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Trabalha de profilaxia Febre aftosa A febre aftosa é uma das doenças animais mais contagiosas, e causa grandes perdas econômicas aos pecuaristas. Trata-se de uma enfermidade infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo aparecimento de vesículas (aftas), principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, ovinos, caprinos, porcos e todos ruminantes selvagens. O contágio pode acontecer por contato direto com animais infectados ou através de pessoas e bichos que tenham se tornado vetores móveis após contato com os contaminados. Em casos muito raros, a transmissão acontece pelo ar. Veículos e equipamentos também podem carregar a doença. Os animais contaminados podem transmitir a doença durante o período de incubação e manifestação da aftosa. O ar expirado, saliva, fezes, urina, leite e sêmen de animais doentes provocam contaminação até quatro dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. De onde vem à febre aftosa? A febre aftosa espalhou-se pelo mundo a partir do gado europeu, chegando à América do Sul por volta de 1850. Os primeiros registros da doença no Brasil foram feitos em 1870, no Sul. Em 1988, preocupado com os prejuízos econômicos provocados pela doença, o governo brasileiro colocou em prática o Plano Nacional de Sanidade Animal, no qual a aftosa aparecia como prioridade. Sintomas Nos primeiros dias antes da manifestação das feridas os animais apresentam falta de apetite, calafrios, febre e redução da produtividade de leite. Após a manifestação das aftas o animal não consegue se alimentar ou caminhar, ficando prostrado e fraco. Diagnóstico O diagnóstico é feito clinicamente, após a observação das feridas, e a confirmação se dá após análise laboratorial de tecido coletado na mucosa (de dentro da boca). Resistência O vírus é resistente ao congelamento e só é fica inativo em temperaturas superiores a 50ºC. Sobrevive nos gânglios linfáticos dos animais e na medula óssea, onde há pH neutro (nível de acidez), mas morre nos músculos onde o ph é inferior a 6. Pode sobreviver em forragens contaminadas e no meio ambiente por até um mês se houver condições favoráveis de temperatura e pH. Permanência do vírus Carne e produtos derivados com pH acima de 6 também conservam o vírus. Bovinos vacinados expostos à doença ou infectados e não abatidos conservam o vírus por 30 meses ou mais (búfalos); nos ovinos o período de conservação é de nove meses. O período de incubação em animais vivos e não vacinados é de 2 a 14 dias, após os quais começam a aparecer sintomas como vesículas e aftas nas mucosas e língua, feridas no úbere e nos cascos. Prevenção Proteção de zonas livres mediante controle e vigilância dos deslocamentos de animais nas fronteiras; Sacrifício de animais infectados, recuperados e de animais suscetíveis que entraram em contato com indivíduos doentes; Desinfecção dos locais e de todo material infectado (artefatos, veículos, roupas); Destruição dos cadáveres e produtos animais suscetíveis na zona infectadas; Medidas de quarentena; Vacina com vírus inativado (a imunidade é conferida seis meses após as primeiras vacinações). Risco para o homem A aftosa não representa risco para a saúde humana. A doença não é transmitida pelo consumo de carne, leite e derivados de animais infectados. Alguns casos raros de feridas nas mãos e outros sintomas leves foram relatados em seres humanos que lidavam de forma muito próxima com animais infectados. IBR (HERPESVÍRUS BOVINO) A IBR/IPV é uma enfermidade infecciosa de origem viral, causada pelo herpesvírus bovino tipo (BoHV-1), e caracteriza-se pela manifestação de rinotraqueíte, vulvovaginite pustular, balanopostite, conjuntivite, abortamento e infecção generalizada em neonatos. Todo animal portador latente é potencial fonte de infecção, pois, quando este tem uma baixa de resistência, o vírus começa a multiplicar-se e será eliminado pelas secreções, favorecendo a disseminação da doença. Reativações virais ocorrem, sem necessariamente o agravamento da doença. Fatores estressores, como mudanças na dieta, desnutrição, transporte, parto, desmame, superlotação, tratamento prolongado com corticosteróide, condições atmosféricas adversas e infecções intercorrentes predispõem a primoinfecção pelo BoHV-1 e a reativação viral. A transmissão do vírus pode ocorrer por diferentes formas: via respiratória (tosse, espirro, saliva, secreções brônquicas, oculares e da faringe, todas elas servem de veículo para eliminar o vírus e por contato direto permitem a transmissão entre os animais), via genital (principalmente durante a cópula) e vertical (da vaca prenhe para seu concepto intraútero, em qualquer estádio da gestação). Clínica Na fase aguda da infecção, o BoHV-1 pode provocar algumas manifestações clínicas. Os sinais aparecem após um período de incubação de dois a quatro dias. O vírus está altamente adaptado aos bovinos, por isso a maioria das infecções é inaparente ou moderada. Contudo, em animais jovens ou imunodeprimidos a infecção pode ser fatal. O nome da doença indica o sinal clínico mais característico, que é a rinotraqueíte. Os animais podem apresentar sialorreia (produção excessiva de saliva), hipertermia, inapetência, apatia, redução na produção de leite, exsudatos nasal e ocular inicialmente seroso, podendo tornar-se mucopurulento em poucos dias. Sinais menos comuns incluem severa hiperemia (congestão sanguínea), com áreas de necrose focal na mucosa nasal, que pode transformar-se em pústulas e úlceras. O curso da doença em casos não graves pode durar de cinco a dez dias. Contudo, se ocorrer complicação secundária bacteriana, a interação entre o vírus e a bactéria pode resultar em severa pneumonia. Frequentemente estão presentes conjuntivites uni ou bilateral, secreção lacrimal, fotofobia e opacidade da córnea. Fêmeas sexualmente ativas podem apresentar vulvovaginite, pois o trauma físico da cópula pode desencadear a doença, apresentando sinais como corrimento vaginal (exsudato mucopurulento), crostas na face interna da cauda, na região perineal, micção frequente e manutenção da cauda permanentemente elevada devido à dor. A mucosa vaginal se torna hiperêmica e edemaciada e surgem pequenas pápulas avermelhadas, evoluindo para pústulas e lesões