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empreendedorismo

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u
cação
N
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a H
in
ck
el
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-65-5821-048-1
9 7 8 6 5 5 8 2 1 0 4 8 1
Empreendedorismo 
na Educação 
Nágila Cristina Hinckel
IESDE BRASIL
2021
© 2021 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. 
Imagem da capa: Kindlena/Pand P Studio/Dave Pot/Sergey Nivens/TairA/Flas100/Shutterstock
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
H554e
Hinckel, Nágila Cristina
Empreendedorismo na educação / Nágila Cristina Hinckel. - 1. ed. - 
Curitiba [PR] : IESDE, 2021. 
132 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-048-1
 1. Educação. 2. Empreendedorismo. 3. Professores - Formação. 
4. Gestão da qualidade total na educação. I. Título.
21-71701 CDD: 370.11
CDU: CDU: 37.017:005.336.3
Nágila Cristina 
Hinckel
Doutora em Educação pela Universidade Federal 
de Santa Catarina (UFSC). Mestra em Ciências da 
Linguagem pela Universidade do Sul de Santa Catarina 
(Unisul). Especialista em Educação e em Gestão 
Educacional pela Unidade de Educação de Santa 
Catarina (Uniesc). Licenciada em Pedagogia pela 
Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). 
Atuou como palestrante, assessora e consultora 
educacional nas redes pública e privada. É autora de 
livros na área de educação e empreendedorismo. 
Atualmente é servidora pública, atuando como 
professora do ensino básico, técnico e tecnológico e 
como responsável pelo Centro de Educação a Distância 
(CEaD) no Instituto Federal Catarinense (IFC). 
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
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1 Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 9
1.1 Contextualizando o empreendedorismo 10
1.2 Características do comportamento empreendedor (CCE) 13
1.3 Os tipos de empreendedorismo 19
1.4 Tipos e graus de inovação 24
1.5 Educação e empreendedorismo 27
2 Educação, inovação, tecnologia e sociedade 33
2.1 Sujeito e sociedade 34
2.2 A inovação e as tecnologias na sociedade 37
2.3 Criatividade e inovação 39
2.4 Empreendedor: o sujeito que inova 43
2.5 A inovação no sistema educacional brasileiro 46
3 As competências e o empreendedorismo na educação 52
3.1 Os pilares da educação 53
3.2 Educação empreendedora x Empreendedorismo educacional 61
3.3 Empreendedor educacional 66
3.4 O professor como empreendedor 69
4 O papel da mediação no desenvolvimento do perfil empreendedor 76
4.1 Mediação em Vygotsky 77
4.2 Feuerstein e a modificabilidade cognitiva 81
4.3 Mediação como princípio do desenvolvimento de 
 competências 87
5 Orientação Empreendedora Educacional 95
5.1 Orientação Empreendedora Educacional 96
5.2 Professor como empreendedor educacional na prática 105
5.3 Framework de gestão das práticas pedagógicas 108
6 Resolução das atividades 123
7 anexo 132
Olá, seja bem-vindo ao universo do Empreendedorismo na 
Educação. Vamos acompanhar você no desafio de superar alguns 
paradigmas vinculados a este tema, que tem se tornando cada 
vez mais presente na sociedade e nos espaços educacionais.
Muito embora existam práticas exitosas, ainda há um 
preconceito muito grande com relação ao uso do termo 
empreendedorismo no contexto educacional. Essa resistência, 
talvez, deva-se ao fato de que os discursos sobre o tema 
nunca foram abordados de maneira significativa e alinhada ao 
universo educacional, ou seja, com um olhar atento ao processo 
pedagógico e focado no desenvolvimento da aprendizagem e 
dos comportamentos empreendedores na prática e pela prática 
docente. A verdade é que o mundo da educação e o mundo do 
trabalho não podem mais ser percebidos de modo isolado e 
desconectado.
E é justamente isso que propomos nesta obra: uma ampliação 
do seu olhar como sujeito, estudante e futuro profissional na 
área de educação. Para isso, organizamos esta obra em cinco 
capítulos.
