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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS 
LINGUÍSTICOS 
BELO HORIZONTE / MG 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
2 
 
Sumário 
INICIAÇÃO AOS CONCEITOS E MÉTODOS DA DESCRIÇÃO GRAMATICAL SEGUNDO AS 
ABORDAGENS DA LINGUA MODERNA ........................................................................................... 4 
Qual o papel da linguística? ................................................................................................................4 
PROBLEMAS E LIMITES DAS TEORIAS GRAMATICAIS.................................................................. 4 
Os processos de Comunicação ...........................................................................................................7 
LÍNGUA COMO SISTEMA HETEROGÊNIO....................................................................................... 7 
Os elementos da comunicação: ..........................................................................................................8 
Tipos de comunicação ...................................................................................................................... 10 
Níveis de Linguagem ........................................................................................................................ 10 
Padrão Formal Culto e Padrão Coloquial .......................................................................................... 11 
Funções da Linguagem ..................................................................................................................... 12 
SIGNIFICADO SOCIAL DAS FORMAS VARIANTES ........................................................................14 
Definindo linguagem ......................................................................................................................... 14 
Fala .................................................................................................................................................. 14 
Língua .............................................................................................................................................. 15 
Língua x fala ..................................................................................................................................... 16 
O homem o mundo e a língua ........................................................................................................... 18 
FERDINAND DE SAUSSURE PERCURSO DE ESTUDO DA LÍNGUAS ...........................................20 
SIGNO LINGUISTICO .......................................................................................................................21 
A teoria do Signo Linguístico segundo Saussurre .............................................................................. 22 
SIGNO, SIGNIFICADO E SIGNIFICANTE .........................................................................................22 
IMUTABILIDADE E MUTABILIDADE DO SIGNO ..............................................................................26 
A ARBITRARIEDADE DO SIGNO LINGUÍSTICO ..............................................................................27 
Possíveis hierarquias entre significante e significado ........................................................................ 27 
DUPLA ARTICULAÇÃO DA LÍNGUA ................................................................................................28 
RESUMINDO CONCEITOS BÁSICOS ..............................................................................................29 
RELAÇÕES SIGMÁTICAS E CORRELAÇÕES PARADIGMÁTICAS .................................................30 
Relações Sintagmática ..................................................................................................................... 30 
As relações Paragmáticas ................................................................................................................. 30 
NIVÉIS DE SINTAGMA E PARADIGMA ............................................................................................31 
Níveis de Sintagma ........................................................................................................................... 31 
Níveis de Paradigma ......................................................................................................................... 31 
PONTOS DE VISTA SINCRÔNICO E DACRÔNICO .........................................................................32 
VARIAÇÃO LINGUISTICA E ENSINO ...............................................................................................34 
Linguagem e Sociedade.................................................................................................................... 34 
Linguagem e Indivíduo ...................................................................................................................... 35 
Indivíduo e Sociedade ....................................................................................................................... 35 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
3 
 
Ninguém quer ouvir Kaspar Hauser................................................................................................... 36 
A relação de língua e sociedade em “Philos” ..................................................................................... 38 
Conceito Linguístico .......................................................................................................................... 39 
TEORIA DA VARIAÇÃO: PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLOGIA DA PESQUISA ...........39 
As relações entre as teorias da mudança e a história da(s) língua(s) ................................................. 45 
DIMENSÕES EXTERNA E INTERNA DA VARIAÇÃO LINGUISTICA ................................................48 
O estudo da mudança linguística em tempo aparente ....................................................................... 52 
As variáveis sociais na caracterização dos processos de variação e mudança .................................. 53 
PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA SOCIOLINGUÍSTICA ..................................54 
Tendências atuais da linguística no Brasil ......................................................................................... 55 
Variações: A Multiformidade Da Língua............................................................................................. 57 
Variação histórica ............................................................................................................................. 58 
Variação geográfica .......................................................................................................................... 58 
Variação social ................................................................................................................................. 59 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
4 
 
INICIAÇÃO AOS CONCEITOS E 
MÉTODOS DA DESCRIÇÃO 
GRAMATICAL SEGUNDO AS 
ABORDAGENS DA LINGUA 
MODERNA 
 
Fonte:www.queconceito.com.br 
 
De acordo com diversos conceitos e 
definições existentes a linguística nada mais é do 
que o estudo científico que se dedica aos 
fenômenos de dois tipos de linguagem, a verbal 
e a oral. Contudo, tal definição tem gerado 
controvérsias em razão das múltiplas 
conceituações do termo linguagem. Para 
diversos linguistas, estudiosos da linguística, a 
questão “o que é linguagem? ” Pode ser 
comparada as perguntas “de onde vim? ” Ou 
“para onde vou? ”. Sendo assim, definir o que é 
língua e também o que é linguística, acaba se 
tornando uma tarefa extremamente complexa. 
 
Qual o papel da linguística? 
 
Por se tratar do estudo dos fenômenos 
da língua, a linguísticatem um importante papel 
ao difundir as descobertas e conhecimentos da 
linguagem, afinal, toda e qualquer mudança que 
ocorre com a escrita reflete mudanças também 
na fala. 
Na tentativa de cumprir com o objetivo de 
estudar a linguagem humana a linguística acaba 
se ramificando de duas formas: 
 
1. Linguística Geral: tem como função 
desenvolver uma espécie de metodologia 
de pesquisa que compreenda desde a 
delimitação de alguns conceitos até a 
discussão de alguns modelos descritivos 
dos chamados fenômenos linguísticos, 
assumindo um caráter teórico mais geral. 
2. Linguística Descritiva: Como o próprio 
nome sugere, observa e descreve línguas 
a partir de técnicas e métodos específicos 
com o intuito de compreender a estrutura, 
e também, como as línguas funcionam. 
Portanto, determina a natureza e os traços 
responsáveis pela composição da língua. 
 
Sendo assim, a linguística geral teria 
como finalidade formular hipóteses acerca da 
presença de nomes e verbos em todas as 
línguas, enquanto isso, a linguística descritiva 
demonstra de forma empírica se tais hipóteses 
são verdadeiras. 
O linguista estuda a linguagem verbal, a 
gramática e a evolução dos idiomas. Ele 
investiga as línguas das diversas sociedades e 
sua relação com outros idiomas. 
Analisa a estrutura e a sonoridade das 
palavras e das sentenças, o significado dos 
termos e das expressões idiomáticas, bem como 
as diferenças de uso por grupos regionais ou 
sociais. Pode trabalhar na elaboração de material 
didático e no planejamento de projetos de 
alfabetização. 
A informática e a estatística são 
ferramentas fundamentais de pesquisa. Em 
interação com especialistas em psicologia, esse 
bacharel estuda os processos que envolvem a 
linguagem e a mente. Com profissionais de 
informática, pode dedicar-se ao desenvolvimento 
de linguagem artificial. 
 
PROBLEMAS E LIMITES DAS 
TEORIAS GRAMATICAIS 
 
Diferentemente do que os americanos e 
europeus, de origem anglo saxônica e eslava, os 
povos latinos como nós, brasileiros, damos 
pouca importância na qualidade da comunicação 
interpessoal e profissional. Preocupamo-nos 
muito mais com a qualidade do que falamos e 
demonstramos, do que com o entendimento que 
o outro, o ouvinte, ou o destinatário da 
mensagem terá. Na maioria das vezes ficamos 
concentrados naquilo que a outra pessoa está 
dizendo pensando no que iremos responder. Um 
dos ditados mais populares demonstra isso com 
clareza: “Para um bom entendedor, meia palavra 
basta”. 
https://www.resumoescolar.com.br/portugues/linguagem-e-comunicacao/
https://www.resumoescolar.com.br/portugues/linguagem-e-comunicacao/
https://www.resumoescolar.com.br/portugues/linguagem-e-comunicacao/
https://www.resumoescolar.com.br/filosofia/razao-x-sentidos/
https://www.resumoescolar.com.br/filosofia/razao-x-sentidos/
https://www.resumoescolar.com.br/filosofia/razao-x-sentidos/
https://www.resumoescolar.com.br/matematica/funcao-do-1o-grau-funcao-quadratica-e-estudo-do-sinal/
https://www.resumoescolar.com.br/matematica/funcao-do-1o-grau-funcao-quadratica-e-estudo-do-sinal/
https://www.resumoescolar.com.br/matematica/funcao-do-1o-grau-funcao-quadratica-e-estudo-do-sinal/
https://www.resumoescolar.com.br/matematica/funcao-do-1o-grau-funcao-quadratica-e-estudo-do-sinal/
https://www.resumoescolar.com.br/portugues/emprego-dos-tempos-indicativo-e-subjuntivo-no-estudo-dos-verbos/
https://www.resumoescolar.com.br/portugues/emprego-dos-tempos-indicativo-e-subjuntivo-no-estudo-dos-verbos/
https://www.resumoescolar.com.br/portugues/emprego-dos-tempos-indicativo-e-subjuntivo-no-estudo-dos-verbos/
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
5 
 
Essas distorções nesse processo de 
comunicação levam muitas vezes a uma 
concentração de energia, para justificarmos, ou 
explicarmos, mais uma vez, o que queríamos 
realmente transmitir. Ficamos procurando 
minimizar conflitos, esclarecer dúvidas, que 
muitas vezes não existiriam se toda essa energia 
estivesse direcionada no processo eficiente da 
comunicação. Muitas das dificuldades nos 
relacionamentos pessoais e, problemas nas 
organizações originam-se nos processos de 
comunicação deficientes e viciados. 
Um dos maiores vícios é que percebendo 
que temos desenvoltura para expressão, verbal, 
escrita ou outra, achamos que somos bons 
comunicadores. Entretanto existe uma diferença 
fundamental entre informação e comunicação. 
Informar é um ato unilateral, que apenas envolve 
a pessoa que tem uma informação a dar. 
Comunicação é tornar algo comum. Fazer-se 
entender, provocar nas outras reações. 
Outro vício, não menos importante, é 
nossa incapacidade de ouvir. Precisamos saber 
falar, escrever, demonstrar sentimentos e 
emoções, mas igualmente importante no 
processo é estarmos preparados para ouvir. 
Observe que muitas vezes numa conversa é fácil 
identificar que as pessoas estão muito mais 
preocupadas com a maneira que irão responder. 
Numa análise mais fria não estão ouvindo. 
Se podemos facilitar porque complicar? 
O custo de uma comunicação deficiente, não se 
revela apenas nas relações organizacionais, 
causa profundo mal-estar e sérios conflitos 
pessoais. 
 