necróticas de aspecto focal. Os animais geralmente se recuperam naturalmente dentro de duas semanas. Contudo, infecções bacterianas secundárias podem resultar em metrite (inflamação uterina), infertilidade temporária e secreção vaginal purulenta, que persistem por várias semanas. Os touros infectados apresentam, no pênis e mucosa prepucial, lesões similares às descritas para fêmeas. A reativação ocorre geralmente sem sinais clínicos da doença e pode haver eliminação de partículas virais infecciosas no sêmen, com risco de infectarem fêmeas, e essas desenvolverem endometrite e vulvovaginite, após inseminação artificial. O BoHV-1 não interfere na qualidade do ejaculado, uma vez que não age sobre os espermatozóides. Diagnóstico O diagnóstico clínico provável pode ser realizado pelos sinais clínicos, patológicos e epidemiológicos, mas na maioria das infecções do aparelho respiratório e reprodutivo o diagnóstico etiológico conclusivo somente pode ser realizado por meio de técnicas laboratoriais que possibilitem a identificação do vírus ou de seus componentes, como proteínas e ácido nucléico. Estas podem ser realizadas por meio de isolamento do agente ou PCR (que amplifica sequências específicas do ácido nucléico), a partir de amostras de mucos nasais, vaginais, prepuciais e secreção conjuntival, sêmen, lavado uterino e de órgãos colhidos na necropsia (pulmão, fígado, baço, cérebro, linfonodo, placenta). Devido à instabilidade do vírus, os suabes (chumaço de algodão fixado à extremidade de uma haste utilizada para colher material para exames) das secreções devem ser enviados aos laboratórios imersosem meio de transporte próprio, fornecido pelos laboratórios de diagnóstico, e mantidos sob refrigeração. A detecção do vírus pode ser realizada por isolamento viral em cultura de células, onde se observa o efeito citopático que a agressão do vírus, presente nas amostras suspeitas, produziu nas células. Como ele destrói as células, elas se juntam, formando um arcabouço com vários núcleos, daí serem chamadas de células multinucleadas. Para pesquisar anticorpos específicos contra o BoHV-1, utiliza-se soro sanguíneo, que será submetido às técnicas de vírus-neutralização ou ensaio imunoenzimático (ELISA). A pesquisa de anticorpos tem sido utilizada para demonstrar ausência de infecção, determinar a prevalência em estudos soroepidemiológicos, avaliar a resposta humoral após vacinação e, como desafio, estabelecer programas de erradicação e vigilância. Porém, apenas em raras situações, a sorologia pode ser utilizada como ferramenta de diagnóstico definitivo, avaliando amostras pareadas colhidas na fase aguda da doença e na convalescença (intervalo entre colheitas de duas a três semanas). Tratamento Não há tratamento específico, sendo apenas sintomático e de sustentação. Antibióticos de largo espectro e anti-inflamatórios não esteróides podem ser utilizados para minimizar a severidade da inflamação, principalmente em touros, nos quais pode resultar em temporária diminuição da fertilidade e aderência do pênis ao prepúcio. É indispensável prevenir uma infecção secundária por bactéria, o que pode piorar muito o quadro. Nada mais do que isso, e espera-se que a doença siga seu curso natural, de resolução espontânea. A maioria dos animais recupera-se facilmente. Indica-se isolamento dos animais doentes e recomenda-se repouso dos touros para minimizar efeitos adversos. Profilaxia e controle As manifestações clínicas da infecção pelo BoHV 1 podem ser controladas e prevenidas por meio de procedimentos adequados de manejo e programas de vacinação. O BoHV-1 é rapidamente inativado utilizando desinfetantes que possuem derivados fenólicos 1%, hipoclorito de sódio 2%, hidróxido de sódio 0,5%, amônia quaternária 1%, compostos iodados 10% e solução de formalina 5%. São instáveis no meio ambiente, inativados em até 10 dias a 37º C, instáveis em pH ácido e estáveis a 4º C por meses. A estratégia de controle deve ser definida com base na situação epidemiológica do rebanho ou do país. Programas de combate ao BoHV-1 requerem uma análise de custo-benefício que deve considerar a prevalência, manifestação clínica da doença, o grau de melhoramento genético dos animais, despesas com exames laboratoriais (sorodiagnóstico e identificação viral), vacinação e descarte de animais infectados. Diagnóstico da situação sobre a doença servirá de base para a adoção de medidas adequadas de controle. A determinação das taxas de infecção de animais e, principalmente, de categorias de animais susceptíveis possibilita a adoção estratégica de condutas de controle e profilaxia com o objetivo de aumentar a eficiência reprodutiva. Diarreia Viral Bovina (BVD) A diarreia viral bovina (BVD) é uma doença causada por vírus que pertence à família Flaviriridae gênero Pestivirus, causa importante impacto econômico na atividade leiteira. A doença instalada no rebanho pode ocasionar sintomas reprodutivos como: abortos, natimortos, má formação fetal e absorção embrionária. Além dos sintomas reprodutivos a doença também pode levar os animais a um quadro de imunossupressão, abrindo portas para outras doenças e ainda diminuir a produção de leite e aumentar a células somáticas. Para entender bem a doença é preciso entender suas fontes de infecção e suas principais vias de transmissão. Fontes de infecção Transitoriamente infectados: São animais que entram em contato com o vírus e eliminam o vírus no ambiente por até 15 dias. Em animais não gestantes e com boa imunidade em 70% a 90% dos casos a infecção tem um aspecto subclínico. Nos animais gestantes podem ocorrer os sintomas reprodutivos descritos acima. Persistentemente infectados: São animais procedentes de mães que tiveram contato com o vírus entre 40 a 120 dias de gestação. Nesta fase da gestação o sistema imune não se encontra completamente desenvolvido podendo desencadear o surgimento de animais imunotolerantes ou persistentemente infectados (PI). Estes animais são uma fonte importante de transmissão viral para os animais susceptíveis, pois são eles os responsáveis pela manutenção do vírus no rebanho. Calcula-se que mais de 95% das infecções pelo vírus da diarréia bovina vírus tenha origem a partir de animais persistentemente infectados. A presença de animais PI altera