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Direifos garaniidos pop lei. - 00015 fios meus quendos pais e ipmaos, com grancle e eterna afeicao. flo meu venerando Mestre e ftmigo. &rot Majop Qcdcio de Paula Ferpeira, com imensa gratidao pelos relevantes obsequios que me prestou na organizacao deste livrinho, oferece flUTOR. Sao Paulo, ftgosto de 1931. Tenho verificado, durante a minha carreira estudantina, que o Latim, de todas as outras materias, e a mais desprezada pelos estudantes e tambem a mais odiada. Raro e o jovem que aprecia a lingua latina e, por isso mesmo, as aulas em que se ministram as obras de Cicero e de Vergilio, sao as menos frequentadas. Durante o men curso ginasial, muitas vezes ou quasi sempre, o meu velho e bondoso mestre, Major Acacio, nao tinha o trabalho de fazer a cha- mada, para certificar-se dos faltosos e dar presenca aos assiduos : o unico que havia comparecido era eu ! E assim dava inicio a aula, sem perder um minuto de tempo. Por que, entretanto, essa fuga desesperada e odienta ? Haveria algum motivo imperioso para os meus colegas se desfazerem das licoes latinas, ou seria, talvez, malquerenga ao professor? Depois de pacientes observagfjes e de largo convivio entre meus colegas, ouvindo as mais variadas opinioes, conseguf saber qual a causa dessa fuga desesperada e odienta. Todos os rapazes que estudam, voluntaria ou obrigatoriamente, gostam do Latim, como de Fisica, de Matematica ou de Historia. Ou, pelo menos, quereriam gostar. Essa falta de vontade, que se nota neles pelo estudo latino, deve ser eliminada o mais depressa possivel, para que a lingua de Cesar seja benquista e bem recebida nos cerebros de todos os brasileiros. mal esta nos nossos professores, no metodo de ensino empregado por eles. Nao desejo, aqui, inculcar-me sabio ou profundo la'cinista, porque os meus diminutos conhecimentos nao o permitem. Nem, tao pouco, pretendo ser mais talentoso e provido de mais cultura do que os nomens, que semeiam no espirito da mocidade a mais bela e necessaria de todas a linguas. A maio- ria dos mestres que cuidam do Latim devem e tern obrigacao de conhece-lo. Por conseguinte, nao se trata de desprezar o saber deste ou daquele profes- sor. Quero, apenas, fazer ver que reina entre eles uma profunda cegueira, que precisa ser curada imediatamente ; quero, apenas, cooperar para o bem d6 nosso povo e de nossa civilizacao, contribuindo com um pequeno esforgo que espero ser coroado de exito. Sanado esse mal, esta salva a Patria ! qiW^ QDll£ 186 F 'oinRd ogs •UJ9D31JU0D B OBU 3nb SO BJBd 3pBp[n3IJip BpOJ BJBJIJ 3tlb '|B3 -IlBUJB.lS 3SI]BUE Rliin I3.IB] 'Og5tipBJ) BpBD UI3 'OSSI BJBd '3 'SOpOJ 3p 331163]!? 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Quern traduz os primeiros discursos de Cicero, traciu- ^zi'ra-'perfeitainente os restantes. ,. r . . ., Agora, ao lermos Vergilio, notaremos uma certa diferenca, se]a no estilo, ^ seia no sentido das palavras. _ :" De modo que, para melhor comodidade, daremos traducoes das obras Z mais celebres e adotadas em nossas escolas. Tomemos, para pnmeiro exem- ;:-: plb a Eneida, de Vergilio. ' Escolhemos o trecho abaixo por ser o mais conhecido. Nao ha estu- i- dante, por mais vadio que seja, que nao tenha passado os olhos nos primeiros S; versos de Vergilio. Pelo menos, por curiosidade, nesse dia ele toi a aula. K;: Vejamos, pois, o |# V Livro I — Verso n.° 1 ao n.° 11 Arma virumque cdno, trojce primus ah oris Jtaliam fatOjprofugus lavinaque vemt Litora, mullum Me et terris jactatus el alto YA superum, sosvce memorem junonis ob ifam, y_ ,-; - Nulla quoque'et hello passus, dum conderet urbem . ...'' Inferretque Deos latio, .genus urtde latinum ,,..,, . ; ,.„ v .', : Albanique paires atque altce mania Romce, , ,.,:;,,,,-., Musa, mihi causas memora, quoC/numine losso, ... Quidve dolens regina Deum totvolvere casus, Insignem pietate virum, tot adire labores Impulerit tanicene animis ccelestibus ires? <- Antes de mais nada, precisamos ler os versos com bastantc atencao, analisando mentalmente palavra por palavra. Quando se trata de urn pnnci- /?' ..' piante, isto e impossivel. Tera que recorrer a um bom dicionano para obter .:'.' todas as explicates de que necessita. . , : Suponbamos uma palavra qualquer, arma, por exemplo.^ O dicionano ^indicar-lhe-a primeiro, a sua declinacao; arma, armorum, isto e, o nommativo - ve o genitivo que sao suficientes para se saber a que declinacao pertence anna. * >. Depois, dira'de que categoria gramatical e ella; si e verbo, si c adjective si i;; >re adverbio, etc. Finalisando, o principiante ficara sabendo qual o signiticado f - 'da palavra latina em portugues. m ^;->W:/.:" .:-Mas ainda nao basta. E preciso conhecer tambem qualo caso em que Siesta colocado o nome latino. Esta e a parte mais dificil, porque nao compe- tt-te ? este trabalho ao dicionario e sim a gramatica. aluno, entao, mo conne- cendo as declinacoes, precisara estuda-las, sem o que nao traduzira. 8 — Feito isto, comeca-se dispondo os termos na ordem direta. Como faze- lo? Tomamos primeiramente o sujeito, seguido do verbo e este dos comple-ment^ Mas, como saberemos qual o sujeito, qual o objeto direto e o indi- reto? Conhecendo os casos latinos e sua correspondencia em portu^ues (Ca- da vez se nota mais a mfluencia preponderante da gramatica, para se poder traduzir). r r De modo que se conclue: nao podemos prescindir de dois elementos importantissimos para a traducao: A gramatica e o diciondrio! Ha professores que dao as traducoes ja.feitas para os alunos estudarem em casa e repetirem na aula o que viram. E o metodo mais nocivo e inutil que pode haver. Nunca e em tempo algum, esses alunos aprenderao o Latimt Vamos agora por em pratica tudo o que dissemos. Analisaremos palavra por palavra, fazendo todas as observances precisas. Arma — Arma, armorum Substantivo neutro da segunda declinacao, usado so no plural. Declinando, veremos que ha tres casos iguais desse nome: nominativo, acusativo e vocative prin- cipiante titubearia quanto ao caso que deveria dar-lhe; haveria uma confusao medonha no seu cerebro, e a primeira idea que Ihe surgiria a mente era por o livro de lado. Seria acu- sativo? E nominativo nao poderia ser tambem? Pois sao todos iguais ! Nao seria nada, nem acusativo, nem nominativo, nem vocativo, mas sim o livro na gaveta, mais pratico e mais ra- pido, pensana logo o estudante. Entretanto, o problema nao e tao diifcil como parece, com urn pouquinho de paciencia e mteligencia, descobre-se logo o caso que Vergilio deu a Arma. Raciocinemos, pois: — Vocativo, nao e. sentido, ai, nao expnme que esteja chamando, rogando ou implorando. Nominativo, e impossivel. Nominativo subentende sujeito, e o sujeito da oracao vamos conhece-lo ja. Ademais o verbo se acha no singular e Arma no plural; portanto, nao sendo nominativo nem vocativo, so podera ser acusativo. ': Como viram, a dificuldade deixa de existir quando se faz urn raciocinio simples como este. Conclusdo: Arma, sendo acusativo, em portugues sera objeto direto. I. a ) — Observacao: Declina-se so no plural, da seguinte forma: Nominativo: Anna, as armas Genitivo: Armorum, das armas Dativo: Armis, as armas Acusativo: Arma, as armas Vocativo: Arma, oh armas Ablativo: Armis, com ou pelas armas. 9 — Virum Vir, viri. Substantivo masculino, da segunda declinacao. Ao declinarmos este nome, veremos que elle se encontra no acusativo singular, portanto objeto direto na nossa lingua. Traduz-se por «varao» ou «barao», como nos Luziadas. 2. a Declina-se assim: Nom.: Gen.: Dat.: Ac: Voc: Abl.: Singular Vir, o varao Viri, do varao Vivo, ao varao Virum, o varao Vir, oh varao Plural Viri, os varoes Virorum, dos varoes Viris, aos varoes Viros, os varoes Viri, oh varoes Que Cano Trojea 3." Viro, com ou pelo varao Viris, com ou pelos varOes — Conjuncao coordenativa copulativa, geralmente pospositiva. Como vimos, esta particula esta ligada a Virum e posposta a ela; quern conhece urn pouco de latim, descobre logo esta conjuncao em qualquer oracao; mas, o principiante, ao ver Virumque, julga ser uma unica palavra. Para remediar esse mal, basta procurar num dicionario, que esclarecera o espi- rito mais infantil que seja. Si, no Livro mestre, estiver Virumque, a conjuncao acima deixara de existir; si porem, encontrarmos Vir, viri, ai, entao, poderemos afirmar: Que e uma conjuncao copulativa pospositiva. significando em por- tugues: «e». — Verbo de terceira conjugacao, transitivo, bastante irregular, cujos tempos primitivos sao": Cano, canis, Cecmi, Cantum, Canere. A traducao e facilima, pois esta evidente o indicativo presente, primeira pessoa do singular. Quer dizer: «eu canto». — Troja, trojee. Substantivo feminino, da primeira declinacao, caso genitivo, que corresponde ao nosso complemento restriti- vo; traduz-se «de Troia». A sua declinacao e: Singular Plural Nom.: Troja Trojee Gen.: Trojee Trojarum Dat.: Trojee Trojis Ac: Trojam Trojan Voc: Troja Trojee Abl.: Troja Trojis Qui •Pronome relativo, masculino singular. Concorda em genero e numero com Virum. relativo Qui, Quos, Quod, cha- . — LO — mado tambem conjuntivo, porque liga duas oracoes entre si", tem a significacao de «que, qual, o que,» etc., e se dechna do seguinte modo: Singular Plural Nominativo: Qui (masc.) Quce (fern.) Quod (neut.) Qui, quce, quoc. Genitivo: Cujus (para os 3 generos) Quorum, quorum, quorum. Dativo: Qui (para os 3 generos) Quibus, ou Quels (para os 6. generos) Acusativo : Quern, quam, quod Quos, quas, quce. Ablativo: Quo, qua, quo Quibus ou queis. Primus — Primus, prima, primum. E chamado adjetivo de primei- ra classe, porque segue a segunda declinacao, para_ os gene- ros masculino e neutro, e a primeira para o feminino. Este adjetivo esta concordando em genero, numero e caso com o pronome qui. 4.') _ A declinacao e simples, desde que se conhecam a primeira e segunda declinacoes, como se vera: Nom.: primus, prima, primum. Gen.: primi, primes, primi. Dat.: primo, prima, primo. Ac.: primum, primam, primum Abl.: primo, prima, primo. Ab — Preposigao. Significa De, Por, Da banda, de, etc. Esta preposicao sempre construe-se com ablativo. Dizemos isto, porque na preposic,oes que se construem ora com o acusativo, ora com ablativo. Ha algumas preposicoes ainda, como %n, sub, super que, indiferentemente, se construem com acusa- tivo e com ablativo. Devera, pois, o estudioso tomar de uma boa gramatica, afim de saber quais sao as que regem acusa- tivo e quais as que regem o ablativo. A's vezes, encontramos uma outra preposicao que tem o mesmo significado, mas A cuja grafia e diferente, isto e, des- tituida da consoante b. E a preposicao a. Explicate tacii- mente : quando a palavra seguinte comeca por vogal, usa-se a preposicao ah; comecando por consoante, usa-se a prepo- sicao a. Exemplos : .... quos ego a Catalina non revoco (Cic.) _ .