Fonte: www.pedagogiaaopedaletra.com 
 
Uma das alternativas para tornar a 
comunicação com qualidade é entendermos 
como o processo de comunicação se realiza. Não 
se trata de analisarmos cada diferente tipo de 
comunicação, mas de identificar certos pontos 
em comuns entre elas. A forma como se 
relacionam e se processam nos mais diferentes 
ambientes e situações. 
Um modelo de processo de 
comunicação, entre tantos outros, elaborado por 
Berlo, em 1963, apresenta alguns elementos 
comuns: 
• O emissor: é a pessoa que tem algo, uma 
ideia, uma mensagem, para transmitir, ou 
que deseja comunicar; 
• O codificador: o tipo, ou a forma que o 
emissor irá exteriorizar; 
• A mensagem: é a expressão da ideia que 
o emissor deseja comunicar; 
• O canal: é o meio pelo qual a mensagem 
seja conduzida; 
• O decodificador: é o mecanismo 
responsável pela decifração da mensagem 
pelo receptor; e 
• O receptor: o destinatário final da 
mensagem, ideia etc. 
 
O modelo: 
O significado, a compreensão e a 
realimentação são componentes muito 
importantes da comunicação. Cabe ao emissor 
verificar se o significado de sua ideia foi 
compreendido pelo receptor. Este por sua vez 
realimenta o sistema e temos a partir daí grandes 
possibilidades de um processo de comunicação 
saudável. Em outras palavras o receptor quando 
retorna ao emissor o que entendeu da sua 
mensagem está dando qualidade ao processo e 
iniciando o diálogo. 
Quando alguma coisa ocorre nesse 
processo, de forma que o significado do emissor 
é diferente da compreensão do receptor, temos 
aquilo que foi denominado ruídos de 
comunicação. 
Os ruídos podem ser originados em 
qualquer um dos elementos do processo, 
emissor, canal ou receptor. Existe uma extensa 
literatura que apresenta exemplos de tipos de 
ruídos mais comuns. Dentre eles, destacam-se: 
a ausência do feedback (a realimentação 
positiva) e o medo de se comunicar. 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
6 
 
Precisamos, compreendendo melhor 
como funciona o processo, praticar e reconhecer 
como estamos nos comunicando. Reduzir e 
eliminar os ruídos conhecidos pelos quais somos 
responsáveis. E se for para aprender um pouco 
mais, quando você for se comunicar com alguém, 
preste atenção na comunicação não verbal. 
A comunicação não verbal é muito 
importante nas relações que mantemos com as 
pessoas, observando poderemos verificar 
algumas maneiras de identificar ruídos e eliminá-
los. Aqui algumas dicas ou técnicas para um 
observador: 
• Olhos – São os órgãos mais expressivos 
do corpo. Os olhos dizem se alguém está 
feliz, triste, interessado, exaltado, 
surpreso, mentindo, doente ou em uma 
dezena de outros estados. Temos muitopouco controle sobre o que os olhos 
“dizem”. 
• Rosto – A boca pode parecer mal-
humorada, fazer careta, beicinho, sorrir ou 
expressar imponência. Rosto vermelho, 
corado, pode revelar desconforto, 
embaraço ou falta de emergia física. Uma 
sobrancelha levantada é capaz de calar 
uma criança que grita. 
• Corpo – Nossa sociedade tira profundas 
(e nem sempre bem fundamentadas) 
conclusões sobre as pessoas, segundo 
sejam altas, baixas, gordas ou magras. 
• Postura – Inclinado, ajoelhado, com os 
ombros caídos numa postura curvada ou 
de pé e ereto – todas essas posturas criam 
imagens diferentes na mente dos outros. 
Experimente contar algo muito alegre, uma 
piada, por exemplo, curvado para frente, 
como se estivesse olhando para os pés. 
• Cabelos – Algumas pessoas fazem 
julgamento de outras com base na cor dos 
cabelos (toda loira é burra, por exemplo) 
ou no fato de ele ser natural ou não. A 
quantidade de cabelos que restam na 
cabeça de um homem pode ser 
significativa para certas pessoas, assim 
como a existência de bigode ou barba – e 
como ele cuida de um ou de outro. O corte 
de cabelos é, muitas vezes, um indicador 
de valores, crenças religiosas, ou status 
socioeconômico da pessoa. 
• Gestos – Os movimentos de mão 
reforçam ou contradizem o que é dito, e até 
podem servir como substitutos das 
palavras. Todo cuidado é pouco. 
• Roupas – Livros inteiros tem sido escrito 
sobre como as roupas “falam”, em especial 
nos ambientes profissionais. 
• Voz – As mensagens vocais incluem tom, 
altura, ênfase, inflexão, ritmo, volume, 
vocabulário, pronúncia, dialeto e fluência. 
Estudos demonstraram que esses fatores 
são cinco vezes mais potentes do que as 
próprias palavras externadas. 
• Toque – Apesar dos tabus que se 
desenvolveram nos últimos tempos em 
relação ao toque nos locais de trabalho. 
Algumas organizações estão ensinando 
seus profissionais a usar o toque para 
melhorar a comunicação com os clientes. 
A mensagem de toque mais importante é o 
aperto de mão – por acaso não lhe diz um 
bocado sobre a outra pessoa? 
• Comportamento – “As palavras mostram 
a inteligência de um homem, mas as ações 
seu pensamento” - Eclesiastes. As 
pessoas observam constantemente seu 
comportamento para descobrir o que há de 
verdade por trás de suas palavras. 
• Espaço Pessoal – Corresponde à 
distância que mantém entre você e os 
outros, quando fala com eles. Às vezes, 
uma pessoa invade o que a outra 
estabeleceu como seu espaço pessoal. 
Essa distância varia de cultura para 
cultura, de região para região. Dois árabes 
ficam mais próximos um do outro em uma 
conversa do que dois alemães. 
• Tempo – O que seu uso do tempo diz aos 
outros? Você faz as pessoas esperarem e 
chega atrasado a reuniões? Gosta de 
explicar as coisas nos seus mínimos 
detalhes? Você deixa de cumprir os prazos 
finais combinados? 
 
Existem uma centena de outras técnicas 
de comunicação verbal a serem observadas, 
entretanto, me parece que as que coloquei no 
texto são as mais comuns. 
 
 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
7 
 
 
Os processos de Comunicação 
Observe a fala do vendedor: 
“Quem sabe o senhor desenha para nós? 
” 
 
Se o comprador soubesse desenhar, o 
problema estaria resolvido facilmente. Ele 
poderia lançar na mão de um outro meio de 
expressão que não fosse a fala. 
O homem dispõe de vários recursos para 
se expressar e se comunicar. Esses recursos 
podem utilizar sinais de diferente natureza. Tais 
sinais admitem a seguinte classificação: 
a) Verbais; 
b) Não-Verbais; 
 
Quando esses sinais se organizam 
formando um sistema, eles passam a constituir 
uma linguagem. 
Observe: 
 
 
“ O Incêndio destruiu o Edifício Z” 
 
Para expressar o mesmo fato, foram 
utilizadas duas linguagens diferentes: 
 
a) Linguagem Não-Verbal - Qualquer código 
que não utiliza palavra; 
b) Linguagem Verbal - Código que utiliza a 
palavra falada ou escrita; 
 
Linguagem é todo sistema organizado de 
sinais que serve como meio de comunicação 
entre os indivíduos. Mas, além dessa, há outras 
formas de linguagem, como a pintura, a mímica, 
a dança, a música e outras mais. Com efeito, por 
meio dessas atividades, o homem também 
representa o mundo, exprime seu pensamento, 
comunicasse e influencia os outros. Tanto a 
linguagem verbal quanto à linguagem não-verbal 
expressa sentidos e, para isso, utilizam-se de 
signos, com a diferença de que, na primeira, os 
signos são constituídos dos sons da língua (por 
exemplo, mesa, fada, árvore), ao passo que nas 
outras exploram-se outros signos, como as 
formas, a cor, os gestos, os sons musicais, etc. 
Em todos os tipos de linguagem, os signos são 
combinados entre si, de acordo com certas leis, 
obedecendo a mecanismos de organização. 
 
