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Trabalha de profilaxia

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Trabalha de profilaxia 
 
Febre aftosa 
A febre aftosa é uma das doenças animais mais contagiosas, e causa 
grandes perdas econômicas aos pecuaristas. Trata-se de uma 
enfermidade infecciosa aguda que causa febre, seguida pelo 
aparecimento de vesículas (aftas), principalmente na boca e nos pés de 
animais de casco fendido, como bovinos, ovinos, caprinos, porcos e 
todos ruminantes selvagens. 
O contágio pode acontecer por contato direto com animais infectados ou 
através de pessoas e bichos que tenham se tornado vetores móveis 
após contato com os contaminados. Em casos muito raros, a 
transmissão acontece pelo ar. Veículos e equipamentos também podem 
carregar a doença. 
Os animais contaminados podem transmitir a doença durante o período 
de incubação e manifestação da aftosa. O ar expirado, saliva, fezes, 
urina, leite e sêmen de animais doentes provocam contaminação até 
quatro dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. 
 
 De onde vem à febre aftosa? 
A febre aftosa espalhou-se pelo mundo a partir do gado europeu, 
chegando à América do Sul por volta de 1850. Os primeiros registros da 
doença no Brasil foram feitos em 1870, no Sul. 
Em 1988, preocupado com os prejuízos econômicos provocados pela 
doença, o governo brasileiro colocou em prática o Plano Nacional de 
Sanidade Animal, no qual a aftosa aparecia como prioridade. 
 
 Sintomas 
Nos primeiros dias antes da manifestação das feridas os animais 
apresentam falta de apetite, calafrios, febre e redução da produtividade 
de leite. Após a manifestação das aftas o animal não consegue se 
alimentar ou caminhar, ficando prostrado e fraco. 
 
 Diagnóstico 
O diagnóstico é feito clinicamente, após a observação das feridas, e a 
confirmação se dá após análise laboratorial de tecido coletado na 
mucosa (de dentro da boca). 
 
 Resistência 
O vírus é resistente ao congelamento e só é fica inativo em 
temperaturas superiores a 50ºC. Sobrevive nos gânglios linfáticos dos 
animais e na medula óssea, onde há pH neutro (nível de acidez), mas 
morre nos músculos onde o ph é inferior a 6. Pode sobreviver em 
forragens contaminadas e no meio ambiente por até um mês se houver 
condições favoráveis de temperatura e pH. 
 
 Permanência do vírus 
Carne e produtos derivados com pH acima de 6 também conservam o 
vírus. Bovinos vacinados expostos à doença ou infectados e não 
abatidos conservam o vírus por 30 meses ou mais (búfalos); nos ovinos 
o período de conservação é de nove meses. O período de incubação em 
animais vivos e não vacinados é de 2 a 14 dias, após os quais começam 
a aparecer sintomas como vesículas e aftas nas mucosas e língua, 
feridas no úbere e nos cascos. 
 
 Prevenção 
Proteção de zonas livres mediante controle e vigilância dos 
deslocamentos de animais nas fronteiras; 
Sacrifício de animais infectados, recuperados e de animais suscetíveis 
que entraram em contato com indivíduos doentes; 
Desinfecção dos locais e de todo material infectado (artefatos, veículos, 
roupas); 
Destruição dos cadáveres e produtos animais suscetíveis na zona 
infectadas; 
Medidas de quarentena; 
Vacina com vírus inativado (a imunidade é conferida seis meses após as 
primeiras vacinações). 
Risco para o homem 
A aftosa não representa risco para a saúde humana. A doença não é 
transmitida pelo consumo de carne, leite e derivados de animais 
infectados. Alguns casos raros de feridas nas mãos e outros sintomas 
leves foram relatados em seres humanos que lidavam de forma muito 
próxima com animais infectados. 
 