• turn vero ingentem gemitum dat pectore ab imo (Verg.) 'Orig —Ora, orce. Substantivo feminino. Pertence a primeira de- clinacao e significa: das ou pelas margens. :: * 11 Observable) : Nao confundir com os, oris, que significa rosto ou bico e. alem disso, se declina pela terceira. E facil evitar essa confusao com urn pouquinho de raciocinio. Vimos, acima, que a preposicao ab so rege ablativo ; logo Oris esta forcosamente em ablativo plural. Bern, no dicionario, encon- tramos ora, orce e os, oris, pertencendo esta a terceira e aquela a primeira, com significados tambem completamente diversos. Precisamos ver, agora, qual o que nos serve no- momento. Como fazer? Declinando Os, Oris, veremos que o seu ablativo tern a forma seguinte: Oribus. Nao sendo esta a palavra dese- jada, sera a outra evidentemente, como segue: SINGULAR PLURAL Nominativo Ora Orce Genitivo Orce Orarum Dativo Orce Oris Acusativo Oram Oras Vocativo Ora Orce Ablativo Ora Oris Italiam Fatum 5.°) - -Italia, Italian Substantivo pr6prio, feminino, da primeira declinacao. Caso : acusativo singular : objeto diiecto. - Fatum, fati. Nome neutro da segunda declinagao. Ablativo singular. Em portugues e urn complemento circunstancial de causa eficiente, Traduz-se « pelo destino» e declina-se: Singular Plural Norn.: Fatum Fata Gen.: Fati Fatorum Dat.: Fatu Fatis Ac: Fatum Fata Voc: I' ahtm Fata Abl.: Fa to Fatis Profugus — Profugus, profuga, profugum. Adjetivo de primeira classe. Vein do verbo : profugio, profug'is-profQgi-pi'ofu- gi turn-profugere : perseguir. Lavina — Lavinus, lavina, lavinum. Adjetivo. Caso ablativo sin- gular. 6. a ) •— Declina-se como primus, a, um. Que — Conjuncao copulativa pospositiva. (Ver explicacoes ja dadas). — 12 Venit — VENIO, vents - VENI -venlum- venire: «vir.» Obsermgdo : assinalamos o verbo no modoindicativo e no preterito, pro- positadamente. No primeiro, e breve, e, no segundo, e longo. Nos seus compostos e que se nota melhormente esta acen- tuagao. Assim, dizemos : convenio, convents, acentuando na antepenultima, quando no modo indicativo presente : e dizemos ; conveni, acentuando na penultima, quando no pre- terito. E de grande importancia conhecer estas pequenas coisas, para que se evite soltar as costumeiras silabadas que, nao so ferem os ouvidos, como tambem alteram profunda- mente o sentido. 7. a ) — Embora ultrapasse os limites deste livrinho, vamos conjugar os prin- cipals tempos do verbo venire: Indicativo PRESENT!-: 1mpi-:ri-tto do Ind. Venio — eu venho Ve.nebam — eu vinha Vents — tu vens Venebas — tu vinhas Venit — ele vem Venebat — ele vinha Venimus — nbs vimos Venebamus — n6s vinhamos Venitis — vos vindes Venebatis vos vinheis Veniunt — eles vem Venebant — eles vinham Preterito I'ERFEITO Mais - que PERFEITO Veni — eu vim Veneram — eu viera Veniste .... tu vieste Veneras — tu vieras Venit — ele veio Voterat. — ele viera Venimus — nos viemos Veneranuts — nos vieramos Venistis — vos viestes Veneratis — vos viereis Venerunt ou venere 1 J eles vieram Venerant — eles vieram Pirn; 10 i MPERFE1TO Futuro Perff.ito Valium — eu virei Venero — eu terei Venies — tu viras Veneris — tu teras Veniei — ele vira Venerit — ele tera Veniemits — nos viremos Venerimus — nos teremos Venietis — vos vireis Veneritis — vos tereis Venient eles virao Imper Venerant — ATIVO eles terao Veni ou venito — vem tu Venito — venha voce Venile ou venitote — vinde vos Veniunto — venham voces >vindo n — 13 CONJUNTIVO iMPI'Rl'lilTO do conjuntivo Veniam Venias Venial Veniamus Veniatis Veniant eu venha tu venhas ele venha nos venhamos vos venhais eles venham Venirem Venires Veniret Vcniremus Veniretis Venircnt eu viesse tu viesses ele viesse nos viessemos vos viesseis eles viessem e etc. etc. Litora -Litus, litoHs. Substantivo neutro da terceira declinacao. Caso : acusativo plural. Significa : «praias, margens*, etc. e se declina : Singular Plural Nom.: litus litora Gen : litoris litorum Dat: litori litoribus Ac: litus litora Voc: litus litora Abl.: litore litoribus Nota: Os nomes neutros tern sempre tres casos iguais no singular e no plural : nominativo, acusativo e vocative E por isso, mais facil se torna declina-los. Multum — Adverbio : «muito.» Ille —Ele, ilia, illud. Pronome demonstrative. Caso; nominativo. 9.") — Vejamos a sua declinacao: Singular Nom.: ille, ilia, illud Gen.: illnts (para os 3 generos) Dat.: ill-L (para os 3 generos) Ac: ilium, illam, illud Abl.: Mo, ilia, Mo Plural illi illce, ilia illorum, illarum, Mormn Mis (para os 3 generos) illos, Mas, -dla. illis (para os ?> generos) Et...Et Terris Jactatus !0. a ) Alto — Covjitgagdo. «Nao so... mais». — Terra, lerrae. Substantivo t'eminino. Primeira declinacao. Caso: ablativo plural: nas terras, pelas terras, etc. — Jactatus, jactata, jactalum. Participio passado do verbo: jacto, jactas, jactavi, jaelatum, jactare. Querdizer: «lancado, arremessado». etc. Caso: nominativo, concordando com o pronome ille. Declina-se como ])rimus, a, urn. — Altum, alii. Substantivo neutro da segunda declinacao. Esta no ablativo singular e significa : «por mar alto.» 14 I* \4 11.") Vi 12. a ) Declina-se como fatum, i. — Vis, vis. Substantivo feminino da terceira declinagao. Caso ablativo singular. Traducao : «pela forga». Declinagao : Singular Plural Norn.: vis, a forca Gen.: vis, da forga Dat.: vi, a forga Ac: vim, a forga Voc: vis, oh forga Abl.: vi, com ou pela forca vires, as forgas virium, das forgas viribus, as forgas vires, as forgas vires, oh forgas viribus, com ou pelas forgas Superum — Superus, supera, superum. Adjetivo de primeira classe. Observagao : — Ai esta uma das figuras muito empregada pelos poetas : Sincope. Uma das dificuldades da tradugao consiste nisso. Aqui, neste exemplo, os senhores estudantes pensa- riam tratar-se de urn nominativo ou mesmo de .urn acusativo. Entretanto, e urn legitime* genitivo plural, cuja forma verda- deira e superorum. Mas como o poeta precisasse de uma silaba a menos, usou da sincope e escreveu superum. 13. a ) — Para declinar, vide primus, a, urn. Steves — Scevus, sceva, scevum. Adjetivo. Logicamente e urn com- plemento restritivo. pois esta em genitivo. Traducao: «da cruel». 14. s ) — Segue primus, a, urn. Memorem — Memor, memoris. Nome da terceira declinagao. Acusativo singular. 15.°) — Declina-se do seguinte modo : Singular Plural Norn.: memor memores Gen.: memoris memorum Dat.: memori memoribus Ac: memorem memores Voc: memor memores Abl.: memore memoribus Jimonis Iram • Multa — Juno, junonis. Substantivo feminino da terceira declinagao. Genitivo singular, concordando com smvee. — Preposicao do acusativo, regendo a palavra seguinte: «por- pela», etc. — Ira, tree. Substantivo feminino da primeira declinagao. Acusativo singular: «ira, raiva, colera», etc. — Multus, multa, multum. Adjetivo de primeira classe: «muito». — 15 Quoque — Adverbio : «tambem». Bello —Bellurn, belli. Substantivo neutro da segunda declinacao. Ablativo singular. Traduz-se : «na guerra». ',16.*) — Declina-se como fatum, i. Passus — Participio passado dn verbo: potior, paterispassus sum-pati- E' urn verbo depoente. (Chama-se verbo depoente, aquele que tem forma passiva mas significacao ativa.) Tempo do verbo : preterito perfeito do modo indicativo, terceira pessoa do singular. Significa: sofreu. 17.