LÍNGUA COMO SISTEMA 
HETEROGÊNIO 
 
Uma diferença muito nítida vai encontrar 
no fato de que a linguagem verbal é linear. Isto 
quer dizer que seus signos e os sons que a 
constituem não se superpõem, mas se sucedem 
destacadamente um depois do outro no tempo da 
fala ou no espaço da linha escrita. Em outras 
palavras, cada signo e cada som são usados num 
momento distinto do outro. Essa característica 
pode ser observada em qualquer tipo de 
enunciado linguístico. Na linguagem não-verbal, 
ao contrário, vários signos podem ocorrer 
simultaneamente. Se na linguagem verbal, é 
impossível conceber uma palavra encavalada em 
outra, na pintura, por exemplo, várias figuras 
ocorrem simultaneamente. Quando 
contemplamos um quadro, captamos de maneira 
imediata a totalidade de seus elementos e, 
depois, por um processo analítico, podemos ir 
decompondo essa totalidade. 
 
Fonte: www.huffingtonpost.com 
 
 
 
 
http://www.huffingtonpost.com/
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
8 
 
O texto não-verbal pode em princípio, ser 
considerado dominantemente descritivo, pois 
representa uma realidade singular e concreta, 
num ponto estático do tempo. Uma foto, por 
exemplo, de um homem de capa preta e chapéu, 
com a mão na maçaneta de uma porta é 
descritiva, pois capta um estado isolado e não 
uma transformação de estado, típica da narrativa. 
Mas podemos organizar uma sequência 
de fotos em progressão narrativa, por exemplo, 
assim: 
I. Foto de um homem com a mão na 
maçaneta da porta; 
II. Foto da porta semiaberta com o mesmo 
homem espreitando o interior de um 
aposento; 
III. Foto de uma mulher deitada na cama, 
gritando com desespero; 
 
Como nessa sequência se relata uma 
transformação de estados que se sucedem 
progressivamente, configura-se a narração e não 
a descrição. Essa disposição de imagens em 
progressão constitui recurso básico das histórias 
em quadrinhos, fotonovelas, cinema etc. 
Sobretudo com relação a fotografia, ao 
cinema ou a televisão, pode-se pensar que o 
texto não-verbal seja uma cópia fiel da realidade. 
Também essa impressão não é verdadeira. Para 
citar o exemplo da fotografia, o fotógrafo dispõe 
de muitos expedientes para alterar a realidade: o 
jogo de luz, o ângulo, o enquadramento, etc. 
A estatura do indivíduo pode ser alterada 
pelo ângulo de tomada da câmera, um ovo pode 
virar uma esfera, um rosto iluminado pode passar 
a impressão de alegria, o mesmo rosto, sombrio, 
pode dar impressão de tristeza. Mesmo o texto 
não-verbal, recria e transforma a realidade 
segundo a concepção de quem o produz. Nele, 
há uma simulação de realidade, que cria um 
efeito de verdade. 
Os textos verbais podem ser figurativos 
(aqueles que reproduzem elementos concretos, 
produzindo um efeito de realidade) e não-
figurativos (aqueles que exploram temas 
abstratos). Também os textos não-verbais 
podem ser dominantemente figurativos (as fotos, 
a escultura clássica) ou não-figurativos e 
abstratos. Neste caso, não pretendem sumular 
elementos do mundo real (pintura abstrata com 
oposições de cores,luz e sombra; esculturas 
modernas com seus jogos de formas e volumes). 
 
Comunicação: Os processos da 
comunicação 
 
Teoria da comunicação; 
O esquema da comunicação: Existem 
vários tipos de comunicação: as pessoas podem 
comunicar-se pelo código Morse, pela escrita, 
por gestos, pelo telefone, por e-mails, internet, 
etc.; uma empresa, uma administração, até 
mesmo um Estado pode comunicar-se com seus 
membros por intermédio de circulares, cartazes, 
mensagens radiofônicas ou televisionadas, e-
mails, etc. 
Toda comunicação tem por objetivo a 
transmissão de uma mensagem, e se constitui 
por um certo número de elementos, indicados no 
esquema abaixo: 
 
 
 
Esses elementos serão explicados a 
seguir: 
 
Os elementos da comunicação: 
 
a) O emissor ou destinador é o que emite a 
mensagem; pode ser um indivíduo ou um 
grupo (firma, organismo de difusão, etc.) 
b) O receptor ou destinatário é o que 
recebe a mensagem; pode ser um 
indivíduo, um grupo, ou mesmo um animal 
ou uma máquina (computador). Em todos 
estes casos, a comunicação só se realiza 
efetivamente se a recepção da mensagem 
tiver uma incidência observável sobre o 
comportamento do destinatário (o que não 
significa necessariamente que a 
mensagem tenha sido compreendida: é 
preciso distinguir cuidadosamente 
recepção de compreensão). 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
9 
 
c) A mensagem é o objeto da comunicação; 
ela é constituída pelo conteúdo das 
informações transmitidas. 
d) O canal de comunicação é a via de 
circulação das mensagens. Ele pode ser 
definido, de maneira geral, pelos meios 
técnicos aos quais o destinador tem 
acesso, a fim de assegurar o 
encaminhamento de sua mensagem para 
o destinatário: 
• Meios sonoros: voz, ondas sonoras, 
ouvido... 
• Meios visuais: excitação luminosa, 
percepção da retina... 
 
De acordo com o canal de comunicação 
utilizado, pode-se empreender uma primeira 
classificação das mensagens: 
 
• As mensagens sonoras: palavras, 
músicas, sons diversas; 
• As mensagens tácteis: pressões, choques, 
trepidações, etc.; 
• As mensagens olfativas: perfumes, por 
exemplo; 
• As mensagens gustativas: tempero quente 
(apimentado) ou não... 
 
Observação: um choque, um aperto de 
mão, uns perfumes só constituem mensagens se 
veicularem, por vontade do destinador, uma ou 
várias informações dirigidas a um destinatário. 
A transmissão bem-sucedida de uma 
mensagem requer não só um canal físico, mas 
também um contato psicológico: pronunciar uma 
frase com voz alta e inteligível não é suficiente 
para que um destinatário desatento a receba. 
 
e) O código é um conjunto de signos e regras 
de combinação destes signos; o 
destinador lança mão dele para elaborar 
sua mensagem (esta é a operação de 
codificação). O destinatário identificará 
este sistema de signos (operação de 
decodificação) se seu repertório for 
comum ao do emissor for comum ao do 
emissor. Este processo pode se realizar de 
várias maneiras (representaremos por dois 
círculos os repertórios de signos do 
emissor e do receptor): 
1º Caso: 
A comunicação não se realizou; a 
mensagem é recebida, mas não compreendida: 
O emissor e o receptor não possuem 
nenhum signo em comum. 
Exemplos: 
 
• Mensagem cifrada recebida por um 
receptor que ignora o código utilizado; 
neste caso, poderá haver uma operação 
de decodificação, mas ela será longa e 
incerta; 
• Conversa entre um brasileiro e um alemão, 
em que um não fala a língua do outro. 
 
 
2º Caso: 
A comunicação é restrita; são poucos os 
signos em Comum. 
Exemplos: 
Conversa entre um inglês e um 
estudante brasileiro de 1º grau que estuda inglês 
há um ano. 
 
 
3º Caso 
A comunicação é mais ampla; entretanto, 
a inteligibilidade dos signos não é total: certos 
elementos da mensagem proveniente de E não 
serão Compreendidos por R. 
Exemplos: 
Um curso de alto ministrado a alunos não 
preparados para recebe-lo. 
 
 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
10 
 
4º Caso: 
A comunicação é perfeita: todos os 
signos Emitidos por E são compreendidos por R 
(O inverso não é verdadeiro, mas estamos 
considerando um caso de uma comunicação 
Unidirecional: ver mais abaixo.) 
Não basta, no entanto, que o código seja 
comum para que se realize uma comunicação 
perfeita; por exemplo, dois brasileiros não 
possuem necessariamente a mesma riqueza de 
vocabulário, nem o mesmo domínio sintaxe. 
Finalmente, deve ser observado que 
certos tipos de comunicação podem recorrer 
simultaneamente à utilização de vários canais de 
comunicação e de vários códigos (exemplo: o 
cinema). 
 
f) O referente é constituído pelo contexto, 
pela situação e pelos objetos reais aos 
quais a mensagem remete. 
Há dois tipos de referentes: 
• Referente situacional: constituído pelos 
elementos da situação do emissor e do 
receptor e pelas circunstâncias de 
transmissão da mensagem. Assim é que 
quando uma professora dá a seguinte 
ordem a seus alunos: 
“Coloquem o lápis sobre a carteira”, sua 
mensagem remete a uma situação 
espacial, temporal e a objetos reais. 
 
• Referente textual: constituído pelos 
elementos do contexto linguístico. Assim, 
num romance, todos os referentes são 
textuais, pois o destinador (o romancista) 
não faz alusão salvo raras exceções - à 
sua situação no momento da produção (da 
escrita) do romance, nem a do destinatário 
(seu futuro leitor). Os elementos de sua 
mensagem remetem a outros elementos 
do romance, definidos no seu próprio 
interior. 
Da mesma forma, comentando sobre 
nossas recentes férias na praia, num bate-papo 
com os amigos, não remetemos, com a palavra 
“praia” ou com a palavra “areia”, as realidades 
presentes no momento da comunicação. 
 
 
Tipos de comunicação 
 
Comunicação unilateral é estabelecida 
de um emissor para um receptor, sem 
reciprocidade. Por exemplo, um professor, um 
professor durante uma aula expositiva, um 
aparelho de televisão, um cartaz numa parede 
difunde mensagens sem receber resposta. 
 