IBR (HERPESVÍRUS BOVINO) 
A IBR/IPV é uma enfermidade infecciosa de origem viral, causada pelo 
herpesvírus bovino tipo (BoHV-1), e caracteriza-se pela manifestação 
de rinotraqueíte, vulvovaginite pustular, balanopostite, conjuntivite, 
abortamento e infecção generalizada em neonatos. 
Todo animal portador latente é potencial fonte de infecção, pois, quando 
este tem uma baixa de resistência, o vírus começa a multiplicar-se e 
será eliminado pelas secreções, favorecendo a disseminação da 
doença. Reativações virais ocorrem, sem necessariamente o 
agravamento da doença. Fatores estressores, como mudanças na dieta, 
desnutrição, transporte, parto, desmame, superlotação, tratamento 
prolongado com corticosteróide, condições atmosféricas adversas e 
infecções intercorrentes predispõem a primoinfecção pelo BoHV-1 e a 
reativação viral. 
A transmissão do vírus pode ocorrer por diferentes formas: via 
respiratória (tosse, espirro, saliva, secreções brônquicas, oculares e da 
faringe, todas elas servem de veículo para eliminar o vírus e por contato 
direto permitem a transmissão entre os animais), via genital 
(principalmente durante a cópula) e vertical (da vaca prenhe para seu 
concepto intraútero, em qualquer estádio da gestação). 
 Clínica 
Na fase aguda da infecção, o BoHV-1 pode provocar algumas 
manifestações clínicas. Os sinais aparecem após um período de 
incubação de dois a quatro dias. O vírus está altamente adaptado aos 
bovinos, por isso a maioria das infecções é inaparente ou moderada. 
Contudo, em animais jovens ou imunodeprimidos a infecção pode ser 
fatal. 
O nome da doença indica o sinal clínico mais característico, que é a 
rinotraqueíte. Os animais podem apresentar sialorreia (produção 
excessiva de saliva), hipertermia, inapetência, apatia, redução na 
produção de leite, exsudatos nasal e ocular inicialmente seroso, 
podendo tornar-se mucopurulento em poucos dias. Sinais menos 
comuns incluem severa hiperemia (congestão sanguínea), com áreas de 
necrose focal na mucosa nasal, que pode transformar-se em pústulas e 
úlceras. O curso da doença em casos não graves pode durar de cinco a 
dez dias. Contudo, se ocorrer complicação secundária bacteriana, a 
interação entre o vírus e a bactéria pode resultar em severa pneumonia. 
Frequentemente estão presentes conjuntivites uni ou bilateral, secreção 
lacrimal, fotofobia e opacidade da córnea. 
Fêmeas sexualmente ativas podem apresentar vulvovaginite, pois o 
trauma físico da cópula pode desencadear a doença, apresentando 
sinais como corrimento vaginal (exsudato mucopurulento), crostas na 
face interna da cauda, na região perineal, micção frequente e 
manutenção da cauda permanentemente elevada devido à dor. A 
mucosa vaginal se torna hiperêmica e edemaciada e surgem pequenas 
pápulas avermelhadas, evoluindo para pústulas e lesões necróticas de 
aspecto focal. Os animais geralmente se recuperam naturalmente dentro 
de duas semanas. Contudo, infecções bacterianas secundárias podem 
resultar em metrite (inflamação uterina), infertilidade temporária e 
secreção vaginal purulenta, que persistem por várias semanas. Os 
touros infectados apresentam, no pênis e mucosa prepucial, lesões 
similares às descritas para fêmeas. A reativação ocorre geralmente sem 
sinais clínicos da doença e pode haver eliminação de partículas virais 
infecciosas no sêmen, com risco de infectarem fêmeas, e essas 
desenvolverem endometrite e vulvovaginite, após inseminação artificial. 
O BoHV-1 não interfere na qualidade do ejaculado, uma vez que não 
age sobre os espermatozóides. 
 Diagnóstico 
O diagnóstico clínico provável pode ser realizado pelos sinais clínicos, 
patológicos e epidemiológicos, mas na maioria das infecções do 
aparelho respiratório e reprodutivo o diagnóstico etiológico conclusivo 
somente pode ser realizado por meio de técnicas laboratoriais que 
possibilitem a identificação do vírus ou de seus componentes, como 
proteínas e ácido nucléico. Estas podem ser realizadas por meio de 
isolamento do agente ou PCR (que amplifica sequências específicas do 
ácido nucléico), a partir de amostras de mucos nasais, vaginais, 
prepuciais e secreção conjuntival, sêmen, lavado uterino e de órgãos 
colhidos na necropsia (pulmão, fígado, baço, cérebro, linfonodo, 
placenta). Devido à instabilidade do vírus, os suabes (chumaço de 
algodão fixado à extremidade de uma haste utilizada para colher 
material para exames) das secreções devem ser enviados aos 
laboratórios imersosem meio de transporte próprio, fornecido pelos 
laboratórios de diagnóstico, e mantidos sob refrigeração. 
A detecção do vírus pode ser realizada por isolamento viral em cultura 
de células, onde se observa o efeito citopático que a agressão do vírus, 
presente nas amostras suspeitas, produziu nas células. Como ele 
destrói as células, elas se juntam, formando um arcabouço com vários 
núcleos, daí serem chamadas de células multinucleadas. 
Para pesquisar anticorpos específicos contra o BoHV-1, utiliza-se soro 
sanguíneo, que será submetido às técnicas de vírus-neutralização ou 
ensaio imunoenzimático (ELISA). A pesquisa de anticorpos tem sido 
utilizada para demonstrar ausência de infecção, determinar a 
prevalência em estudos soroepidemiológicos, avaliar a resposta humoral 
após vacinação e, como desafio, estabelecer programas de erradicação 
e vigilância. Porém, apenas em raras situações, a sorologia pode ser 
utilizada como ferramenta de diagnóstico definitivo, avaliando amostras 
pareadas colhidas na fase aguda da doença e na convalescença 
(intervalo entre colheitas de duas a três semanas). 
 Tratamento 
Não há tratamento específico, sendo apenas sintomático e de 
sustentação. Antibióticos de largo espectro e anti-inflamatórios não 
esteróides podem ser utilizados para minimizar a severidade da 
inflamação, principalmente em touros, nos quais pode resultar em 
temporária diminuição da fertilidade e aderência do pênis ao prepúcio. É 
indispensável prevenir uma infecção secundária por bactéria, o que 
pode piorar muito o quadro. Nada mais do que isso, e espera-se que a 
doença siga seu curso natural, de resolução espontânea. A maioria dos 
animais recupera-se facilmente. Indica-se isolamento dos animais 
doentes e recomenda-se repouso dos touros para minimizar efeitos 
adversos. 
 
 Profilaxia e controle 
As manifestações clínicas da infecção pelo BoHV 1 podem ser 
controladas e prevenidas por meio de procedimentos adequados de 
manejo e programas de vacinação. 
O BoHV-1 é rapidamente inativado utilizando desinfetantes que 
possuem derivados fenólicos 1%, hipoclorito de sódio 2%, hidróxido de 
sódio 0,5%, amônia quaternária 1%, compostos iodados 10% e solução 
de formalina 5%. São instáveis no meio ambiente, inativados em até 10 
dias a 37º C, instáveis em pH ácido e estáveis a 4º C por meses. 
A estratégia de controle deve ser definida com base na situação 
epidemiológica do rebanho ou do país. Programas de combate ao 
BoHV-1 requerem uma análise de custo-benefício que deve considerar a 
prevalência, manifestação clínica da doença, o grau de melhoramento 
genético dos animais, despesas com exames laboratoriais 
(sorodiagnóstico e identificação viral), vacinação e descarte de animais 
infectados. Diagnóstico da situação sobre a doença servirá de base para 
a adoção de medidas adequadas de controle. A determinação das taxas 
de infecção de animais e, principalmente, de categorias de animais 
susceptíveis possibilita a adoção estratégica de condutas de controle e 
profilaxia com o objetivo de aumentar a eficiência reprodutiva. 
Diarreia Viral Bovina (BVD) 
A diarreia viral bovina (BVD) é uma doença causada por vírus que 
pertence à família Flaviriridae gênero Pestivirus, causa importante 
impacto econômico na atividade leiteira. A doença instalada no rebanho 
pode ocasionar sintomas reprodutivos como: abortos, natimortos, má 
formação fetal e absorção embrionária. Além dos sintomas reprodutivos 
a doença também pode levar os animais a um quadro de 
imunossupressão, abrindo portas para outras doenças e ainda diminuir a 
produção de leite e aumentar a células somáticas. 
Para entender bem a doença é preciso entender suas fontes de infecção 
e suas principais vias de transmissão. 
 Fontes de infecção 
Transitoriamente infectados: São animais que entram em contato com o 
vírus e eliminam o vírus no ambiente por até 15 dias. Em animais não 
gestantes e com boa imunidade em 70% a 90% dos casos a infecção 
tem um aspecto subclínico. Nos animais gestantes podem ocorrer os 
sintomas reprodutivos descritos acima. 
Persistentemente infectados: São animais procedentes de mães que 
tiveram contato com o vírus entre 40 a 120 dias de gestação. Nesta fase 
da gestação o sistema imune não se encontra completamente 
desenvolvido podendo desencadear o surgimento de animais 
imunotolerantes ou persistentemente infectados (PI). Estes animais são 
uma fonte importante de transmissão viral para os animais susceptíveis, 
pois são eles os responsáveis pela manutenção do vírus no rebanho. 
Calcula-se que mais de 95% das infecções pelo vírus da diarréia bovina 
vírus tenha origem a partir de animais persistentemente infectados. A 
presença de animais PI altera significativamente a dinâmica da infecção 
na população. A presença destes animais no rebanho desencadeia uma 
epidemia de abortos em um determinado momento e, de acordo com o 
ciclo do vírus, estes episódios passam a ser mais esporádicos com o 
passar do tempo. Com a retirada dos animais PI do rebanho, a dinâmica 
de transmissão é modificada substancialmente e a reincidência de casos 
de aborto surge a cada dois ou três anos. Embora muitos dos animais PI 
nascidos serem aparentemente saudáveis, é freqüente o aparecimento 
de uma doença altamente fatal caracterizada por uma diarréia profusa 
freqüentemente seguida de erosões na mucosa digestiva destes 
animais. As principais vias de eliminação do vírus são: secreções nasais, 
saliva, sangue, fezes e urina. O vírus também já foi isolado a partir do 
sêmen, secreções uterinas e placenta. O vírus é transmitido de forma 
horizontal através da ingestão ou inalação de partículas virais, através 
de fômites e contato direto com seres humanos. A transmissão vertical 
pode ocorrer transplacentariamente. 
 