°)' — Por simples curiosidade, conjugaremos alguns tempos deste verbo: Indicativo presente Preterito perfeito Patior, eu sofro Pateris, tu sofres Patitur, ele sofre Patimur, n6s sofremos Patimini, vos sofreis Patiuntur, eles sofrem Imperfeito do Indicativo Patiebar, eu sofria PaUeiaris ou \ m sofrJas Patiebare, ) Patiebatur, ele sofria Patiebamur, nos sofria mos vos sofrieisPatiebamini, Patiebant'ur, passi. passce. passu eles sofriam Futuro DO Patiar, Patieris ou patieri, Patietur, Patiemur, Patiemini. Patientur , passus, passa, passion Sum » » » cs » » » est Sumus estis » » » sunt (eu sofrf, tu sofreste, ele sofreu, nos sofremos, vos sofrestes, eles sofreram) Nota: Quando se tratar de urn homem: passus sum— quando de uma mulher: passa sum — quando de um objeto: passum sum. Indicativo eu sofrerei tu sofreras ele sofrera nos sofreremos vos sofrereis eles sofrerao Duni — Conjuncao: enquanto, ate que, etc. Conderet — Condo, condis-condidi-conditum-conders. Imperfeito do subjuntivo : «construisse, erguesse, levantasse», etc. 18.") — Conjuga-se assim : Conderem, eu construisse Conderes 1 Conderet Conderemus Conderetis - . Conderent, Urbem Inferret 19. a ) — Que Deos 20. — 1(5 — — Urbs, urbis. Substantivo feminino da terceira declinacao' Acusativo singular: «a cidade». — Infero, infers-intuli-illatum-inferre. Tempo: imperfeito do subjuntivo: "levasse". Como vem, e bastante irregular o verbo acima. Entretanto, nao im- plica dificuldade a sua conjugacao, desde que conhecamos os tempos primitivos. — Conjuncao. — Deus, Dei. Substantivo rrasculino da segunda declinagao. Esta em acusativo plural, portanto objeto direto. Observacao: — Ha alguroa coisa interessante a dizer s'obre este nome. A gramatica nos ensina que todos os nomes da segunda declinacao fazem o vocativo em E. Mas, ha uma excecao para os seguintes: Angelus (anjo), Deus (Deus), Chorus (coro) e Agnus (cordeiro), que tem o vocativo igual ao nominativo. Assim, o vocativo de Deus e Deus ; _de agnus e agnus e nao agnJE, como deveria ser. A respeito da se- gunda declinacao, ha mais observacDes interessantes que dei- xaremos ao cuidado dos senhores estudantes, como, por exem- plo, sobre a terminacao em ius (breve) e ius (longo). Elucidemos melhor, declinando Deus, Dei. Singular Plural Nom.: Gen.: Dat.: Ac: Voc: Abl.: Deus Dei Deo Deum Deus Deo Dei, Dii ou Di Deorum ou Deum Deis, Diis ou Dis Deos Dei, Dii ou Di Deis, Diisou Dis. Latio Genus 21.") - — Latium, latii. Substantivo neutro da segunda declinacao. Ablativo singular: «no Lacio». Para declina-lo, ver Fatum, i. — Genus, generis. Acusativo singular Substantivo :<a raca» Declina-se genus, generis, assim: Singular neutro da terceira declinacao. Pl.UR.-' Norn.: Gen.: Dat.: Ac: Voc: Abl.: genu* generis generi genus genus genere genera generum yenerihus genera genera generihus ,Onde Latinum — Adverbio : «onde.» — Latinus, latina, latinum . Adjetivo de Acusativo singular, concordando com genus. primeira classe. Traducao: latino. (::'.''" Albani Patres Atque Altse Mcenia — 17 — — Albamis, albana, albanum. Genitivo singular: de «de Albano*. — Pater, patris. Substantivo masculino da terceira declinacao. Nominativo plural: «os padres. » — Conjuncao copulativa: «e». Empregada mormente antes de uma palavra que comece por vogal. — Alius, alia, altvm. Esta em genitivo singular. Traduz-se: «da alta». — Mcenia, mcenium. Substantivo neutro. Nominativo plural. «os muros». 22. a ) — Esta palavra e declinada so no plural Norn.: mcenia. Gen.: mcr-.nium Dat.: nuenibus Ac: vuunia Voc: mania A b i . : ^mcenibus os muros Romaa Musa Mihi 23- a ) - — Roma, Romai. Substantivo feminino da primeira declinacao. Genitivo singular: «de Roma*. — Musa, musa. Nome feminino da primeira declinacao. Voca- tivo singular: *Oh musa*. — Pronome pessoal. Caso : dativo. Traducao: &a mim». Declina-se: Singular Plural Norn.: Gen.: Dat.: Ac: Abl.: ego, eu mei, de mini mihi, a mim, me me. me nos, nos nostrum ou nostri, de nos nobis, a nos, nos nos, nos ;ausas >, de mim ou por mim nobis, de ou por nos Causa, caiisce. Substantivo feminino da primeira declinacao. Acusativo plural: «as causas>. — Memoro, memoras - memoravi - memoratum - memorarc. Mo- do imperative Traducao: «lembra, recorda», etc. Memora 24. a ) — Conjuga-se o Imperativo da seguinte forma: memora ou manorato — lembra tu memoraio — lembre voce memorateoumemoratote — lembrai vos memoranto — lembrem voces it Quo Numine — 18 - •Ablativo singular de Qui, Quce, Quod, tornado como con- juncao e adverbio. Traducao: «por que». — Numem, numinis. Substantivo neutro da terceira declinacao. Ablativo singular: «magestade». 25. a ) — Vejamos como se declina: Singular. Plural Nom.: numen numina Gen.: numinis numinum Dat.: numini numinibus Ac: numen numina Voc: numen numina Abl.: numine numinibus Loeso Quidve Dolens 26. a ). -Icesus, Icesa, Icesum. Ablativo singular, concordando com a palavra anterior. - Quivis, qucevis, quodvis ou quidvis. Adjetivo. Significa: «porque, qualquer, qualquer que seja*, etc. Dolens, dolentis. Participio presente do verbo: Doleo, do les - dolui - dc nifica: «dor». les - dolui - dolitum - dolere. Empregado como adjetivo; sig- Os participios presentes dos verbos latinos sao declinaveis e seguem sempre a terceira, como: Singular Plural Nom.: Dolens (m. f. n.) Gen.: Dolentis (m. f. n.) Dat.: ' Dolenti (m. f. n.) Ac: Dolentem (m. f.), Dolens (n. Voc: Dolens (m. f. n.) Abl: Dolente ou Dolenti (m. f. n. Dolentes (m. f.), Dolentia (n. Dolentium [m. f. n.) Dolentibus (m. f. n.) Dolentes (m. f.), Dolentia (n. Dolentes, Dolentia Dolentibus Nota: Sao quasi sempre tornados como adjetivos e estes sao os adjetivos de 2, a classe, uniforrnes, ou de uma so forma, para os tres generos. Ha os triformes, como salubei; salubris, salubre. os biformes, corno gravis, grave. Regina ' — Regina, regince. Substantivo feminino da primeira declinacao. Nominativo, singular: «a rainha». DeuTP Deus, Dei. Genitivo plural. Observaeao: aluno perspi- caz nao concordara com este genitivo que ai puzemos. Pois, si o nome e da segunda declinacao e o genitivo plural desta declinacao faz Deorum, como afirmar ser Deum urn genitivo? Naturalmente. Mas, lembramos novamente que o poeta pode usar de umas tantas figuras para compor os seus versos. Eis aqui uma delas: a siacope, a qual ja nos referim'os uma n- o. p-r •. —'19 — vez. Vergilio precisou nao quebrar o verso e, em vez de deorum, estribado na figura citada, empregou deum. Por isso, afirmamos, deum, e um genitivo plural, logo, em portugues, urn complemento restritivo ou um adjunto atributivo de regina. !/!Tpt — Adjetivo plural, indeclinavel. «Tantos» e a traducao. 'Volvere — volvo, volvis-volvi-volutum-volvere. Esta no infinito impes- soal, servindo de objeto direto do verbo da oracao. Casus — Casus, casus. Substantivo masculino da quarta declinacao. Esta no acusativo plural: «aventuras, perigos», etc. ;27. a ) — Declina-se: Singular Plural Nom.: casus casus Gen.: casus casuum . Dat: casui casibus Ac: casum casus Voc: casus casus Abl.: casu casibus o genitivo singu ar us, sabe-se perfeitamentePela terminacao do genitivo singular, us, sabe-se perfeitamente que e da quarta declinagao. Insignem — Insignis, insigne. Adjetivo de segunda classe, biforme, is to e, duas formas; a primeira serve para o masculino e femini- no; a segunda para o genero neutro. Caso; acusativo singular. Observacao: Ha alguns adjetivos que sao triformes, como Saluber, Salubris, Salubre. Masculino, feminino e neutro respetivamente. 28. a ) — Vejamos como se declina : Singular Nom.: insignis (m. f.), insigne (n) Gen.: insignis (m. f. n.) Dat.: insigni (m. f. n.) Ac: insignem (m. f.), insigne (n) Voc: insignis, insigne Abl.: insigni (m. f. n.) Plural insignes, insignia insignium insignibus insignes. insignia insignes. insignia insignibus Pietate Pietas, pietatis. Ablativo singular Substantivo feminino «na piedade». da terceira declinacao. 3 :.:..': 29 ;) -— Declina-se : : Singular Plural Nom.: Pietas Pietates Gen.: Pietatis Pietatum Dat.: Pietati Pitatibus 1 Ac: Pietatera Pietates Voc: Pietas Pietates Abl.: Pietate Pietatibus 20 IM yirum Adire Labores Impulerit 30: a ) — Esta — Ver explicacoes dad.as. — Adeo, ades - adivi ou adii-aditum- adire. Infinito impessoal, servindo tambem de. objeto direto. — Labor, laboris. Substantivo masculino da terceira declinacao. Acusativo plural. — Impello, imp ellis - impuli - impulsum - impellere. no Futuro imperfeito do conjunctivo, o qual se conjuga assim: impulerim — eu tiver impelido impuleris — tu tiveres impulerit — ele tiver impulerimus — nos tivermos impuleritis — vos tiverdes impulerini — eles tiverem — Tantus, tanta, tantum. Nominativo plural, feminino, concor- dando com irce. Adjetivo. — . Esta parti'cula e muito variavel, podendo-se analisa-la de di- versos modos. Mas, no caso presente, e uma conjuncao ench'- tica e interrogativa. E facil encontra-la numa oracao, porque vem sem'pre ligada ao nome e posposta a ele. Significa: <?por ventura?. por acaso?» — Animus, animi. Substantivo masculino da segunda declina- cao. Esta no ablativo plural. Observagao :•' — Nao confundi'r com Anima, Animas, que tern outro sentido e pertence a outra declinacao. 31. a ) — Declinemos animus e anima, animce, afim de os distinguirmos melhor: Singular Plural Tantse Ne Animis Norn.: Gen.: Dat.: Ac: ' Voc: Abl.: Ccelestibus Iras animus animi animo animum anime animo anima anima: animce animam anima anima animi — animai animorum -— ammarimi animiK — animis amnios — animas animi — animai animis — animis - Ocelesiis, ccelestis. Substantivo masculino da terceira decli- nacao. Ablativo plural, concordando com. a palavra precedence. Ira, irce. Substantivo feminino da primeira declinacao. minativo plural. No- Terminamos aq'ui.a primeira parte, a mais dificil e trabalhosa, e, como ja foi dito, : a mais necessaria para se traduzir com facilidade : a parte tebrica. De posse destes conhecimentos, qualquer estudante, palmilhara o terreno com mais desembaraco, porque tudo se vai iluminando a sua frente. __L 21 Depois disso feito, entao, lancara. as vistas sobre a outra parte que vamos que e a parte v—'-'- -—.•-- tr> - — -»*.iomM M< mo da Traducao. 