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REDES I – REDES DE 
COMUNICAÇÃO E NORMAS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Luis José Rohling 
 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
As redes de comunicação de dados envolvem muitas tecnologias nas 
diversas etapas do processo de comunicação, com a utilização de diversos 
protocolos, bem como diversos componentes distintos. Assim, para que ocorra 
a comunicação nas redes de dados, é necessário que todos esses componentes 
sejam integrados de maneira eficiente, definindo qual será o princípio de 
funcionamento de cada um deles, bem como as suas atribuições no processo de 
comunicação. Para que sejam definidas estas atribuições de cada componente 
das redes de comunicação de dados, seja dos protocolos, seja dos 
equipamentos, é necessário estabelecer as regras e padrões a serem seguidos 
pelos fabricantes de equipamentos e desenvolvedores de soluções, bem como 
a definição exata do funcionamento dos diversos protocolos. 
Assim, temos diversas organizações envolvidas neste processo, que são 
as organizações que elaboram e publicam os padrões a serem seguidos. No 
entanto, como temos diversos componentes envolvidos no processo de 
implementação e operação das redes, temos diversas instituições de padrões 
que definirão as especificações a serem seguidas para esses diversos 
componentes. Por exemplo, ao acessar um site na internet, temos a utilização 
de um protocolo para a comunicação local com o Switch ou roteador residencial, 
que será um padrão publicado pelo IEEE, que é o protocolo Ethernet, e outro 
protocolo para a comunicação através da internet, que será um padrão publicado 
pelo IETF, que é o protocolo IP. Entretanto, na comunicação através da rede do 
seu provedor de acesso à internet, provavelmente será utilizado um padrão 
publicado pelo ITU-T, e que também dependerá do meio físico empregado na 
rede de acesso, que poderá ser através de cabo coaxial, linha telefônica ou fibra 
óptica. 
As diversas organizações de padrões deverão, assim, garantir o processo 
de comunicação nas redes de dados, garantindo que as mensagens enviadas 
sejam encaminhadas e entregues ao destinatário, definindo os protocolos 
utilizados pelos dispositivos de redes, e definindo também as regras comuns ao 
transmissor e ao receptor, para garantir a correta interpretação das mensagens, 
que são os protocolos empregados pelos dispositivos terminais de usuário. E 
para adequar a mensagem ao meio, teremos também a necessidade da 
 
 
3 
utilização dos protocolos que farão o processo de codificação, de acordo com o 
meio físico a ser utilizado. 
Para a classificação dos diversos protocolos empregados nos processos 
de comunicação nas redes de dados, identificando as atribuições de cada 
protocolo, são utilizados os modelos em camadas, que dividem o processo de 
comunicação desde a camada de interface com o usuário até a camada do meio 
físico empregado para a transmissão de dados. E como não temos apenas um 
protocolo empregado em cada uma das camadas, em um processo de 
comunicação, poderemos ter alguns protocolos sendo utilizados pelos terminais 
de usuário durante todo o processo de comunicação com um servidor, por 
exemplo, porém, poderemos ter diversos outros protocolos utilizados pelos 
dispositivos de rede que irão mudar ao longo do caminho de comunicação 
através da rede. 
Na área de redes, temos então diversas organizações internacionais que 
publicam as normas pertinentes à área de redes e telecomunicações, sendo que 
as principais organizações são: 
• ISO: International Organization for Standardization. 
• IETF: Internet Engineering Task Force. 
• IEEE: Institute of Electrical and Electronic Engineers. 
• TIA: Telecommunications Industries Association. 
• ITU-T: International Telecommunications Union-Telecommunication. 
Figura 1 – As organizações de padrões e normas 
 
 
 
4 
A ISO é uma organização internacional que publica normas para os mais 
diversos segmentos, não se restringindo à área de redes e Tecnologia da 
Informação. A ISO publicou um modelo de referência, chamado de modelo OSI, 
que é utilizado por todos os profissionais da área de redes como um modelo de 
referência para os diversos protocolos e tecnologias empregados nas redes de 
dados. 
O IETF é a organização que publica todas as normas pertinentes ao 
funcionamento da internet. O protocolo que é a base de toda esta rede, que é o 
IP (Internet Protocol), é um padrão do IETF. Para caracterizar os processos e 
protocolos na rede de dados, o IETF publicou um modelo mais resumido, focado 
no funcionamento da internet, que é chamado de modelo TCP/IP. 
O IEEE é uma organização profissional que, além da publicação de 
normas técnicas, também mantém o IEEE Xplore, que é uma biblioteca digital 
contendo as publicações que são referência para a área de pesquisa e 
tecnologia (estado da arte). Para a área de redes, os padrões definidos pelo 
IEEE são os que dominam as tecnologias de LAN, que são o protocolo Ethernet 
e o protocolo WiFi. 
A TIA é uma organização que publica as normas pertinentes às 
tecnologias associadas aos meios físicos, sendo a referência para a 
implementação do chamado cabeamento estruturado. As normas TIA definem o 
desempenho dos cabos de redes e fibras ópticas, garantindo que os 
equipamentos intermediários e equipamentos terminais consigam se comunicar, 
independentemente do fabricante do meio físico utilizado, sejam cabos metálicos 
ou fibras ópticas. 
O ITU-T é uma organização focada nas tecnologias empregadas em 
telecomunicações, publicando as normas e padrões para transmissão de vídeo, 
dados e voz, que são empregadas nas redes de transmissão de longa distância 
pelas operadoras de telecomunicações e provedores de acesso à internet. 
Em nossa aula, veremos os principais padrões, normas e protocolos 
publicados por essas organizações, bem como sua aplicação nas redes de 
comunicação. 
 
 
 
 
5 
TEMA 1 – A ISO (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR 
STANDARDIZATION) 
A principal contribuição da ISO para a nossa área de redes de 
comunicação é o modelo OSI, amplamente empregado para a classificação dos 
diversos protocolos empregados no processo de comunicação nas redes de 
dados. O modelo OSI define sete camadas envolvidas no processo de 
comunicação, sendo que cada protocolo será associado a uma das camadas do 
modelo OSI, em função do processo realizado por cada um deles. 
A utilização de um modelo em camadas para descrever protocolos e 
operações de rede apresenta diversos benefícios, que são: 
• Suportar o desenvolvimento dos protocolos, pois, assim, os protocolos 
que operam em uma determinada camada terão as informações 
detalhadas sobre as suas atribuições de como deverá ser a interface com 
as camadas acima e abaixo desta camada. 
• Permitir a concorrência de mercado, pois os produtos e soluções de 
diferentes fornecedores poderão operar em conjunto, sem problemas de 
compatibilidade entre os diversos fornecedores. 
• Impedir que uma mudança de tecnologia ou de capacidade em 
determinada camada afete as outras, acima e abaixo da camada que 
sofreu a modificação. 
• Fornecer uma linguagem comum, de referência, para descrever as 
funções e capacidades de rede. 
Por exemplo, os dois protocolos que foram referenciados anteriormente, 
que são o protocolo Ethernet e o protocolo IP, operam em conjunto e, de acordo 
com a classificação do modelo OSI, estão definidos nas camadas 2 e 3, 
respectivamente. Assim, as atribuições de cada um deles, bem como a interface 
entre eles está muito bem definida, permitindo a comunicação através da rede. 
As sete camadas descritas no modelo OSI são mostradas na figura a 
seguir, que são referenciadas através do seu número ou da sua referência 
(nome). Inclusive, também encontramos a referência ao modelo OSI com a sigla 
que inclui o termo em inglês, que é o layer. Assim, por exemplo, um switch que 
possui as funcionalidades de operação na camada 3, domodelo OSI, é chamado 
de switch L3 (layer 3). 
 