 Passos para o controle e erradicação 
1º Passo: 
Para o controle desta doença e muito importante que se realize um 
monitoramento sorológico dos animais. Este monitoramento pode ser 
feito através de amostras do tanque da propriedade ou de soro 
sanguíneo por 
amostragens de acordo com o número de animais por lote, com o 
objetivo de verificar a “PRESENÇA DE ANTICORPOS”. 
E de suma importância que a propriedade monitore o nível de anticorpo 
para BVD mensalmente no rebanho. 
Após a verificação nos níveis de anticorpos do rebanho e importante que 
se realize um levantamento minucioso levando-se em consideração a 
data da última vacinação e níveis de anticorpos encontrados para 
futuros planos de ações. 
2º Passo: 
Eliminar os animais Persistentemente Infectados (PI). Inicia-se a procura 
dos animais PIs pelos animais jovens, coletando cartilagem da orelha e 
realizando o diagnóstico através de “PESQUISA DE 
ANTIGENO”. 
Medidas de biossegurança a serem tomadas na propriedade 
 MONITORAMENTO MENSAL DE ANTICORPOS PELA AMOSTRA 
DO LEITE; 
 TESTAR ANIMAIS ANTES DE ENTRAR NA PROPRIEDADE; 
 CONTROLE DE VISITANTES E VETERINÁRIOS SEM 
DESINFECÇÃO DE BOTAS E MACACÕES; 
 MONITORAMENTO DO ESQUEMA E VACINAÇÃO; 
 IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE VACINAÇÃO; 
 CONTROLE DE VEICULOS E /OU ACESSOS. 
Raiva Bovina 
A raiva bovina é uma doença infecciosa causada por um vírus da família 
Rabdovírus. Caracterizada por lesões do sistema nervoso central, pode 
provocar convulsões, tetania e paralisia respiratória; hidrofobia. Essa 
infecção é viral e na maioria dos casos fatal, gerando prejuízos ao 
produtor de leite. 
O principal agente transmissor da doença em bovinos são os morcegos 
hematófagos. A fonte de infecção sempre é um animal infectado, sendo 
que o método de transmissão mais comum é a mordida de um animal 
portador do vírus. 
 
 Sintomas 
Na medida em que a doença evolui, observa-se alguns sinais como: 
Perda de apetite, inquietação e mudança de hábitos 
Andar cambaleante 
Salivação intensa 
Fezes secas e escuras 
Podem ficar ocasionalmente agressivos 
 
 Prevenção 
A RAIVA NÃO TEM CURA! Por isso é preciso investir em medidas 
preventivas como controlar apopulação de morcegos transmissores e 
realizar a aplicação da vacina anual de todo o rebanho, 
independentemente da idade. Todos os animais devem ser vacinados. 
O esquema recomendado é de duas doses iniciais, com intervalo de 30 
dias e revacinação anual de todos os animais. 
 
 Importante 
É importante lembrar que o diagnóstico da doença deve ser realizado 
por um médico veterinário e assim que comprovada a presença da 
doença no rebanho leiteiro é obrigatório que o fazendeiro notifique os 
órgãos competentes, principalmente por se tratar de uma zoonose. O 
pecuarista receberá as instruções para o descarte adequado dos 
animais infectados. 
 
Leucose enzoótica bovina 
A infecção pelo vírus leva ao aparecimento de linfocitose persistente em 
aproximadamente 30% dos animais infectados, que clinicamente não 
apresentam nenhum sintoma ou apresenta-se na forma tumoral, indo de 
0,5 a 5,0% dos bovinos com mais de quatro anos de idade. Os tumores 
ocorrem com maior freqüência no útero, linfonodos mesentéricos, 
retrobulbares, pré-escapular e sub-ilíaco, coração, abomaso e no canal 
medular. As massas tumorais apresentam aspecto firme e coloração 
branca amarelada. A sintomatologia apresentada depende do local de 
aparecimento dos linfossarcomas (Toma et al., 1990). Quando os 
tumores estão localizados em órgãos internos os sinais são mal 
definidos. Como, por exemplo, se no coração, insuficiência cardíaca, 
estase venosa e pulso venoso positivo; caso seja no abomaso, 
indigestão, timpanismo, diarréia e constipação; nos tecidos 
perimedulares, paralisia dos membros posteriores; nos tecidos 
retrobulbares, exoftalmia uni ou bilateral. 
 
 Diagnóstico Clínico 
Os animais apresentam emagrecimento progressivo, anorexia, 
exoftalmia, paralisia progressiva dos membros posteriores e formações 
tumorais nos linfonodos superficiais. À necropsia são encontradas 
formações tumorais em tecidos linfóides, no átrio direito do coração, na 
parede do abomaso e útero, linfonodos aumentados com tecido 
neoplásico firme e branco, muitas vezes circundando um foco necrótico 
translúcido e amarelado (Lucas, 1992). Ocasionalmente, os rins e 
ureteres são afetados (Sparling, 2000). 
 
 Prevenção e controle 
O controle da doença é difícil devido à sua grande disseminação, 
principalmente, nos rebanhos leiteiros, por evoluir lentamente 
apresentando grande número de animais assintomáticos, devido à 
inexistência de um programa de controle oficial e por não ter-se 
quantificado a sua importância econômica. 
 
 
 
 
 
 Manutenção de rebanhos livres 
Se o rebanho é livre da doença, deve-se evitar a introdução de animais 
infectados. Se houver introdução de bovinos provenientes de rebanho 
soronegativo, deve-se manter os animais separados do restante do 
rebanho por 30 dias e testá-los antes da entrada e ao final do período de 
isolamento. Se forem provenientes de rebanho soropositivo, mantê-los 
isolados por três meses e em seguida testá-los. O veterinário não deve 
utilizar instrumental cirúrgico ou agulhas que foram utilizados em outro 
rebanho. Manter os animais a pelo menos 150 metros de distância de 
rebanhos infectados (Johnson e Kaneene, 1992). 
 