No capítulo 1, exploraremos os tipos de empreendedorismo, 
seus conceitos e os pontos de conexão entre o empreendedorismo 
e a educação, apresentando a inovação como elo entre essas duas 
frentes. Além disso, vamos buscar reconhecer as características 
do comportamento empreendedor e o modo com que elas 
se manifestam em quem empreende, quem inova e quem se 
propõe a ensinar.
Com base na desconstrução de alguns mitos e preconceitos, 
damos sequência ao assunto no capítulo 2, convidando você a 
amplificar seu potencial de observação. Faremos isso explorando 
a perspectiva de simbiose entre sociedade e sujeito. Ou seja, 
apresentaremos a sociedade como o espaço de interAÇÃO 
dos indivíduos e a escola como ambiente de potencialização da 
criatividade e do desenvolvimento da aprendizagem nos sujeitos, 
que uma vez estimulados e mediados intencionadamente, serão 
APRESENTAÇÃO
Vídeo
os responsáveis pela inovação e pelo desenvolvimento de tecnologias na/para 
a sociedade. Nesse capítulo, faremos ainda uma breve análise sobre o sistema 
educacional brasileiro, seus limites e potencialidades em relação à inovação.
Na sequência, no capítulo 3, debateremos as múltiplas possibilidades do 
empreendedorismo na educação, fundamentadas nas teorias educacionais. 
Exploraremos o perfil do docente como sujeito que medeia o desenvolvimento 
de competência no ambiente educacional. Para que você possa aproximar-
se mais dos conceitos, apresentaremos algumas práticas e iniciativas já 
desenvolvidas.
Por ser a mediação a base para o desenvolvimento do sujeito, no 
capítulo 4, abordaremos as teorias educacionais que sustentam esta 
perspectiva de desenvolvimento das competências e do perfil empreendedor, 
tanto no docente quanto no estudante. Esse ponto será a base para a 
compreensão e implementação prática da Orientação Empreendedora 
Educacional, tema do capítulo de fechamento desta obra. 
O capítulo 5 é o que chamaremos de “cereja do bolo”, a parte mais 
“desejada”, pois nele você receberá subsídios para compreender as implicações 
pedagógicas da OEE na educação e no desenvolvimento dos indivíduos para 
a sociedade. Ademais, receberá uma ferramenta para aplicação prática 
dessa perspectiva. Buscando tornar este estudo ainda mais significativo, 
apresentaremos um framework de gestão das práticas pedagógicas para 
potencializar sua jornada.
E aí, preparado para iniciar sua jornada no universo do empreendedorismo 
na educação? Esperamos que sim. 
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 9
1
Educação e 
empreendedorismo: 
desconstruindo paradigmas
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• compreender a inserção do empreendedorismo no contexto 
educacional, reconhecendo os pontos de conexão entre os con-
ceitos e o papel da inovação nesse processo;
• reconhecer características do comportamento empreendedor;
• diferenciar os tipos de empreendedorismo e de inovação.
Objetivos de aprendizagem
Seja bem-vindoao primeiro capítulo de sua trilha de aprendizagem. 
Certamente, este texto não é um romance, mas o enredo deste capítulo 
abordará um pouquinho sobre duas “personalidades”, educação e em-
preendedorismo, que têm muito em comum, mas boa parte da sociedade 
enxerga como uma “estranha” união.
Você deve estar ansioso para dar início a essa jornada em busca do 
conhecimento, em que exploraremos aspectos importantes sobre o em-
preendedorismo e os pontos de conexão, os quais levaram o tema a ser 
abordado no universo da educação. Será que realmente compreendemos 
o que é empreender e quais aspectos levam os sujeitos a empreenderem? 
Qualquer um pode empreender? Como o empreendedorismo, cuja base 
é a administração, pode estar presente no contexto educacional? Se em 
algum momento da vida você já se questionou sobre esses aspectos, é 
possível que se surpreenda com o quanto o empreendedorismo e as ca-
racterísticas do comportamento empreendedor estão presentes na vida 
das pessoas e na sociedade como um todo. Se você nunca parou para 
pensar nisso, ficamos felizes de tê-lo aqui, pois juntos vamos desenvolver 
o seu potencial de reflexão e ação frente aos diferentes desafios da vida.