 
 
Comunicação bilateral se estabelece 
quando o emissor e o receptor alternam seus 
papéis. É o que acontece durante uma conversa, 
um bate-papo, em que há intercâmbio de 
mensagens. 
 
 
 
Níveis de Linguagem 
Texto: Aí, Galera 
 
 “Jogadores de futebol podem ser vítimas 
de estereotipo. Por exemplo, você pode imaginar 
um jogador de futebol dizendo ‘estereotipação’? 
E, no Entanto, por que não? 
- Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. 
- Minha saudação aos aficionados do clube 
e aos demais Esportistas, aqui presentes 
ou no recesso de seus lares. 
- Como é? 
- Aí, galera. 
- Quais são as instruções do técnico? 
- Nosso treinador vaticinou que, com um 
trabalho de contenção. Coordenada, com 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
11 
 
energia otimizada, na zona de preparação, 
aumentam as probabilidades de, 
recuperado o esférico, concatenarmos um 
contragolpe agudo, com parcimônia de 
meios e extrema objetividade, valendo-nos 
na desestruturação momentânea do 
sistema oposto, surpreendido pela 
reversão inesperada do fluxo da ação. 
- Kahn? 
- É pra dividir no meio e ir pra cima pra pega 
eles sem calça. 
- Certo. Você quis dizer mais alguma coisa? 
- Posso dirigir uma mensagem de caráter 
sentimental, algo banal, Talvez mesmo 
previsível e piegas, a uma pessoa à qual 
sou ligado. Por razões, inclusive, 
genéticas? 
- Pode. 
- Uma saudação para a minha progenitora. 
- Como é? 
- Alô, mamãe! 
- Estou vendo que você é um, um... 
- Um jogador que confunde o entrevistador, 
pois não corresponde à expectativa de que 
o atleta seja um ser algo primitivo com 
dificuldade de expressão e assim sabota a 
estereotipação? 
- Estreou? 
- Um chato? 
- Isso. ” 
Luís Fernando Veríssimo. 
 
A primeira gramática da língua 
portuguesa foi publicadaem Portugal, no ano de 
1536. Reflexo do momento histórico - a Europa 
vivia o auge do movimento renascentista, 
apresentava um conceito clássico de gramática: 
“a arte de falar e escrever corretamente”. Em 
outras palavras: só falava e escrevia bem quem 
segue o padrão imposto pela gramática 
normativa, o chamado nível ou padrão formal 
culto. Quem fugisse desse padrão incorria em 
erro, não importando o que, para quem e para 
que se estava falando. Qualquer que fosse o 
interlocutor, o assunto, a situação, a intenção do 
falante, era o padrão formal culto que deveria ser 
seguido. 
Hoje, entende-se que o uso que cada 
indivíduo faz da língua depende de várias 
circunstâncias: do que vai ser falado e de que 
forma, do contexto, do nível social e cultural de 
quem fala e de para quem se está falando. Isso 
significa que a linguagem do texto deve ser 
adequada à situação, ao interlocutor e a 
intencionalidade do falante. 
Voltemos ao texto acima (Aí, galera). As 
falas do jogador de futebol são inadequadas ao 
contexto: a seleção vocabular, a combinação das 
palavras, a estrutura sintática e a frase extensa 
(releia, por exemplo, a terceira resposta do 
jogador, num único longo período) fogem da 
situação a que a fala está relacionada, ou seja, 
uma entrevista dada ainda no campo de jogo 
durante um programa esportivo. E o mais curioso 
é que o jogador tem nítida consciência de qual é 
a função da linguagem e de qual é o seu papel 
como falante, tanto que, ante a surpresa do 
entrevistador, passa do padrão formal culto para 
o padrão coloquial, mais adequado àquela 
situação: 
 
 “ - Uma saudação para a minha 
progenitora. ” 
Tradução, em linguagem coloquial: 
“_Alô, mamãe! ” 
 
Assim, podemos reconhecer em uma 
mesma comunidade que utiliza um único código 
– a língua portuguesa, por exemplo – vários 
níveis e formas de expressão. 
 
Padrão Formal Culto e Padrão Coloquial 
 
De maneira geral, podemos distinguir o 
padrão coloquial do padrão formal culto. 
• Padrão Formal Culto – é a modalidade de 
linguagem que deve ser utilizada em 
situações que exigem maior formalidade, 
sempre tendo em conta o contexto e o 
interlocutor. Caracteriza-se pela seleção e 
combinação das palavras, pela adequação 
a um conjunto de normas, entre elas, a 
concordância, a regência, a pontuação, o 
emprego correto das palavras quanto ao 
significado, a organização das orações e 
dos períodos, as relações entre termos, 
orações, períodos e parágrafos. 
 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
12 
 
• Padrão Coloquial – faz referência à 
utilização da linguagem em contextos 
informais, íntimos e familiares, que 
permitem maior liberdade de expressão. 
Esse padrão mais informal também é 
encontrado em propagandas, programas 
de televisão ou de rádio, etc. 
 
Funções da Linguagem 
 
As funções da linguagem são seis: 
 
• Função referencial ou denotativa; 
• Função emotiva ou expressiva; 
• Função Fática; 
• Função conativa ou apelativa; 
• Função metalinguística; 
• Função poética, 
 
Leia os textos a seguir: 
 
Texto A 
A índia Everson, da tribo Caiabi, que deu 
à luz a três meninas, através de uma operação 
cesariana, vai ter alta depois de amanhã, após ter 
permanecido no Hospital Base de Brasília desde 
o dia 16 de março. No início, os índios da tribo 
foram contrários à ideia de Everson ir para o 
hospital, mas hoje já aceitam o fato e muitos já 
foram visitá-la. Everson não falava uma palavra 
de Português até ser internada e as meninas 
serão chamadas de Luana, Uiara e Poitara. 
Jornal da Tarde, 13 jul. 1982 
 
Texto B 
Uma morena 
Não ofereço perigo algum: sou quieta 
como folha de outono esquecida entre as páginas 
de um livro, sou definida e clara como o jarro com 
a bacia de ágata no canto do quarto – se tomada 
com cuidado, verto água limpa sobre as mãos 
para que se possa refrescar o rosto, mas, se 
tocada por dedos bruscos, num segundo me 
estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira 
dourada. Tenho pensado se não guardarei 
indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos 
muitos toques, embora sempre os tenha evitado 
aprendi que minhas delicadezas nem sempre são 
suficientes para despertar a suavidade alheia, 
mesmo assim insisto: meus gestos, minhas 
palavras são magrinhos como eu, e tão morenos, 
que esboçados a sombra, mal se destacam do 
escuro, quase imperceptível me movo, meus 
passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre 
tapetes, pressentida, mãos tão leves que uma 
carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais 
branda que a brisa da tardezinha. Para beber, 
além do chá, raramente admito um cálice de 
vinho branco, mas que seja seco para não 
esbrasear em excesso minha garganta em 
ardores... 
ABREU, Caio Fernando. Fotografias. In: 
Morangos mofados. 2. ed. São Paulo, 
Brasiliense, 1982. p. 93) 
 
Texto C 
 
- Você acha justo que se comemore o Dia 
Internacional da mulher? 
- Nada mais justo! Afinal de contas, você 
está entendendo, a mulher há séculos, 
certo, vem sendo vítima de exploração e 
discriminação, concorda? Já houve alguns 
avanços, sabe, nas conquistas femininas. 
Você percebeu? Apesar disso, ainda hoje 
a situação da mulher continua 
desfavorável em relação à do homem, 
entende? 
 
Texto D 
 
Mulher, use o sabonete X. 
Não dispense X: ele a tornará tão bela 
quanto à Estrelas de cinema. 
 
Texto E 
 
Mulher. [Do lat. Mulheres. ] S. f. 1. 
Pessoa do sexo feminino após a puberdade. 
[Aum.: mulherão, mulheraça, mulherona. 
] 2. Esposa. 
FERREIRA, Aurélio Buarque de H. Novo 
dicionário da língua portuguesa, Rio de Janeiro, 
Nova Fronteira, 1975. 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
13 
 
Texto F 
 
A mulher que passa 
 
Meu Deus, eu quero a mulher que passa. 
Seu dorso frio é um campo de lírios 
Tem sete cores nos seus cabelos Sete 
esperanças na boca fresca! 
 
Oh! Como és linda, mulher que passas 
Que me sacia e suplicias 
Dentro das noites, dentro dos dias! 
 
Teus sentimentos, são poesia. 
Teus sofrimentos, melancolia. Teus pelos leves 
são relva boa, fresca e macia. 
Teus belos braços são cisnes mansos Longe das 
vozes da ventania. 
Meu Deus, eu quero a mulher que passa! 
MORAIS, Vinícius de. A mulher que passa. In: 
____. Antologia poética. 4. ed. Rio de Janeiro, 
Ed. Do autor, 1960. p.90. 
 