 Rebanhos infectados 
Devem ser implantados dois tipos de medidas: 
 
a) Medidas profiláticas para limitar a disseminação do vírus no 
rebanho: 
• injeções, agulhas e instrumentos: usar agulhas descartáveis para evitar 
a infecção dos animais negativos. Os instrumentos devem ser 
desinfetados quando do procedimento em animais diferentes; 
 
• utilizar uma luva por palpação retal; 
 
• instituir programa de controle de mosquitos hematófagos; 
 
• colostro: permitir que o bezerro mame o colostro de vaca soropositiva. 
 
b) Controle para erradicação: 
 
• eliminação dos animais positivos através da sorologia em todo o 
rebanho nos animais com mais de sete meses com intervalo de três a 
seis meses, e isolamento e sacrifício dos animais soropositivos. 
 
O rebanho é considerado negativo quando todos os animais forem 
sorologicamente negativos, em duas sorologias, com intervalo de seis 
meses. Esse esquema não é viável em rebanhos altamente infectados, 
o que representa a realidade para a maioria das fazendas leiteiras no 
Brasil. 
 
• segregação de animais infectados 
 
A criação de rebanho não infectado, a partir de outro infectado tem dado 
certo, segregando os bezerros saudáveis do resto do rebanho. A 
dificuldade é com relação ao manejo, pois os animais infectados, com já 
dito anteriormente, devem ficar a pelo menos 150 metros de distância 
dos não infectados. O rebanho negativo deve ser testado a cada três 
meses e os bezerros após os seis meses de idade. Pode-se permitir que 
bezerros de vacas soropositivas mamem o colostro mas é necessário 
testá-los aos sete meses de idade (Toma et al., 1990). 
 
 
 Tratamento e vacinação 
Até o momento não existem tratamentos ou vacinas eficientes 
disponíveis. 
 
Doença de Aujeszky 
 
A doença de Aujeszky é uma enfermidade infecto-contagiosa 
caracterizada por sintomas neurológicos agudos em bovinos. Apesar de 
mais comum nos suínos (os principais transmissores do vírus para 
outras espécies), quando acomete bovinos, é altamente letal. 
 
Foi descoberta em 1813 em um surto nos Estados Unidos. Devido os 
sinais clínicos da enfermidade serem semelhantes aos da raiva bovina, 
foi denominada pseudoraiva em 1849 na suíça, quando acometeu um 
rebanho bovino. 
 
 Etiologia 
O vírus da doença de Aujeszky (VDA) é também denominado SHV-1. 
Pertence à família dos herpesvírus, sub-família Alphaherpesvirinae 
(mesmo grupo dos agentes causadores da meningoencefalite por 
herpesvírus e da rinotraqueíte bovina). É pouco resistente a solventes 
orgânicos (ex. clorofórmio, desinfetantes, éter) e bastante frágil a 
mudanças súbitas de temperatura. 
 
 Epidemiologia 
As principais vias de eliminação do VDA são os corrimentos nasais e a 
saliva, porém também pode ser transmitido pelo sêmen. A via de 
transmissão mais comum entre os bovinos é pelo contato direto da pele 
do animal com as secreções de um indivíduo doente. Há evidências de 
transmissão por via aérea através de aerossóis (Christensen e 
colaboradores, 1990). 
 
A doença já foi registrada nos estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste 
brasileiro. Nos estados sulinos, o Rio Grande do Sul representa uma 
exceção. Até 2003, foi considerado livre da enfermidade, tendo sido 
registrado apenas um único foco isolado em 1954 (Groff e 
colaboradores, 2005). 
 
 Sinais clínicos 
A infecção pelo VDA (seja por inalação de aerossóis ou contato direto) 
leva a um prurido intenso que progride rapidamente para encefalopatia. 
A incubação é comumente pequena (cerca de um dia). Os animais 
raramente sobrevivem ao segundo dia clínico. 
 
O sinal clínico mais característico é o prurido intenso que pode levar a 
auto-mutilação (Figura 1). Outros achados são ataxia, tremores e 
sintomas semelhantes à raiva (convulsão, febre, anorexia, andar em 
círculos, morte). 
 
A necropsia não revela alterações específicas a não ser pela mutilação 
em reação ao prurido. As alterações microscópicas aparecem no bulbo, 
medula, córtex telencefálico e mesencéfalo, ocorrendo inflamação 
necrosante multifocal e necrose isquêmica de neurônios (Barros e 
colaboradores 2006). 
 
 Diagnóstico 
O diagnóstico laboratorial consiste em isolamento viral a partir de 
amostras do encéfalo do animal acometido. Envia-se a amostra 
refrigerada para o laboratório, sendo pouco aconselhado o 
congelamento, a não ser no uso de gelo seco. Testes sorológicos como 
ELISA e neutralização viral também são utilizados. O diagnóstico 
através da PCR, que permite a detecção do DNA viral, é uma técnica 
mais recente e de uso em alguns laboratórios brasileiros. 
 
 Controle 
Preconiza-se a separação de suínos e bovinos para se evitar a infecção 
pelo VDA, pois a transmissão ocorre principalmente dos primeiros para 
os segundos. As carcaças dos animais infectados devem ser 
incineradas ou enterradas profundamente.Não existe vacina para o combate da doença em bovinos, apenas em 
suínos. Nesta espécie, a vacinação é controlada pelo Ministério da 
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, só sendo permitida em focos. 
 
 
Peste suína clássica (PSC) 
 
Peste Suína Clássica (PSC) é uma doença altamente infecciosa, tem 
elevada taxa de contaminação e frequentemente é fatal aos suínos. 
Conhecida também como febre suína ou cólera suína, ela afeta suínos 
domésticos e selvagens. A enfermidade é causada por um vírus RNA 
envelopado e pertence à família Flaviviridae. 
 
A PSC foi identificada pela primeira vez no século XIX, mas sua 
característica viral foi estabelecida apenas no início do século seguinte. 
Neste conteúdo, separamos tudo o que você precisa saber sobre a 
doença, desde as formas de contaminação até prevenção e tratamento. 
Confira! 
 
 
 Como acontece a contaminação da PSC? 
A contaminação da Peste Suína Clássica normalmente acontece pela 
via oronasal. Fatores como a elevada densidade populacional, assim 
como a presença de porcos silvestres favorecem a propagação da 
doença. 
 
Isso acontece porque eles são reservatórios do vírus. Além disso, o 
período de incubação tem variação de 7 a 10 dias — em casos de 
infecção experimental, o prazo é menor. 
 
O vírus ataca células como: 
endoteliais; 
linforreticulares; 
macrófagos; 
epiteliais específicas. 
 
Também é importante citar que nos casos de infecção pré-natal, o vírus 
afeta a diferenciação dos órgãos e leva a uma série de malformações, a 
exemplo de aborto, natimortos e mumificação fetal. Já em casos em que 
a infecção é pós-natal, os efeitos aparecem em danos sofridos pelas 
células endoteliais e trombose. 
 
Como identificar a Peste Suína Clássica? 
 depressão; 
 febre alta (41ºC); 
 amontoamento; 
 conjuntivite; 
 leucopenia severa; 
 hemorragia e necrose das tonsilas; 
 eritemas; 
 hemorragia; 
 cianose em animais de pele branca. 
 