Bons estudos!
10 Empreendedorismo na Educação
1.1 Contextualizando o empreendedorismo 
Vídeo Como nossa área “mãe” é a educação, vamos iniciar com uma breve 
contextualização do empreendedorismo para ficar mais fácil a com-
preensão de como ele se conecta com a educação na sociedade.
Quando você escuta a palavra empreendedorismo, qual é a primeira 
coisa que vem à sua cabeça? É comum que a grande maioria das pes-
soas relacione empreender com o fato de o sujeito ter um negócio de 
sucesso e lucrativo.
Mas será que empreender é só isso? Certamente não. Embora mui-
tas pessoas relacionem empreendedorismo com enriquecimento rá-
pido, vale a pena refletir e entender que esse não é um axioma, uma 
verdade absoluta, pois empreender corresponde a “construir valor 
a longo prazo em uma durável de fluxo de caixa” (DOLABELA, 2009, 
p. 171). Ou seja, empreender, ter um negócio de sucesso e ganhar mui-
to dinheiro são coisas diferentes, que não necessariamente acontecem 
rápido nem ao mesmo tempo.
O primeiro exemplo de empreendedorismo, segundo Dornelas 
(2001), foi creditado a Marco Polo 1 , pois este realizava contratos de 
risco, comprando e vendendo mercadorias, buscando obter lucro.
Já, o termo empreendedor foi usado pela primeira vez, no século XVII, 
pelo economista Richard Cantillon (1680-1734), para designar os sujei-
tos que tinham o hábito de assumir riscos (CHIAVENATO, 2012).
Durante muito tempo, outros estudiosos se comprometeram a defi-
nir esse termo. Confira a seguir algumas dessas definições:
Quadro 1
Conceitos de empreendedorismo/empreendedor
Ano Autor Conceito
1814
Jean-Baptiste 
Say
Empreendedor é aquele que transfere recursos de um setor de produtivi-
dade mais elevado e é importante para o bom funcionamento econômico.
1871 Carl Menger Aquele que antecipa necessidades futuras.
1934
Joseph Alois 
Schumpeter
Alguém que faz novas combinações de elementos criando produtos, novos 
métodos de produção, identificando novos mercados de consumo ou fontes 
de suprimento, criando novos tipos de organização e sobrepondo aos anti-
gos métodos, menos eficientes e mais caros.
1949
Ludwig von 
Mises
Empreendedor toma decisões.
1959
Friedrich von 
Hayek
Empreendedorismo envolve o risco e a descoberta de condições produtivas 
e das oportunidades de mercado pelos atores sociais.
Fonte: Chiavenato, 2012 apud Hinckel, 2016, p. 29.
Marco Polo foi um merca-
dor veneziano, que viajava 
e se aventurava entre 
a Europa e a Ásia. Suas 
histórias foram narradas 
no livro As viagens de 
Marco Polo, escrito por 
Rusticiano de Pisa. Diz 
a lenda que Marco Polo 
teria sido o responsável 
por levar o macarrão, o 
arroz e o sorvete da China 
para a Itália.
1
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 11
Tendo em mente esses conceitos, fica mais fácil começarmos a com-
preender as diferenças entre os termos.
De acordo com Dolabela (2009), o empreendedorismo é uma área, 
ou um campo de estudo, que não está vinculado a uma ciência ou a 
uma definição única. Pode ser compreendido como uma 
habilidade/capacidade do indivíduo em empreender, ou seja, de mate-
rializar ideias com criatividade, comprometimento, planejamento e 
foco nos objetivos (COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, 2007).
Segundo Dornelas (2003), o empreendedorismo resulta das ações 
do sujeito que empreende: o empreendedor. Este, por sua vez, possui 
características que o diferenciam de outras pessoas, na ação de em-
preender (Figura 1).