significativamente a dinâmica da infecção na população. A presença destes animais no rebanho desencadeia uma epidemia de abortos em um determinado momento e, de acordo com o ciclo do vírus, estes episódios passam a ser mais esporádicos com o passar do tempo. Com a retirada dos animais PI do rebanho, a dinâmica de transmissão é modificada substancialmente e a reincidência de casos de aborto surge a cada dois ou três anos. Embora muitos dos animais PI nascidos serem aparentemente saudáveis, é freqüente o aparecimento de uma doença altamente fatal caracterizada por uma diarréia profusa freqüentemente seguida de erosões na mucosa digestiva destes animais. As principais vias de eliminação do vírus são: secreções nasais, saliva, sangue, fezes e urina. O vírus também já foi isolado a partir do sêmen, secreções uterinas e placenta. O vírus é transmitido de forma horizontal através da ingestão ou inalação de partículas virais, através de fômites e contato direto com seres humanos. A transmissão vertical pode ocorrer transplacentariamente. Passos para o controle e erradicação 1º Passo: Para o controle desta doença e muito importante que se realize um monitoramento sorológico dos animais. Este monitoramento pode ser feito através de amostras do tanque da propriedade ou de soro sanguíneo por amostragens de acordo com o número de animais por lote, com o objetivo de verificar a “PRESENÇA DE ANTICORPOS”. E de suma importância que a propriedade monitore o nível de anticorpo para BVD mensalmente no rebanho. Após a verificação nos níveis de anticorpos do rebanho e importante que se realize um levantamento minucioso levando-se em consideração a data da última vacinação e níveis de anticorpos encontrados para futuros planos de ações. 2º Passo: Eliminar os animais Persistentemente Infectados (PI). Inicia-se a procura dos animais PIs pelos animais jovens, coletando cartilagem da orelha e realizando o diagnóstico através de “PESQUISA DE ANTIGENO”. Medidas de biossegurança a serem tomadas na propriedade MONITORAMENTO MENSAL DE ANTICORPOS PELA AMOSTRA DO LEITE; TESTAR ANIMAIS ANTES DE ENTRAR NA PROPRIEDADE; CONTROLE DE VISITANTES E VETERINÁRIOS SEM DESINFECÇÃO DE BOTAS E MACACÕES; MONITORAMENTO DO ESQUEMA E VACINAÇÃO; IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE VACINAÇÃO; CONTROLE DE VEICULOS E /OU ACESSOS. Raiva Bovina A raiva bovina é uma doença infecciosa causada por um vírus da família Rabdovírus. Caracterizada por lesões do sistema nervoso central, pode provocar convulsões, tetania e paralisia respiratória; hidrofobia. Essa infecção é viral e na maioria dos casos fatal, gerando prejuízos ao produtor de leite. O principal agente transmissor da doença em bovinos são os morcegos hematófagos. A fonte de infecção sempre é um animal infectado, sendo que o método de transmissão mais comum é a mordida de um animal portador do vírus. Sintomas Na medida em que a doença evolui, observa-se alguns sinais como: Perda de apetite, inquietação e mudança de hábitos Andar cambaleante Salivação intensa Fezes secas e escuras Podem ficar ocasionalmente agressivos Prevenção A RAIVA NÃO TEM CURA! Por isso é preciso investir em medidas preventivas como controlar apopulação de morcegos transmissores e realizar a aplicação da vacina anual de todo o rebanho, independentemente da idade. Todos os animais devem ser vacinados. O esquema recomendado é de duas doses iniciais, com intervalo de 30 dias e revacinação anual de todos os animais. Importante É importante lembrar que o diagnóstico da doença deve ser realizado por um médico veterinário e assim que comprovada a presença da doença no rebanho leiteiro é obrigatório que o fazendeiro notifique os órgãos competentes, principalmente por se tratar de uma zoonose. O pecuarista receberá as instruções para o descarte adequado dos animais infectados. Leucose enzoótica bovina A infecção pelo vírus leva ao aparecimento de linfocitose persistente em aproximadamente 30% dos animais infectados, que clinicamente não apresentam nenhum sintoma ou apresenta-se na forma tumoral, indo de 0,5 a 5,0% dos bovinos com mais de quatro anos de idade. Os tumores ocorrem com maior freqüência no útero, linfonodos mesentéricos, retrobulbares, pré-escapular e sub-ilíaco, coração, abomaso e no canal medular. As massas tumorais apresentam aspecto firme e coloração branca amarelada. A sintomatologia apresentada depende do local de aparecimento dos linfossarcomas (Toma et al., 1990). Quando os tumores estão localizados em órgãos internos os sinais são mal definidos. Como, por exemplo, se no coração, insuficiência cardíaca, estase venosa e pulso venoso positivo; caso seja no abomaso, indigestão, timpanismo, diarréia e constipação; nos tecidos perimedulares, paralisia dos membros posteriores; nos tecidos retrobulbares, exoftalmia uni ou bilateral. Diagnóstico Clínico Os animais apresentam emagrecimento progressivo, anorexia, exoftalmia, paralisia progressiva dos membros posteriores e formações tumorais nos linfonodos superficiais. À necropsia são encontradas formações tumorais em tecidos linfóides, no átrio direito do coração, na parede do abomaso e útero, linfonodos aumentados com tecido neoplásico firme e branco, muitas vezes circundando um foco necrótico translúcido e amarelado (Lucas, 1992). Ocasionalmente, os rins e ureteres são afetados (Sparling, 2000). Prevenção e controle O controle da doença é difícil devido à sua grande disseminação, principalmente, nos rebanhos leiteiros, por evoluir lentamente apresentando grande número de animais assintomáticos, devido à inexistência de um programa de controle oficial e por não ter-se quantificado a sua importância econômica. Manutenção de rebanhos livres Se o rebanho é livre da doença, deve-se evitar a introdução de animais infectados. Se houver introdução de bovinos provenientes de rebanho soronegativo, deve-se manter os animais separados do restante do rebanho por 30 dias e testá-los antes da entrada e ao final do período de isolamento. Se forem provenientes de rebanho soropositivo, mantê-los isolados por três meses e em seguida testá-los. O veterinário não deve utilizar instrumental cirúrgico ou agulhas que foram utilizados em outro rebanho. Manter os animais a pelo menos 150 metros de distância de rebanhos infectados (Johnson e