 Diagnóstico da PSC 
O diagnóstico para a Peste Suína Clássica é feito com o isolamento do 
vírus em cultivo celular. Para isso, é utilizado o sangue, ou suspensão 
de órgãos do sistema linfóide. 
A identificação desse vírus, que não é citopatogênico, é feita por meio 
do cultivo celular. São utilizados anticorpos específicos para tal. No 
entanto, essa é uma técnica lenta — podendo demorar até 7 dias para 
se chegar a uma resposta, após o envio das amostras ao laboratório. 
Outras opções para o diagnóstico da PSC para detecção dos antígenos 
virais, são a a técnica de imunofluorescência, o teste de E.L.I.S.A ou a 
técnica de RT-PCR. De toda forma, a prevenção é a melhor abordagem 
para a Peste Suína Clássica, como veremos a seguir. 
 
 Prevenção da PSC 
Para evitar a introdução da PSC em áreas livres, é primordial cuidar do 
bem-estar animal e seguir alguns cuidados essenciais. São eles: 
o cercamento de toda a granja com tela de no mínimo 1,5 metro de 
altura; 
a troca de roupa e calçados de todos aqueles que entram na granja. 
a proibição ao acesso de veículos de transporte de ração e suínos. 
Como é feito o controle da PSC? 
O controle da peste suína clássica é feito com o uso de vacinas 
atenuadas, baseadas na amostra chinesa do vírus. Elas são seguras 
para fêmeas gestantes. Seu funcionamento acontece a partir dos altos 
títulos de anticorpos neutralizantes. 
Quando a vacinação em determinada área é inexistente, é possível 
utilizar procedimentos diversos para controlar os surtos. Alguns 
exemplos são: 
 eliminar suínos de rebanhos infectados; 
 investir causas epidemiológicas, clínicas e virológicas; 
 limitar a movimentação dos suínos vivos, da carne suína e de 
possíveis vetores. 
Existe tratamento para a Peste Suína Clássica? 
Não existe tratamento específico para a PSC. Uma das alternativas que 
auxilia no combate à peste é garantir que os suínos tenham uma 
alimentação adequada. A suplementação com compostos vitamínicos 
específicos e ácidos orgânicos é indicada. Essa solução contribui para o 
aumento da imunidade do animal e reduz os riscos de uma possível 
contaminação. 
Roedores: biologia, controle e prevenção. 
 
Os roedores são uma das pragas urbanas mais temidas pela população 
em geral. Não é raro encontrar pessoas que se desesperam ao entrar 
em contato com um deles. A sensação de pânico que eles causam é 
bastante conhecida. Instintivamente, demonstramos pavor àquilo que 
pode ameaçar nossa integridade física, como os ratos ameaçavam na 
época das cavernas. 
 
Principais características 
Os ratos apresentam hábitos noturnos. É possível, embora raro, vê-los 
durante o dia, quando sua população aumenta tanto que a concorrência 
por comida faz com que mudem seus hábitos para evitar a competição 
entre eles. Podem sair durante o dia também quando estão feridos ou 
quando suas tocas são invadidas pelas enchentes. Vivem em sociedade, 
com indivíduos dominantes (machos e fêmeas mais fortes) e os 
dominados. Os machos dominantes escolhem os melhores locais do 
ambiente da colônia e se alimentam quando querem. 
 
Principais espécies 
Existem mais de 1.700 espécies descritas pelo mundo, e cerca de 130 
são classificadas como pragas. 
No Brasil consideramos 3 espécies principais: 
Ratazana ou rato de esgoto (Rattus norvegicus) 
É a maior das espécies, sendo forte e agressiva. Possui hábitos 
noturnos, habita normalmente as redes públicas de esgoto ou outras 
galerias subterrâneas e lixões das cidades. Raramente habitam o 
interior de residências, onde só entram para obter alimentos. Tem 
hábitos noturnos, sendo o raio de ação para busca de alimento é de 
aproximadamente 50 m em relação ao abrigo. São normalmente 
desconfiados. Comem de tudo; por isso são chamados onívoros. 
 
Rato de forro ou rato de telhado (Rattus rattus) 
É forte e ágil, preferindo buscar segurança e proteção nas estruturas 
superiores do imóvel (forros, beirais, telhado, ocos de árvores que 
estejam próximos da copa, etc). Apresentam hábitos noturnos, 
descendo ao solo apenas para buscar alimento ou água. Seu raio de 
ação para busca de alimento é de aproximadamente 60 m em relação 
ao abrigo. Assim como as ratazanas, são geralmente desconfiados. Sua 
dieta é baseada em legumes, frutas, cereais e insetos. 
 
Camundongo ou catita (Mus musculus) 
Dentre as 3 espécies, é a menor. Geralmente é um animal com alto 
metabolismo, sendo agitado e constrói seus ninhos no interior das 
residências, como móveis, gabinetes, gavetas, armários, caixas sem uso 
constante, etc. São geralmente curiosos, e seu raio de ação para busca 
de alimento é de aproximadamente 3 a 5 m em relação ao abrigo. 
Podem visitar de 20 a 30 locais por noite em busca de alimento. Sua 
dieta é baseada em grãos e cereais. 
 
Como verificar a presença de roedores 
Existem alguns sinais que denunciam a presença de roedores em um 
imóvel: 
a)Sons: 
É possível escutar à noite barulhos de corridas rápidas, ou de roeduras, 
nos forros de gesso ou madeira ou também em locais mais tranqüilos do 
imóvel. 
 
b)Fezes: 
As fezes dos camundongos têm aproximadamente 0,5 cm de 
comprimento e são afiladas nas pontas. As fezes de ratos de telhado 
têm o mesmo aspecto, porém com o comprimento maior 
(aproximadamente 1 cm). No caso das ratazanas, as fezes têm o 
comprimento de aproximadamente 1,5 cm e não tem as pontas afiladas. 
 
c)Urina: 
Quando exposta à luz ultravioleta, a urina dos ratos emite fluorescência, 
mesmo depois de seca. 
 
d)Trilhas: 
As trilhas usadas como comunicação das tocas ao alimento, quando 
feitas em um jardim, são facilmente reconhecidas, pois a vegetação se 
torna rala ou inexistente nesses locais. 
 
 
 
e)Marcas de gordura: 
Quando os ratos caminham por um local, geralmente o fazem roçando 
seus corpos nas paredes enquanto se deslocam. Utilizando-se do 
mesmo caminho, as paredes ficam marcadas com a gordura dos pelos 
do corpo. 
 
f)Roeduras: 
Marcas de dentes embaixo das portas, em portas de armários, portas de 
gabinetes, denunciam a presença dos roedores. 
 
g)Excitação de cães a gatos: 
Esses animaistêm um olfato muito apurado e ficam especialmente 
agitados quando percebem a invasão do seu ambiente por roedores. 
 
h)Ninhos: 
Muitas vezes são feitos com papéis, pedaços de tecidos, com a 
presença de grande quantidade de pelos, amontoados em um ponto do 
imóvel pouco utilizado. 
 