Joseph Schumpeter era economista e foi o primeiro es-
tudioso a relacionar o termo empreendedorismo à figura do 
empresário (LENZI, 2010). Na década de 1950 ele retoma as 
discussões sobre empreendedorismo, falando sobre o em-
preendedor e o seu papel e a sua influência na economia.
De acordo com Hinckel (2016, p. 30), considerando os 
conceitos e fundamentados na perspectiva schumpeteriana, 
“em um contexto mais amplo, o termo empreendedor é utilizado 
para falar dos sujeitos que se dedicam à geração de riquezas em 
diferentes perspectivas – produtos, serviços, tecnologia, inovação, mar-
keting e organização.” Ou seja, aqueles que, com habilidades específi-
cas, ocupam-se em gerar lucro financeiro em diferentes contextos de 
atuação comercial.
Mais recentemente o termo empreendedor vem ganhando novas di-
mensões. Isso porque os autores passaram a ressignificar o conceito, 
entendendo que o empreendedor é aquele que não só pensa, mas que 
também consegue materializar esse pensamento em ações concretas, 
articulando potencial de criatividade e inovação, buscando gerar valor, 
seja este individual ou coletivo (NAKAGAWA, 2013).
Ratificando a percepção de Nakagawa, Hinckel (2016) afirma que é 
possível, ao empreendedor, empreender tanto na vida quanto na car-
reira e que para empreender não é preciso necessariamente abrir um 
Agora que você observou 
alguns conceitos de em-
preendedor e empreen-
dedorismo, já consegue 
perceber a diferença 
entre os dois?
Para refletir
Figura 1
Escala relacional de termos
Fonte: Elaborada pela autora.
Empreendedorismo
Empreendedor
Empreender
12 Empreendedorismo na Educação
negócio promissor, mas é imprescindível que o sujeito possua compor-
tamentos que possam ser validados em seu dia a dia.
Para entender melhor essa questão, analise a figura a seguir.
Figura 2
Empreender na vida e na carreira
Empreendedor
Planeja sua vida.
Cria um negócio inovador próprio.
Procura novas formas de ser/agir.
É um empreendedor dentro 
da empresa que trabalha 
(intraempreendedor ou 
empreendedor corporativo).
Assume os riscos de mudar sua 
opinião e a sua ação.
Em ambos os casos (negócio próprio 
ou funcionário), o sujeito busca 
criar oportunidades e soluções 
inovadoras, que contribuam com 
o desenvolvimento da sociedade e 
com o sucesso institucional. 
Vida
Carreira
Fonte: Hinckel, 2016, p. 31.
Com base na Figura 2 apresentada, é possível perceber que, para 
empreender na vida ou na carreira, o sujeito precisa ter um conjunto 
de características relacionadas à personalidade que o façam agir de 
uma forma específica.
Ao menos em tese, a sociedade espera que o sujeito seja capaz de 
empreender em sua vida, muito embora nem sempre as pessoas con-
sigam se perceber como empreendedoras.
Mas qual é a diferença entre um empreendedor e uma pessoa 
comum?
Pessoas comuns, diante de dificuldades, de comentários negati-
vos e cenários não promissores, tendem a desistir de suas ideias. Já 
os empreendedores são sonhadores. Eles geralmente possuem uma 
habilidade muito grande de materialização dos seus ideais. Além disso, 
são proativos, antecipam-se e tentam colocar suas ideias em prática 
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 13
de diferentes formas, mesmo que o cenário não seja promissor. Dificil-
mente se deixam levar pela opinião dos outros. E quando algodá erra-
do, eles tentam de novo, tentam de outro jeito ou, ainda, tentam outra 
coisa. Ou seja, dificilmente desistem ou param de tentar transformar 
sonhos em realidade.
Na seção a seguir, vamos explorar quais são as características que 
definem um empreendedor. Será que você se encaixa em alguma delas?
1.2 Características do comportamento 
empreendedor (CCE) Vídeo
Ao longo desta obra estudaremos muito sobre o empreendedor, 
afinal sem ele certamente o empreendedorismo não existiria.