5Bar, que' e a parte verdadeiramente. pratica. E' o que intitulamos, Mecanis- i : V fVSECANISMODA TRADUCAO , Quern conhece urn pouco de portugues sabe perfeitamente que, neste '!processo, nao ha nenhuma novidade, pois consiste em regras muito conhecidas nossas, regras de gramatica portuguesa. Sendo assim, nao e possivel estudar p latim, sem primeiro conhecer a nossa propria lingua. Ai esta um dos erros 'do- nosso programa de ensino: logo no primeiro ano ginasial, Latim! Sabemos muito bem que, no latim, os termos de uma oracaoestao dis- postos na ordem inversa. ' Precisamos, entao, como primeiro cuidado, por estes mesmos termos na ordem direta. Operacao um pouco dificil, mas que se tornara facil em vista da seguinte regra : Primeiro. regra : Para se colocar uma ora<?ao na ordem directa, tomamos, em primeiro lugar, dos nomi- nativos ; em seguida, do predi- cado ; depois, sendo este tran- sitivo, do acusativo (ou acusa- tivos); nao o sendo, dos dativos ,- e, por lim, dos dblatiws. Nota : Esta regra nao e verda- deira em certo ponto, porque a construcao latina diverge da cons- . trucao portuguesa, o que e natu- ral. Muitas vezes, no latim, o verbo -/ : e transitivo e o objeto nao esta em acusativo. Mesmo sendo imperfeita, porem, := vamos nos guiar por ela, que e a que mais proxima esta da verdade. Certos alunos, talvez, nao saibam a correspondencia em portugues dos casos latinos. Por isso, daremos, em poucas linhas, algumas explicates : Nominaiivo '..—. E' derivado do- verbo nominare: «chamar». Corresponde ao sujeito. Quer dizer que, quasi sempre, ao procurarmos . o su- jeito, ' encontramo-lo em nominative Dizemos «quasi sem pre* ,. e com muita verdade, porque ha casos, em que o sujeito . se : acha em acusativo. Logo e.errr momento oportuno, explica- remos a causa de tal. :fi>ativo, -E'derivado do verbo dare: «dar». objeto indireto, portuguez vae para o dativo em latim. •em 22 Acusativo Vocativo Genitivo Ablativo Compreendem-se— Origina-se do verbo accusare> «acusar> neste caso todos os objetos diretos. — Do verbo vocare : «invocar». Igual ao nominativo. _ — Do verbo gignere : «gerar». E' o caso do complemento res- tritivo. — Do verbo auferre: «tirar». E' o caso do adjunto adverbial, exprimindo as circunstancias de modo, tempo, lugar, causa, materia, instrumento, etc. Comecemos, pois, usando da nossa primeira regra. Outras mais serao dadas em seus momentos precisos. Dividiremos o trecho citado em oracoes, enumerando-as, para ficar bem mais patente as vistas dos caros estudantes. Arma Virunque Cano TrojiB Qui primus Ab oris Italiam l. a Oraqao Arma — Nao nos interessa, porque, cotiforme ja disse- mos, e urn acusativo, objeto direto ; ends esta- mos em busca do nominativo, sujeito. • Conti- nuando, veremos que, ate aquarta palavra, nao ha nenhum nominativo logo nao ha sujeito. Deixemo-lo e vamos ao verbo. Cano — Canto, isto e «m canto». Apareceu o sujeito. (E' preciso nao esquecer que, no latim, nao se usam os pronomes pessoafs; as desinencias ver- bal's indicam suficientemente as pessoas cor- respondentes). Anah'sando, notamos que o verbo, no latim ou no portugues, e transitivo e pede objeto di- reto. Procuremos, pois, o acusativo, que e o caso correspondente em latim. Com efeito, arma. Havera outro. acusativo no discurso ? Ha: virum. Esta decifrada a primeira oracao : cano arma que ar« : «Eu canto as : armas e o varao...» 2. a Oraqao Qui — E' o nominativo. Porventura existira outro no- minativo na joracao ? Vejamos. Muitas vezes se encontra, num mesmo periodo, mais de um acusativo, nominativo, etc. E' preciso lembrar tambem que os apos- tos vein em nominativo e devemos traduzi-los logo com o sujeito.. Havera nesta oracao algum aposto ? Veremos. Primus — Com efeito, surge outro nominativo. Traduzamo- lo, pois, com a palavra anterior: qui /primus : «Que primeiro. . . » • I 23 Fato profugus lavinaque Venit litora . Multum ille et terris jactatus et alto vi superum, tfscevce memorem junonis oh irain . . . cMnlta quoque |;et;.. ; bello passus. . Venit —Agora, de acordo com a regra, temos a seguir o verbo: venit. Ora, quem vem, de algum lugar vira ; portanto, facamos a seguinte pergunta : Donde ? e teremos a' resposta em genitivo.— Ei-lo, bem visi'vel : Trojce. «De Troia . . . >>Trojse Italiam Oris e Lavina: E' do que precisamos, segundo a nossa regnnha, do acusativo: Italiam. Havera outro? (nunca descuidar desta interrogagao). Sim, litora. For conseguinte: litora Italiam: Litoral italiano...» Finalmente, os ablativos. primeiro e mais facil de se reconhecer, por ser regido da prepo- sicao db. Esta terminado? Ainda nao. Sobraram: fato profugus: e o aposto! Mais uma ojagao resolvida': qui primus, fato profugus, venit Trojre litora Italiam db oris Lavina: «Que primeiro, perseguido pelo destino, veio de Troia ao Litoral Italiano pelas margens de Lavinio ...» 3. a Oraqao Nominativo: — Hie — verbo: jactatus — acusativos: (6b) irarn memorem — genitivos : soevos Junonis — ablati- vos: (et) terris (et) alto — ablativo de causa: vi — Geni- nitivo: Superum. Resumindo: multum ille jactatus db tram memorem scam Junonis Vi Superum et Terris et alto: «Muito ele foi arremessado pela ira inesquecivel da cruel Juno, por uma forca do superior, nao so por mar como por terra . . . 4. a Oraqao Nominativo: passus. Mas esta palavra, segundo a ana- lise ja feita, e verbo. E ella esta em noiiiinativo por forca de de concordancia. sujeito, ai subentende-sc: ille: «ele.» Observaqao: — Notamos, que ha, nesta oracao, uma particula, o adverbio guogiie. Para que se evitem maiores dificuldades, tomamo-la antes do nominativo. Baseados neste principio, podemos enunciar uma outra regra: Segunda regra: — Toda vez que se encon- trar uma particula, (como sejam conjuncoes, mter- jeicoes, adverbios, etc. ) devemos traduzi-la em primeiro logar. Sendo assim, podemos entao escrever: et multa quoque passus (est) bello: «E muito tambem sofreu na guerra. . .» 24 b. a Or.rVQAO Dum eonderet urbem. . . Tnferretque deos latio . . . Genus unde Iatinum albanique paires atque altse moenia roffite Musa mihi . causas Bum, de acordo com a segunda regra. — Verbo- co?ideret—acnsa.tivo: urbem— Traducao: «Ate que cons- truisse a cidade. . . » 6. a Oracao Conjuncao: que— verbo: inferret— aeusativo: deos ablative: Latio Traducao: «E levasse os deuses ao Laciq ...» 7. a Oraqao Adverbio: undo — nominativo: nao ha — verbo: nao ha — Pelo menos, parece nao haver, porque nao os vemos. Af esta uma das dificuldad.es ; da traducao do latim. Muitas vezes, temos que procurar uma'palavra que possa justamente dar sentido numa determinada oracao; temos que adivinhar o que o poeta queria escrever. Com um pouco de raciocinio, porem, descobriremos aquilo que desejamos, . empregando diversos te.rmos, experimentando-os ate que um se adapte melhor. Neste nosso exemplo, a palavra que cabe perfeita- mente, sem alterar coisa alguma, e «nascer, originar,» etc. Continuando, vejamos o aeusativo. Sao muitos, comb segue: genus, Iatinum, patres, moenia, todos objetos diretos do verbo que esta oculto. Bern, e o que serao Albani e alke Romce? Genitivos, esta visto. Mas, como poderemos junta-los aos seus verdadeiros substantivos? Facilmente. Notem os caros leitores que Albani esta no masculino; ora, patres, e masculino; logo, ambos concordam' no genero. Por isso podemos dizer sem medo de errar: patres Albani. Ademais, e dispensavel este raciocinio, visto que, com muito mais facilidade, concluiremos a mesma coisa: pelo sentido. Com efeito, «os padres» nao poderiam ser da «alta Roma» porque nao ha nenhuma relacao entre eles. Os muros (mamia), porcm, concordam com «alta Roma». P'eito isto, escrovamos: -uncle. . . genus laiimim patres Albani atque iweitia alic Ro)\w:--- «0ride (teve origem) a raca latina, os padres.de Albano e os muros da alta Roma». H. a Oracao Voeativo: Musa — verbo: memora — aeusativo: causas — Dativo: mihi. Nota — A nossa primeira regra adapta-se inteiramente. a esta oracao. sujeito, que, neste caso, esta em voeativo, e seguidodo verbo; este, por sua vez, exigindo dois objetos, t: ; -M..' . 'v.?r-7rT^ i *s£ £&£^ f . — 25 — um direto e outro indireto, e seguido do acusativo e do ;«»«:-. memora... dativo. Traducao: Oh! Musa, lembra as causas a mini. . .»• Quo numine L03SO, Quidve do- lens Regina deum Tot volvere Casus, in- signem Pietate Virum, Tot adire Labores Impulerit: 9. a Oraqao Como vimos, Quo, e ablativo singular de qui, quce, quod, tornado como conjuncao e adverbio. Bern, procuremos umaoutra palavra, ou palavras, que estejam tambem em abla- tivo, para nos livrarmos dela. Ei-las: numine e Iceso. Dai podermos formar mais uma regra que ira eiucidar bastante o espirito dos alunos: Terceira Regra: Devem traduzir-se conjunta- . mente todas as palavras que tiverem o mesmo caso; Assim, se tivermos, numa oracao, mais de um nomina- tivo, acusativo, dativo, etc., deveremos.traduzi-los em conjunto. Como na frase seguinte: Quo numine - loss o, estao todos em ablativo singular; portanto, nao devemos separa-los ao traduzir. . Proseguindo, temos: Adjetivo: quidve -Nominativos : regina dolens -Genitivo: deum - (Lembramos aos caros estu- dantes que, sempre que dermos o sujeito, e util ver. si ha algum complemento restritivo, genitivo, no latim. Havendo, devemos toma-lo logo em seguida). Verbo: impulerit - ob- jeto dele: volvere - Acusativo da pessoa: virum insignem - Ablativo : .pietate - Acusativo de causa: (tot) casus. Para nao desdobrar numa. outra oracao, juntamos logo: Verbo: o mesmo - objeto direto dele: adire - Acusativo da pessOa: o mesmo Acusativo de causa : (tot) labores. Sintetizando: quo numine Iceso, quidve dolens, regina deum impulerit volvere tot casus virum insignem pietati; adi- re tot labores: «Por que lesa - magestade a rainha dos deuses, dolorida, fez passar tantos perigos um varao insigne na piedade; fez arrostar tantos trabalhos.. .» Ultima Oraqao Tantaene Conjuncao: ne - Nominativos : tantce irce - Verbo : nao Animis ha (ver explicacoes ja dadas a respeito) - Ablativos: animis .Coelestibus cadesiibus. Traducao: «Por ventura (cabem) tantas iras , Irss? em peitos celestes?