 
6 
Figura 2 – O modelo OSI 
 
O modelo de referência OSI fornece uma extensa lista de funções e 
serviços que podem ocorrer em cada uma das camadas, garantindo a 
consistência entre os diversos protocolos e serviços de rede, descrevendo o que 
deve ser realizado em cada uma das camadas, mas não definindo como deve 
ser realizado. E o modelo OSI também descreve a interação de cada camada 
com as camadas diretamente acima e abaixo. 
1.1 As camadas do modelo OSI 
Na camada sete do modelo OSI, que é a camada de aplicação, temos a 
interação com o usuário. Nesta camada, teremos os aplicativos utilizados pelo 
usuário para o envio das mensagens, tal como um programa de e-mail ou um 
programa de conversa online, também chamado de chat. E quando navegamos 
na internet, teremos a utilização de um navegador, chamado de Browser. Assim, 
podemos ter a utilização de diversos softwares diferentes, sendo que todos eles 
farão a interface com o usuário e com a camada inferior, que poderá ser a 
camada de apresentação. No entanto, alguns aplicativos poderão incluir mais 
camadas, fazendo a comunicação diretamente com uma camada ainda mais 
abaixo no modelo OIS. Portanto, um software poderá implementar a camada 7 
e algumas outras camadas abaixo. 
Na camada de apresentação, que é a camada seis do modelo OSI, 
temos os protocolos que farão a codificação dos dados, quando necessário, para 
APRESENTAÇÃO 
APLICAÇÃO 
SESSÃO 
REDE 
TRANSPORTE 
ENLACE DE DADOS 
FÍSICA 
6 
7 
5 
3 
4 
2 
1 
 
 
7 
que eles sejam preparados para o transporte pela rede. Nesta camada, o usuário 
já não tem uma visibilidade tão clara sobre o que está acontecendo no processo 
de comunicação. Nesta camada acontecerá o processo de codificação da 
informação. Quando você acessa determinado site que contém imagens, 
normalmente elas foram digitalizadas e codificados utilizando certo padrão, que 
é o chamado CODEC. Assim, talvez você já tenha tido a experiência de não 
conseguir abrir um arquivo ou conteúdo, recebendo a mensagem de que o 
CODEC não foi localizado. Isso irá acontecer quando o método utilizado para 
codificar os dados pelo transmissor não é conhecido pelo receptor. Todo este 
processo acontece na camada de apresentação. 
Muitas vezes, quando você está navegando na internet, está acessando 
vários conteúdos (sites) simultaneamente, abrindo várias abas em seu 
navegador (browser). Para que isso seja possível, cada nova aba que você está 
abrindo necessitará estabelecer uma nova comunicação com um site diferente, 
ou seja, serão abertas novas sessões. Portanto, como o próprio nome já indica, 
a camada de sessão, que é camada cinco do modelo OSI, será responsável por 
abrir essas novas conexões, permitindo a comunicação com vários destinatários 
diferentes. Além de abrir várias sessões utilizando a mesma aplicação, como no 
exemplo anterior, podem ser abertas diversas sessões, com aplicativos 
diferentes. Isso acontece quando você abre diversas aplicações, tais como o e-
mail, o browser e um aplicativo de chat. Cada um deles abrirá uma nova sessão 
de comunicação, mas envolvendo protocolos diferentes na camada de 
aplicação. 
Na camada quatro do modelo OSI, temos a camada de transporte, que 
terá a responsabilidade de controlar o tráfego das diversas sessões, de modo 
que possam ser tratadas pela camada de rede. Como podemos ter diversas 
sessões abertas simultaneamente, a camada de transporte terá que identificar 
cada uma delas, de modo que quando as respostas retornarem, ela possa 
entregar os dados para a aplicação correta. E essa identificação é feita com o 
uso do chamado número de porta. Neste processo de comunicação, teremos um 
número de porta tanto do lado do emissor quando do receptor. Assim, quando 
você abre diversas abas em seu navegador, criando várias sessões, a camada 
de transporte atribuirá um número de porta para cada uma delas. 
 
 
 
8 
Figura 3 – As portas na Camada de Transporte 
 
Além da identificação das sessões, por meio do número de porta, a 
camada de transporte também deverá adequar os dados a serem transmitidos à 
capacidade de transmissão da rede. Esse processo exige duas tarefas 
adicionais para os protocolos de transporte, que são a segmentação e o controle 
de fluxo. A segmentação consiste na divisão dos dados recebidos da aplicação 
de acordo com a capacidade de transmissão do protocolo utilizado na camada 
inferior, ou seja, do protocolo da camada de rede. Esta estrutura criada na 
camada de transporte é chamada de segmento. Deste modo, quando você está 
enviando um e-mail, por exemplo, ele poderá ser dividido em diversos 
segmentos, de acordo com seu tamanho, para que seja possível enviá-lo pela 
rede. Para implementar o controle de fluxo, os protocolos de transporte, 
normalmente, utilizam mecanismos de confirmação do recebimento pelo 
destinatário. Assim, caso os segmentos enviados não sejam recebidos 
corretamente pelo destinatário, o protocolo de transporte adequará a taxa de 
envio, buscando obter o melhor desempenho possível da rede. 
 
Browser 
Aba 1 
Browser 
Aba 2 
E-mail 
 
Camada de Transporte 
Porta 1 Porta 3 Porta 2 
 
 
9 
Figura 4 – Processo de segmentação 
 
Na camada de rede, que é a camada três do modelo OSI, é que temos o 
processo de encaminhamento do tráfego entre os terminais. Assim como no 
processo de comunicação pela rede telefônica, cada terminal deverá ter o seu 
identificador único e exclusivo, para que possa ser localizado dentro da rede. 
Deste modo, quando você deseja estabelecer uma chamada telefônica, deverá 
conhecer o identificador do seu interlocutor. Assim, quando você deseja acessar 
o conteúdo ou serviço de algum servidor na internet, também deverá conhecer 
o identificador deste servidor. 
Os dispositivos intermediários de rede, que fazem o encaminhamento do 
tráfego, operando na camada 3, são os roteadores. E outra função dos 
roteadores é fazer a interligação entre as redes, bem como a interligação entre 
a rede LAN e a WAN. Por exemplo, na conexão da sua rede residencial, ou da 
empresa onde você trabalha, certamente existirá um roteador que conecta esta 
rede à rede do seu provedor de acesso à internet. 
Na camada dois do modelo OSI, que é camada de enlace de dados, 
também chamada de link de dados, teremos os protocolos que farão o controle 
de acesso ao meio físico. Muitos protocolos de rede acabam contemplando 
também a camada um, pois o controle de acesso ao meio deverá estar integrado 
ao meio físico utilizado. Assim, poderá ser necessária uma troca do protocolo de 
camada dois, em função da mudança de meio físico no processo de 
comunicação entre dois dispositivos intermediários de rede. 
Na camada física, que é a camada um do modelo OSI, teremos a 
codificação dos sinais para que sejam transmitidos adequadamente pelo meio 
E-mail 
Camada de Transporte 
Segmento 1 Segmento 2 Segmento 3 
 