Na década de 1970, quase 20 anos depois de Schumpeter relacionar 
o empreendedor ao empresário, David McClelland realizou um estudo 
com vários países e desenvolveu um programa de seleção e desenvol-
vimento de empreendedores. Esse programa foi finalizado em 1985 e 
trazido para o Brasil, em uma parceria entre 
o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-
quenas Empresas (Sebrae) e a Organização 
das Nações Unidas (ONU).
A base desse programa é a aplicação de 
um questionário, associado a uma análise 
realizada por meio de uma entrevista. Essa 
combinação possibilitava perceber o quão 
empreendedor o sujeito era e, também, por 
meio das suas fragilidades, apresentar estra-
tégias para o seu desenvolvimento.
A base para a construção do questioná-
rio, proposto por McClelland (1961), era a 
análise de conjuntos de comportamentos, 
que se distinguem pela natureza dos resul-
tados obtidos, os quais estão descritos a 
seguir.
Saiba mais
David Clarence McClelland 
(1917-1998) é um psicó-
logo norte-americano que 
publicou uma série de 
trabalhos entre os anos 
1950 e 1990. De todas 
as suas publicações ao 
longo de sua trajetória, os 
principais temas eram a 
personalidade e a aplica-
ção desse conhecimento 
para ajudar as pessoas 
a melhorar suas vidas. 
Para saber mais sobre 
McClelland, acesse o link 
a seguir.
Disponível em: https://
topicosgestao2018.wixsite.com/
inicio/post/hist%C3%B3ria-de-
david-clarence-mcclelland. Acesso 
em: 10 maio 2021.
https://topicosgestao2018.wixsite.com/inicio/post/hist%C3%B3ria-de-david-clarence-mcclelland
https://topicosgestao2018.wixsite.com/inicio/post/hist%C3%B3ria-de-david-clarence-mcclelland
https://topicosgestao2018.wixsite.com/inicio/post/hist%C3%B3ria-de-david-clarence-mcclelland
https://topicosgestao2018.wixsite.com/inicio/post/hist%C3%B3ria-de-david-clarence-mcclelland
14 Empreendedorismo na Educação
Quadro 2
Conjuntos de comportamento
Realização Poder Planejamento
Busca de oportunidades e iniciativa
Independência e 
autoconfiança
Busca de informações
Persistência
Estabelecimento de 
metas
Correr riscos calculados
Exigência de qualidade e eficiência
Persuasão e rede 
de contatos
Planejamento e monito-
ramento sistemáticos
Comprometimento
 Fonte: Adaptado de McClelland, 1961 apud Hinckel, 2016.
Veja, no Quadro 2, que McClelland (1961) organiza as características 
do comportamento empreendedor de acordo com cada um dos con-
juntos de comportamento. O conjunto das realizações está relaciona-
do com a habilidade do sujeito de fazer as coisas acontecerem. Já o 
conjunto do poder agrupa comportamentos que dão ao sujeito a ha-
bilidade de influenciar as pessoas a seguirem seu ponto de vista. E, por 
fim, o conjunto do planejamento refere-se a comportamentos que 
contribuem para o sujeito visualizar antecipadamente os resultados, 
bem como definir estratégias para alcançá-los.
Para ser considerado empreendedor, por meio do instrumento, o 
sujeito precisa articular os comportamentos empreendedo-
res com frequência e intensidade adequadas, conside-
rando cada uma das nove características expressas 
pelos conjuntos de comportamentos.
Acompanhe essa relação entre os conjuntos 
de comportamentos e as características 
do comportamento empreendedor.
alexdndz/Shutterstock
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 15
Quadro 3
Quadro teórico de McClelland (1961)
Conjunto dos 
comportamentos 
empreendedores
Características do 
comportamento 
empreendedor
Comportamento empreendedor
Realização
Busca de oportuni-
dades e iniciativa
Faz as coisas antes do solicitado, ou antes de ser forçado pelas 
circunstâncias.
Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos e ser-
viços.
Aproveita oportunidades fora do comum para obter assistên-
cia (financeira, física e de formação).