Todos os textos lidos, o tema é um só: 
mulher. No entanto, a maneira de cada autor 
varia. O que provoca essa diversificação é o 
objetivo de cada emissor, que organiza sua 
mensagem utilizando uma fala específica. 
Portanto, cada mensagem tem uma função 
predominante, de acordo com o objetivo do 
emissor. 
a) Função Referencial ou denotativa 
No texto A, a finalidade é apenas informar o 
receptor sobre um fato ocorrido. A 
linguagem é objetiva, não admitindo mais 
de uma interpretação. Quando isso 
acontece, predomina a função referencial 
ou denotativa da linguagem. Função 
referencial ou denotativa é aquela que 
traduz objetivamente a realidade exterior 
ao emissor. 
b) Função emotiva ou expressiva 
No texto B, descrevem-se as sensações da 
mulher, que faz uma descrição subjetiva 
de si mesmo. Nesse caso, em que o 
emissor exterioriza seu estado psíquico, 
predomina a função emotiva da linguagem, 
também chamada de função expressiva. 
Função emotiva ou expressiva é aquela que 
traduz opiniões e emoções do emissor. 
c) Função Fática 
No texto C, o emissor utiliza expressões que 
tentam prolongar o contato com o receptor, 
testando frequentemente o canal. Neste 
caso, predomina a função fática da 
linguagem. 
Função fática é aquela que tem por objetivo 
iniciar, prolongar ou encerrar o contato 
com o receptor. 
d) Função conativa ou apelativa 
A mensagem do primeiro texto contém um 
apelo que procura influir no 
comportamento do receptor. Nesse caso, 
predomina a função conativa ouapelativa. 
São características dessa função: 
• Verbos no imperativo; Presença de 
vocativos; 
• Pronomes de 2ª pessoa. 
Função conativa ou apelativa é aquela que 
tem por objetivo influir no comportamento 
do receptor, por meio de um apelo ou 
ordem. 
e) Função metalinguística 
O texto E, é a transição de um verbete de um 
dicionário. 
Essa mensagem explica um elemento do 
código – a palavra mulher – utilizando o 
próprio código nessa explicação. Quando 
a mensagem visa a explicar o próprio 
código ou utiliza-o como assunto, 
predomina a função metalinguística da 
linguagem. 
Função metalinguística é aquela que utiliza o 
código como assunto ou para explicar o 
próprio código. 
 
f) Função Poética 
A preocupação intencional do emissor com a 
mensagem, ao elabora-la, caracteriza a 
função poética da linguagem. Função 
poética é aquela que enfatiza a elaboração 
da mensagem, de modo a ressaltar seu 
significado. É importante observar que 
nenhum texto apresenta apenas uma 
única função da linguagem. Uma função 
sempre predomina num texto, mas nunca 
é exclusiva. 
 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
14 
 
SIGNIFICADO SOCIAL DAS FORMAS 
VARIANTES 
 
Fonte: www.espaco-crescer.com 
 
Definindo linguagem 
 
Desde os primórdios da humanidade, o 
homem já possuía a necessidade de se 
comunicar. Mesmo não existindo a exata 
formação das palavras como atualmente, eles 
emitiam sons vocálicos que demonstravam seu 
modo de ver o mundo físico, como também 
expressavam suas sensações: fome, medo, 
insegurança, tristeza. Desta maneira, a língua 
(gem) não é fruto de pesquisa de longos anos. O 
indivíduo já nasce com esse instinto e habilidade 
racional. É a posse da língua (gem) o que mais 
claramente distingue o homem dos outros seres. 
A linguagem verbal, entretanto, passou a 
ser desenvolvida a partir do momento em que o 
homem julgou necessário criar uma expressão 
sonora que representasse o próprio elemento. Os 
nomes têm essa missão: nomear os seres. 
Assim, ao pronunciarmos a palavra fogo, 
imaginamos automaticamente a imagem a que 
se reporta essa palavra, devido ela pertencer ao 
campo natural. Contudo, a expressão “Eu te 
odeio”, não permite essa mesma “mentalização”, 
em virtude de a palavra não poder ser 
representada no campo natural. Por isso, o 
homem precisou moldá-la na forma de linguagem 
verbal. Muitas palavras trazem uma carga de 
conhecimentos históricos que se acoplam ao seu 
significado, moldando, às vezes, de tal maneira o 
seu sentido que elas passam a ter um cunho 
preconceituoso, pejorativo. É preciso um cuidado 
maior, para que o falante não seja o responsável 
pela perpetuação do preconceito. A língua é um 
produto da cultura, também é um instrumento de 
manifestação dela, que se adapta ao meio e se 
modifica, conforme variem as necessidades e as 
condições de seus falantes. 
 A língua (gem) é interação, visto que 
proporciona ao indivíduo a possibilidade de 
exercer atividade sobre o outro, sobre si mesmo 
e sobre o mundo. É independente de estímulo: 
não necessita de alguém para ativá-la. 
Desta forma, compreende-se que a 
língua (gem) é uma atividade essencialmente 
humana, histórica e social. Se bem conduzida, 
pode ser uma aliada na luta contra os 
preconceitos sociais, pois é a partir de seu uso 
que observamos, compreendemos e interagimos 
com o mundo natural. 
 
Fala 
 
A interação verbal entre os sujeitos é 
possível por meio das palavras e pode ser 
realizada por meio da fala e/ou da escrita. 
Dependendo da situação comunicativa, os 
usuários das línguas podem eleger qualquer um 
dos diferentes níveis de linguagem para interagir 
verbalmente com os outros. Isso significa que 
existem linguagens diferentes para ocasiões 
distintas, ou seja, em toda situação comunicativa, 
os falantes elegem o nível de linguagem mais 
adequado para que tanto o emissor quanto o 
receptor das mensagens possam compreender e 
ser compreendidos. 
 
Nível 1: Norma culta/padrão 
Como sabemos, cada língua possui sua 
estrutura e muitas delas possuem um conjunto de 
regras responsável pelo funcionamento dos 
elementos linguísticos. Esse conjunto de regras 
é conhecido como gramática normativa. Nela, os 
usuários da língua encontram a norma-padrão de 
funcionamento da língua chamada de “padrão ou 
culta”, a qual deve, ou pelo menos deveria, ser de 
conhecimento e acessível a todos os falantes da 
mesma comunidade linguística. Utilizar a norma 
culta da língua portuguesa, por exemplo, não 
significa comunicar-se de maneira difícil e 
rebuscada. Embora à língua padrão seja 
atribuído certo prestigio cultural e status social, o 
uso da linguagem culta está menos relacionado 
à questão estética e muito mais associado à sua 
democratização, já que esse é o nível de 
linguagem ensinado nas escolas, nos manuais 
didáticos, cartilhas e dicionários das línguas etc. 
 
 
 
 
https://www.infoescola.com/sociologia/preconceito/
https://www.infoescola.com/sociologia/preconceito/
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/fala-escrita.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/diferentes-formas-linguagem.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/estrutura-das-palavras.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/estrutura-das-palavras.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/norma-culta-x-variacoes-linguisticas.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/norma-culta-x-variacoes-linguisticas.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/norma-culta-x-variacoes-linguisticas.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/paises-que-falam-portugues.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/variacoes-linguisticas.htm
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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
15 
 
Nível 2: Linguagem 
coloquial/informal/popular 
A linguagem coloquial é aquela utilizada 
de maneira mais espontânea e corriqueira pelos 
falantes. Esse nível de linguagem não segue a 
rigor todas as regras da gramática normativa, 
pois está mais preocupado com a função da 
linguagem do que com a forma. Ao utilizar a 
linguagem coloquial, o falante está mais 
preocupado em transmitir o conteúdo da 
mensagem do que como esse conteúdo vai ser 
estruturado. De maneira geral, os falantes 
utilizam a linguagem coloquial nas situações 
comunicativas mais informais, isto é, nos 
diálogos entre amigos, familiares etc. 
 
Nível 3: Linguagem 
regional/regionalismo 
A linguagem regional está relacionada 
com as variações ocorridas, principalmente na 
fala, nas mais variadas comunidades linguísticas. 
Essas variações são também chamadas de 
dialetos. O Brasil, por exemplo, apresenta uma 
imensa variedade de regionalismos na fala dos 
usuários nativos de cada uma de suas cinco 
regiões. 
 
Nível 4: Gírias 
A gíria é um estilo associado à linguagem 
coloquial/popular como meio de expressão 
cotidiana. Ela está relacionada ao cotidiano de 
certos grupos sociais e podem ser incorporadasao léxico de uma língua conforme sua 
intensidade e frequência de uso pelos falantes, 
mas, de maneira geral, as palavras ou 
expressões provenientes das gírias são 
utilizadas durante um tempo por um certo grupo 
de usuários e depois são substituídas por outras 
por outros usuários de outras gerações. É o caso, 
por exemplo, de uma gíria bastante utilizada 
pelos falantes nas décadas de 80 e 90: “chuchu, 
beleza”, mas que, atualmente, está quase 
obsoleta. 
 