 
10 
físico utilizado. E assim o protocolo a ser utilizado dependerá do meio físico 
empregado para a conexão dos dispositivos de rede, sejam os dispositivos 
terminais de usuários, que poderão se conectar à rede através de cabos de rede, 
wireless ou até mesmo fibra óptica, ou os dispositivos intermediários rede, tais 
como switches e roteadores, que também poderão utilizar um dos três tipos de 
meio físico para sua interconexão. 
1.2 A norma ISO 11801 
Além do modelo OSI, a ISO também possui uma especificação utilizada 
nas redes de dados, que estabelece as premissas da infraestrutura de 
cabeamento estruturado, que são as normas do conjunto ISO/IEC 11801. Essa 
norma especifica um cabeamento genérico, que podem ser compostos por um 
único ou vários edifícios em um campus, incluindo o cabeamento de par trançado 
balanceado e o cabeamento de fibra óptica. A ISO/IEC 11801 é aplicada para 
instalações nas quais a distância máxima na qual os serviços detelecomunicações serão distribuídos é de 2.000 m. No entanto, os princípios 
desta norma internacional podem ser aplicados a instalações maiores. E o 
cabeamento definido por esta norma suporta uma ampla gama de serviços, 
incluindo voz, dados, texto, imagem e vídeo. 
A norma ISO/IEC 11801 descreve: 
• A estrutura e a configuração mínima para um cabeamento genérico; 
• As interfaces na tomada de telecomunicações (TO); 
• Os requisitos de desempenho para os links e os canais de cabeamento 
individuais; 
• Os requisitos e opções de implementação; 
• Os requisitos de desempenho para os componentes de cabeamento, de 
acordo com as distâncias máximas especificadas na norma; 
• Os requisitos de conformidade e os procedimentos de verificação. 
A norma ISO/IEC 11801 identifica os elementos funcionais do 
cabeamento genérico e descreve como eles estão conectados para formar 
subsistemas e identifica as interfaces nas quais os equipamentos de rede estão 
conectados ao cabeamento genérico. E os serviços de comunicação serão 
suportados pelo sistema com a conexão dos equipamentos às tomadas de 
 
 
11 
telecomunicações e aos distribuidores. E os componentes funcionais de um 
sistema genérico de cabeamento são: 
• Distribuidor de Campus (CD – campus distributor); 
• Cabeamento de Backbone de Campus (campus backbone cable); 
• Distribuidor de Edifício (BD – building distributor); 
• Cabeamento de Backbone de Edifício (building backbone cable); 
• Distribuidor de Piso (FD – floor distributor); 
• Cabeamento Horizontal (horizontal cable); 
• Ponto de Consolidação (CP – consolidation point); 
• Cabeamento do Ponto de Consolidação (consolidation point cable); 
• Tomada de Telecomunicações Multiusuário (MUTO – multi-user 
telecommunications outlet); 
• Tomada de Telecomunicações (TO – telecommunications outlet). 
E a norma ISO/IEC 11801 estabelece que um sistema genérico de 
cabeamento estruturado será composto por três subsistemas de cabeamento, 
que são: backbone de campus, backbone de edifício e cabeamento horizontal, 
que fazem a interligação dos componentes descritos acima, conforme mostrado 
na figura a seguir. 
Figura 5 – Estrutura Genérica do Cabeamento Estruturado 
 
Inclusive, esse sistema genérico é a base para as normas TIA, bem como 
para as normas ABNT. 
 
 
 
12 
TEMA 2 – O IETF (INTERNET ENGINEERING TASK FORCE) 
Sendo a principal rede de comunicação, a internet também necessita de 
diversas especificações para garantir a sua operação, onde temos várias 
organizações, com diferentes responsabilidades, que estão envolvidas neste 
processo, promovendo e criando os padrões para a internet, bem como do 
protocolo TCP/IP. Assim, as principais organizações envolvidas são: 
• Internet Society (ISOC) – responsável por promover o desenvolvimento 
aberto e a evolução do uso da internet em todo o mundo. 
• Internet Architecture Board (IAB) – responsável pela gestão geral e 
desenvolvimento de padrões de internet. 
• Internet Engineering Task Force (IETF) – desenvolve, atualiza e mantém 
as tecnologias de internet e o protocolo TCP/IP. Isso inclui o processo e 
documentos para o desenvolvimento de novos protocolos e atualização 
dos protocolos existentes, conhecidos como RFC (Request for 
Comments). 
• Internet Research Task Force (IRTF) – focado nas pesquisas de longo 
prazo relacionadas à internet e aos protocolos TCP/IP, tais como o ASRG 
(Anti-Spam Research Group), o CFRG (Crypto Forum Research Group e 
o P2PRG (Peer-to-Peer Research Group). 
Além dessas organizações, temos ainda as instituições envolvidas com o 
gerenciamento do endereçamento e domínios da internet, que são: 
• Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN): com 
sede nos Estados Unidos, a ICANN coordena a alocação de endereços 
IP, o gerenciamento de nomes de domínio e a atribuição de outras 
informações usadas nos protocolos TCP/IP. 
• Internet Assigned Numbers Authority (IANA): responsável por 
supervisionar e gerenciar a alocação de endereços IP, gerenciamento de 
nomes de domínio e identificadores de protocolo para a ICANN. 
2.1 O modelo em camadas TCP/IP 
O modelo de protocolo TCP/IP para comunicações de redes foi criado no 
início da década de 1970 e, às vezes, é referenciado como sendo o modelo da 
própria internet. Esse tipo de modelo combina, de maneira resumida, a estrutura 
 
 
13 
de um determinado conjunto de protocolos envolvidos no processo comunicação 
nas redes de dados. O modelo TCP/IP também é chamado de modelo de 
referência de protocolos porque descreve as funções que devem ocorrer em 
cada uma das camadas dentro do conjunto de protocolos TCP/IP. 
Figura 6 – O modelo TCP/IP 
 
O modelo TCP/IP é um modelo mais reduzido e está organizado em 
apenas quatro camadas, nas quais temos: 
• Camada de Aplicação: faz a apresentação dos dados para o usuário e 
pode incluir o controle da comunicação e a codificação dos dados. 
• Camada de Transporte: faz o controle da comunicação entre os diversos 
dispositivos, através das diversas redes. 
• Camada de Internet: determina o melhor caminho através da rede. 
• Camada de Acesso à Rede: faz o controle da utilização do meio físico e 
dos dispositivos de hardware de conexão à rede. 
Na figura a seguir, temos um exemplo do processo de comunicação 
baseado no modelo TCP/IP para uma mensagem enviada através da rede que 
requer o uso de vários protocolos, sendo que cada protocolo terá suas próprias 
funções e formato. No exemplo, temos os protocolos de rede que são utilizados 
quando um dispositivo envia uma solicitação a um servidor web, fazendo a 
requisição de uma página web. 
 
Acesso à rede 
Internet 
Transporte 
Aplicação 
 
 
14 
Figura 7 – O modelo TCP/IP 
 
Neste exemplo, temos os seguintes protocolos: 
• Na camada de Aplicação: Protocolo HTTP (Hypertext Transfer Protocol). 
Este protocolo determina a forma como um servidor web e um cliente da 
Web interagem. O protocolo HTTP define o conteúdo e a formatação das 
solicitações e respostas que são trocadas entre o cliente e o servidor, 
além de utilizar outros protocolos para definir como as mensagens são 
transportadas entre o cliente e o servidor. 
• Na camada de Transporte: Protocolo TCP (Transmission Control 
Protocol). Este protocolo gerencia as conversas individuais, sendo 
responsável por garantir a entrega confiável das informações e gerenciar 
o controle de fluxo entre os dispositivos finais. 
• Na camada de internet: Protocolo IP (Internet Protocol). Este protocolo é 
responsável por entregar mensagens do remetente ao receptor, fazendo 
a sua identificação na rede. O protocolo IP também é utilizado pelos 
roteadores, para encaminhar as mensagens através das redes. 
• Na camada de Acesso à rede: Protocolo Ethernet. Este protocolo é 
responsável pela entrega de mensagens de uma interface de rede para 
outra, na mesma rede LAN. 
 