Kaneene, 1992). Rebanhos infectados Devem ser implantados dois tipos de medidas: a) Medidas profiláticas para limitar a disseminação do vírus no rebanho: • injeções, agulhas e instrumentos: usar agulhas descartáveis para evitar a infecção dos animais negativos. Os instrumentos devem ser desinfetados quando do procedimento em animais diferentes; • utilizar uma luva por palpação retal; • instituir programa de controle de mosquitos hematófagos; • colostro: permitir que o bezerro mame o colostro de vaca soropositiva. b) Controle para erradicação: • eliminação dos animais positivos através da sorologia em todo o rebanho nos animais com mais de sete meses com intervalo de três a seis meses, e isolamento e sacrifício dos animais soropositivos. O rebanho é considerado negativo quando todos os animais forem sorologicamente negativos, em duas sorologias, com intervalo de seis meses. Esse esquema não é viável em rebanhos altamente infectados, o que representa a realidade para a maioria das fazendas leiteiras no Brasil. • segregação de animais infectados A criação de rebanho não infectado, a partir de outro infectado tem dado certo, segregando os bezerros saudáveis do resto do rebanho. A dificuldade é com relação ao manejo, pois os animais infectados, com já dito anteriormente, devem ficar a pelo menos 150 metros de distância dos não infectados. O rebanho negativo deve ser testado a cada três meses e os bezerros após os seis meses de idade. Pode-se permitir que bezerros de vacas soropositivas mamem o colostro mas é necessário testá-los aos sete meses de idade (Toma et al., 1990). Tratamento e vacinação Até o momento não existem tratamentos ou vacinas eficientes disponíveis. Doença de Aujeszky A doença de Aujeszky é uma enfermidade infecto-contagiosa caracterizada por sintomas neurológicos agudos em bovinos. Apesar de mais comum nos suínos (os principais transmissores do vírus para outras espécies), quando acomete bovinos, é altamente letal. Foi descoberta em 1813 em um surto nos Estados Unidos. Devido os sinais clínicos da enfermidade serem semelhantes aos da raiva bovina, foi denominada pseudoraiva em 1849 na suíça, quando acometeu um rebanho bovino. Etiologia O vírus da doença de Aujeszky (VDA) é também denominado SHV-1. Pertence à família dos herpesvírus, sub-família Alphaherpesvirinae (mesmo grupo dos agentes causadores da meningoencefalite por herpesvírus e da rinotraqueíte bovina). É pouco resistente a solventes orgânicos (ex. clorofórmio, desinfetantes, éter) e bastante frágil a mudanças súbitas de temperatura. Epidemiologia As principais vias de eliminação do VDA são os corrimentos nasais e a saliva, porém também pode ser transmitido pelo sêmen. A via de transmissão mais comum entre os bovinos é pelo contato direto da pele do animal com as secreções de um indivíduo doente. Há evidências de transmissão por via aérea através de aerossóis (Christensen e colaboradores, 1990). A doença já foi registrada nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste brasileiro. Nos estados sulinos, o Rio Grande do Sul representa uma exceção. Até 2003, foi considerado livre da enfermidade, tendo sido registrado apenas um único foco isolado em 1954 (Groff e colaboradores, 2005). Sinais clínicos A infecção pelo VDA (seja por inalação de aerossóis ou contato direto) leva a um prurido intenso que progride rapidamente para encefalopatia. A incubação é comumente pequena (cerca de um dia). Os animais raramente sobrevivem ao segundo dia clínico. O sinal clínico mais característico é o prurido intenso que pode levar a auto-mutilação (Figura 1). Outros achados são ataxia, tremores e sintomas semelhantes à raiva (convulsão, febre, anorexia, andar em círculos, morte). A necropsia não revela alterações específicas a não ser pela mutilação em reação ao prurido. As alterações microscópicas aparecem no bulbo, medula, córtex telencefálico e mesencéfalo, ocorrendo inflamação necrosante multifocal e necrose isquêmica de neurônios (Barros e colaboradores 2006). Diagnóstico O diagnóstico laboratorial consiste em isolamento viral a partir de amostras do encéfalo do animal acometido. Envia-se a amostra refrigerada para o laboratório, sendo pouco aconselhado o congelamento, a não ser no uso de gelo seco. Testes sorológicos como ELISA e neutralização viral também são utilizados. O diagnóstico através da PCR, que permite a detecção do DNA viral, é uma técnica mais recente e de uso em alguns laboratórios brasileiros. Controle Preconiza-se a separação de suínos e bovinos para se evitar a infecção pelo VDA, pois a transmissão ocorre principalmente dos primeiros para os segundos. As carcaças dos animais infectados devem ser incineradas ou enterradas profundamente.Não existe vacina para o combate da doença em bovinos, apenas em suínos. Nesta espécie, a vacinação é controlada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, só sendo permitida em focos. Peste suína clássica (PSC) Peste Suína Clássica (PSC) é uma doença altamente infecciosa, tem elevada taxa de contaminação e frequentemente é fatal aos suínos. Conhecida também como febre suína ou cólera suína, ela afeta suínos domésticos e selvagens. A enfermidade é causada por um vírus RNA envelopado e pertence à família Flaviviridae. A PSC foi identificada pela primeira vez no século XIX, mas sua característica viral foi estabelecida apenas no início do século seguinte. Neste conteúdo, separamos tudo o que você precisa saber sobre a doença, desde as formas de contaminação até prevenção e tratamento. Confira! Como acontece a contaminação da PSC? A contaminação da Peste Suína Clássica normalmente acontece pela via oronasal. Fatores como a elevada densidade populacional, assim como a presença de porcos silvestres favorecem a propagação da doença. Isso acontece porque eles são reservatórios do vírus. Além disso, o período de incubação tem variação de 7 a 10 dias — em casos de infecção experimental, o prazo é menor. O vírus ataca células como: endoteliais; linforreticulares; macrófagos; epiteliais específicas. Também é importante citar que nos casos de infecção pré-natal, o vírus afeta a diferenciação dos órgãos e leva a uma série de malformações, a exemplo de aborto, natimortos e mumificação fetal. Já em casos em que a infecção é pós-natal, os efeitos