Nível 5: Linguagem vulgar 
A linguagem vulgar é exatamente oposta 
à linguagem culta/padrão. As estruturas 
gramaticais não seguem regras ou normas de 
funcionamento. O mais interessante é que, 
mesmo de maneira bem rudimentar, os falantes 
conseguem compreender a mensagem e seus 
efeitos de sentido nas trocas de mensagens. 
Podemos considerar a linguagem vulgar como 
sendo um vício de linguagem. Veja alguns 
exemplos bastante recorrentes em nossa língua: 
“Nóis vai” 
“Pra mim ir” 
“Vamo ir” 
 
Língua 
 
Os estudos sobre a linguagem são tão 
antigos como a própria língua, e a prova disso 
são aqueles realizados na Grécia antiga, na qual 
os filósofos se dedicaram ao estudo da 
argumentação e retórica. No entanto, nesta 
época ainda não havia um campo dedicado 
especificamente ao estudo da linguagem, pois os 
estudos se davam no âmbito da filosofia. A 
linguística como uma ciência autônoma só iria 
seguir séculos depois, mais especificamente no 
século XIX, com os estudos de Saussure. Mas o 
verdadeiro ponto de virada de sua história na 
linguística, mesmo que ele não soubesse na 
época, foi uma série de 3 cursos sobre linguística 
que ministrou na Universidade de Genebra. Em 
1919, 3 anos após sua morte, alunos que haviam 
comparecido aos cursos ministrados, compilaram 
os conteúdos e suas anotações e editaram o 
“Curso de linguística geral”. Este livro têm uma 
importância ímpar para a linguística, pois além de 
fincar as bases de todos os estudos que se 
desenvolveram posteriormente, é a fundação 
para o estabelecimento da linguística moderna 
como um campo de estudo autônomo dentro das 
ciências humanas. 
Ferdinand de Saussure nasceu em 
Genebra, Suíça, em 26 de novembro de 1857. 
Filho de um naturalista, no começo de sua vida 
acadêmica se concentrou em estudos de química 
e física, mas ao conhecer os estudos da 
linguagem através de um filólogo amigo de sua 
família, se convenceu que este era seu 
verdadeiro campo de estudos. 
Em 1876, iniciou seus estudos na 
Universidade de Leipzig, e aos 21 anos publicou 
sua tese sobre o sistema de vogais em línguas 
indo-europeias primitivas, a qual foi amplamente 
aceita e elogiada pela acadêmica. A partir daí 
começou a lecionar em francês gótico, alto 
alemão, sânscrito e filologia indo-europeia. Ao 
retornar para Genebra, continuou a ensinar 
sânscrito e também linguística histórica. 
Os membros de uma comunidade 
linguística, de comum acordo, aceitam um 
conjunto de símbolos vocais arbitrários para 
serem utilizados em sua comunicação interna: é 
o que conhecemos como língua; e, por isso, ela 
existe na e para a sociedade. 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/linguagem-coloquial.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/linguagem-coloquial.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/funcoes-linguagem-1.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/niveis-de-fala.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/dialetos-registros-no-portugues-brasileiro.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/dialetos-registros-no-portugues-brasileiro.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/dialetos-registros-no-portugues-brasileiro.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/as-regioes-brasil.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/as-regioes-brasil.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/as-regioes-brasil.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/giria-1.htm
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http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/vicios-linguagem.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/vicios-linguagem.htm
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INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
16 
 
“As línguas são casos particulares de um 
fenômeno geral, a linguagem, que é estudado 
pela Linguística Geral” (VANOYE, 1986, p. 29). 
Como sistema de linguagem, a língua se constitui 
de sons vocais específico cos (fonemas), com os 
quais se constroem as formas linguísticas. 
Segundo Dinneen, citado por Heclker e Back 
(1988, p. 34-36), as línguas são: Sonoras - é a 
primeira forma de manifestação da língua (muito 
tempo depois é que vem a língua escrita; há mais 
ou menos 6.000 anos). 
O aparelho articulatório é responsável 
pelos sons (fonemas) de todas as línguas; 
Lineares - os sons são produzidos numa 
sequência linear, e a representação simbólica 
desses sons também é linear. Alguns povos 
escrevem da direita para esquerda, de cima para 
baixo; contudo não deixam de respeitar o caráter 
línea criativas - a língua funciona de acordo com 
determinados padrões que são comuns a um 
número ilimitado de expressões, mas que são 
diferentes na referência. É o domínio desses 
padrões que permite ao falante compreender e 
criar orações que ele nunca ouviu ou emitiu 
antes; 
Singulares (únicas) - cada língua 
apresenta padrões que se diferenciam da outra. 
Quando estudamos uma língua estrangeira, 
precisamos aprender novos padrões; 
Semelhantes - se não existisse nada em comum 
entre as línguas (universais linguísticos) seria 
muito difícil aprender uma línguaestrangeira. 
Veja que quanto maior a semelhança entre as 
línguas (da mesma família, por exemplo), menos 
difícil o processo de aprendizagem. Todo e 
qualquer ser humano percebe o mundo que o 
cerca de forma semelhante. Sistemáticas finito, 
isto quer dizer que eles são reutilizados de 
acordo com um - como os símbolos utilizados 
numa língua são em 4 conjunto de regras de 
combinação que é determinado por um sistema. 
Podemos então considerar a língua como um 
super-sistema, formado por sistemas menores, 
tais como sistema fonológico, morfológico, 
sintático e semântico; Significativas - os sons 
emitidos na fala estão diretamente relacionados 
com nossas atividades sociais; Arbitrárias - não 
há relação direta ou motivada entre o som que 
emitimos e a mensagem que é expressa no ato 
comunicativo. 
As ideias expressas correspondem às 
imagens acústicas diferentes em cada língua; 
Convencionais - os falantes fazem um acordo 
social sobre formação e uso das unidades 
linguísticas. As mesmas expressões, em 
contexto similar, designam os mesmos objetos e 
seres para os membros de uma comunidade 
linguística; Sistemas de contrastes - cada som 
(fonema) é diferente de outro som, pois se assim 
não o fosse, não haveria condições de 
estabelecer a comunicação. Eles são justapostos 
de acordo com determinadas regras e através de 
contrastes nos permitem uma satisfatória 
comunicação dentro da comunidade linguística. 
 
Língua x fala 
 
Antes de conceituar o que é língua e fala, 
comecemos por desmistificar a relação entre 
linguagem e língua. Para Saussure (2006), não 
podemos confundir a linguagem com a língua e 
tratarmos as duas como sendo a mesma coisa, 
porque enquanto a linguagem é heterogênea – 
várias formas – a língua, para ele, é de natureza 
homogênea. O mestre da Linguística (2006, p. 
17) afirma que: Para nós, ela [língua] não se 
confunde com a linguagem; é somente uma parte 
determinada, essencial dela, indubitavelmente. 
É, ao mesmo tempo, um produto social da 
faculdade de linguagem e um conjunto de 
convenções necessárias, adotadas pelo corpo 
social para permitir o exercício dessa faculdade 
nos indivíduos. Saussure (2006) segue 
mostrando que a língua pode ser estudada 
separada da linguagem, pois ela é apenas uma 
parte da linguagem. Contudo, língua e fala são 
estreitamente relacionadas. O autor (2006, p. 27) 
afirma: “[...] a língua é necessária para que a fala 
seja inteligível e produza todos os seus efeitos; 
mas esta é necessária para que a língua se 
estabeleça [...]”. O pai da Linguística (2006, p. 22) 
ainda ressalta que: “[...] a língua não está 
completa em nenhum [indivíduo] só na massa ela 
existe de modo completo”. A língua só existe a 
partir de acordos feitos entre membros de uma 
comunidade, assim como nas demais instituições 
existentes. Entretanto, o autor distingue a língua 
das demais instituições, apenas por que ela tem 
uma natureza peculiar, sendo essa característica 
o que a define. 
Na visão de Saussure (2006, p. 23), a 
língua constitui-se num sistema de signos que, 
de essencial, só existe a união do sentido e da 
imagem acústica, e onde as duas partes do signo 
são igualmente psíquicas. Para ele, signos 
linguísticos são a relação 10 entre um conceito e 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
17 
 