Ethernet 
IP 
TCP 
HTTP 
 
 
15 
Figura 8 – Os protocolos e o modelo OSI 
 
2.2 Os Protocolos IETF 
Os protocolos definidos pelo IETF, para o modelo TCP/IP, estão 
disponíveis para as camadas de Aplicação, Transporte e Internet, porém não 
define nenhum protocolo TCP/IP para a camada de Acesso à rede. Os protocolos 
para a rede LAN para a camada de acesso de rede mais comuns são os 
protocolos Ethernet e WLAN (LAN sem fio), que são responsáveis pela entrega 
do pacote IP para a transmissão através do meio físico. 
Atualmente, o conjunto de protocolos TCP/IP inclui muitos protocolos e 
continua a evoluir para suportar novos serviços. Alguns dos protocolos mais 
utilizados nas redes são: 
Sistemas de nomes – Protocolo DNS (Domain Name System): faz a 
tradução dos nomes de domínio nos respectivos endereços IP. 
Configuração de host – DHCPv4 e DHCPv6. 
O protocolo DHCPv4 (Dynamic Host Configuration Protocol) para o 
protocolo IPv4 opera baseado em um servidor DHCPv4 que irá atribuir 
dinamicamente as informações de endereçamentodo IPv4 aos clientes 
DHCPv4, durante o processo de inicialização dos mesmos. O DHCP permite que 
os endereços sejam reutilizados quando não forem mais utilizados por um host, 
tal como em uma rede wireless na qual temos a entrada e saída de hosts 
periodicamente. 
APRESENTAÇÃO 
APLICAÇÃO 
SESSÃO 
REDE 
TRANSPORTE 
ENLACE DE DADOS 
FISICA 
6 
7 
5 
3 
4 
2 
1 
ACESSO À 
REDE 
INTERNET 
TRANSPORTE 
APLICAÇÃO 
 
 
16 
O protocolo DHCPv6 opera de maneira semelhante ao DHCPv4, onde o 
servidor DHCPv6 fará a atribuição dinâmica de endereços IPv6 no processo de 
inicialização dos clientes na rede. 
Nos hosts que utilizam o protocolo IPv6, temos ainda o SLAAC (Stateless 
Address Autoconfiguration), que é um método que permite que um host IPv6 
obtenha suas informações de endereçamento IPv6 sem necessidade de um 
servidor DHCPv6. 
Para o envio e recebimento de mensagens eletrônicas no formato de e-
mail, temos os protocolos SMTP, POP3 e IMAP. 
O protocolo SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) permite que os clientes 
enviem e-mails para um servidor de e-mail e permite que os servidores enviem 
e-mails para outros servidores. 
O protocolo POP3 (Post Office Protocol version 3) permite que os clientes 
recuperem os e-mails de um servidor de e-mail e os baixem para o aplicativo de 
e-mail local, instalado no host do cliente. 
O protocolo IMAP (Internet Message Access Protocol) permite que os 
clientes acessem e-mails armazenados em um servidor de e-mail, bem como 
mantenham o e-mail no servidor. 
A diferença básica entre os protocolos POP3 e IMAP é que o protocolo 
POP3 fará a transferência dos e-mails do servidor para o host do cliente e o 
protocolo IMAP fará apenas uma cópia, mantendo as mensagens no servidor. 
Para a transferência de arquivos, o conjunto de protocolos do IETF, no 
conjunto de protocolos TCP/IP, estabelece três protocolos, que são o FTP, o 
SFTP e o TFTP. 
O protocolo FTP (File Transfer Protocol) define as regras que permitem 
que um usuário, em um host, acesse e transfira arquivos, para e de outro host, 
em uma rede. O FTP é um protocolo de transferência de arquivos confiável, 
orientado por conexão, que utiliza mensagens de confirmação de entrega para 
garantir a confiabilidade da entrega. 
O protocolo SFTP (SSH File Transfer Protocol) opera como uma extensão 
do protocolo SSH (Secure Shell). Assim, o SFTP pode ser utilizado para 
estabelecer uma sessão segura de transferência de arquivos, na qual a 
transferência de arquivos é criptografada. O SSH é um método para realizar o 
acesso remoto seguro, que normalmente é utilizado para acessar a linha de 
comando de um dispositivo. 
 
 
17 
O protocolo TFTP (Trivial File Transfer Protocol) é um protocolo mais 
simples, e sem estabelecimento de conexão, utilizado para a transferência de 
arquivos, no modelo de melhor esforço possível (best-effort), sem mecanismos 
de confirmação. Ele possui um cabeçalho menor do que o FTP, causando uma 
menor sobrecarga no processo de transferência. É utilizado quando a qualidade 
da rede poderá garantir o processo de transferência confiável, tal como em uma 
rede LAN Ethernet. 
Para o acesso aos servidores WEB, temos os protocolos HTTP, HTTPS 
e o REST. 
O protocolo HTTP (Hypertext Transfer Protocol) é um conjunto de regras 
para a troca de texto, imagens gráficas, som, vídeo e outros arquivos multimídia 
na World Wide Web. 
O protocolo HTTPS (HTTP Secure) é uma versão segura do protocolo 
HTTP, que faz a criptografa dos dados que são trocados através da World Wide 
Web. 
O protocolo REST (Representational State Transfer) é um serviço web 
(web service) que utiliza as APIs (Application programming interfaces), que são 
as interfaces de programação de aplicativos, e as requisições HTTP para criar 
aplicações WEB. 
TEMA 3 – A TIA/EIA (TELECOMMUNICATIONS INDUSTRY 
ASSOCIATION/ELECTRONIC INDUSTRIES ASSOCIATION) 
Outra organização que publica normas para a área de redes é a TIA/EIA 
(Telecommunications Industry Association/Electronic Industries Association), 
que estabelece os padrões que devem ser utilizados para a elaboração de 
projetos de infraestrutura de redes. Atualmente, esta organização é conhecida 
apenas pela sigla TIA, inclusive nas publicações das normas mais atuais, que 
podem ser adquiridas no portal da TIA, no site disponível em: 
<https://tiaonline.org/>. A TIA é credenciada pela ANSI (American National 
Standards Institute) como uma organização de desenvolvimento de padrões, 
sendo que os comitês de engenharia da TIA criam normas e documentos 
técnicos com base em diretrizes estabelecidas pelos Requisitos Essenciais da 
ANSI. 
 
