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COLÉGIO ESTADUAL SÃO MATEUS ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, PROFISSIONAL E NORMAL CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA INDUSTRIAL Andrezza Gabriely Silva Camila Kampmann Lucas Alessandro Araszewski Pacheco Turma: 3°A – Técnico em Química Integrado Trabalho de Sociologia: Brasil Imperial 2° Trimestre SÃO MATEUS DO SUL 2023 ENUNCIADO DA DISSERTAÇÃO Analise o papel e a evolução do Estado no contexto do Brasil Imperial (1822- 1889). Explique como as características políticas, sociais e econômicas desse período influenciaram a estruturação e as funções do Estado, destacando os principais desafios enfrentados e as mudanças ocorridas ao longo desse período. PERÍODO IMPERIAL O Período Imperial é dividido em três partes: Primeiro Reinado; Período Regencial e Segundo Reinado. O Brasil organizou-se politicamente como uma monarquia, governada por um imperador e o poder era transmitido de maneira hereditária, mas os poderes são limitados pela constituição. O Período foi encerrado com a Proclamação da República. PRIMEIRO REINADO O Primeiro Reinado (1822 a 1831) teve destaque por conta do autoritarismo de D. Pedro I e pela sua incompetência na administração, o que desencadeou um desgaste na relação com a elite e grupos políticos e econômicos do país. O melhor exemplo do autoritarismo de D. Pedro I foi a outorga da Constituição de 1824, marcando o reinado de D. Pedro I, que resultou na destruição da economia, e as rebeliões deixavam clara a fraqueza do governo no comando do Brasil. Constituição: O Rio de Janeiro após a chegada da família real passou a ser não apenas o centro administrativo e financeiro do império português – que ainda detinha territórios na Europa, na África e na Ásia – mas se tornaria uma referência política continental. A burocracia colonial deu lugar a repartições administrativas mais complexas e autônomas, apesar de ser uma potência decadente como Portugal. No Brasil, a primeira constituição trouxe dentro de suas características a centralização do poder e a instituição do poder moderador. Atribui-se a inauguração do liberalismo clássico, de percepção individualista, à Constituição Americana de 1776 e à Revolução Francesa. Entretanto, a centralização do poder, como traço marcante do liberalismo, é presente na construção do estado brasileiro e em sua 2 primeira constituição. Mesmo diante das características locais, pós-descobrimento, a Constituição Brasileira de 1824 sofreu influência das ideias do estado moderno e do liberalismo clássico. Divisão dos poderes: No Império brasileiro, havia quatro Poderes, o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e o Moderador. O Poder Executivo, segundo a Constituição imperial, era atributo do Imperador, que não o exercia diretamente, mas por meio de seus ministros, os quais por sua vez eram sustentados normalmente pela maioria parlamentar. O Poder Moderador, atributo pessoal do Imperador, permitia que este fosse, por assim dizer, o guardião das liberdades públicas, e impedisse que um dos poderes entrasse no campo de alçada do outro. A eleição de deputados provinciais seguia o mesmo procedimento usado para eleger deputados gerais para a Câmara dos Deputados. Após a proclamação da república, as províncias imperiais passariam a ser intituladas como estados. Grupos políticos: Durante o Primeiro Reinado, haviam três grupos políticos: liberais moderados, liberais exaltados e restauradores, cada grupo tinha sua própria convicção política. Esses grupos se converteram em dois durante o primeiro reinado e o período regencial, sendo eles: liberais e conservadores. Os dois grupos controlaram a política do Brasil no Segundo Reinado. Economia: O Brasil se tornou independente quando estava com a econômica estagnada e com dívidas externas. Antes e depois de 1822, era predominante na vida nacional o cenário de crise, pobreza e retração nos negócios. Quedas no valor das exportações e negociações com Portugal e Inglaterra para a conquista de soberania geraram instabilidades no plano político, social e institucional. Com o início da produção cafeeira em larga escala, a situação e a inserção do país no comércio internacional mudaram. O Brasil vivia uma grave crise, desde o final do séc. XVIII. O principal motivo era o “estancamento de suas exportações”. A situação durou por quase toda a primeira metade do novo século. Sem tecnologia que ajudasse no aumento da 3 https://pt.wikipedia.org/wiki/Proclama%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Proclama%C3%A7%C3%A3o_da_Rep%C3%BAblica_do_Brasil https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_do_Brasil produtividade agrícola e sem possibilidades de formação de capitais, a saída para a economia brasileira era uma nova inserção no comércio internacional. A partir da