uma imagem acústica, sendo o conceito uma 
ideia, um pensamento que serve para interpretar 
o mundo, e uma imagem acústica a impressão 
psíquica de uma sequência articulada de sons 
(vogais, consoantes e semivogais). O mestre 
(2006, p. 22) definiu ainda fala como sendo: “Um 
ato individual de vontade e inteligência” e 
também “combinações individuais, dependentes 
da vontade dos que falam; atos de fonação 
igualmente voluntários, necessários para a 
execução dessas combinações”. A partir das 
definições de língua e de fala, infere-se que a fala 
conduz à língua; na verdade, uma depende da 
outra. 
A diferença entre as duas, como nos 
explica Saussure (2006, p.22): “A língua não 
constitui, pois, uma função do falante: é o produto 
que o indivíduo registra passivamente 
[...]. Já para a fala temos que, “[...] é, ao 
contrário, um ato individual de vontade e 
inteligência [...]”. É interessante como Fiorin 
(2011, p.81) descreve, ao afirmar que, para 
Saussure: Língua opõe-se a fala, porque a língua 
é coletiva e a fala é particular, portanto, a língua 
é um dado social e a fala é um dado individual. 
Além disso, a língua é sistemática e a fala é 
assistemática. Pessoas que falam a mesma 
língua conseguem comunicar-se porque, apesar 
das diferentes falas, há o uso da mesma língua. 
Assim, constata-se que a permanência de uma 
língua em um determinado contexto social, 
precisa do exercício da fala, sendo por meio dela 
que a língua é efetivada e estabelecida em um 
grupo social. 
De acordo com esse pensamento, Silvio 
Elia (2001, p. 5) define língua como estrutura e 
como instituição, sendo, primeiro a língua na sua 
estrutura física, depois a língua como instituição 
e, por fim, de acordo com o uso em uma 
comunidade linguística, ou seja, a língua em seu 
uso social. Para o autor (2001, p. 7), comunidade 
linguística é: “[...] todo agrupamento humano 
dotado de um código verbal comum que, 
podendo não ser exclusivo, a todos se impõe, por 
meio de normas que funcionam como força de 
coesão e solidariedade social”, ou seja, essa 
comunidade interage por meio de uma língua. 
Desse ponto de vista, ressalta-se que uma 
comunidade é composta de uma língua que 
representa, além de um símbolo, um fator de 
identidade cultural. Ela só existe em decorrência 
de espécie de contrato coletivo que se 
estabelece entre as pessoas e ao quais todos 
aderiram. 
A língua é um patrimônio histórico, 
cultural, reconhecido oficialmente 11 por um 
Estado, como forma de comunicação em suas 
relações internas e externas, conforme afirma 
Silvio Elia (2001, p. 15). Existem alguns traços 
sociolinguísticos que definem como uma língua 
se estabelece em uma determinada comunidade 
linguística. Silvio Elia (2001) destaca alguns: o 
primeiro traço é a língua berço; essa 
característica é dada quando a língua nasce em 
um determinado país, tomemos por exemplo a 
Língua Portuguesa (que será objeto de estudo 
nos próximos capítulos). Portugal é o berço da 
Língua Portuguesa, característica única e própria 
dele. O segundo traço é a língua materna, esta é 
a primeira língua aprendida pelo falante, 
geralmente na infância, dos lábios de sua mãe ou 
de parente próximos. Outro traço sociolinguístico 
é a língua oficial – é a língua que o Estado 
reconhece como válida em sua vida política e 
administrativa. 
O quarto chama-se língua nacional, tem-
se por essa a língua falada sem contrastes em 
toda a extensão do País. Um traço interessante 
(e o mais recente) é o da língua de cultura, está 
permite o acesso à cultura e sendo ela mesma 
um patrimônio cultural. O sexto traço é gerado da 
língua de cultura, sendo ele por sua vez a língua 
padrão, como o próprio nome estabelece, é a 
língua reconhecida pela comunidade nacional e 
que se ensina nas escolas. 
Podemos classificar o outro traço como 
língua transplantada que é a língua levada de um 
país para o outro e lá estabelecida; e como 
exemplo temos a Língua Portuguesa, que após 
se estabelecer como língua oficial de Portugal, foi 
levada por meio da expansão marítima a vários 
países, se expandindo por vários lugares e é hoje 
uma das línguas mais faladas do mundo. Para 
compreendermos melhor o processo de 
formação e estabelecimento da língua 
portuguesa no território brasileiro, é necessário 
que retornemos às suas origens, a língua latina. 
Assim entenderemos como foram as 
modificações que o latim sofreu até a formação 
do Português atual. 
Desde os primórdios da humanidade, o 
homem já possuía a necessidade de se 
comunicar. Mesmo não existindo a exataformação das palavras como atualmente, eles 
emitiam sons vocálicos que demonstravam seu 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
18 
 
modo de ver o mundo físico, como também 
expressavam suas sensações: fome, medo, 
insegurança, tristeza. Desta maneira, a língua 
(gem) não é fruto de pesquisa de longos anos. O 
indivíduo já nasce com esse instinto e habilidade 
racional. É a posse da língua (gem) o que mais 
claramente distingue o homem dos outros seres. 
A linguagem verbal, entretanto, passou a 
ser desenvolvida a partir do momento em que o 
homem julgou necessário criar uma expressão 
sonora que representasse o próprio elemento. Os 
nomes têm essa missão: nomear os seres. 
Assim, ao pronunciarmos a palavra fogo, 
imaginamos automaticamente à imagem a que 
se reporta essa palavra, devido ela pertencer ao 
campo natural. Contudo, a expressão “Eu te 
odeio”, não permite essa mesma “mentalização”, 
em virtude de a palavra não poder ser 
representada no campo natural. Por isso, o 
homem precisou moldá-la na forma de linguagem 
verbal. 
Muitas palavras trazem uma carga de 
conhecimentos históricos que se acoplam ao seu 
significado, moldando, às vezes, de tal maneira o 
seu sentido que elas passam a ter um cunho 
preconceituoso, pejorativo. É preciso um cuidado 
maior, para que o falante não seja o responsável 
pela perpetuação do preconceito. A língua é um 
produto da cultura, também é um instrumento de 
manifestação dela, que se adapta ao meio e se 
modifica, conforme variem as necessidades e as 
condições de seus falantes. 
 A língua (gem) é interação, visto que 
proporciona ao indivíduo a possibilidade de 
exercer atividade sobre o outro, sobre si mesmo 
e sobre o mundo. É independente de estímulo: 
não necessita de alguém para ativá-la. Desta 
forma, compreende-se que a língua (gem) é uma 
atividade essencialmente humana, histórica e 
social. Se bem conduzida, pode ser uma aliada 
na luta contra os preconceitos sociais, pois é a 
partir de seu uso que observamos, 
compreendemos e interagimos com o mundo 
natural. 
 
O homem o mundo e a língua 
 
Se, como diz o linguista, o papel da 
Linguística é o de delimitar-se a si própria, é lícito 
que suas fronteiras sejam tão permeáveis, que 
discussões intermináveis como a tenuidade das 
fronteiras entre a semântica e a pragmática seja 
perpetuada. Quando Saussure legou à fala a 
obscuridade, não imaginava que ela voltaria às 
claras e tentasse novamente definir esses 
inconstantes limites. Locutores, ouvintes, 
situações, retóricas deixam de ser ignorados e 
passam a incorporar certas teorias linguísticas 
que admitem que os recursos para a expressão 
dos sentidos são os mais diversos e não se 
encontram todos enclausurados nos limites do 
enunciado, dentro da língua – se é que se pode 
definir o que lhe é interno e externo; outra 
indefinição. 
Voltemos agora às bases: a semântica 
considera que o fulcro dos sentidos é um sistema 
de referências cultural e antropológico. Os 
sentidos da língua podem ser encontrados na 
própria língua, nos enunciados, nas retomadas, 
anáforas, polissemias, homonímias, 
pressupostos... como se a língua estivesse 
pronta e nos fosse instituída em algum momento 
pelos homens e sua cultura; como se fosse um 
armazém cheio de provisões para os discursos, 
ambíguas ou não. 
Mas aqui, neste texto e instituto, adota-
se outra concepção: a língua é uma constituição, 
está sempre “em processo” sendo construída a 
diversas mãos, nas diversas práticas discursivas. 
Como então garantir que o sistema de 
referências seja estável, como se os falantes não 
mais produzissem sentidos que fundamentassem 
a cultura e suas relações? Ilusão. O sistema de 
referências está também “em processo” a cada 
enunciação. 
Não quero aqui negar a semântica, mas 
mostrar como ela pode estabelecer relações 
dinâmicas com a pragmática, sem dogmatismos. 
Creio que outrora já discuti a importância da 
semântica para resolver o problema do jornalista 
do filme Cidadão Kane, de Orson Welles. Lá o 
mistério era descobrir o significado de rosebud. 
Não houve pragmática que resolvesse o mistério, 
pois não se podia encontrar nenhum referente – 
dentro ou fora da língua. É através da primazia 
da semântica que Ulisses escapa do Ciclope. Os 
irmãos do monstro, limitaram-se a um universo 
referencial onde o significado de ninguém não 
tem referente no mundo, como se fosse um 
referente nulo, ou algo parecido. Não levaram em 
consideração o contexto, locutor, etc. 
É através dos dados abaixo discutirei 
alguns aspectos sobre semântica e pragmática 
para que a explicação não fique apenas teórica, 
mas também lúdica. Arriscando agora uma 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
19 
 
esquizofrenia metalinguística, podemos notar já 
na frase anterior um implícito. Dizer “não apenas 
teórica, mas também lúdica” implica duas coisas: 
teorias são enfadonhas e análises de dados não 
o são. Esses implícitos não necessitam do 
conhecimento de elementos da enunciação para 
serem apreendidos, eles estão marcados no 
próprio enunciado através de apenas e, mas 
também. Partamos aos dados: 
 “Errar é humano” é um clichê, um 
enunciado cuja estrutura é repetida em diferentes 
enunciados, tal qual as palavras compostas, e 
remetem a um referente na língua que, nesse 
caso, significa generalizadamente que: o erro 
pode ser perdoado, afinal, todos erram. Em 
diversas enunciações podemos encontrá-lo: 
quando alguém quer consolar um amigo que 
errou algumas perguntas de uma prova; quando 
alguém quer se desculpar por ter traído o 
cônjuge, etc. 
Nesses contextos o nosso clichê pode 
ser equivalente a desculpas, podendo assumir 
assim um caráter performativo que será diferente 
e muito mais preocupante num contexto como o 
apresentado na charge de Quino. O humor da 
piada concentra-se justamente no ato 
perlocutório realizado por esse enunciado que vai 
provocar no paciente, no mínimo, um certo 
desespero; enquanto esse mesmo enunciado, 
num contexto como o do marido traidor, 
provocaria, para ser muito otimista, compaixão. 
Os médicos, supostos enunciadores, realizam 
um ato ilocutório de remissão – tal qual Pilatos, 
lavam suas mãos. 
As teorias de Austin, que introduzem 
efetivamente a pragmática nos limites da 
linguística, se não utilizadas para a análise de 
enunciados como o anterior, deixaria à análise 
exclusivamente semântica uma certa 
incapacidade de interpretação. É a pragmática 
que nos permite rirmos da charge, e não um 
fenômeno da língua como a ambiguidade 
causada por uma homonímia ou polissemia. 
Algo parecido ocorre na música Gol 
Anulado da dupla Bosco/Blanc: 
“Quando você gritou mengo 
No segundo gol do Zico 
Tirei sem pensar o cinto E bati até 
cansar”. 
 