 Formas de tratamento 
Para realizar um controle da população de roedores em um local, é 
necessário antes de mais nada identificar qual ou quais espécies estão 
convivendo no imóvel. Essa informação é de fundamental importância, 
pois será a partir dela que serão discutidas as estratégias de controle, 
baseados nos hábitos comportamentais da espécie em questão. 
 
Sempre é bom lembrar que o controle total da população de roedores é 
extremamente difícil de ser realizado, pois a dinâmica de uma população 
apresenta uma série de variáveis difíceis de serem controladas ao 
mesmo tempo. Além disso, o aporte de alimentos, água e abrigos que o 
homem fornece aos roedores é vastíssimo, tornando delicada a 
operação. 
 
Mas existem abordagens de tratamento que, juntamente com o apoio do 
cliente no cumprimento de medidas preventivas para evitar a entrada de 
roedores no imóvel, podem efetivamente reduzir a população no local ou 
nos arredores. Podem ser realizadas a instalação de iscas raticidas em 
pontos estratégicos, baseado no comportamento de procura de fontes 
alimentares dos roedores, uso de raticidas em pó de contato no interior 
das tocas, para que os ratos, incomodados com o pó impregnado em 
seus pelos, façam o uso da limpeza habitual lambendo-se a absorvendo 
o raticida. Ou também podem ser usadas placas de cola 
estrategicamente instaladas, para a captura de camundongos ou ratos 
maiores, em locais onde não é permitida a instalação de raticidas, como 
por exemplo áreas de produção em uma indústria. 
 
 Medidas preventivas 
Para evitar a invasão de roedores em um imóvel, algumas medidas 
devem ser tomadas, como: 
 
Limpar diariamente, antes do anoitecer, os locais de preparo de 
alimentos. 
Recolher os restos alimentares em sacos plásticos adequados, que 
serão posteriormente recolhidos pelo serviço de coleta urbana. 
Manter armários e depósitos livres de objetos em desuso. 
Buracos e vãos entre telhas devem ser vedados 
Manter os terrenos baldios limpos e murados 
Manter limpas as instalações de animais domésticos 
Evitar frestas embaixo de portas e janelas. 
 
Salmonelose 
 
Salmonella (Salmonellose) é uma bactéria da família das 
Enterobacteriaceae que causa intoxicação alimentar e em casos raros, 
pode provocar graves infecções e até mesmo a morte. 
A Salmonella é uma bactéria que possui duas espécies causadoras de 
doenças em humanos: S. enterica e S. bongori. 
A Salmonella enterica, de maior relevância para a saúde pública, é 
composta por seis subespécies (S. enterica subsp. entérica, S. enterica 
subsp. salamae, S. enterica subsp. arizonae, S. enterica subsp. 
diarizonae, S. enterica subsp houtenae, S. enterica subsp. indica). 
 
 transmissão 
Se dá com a ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais 
a bactéria é encontrada normalmente em animais como galinhas, 
porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo em animais domésticos, 
como cachorros e gatos. Dessa forma, qualquer alimento que venha 
desses animais ou que tenha entrado em contato com suas fezes 
podem ser consideradas vias de transmissão da Salmonella 
(Salmonellose). 
A Salmonella pode causar dois tipos de doença, dependendo do 
sorotipo: salmonelose não tifóide e febre tifoide. 
Os sintomas da salmonelose não tifóide podem ser bastante 
desagradáveis, mas a doença geralmente é autolimitada entre pessoas 
saudáveis (embora possa levar à morte em alguns casos). 
A febre tifoide é mais grave e tem uma taxa de mortalidade maior que a 
salmonelose não tifoide. 
A maioria dos casos de salmonelose não tifoide apresenta sintomas 
típicos de uma Doenças Transmitidas por Alimentos.(DTA), como 
vômito, dores abdominais, febre e diarreia, que geralmente duram 
alguns dias e diminuem em uma semana. 
 
 Quais são os sintomas da infecção por Salmonella 
 
 Diarreia. 
 Vômitos. 
 Febre moderada. 
 Dor abdominal. 
 Mal estar geral. 
 Cansaço. 
 Perda de apetite. 
 Calafrios. 
 
 Como prevenir a infecção por Salmonella 
A Salmonella pode ser prevenida por meio da adoção de medidas de 
controle em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção 
agrícola até o processamento, fabricação e preparação de alimentos, 
tanto em estabelecimentos comerciais quanto nas residências. 
Em casa, as medidas preventivas para Salmonella são semelhantes 
àquelas usadas contra outras doenças transmitidas por alimentos. 
O contato entre bebês ou crianças pequenas com animais de 
estimação que podem estar transportando Salmonella (como gatos, 
cães e tartarugas) precisa de supervisão cuidadosa. 
Algumas condutas simples podem evitar a contaminação, que incluem 
o manuseio correto de alimentos: 
 
 Lave sempre as mãos, antes, durante e depois de manipular ou 
consumir alimentos. 
 Lave bem os alimentos antes de consumir, especialmente frutas e 
verduras. 
 A carne deve ser bem cozida ou assada. 
 Os ovos devem ser bem cozidos. 
 Evite consumir alimentos em lanchonetes e restaurantes que 
apresentam condições precárias de higiene e conservação. 
Leptospirose 
Leptospirose é uma infecção aguda, potencialmente grave, causada 
por uma bactéria do gênero Leptospira, que é transmitida por animais 
de diferentes espécies (roedores, suínos, caninos, bovinos) para os 
seres humanos. Esse micro-organismo pode sobreviver 
indefinidamente nos rins dos animais infectados sem provocar nenhum 
sintoma e, no meio ambiente, por até seis meses depois de ter sido 
excretado pela urina. 
O contágio se dá pelo contato direto com a urina dos animais 
infectados ou pela exposição à água contaminada pela Leptospira, que 
penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com 
pequenos ferimentos, e dissemina-se na corrente sanguínea. 
No Brasil, os ratos urbanos (ratazanas, ratos de telhado e 
camundongos) são os principais transmissores da doença e o número 
de casos aumenta na estação das chuvas, por causa das enchentes e 
inundações. Infelizmente, o risco não desaparece depois que o nível 
das águas baixa, pois a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos 
durante bastante tempo. 
 SINTOMAS 
A doença pode ser assintomática. Quando se instalam, os sintomas 
são febre alta que começa de repente, mal-estar, dor muscular 
(mialgias) especialmente na panturrilha, de cabeça e no tórax, olhos 
vermelhos (hiperemia conjuntival), tosse, cansaço, calafrios, náuseas, 
diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo), 
meningite. 
Em geral, a leptospirose é autolimitada, costuma evoluir bem e os 
sintomas regridem depois de três ou quatro dias. Entretanto, essa 
melhora pode ser transitória. Icterícia, hemorragias, complicações 
renais, torpor e coma são sinais da forma grave da doença, também 
conhecida como doença de Weil. 
 