 
 
18 
Figura 9 – O portal das normas TIA 
 
Fonte: TIA, [S.d.]. 
A TIA conta com nove comitês de engenharia que desenvolvem as 
diretrizes para equipamentos de rádio privados, torres celulares, equipamentos 
VOIP, cabeamento estruturado, satélites, equipamentos de terminal telefônico, 
acessibilidade, data centers, comunicações de dispositivos móveis, telemática 
veicular, comunicações de dispositivos inteligentes e redes inteligentes. Conta 
com mais de 1.000 profissionais, que representam os fabricantes de 
equipamentos de rede, os prestadores de serviços, as entidades 
governamentais e os usuários finais, que atuam nos comitês de Engenharia da 
TIA. Para garantir que as normas publicadas tenham um alcance e aplicação 
global, a TIA colabora com a ITU (International Telecommunication Union), com 
a ISO e com a IEC (International Electrotechnical Commission). 
3.1 As normas TIA 
Sendo uma das organizações mais importantes para a área da 
infraestrutura de redes, a TIA publica uma série de normas que definem os 
padrões de instalação bem como os componentes utilizados para implementar a 
infraestrutura de redes. E a norma que especifica as regras a serem empregadas 
na elaboração dos projetos de cabeamento estruturado é a TIA-568 (Commercial 
Building Telecommunications Cabling Standard), que é composta por cinco 
documentos, que são: 
• TIA-568.0 – Generic Telecommunications Cabling for Customer Premises; 
 
 
19 
• TIA-568.1 – Commercial Building Telecommunications Infrastructure 
Standard; 
• TIA-568.2 – Balanced Twisted-pair Telecommunications Cabling and 
Components Standard; 
• TIA-568.3 – Optical Fiber Cabling and Components Standard; 
• TIA-568.4 – Broadband Coaxial Cabling and Components Standard. 
Para a elaboração de um projeto de cabeamento estruturado para um 
edifício comercial, deveremos então utilizar a norma TIA-568.0, que estabelece 
as premissas básicas de um sistema de cabeamento estruturado, em conjunto 
com a TIA-568.1, que define os elementos específicos para a implementação da 
infraestrutura da rede lógica em um edifício de uso comercial. A principal 
finalidade da utilização dos padrões definidos em norma é garantir que o projeto 
seja elaborado de forma que os componentes a serem utilizados apresentarão o 
desempenho esperado. Assim, por exemplo, serão definidas as distâncias 
máximas entre os pontos de conexão dos equipamentos de rede, garantido que, 
independentemente do fabricante dos equipamentos, o processo de 
comunicação através da rede funcionará adequadamente, e os sinais recebidos 
terão um nível adequado para a sua correta interpretação. Além do mais, essas 
normas também orientarão os fabricantes dos componentes da infraestrutura, 
tais como cabos e conectores, garantindo que no processo de fabricação sejam 
atendidas as especificações das normas, de forma que apresentem o 
desempenho requerido pelos equipamentos que serão conectados à esta rede. 
Assim, podemos ter a certeza de que, independentemente do fabricante 
do cabo, do conector, do switch e do computador, o processo de comunicação 
ocorrerá da maneira esperada. E, além de servir como base para a elaboração 
do projeto de infraestrutura, a adoção das normas de cabeamento estruturado 
permitirá uma operação e manutençãomais eficiente da rede, pois o modelo de 
interconexão dos componentes em uma estrutura hierárquica permitirá um 
processo de análise e diagnóstico de falhas da rede de maneira muito mais 
rápida e eficiente. 
3.2 O padrão de hierarquia da rede 
A norma TIA-568.0 define que um sistema de cabeamento estruturado 
deve ser implementado em uma topologia hierárquica, na qual temos os diversos 
 
 
20 
elementos de manobra, que são chamados de Cross-Connect, que são 
interligados formando uma topologia em estrela. No ponto central da estrela, 
teremos o elemento de manobra principal, que é chamado de Main Cross-
Connect. E neste elemento central da topologia hierárquica é onde serão feitas 
as conexões da rede com os serviços externos e a distribuição das conexões 
para a rede interna. Assim, no Main Cross-Connect é que será feita a conexão 
do equipamento de conexão principal, que é o Switch Core, com a infraestrutura 
de cabeamento estruturado. 
Figura 10 – A hierarquia do Cabeamento Estruturado 
 
A partir do elemento principal de manobra, que é o Main Cross-Connect, 
temos o cabeamento que seguirá para as demais áreas da empresa, sendo que 
ele pode ser do tipo metálico ou fibra óptica, a depender da distância e da largura 
de banda necessária para a conexão entre o Switch Core e os Switches de 
Distribuição ou de Acesso. 
Na topologia do cabeamento estruturado, a partir do elemento principal, 
teremos a conexão do segundo nível de manobra, que poderá ser o Horizontal 
Intermediate 
Cross-Connect 
Main 
Cross-Connect 
Horizontal 
Cross-Connect 
Horizontal 
Cross-Connect 
TO TO TO TO TO TO 
TO – Telecomm Outlet 
 
 
21 
Cross-Connect ou o Intermediate Cross-Connect. O Intermediate Cross-Connect 
é um componente opcional, que poderá ser utilizado em uma infraestrutura com 
mais de um prédio, onde teremos um Intermediate Cross-Connect em cada um 
dos prédios secundários para realizar a conexão deste com os Horizontal Cross-
Connect daquele edifício. Também pode ser utilizado quando temos diversos 
Horizontal Cross-Connects em um mesmo, quando será necessária a instalação 
de um ponto de concentração neste andar, o que será implementado com o 
Intermediate Cross-Connect. Caso contrário, seria necessário realizar a conexão 
de todos os Horizontal Cross-Connects até o Main Cross-Connect, não sendo 
permitida uma interligação entre os Horizontal Cross-Connects, em cascata, pois 
a topologia deve ser necessariamente em estrela. 
E a norma TIA define que devemos ter pelo menos um Horizontal Cross-
Connect por andar, a partir do qual teremos a interligação com os pontos de 
conexão dos equipamentos do usuário, que são chamados de Telecomm Outlet 
(TO). E a norma ainda define que para cada área de trabalho onde teremos a 
conexão do usuário, deverão ser disponibilizadas dois pontos de conexão. 
Assim, por exemplo, em um sistema de cabeamento estruturado que visa 
atender uma empresa com 100 funcionários, teremos 200 TOs. 
3.3 Os espaços normatizados 
Além dos elementos de manobra, que devem estar dispostos em uma 
topologia hierárquica em estrela, as normas de cabeamento estruturado também 
definem os espaços onde serão instalados esses elementos de manobra, 
definindo as funções de cada um deles, bem como os requisitos para sua 
implantação em um projeto de infraestrutura de cabeamento estruturado. Esses 
componentes incluem o cabeamento de interconexão entre os elementos de 
manobra e também os espaços físicos que devem ser previstos, para a 
instalações dos equipamentos e conexões. Assim, em um sistema de 
cabeamento estruturado em um edifício comercial, deveremos ter os seguintes 
componentes: 
• Entrada de Facilidades; 
• Sala de Equipamentos; 
• Armário (ou sala) de Telecomunicações; 
• Área de Trabalho; 
 
 
22 
• Cabeamento de Backbone; 
• Cabeamento Horizontal. 
Figura 11 – Os componentes do Cabeamento Estruturado 
 
Assim, para garantir que a infraestrutura de camada física atenda aos 
requisitos dos equipamentos de comunicação em redes de dados, é necessária 
a aplicação das normas de cabeamento estruturado na elaboração do projeto, 
garantindo que a infraestrutura da rede garantirá os padrões mínimos para o seu 
correto funcionamento, bem como da hierarquia estabelecida nestas normas. 
TEMA 4 – O IEEE 
As organizações que publicam os padrões e normas utilizados para a 
implementação das camadas inferiores, que são a camada física e a camada de 
enlace, são o IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers), para os 
Entrada de 
Facilidades 
Sala de 
Equipamentos 
Armário de 
Telecom 
Área de 
Trabalho 
Cabeamento Horizontal 
Cabeamento de Backbone 
Área de 
Trabalho 
Armário de 
Telecom 
Área de 
Trabalho 
Área de 
Trabalho 
Térreo 
1º Andar 
2º Andar 
 