Independência e por quase duas décadas, o Brasil viveu um dos períodos mais conturbados da história, com problemas políticos e econômicos. Separação: Havia uma permanente tensão envolvendo conservadores que desejavam uma recolonização do país, especialmente comerciantes portugueses, e setores da elite brasileira, ansiosos por aprofundar o processo de separação. O próprio príncipe D. Pedro tinha uma ambiguidade política. Embora fosse o soberano do novo país, era filho do monarca metropolitano. Também já havia o quadro de falência nas contas públicas, com graves reflexos na economia. A ideia de D. Pedro era instalar um governo absolutista parecido com o dos europeus. O monarca redigiu um projeto de Constituição, com apoio dos conservadores. Ele entrou em vigor em 25 de março de 1824, imposta ao país quase sem debate. A repercussão foi negativa, muitas regiões tinham escolhido representantes que viram sua delegação desrespeitada. Uma das primeiras consequências da situação, potencializada pela estagnação econômica, foi a ocorrência de diversas revoltas pelo país. A mais importante delas aconteceu em Pernambuco, a partir de 02 de julho: o movimento republicano conhecido como Confederação do Equador, que atingiria outras províncias da região. Uma constituinte local definiu as linhas gerais de governo e proibiu o tráfico de escravos no porto de Recife. A crise do Primeiro Reinado também está associada com a Guerra da Cisplatina, travada entre 1825 e 1828. Nesse conflito, o Brasil lutou pela manutenção da província Cisplatina a fim de evitar que ela fosse anexada pelas Províncias Unidas (atual Argentina). Essa guerra foi extremamente impopular no Brasil. PERÍODO REGENCIAL O Período Regencial (1831 a 1840) foi um momento de transição e dois grandes destaques: revoltas provinciais e as brigas políticas. 4 Motivo para acorrerem as revoltas: As províncias tinham pelo menos uma perspectiva comum: a tentativa de obterem autonomia federativa para que os negociantes locais pudessem comercializar com mais liberdade. As províncias mais populosas eram Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Suas economias não eram integradas, voltadas para a exportação e mantinham relações, na maior parte das vezes, diretas com a Europa. Ao mesmo tempo, eram obrigadas a recolher impostos, centralizados no Rio de Janeiro. A Constituição de 1824 criou o Conselho Geral de Província, que substituiu o extinto Conselho dos Procuradores das Províncias. Este conselho era composto por 21 ou 13 membros eleitos, dependendo do tamanho da população da província. Todas as resoluções criadas pelos conselhos precisavam da aprovação da Assembleia Geral, sem direito de recurso. Os Conselhos Provinciais também não tinham autoridade para aumentar as receitas e os seus orçamentos eram debatidos e ratificados pela Assembleia Geral. As províncias não tinham autonomia e eram inteiramente subordinadas ao governo nacional. A crise econômica persistia.Ao longo dos anos seguintes, a situação não melhorou e as inquietações provinciais continuaram. O panorama econômico daqueles anos ainda era baseado nas premissas da economia colonial. As relações não eram plenamente capitalistas, o mercado interno era primitivo e as principais atividades eram de cunho extrativista ou mercantil. O país já tinha uma grande diferença de renda e os benefícios das melhorias na economia ficavam acumulados nas diminutas camadas ricas da sociedade. Os conservadores eram maioria no parlamento e articularam uma violenta repressão às rebeliões regionais, por conta a elevação econômica. Decidiram acabar com restrições existentes ao tráfico de escravos, estabelecidas em 1831 por pressão inglesa e abriram caminho para que a monarquia voltasse a ser regente. Em 1834, após as eleições ocorridas no ano anterior, a Câmara dos Deputados começou a debater um ato adicional, destinado a fazer várias reformas constitucionais. O objetivo era evitar novos conflitos pelo território. Resolveu-se fortalecer os poderes provinciais, através da criação de Assembleias Legislativas em cada uma delas. No entanto, a estrutura centralizada do estado imperial permaneceu intocada. Os presidentes provinciais seguiriam sendo nomeados pelo Rio de Janeiro. Sem soluções estruturais, as tensões regionais cresceram, 5 https://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_brasileira_de_1824 https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_Geral_de_Prov%C3%ADncia https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_dos_Procuradores_das_Prov%C3%ADncias caracterizando o período regencial como um dos mais conturbados da história brasileira. Revoltas: As rebeliões ocorridas nesse período foram: Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Revolta dos Malês e a Revolução Farroupilha. Em 1835 aconteceu a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul. Era