 
 
 DIAGNÓSTICO 
Na fase inicial, a leptospirose pode ser confundida com outras doenças 
(dengue, gripe, malária, hepatite), porque os sintomas são parecidos. 
Por isso, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial por 
meio de exames sorológicos ou pelo isolamento da bactéria em cultura, 
no sangue ou no líquor. 
 
 VACINA E TRATAMENTO 
Quanto antes for instituído o tratamento da leptospirose, maior será a 
chance de evitar a evolução para quadros mais graves da doença, que 
sempre requerem internação hospitalar. 
A conduta inclui cuidados com a hidratação, uso de antibióticos, entre 
eles a penicilina, e de medicamentos para aliviar os sintomas. No 
entanto, devem ser evitados aqueles que contêm ácido acetilsalicílico, 
porque aumentam o risco de sangramentos. 
A vacina só está disponível para ser aplicada em animais. Mesmo 
assim, embora evite que fiquem doentes, não impede que sejam 
infectados pela Leptospira nem que transmitam a bactéria pela urina. 
 
 RECOMENDAÇÕESObserve as medidas básicas de higiene. Embale bem o lixo, ferva a 
água ou coloque algumas gotas de hipoclorito de sódio ou de água 
sanitária antes de beber ou cozinhar; 
Lave bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão 
consumidas cruas; 
Vacine seu animal e mantenha rigorosamente limpas as vasilhas em 
que são servidos alimentos e água; 
Não deixe as caixas d’água destampadas; 
Use luvas e botas de borracha se trabalhar em ambientes que possam 
ser reservatórios da Leptospira; 
Não se automedique, se suspeitar de infecção pela bactéria da 
leptospirose. 
 
Mastite 
Mastite bovina ou mamite é a inflamação da glândula mamária, sendo 
esta uma das principais doenças em rebanhos leiteiros. Pode ser 
causada por microrganismos (bactérias, fungos, algas e vírus), agentes 
químicos irritantes e traumas físicos. 
Mastite bovina clínica: quando há ocorrência de sintomas 
inflamatórios no úbere e tetos, com alterações no leite (grumos, pus). O 
úbere pode parecer inflamado (dolorido e quente), com aumento de 
tamanho e avermelhado. 
Mastite bovina subclínica: não há ocorrência de sintomas 
inflamatórios ou alterações visíveis no leite. Contudo, ocorre queda na 
produção e aumento de células somáticas. 
Como diagnosticar a mastite no rebanho? 
Contagiosos: principais fontes de infecção para o rebanho são o 
úbere e/ou canal do teto infectado ou lesões nos tetos infectados, de 
forma que a disseminação ocorre de um quarto infectado para o outro, 
de uma vaca para outra, durante a ordenha. 
Ambientais: são disseminados no solo, esterco, utensílios, água. 
Esses patógenos encontram condições adequadas no interior do úbere 
e provocam severos casos de mastite. 
Testes para detectar a mastite 
Teste da caneca de fundo preto; 
Califórnia Mastite Teste (CMT); e 
Contagem de células somáticas (CCS). 
 
Como prevenir a contaminação de mais vacas? 
linha de ordenha: 
 Vacas primíparas que nunca tiveram mastite; 
 Vacas multíparas que nunca tiveram mastite; 
 Vacas que já apresentaram mastite e foram curadas; 
 Vacas com mastite subclínica; 
 E sempre por último, vacas com mastite clínica. Essas vacas 
devem ser ordenhadas em latão separado e o leite descartado. 
 
Pós-dipping: 
O pós-dipping (desinfecção dos tetos após a ordenha) é um método de 
prevenção que deve fazer parte da rotina de ordenha, pois previne a 
entrada de microrganismos no úbere. 
Os produtos pós-dipping agem “fechando” temporariamente o esfíncter 
(abertura) do teto, que após a ordenha fica “aberto” por cerca de 
1h30min. 
 
Tratamentos para mastite bovina: 
A mastite clínica deve ser sempre tratada, enquanto a mastite 
subclínica pode aguardar o período seco para o tratamento. 
Antes do início do tratamento da mastite, deve ser realizado o teste de 
cultivo, isolamento e antibiograma para identificar qual o agente 
envolvido. Dessa forma, obtêm-se resultados melhores, redução de 
custos com tratamentos pouco eficientes e o problema é controlado 
mais rápido. A utilização de antimicrobianos/ antibióticos deve ser feita 
corretamente, de acordo com a recomendação profissional. Busque 
sempre a assessoria de um profissional qualificado. 
Brucelose 
Brucelose é causada por Brucella spp. que são bactérias Gram-
negativas. Os sintomas iniciam-se como uma doença febril aguda, com 
pouco ou nenhum sinal localizado, e pode progridir para uma fase 
crônica caracterizada por recaídas de febre, fraqueza, sudorese e 
dores vagas. O diagnóstico é feito por cultura, geralmente do sangue. 
Ótimo tratamento geralmente requer o uso de 2 antibióticos — 
doxiciclina ou SMX-TMP mais gentamicina, estreptomicina ou 
rifampicina. 
 
A brucelose é adquirida por: 
Contato direto com secreções e excreções de animais infectados 
Ingestão de carne mal cozida, leite cru ou produtos lácteos contendo 
microrganismos viáveis 
Inalação de material infeccioso aerossolizado 
Raramente, transmissão de uma pessoa para outra 
 
Sinais e sintomas 
O período de incubação para brucelose varia de 5 dias a vários meses, 
com uma média de 2 semanas. 
O início pode ser súbito, com calafrios e febre, cefaleia intensa, dores 
articulares e lombares, mal-estar e, às vezes, diarreia. Ou o início pode 
ser insidioso, com mal-estar prodrômico leve, mialgia, cefaleia e dor na 
nuca seguida de aumento da temperatura à noite. 
Com a progressão da doença, a temperatura aumenta para 40 a 41°C, 
cedendo gradualmente ao normal ou próximo do normal, com sudorese 
profusa pela manhã. 
Tipicamente, a febre intermitente persiste por 1 a 5 semanas, seguida 
por 2 a 14 dias de remissão quando os sintomas diminuem 
acentuadamente ou ficam ausentes. Em alguns pacientes, a febre pode 
ser transitória. Em outros, a fase febril recorre uma vez ou 
repetidamente em ondas (ondulações) e remissões ao longo de meses 
ou anos e pode se manifestar como FOD. 
 
Após a fase febril inicial, podem ocorrer anorexia, perda ponderal, dor 
abdominal e nas articulações, cefaleia, dor nas costas, fraqueza, 
irritabilidade, insônia, depressão e instabilidade emocional. A 
constipação intestinal geralmente é acentuada. Há surgimento de 
esplenomegalia e os linfonodos podem se apresentar leve ou 
moderadamente aumentados. Até 50% dos pacientes apresentam 
hepatomegalia. 
 