* Eis carissimos leitores, exposto em.linhas gerais"o nossometodo de tra- ducao, bastante imperfeito, e verdade; falho as vezes sem duvida. ;. •"..;-'.' No entanto, estas nossas regrinhas, si bem que fujam, de vez em quan-; do a clareza e a verdade, servem como guia, como luz, para os que ainda nao tern boa compreensao da lingua latina. Pelo menos, gozam de uma uti- — 20 — lissima propriedade. Esclarecem, relativamente, estes espiritos obscuros e des- pertam certo estimulo aos desejosos de aprender. A traducao que acabamos de fazer estara em boas condicoes? Sera perfeita? p Talvez esteja em boas condicoes e seja regularmente perfeita, mas o que garantimos e que nao esta em bom portugues. que fizemos foi sim- plesmente traduzir palavra por palavra. Necessitamos agora traduzir de acordo com o nosso idioma. Para isso, temos que nos desviar bastante do latim, em- pregando termos que expressem melhor em portugues aquilo que o poeta expressou na lingua dele. Enfim, fazer uma Eneida nossa, portugueza. Coisa impossivel de se obter, esta visto, pois que toda a beleza, toda a intensidade da narrativa desaparecerao com o original. Todavia, vamos tentar uma empreza. que daria melhores resultados em maos de outrem. Ha variadissimas traducoes por ai, quer em prosa, quer em verso. Al- gumas boas, outras medfocres, cada qual se esmerando melhor na feitura do seu trabalho. Faremos a nossa traducao em prosa, por nao aspirarmos a tao alto, nao so por falta de certos conhecimentos, como por incapacidade poetica. Alias, e este urn livrinho muitissimo elementar, que nao comporta tao grandes coisas. Traduzamos, pois: «Eu canto as armas e o varao que, primeiro, perseguido pelos fados, lancado por mar e terra pela forca de um superior, afim de satisfazer a ira rancorosa da cruel Juno, veio de Troia a Italia pe- las praias de LaviDio, muito sofreu na guerra, antes que constru- issem a cidade e introduzissem os deuse no Lacio, onde tiveram origem os padres D'Alba e os muros d'alta Roma. Oh Musa! Lembra-me os fatos; dize, por que lesa-magestade, ou ultraje, a Rainha dos deuses iaria passar por tantas aventuras e arrostar tantos trabalhos um varao assinalado na piedade? Cabe em peitos celestes tanta ira? A titulo de curiosidade e para a delicia dos caros leitores, verao a belis- sima traducao de Jose Victorino Barreto Feio (1846 — Imprensa Nacional — Lisb6a — Eneida). Eu canto as armas, e o barao primeiro, Que profugo de Troia por destino, A' Italia e de Lavinio as praias veio. Muito por mar e terra contrastado Foi do poder dos mimes, pelas iras Esquecidas jamais da seva Juno : Muito soffreo na guerra, antes q'em Lacio Cidade erguesse e introduzisse os Deoses : D'onde a gente Latina origem teve, — 27 — D'Alba os padres, e os muros d'alta Roma. — As causas tu me conta, 6 musa; dize Por que lesa deidade, ou'de q'ultrage, A rainha dos deoses resentida, Passar por tantos casos da fortuna, Tantos trabalhos arrostar faria Urn barao na piedade assignalado. Cabe em peitos celestes ira tanta ? 28;' HI.- it- ®> t H'B CAPITULO II CICERO Discukso contra Catiuxa Parte primeira; paragrafo III Etenim quid est, Catilina, quod jam amplius exspectes, si neque nox tenebris obscurare ccelus nefarios, nee privet la elomus parietibus continere voces conjurationis luce potest? Si illustrantur, si erum- punt omnia? hutajam islam mentem, mild crede; obliviscere ccedis atque incendiorum: teneris undique; luce sunt clariora nobis tua consilia omnia; qua', etiam mecuni Heel recognoscas. Idem... Idem... paragrafo IV Reeognosce tandem meeum noctem illam superiorem: Jam intelliges multo me vigilare acrius ad salutem, quam te ad pemiciem reipublicce. Dico te prion nocte venisse inter falcarios (nom agam obscure) in M. Leccce domum; convenisse eodem complures ejusdem amenlice scelerisque socios. Num negare aucles? Quid laces? Con- vincam, si negas: Video enim esse hie in senalu quosdam, qui U ' tecum una fuerunl. Como ja tivemos ocasiao de dizer, cada autor goza da sua liberdade, escrevendo, como bem entende, nao se afastando, porem, das-leis estabelecidas pela gramatica. . Assim, quern traduz Vergilio, encontrara um certo embaraco ao traduzir Cicero. Em'bora esteja habituado e conheca profundarnente um autor latino, qualquer pessoa se sentira estranha ao ler outro autor. A diferenca nao e tao grande que implique tanta dificuldade. Mas, e mister que se familiarize com todos os autores, para que os seus conhecimentos aumentem em quanti- clade e qualidade. Cicero, por exemplo, na maior parte das suas obras, traduz-se a pri- meira vista.' Parece que lemos portugues. As oracoes estao, geralmente, na ordem direta, os termos sao faceis, a leitura e agradavel e entusiastica, e tudo, emfim, facilita, por ser prosa e nao versos. ^ Emquanto que, nos o'sabemos, o poeta e obrigado, as vezes, a se aiastar da gramatica, usar de certas figuras, quasi sempre suprimindo palavras essen- ciais, que dificultam imensamente a traducao, somente para dar beleza e metrica aos versos. E disso ja tivemos prova no capitulo anterior. Pois bem, fa to interessente, conheco um estudante que, ao lhe ser apre- 'sentada uma obra de Cicero, achou-a bastante complicada e terminou dr/.endo "que as «Georgicas» de Vergilio lhe eram muitissimo mais faceis. — 20 — Este exemplo e uma prova cabal de que, embora conhecamos um Tito Li'vio, nos e indispensavel estudar um Horacio, Cicero, Vergllio, etc. Tocante .a'esta parte, os programas de ensino acertaram. Por conseguinte, um estudante, ainda que traduza os iindos canticos de Vergilio, tropeca ao traduzir os discursos impetuosos de Cicero. : A razao disso, esta justamente na liberdade de escrever do autor, como dissemos ha pouco. Cada qual tern o seu estilo proprio; o emprego e significacao de certos termos tambem nao Ihes sao comuns. Cicero gosta imensamente dos verbos no modoinfinito, pois que, lendo-o, vemo-los constantemente aplicados. E' uma das suas formas de construcao predileta. Logo, baseados neste fato, podemos enunciar uma lei que, alias, e encon- trada em qualquer gramatica latina: «Toda vez que o verbo da oracao estiver no modo infinito, o sujeito estara em acusativo.» . - Com este principio, tornar-se-a mais facil comprehender o grande tribuno. , Observacao: Mas, neste caso, a nossa primejra regra deixa de existir, e falsa, e absurda, pen.sarao os nossos caros leitores. Nao, nao e falsa. Continua a vigorar ainda, e verdadeira na sua essencia, embora nao o seja na sua exte- rioridade. A linica diferenca e que, ao precisarmos do sujeito, devemos pro- cural-o no acusativo. Ora, seja acusativo, seja nominativo, e sempre sujeito. E o que nos interessa e tomar o sujeito em primeito lugar, quer esteja num caso ou noutro. Portanto, prevalece a primeira regra, bastando somente mudar os casos, conforme o verbo da oracao esteja no modo finite ou infinito. Escla- . recida esta questao, lembramos ainda que, para nao ficar sem nexo a oracao, devemos, ao traduzir, antepor a particula «que» ao sujeito. Com estas nocoes, cremos, agora, poder por em portugues, com mais desembaraco e coragem, os paragrafos citados. Comecemos por analisar lexica e logicamente os termos latinos, isto e, pela parte essencial, primordial, teorica. Sem ella, como ja foi dito varias vezes e que mais diremos ainda, e impossivel a traducao. Contudo, vamos dispensa-la, ; uma vez que foi dada no capitulo anterior a maneira pela qual se deve operar. Suponhamos, portanto que este trabalho ja esta realizado, ganhando desta forma tempo e espaco. Nao deixaremos, porem, de observar certos fatos, . comentando-os, sempre que a isso se nos oferecer ocasiao. Posto isto, maos a obra: i. a Oraqao Etenim quid Obedecendo a segunda regra, escrevemos logo: ctenim i^esty .--, '.:: .';;' ; quid, seguido do verbo: e^t — vocativo: Caiilina. — «Tra- Catilina... ducao»: Com efeito, que ha, oh Catilina...» 30 Quod jam amplius exspectes. Si neque nox tenebris obscurare coetus nefa- rios. . . Nee privata domus parietibus continere voces con- jurationis potest? 2. a Oracao quod jam (2. a regra) — verbo: exspectes — acusativo: amplius.—'Tradugao: «Que ja esperas mais amplamente...» Como veem, pouca ou nenhuma dificuldade ha, porque a ordem direta esta bem patente ai. 3." Oracao si neque (2. a regra) — nominativo: nox verbo: potest — verbo no'modo infinito, servindo de objeto direto: obscu- rare — acusativos: coetus nefarios — ablativo: tenebris — Traducao: Si nem a noite pode obscurecer as assem- bleas°criminosas com as trevas... 4." Oracao nee (2. a regra) — nominatives: privata domus — ver- bo: o mesmo da 3- a oracao —verbo infinitivo, servindo de obje- to direto: continere. acusativo: voces — ablativo: parietibus— genitives: turn conjurationis— Tradugao : «Si nem a casa particular pode conter as vozes da tua conjuracao entre as paredes. . . 