um movimento federalista, que uniu estancieiros e setores populares na exigência de maior autonomia, que se prolongaria até 1845. O sul do país, pela distância e por suas características econômicas e sociais, já tinha de certa independência diante do poder central. No entanto, os estancieiros e produtores acusavam a Corte de não proteger sua economia. O estopim acontecera em 1834. O governo regencial nomeou um novo presidente para a província, que decidiu criar mais impostos. Os estancieiros ficaram revoltados, a rebelião literalmente se armou ao longo dos anos seguintes. Em 1838 estava formada a República Riograndense. Meses depois, o movimento alcançava Santa Catarina. Os rebeldes enfrentaram tropas governamentais e organizaram uma administração autônoma e federada. A partir de 1842, após nomear Luís Alves de Lima e Silva, o barão de Caxias, presidente da Província, o governo central começou a ter sucesso contra os revoltosos. Através de ações militares e acordos parciais, a Revolução Farroupilha teve fim. A segunda grande rebelião do período regencial foi a Cabanagem (1835- 1840), na província do Pará. A mobilização era majoritariamente popular. Em janeiro de 1835, a movimentação chegou a Belém. O presidente da Província, Lobo de Sousa e outras autoridades foram executadas. Um governo popular foi instalado. A repressão oficial foi violentíssima. Cerca de 30% da população paraense foi dizimada no conflito. A cabanagem não foi um fenômeno isolado. Entre 1838 e 1841, a Província do Maranhão teve disputas que ficariam conhecidas como Balaiada. Seus líderes eram todos vindos das camadas pobres da sociedade. Dos cerca de 200 mil habitantes da região, quase metade era formada por escravos. 6 Na Bahia, por sua vez, ocorreu a Sabinada, entre 1831 e 1833. E em 1835, ocorreu na capital da província a revolta dos escravos malês, nitidamente popular e anti-racista. A própria Corte viveria também sob a agitação nos quartéis e nas ruas. O medo da oligarquia de que as revoltas ganhassem fôlego e desembocassem num movimento mais unido, acabou levando a Regência (com maioria liberal e sem a presença de portugueses, montou-se um colegiado de três membros, chamado de Regência Trina) a uma crise. A Regência tentou conter a crise econômica e debelar revoltas que se espalhavam pelas províncias, controlou gastos. Apesar de reprimir as revoltas com energia, Feijó renuncia em 1837. De certa forma, o período regencial foi um começo de República, por mais que seus membros se comprometessem com a manutenção da monarquia. Destituição: A perda de legitimidade de D. Pedro se acentuou nos meses seguintes, reduzindo a manobra de seu governo. Ao ser pressionado por diversos grupos insatisfeitos, D. Pedro I renunciou ao trono em 1831, na madrugada de 07 de abril, em favor de seu filho: Pedro de Alcântara, que tinha apenas cinco anos de idade. Não se despediu do garoto, apenas abandonou o palácio. Uma semana depois, a bordo de uma fragata inglesa, partiria para Portugal. Por conta do trono vazio, rapidamente organizou-se um novo governo, em nome do príncipe herdeiro. Como ele não tinha idade suficiente, foi iniciado um período de transição, onde o Brasil foi governado por regentes, até que o Imperador chegasse à maioridade. Por conta do temor despertado pelas revoltas, a campanha pela redução da maioridade do menino Pedro de Alcântara sensibilizou setores médios da Corte. Em 1840, as elites chegam a um consenso: decretaram o príncipe imperador do Brasil, aos 14 anos de idade. Foi aí que esse período teve seu fim com o Golpe da Maioridade, que foi feito pelos parlamentares brasileiros ao anteciparem a maioridade do futuro Imperador. Café: As articulações da Corte com as oligarquias regionais fortaleceram a centralização do Estado e a unidade política e territorial do país, ao longo da década 7 de 1840. O advento do Segundo Reinado coincidia com a supremacia do café. Ali, tinha início um novo ciclo na história nacional. Nesse período, o café começou a ganhar força, plantado nas Províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo. A partir dos anos 1840, ele se tornaria o principal produto de exportações, mudando a inserção do país no cenário internacional. A balança comercial se reequilibraria, forçando o recuo da crise. SEGUNDO REINADO O Segundo Reinado, o reinado de Dom Pedro II (1840 a 1889), pode ser dividido em diversas fases, sendo elas: período inicial de consolação, uma fase de auge e um estágio de decadência. O governo central se isolava e o descontentamento crescia na Corte e nas províncias. O comércio na Corte estava em decadência. As raras fábricas existentes trabalhavam pouco. Os valores dos imóveis e da terra despencaram. Abolicionismo: A campanha abolicionista foi um dos grandes acontecimentos que marcaram o Segundo Reinado. Quando D. Pedro II assumiu a