aparecem em danos sofridos pelas células endoteliais e trombose. Como identificar a Peste Suína Clássica? depressão; febre alta (41ºC); amontoamento; conjuntivite; leucopenia severa; hemorragia e necrose das tonsilas; eritemas; hemorragia; cianose em animais de pele branca. Diagnóstico da PSC O diagnóstico para a Peste Suína Clássica é feito com o isolamento do vírus em cultivo celular. Para isso, é utilizado o sangue, ou suspensão de órgãos do sistema linfóide. A identificação desse vírus, que não é citopatogênico, é feita por meio do cultivo celular. São utilizados anticorpos específicos para tal. No entanto, essa é uma técnica lenta — podendo demorar até 7 dias para se chegar a uma resposta, após o envio das amostras ao laboratório. Outras opções para o diagnóstico da PSC para detecção dos antígenos virais, são a a técnica de imunofluorescência, o teste de E.L.I.S.A ou a técnica de RT-PCR. De toda forma, a prevenção é a melhor abordagem para a Peste Suína Clássica, como veremos a seguir. Prevenção da PSC Para evitar a introdução da PSC em áreas livres, é primordial cuidar do bem-estar animal e seguir alguns cuidados essenciais. São eles: o cercamento de toda a granja com tela de no mínimo 1,5 metro de altura; a troca de roupa e calçados de todos aqueles que entram na granja. a proibição ao acesso de veículos de transporte de ração e suínos. Como é feito o controle da PSC? O controle da peste suína clássica é feito com o uso de vacinas atenuadas, baseadas na amostra chinesa do vírus. Elas são seguras para fêmeas gestantes. Seu funcionamento acontece a partir dos altos títulos de anticorpos neutralizantes. Quando a vacinação em determinada área é inexistente, é possível utilizar procedimentos diversos para controlar os surtos. Alguns exemplos são: eliminar suínos de rebanhos infectados; investir causas epidemiológicas, clínicas e virológicas; limitar a movimentação dos suínos vivos, da carne suína e de possíveis vetores. Existe tratamento para a Peste Suína Clássica? Não existe tratamento específico para a PSC. Uma das alternativas que auxilia no combate à peste é garantir que os suínos tenham uma alimentação adequada. A suplementação com compostos vitamínicos específicos e ácidos orgânicos é indicada. Essa solução contribui para o aumento da imunidade do animal e reduz os riscos de uma possível contaminação. Roedores: biologia, controle e prevenção. Os roedores são uma das pragas urbanas mais temidas pela população em geral. Não é raro encontrar pessoas que se desesperam ao entrar em contato com um deles. A sensação de pânico que eles causam é bastante conhecida. Instintivamente, demonstramos pavor àquilo que pode ameaçar nossa integridade física, como os ratos ameaçavam na época das cavernas. Principais características Os ratos apresentam hábitos noturnos. É possível, embora raro, vê-los durante o dia, quando sua população aumenta tanto que a concorrência por comida faz com que mudem seus hábitos para evitar a competição entre eles. Podem sair durante o dia também quando estão feridos ou quando suas tocas são invadidas pelas enchentes. Vivem em sociedade, com indivíduos dominantes (machos e fêmeas mais fortes) e os dominados. Os machos dominantes escolhem os melhores locais do ambiente da colônia e se alimentam quando querem. Principais espécies Existem mais de 1.700 espécies descritas pelo mundo, e cerca de 130 são classificadas como pragas. No Brasil consideramos 3 espécies principais: Ratazana ou rato de esgoto (Rattus norvegicus) É a maior das espécies, sendo forte e agressiva. Possui hábitos noturnos, habita normalmente as redes públicas de esgoto ou outras galerias subterrâneas e lixões das cidades. Raramente habitam o interior de residências, onde só entram para obter alimentos. Tem hábitos noturnos, sendo o raio de ação para busca de alimento é de aproximadamente 50 m em relação ao abrigo. São normalmente desconfiados. Comem de tudo; por isso são chamados onívoros. Rato de forro ou rato de telhado (Rattus rattus) É forte e ágil, preferindo buscar segurança e proteção nas estruturas superiores do imóvel (forros, beirais, telhado, ocos de árvores que estejam próximos da copa, etc). Apresentam hábitos noturnos, descendo ao solo apenas para buscar alimento ou água. Seu raio de ação para busca de alimento é de aproximadamente 60 m em relação ao abrigo. Assim como as ratazanas, são geralmente desconfiados. Sua dieta é baseada em legumes, frutas, cereais e insetos. Camundongo ou catita (Mus musculus) Dentre as 3 espécies, é a menor. Geralmente é um animal com alto metabolismo, sendo agitado e constrói seus ninhos no interior das residências, como móveis, gabinetes, gavetas, armários, caixas sem uso constante, etc. São geralmente curiosos, e seu raio de ação para busca de alimento é de aproximadamente 3 a 5 m em relação ao abrigo. Podem visitar de 20 a 30 locais por noite em busca de alimento. Sua dieta é baseada em grãos e cereais. Como verificar a presença de roedores Existem alguns sinais que denunciam a presença de roedores em um imóvel: a)Sons: É possível escutar à noite barulhos de corridas rápidas, ou de roeduras, nos forros de gesso ou madeira ou também em locais mais tranqüilos do imóvel. b)Fezes: As fezes dos camundongos têm aproximadamente 0,5 cm de comprimento e são afiladas nas pontas. As fezes de ratos de telhado têm o mesmo aspecto, porém com o comprimento maior (aproximadamente 1 cm). No caso das ratazanas, as fezes têm o comprimento de aproximadamente 1,5 cm e não tem as pontas afiladas. c)Urina: Quando exposta à luz ultravioleta, a urina dos ratos emite fluorescência, mesmo depois de seca. d)Trilhas: As trilhas usadas como comunicação das tocas ao alimento, quando feitas em um jardim, são facilmente reconhecidas, pois a vegetação se torna rala ou inexistente nesses locais. e)Marcas de gordura: Quando os ratos caminham por um local, geralmente o fazem roçando seus corpos nas paredes enquanto se deslocam. Utilizando-se do mesmo caminho, as paredes ficam marcadas com a gordura dos pelos do corpo. f)Roeduras: Marcas de dentes embaixo das portas, em portas de armários, portas de gabinetes, denunciam a presença dos roedores. g)Excitação de cães a gatos: Esses animaistêm um olfato muito apurado e ficam especialmente agitados quando percebem