacia (km2). Método Racional Áreas de drenagem delineadas afluentes as bocas de lobo individuais de um sistema de coleta de águas pluviais comum Fator hidráulico Fonte: Gribbin, J. E. (2008) Áreas de drenagem delineadas afluentes as bocas de lobo individuais de um sistema de coleta de á́guas pluviais comum Fator hidráulico Fonte: Gribbin, J. E. (2008) Fator hidráulico Áreas de drenagem delineadas afluentes as bocas de lobo individuais de um sistema de coleta de á́guas pluviais comum Fonte: Gribbin, J. E. (2008) Dois percursos hidráulicos possíveis para o cálculo de Qp para o trecho 2-3 Fonte: Gribbin, J. E. (2008) Capacidade hidráulica da sarjeta A capacidade de descarga das sarjetas depende de sua declividade, rugosidade e forma. Pode-se calcular a capacidade de condução das ruas e sarjetas sob três hipóteses de cálculo que o projetista deverá adotar: Hipótese: Água escoando por toda calha da rua. Exemplo de características: Escoamento por toda a calha da rua, com declividade transversal da rua 3% e a altura máxima da água na sarjeta igual a 0,15 m; Hipótese: Água escoando somente pelas sarjetas. Exemplo de características: Neste caso devem ser observadas as recomendações específicas quanto ao tipo de via e máxima inundação. Escoamento somente pela sarjeta, com declividade transversal também de 3% e altura máxima de água na sarjeta igual a 0,10 m. 1 2 Hipótese: Água escoando pela sarjeta e por parte da rua. Exemplo de características: Neste caso devem ser observadas as recomendações específicas quanto ao tipo de via e máxima inundação. Escoamento pela sarjeta e por parte da rua, admitindo uma faixa de alagamento da pista, por exemplo, 1/3 da pista. 3 Faixa de alagamento da pista de rolamento MFC 01, MFC 03 e MFC 05 Fonte: Adaptado de ipr_736_emenda_1.pdf (www.gov.br) https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/planejamento-e-pesquisa/ipr/coletanea-de-manuais/vigentes/publicacao-ipr-736/ipr_736_emenda_1.pdf Capacidade teórica da sarjeta Q é a vazão descarregada (m3/s), yo é a lâmina d’água (m); n é o coeficiente de rugosidade de Manning, RH é o raio hidráulico (m), I é a declividade longitudinal do trecho (m/m). 𝑧 = 𝑡𝑔Ɵ0 𝑦0 1 𝑊0 = 𝑦0 𝑡𝑔Ɵ0 Ɵ Capacidade teórica da sarjeta Escoamento superficial somente pela sarjeta Triângulo formado na faixa sarjeta Capacidade teórica da sarjeta Escoamento superficial pela sarjeta e 1/3 da pista Faixa de alagamento total Capacidade teórica da sarjeta Triângulo 1 (Ɵ1) refere-se a área somenteda sarjeta. Triângulo 3 (Ɵ3) refere-se a área de alagamento da pista. Triângulo 2 (Ɵ2) é área que se repete nos dois triângulos, é uma área sobreposta nos triângulos 1 e 3. Triângulo 4 (Ɵ4) é uma área da sarjeta devido a inclinação da guia. Q1 Capacidade teórica da sarjeta y1, 1 1, z1 Q2 y2, 2 , z2 Q3 y3, 3 , z3 Q4 y4, 4 1, z4 Qtotal = Q1 + Q2 - Q3 + Q4 Q = vazão máxima admitida (m3/s); n = coeficiente de rugosidade da sarjeta (tabela); I = Declividade longitudinal da pista (m/m) zj = tan(ɵ) (rad) y = altura da lâmina de água (m) j = índice relativo ao triângulo da sarjeta composta (1, 2 ou 3) C= Coeficiente de escoamento; i= Intensidade pluviométrica (mm/h); A = Área de contribuição (m²); L= Profundidade média da bacia de contribuição (m); d = Comprimento da sarjeta (m) (incógnita). Dedução geométricaEquação de Izzard Comprimento crítico da sarjeta (d) Compatibilização hidráulica-hidrológica 𝐴 = 𝑑𝐿 𝑄 = 𝐶𝑖𝐴 𝑑 = 3,6 . 106 𝑄 𝐶𝑖𝐿 Velocidade de escoamento de água na sarjeta (d) Referências bibliográficas COLLISCHONN, W.; DORNELLES, F. HIDROLOGIA para Engenharia e Ciências Ambientais. Porto Alegre, RS. Ed. ABRH, 2013, 335p. SHAW, E. ; BEVEN, K. J. ; CHAPPELL, N. A.; LAMB, R. Hydrology in practice. New York, USA. Ed. Spon Press, 3 ed., 1994, 543p. TUCCI, C. E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. Editora UFRGS, 4 ed., 2007, 943p. Referência Slide 1 Slide 2: Aspectos importantes no desenvolvimento de projetos Slide 3: Informações para o projeto Slide 4: Dimensionamento do sistema de microdrenagem Slide 5: Seleção do MFC Slide 6: Seleção do MFC Slide 7 Slide 8 Slide 10 Slide 11: Comprimento crítico da sarjeta Slide 12 Slide 13: Estaqueamento na planta baixa Slide 14: Importância do estaqueamento no perfil longitudinal Slide 15 Slide 16: Área de contribuição da sarjeta (bacia, L) Slide 17: Área de contribuição da sarjeta (bacia, L) Slide 18: Área de contribuição da sarjeta (bacia, L) Slide 19: Profundidade média da área de contribuição (bacia, L) Slide 20 Slide 21: Equação de chuvas intensas (idf) Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28: Áreas de drenagem delineadas afluentes as bocas de lobo individuais de um sistema de coleta de águas pluviais comum Slide 29: Áreas de drenagem delineadas afluentes as bocas de lobo individuais de um sistema de coleta de á́guas pluviais comum Slide 30: Áreas de drenagem delineadas afluentes as bocas de lobo individuais de um sistema de coleta de á́guas pluviais comum Slide 31: Dois percursos hidráulicos possíveis para o cálculo de Qp para o trecho 2-3 Slide 32: Capacidade hidráulica da sarjeta Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 44: Comprimento crítico da sarjeta (d) Slide 48: Velocidade de escoamento de água na sarjeta (d) Slide 51: Referências bibliográficas