presidência, o Brasil era pressionado pela Inglaterra a proibir o tráfico de escravos da África. Com a proibição do tráfico, em 1850, a monarquia iniciou uma transição bem lenta até a abolição do trabalho escravo do país, em 1888, durante os momentos finais da monarquia brasileira. O fim do trabalho escravo foi realizado muito lentamente, já que havia uma chance de prejudicar politicamente a monarquia no Brasil. Quando já era insustentável a situação, o movimento abolicionista ganhou força no país. Com a Lei Áurea foi proibido o trabalho escravo dos negros no Brasil. Com a proibição do tráfico negreiro, a alternativa foi a vinda de imigrantes ao país. Sendo eles muito importantes para as fazendas de café, que iniciavam seu crescimento no Oeste Paulista. Eles eram em grande parte italianos, portugueses, alemães e espanhóis. Tensões políticas: 8 Havendo diferentes questões que desenrolaram em tensões políticas, os federalistas defendiam a maior autonomia para as províncias, ao contrário de outros que defendiam a maior concentração de poder, para que as províncias não tivessem autonomia, alguns eram monarquistas e outros republicanos.A política fica instável quando, por meio do gabinete ministerial, liberais e conservadores disputam pelo poder do parlamento. Sendo responsável por controlar tais disputas, D. Pedro II cria um regime que foi conhecido como “parlamentarismo às avessas”, dando para o imperador plenos direitos de destruir o gabinete ministerial. A decadência da monarquia, resultado de seu enfraquecimento nos meios políticos e nas elites econômicas do Brasil, fez com que o republicanismo ganhasse força como alternativa política. Essa forma de governo só foi possível pela conspiração dos militares contra a monarquia. PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA A Proclamação da República aconteceu em 15 de novembro de 1889, quando foi organizado um golpe militar para destruir o gabinete ministerial ocupado pelo Visconde de Ouro Preto. A destruição do gabinete e as articulações políticas levaram José do Patrocínio a proclamar a república. D. Pedro II e a família real partiram para a Europa em exílio. CONCLUSÃO No período do Brasil Imperial, o Estado desempenhou um papel fundamental na construção da identidade nacional e também plantou sementes que contribuíram para as mudanças políticas que levaram à Proclamação da República. Podemos concluir isso através dos seguintes pontos: 1. Centralização do Poder Monárquico: Com a independência do Brasil em 1822 e a subsequente instauração do Império, o poder político estava concentrado nas mãos do imperador. Isso ajudou a criar uma identidade nacional, pois o país agora estava separado de Portugal e precisava definir sua própria organização política e institucional. 2. Política de Unificação: O Imperador Dom Pedro II, que governou durante boa parte do Império, implementou políticas de unificação e centralização administrativa. Ele incentivou a construção de uma nação coesa, promovendo a 9 cultura, a educação e as infraestruturas, como a construção de estradas de ferro e telégrafos, que facilitaram a comunicação e a integração das diferentes regiões do país. 3. Abolição da Escravidão: A questão da escravidão foi um dos principais temas políticos e sociais do período imperial. Embora a escravidão tenha sido mantida ao longo de grande parte do Império, houve crescente pressão interna e internacional para sua abolição. A Lei Áurea, que aboliu a escravidão em 1888, foi um passo significativo em direção à mudança social e política. 4. Emergência de Ideias Republicanas: Durante o Império, surgiram ideias republicanas e liberais que questionavam a monarquia e buscavam formas mais democráticas de governo. Intelectuais, militares e políticos começaram a discutir alternativas à monarquia, promovendo ideias de igualdade, representação política e participação popular. 5. Descontentamento com a Monarquia: A insatisfação com o regime monárquico aumentou ao longo do tempo, à medida que as tensões políticas e sociais se intensificaram. Questões como a corrupção, a falta de representação popular e a concentração de poder no Imperador contribuíram para o descontentamento generalizado. 6. Influência Internacional: Movimentos republicanos e liberais na Europa e em outros lugares também influenciaram as ideias políticas no Brasil. A queda de monarquias em outros países reforçou as aspirações republicanas de alguns setores da sociedade brasileira. Todas essas dinâmicas contribuíram para o ambiente político em que a Proclamação da República ocorreu em 1889. A insatisfação com o regime monárquico, as pressões sociais e econômicas e o crescimento das ideias republicanas culminaram na derrubada da monarquia e na instauração de uma forma republicana de governo no Brasil. 10
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