a invasão do seu ambiente por roedores. h)Ninhos: Muitas vezes são feitos com papéis, pedaços de tecidos, com a presença de grande quantidade de pelos, amontoados em um ponto do imóvel pouco utilizado. Formas de tratamento Para realizar um controle da população de roedores em um local, é necessário antes de mais nada identificar qual ou quais espécies estão convivendo no imóvel. Essa informação é de fundamental importância, pois será a partir dela que serão discutidas as estratégias de controle, baseados nos hábitos comportamentais da espécie em questão. Sempre é bom lembrar que o controle total da população de roedores é extremamente difícil de ser realizado, pois a dinâmica de uma população apresenta uma série de variáveis difíceis de serem controladas ao mesmo tempo. Além disso, o aporte de alimentos, água e abrigos que o homem fornece aos roedores é vastíssimo, tornando delicada a operação. Mas existem abordagens de tratamento que, juntamente com o apoio do cliente no cumprimento de medidas preventivas para evitar a entrada de roedores no imóvel, podem efetivamente reduzir a população no local ou nos arredores. Podem ser realizadas a instalação de iscas raticidas em pontos estratégicos, baseado no comportamento de procura de fontes alimentares dos roedores, uso de raticidas em pó de contato no interior das tocas, para que os ratos, incomodados com o pó impregnado em seus pelos, façam o uso da limpeza habitual lambendo-se a absorvendo o raticida. Ou também podem ser usadas placas de cola estrategicamente instaladas, para a captura de camundongos ou ratos maiores, em locais onde não é permitida a instalação de raticidas, como por exemplo áreas de produção em uma indústria. Medidas preventivas Para evitar a invasão de roedores em um imóvel, algumas medidas devem ser tomadas, como: Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de preparo de alimentos. Recolher os restos alimentares em sacos plásticos adequados, que serão posteriormente recolhidos pelo serviço de coleta urbana. Manter armários e depósitos livres de objetos em desuso. Buracos e vãos entre telhas devem ser vedados Manter os terrenos baldios limpos e murados Manter limpas as instalações de animais domésticos Evitar frestas embaixo de portas e janelas. Salmonelose Salmonella (Salmonellose) é uma bactéria da família das Enterobacteriaceae que causa intoxicação alimentar e em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte. A Salmonella é uma bactéria que possui duas espécies causadoras de doenças em humanos: S. enterica e S. bongori. A Salmonella enterica, de maior relevância para a saúde pública, é composta por seis subespécies (S. enterica subsp. entérica, S. enterica subsp. salamae, S. enterica subsp. arizonae, S. enterica subsp. diarizonae, S. enterica subsp houtenae, S. enterica subsp. indica). transmissão Se dá com a ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais a bactéria é encontrada normalmente em animais como galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo em animais domésticos, como cachorros e gatos. Dessa forma, qualquer alimento que venha desses animais ou que tenha entrado em contato com suas fezes podem ser consideradas vias de transmissão da Salmonella (Salmonellose). A Salmonella pode causar dois tipos de doença, dependendo do sorotipo: salmonelose não tifóide e febre tifoide. Os sintomas da salmonelose não tifóide podem ser bastante desagradáveis, mas a doença geralmente é autolimitada entre pessoas saudáveis (embora possa levar à morte em alguns casos). A febre tifoide é mais grave e tem uma taxa de mortalidade maior que a salmonelose não tifoide. A maioria dos casos de salmonelose não tifoide apresenta sintomas típicos de uma Doenças Transmitidas por Alimentos.(DTA), como vômito, dores abdominais, febre e diarreia, que geralmente duram alguns dias e diminuem em uma semana. Quais são os sintomas da infecção por Salmonella Diarreia. Vômitos. Febre moderada. Dor abdominal. Mal estar geral. Cansaço. Perda de apetite. Calafrios. Como prevenir a infecção por Salmonella A Salmonella pode ser prevenida por meio da adoção de medidas de controle em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção agrícola até o processamento, fabricação e preparação de alimentos, tanto em estabelecimentos comerciais quanto nas residências. Em casa, as medidas preventivas para Salmonella são semelhantes àquelas usadas contra outras doenças transmitidas por alimentos. O contato entre bebês ou crianças pequenas com animais de estimação que podem estar transportando Salmonella (como gatos, cães e tartarugas) precisa de supervisão cuidadosa. Algumas condutas simples podem evitar a contaminação, que incluem o manuseio correto de alimentos: Lave sempre as mãos, antes, durante e depois de manipular ou consumir alimentos. Lave bem os alimentos antes de consumir, especialmente frutas e verduras. A carne deve ser bem cozida ou assada. Os ovos devem ser bem cozidos. Evite consumir alimentos em lanchonetes e restaurantes que apresentam condições precárias de higiene e conservação. Leptospirose Leptospirose é uma infecção aguda, potencialmente grave, causada por uma bactéria do gênero Leptospira, que é transmitida por animais de diferentes espécies (roedores, suínos, caninos, bovinos) para os seres humanos. Esse micro-organismo pode sobreviver indefinidamente nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum sintoma e, no meio ambiente, por até seis meses depois de ter sido excretado pela urina. O contágio se dá pelo contato direto com a urina dos animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela Leptospira, que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com pequenos ferimentos, e dissemina-se na corrente sanguínea. No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e camundongos) são os principais transmissores da doença e o número de casos aumenta na estação das chuvas, por causa das enchentes e inundações. Infelizmente, o risco não desaparece depois que o nível das águas baixa, pois a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos durante bastante tempo. SINTOMAS A doença pode ser assintomática. Quando se instalam, os sintomas são febre alta que começa de repente, mal-estar, dor muscular (mialgias) especialmente na panturrilha, de