 
23 
padrões típicos das redes LAN, e o ITU-T (International Telecommunications 
Union-Telecommunication), para os padrões típicos das redes WAN. 
O IEEE está organizado em seções locais, dentro das regiões 
geográficas, os Capítulos, que são compostos por membros locais com 
interesses técnicos semelhantes, as Sociedades e conselhos técnicos, que 
compõem as divisões técnicas e as Filiais Estudantis nas universidades em todo 
o mundo, bem como os Capítulos de filiais estudantis e grupos de afinidade. É 
possível acessar o portal das normas IEEE por meio do link: 
<https://standards.ieee.org/>. 
Figura 12 – O portal das normas IEEE 
 
Fonte: IEE AS, [S.d.]. 
O IEEE SA é gerenciado pelo BOG (Board of Governors), que são eleitos 
pelos membros do IEEE AS, e que supervisiona os comitês dedicados a 
gerenciar os principais aspectos operacionais do IEEE. O Conselho de Normas 
do IEEE SA reporta-se diretamente ao BOG e supervisiona o processo de 
desenvolvimento dos padrões do IEEE. Os membros do Conselho de Normas 
são eleitos pelos membros da IEEE SA como um privilégio por sua adesão. 
O processo de desenvolvimento de padrões do IEEE SA está aberto a 
membros e não membros, da mesma forma. No entanto, a adesão ao IEEE SA 
permite que os participantes se envolvam no processo de desenvolvimento de 
padrões em um nível mais profundo e significativo, fornecendo oportunidades 
adicionais de votação e participação. O IEEE SA também se envolve e colabora 
com as demais organizações globais, regionais e nacionais de todo o mundo, a 
 
 
24 
fim de garantir a eficácia e a alta visibilidade dos padrões do IEEE dentro do 
IEEE e da comunidade global. 
4.1 O protocolo IEEE 802.2 e 802.3 
Entre os padrões publicados pelo IEEE, para a área de redes, teremos o 
protocolo Ethernet, que é uma das duas tecnologias utilizadas em redes LAN, 
sendo a outra tecnologia a de redes LAN sem fio (WLANs). A Ethernet utiliza o 
processo de comunicação com fio, incluindo os cabos de pares trançados, links 
de fibra óptica e cabos coaxiais. A Ethernet opera na camada de enlace de dados 
e na camada física, sendo uma família de tecnologias de redes definidas nos 
padrões IEEE 802.2 e 802.3. O padrão Ethernet suporta larguras de banda de 
dados que vão de 10Mbps até 100.000Mbps. 
Os protocolos para redes LAN/MAN IEEE 802, incluindo o protocolo 
Ethernet, utilizam duas subcamadas separadas, na camada de enlace de dados, 
que são o LLC (Logical Link Control) e o MAC (Media Access Control). 
Figura 12 – As subcamadas do Ethernet 
 
As subcamadas LLC e MAC têm as seguintes funções na camada de link 
de dados: 
• Subcamada LLC – esta subcamada IEEE 802.2 faz a comunicação entre 
o software de rede, nas camadas superiores, e o hardware do dispositivo, 
nas camadas inferiores. Ele insere as informações no quadro, que 
identificarão qual é o protocolo de camada de rede que está sendo 
utilizado no quadro Ethernet. Essas informações permitem que os vários 
protocolos de Camada 3, tais como o protocolo IPv4 e o IPv6, utilizem a 
mesma interface de rede e o mesmo meio físico. 
ENLACE DE DADOS 
FISICA 
2 
1 
LLC – 802.2MAC – 802.3 
 
 
25 
• Subcamada Mac – esta subcamada, que pode ser implementada com os 
protocolos IEEE 802.3, 802.11 ou 802.15, por exemplo, é implementada 
em hardware e é responsável pelo encapsulamento de dados e controle 
de acesso à mídia. Ela fornece endereçamento de camada de link de 
dados e é integrada com as várias tecnologias de camada física. 
4.2 Os protocolos IEEE para redes wireless 
Para as redes WPAN (Wireless Personal-Area Networks), temos os 
padrões que especificam os transmissores de baixa potência, para uma rede de 
curto alcance, geralmente de 6 a 9 metros, sendo que um dos padrões utilizados 
é o Bluetooth, que é definido no padrão IEEE 802.15. Assim, o padrão 802.15 é 
utilizado para a implementação de redes WPAN, utilizando um processo de 
pareamento de dispositivos para estabelecer a comunicação entre eles, com 
distâncias de 1 a 100 metros. 
E temos também o padrão Zigbee, definido pelo IEEE 802.15.4, que é 
uma tecnologia utilizada para comunicações de baixa taxa de dados e de baixa 
potência. Destina-se a aplicativos que requerem baixas taxas de dados e longa 
duração da bateria. O Zigbee normalmente é utilizado para ambientes industriais 
e principalmente para as aplicações de Internet das Coisas (IoT), para 
comunicação com sensores e atuadores, tais como como interruptores de luz 
sem fio e coleta de dados de dispositivos médicos. 
As redes do tipo WLAN (Wireless LAN) utilizam transmissores para cobrir 
uma rede de médio porte, geralmente até 100 metros, que são chamados de 
APs (Access Points). As redes do tipo WLANs são adequadas para uso em um 
ambiente doméstico, escritórios e até mesmo em um ambiente de campus. As 
WLANs são baseadas no padrão 802.11 e operam nas frequências de rádio de 
2,4 GHz ou de 5 GHz, cujos padrões serão estudados em detalhes nesta nossa 
aula. O padrão 802.11, também chamado de Wi-Fi, emprega um método de 
controle de acesso ao meio baseado em contenção, que é o método conhecido 
como CSMA/CA (Carrier Sense Multiple Access/Collision Avoidance). Neste 
processo de acesso à rede, a interface de rede (NIC) sem fio deve primeiro ouvir 
o meio, antes de começar a transmitir, para determinar se o canal de rádio está 
livre. Se outro dispositivo sem fio estiver transmitindo, então a NIC deve esperar 
até que o canal esteja livre. O termo Wi-Fi é uma marca comercial da Wi-Fi 
 
 
26 
Alliance, sendo utilizado pelos dispositivos WLAN que foram certificados para 
operarem em redes wireless, baseadas nos padrões IEEE 802.11. 
Figura 13 – O Access Point – IEEE 802.11 
 
Créditos: dencg/Shutterstock. 
Para as redes com cobertura metropolitana, que são as redes WMAN 
(Wireless Metropolitan Area Network), teremos a utilização de transmissores 
para fornecer serviço sem fio em uma área geográfica maior, fornecendo o 
acesso sem fio para toda uma cidade, por exemplo, utilizando frequências 
licenciadas específicas. Uma das tecnologias empregadas para a 
implementação de uma WMAN é o padrão IEEE 802.16, que é chamado de 
WiMAX (Worldwide Interoperability for Microware Access). Esse padrão de rede 
sem fio implementa uma topologia ponto multiponto para fornecer acesso à 
internet no modelo de banda larga, através de uma rede sem fio. 
TEMA 5 – NORMAS ITU-T e ABNT 
Outra organização de padrões e normas na área de redes é o ITU-T 
(International Telecommunications Union – Telecommunication) que publica os 
padrões amplamente utilizados pelas operadoras de serviço de 
telecomunicações, implementando as soluções de WAN. Porém, o ITU já define 
 