 Prevenção 
A pasteurização do leite previne a brucelose. Queijo preparado com 
leite não pasteurizado produzido há < 3 meses pode estar 
contaminado. 
 
Pessoas que controlam animais ou carcaças possivelmente infectados 
devem usar óculos de proteção e luvas de borracha, protegendo a pele 
lesionada contra a exposição. Programas para detectar a infecção em 
animais, eliminar animais infectados e vacinar gado e suínos 
soronegativos jovens são exigidos nos EUA e em vários outros países. 
 
Não existe vacina humana; o uso de vacina de animais (uma 
preparação viva atenuada) em seres humanos pode causar infecção. A 
imunidade após a infecção humana é de pouca duração, 
aproximadamente 2 anos. 
 
Profilaxia pós-exposição com antibióticos é recomendada para 
pacientes de alto risco (p. ex., aqueles com exposição desprotegida a 
animais infectados ou amostras de laboratório ou que receberam 
vacina animal). Esquemas são com doxiciclina, 100 mg VO 2 vezes/dia 
mais rifampicina 600 mg VO 1 vez/dia por 3 semanas; não se usa 
rifampicina para exposição à vacina contra B. abortus (cepa RB51), 
que é resistente à rifampicina. 
 
Tuberculose 
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que 
afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer 
outros órgãos e/ou sistemas. A doença é causada pelo 
Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. 
A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que não o 
pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem 
com HIV, especialmente aquelas com comprometimento 
imunológico. 
No Brasil, a doença é um sério problema de saúde pública, 
com profundas raízes sociais. A epidemia do HIV e a presença 
de bacilos resistentes tornam o cenário ainda mais complexo. 
A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos 
novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da 
tuberculose. 
 
Quais são os sintomas da tuberculose? 
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse na 
forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo 
sintomático respiratório, que é a pessoa com tosse por três 
semanas ou mais, seja investigado para tuberculose. Há 
outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: 
 
 
 
 Febre vespertina 
 Sudorese noturna 
 Emagrecimento 
 Cansaço/fadiga 
 
Como a tuberculose é transmitida? 
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e se instala a partir 
da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, 
espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou 
laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo 
bacilos.Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um 
indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 
10 a 15 pessoas.Bacilosque se depositam em roupas, lençóis, copos e 
outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não 
têm papel importante na transmissão da doença. 
Como é feito o tratamento da tuberculose? 
O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e 
está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser 
realizado, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente 
Observado (TDO). 
São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de 
tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, 
pirazinamida e etambutol. 
Como prevenir a tuberculose? 
Vacinação com BCG 
A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema Único de 
Saúde (SUS), protege a criança das formas mais graves da doença, 
como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina está 
disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e 
maternidades. 
Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até 
os quatro anos, 11 meses e 29 dias. 
Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis 
O tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) é uma 
importante estratégia de prevenção para evitar o desenvolvimento da 
tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares, nas 
crianças e nos indivíduos com condições especiais, como 
imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), 
comorbidades associadas ou uso de alguns medicamentos. 
Para isso, é importante que a equipe de saúde realize a avaliação dos 
contatos de pessoas com tuberculose e ofereça o exame para 
diagnóstico da ILTB aos demais grupos populacionais, mediante 
critérios para indicação do tratamento preventivo. 
Controle de infecção 
O emprego de medidas de controle de infecção também faz parte das 
ações de prevenção da doença, tais como: manter ambientes bem 
ventilados e com entrada de luz solar; proteger a boca com o antebraço 
ou com um lenço ao tossir e espirrar (higiene da tosse); e evitar 
aglomerações. 
 
 
Clostridiose 
 
Em conjunto com a raiva e as intoxicações por plantas, as Clostridioses 
são o grupo de doenças que mais matam bovinos no Brasil. 
Anualmente as perdas chegam a mais de 400 mil animais, com 
prejuízos diretos em torno de 1,1 bilhão de reais. Impossíveis de serem 
erradicadas, exigem sobretudo o seu reconhecimento e a adoção de 
medidas preventivas, incluindo a vacinação específica. Para se ter uma 
idéia do reconhecimento do problema por parte dos produtores é só 
verificar a comercialização de vacinas, que totalizam mais de 150 
milhões de doses por ano. Vale ressaltar que a vacinação contra as 
diferentes Clostridioses é voluntária e não faz parte de nenhum 
programa oficial de controle, uma vez que tratam-se de doenças que 
não interferem na pauta de exportações. 
 
O termo Clostridioses refere-se a diversas enfermidades causadas pela 
bactéria chamada Clostridium (pequeno fuso em latim) ou ainda por 
suas toxinas. Estes microrganismos são encontrados naturalmente no 
solo e água e apresentam uma forma de resistência chamada esporo, 
quando as condições não são ideais para a sua multiplicação. Na 
forma esporulada podem persistir viáveis no solo por dezenas de anos, 
causando danos aos animais em diversas situações. As Clostridioses 
mais comuns em bovinos no Brasil são a Manqueira ou Carbúnculo 
Sintomático, o Botulismo, as Gangrenas gasosas e o Tétano. Em 
condições muito especiais a Enterotoxemia pode acometer animais 
jovens. 
 
Reconhecer qual ou quais Clostridioses ocorrem na propriedade é o 
primeiro passo para controlar efetivamente o problema. Nesta etapa 
pode ser imprescindível a participação do veterinário, incluindo 
eventualmente a colheita e remessa de material para um diagnóstico 
preciso em laboratórios especializados. 
 
A escolha de uma vacina de boa qualidade é um passo essencial no 
controle deste grupo de enfermidades. Nesta etapa, o preço não deve 
ser o único critério; deve-se buscar sobretudo vacinas com eficácia 
comprovada no campo. No mercado existem desde vacinas 
específicas, como por exemplo contra o Botulismo, o Tétano e a 
Manqueira, ou ainda as polivalentes contra diversas Clostridioses. Na 
dependência de cada Clostridiose são ainda necessárias medidas 
complementares que incluem a eliminação de cadáveres, 
suplementação mineral correta , cuidados com ferimentos ou ainda 
evitar mudanças bruscas na alimentação dos animais. 
 
 Atualmente existe muita controvérsia a respeito das Clostridioses. O 
termo foi amplamente divulgado como causa de mortalidade bovina, 
causando distorções que afetam diretamente o setor produtivo. O 
primeiro passo para o produtor é saber qual Clostridiose está causando 
problema no seu rebanho ou região. A segunda etapa é estabelecer um 
programa de vacinação e adoção de medidas complementares. A 
eliminação correta de carcaças da pastagem e a suplementação 
mineral são medidas importantes em qualquer situação, devendo ser 
práticas rotineiras na propriedade. 
	Como é feito o controle da PSC?
	Existe tratamento para a Peste Suína Clássica?
	Como a tuberculose é transmitida?

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