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Medicina veterinária Enfermidade infecciosas e parasitárias Brucelose Espécies Brucella abortus - bovinos , mais importante, principal causa de aborto em bovinos. Brucella militensis - caprinos e ovinos Brucella suis - suínos Brucella canis - caninos Brucelose - zoonose de caráter profissional É uma infecção altamente contagiosa e transmissível ao homem e por isso definida como zoonose. É uma bactéria gram negativa - intracelular facultativa. Não causa mortalidade no animal adulto, apenas se estiver muito debilitado, tem uma grande morbidade, se espalha e impacta na sua produtividade. Pode ser transmitida para o homem através de ingestão de leite cru ou produtos derivados que não tenham passado por um processo específico de tratamento térmico e pelo consumo de carne crua de animais infectados. Resistência no ambiente Tem uma resistência no ambiente, a luz solar é o grande controlador desse patógeno. Umidade e local sombreado tem uma permanência por mais dias, quanto mais seco vive menos tempo, mais umidade vive mais tempo. - Luz solar direta - 4 a 5 horas - Solo seco - 4 dias - Solo úmido - 66 à 185 dias - Exsudato uterino - 200 dias - Água - 5 a 100 dias - Feto abortado em local sombreado - 180 dias Resistência nos alimentos A temperatura de pasteurização elimina a bactéria do leite e produtos derivados do leite. (Temperatura de 72º) - Leite cru - 17 dias - Queijos e iogurtes - entre 3 e 6 meses Importância para a pecuária A prevalência da brucelose no rebanho bovídeo brasileiro ainda é considerável, causando prejuízos aos sistemas de produção. Gera grandes impactos na produção, visto que causa problemas reprodutivos, como abortos em terço final de gestação e orquite (inflamação dos testículos) nos machos, sendo responsável por 20 a 25% de perdas na produção de leite e 10 a 15% nos rebanhos voltados para produção de carne. - Aborto - começa a abortar no final da gestação, entre o 5º e 7º mês. - Infertilidade - tanto na vaca como no touro - Nascimento de bezerros fracos - peso corporal mais baixo e desenvolvimento retardado - Diminuição na produção do leite; - Redução da vida útil - menor do que uma vaca saudável Página 1 Medicina veterinária Enfermidade infecciosas e parasitárias Brucelose - Custo de reposição do rebanho - A vaca precisa ser descartada, pois ela come mais e produz menos. - Limitações comerciais - impacto econômico muito grande. Transmissão A transmissão da brucelose acontece quando o animal sadio entra em contato com um animal infectado, durante o parto ou no abortamento de animais infectados. Quando a mãe lambe o bezerro após o parto, também há grandes riscos de infecção caso haja a presença da bactéria. Também pode ocorrer transmissão pela ingestão de alimentos contaminados ou ingestão de restos de placenta. Outra forma de contágio é através da inseminação artificial, quando o sêmen tem o agente infeccioso. Fonte de infecção: animais são portadores - locais que tenha aglomeração de animais Vias de eliminação e transmissão - feto e anexos fetais - secreções vaginais, leite e sêmen - fezes e urina - pastagem e objetos contaminados Porta de entrada - mucosas: oral, nasal e genital - pele lesionada pode ser uma porta de entrada para a bactéria também. Etiopatogenia Afinidade pelo útero gestante e placenta -> vacas em gestação é a categoria mais susceptível e principal fonte de infecção. Infecção da placenta -> áreas de necrose Retenção de placenta -> endometrite e infertilidade. Nos machos - Muita das vezes são assintomáticos. - Infertilidade - principal - Inflamação aguda - Se localiza no testículo, fica maior que o tamanho normal. Profilaxia Realização e monitoramento da vacinação - É obrigatório vacinar os bezerros dos 3 aos 8 meses - VACINA B19 (mais barata e mais eficiente) Causa redução dos níveis de anticorpos, na fase de lactação ao testar, não terá o risco do resultado dar um falso positivo. - Acima dos 8 meses - VACINA RB51 - testes sorológicos é necessários fazer anualmente. - aquisição de animais vacinados ou testados. Página 2 Medicina veterinária Enfermidade infecciosas e parasitárias Brucelose Controle A melhor forma de evitar a ocorrência da brucelose bovina é através da vacinação, cuja aplicação ocorre em uma única dose e apenas nas fêmeas. Por se tratar de uma doença letal, sem cura e altamente infecciosa, essa proteção é medida obrigatória para os rebanhos, devendo ser comprovada através de atestado expedido por um médico veterinário cadastrado na Coordenadoria de Defesa Agropecuária. Também é preciso realizar a marcação dos animais vacinados. - Educação sanitária - base da saúde; - Rotina de testes sorológicos; - Piquete maternidade - apenas para a vaca parir, assim consegue isolar a vaca; - Controle de transito animal; - Quarentena; - Abate sanitário ou eutanásia de animais positivos - NÃO TEM TRATAMENTO; - Incinerar ou enterrar restos placentário e carcaças; - Pasteurização e cozimento dos alimentos; Diagnóstico - Laboratório credenciado - médico veterinário é necessário ser habilitado. (Somente médicos e laboratórios habilitados podem fazer o diagnóstico) - Antîgeno acidificado tamponado - técnica de triagem - Teste do anel do leite - monitoramento para saber a saúde do rebanho, também pode ser usado como método de triagem. - Teste de fixação do complemento - mais utilizado nos casos de transito internacional de animais - obrigatório (mais trabalhoso, mais caro e mais demorado) - confirmatório - 2 mercaptoetanol (2ME) - confirmatório * se der positivo na triagem, fazer o mercaptoetanol; Testes sorológicos Animais vacinados com a b19 - sorologia quando começar entrar em fase reprodutiva (idade superior a 24 meses) Animais vacinados com RB51 - idade superior a 8 meses (não induz a formação de anticorpos aglutinantes) -> Fêmeas não vacinadas com idade superior a 8 meses; -> Machos com idade superior a 8 meses, que sejam destinados a reprodução. Programa nacional de controle e erradicação da brucelose e tuberculose (PNCEBT) Animais não vacinados o produtor pode receber uma multa - objetivo de baixar a prevalência e a incidência da brucelose e tuberculose, visando a erradicação. - medidas compulsórias - vacinação das fêmeas de 3 a 8 meses e controle de transito dos animais - medidas voluntárias - certificação de propriedade livre Animais vacinados com a vacina B19 devem receber a marcação com ferro quente no lado esquerdo da cabeça com o ultimo algoritmo do ano de vacinação. Página 3 Medicina veterinária Enfermidade infecciosas e parasitárias Brucelose Animais vacinados com a RB51, devem receber marcação no lado esquerdo da cabeça com a letra “V” Animais positivos recebem a marcação do lado direito da cabeça com a letra “ P” Animais positivos - isolar do rebanho - retirar da produção leiteira - esse leite não pode ser consumido - abatidos em estabelecimentos com serviço de inspeção federal (SIF) - acabei sanitário (Estabelecimento credenciado) - Caso seja impossibilitato, pode ser feito na propriedade desde que seja por um veterinário credenciado/habilitado; Certificação de estabelecimento de criação livre de brucelose - Vacinar as bezerras dos 3 aos 8 meses- vacina B19 - Realizar teste sorológico em todos os animais especificados - Obter três resultados negativos com intervalo de 90 a 120 dias entre o primeiro e segundo teste e 180 e 240 dias entre o segundo e terceiro teste. - Validade de 12 meses. Página 4
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