 
27 
os padrões desde início da área de telecomunicações, anteriores às tecnologias 
de redes de dados, atendendo às redes de comunicação de voz e de vídeo. 
Os Grupos de Estudos do ITU-T reúnem especialistas de todo o mundo 
para desenvolver padrões internacionais, conhecidos como Recomendações 
ITU-T, que atuam como elementos definidores da infraestrutura global de 
tecnologias de informação e comunicação (TIC). Os padrões são fundamentais 
para garantir a interoperabilidade das TIC na troca de mensagens de voz, vídeo 
ou dados, e assim, os padrões permitem as comunicações em nível global, 
garantindo que as redes de TIC e dispositivos dos diversos países estejam 
falando a mesma língua. 
O estabelecimento de padrões internacionais de TIC evitam conflitos de 
mercado em relação às tecnologias preferenciais e, para as empresas 
emergentes neste mercado, criam um ambiente de igualdade de competição, 
permitindo o acesso a novos mercados. Esses padrões também auxiliam os 
países em desenvolvimento na construção de sua infraestrutura de TIC e no 
incentivo ao desenvolvimento econômico, e através do ganho de escala, 
reduzem os custos para todos: fabricantes, operadoras e consumidores. 
Desde sua criação, em 1865, a ITU-T tem impulsionado uma abordagem 
baseada na contribuição e no consenso, para o processo de desenvolvimento 
de padrões em que todos os países e empresas tenham direitos iguais, para 
influenciar o desenvolvimento das recomendações ITU-T. Desde o início, como 
um órgão que padronizava o processo internacional de troca de mensagens no 
sistema de telégrafos, através de seu papel formativo na área de 
telecomunicações e no ecossistema de TIC convergente atual, a ITU-T forneceu 
as melhores facilidades para a comunidade de padronização global e continua 
sendo o único órgão de padrões de TIC verdadeiramente global do mundo. 
Com sede também na ITU em Genebra, o TSB (Telecommunication 
Standardization Bureau) fornece apoio aos Grupos de Estudos do ITU-T por 
meio de métodos de trabalho eletrônico sofisticados e instalações de última 
geração em Genebra, que acomodam as seis línguas oficiais da União, que são 
o árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol. Liderado por um funcionário 
eleito com o título diretor, é o órgão responsável por fornecer coesão ao processo 
de desenvolvimento de padrões da ITU-T. 
 
 
28 
A estrutura do ITU é composta pelo WTSA, pelo TSGA e pelos grupos de 
estudo, promovendo seminários e workshops e acompanhando o 
desenvolvimento de novas tecnologias. 
O WTSA (World Telecommunication Standardization Assembly) define a 
direção e estrutura gerais para o ITU-T. Reúne-se a cada quatro anos e define a 
política geral para o setor, estabelece os grupos de estudo, aprova seu programa 
de trabalho esperado para o próximo período de quatro anos e nomeia seus 
presidentes e vice-presidentes. 
O TSAG (Telecommunication Standardization Advisory Group) fornece à 
ITU-T flexibilidade entre as WTSAs, revisando prioridades, programas, 
operações, questões financeiras e estratégias para o setor. Também acompanha 
as realizações do programa de trabalho, reestrutura e estabelece grupos de 
estudos ITU-T, fornece diretrizes aos grupos de estudo, assessora o Diretor do 
TSB (Telecommunication Standardization Bureau) e produz procedimentos da 
organização e de trabalho na forma de Recomendações da série A. 
5.1 Os Grupos de Estudo do ITU-T 
O trabalho dos Grupos de Estudo são a essência do ITU-T, possuindo 
atualmente em torno de 10 grupos de estudo ativos, como veremos a seguir. 
O Grupo de Estudos 2 é a base da Recomendação ITU-T E.164, que 
define o padrão de numeração e que tem desempenhado um papel central na 
formação das redes de telecomunicações atuais. O ITU-T E.164 fornece a 
estrutura e funcionalidade dos números de telefone, e sem ele, não seríamos 
capazes de nos comunicar internacionalmente. Nos últimos anos, a SG2 
trabalhou no ENUM, que é um protocolo IETF (Internet Engineering Task Force) 
para inserir os números E.164 no sistema de nomes de domínio da internet 
(DNS). 
O Grupo de Estudos 3 fornece um fórum global exclusivo para melhorar a 
compreensão dos aspectos financeiros e econômicos associados ao 
crescimento das TIC, particularmente no que diz respeito à mudança para redes 
baseadas em IP e NGN/Future Networks e o aumento exponencialdas 
comunicações sem fio móveis. 
O Grupo de Estudos 5 (SG5) é responsável por estudos sobre as 
metodologias necessárias para avaliar os efeitos das TIC sobre as mudanças 
climáticas e a publicação das diretrizes para o uso das TIC de forma ecológica. 
 
 
29 
Dentro de sua área de abrangência ambiental, a SG5 também é responsável por 
estudar as metodologias de projeto para reduzir as ICTs e os efeitos ambientais 
adversos do lixo eletrônico, por exemplo, por meio da reciclagem de instalações 
e equipamentos de TIC. 
O Grupo de Estudos 9 (SG9) realiza estudos sobre o uso de sistemas de 
telecomunicações na distribuição de programas de televisão e som que 
suportam recursos avançados, tais como a ultra-alta definição e a TV 3D. Esse 
trabalho também abrange o uso de redes a cabo e híbridas, projetadas 
principalmente para a distribuição de programas de televisão e som para as 
residências, bem como das redes integradas de banda larga para fornecer 
serviços interativos de voz, vídeo e dados, incluindo acesso à internet. 
O Grupo de Estudos 11 (SG11) é responsável pela “sinalização”, 
produzindo padrões internacionais (Recomendações ITU-T) que definem como 
chamadas telefônicas e outras chamadas, tais como chamadas de dados, são 
tratadas na rede. 
O Grupo de Estudos 12 é o grupo de especialistas responsável pelo 
desenvolvimento de normas internacionais, que são as Recomendações ITU-T, 
sobre desempenho, qualidade de serviço (QOS) e qualidade de experiência 
(QoE). Esse trabalho abrange todo o espectro de terminais, redes e serviços, 
desde a comunicação de voz sobre redes comutadas por circuito fixo até 
aplicativos multimídia em redes móveis e baseadas em pacotes. 
O Grupo de Estudos 13 liderou o trabalho de padronização da ITU em 
redes de última geração e agora atende à evolução das NGNs, ao mesmo tempo 
em que se concentra em futuras redes e aspectos de rede de telecomunicações 
móveis. 
As normas internacionais (Recomendações ITU-T) desenvolvidas pelo 
Grupo de Estudos 15 detalham as especificações técnicas que dão forma à 
infraestrutura global de comunicação. Os padrões desse grupo definem as 
tecnologias e as arquiteturas de redes de transporte óptico, que permitem a troca 
global de informações de longa distância, as redes de acesso baseadas em fibra 
ou cobre, através das quais os assinantes se conectam, e as redes domésticas 
conectando os dispositivos internos ou interligando-os com o mundo exterior. 
O Grupo de Estudos 16 é responsável pelos estudos relacionados às 
aplicações multimídia, os recursos multimídia para serviços e aplicações, para 
redes existentes e futuras. E esse grupo inclui também a coordenação de 
 