cabeça e no tórax, olhos vermelhos (hiperemia conjuntival), tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo), meningite. Em geral, a leptospirose é autolimitada, costuma evoluir bem e os sintomas regridem depois de três ou quatro dias. Entretanto, essa melhora pode ser transitória. Icterícia, hemorragias, complicações renais, torpor e coma são sinais da forma grave da doença, também conhecida como doença de Weil. DIAGNÓSTICO Na fase inicial, a leptospirose pode ser confundida com outras doenças (dengue, gripe, malária, hepatite), porque os sintomas são parecidos. Por isso, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial por meio de exames sorológicos ou pelo isolamento da bactéria em cultura, no sangue ou no líquor. VACINA E TRATAMENTO Quanto antes for instituído o tratamento da leptospirose, maior será a chance de evitar a evolução para quadros mais graves da doença, que sempre requerem internação hospitalar. A conduta inclui cuidados com a hidratação, uso de antibióticos, entre eles a penicilina, e de medicamentos para aliviar os sintomas. No entanto, devem ser evitados aqueles que contêm ácido acetilsalicílico, porque aumentam o risco de sangramentos. A vacina só está disponível para ser aplicada em animais. Mesmo assim, embora evite que fiquem doentes, não impede que sejam infectados pela Leptospira nem que transmitam a bactéria pela urina. RECOMENDAÇÕESObserve as medidas básicas de higiene. Embale bem o lixo, ferva a água ou coloque algumas gotas de hipoclorito de sódio ou de água sanitária antes de beber ou cozinhar; Lave bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas; Vacine seu animal e mantenha rigorosamente limpas as vasilhas em que são servidos alimentos e água; Não deixe as caixas d’água destampadas; Use luvas e botas de borracha se trabalhar em ambientes que possam ser reservatórios da Leptospira; Não se automedique, se suspeitar de infecção pela bactéria da leptospirose. Mastite Mastite bovina ou mamite é a inflamação da glândula mamária, sendo esta uma das principais doenças em rebanhos leiteiros. Pode ser causada por microrganismos (bactérias, fungos, algas e vírus), agentes químicos irritantes e traumas físicos. Mastite bovina clínica: quando há ocorrência de sintomas inflamatórios no úbere e tetos, com alterações no leite (grumos, pus). O úbere pode parecer inflamado (dolorido e quente), com aumento de tamanho e avermelhado. Mastite bovina subclínica: não há ocorrência de sintomas inflamatórios ou alterações visíveis no leite. Contudo, ocorre queda na produção e aumento de células somáticas. Como diagnosticar a mastite no rebanho? Contagiosos: principais fontes de infecção para o rebanho são o úbere e/ou canal do teto infectado ou lesões nos tetos infectados, de forma que a disseminação ocorre de um quarto infectado para o outro, de uma vaca para outra, durante a ordenha. Ambientais: são disseminados no solo, esterco, utensílios, água. Esses patógenos encontram condições adequadas no interior do úbere e provocam severos casos de mastite. Testes para detectar a mastite Teste da caneca de fundo preto; Califórnia Mastite Teste (CMT); e Contagem de células somáticas (CCS). Como prevenir a contaminação de mais vacas? linha de ordenha: Vacas primíparas que nunca tiveram mastite; Vacas multíparas que nunca tiveram mastite; Vacas que já apresentaram mastite e foram curadas; Vacas com mastite subclínica; E sempre por último, vacas com mastite clínica. Essas vacas devem ser ordenhadas em latão separado e o leite descartado. Pós-dipping: O pós-dipping (desinfecção dos tetos após a ordenha) é um método de prevenção que deve fazer parte da rotina de ordenha, pois previne a entrada de microrganismos no úbere. Os produtos pós-dipping agem “fechando” temporariamente o esfíncter (abertura) do teto, que após a ordenha fica “aberto” por cerca de 1h30min. Tratamentos para mastite bovina: A mastite clínica deve ser sempre tratada, enquanto a mastite subclínica pode aguardar o período seco para o tratamento. Antes do início do tratamento da mastite, deve ser realizado o teste de cultivo, isolamento e antibiograma para identificar qual o agente envolvido. Dessa forma, obtêm-se resultados melhores, redução de custos com tratamentos pouco eficientes e o problema é controlado mais rápido. A utilização de antimicrobianos/ antibióticos deve ser feita corretamente, de acordo com a recomendação profissional. Busque sempre a assessoria de um profissional qualificado. Brucelose Brucelose é causada por Brucella spp. que são bactérias Gram- negativas. Os sintomas iniciam-se como uma doença febril aguda, com pouco ou nenhum sinal localizado, e pode progridir para uma fase crônica caracterizada por recaídas de febre, fraqueza, sudorese e dores vagas. O diagnóstico é feito por cultura, geralmente do sangue. Ótimo tratamento geralmente requer o uso de 2 antibióticos — doxiciclina ou SMX-TMP mais gentamicina, estreptomicina ou rifampicina. A brucelose é adquirida por: Contato direto com secreções e excreções de animais infectados Ingestão de carne mal cozida, leite cru ou produtos lácteos contendo microrganismos viáveis Inalação de material infeccioso aerossolizado Raramente, transmissão de uma pessoa para outra Sinais e sintomas O período de incubação para brucelose varia de 5 dias a vários meses, com uma média de 2 semanas. O início pode ser súbito, com calafrios e febre, cefaleia intensa, dores articulares e lombares, mal-estar e, às vezes, diarreia. Ou o início pode ser insidioso, com mal-estar prodrômico leve, mialgia, cefaleia e dor na nuca seguida de aumento da temperatura à noite. Com a progressão da doença, a temperatura aumenta para 40 a 41°C, cedendo gradualmente ao normal ou próximo do normal, com sudorese profusa pela manhã. Tipicamente, a febre intermitente persiste por 1 a 5 semanas, seguida por 2 a 14 dias de remissão quando os sintomas diminuem acentuadamente ou ficam ausentes. Em alguns pacientes, a febre pode ser transitória. Em outros, a fase febril recorre uma vez ou repetidamente em ondas (ondulações) e remissões ao longo de meses ou anos e pode se manifestar como FOD. Após a fase febril inicial, podem ocorrer anorexia, perda ponderal, dor abdominal e nas articulações, cefaleia, dor nas costas, fraqueza, irritabilidade, insônia, depressão