5. a Oracao Si si — Verbo: illustrantur. Tradugao: «Si sao ilus- lllustrantur trados; si sao publicos», etc. 32. a ) — verbo desta oracao esta na voz passiva, 3. a pessoa do plural do Indicativo presente, que conjuga: Ilhistror — sou ilustrado Illustraris — es Illustratur — e Illustramur — somos Illustramim — sois Illustrantur — sao Si Erumpunt omnia? Muta Jam Istam 6."' Oracao si omnia— Verbo: erumpunt — Traducao : «Si to- das as coisas irrompem. . . » 7. a Oracao Nominativo: nao ha; subentende-se. Precisamos re- lembrar aos caros estudantes que os latinos nao usam dar os verbos com os respectivos pronomes pessoais. Assim, quando procurarmos o sujeito da oracao e nao o encontrarmos, de- vemos passar a traduzir comegando pelo verbo, que nos dara, incontinente, o sujeito. Mentem 33. a ) Nom.: Gen : Dat: Ac: Abl.: Ol. Jam — Verbo: ?nuta — Acusativos: islam men- tern — Traducao: «Muda ja esta mente. . . » As palavras islam mentem se declinam da seguinte forma: Sngular isle, ista, islud (esse, essa, isso) istius (para os 8 generos) isti (para os 3 generos) isturn, islam, -i.itud isto, ista. isto Plural w^t, i.vte, iste istorum, istarum, istorum istis (para os 3 generos) istos, istas, ista istis (para os 3 generos) Nom.: mens mentes Gen.: mentis mentium Dat.: menti mentibus Ac: mentem mentes Voc: mens mentes Abl.: mente mentibus Crede Mihi... Obliviscere Cosdis 8. a Oraqao Verbo. crede— Dativo : mihi— Tradugao: « Ore em mim. . . » 9. a Oraqao Verbo: obliviscere — Observagao: Certos alunos acha- rao estranho darmos este verbo, que «parece» estar no modo infinito, como verbo de oracao. No entanto, si parece ter forma infinitiva, realmente nao" a tem. E' um verbo depoente, cujos tempos primitivos sao : obliviscor, oblivisceris-oblitus sum- oblivisei. E nos sabemos que 'o imperativo deste verbo se conjuga assim : Obliviscere ou Obliviscitor : Obliviscitor : Obliviscimini : Obliviscuntor : « esquece tu » « esqueca ele » « esquecei vos» « esque^am eles » Por conseguinte, ainda mais uma vez, debelamos uma diivida que iria surgir no espirito inteligente e ativo de alguns estudantes, os quais conhecem aquela regrinha de sintaxe por- tuguesa: «Bavera num discurso tantas orapoes quantos verbos no modo Finilo houver» Bern continuemos com o que mais nos interessa no momento. Acusativo: nao ha— Ablativo: ccedis (atque) incendiorum. Tradugao te e os incendios. . . » idem— Genitives : «Esquece a mor- 32 Atque Incendio- rum. . Teneris undique . . . Luce sunt clariora no- bis tua consilia omnia. . . Observagao: «Como os substantivos, os adjetivos e os pronomes, tambem muitos verbos pedem no genitivo o objeto que corresponde, umas vezes ao ciireto, outras ao indireto, e que, geralmente, e acompanhado em portugues da preposicao de restritiva. Ex.: Utinam obliviscamini eorum; «01axa vos esquecaes dele». Pedem este genitivo os verbos que significam : «lembrar- se de,- esquecer-se de, recorda-se de, etc. (Ver Mendes Aguiar- Sintaxe dos casos). De posse destas nocoes, os senhores estudantes nSo mais estranharao vendo ccedis^e incendiorum no genitivo, quando esperavam. encontra-los no acusativo. 10." Oraqao teneris — Traduccao:Undique — verbo : parte es tido ...» ll. a Oraqao Em toda Nominativos: omnia tua consilia (ver 3. a regra) — verbo: sunt — acusativo: clariora— dativo: nobis — abla- tivo: luce.— Traducao: «Todos os teus pianos sao mais claros para nos do que a luz. . .» 34>) ._ o acusativo clariora esta no grau superlative A sua declinacao e esta ; Norn.: Gen.: Dat.: Ac: Voc: Abl.: Singular clarior (m. f.), elarius clarioris (m. f. n) clariori (m. f. n) clariorem, elarius clarior, elarius clariore ou clariori Plural clariores, clariora clariorum clarioribus clariores, clariora clariores, clariora clarioribus. 12. a Oracao Qua; etiam mecum licet reco- gnoscas qua etiam— verbo : licet. — Traducao: Que ainda e hciio . . Para terminal', juntemos o restante nesta oracao: verbo. recognoscas — ablativo: mecum, — Traducao: «Reeonhegas commigo. » 35. 8 ) verbo licet e chamado unipessoal; so e usado nas 3. as pessoas do singular: Exemplos: licet, e permitido licebat, era permitido '..-•'.: ojporiet, e mister .- etc.- Nota: Nao se usam no imperative), gerundios, participios, e supino. ParAgrafo IV l. a Oraqao tandem — verbo: reeognosce — acusativos: illam noetem superiorem — ablativo: mecum. — Traducao: «Emfim, re- corda aquela noite anterior comigo.» 2. a Oracao Reeognosce tantem me- cum illam superio- rem. . . Jam intelliges jam verbo : intelliges. — Traducao : ja compreenderas . . . 36.°) — verbo desta oracao e irregular, corao se ve pelos tempos primi- tives: intelligo. intelliges— intellexi — intelleetum — intelligere. Nota: Costuma-se, quando se citam os tempos primitivos dum verbo, dar a 2. a pessoa do singular do indicativo presente, porque e a que indica a conjugacao a que ele pertence. Assim: amo, atnas, amare (l' a debeo, debes, debere (2. aetc. etc. conjugacao) Multo me vigillare acrius ad salutem, quam te ad pernieiem ie\ Here. 3. a Oraqao Chegou a vez de aplicarmos as nocoes dadas no prin- cipio deste capitulo. Notem que o verbo desta oracao esta no modo infinito; portanto, procuremos o sujeito, nao mais no nominativo e sim no acusativo. Aeusativo sujeito, chama remos, para distinguir do acusativo objeto. acusativo sujeito: me — verbo: vigilare — acusativos objetos: (multo) acrius e ad salutem — genitivo: rdpublicfc. — Truducao: «Que eu vigio muito mais acremente para a salvaeao da republica. . .» Vamos incluir nesta oragao uma outra, cujo verbo e o mesmo. Charaa-se esta oracao subordinada comparativa. qtiam — acusativo sujeito°: te — acusativo objeto: ad per- nieiem. — Traducao: «.Que tu para a perdicao...* Declinemos a palavra respublica, que, a primeira vista, parece ser dificil. primeiro termo res segue a 5. a declinagao; o segundo publiea, a 1.* declinacao. Vejamos: Singular Plural Norn.: res — publiea res — publico; Gen.: rei — publico: rerum -— publicarum Dat.: rei — publicce rebus -— publicis Ac: rem— publicam res — publicas Voc: res — publicm res — publico. Abl.: re — publiea rebus -— publicis — 34 — Nota: Respublica e urn substantivo. Dizem as gramaticas, a respeito de substantivos compostos: Quando compostos de um substantivo e de urn adje- tivo, ambos em nominativo, declina-se cada um dos componentes, como o nom'e ja estudado: respublica. Quando, porem, compostos de dois substantivos, um em nominativo e outro em diferente caso, declina-se so o do nominativo, como pater-familias : Norn, pater — familias Gen. patris—familias Dat. patri — familias . . .e assim por deante. Ou como senatus — considtum: Nom. senatus Gen. senatus Dat. senatus etc. consultum consulti consulto 4." Oraqao Dico Te priore - nocte venisse inter falcarios (Non agam obscure) In M. Leccse domum 38.°) Decli -Consta simplesmente duma palavra : Verbo : dico. Tradu- cao : « Eu digo. . .» 5. a Oracao -Aeusativo sujeito : te - Verbo: venisse. Acusativos : inter falcarios, in domum. Genitivo : M. Leccce. Ablativo : priore nocte. Traducao: «Que tu foste a casa de M. Lecca entre os fabricates de Mce na noite anterior... Nota: a frase que esta entre parentesis traduz-se: «Nao falarei obscuramente». na-se o sujeito desta oracao, assim : Singular Plural Nom : tu DOS Gen.: tui vestrum ou vestri Dat.: tibi vobis Ac: te vos Voc: tu cos Ab!.: te vobis Convenisse - eodem com- piures ejus- dem amen- tise sceleris- que socios. 6. a Oraqao Aeusativo sujeito : o. mesmo, te — Verbo : convenisse - Aeusa- tivo objeto: complures socios - Genitivo : ejusdem amentia (que) sceleris -- Ablativo : eodem. Traducao: «Que tu reu- niste numerosos socios da mesma loucura e do mesmo crime Id mesmo...' : 39.°) Norn. |Gen.: :Dat: IAc: iAbl.: — 35 — A palavra ejusdem e composta de ejus, variavel, e dem, terminacao invariavel. Para declina-la, basta conhecermos is, ea, id e acrecen- tarmos a terminacao acima. Vejamos : Singular is, ea, id — idem, eadem, idem ejus — ejusdeni ei — eidem eum, earn, eum — eumclem, eamdem, idem eo, ea, eo — eodem, eadem, eodem Plural . . .iidem, easdem, eadem . . . eorumdem, earumdem, eorumdem . . .eisdem ou iisdem . . .eosdem, easdem, eadem . . .eisdem ou iisdem 7. a Oracao Num negare — Num. — Verbo : audes - Objeto direto : negare — Traducao : audes? «Por ventura, ousas negar...» 8." Oracao Quid taces ?— Quid - Verbo : taces - «Porque te calas ?» 9. a Oracao Convincam...— Verbo: convineam - «Eu couvencerei.» 10. s Oracao Si negas — Si — Verbo : negas - «Si uegas». 11." Oracao Video —Enin hie — Verbo : video - Verbo infinitivo servindo de objeto direto do verbo da oracao: esse — Acusativo : quosdam— Ablativo : in senatu. Traducao: «Com ei'eito, aqui vejo Enin estar alguns no Senado. . . » * Observagao : estudante inteligente, avido de novos co- nhecimentos,, notaria logo uma certa irregularidade, que o Esse hie deixaria erabaracado no primeiro momento. Perguntaria mais que depressa ao seu mestre, ou consultaria uma boa grama- tica, sobre o problerna a resolver. Vimos, ha pouco, Cicero empregar domum no acusativo, regido da preposicao in; logo mais, deu Senatu no ablativo, regido da mesma preposicao. Nao estaria errado? Afinal, a preposicao In rege acusativo ou ablativo ? Cicero nao esta errado e a preposicao citada tanto pode reger acusativo como ablativo. Mas, como, quando? E' facil. , Nos mesmos, raciocinando urn pouco, veremos porque Cicero empregou uma vez o acusativo e outra o ablativo. In senatu - Das nossas conclusoes, poderemos enunciar uma regra de sintaxe latina, que se ve em qualquer gramatica. — . 