 
30 
estudos relacionados aos vários Grupos de Estudos (SGs) do ITU-T. É o grupo 
de estudo líder em codificação multimídia, sistemas e aplicações, aplicações 
multimídia onipresentes, acessibilidade de telecomunicações/TIC para pessoas 
com deficiência, fatores humanos, comunicações dos sistemas de transporte 
inteligentes (ITS), e-saúde; Televisão sobre o protocolo IP (IPTV) e sinalização 
digital e os demais e-services. 
O trabalho para aumentar a confiança e a segurança no uso de 
tecnologias de informação e comunicação (TIC) continua a se intensificar, em 
uma tentativa de facilitar uma infraestrutura de rede, serviços e aplicativos de 
rede mais seguras. Mais de 170 normas (Recomendações e Suplementos ITU-
T) com foco na segurança foram publicadas. O Grupo de Estudo 17 (SG17) 
coordena o trabalho relacionado à segurança em todos os grupos de estudo ITU-
T. Muitas vezes trabalhando em cooperação com outras organizações de 
desenvolvimento de padrões e vários consórcios da indústria de TIC, o SG17 
lida com uma ampla gama de questões de padronização. 
A ITU-T também organiza uma série de workshops e seminários para o 
progresso das áreas de trabalho existentes e para explorar novas áreas. Os 
eventos abrangem uma ampla gama de tópicos no campo das TIC, sendo que 
os palestrantes e participantes incluem os especialistas em engenharia, 
estratégia e política de diversos setores da indústria. Os eventos organizados 
são gratuitos e abertos ao público. 
O setor de Technology Watch identifica e pesquisa as tecnologias 
emergentes, bem como seu provável impacto no futuro trabalho de padronização 
para países desenvolvidos e em desenvolvimento, com o objetivo de identificar 
itens de trabalho capazes de levar a novas recomendações da ITU-T. 
5.2 As normas da ABNT 
Para a área de redes, temos também as normas publicadas pela ABNT 
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), em especial as normas relativas ao 
cabeamento estruturado. Assim, caso seja necessário elaborar o projeto de 
cabeamento estruturado seguindo as normas nacionais, devemos então utilizar 
como base a norma ABNT NBR 14.565, que estabelece requisitos para um 
sistema de cabeamento estruturado para uso nas dependências de um único 
edifício ou de um conjunto de edifícios comerciais em um campus. 
 
 
31 
No entanto, além da ABNT NBR 14565:2019, temos outras normas 
publicadas pela ABNT que estabelecem os requisitos para a infraestrutura de 
outros ambientes, além dos edifícios comerciais, que são apresentadas a seguir. 
• ABNT NBR 16665:2019 – cabeamento estruturado para data centers: 
especifica um sistema de cabeamento estruturado para data centers e se 
aplica aos cabeamentos metálico e óptico utilizando como referência a 
ISO/IEC 24764. 
• ABNT NBR 16264:2016 – cabeamento estruturado residencial: 
estabelece um sistema de cabeamento estruturado para uso nas 
dependências de uma residência ou um conjunto de edificações 
residenciais e especifica uma infraestrutura de cabeamento para três 
grupos de aplicações: a) tecnologias da informação e telecomunicações 
(ICT); b) tecnologias de broadcast (BCT); c) automação residencial (AR) 
• ABNT NBR 16521:2016 – cabeamento estruturado industrial: especifica 
um cabeamento estruturado que suporta uma extensa gama de serviços 
de telecomunicações, como automação, controle e aplicações de 
monitoramento para uso em instalações industriais ou áreas industriais 
dentro de outros tipos de edificações, compreendendo um ou múltiplos 
edifícios em um campus. Esta Norma abrange o cabeamento balanceado 
e o cabeamento em fibra óptica. 
• ABNT NBR 16415:2015 – caminhos e espaços para cabeamento 
estruturado: especifica a estrutura e os requisitos para os caminhos e 
espaços, dentro ou entre edifícios, para troca de informações e 
cabeamento estruturado de acordo com a ABNT NBR 14565. 
Portanto, para a elaboração de projetos de cabeamento estruturado para 
empresas que exigem a aplicação das normas da ABNT, será necessário 
observar as especificações das normas NBR, de acordo com o ambiente onde 
será instalada esta infraestrutura. 
FINALIZANDO 
A evolução das redes de telecomunicações, desde os primeiros sistemas 
de telefonia até os sistemas mais atuais, somente foi possível com a adoção de 
padrões internacionais, que garantiram a compatibilidade entre as tecnologias e 
equipamentos adotados pelos diversos países ao redor do mundo. E certamente 
 
 
32 
o ITU-T teve um papel essencial neste processo, pois é a instituição que define 
padrões desde o início da construção dessas infraestruturas de 
telecomunicações. Inclusive os padrões ITU-T predominavam nos sistemas de 
comunicações, pois as comunicações eram basicamente realizadas com os 
sistemas de telefonia, e, posteriormente, com a difusão de imagens. No entanto, 
esses sistemas sofreram uma evolução bastante lenta desde o seu início, sendo 
que este processo foi acelerado com o advento das comunicações de dados. 
E além da necessidade de atualização dos padrões para as novas redes 
de dados, tivemos também uma grande diversidade de novas tecnologias e um 
aumento da complexidade dos sistemas de comunicação. Assim, tivemos 
também o envolvimento de outras instituições na definiçãodos padrões 
necessários para continuar garantindo a evolução das redes, pois sem uma 
padronização, teríamos a incompatibilidade das soluções dos diversos 
fabricantes e desenvolvedores de tecnologia, o que limitaria a expansão das 
redes. 
Desta forma, tivemos o surgimento de uma referência geral para as 
diversas tecnologias, protocolos e soluções, com a utilização do modelo OSI, 
com as sete camadas. De acordo com esse modelo de referência, os diversos 
fabricantes e provedores e solução podiam definir claramente qual era a 
abrangência das soluções e produtos fornecidos. E para os protocolos 
específicos para solucionar os processos de comunicação em redes de dados, 
também foram apresentadas muitas soluções, porém, os protocolos que 
acabaram predominando nas redes atuais são os padrões apresentados pelo 
IEEE para as camadas inferiores do modelo OSI, e os padrões apresentados 
pelo IETF para as demais camadas. 
E com a adoção desses padrões pelo mercado, tivemos a disseminação 
das redes de dados, garantindo a compatibilidade de todos os equipamentos, 
dos diversos fabricantes, levando à competição entre os fornecedores e 
reduzindo custos. Assim, atualmente, temos a consolidação destes padrões e, 
deste modo, devemos sempre observar o atendimento das normas da TIA para 
a elaboração do projeto da infraestrutura de rede, do cabeamento estruturado, 
com a utilização de equipamentos para a rede comutada que atendam ao padrão 
Ethernet, do IEEE, seja na rede cabeada ou na rede wireless, atendendo assim 
aos padrões do WiFi. E para a comunicação entre os dispositivos nas redes 
locais de longa distância, temos o protocolo IP garantindo a compatibilidade do 
 
 
33 
processo de transmissão de dados, suportado pelo protocolo TCP, nas camadas 
três e quatro do modelo OSI. E para garantir a compatibilidade dos equipamentos 
utilizado pelas operadoras de telecomunicações para a implementação das 
redes WAN, temos os padrões publicados pelo ITU-U para redes utilizando 
desde os sistemas legados de telefonia, com cabos metálicos, os padrões de 
redes sem fio, para as comunicações de longa distância, tais como 3G/4G e 
satélite, e os padrões de comunicação baseados nas fibras ópticas, como as 
redes DWDM, que veremos em detalhes em nossas próximas aulas. 
 
 
 
 
34 
REFERÊNCIAS 
CHAPPELL, L. Diagnosticando redes: Cisco internetwork toubleshooting. São 
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002. 
MAIA, L. P. Arquitetura de redes de computadores. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 
2013. 
TANEMBAUM, A. S. Redes de computadores. 2. ed. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2011. 
 
	Conversa inicial
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS

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