e instabilidade emocional. A constipação intestinal geralmente é acentuada. Há surgimento de esplenomegalia e os linfonodos podem se apresentar leve ou moderadamente aumentados. Até 50% dos pacientes apresentam hepatomegalia. Prevenção A pasteurização do leite previne a brucelose. Queijo preparado com leite não pasteurizado produzido há < 3 meses pode estar contaminado. Pessoas que controlam animais ou carcaças possivelmente infectados devem usar óculos de proteção e luvas de borracha, protegendo a pele lesionada contra a exposição. Programas para detectar a infecção em animais, eliminar animais infectados e vacinar gado e suínos soronegativos jovens são exigidos nos EUA e em vários outros países. Não existe vacina humana; o uso de vacina de animais (uma preparação viva atenuada) em seres humanos pode causar infecção. A imunidade após a infecção humana é de pouca duração, aproximadamente 2 anos. Profilaxia pós-exposição com antibióticos é recomendada para pacientes de alto risco (p. ex., aqueles com exposição desprotegida a animais infectados ou amostras de laboratório ou que receberam vacina animal). Esquemas são com doxiciclina, 100 mg VO 2 vezes/dia mais rifampicina 600 mg VO 1 vez/dia por 3 semanas; não se usa rifampicina para exposição à vacina contra B. abortus (cepa RB51), que é resistente à rifampicina. Tuberculose A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico. No Brasil, a doença é um sério problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. A epidemia do HIV e a presença de bacilos resistentes tornam o cenário ainda mais complexo. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Quais são os sintomas da tuberculose? O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: Febre vespertina Sudorese noturna Emagrecimento Cansaço/fadiga Como a tuberculose é transmitida? A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos.Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.Bacilosque se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença. Como é feito o tratamento da tuberculose? O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO). São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Como prevenir a tuberculose? Vacinação com BCG A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e maternidades. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias. Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis O tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) é uma importante estratégia de prevenção para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), comorbidades associadas ou uso de alguns medicamentos. Para isso, é importante que a equipe de saúde realize a avaliação dos contatos de pessoas com tuberculose e ofereça o exame para diagnóstico da ILTB aos demais grupos populacionais, mediante critérios para indicação do tratamento preventivo. Controle de infecção O emprego de medidas de controle de infecção também faz parte das ações de prevenção da doença, tais como: manter ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar; proteger a boca com o antebraço ou com um lenço ao tossir e espirrar (higiene da tosse); e evitar aglomerações. Clostridiose Em conjunto com a raiva e as intoxicações por plantas, as Clostridioses são o grupo de doenças que mais matam bovinos no Brasil. Anualmente as perdas chegam a mais de 400 mil animais, com prejuízos diretos em torno de 1,1 bilhão de reais. Impossíveis de serem erradicadas, exigem sobretudo o seu reconhecimento e a adoção de medidas preventivas, incluindo a vacinação específica. Para se ter uma idéia do reconhecimento do problema por parte dos produtores é só verificar a comercialização de vacinas, que totalizam mais de 150 milhões de doses por ano. Vale ressaltar que a vacinação contra as diferentes Clostridioses é voluntária e não faz parte de nenhum programa oficial de controle, uma vez que tratam-se de doenças que não interferem na pauta de exportações. O termo Clostridioses refere-se a diversas enfermidades causadas pela bactéria chamada Clostridium (pequeno fuso em latim) ou ainda por suas toxinas. Estes microrganismos são encontrados naturalmente no solo e água e apresentam uma forma de resistência chamada esporo, quando as condições não são ideais para a sua multiplicação. Na forma esporulada podem persistir viáveis no solo por dezenas de anos, causando danos aos animais em diversas situações. As Clostridioses mais comuns em bovinos no Brasil são a Manqueira ou Carbúnculo Sintomático, o Botulismo, as Gangrenas gasosas e o Tétano. Em condições muito especiais a Enterotoxemia pode acometer animais jovens. Reconhecer qual ou quais Clostridioses ocorrem na propriedade é o primeiro passo para controlar efetivamente o problema. Nesta etapa pode ser imprescindível a participação do veterinário, incluindo eventualmente a colheita e remessa de material para um diagnóstico preciso em laboratórios especializados. A escolha de uma vacina de boa qualidade é um passo essencial no controle deste grupo de enfermidades. Nesta etapa, o preço não deve ser o único critério; deve-se buscar sobretudo vacinas com eficácia comprovada no campo. No mercado existem desde vacinas específicas, como por exemplo contra o Botulismo, o Tétano e a Manqueira, ou ainda as polivalentes contra diversas Clostridioses. Na dependência de cada Clostridiose são ainda necessárias medidas complementares que incluem a eliminação de cadáveres, suplementação mineral correta , cuidados com ferimentos ou ainda evitar mudanças bruscas na alimentação dos animais. Atualmente existe muita controvérsia a respeito das Clostridioses. O termo foi amplamente divulgado como causa de mortalidade bovina, causando distorções que afetam diretamente o setor produtivo. O primeiro passo para o produtor é saber qual Clostridiose está causando problema no seu rebanho ou região. A segunda etapa é estabelecer um programa de vacinação e adoção de medidas complementares. A eliminação correta de carcaças da pastagem e a suplementação mineral são medidas importantes em qualquer situação, devendo ser práticas rotineiras na propriedade. Como é feito o controle da PSC? Existe tratamento para a Peste Suína Clássica? Como a tuberculose é transmitida?
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