Nesse caso mengo assume, mesmo sem 
a intenção do locutor, um caráter performativo 
pois, através de um ato perlocutório e de todo um 
contexto envolvido, provoca a ira no marido. Há 
aqui que se considerar toda a história do locutor 
e a enunciação (um jogo entre Vasco e 
Flamengo) para interpretar o efeito de sentido 
atribuído pelo ouvinte. 
Vejamos agora um dado de uma crônica 
de Veríssimo: 
- Na noite em que fui concebido – suponho 
que tenha sido uma noite – eu era um entre 
milhões de espermatozoides. Mas só eu 
cheguei ao óvulo de mamãe. Ou será 
bilhões? 
- Acho que é óvulo mesmo. 
- Não. Os espermatozoides. É milhões ou 
bilhões? 
- Kahn.... Não sei. (...) 
- Então, imagina o seguinte. Pense bem. 
Amendoim. 
- Amendoim. Estou pensando nele. 
Amendoim. 
- Não. Me passe o amendoim e pense o 
seguinte. (...) 
A saber: os interlocutores acima estão 
bêbados. 
Primeiramente, se considerássemos os 
dêiticos destacados, encontraríamos um 
problema. Sabemos que quem fecunda o óvulo é 
um espermatozoide, porém, como podemos 
atestar no fui concebido, o locutor é um homem e 
não um gameta masculino,desautorizando a 
utilização dos seus conseguintes. Para que o 
interlocutor não considere o locutor demente, é 
necessário um trabalho de identificação de 
pressupostos e, como não há nenhuma 
marcação no enunciado, não são pressupostos, 
são subentendidos. É necessário que o 
interlocutor leve em consideração as condições 
pragmáticas atuantes no momento da 
enunciação, só assim ele poderá entender que o 
locutor considera que ele próprio considera-se o 
gameta – meia verdade – que, saído do 
epidídimo, fecundou, se desenvolveu e culminou 
nele. Outro problema encontra-se quando o 
locutor pergunta sobre a quantidade de óvulos e 
o interlocutor responde uma pergunta que não 
era a feita pelo locutor. A resposta certamente é 
fruto da bebida, mas pode ser analisada tanto 
através da semântica quanto da pragmática. 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
20 
 
Se o interlocutor desconhecesse o 
significado da palavra óvulo e de bilhões, ele 
poderia, através do contexto, classificá-las num 
mesmo campo semântico, possibilitando que 
houvesse uma confusão com relação aos seus 
significados. Mas, assim mesmo, o contexto seria 
necessário. 
Podemos também considerar que há 
algum problema referente às leis do discurso. 
Uma das máximas discursivas está sendo 
violada: o locutor fere o princípio da cooperação, 
ele não explicita claramente se sua pergunta se 
refere à quantidade de espermatozoides ou à 
nomenclatura de óvulo. Porém o locutor se 
esforça para cooperar, escolhe uma das 
alternativas e responde à pergunta do locutor 
egoísta. Normalmente não haveria problema 
algum na pergunta, mas há que se considerar o 
estado alcoólico dos interlocutores. 
Última questão referente também às leis 
do discurso: amendoim. Novamente o locutor não 
coopera. Ele considera que o seu interlocutor vá 
interpretar o implícito, o subentendido de seu 
enunciado, mas considera errado. O interlocutor 
interpreta amendoim como um ato performativo, 
uma ordem para pensar, quando a ordem era 
para passar o pratinho de amendoim. Se os 
interlocutores estivessem um pouco mais 
bêbados, talvez não interpretassem nem os 
pressupostos dos enunciados, as homonímias, 
ou mesmo o significado, o referente da palavra. 
 Os sentidos das preposições ficam mais 
enriquecidos se analisados através de fatores 
semânticos e pragmáticos. No entanto, a 
resistência em se admitir que a pragmática é 
essencial para a análise dos dados lega à 
Linguística uma eterna indefinição de seus 
limites. Insistem em deixar o homem e seu 
mundo fora da língua que estão construindo 
constantemente. 
 
FERDINAND DE SAUSSURE 
PERCURSO DE ESTUDO DA 
LÍNGUAS 
Fonte:www.conceitos.com 
 
Linguista suíço nascido em Genebra, 
fundador da moderna linguística científica. Filho 
de um eminente naturalista, foi orientado para 
seguir os estudos em linguística por um filólogo e 
amigo da família, Adolphe Pictet (1799-1875). 
 Estudou Física, Química na 
universidade alemã de Leipzig, enquanto 
continuava estudando linguística fazendo cursos 
de gramática grega e latina. Convencido de que 
seu futuro estava nos estudos da linguagem, 
ingressou na Sociedade Linguística de Paris. 
Ainda estudante, publicou seu único livro, um 
brilhante estudo em linguística comparativa que 
firmou sua reputação: Mémoire sur le système 
primitif des voyelles dans les langues indo-
européennes (1879). 
Posteriormente estudou sânscrito, celta e 
indiano, em Berlim e doutorou-se em Leipzig com 
a tese. De l’emploi du génitif absolu en sanscrit 
(1880), uma tese sobre o uso do caso genitivo em 
sânscrito. 
Ensinou linguística histórica na École des 
Hautes Études, em Paris (1881-1891), 
especialmente Sânscrito, Gótico e Alto Alemão e 
depois Filologia Indo-europeia. Voltou para 
Genebra, Suíça, para ensinar linguística indo-
europeia e sânscrito (1901-1913) e os célebres 
cursos de linguística geral (1907-1913) na 
Universidade de Genebra, cidade onde morreu. 
Sua notoriedade veio com a publicação 
da obra póstuma, Cours de linguistique générale 
(1916), textos dos cursos ministrados durante 
seus últimos anos de vida na Universidade de 
Genebra, recolhidos e organizados por seus 
discípulos suíços Charles Bally (1865-1947) e 
Albert Séchehaye (1870–1946). 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS 
21 
 
Após a morte de Saussure, seus 
discípulos esperavam encontrar em seus 
manuscritos a imagem fiel de suas geniais lições. 
Qual o quê! O mestre destruía os rascunhos que 
escrevia, as gavetas de sua escrivaninha 
estavam quase vazias. O jeito foi reunir as 
anotações minuciosas de seus alunos, compará-
las e recriar cuidadosamente o pensamento do 
pioneiro da linguística. 
O resultado deste trabalho foi a 
publicação do "Curso de Linguística Geral". Filho 
de uma família abastada, Ferdinand de Saussure 
estudou desde cedo inglês, grego, alemão, 
francês e sânscrito. Com o objetivo de continuar 
a tradição científica de sua família, em 1875, 
estudou física e química na Universidade de 
Genebra. 
Em 1877, aos 21 anos, Ferdinand de 
Saussure publicou o livro "Memória sobre as 
Vogais Indo-europeias". Três anos depois o 
estudioso defendeu sua tese de doutorado, 
"Sobre o Emprego do Genitivo Absoluto em 
Sânscrito". 
Em 1881, Ferdinand de Saussure 
assumiu a cátedra de linguística comparada na 
Escola de Altos Estudos de Paris. Em 1886 
tornou-se membro da Sociedade Linguística de 
Paris e no ano seguinte foi para Leipzig, na 
Alemanha, completar seus estudos. Transferiu-
se em 1891 para a Universidade de Genebra, 
lecionando linguística indo-europeia e sânscrito 
até 1906, quando passou a professor titular de 
linguística. Saussure foi professor na 
Universidade de Genebra até sua morte, aos 55 
anos. Seus discípulos Charles Bally e Albert 
Sechehaye organizaram as anotações dos 
alunos de Saussure realizadas durante seus 
cursos universitários. Em 1915 foi publicado o já 
mencionado "Curso de Linguística Geral", 
considerado a obra fundadora da linguística 
moderna. 
 
 
SIGNO LINGUISTICO 
Fonte:www.conceitos.com 
 
Para Saussure, a língua é um sistema de 
signos formados pela junção do significante e do 
significado, ou seja, da imagem acústica e do 
sentido. Esses saberes contribuem muito para a 
alfabetização e letramento, pois, nesse processo, 
o sujeito parte do concreto, por meio de desenhos 
para um conhecimento abstrato, relacionado ao 
mundo da escrita. A relevância do signo 
linguístico se faz presente, uma vez que ele 
precisa ser compartilhado socialmente e, dessa 
forma, representa uma etapa final do processo de 
alfabetização. Partindo de escritas pictográficas 
a ideográficas até chegar a uma escrita silábica 
e, consequentemente, à alfabética, o sujeito, em 
fase de alfabetização, traça o caminho que 
Saussure descreve por meio do significante e do 
significado pelos quais os signos são abarcados. 
É com o intuito de demonstrar como os 
saberes relacionados ao significado e ao 
significante são relevantes para o processo de 
alfabetização, principalmente na aquisição da 
escrita, é que este trabalho foi proposto. Na 
primeira seção, este texto descreve e explica a 
Teoria de Saussure sobre signo linguístico. Em 
seguida, será demonstrado com exemplos e 
atividades de crianças no período de 
alfabetização escolar como ocorre o processo de 
transição de uma escrita em que o conceito é 
privilegiado para um processo em que se 
privilegia o significante. Por fim, o texto traz 
alguns comentários finais sobre as contribuições 
de Saussure para o entendimento do processo 
de alfabetização e letramento. 
A ideia de signo linguístico envolve duas 
dimensões mentais estreitamente interligadas: 
trata-se de um conceito e paralelamente de um 
som associado a ele. Assim, o conceito é o 
resumo do signo linguístico, enquanto que o som 
é uma marca mental que permanece em

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