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PROCESSO PENAL 2 PROCESSO PENAL AÇÃO PENAL AÇÃO PENAL CONCEITO: o Estado é o único ente com legitimidade para punir. O Estado usurpou do cidadão o direito de fazer justiça com as próprias mãos, mas, em contrapartida, ofereceu um direito, e esse direito é o direito de ação. Portanto, a ação penal é um direito público e subjetivo, constitucionalmente assegurado. Art. 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. CARACTERÍSTICAS As características se resumem no revestimento, isto é, a forma pela qual a ação penal se apresenta, sendo elas: ͫ um direito AUTÔNOMO, que não se confunde com o direito material que se pretende tutelar; ͫ um direito ABSTRATO, que independe do resultado do processo; ͫ um direito SUBJETIVO, pois o titular pode exigir do Estado-Juiz a prestação jurisdicional; ͫ um direito PÚBLICO, pois a atividade jurisdicional que se pretende provocar é de natureza pública; ͫ um direito INSTRUMENTAL, sendo um meio para alcançar a efetividade do direito material. CONDIÇÕES GERAIS DA AÇÃO PENAL Condições para a elaboração da ação penal são requisitos que devem, obrigatoriamente, serem observados, sob sanção de extinção do processo sem julgamento de mérito. Ora, o indivíduo não pode se utilizar de qualquer forma o direito de ação, visto que tal instituto se reveste de importância única. O legislador processual penal não distinguiu quais são as condições na ação penal. Para isso, a jurisprudência e a doutrina se valem do art. 3º do CPP, no que tange à utilização da interpretação extensiva, aplicação analógica e aplicação dos princípios gerais do direito. Assim, utiliza-se do novo CPC para determinar quais são as condições para o exercício da ação, sendo elas: ͫ LEGITIMIDADE: é a legitimidade que as partes devem ter ao lançar mão do direito de ação. Pode ser ad causam, quando a legitimidade paira sobre o aspecto subjetivo (Ex.: caso em que o MP ofereça a denúncia em um crime de ação privada ou contra menor de 18 anos); ou ad processum (relativo à legitimidade processual – Ex.: um menor assi- nando uma queixa-crime ou queixa impetrada pelo querelante, o qual não tem atividade postulatória); AÇÃO PENAL 3 ͫ INTERESSE DE AGIR: materializa-se em uma tríade de NECESSIDADE, UTILIDADE E ADE- QUAÇÃO. A necessidade é contrastada com a obrigatoriedade de se ter uma ação para que haja a aplicação de uma pena. No processo civil, não há que se falar em necessidade, pois as partes podem simplesmente acordar em pagar custos, coisa impossível no pro- cesso penal. O acusado não pode negociar a sua liberdade por conta de um acordo. Já a utilidade nada mais é do que a esperança, ainda que mínima, da aplicação da pena. Por fim, a adequação, expressão autoexplicativa, é utilizar o meio adequado para pleitear o direito em jogo; ͫ JUSTA CAUSA: com a reforma do CPP, é comum as bancas cobrarem um posicionamento advindo da reforma do Código, o qual salientou a necessidade da “Justa Causa” (art. 395, III, CPP), diga-se, a apresentação de um lastro probatório mínimo (indícios de autoria e de materialidade) para a implementação da ação penal. Em relação à POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO, o novo CPC (2015) excluiu a menção desse requisito (para Renato Brasileiro e Nestor Távora), o qual prediz que, para que haja ação penal, a lei deve proteger um direito que foi ferido. O motivo da exclusão, segundo a doutrina, é que tal disposi- tivo se tratava de categoria que necessitava de excessiva retórica para ser justificada no ordenamento jurídico. A exclusão da possibilidade jurídica do pedido foi cobrada em 2017 pela banca CESPE/UNB, de forma que são consideradas condições genéricas da ação penal apenas a legitimidade, interesse de agir e justa causa. No entanto, parte da doutrina e algumas bancas (FUNDATEC) afirmam que deve ainda existir a possibilidade jurídica do pedido, logo, não há pacifismo quanto ao tema. ͫ ORIGINALIDADE: a doutrina minoritária considera ainda como condição genérica da ação a originalidade. Para Afrânio Jardim e André Nicolitt, a ação penal deve ser original, não se admitindo reprodução, em face da vedação da dupla persecução criminal (bis in idem). MODALIDADES A ação penal é tipicamente classificada de acordo com a titularidade da ação. Quando o titular for o Ministério Público (dominus litis), a ação será chamada de ação penal pública, enquanto, sendo o particular o titular da ação, a nomenclatura dada é ação penal privada. A ação pública, por sua vez, apresenta as seguintes modalidades: ͫ incondicionada: o exercício da ação independe de qualquer condição especial. É a regra no processo penal, uma vez que, no silêncio da lei, a ação será pública incondicionada; ͫ condicionada: a propositura da ação penal depende da prévia existência de uma condição especial (representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça). Já a ação penal privada pode ser dividida em: ͫ exclusiva: é aquela em que pode ser exercida pelos seus familiares sempre que houver ausência ou falecimento; ͫ personalíssima: apenas a própria vítima é quem pode prestar a queixa-crime. Ocorre no CP unicamente no artigo 236 (induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento em casamento); ͫ subsidiária da Pública: é a ação promovida pela parte sempre que houver descaso ou relaxamento do MP em relação à ação penal pública.
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