3G — No primeiro exemplo, do acusativo, vimos que o verbo da oracao, venis&e, de venire, «vir», exprime movimento;. no segundo exemplo, do ablativo, .vimos que o verbo nao expri- me movimento algum. Por conseqiiencia, podemos formular o seguinte princfpio: «Toda vez que o verbo de uma oracao Quosdam... exprimir movimento e for seguido da preposicao in, a pala- vra regida por esta preposicao ira para o acusativo; si o verbo, porem, exprimir estado, deve empregar-se o ablativo. » 12. a e ultima Oracao Qui tecum Nominativo: qui — verbo: fuerunt — ablativo: tecum — una fuerunt; adverbio: una. — Traducao: «Que foram contigo junta- mente». Precisamos dar agora, num so conjunto, uma traducao limpa e clara do que foi feito. Aconselhamos aos estudiosos que e de grande importancia ter- se esse pequeno trabalho, pois os resultados serao otimos e a nossa cultura lucrara imensamente. 1.° DlSCURSO CONTRA CaTAUN'A 1 " PARTE — ParAGRAFO III. «Que podes, pois, oh Catalina, esperar ainda, si nem as trevas da noite ocultaram aos nossos olhos tuas assembleas criminosas, nem as paredes duma casa abalaram o rumor da tua conjuracao? «Si tudo e publico? Si tudo brilha? «Renuncia aos teus pianos, cre-me; cessa de pensar na morte e nos incendios. Estas cercado por todos os lados; todos os teus projetos sao para nos mais claros que o dia; e mister que o reco- nliecas comigo.» Idem — Idem — ParAgrafo IV «Recorda, enfim, comigo, a noite precedente; compreenderas, entao, que velo com mais ardor pela salvacao da republica que tu" pela perdicao dela. Afirmo-te que, naquela noite, foste ao quartei- rao dos espadeiros (nao ocultarei nada), a casa de M. Lecca, onde se reiiniram em grande nuinero os cumplices do teu furor criminoso.» «Por ventura, ousas nega-lo? Calas-te! Convencer-te-ei, si o negas, pois vejo, aqui no senado, alguns daqueles que se achavam eontigo.-> 'Oij liS 1 1 ... m ni- hil- >gigg ai, la- WSI§ lit i.» Sit io r- ra ,s ?. e s CAPITULO III JULIO CESAR A traducao dos trechos deste capitulo goza da mesma facilidade da do capitulo anterior. Alem disso, esta facilidade acentua-se mais pelo fato de tratarmos de um historiador. Ora, uma historia e sempre escrita ao correr da pena, sem floreios, citando fatos apenas. Principalmente em se tratando de Cesar, que escrevia os seus comentarios quasi sempre nos intervalos de uma batalha. Por isso, vamos enfrentar tranqiiilos a belicosidade de Cesar, com uma paz de espirito que demonstra nao acharmos espinhosa a nossa tarefa. Como ja tivemos ocasiao de dizer, quern traduz um autor latino encon- trara materia dificil A ao topar com outro. Confirmamos esta nossa assercao agora com Cesar. Este, como Cicero, tern tambem a sua predilecao no era- prego das palavras, na forma, enfim, na construcao oracional. Em «de bello gallico», encontramos constantemente umas frases chama- das ablativo absoluto, que os caros^leitores terao oportunidade de ver logo mais. Livro I — Paragrafo VI Erant omnino duo itinera, quibus itineribus domo exire possent: Unum per sequanos, angustum et difficile, ihter montem Juram et i'lumem Rhodanum, vix qua singuli carri ducerentur; mons au- tern altissimus impendebat, ut facile perpauci prohibere possent; alterum per provinciam nostram, multo facilius atque expeditius, proptereaquod helvetiorum inter fines et allobrogum, qui nuper pa- cati erant, Rhodamus fluit, isque nonnullis locis vado transitur. Ex- tremum oppidum allobrogum est, proximumque helvetiorum finibus, Geneva. Idem Paragrafo XXV Ccesar, primum suo, deinde omnium ex conspectu remotis equis, 'ut cequato. omnium pericolo spem fugas tolleret, cohortatus suos, prceiium comrnisit. Milites, e loco superiore pilis missis, facile hos- tium phalangem perfregerunt. Ea disjecta, gladiis destrictis, in eos impetum fecerunt. Gallis magno ad pugnam erat impedimento, quod pluribus eorum scutis uno icto pilorum transfixis et colligatis, quum ferrum se inflexisset, neque evellere, neque, sinistra impedita, satis commode pugnare poterant; multi ut, diu jactato brachio, prceopta- rent scutum manu emittere et nudo corpore pugnare. ' Idem — Paragrafo LIV Hoc prcolio trans Rhenum nunciato, Suevi, qui ad ripas Rheni venefant, domuin reverti cceperunt: quos Ubii, qui proximi Rhenum — 38 — incolunt, perterritos insecuti, magnum ex his numcrum occiderunt. Ccesar. una restate duobus maximis bellis confectis, maturius paullo, quam tempus anni postulabat, in hiberna in sequanos exercitum de- duxit: hibernis Labienum prceposuit: ipse in citeriorem galliam ad conventus agendos profeetus est. Vamos seguir a trilha do capitulo precedente, isto e, supritnir a parte gramatical, que ficara confiada aos senhores estudantes, visto ja estarerri cien-; ! tes do seu processo. Mas, conforme ja foi dito, daremos, sempre que for preciso e para melhores esclarecimentos, explicacoes importantes e necessarias, a proporcao que formos encontrando motivos para tal. Comecemos, pois, o nosso trabalho, usando sempre do nosso mecanismo com as suas respectivas leis ou , regras. Estas, ao traduzirmos, devem ser lembradas e postas em pratica segundo a ordem em que estao colocadas nes- te livro. Isto sera ate aprende-las; depois, entao, agiremos indiferentemente. Rememoremos a primeira regra: «Toma-se, ,em primeira lugar, do sujeito seguido do verbo, e este dos compiementos>>. Procuremos, entao, o sujeito da primeira oracao: 1." Oracao Erant Omnino Itinera Duo. . . Nominativos: duo itinera: Verbo: erant — Omnino, e urn : adverbio, logo, traduzamo-lo antes do sujeito, de acordo com a regra ja dada. — Traducao: «Apenas dois caminhos eram» ... 1.* Ohservacao: Notem a sintaxe latina como diverge profun- damente da portuguesa. latino diz: «Apenas dois cami- nhos eram»; e nos dizemos: «Havia apenas dois cami- nhos». No latim, «dOis caminhos», e sujeito; em portugues, objeto direto. 2." ' Observac&o: Raro e o estudante que declina com acerto o adjetivo duo. Mostraremos, em poucas linhas, este erro contumaz e irritante, que deve, mas nao tende a desaparecer. Declinemos: Nominativo: Duo, duos-, duo. Genitivo: Duorum, duarum, duorum. Dativo: Duobus. duabus. duobus. Acusativo: Duos ou Duo, Duces, Duo. Ablativo: Duobus, duabus duobus. Salientarnos bem o caso que geralmente erram ao cita-lo. Muito facil de se guardar, dependendo somente da boa von- tade. Temos observado casos interessantes. Ha rapazes que devotam urn verdadeiro odio ao Duo, duce, duo, so pelo fato de nao poderem assimilar o acusativo, que, afinal, e bem simples. Ha um professor, ate que, para torturar certos; alu- nos vadios e indiciplinados, manda-os declinar: Duo, duce, duo. — 39 it. o. tv id re ti- ll i- is, 10 er s- e. to m n s i- L- Quibus Itineribus Domo exire Possent. 40. a ' 2. a Oraqao Ablatives: quibus itineribus— Aqui, dirao, desviamo-nos bas- tante da nossa 1." regra, pois estamos comecando a traduzircom ablativo quando devia ser com nominative De fato, em parte, e verdade; mas, a isso somos obrigados. Ademais, nao estare- mos tanto em desacordo porque, lembrando-nos daquela regra que diz: «Sempre que houver uma particula (conjuncao, pre- posicao, adverbio, etc.) numa oracao, devemos traduzi-la em pri- meiro lugar», e lembrando-nos, duma observacao, feita amis e nos seguintes termos: «Toda vez que uma palavra acompanhar esta particula e tiver o mesmo caso, genero e numero, deve- se traduzi-lo juntamente», — estaremos autorizados para tal. Assim, pois, vamos ao verbo; possent — Objeto direto: exire— dativo: domo. — Traducao: «Pelos quais caminhos pu- dessem sair de casa...» : irregularidade dosDeclinemos itineribus , para mostrar a gra casos : Singular Plural Norn.: iter itinera Gen.: itineris itinerum Dat.: itineri itineribus Ac: iter itinera Voc: iter itinera Abl.: itinere 3. itineribus " Oraqao Unum per sequanos, angustum et difficile, inter montem juram et flumen rbodanum... Vix qua 'singuli carri duce- rentur. . . Esta nao e propriamente uma oracao, pois que os seus termos estao quasi todos no acusativo, e poden'amos te-los incluido na oracao anterior. A traducao e facilima, bastando somente escrever, porque a ordem dlreta esta bem visive) : unum per Sequanos angustum et difficile inter montem Juram et flumen PJiodanum: «Um pelos sequanos, estreito e difficil, eatre o monte Jura e o Rio Rhodano ...» Entretanto, se quisermos, podemos com estas palavras formar, anunciando tudo o que estiver oculto. Vejamos: _ Nominative : unum iter — aposto : angustum et difficile. (Nunca se esquecer de traduzir quando houver o aposto logo depois do sujeito). — Verbo: erat— acusativo de logar: per Sequanos — inter montem Juram et flumen PJiodanum. 4.° Oraqao Adverbios: qua vix — nominative: carri singuli — verbo: ducerentur. — Truducao: «Por onde dificilmente os carros um a um fossem conduzidos. . . » 40 i 1 ? Mons autem altissimus iiop^D de- bat. . . Ut facile perpauci prohibere possent. . . Alteram per provineiam nostram, multo facilius atque expedi- tius. . . 5. a Oraqao Conjunccao: autem — nominativo : mons altissimus — verbo: impendebal. — Traducao: «Mas um monte altissimo estava iminente . . . » 6." Oraqao Conj. e Adv.: ut facile — nominativo: perpauci — verbo: possent — Objeto direto: proliibere Observem, caros estudantes, que, quando houver dois verbos numa oracao, um no modo finito e outro no modo infiniio, este servira de objeto direto daquelle: Traducao: «De modo que facilmente poucos pu- dessem impedir. . . » 7." Oracao Novamente estamos diante de varios acusativos, como na 3." oracao alterum per provineiam nostram multo facilius atque expeditius: « outro pela nossa provincia muito mais facil e expedite. . . » Nominativos: alteram iter — aposto: multo facilius atque expeditius—verb : erat— acusativo : per provineiam nostram. Observacao: unum e alterum, sao adjetivos numerals distri- butives; estao em nominativo neutro concordando com iter. Declinam-se: Nominativo: Unus, a, um. — Alter, a, um. Genitivo: Unites (m. f. n.) — Alterius (m, f. n.) Dativo: Uni (m. f. n.) — Alteri (m. f. n.) Acusativo: Unum, am, -um. — Alterum, am um. Ablativo: Uno, a, o. — Altero, a, o. Multo, e um adverbio empregado ordinariamente com um comparativo ou palavra que indique superioridade, pre- ferencia, etc. Faeilius e expeditius, ambos estao no grau comparativo e se deciinam da seguinte forma : Nominativo: Facilior (m. e f. ), facilius (n.) Genitivo: Facilioris (para os 3 generos) Dativo: Faciliori (idem) Acusativo: Faciliorem (m. e f,), facilius (n.) Vocativo: (igual ao nominativo) Ablativo: Faciliore ou faciliori (3 generos) Plural Nominativo : Faciliores, faciliora. Genitivo: Faciliorum. Dativo:- Facilioribus. 41 Propterea quod nelve- tiorum inter fines et al- lobroguin... Qui Nuper Pacati Erant... Isque non- nullis loeis vado transi- tu!'.. . Acusativo: (igual ao nominativo). ' • Vocativo : ( » » » ) Ablativo: Facilioribus. ' . ;. . E' desnecesario declinar a segunda palavra, por ser igual ; a primeira. . 8. a Oracao ' ' : propterea quod — nominativo: Rhodanus — verbo: fluit .— \ acusativo: inter fines — genitivos: Helvetiorum et Allo^ brogum. — Traducao: «Por isso que o Rodano eorre entre as fronteiras dos helvecios e dos alobrogos . . . » 9. a ORAgAo- Qui nuper — Verbo : pacati erant - Traducao : «Que na pouco foram pacificados. . .» Observagcio : Notem a concordancia do participio pas- sado Pacati com o pronome relativo Qui. Ambos estao no nominativo plural e no masculine De mqdo que, pensariam os caros estudantes, poderiamos traduzir.de urn modo dife- rente e tambem certo: qui pacati - nuper erant. Na verdade, nao altera o sentido e a tradugao e per- feita. Mas nao devemos faze-lo, si nao quisermos incorrer em erro, porquanto, nao podemos separar pacati de erant, visto nao ser este ultimo o verbo da oracao e sim ambos : pacati erant. E' urn tempo composto e como tal deve ser respeitado. Esta no preterito mais que perfeito- do indicativo, que se conjuga assim : Pacatus, a, um — eram. » » » — eras. i> » » — erat. Pacati. ce, a — eramos » » i> — eratis. » » » — erant. 10. a Oraqao — Que — Nominativo: is - Verbo: transitu?- — Dativo: vado -. Ablativo: nonnullis loci. Traducao: «E este e transitado a vau em alguns lugares. . .» 11. a Oraqao Extremum — Nominativo : Geneva - Verbo : est — l.° Acusativo :_ ex- oppidum al- tremum oppidum - Genitivo : Allobrogum — 2.° Acusativo : ' lobrogum que proximum - Ablativo : finibus - Genitivo : Helvelionim. est, proxi- Traducao: «Genova e a extrema cidade dos Alobro- mum que gos e = proxima as 1'ronteiras dos Helvecios. » I •' - 42 - Jm.- I- jl helvetiorum Nota : Esta oracao parece, a primeira vista, ser mais Jjj finibus, Ge- dificil do que e, pois o sujeito dela esta no fim, isto e, a sua neva. ordem e bem inversa. ' Seria mais trabalhoso, porem, si houvesse mais palavras II em nominativo, o que nao acontece aqui. 8 jiff Traducao correta do trabalho feito : «Havia somente dois caminiios, pelos quais pudessem sair do pais : um atraves os Sequanos, estreito e dificil, entre o Monte Jura e o rio Rodano, por onde real passariam os earros um a um ; ficava- Ibe, porem, a cavaleiro um monte altissimo, de modo que dos des- i'iiadeiros podiam mui poucos embargar-lhes o passo. Outro, pela nossa provincia, muito mais facil e expedito, pois que, por entre as fronteiras dos Helvecios e as dos Alobrogo.s, ha pouco pacificados, corre o Rodano que em alguns lugares se Vadeia. Extrema eidade dos Albrogos e vizinha as fronteiras dos Helvecios, e Genova.» . Outra traducao, que juigamos tambem ser boa: «Nao havia sinao dois caminhos .para sair da Helvecia : um pelo Pais dos Sequanos, entre o Rodano e o Jura, estreito, dificil, onde os earros teriam o necessario para passar um a um ; era, |l alem disso, dominado por uma altissima montanha, de modo que um punhado de homens nela protegeriam facilmente as passagens ; outro, pela nossa provincia, muito mais curto e mais comodo, por- que o Rodano, que corre entre o pais dos Helvecios e o dos Albro- gos recentemente submetidos, e vadeavel em muitos pontos. Ge- nova e uma extrema eidade dos Alobrogos e vizinha as fronteiras dos Helvecios.* Livro I. Paragrafo XXV l.a Oeaqao Coesar — Nominative: Cwsar -Yetbo: commisit - Acusativo : prm Proslium Hum. Traducao: « Cesar encetou o combate... .» (Jommisr 41. a ) — Prcelntm, nome neutro da 2. a declinacao: Singular Plural Norn.: prcelium prcelia Gen.: proslii prceliorum Dat.: prcelio prcelils '- Ac: pfoelium prcelia Voc: proslium prcelia Abl.: proslio prcelils 43 — Primum Suo Deinde Omnium Ex eonspe- ctu Remotis ri ;«*•<-•" Equis . . . ate ;»;•? :»? litis* Ut cequato fjllli omnium ilftSi sifts. lite" periculo life w. spem lll'S tap# . !' .:'. IIII luga- 2. a Oraqao Verbo: remotis - Ablativo : ex-conspectu. Observacao: Isto e o que se chama urn Ablativo ab- solute. Cesar usa frequentemente esta forma de construqao. Mendes de ' Aguiar diz : « Ablativo absoluto ou Ora- cional.» Coloca-se em ablativo a clausula participial (parti-, cipio, ou adjetivo, e substantivo a que este se refere) cujo sujeito nao faz parte da oracao de que a dita clausula depende como ad junto. Ex. Oriente sole, tenebrce diffugiunt, — nacendo o sol (clausula participial, podendo formar uma oracao a parte, com sujeito do da principal) as trevas fogem. participio nao seria absoluto, ou separado, si o /su- jeito da clausula participial fosse, o mesmo da oracao princi- pal, como neste exemplo: Sol or'iens tenebras fugat, — o sol nacendo afugenta as trevas. Podem entrar no ablativo absoluto os partfeipios do presente e os do preterito, bem como certos adjetivos ; mas, quando ocorre o participio do verbo «ser»; omite-se em latim. Ex. fortunatam natam, me consule, Romam «Oh afortunada Roma nacida, sendo eu consul*. - (Cicero) Sic est locutus, partibus faetis, Leo Feitas as partes, assim falou o Leao, etc., etc. (Ver «Gramatica Latina», de Mendes de Aguiar — : Gomes Ribeiro.) Feita esta observacao necessaria, continu'emos com o nosso trabalho : Adverbio : primum - Ablativo : ' suo (equo) - Adverbio : deinde - Ablativo : equis - Genitivo : omnium. Traducao : «Afastados da vista primeiramente o seu, depois.os. cavalos de todos ...» . 3. a Oraqao ut - Verbo: tolleret - Acusativo: spem - Genitivo: fugce. As palavras que restaram, formam outro ablativo absoluto: ".cequato omnium periculum. Verbo: cequato, no ablativo singu- lar - Objeto direto: periculo, tambem no ablativo singular - Compl. restritivo: omnium. Traducao: «Afim de que, iguaiado o perigo de todos, tirasse a esperanca de fuga...» Observacao: Deven'amos prosseguir com esta forma de detalhes quanto aos ablativos absolutos. Mas, com a previa licenca dos caros leitores, daqui por diante, divergiremos, '' deste* modo de agir. Todos os ablativos que formos encon-: trando, engloba-los-emos na oracao em que se acharem, por- ;que assim evitaremos desperdicio de tempo e acumulo de espaco. — 44 — tolleret. . . Cohortatus suos. . . Milites, e loco superiore pills missis, facile hostium phalangem perfrege- runt. . . E a disjecta, gladiis destrictis in eos im- petum fe- cerunt. . . Gallis mag- no ad pug- nam erat impedimen- to . . . Quod pluri- bus eorum scutis untj ictu 'piionim verbo desta oracao e sumamente irregular, pelo que por curiosidade, daremos os tempos primitivos: tollo is - sw>'- tuli - siiblatum - tolere. 4, a Oracao Nominativo: novamente Cassar - Verbo: cohortatus (est, oculto) - Acusativo : suos. Traducao: «Cesar exortou ' os seus ...» 5. a Oracao :: Adverbio, facile - Nominativo : milites - e loco superiore pilis missis: ablativo absoluto - Verbo: perfregerunt - Acusativo: Phalangem - Genitivo: liostium. Traducao: «Facilmente os soldados, atirados os dardos dum lugar superior, romperam a i'alange dos inimi- gos... Observagao: Ainda por curiosidade, vamos rftostrar a extrema irregularidade de algumas palavras desta oracao. Soldados: Norn. Miles Gen. Milites Falange: » . Phalanx » Phalangis Os nomes miles e phalanx sao chamados imparisilabicos. Nome imparisilabico e aquele que tern, no nominativo singu- lar, urn niimero menor de si'Iabas que no genitivo; parisila- bico e o que tern o mesmo numero de silabas. Os tempos primitivos do verbo desta oracao: perfringo, perfringis, - perfregi - perfractum - perfringere, 6." Oracao ea disjecta - gladiis destrictis: ablativos absolutos - Verbo: fecerunt, - Acusativo causal: impetum - Acusativo pessoal: in eos. ' Traducao: «Desfeita esta, tiradas as espadas, fize- ram impeto (atacaram) contra eles. . .» 7. a Oracao Verbo: erat - Acusativo: ad pugnam - Ablativo: magno impedimento - Dativo: gallis. Traducao: «Havia para a lucta urn grande obsta- culo aos gauleses'.' . .» 8. a Oracao quod - pluribus eorum scutis e mio ictu pilarum. transfixis et colligatis: dois ablativos absolutos. neque - Verbo: poterant - Objeto direto: evellere. 9. a Oraqao neque - Verbo:. o mesmo da precedente - Objeto direto: pugnare - Adverbios: satis commode. — 45 — 2. a ) — Nota: Os adverbios satis comocle de viam ser tornados antes do verbo, junto de neque. Mas, como nao altera em nada a posicao final deles, nao ha necessidade de correcao'. transi'ixis
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