Correr risco 
 calculados
Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente.
Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos mo-
derados.
Age para reduzir riscos e controlar resultados.
Exigência de quali-
dade e eficiência
Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápido e 
mais barato.
Age de maneira a fazer coisas que satisfaçam ou excedam os 
padrões de excelência.
Desenvolve e utiliza procedimentos para assegurar que o tra-
balho seja terminado a tempo, ou que atenda a padrões de 
qualidade previamente combinados.
Persistência
Age diante de um obstáculo significativo.
Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar 
um desafio ou superar um obstáculo.
Faz um sacrifício pessoal e despende um esforço extraordiná-
rio para terminar uma tarefa.
Comprometimento
Assume responsabilidade pessoal por solucionar problemas 
que possam prejudicar a conclusão de um trabalho nas con-
dições estipuladas.
Colabora com seus empregados ou coloca-se no lugar deles, 
se necessário, para terminar uma tarefa.
Esforça-se para manter seus clientes satisfeitos e coloca a boa 
vontade a longo prazo, acima do lucro a curto prazo.
Planejamento
Busca de 
informações
Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, for-
necedores e concorrentes.
Investiga pessoalmente como fabricar ou fornecer um produ-
to.
Consulta especialistas para obter assistência técnica ou co-
mercial.
Estabelecimento 
de metas
Estabelece metas e objetivos que são desafiadores e que têm 
significado pessoal.
Tem visão de longo prazo, clara e específica.
Estabelece objetivos de curto prazo mensuráveis.
(Continua)
16 Empreendedorismo na Educação
Conjunto dos 
comportamentos 
empreendedores
Características do com-
portamento empreen-
dedor
Comportamento empreendedor
Planejamento
Planejamento e 
monitoramento 
sistemático
Planeja dividindo tarefas de grande porte e subtarefas 
com prazos definidos.
Constantemente revisa seus planos levando em conta 
os resultados obtidos e mudanças circunstanciais.
Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar 
decisões.
Poder
Persuasão e rede de 
contatos
Utiliza estratégias deliberadas para influenciar e per-
suadir os outros.
Utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus 
objetivos.
Age para desenvolver e manter relações.
Independência e 
autoconfiança
Busca autonomia em relação às normas e controles de 
outros.
Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição 
ou de resultados inicialmente desanimadores.
Expressa confiança na sua própria capacidade de com-
pletar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio.
Fonte: Adaptado de McClelland, 1961 apud Hinckel, 2016, p. 33-35.
Conforme já mencionado, a frequência e a intensidade com que 
as CCE aparecem são fatores importantes para identificar o perfil em-
preendedor. Assim como na medicina, um remédio pode ser tanto um 
antídoto como um veneno, ou seja, dependendo da dose aplicada e 
do motivo pelo qual foi utilizado, pode tanto salvar uma vida quanto 
acabar com ela.
Com as características do comportamento empreendedor não é di-
ferente. Acompanhe um exemplo.
Vamos pensar em pessoas envolvidas com o mundo do crime, por 
exemplo, traficantes ou líderes de assalto a instituições financeiras. 
Se você analisar os conjuntos, as características e os comportamentos 
desses indivíduos poderá perceber o quanto eles têm presentes com-
portamentos que são considerados “empreendedores”. A questão é 
que eles usam essas habilidades para cometer crimes e fazer o mal. Na 
maior parte das vezes são oportunistas, manipuladores, teimosos, me-
tódicos, persuasivos para atingir seus objetivos e assumem riscos mui-
to altos na busca por resultados. Uma pena,pois, com a dose correta, 
Depois de tanta teoria e 
informação, que tal uma 
pausa para relaxar e ainda 
continuar aprendendo?
Selecionamos um filme 
que vai ajudá-lo a visualizar 
ainda mais cada uma das 
características do compor-
tamento empreendedor, 
trata-se do filme Walt antes 
do Mickey.
Certamente você já ouviu 
falar de Walt Disney. Ele, 
além de ter criado o 
personagem Mickey Mouse, 
foi um exemplo de que as 
pessoas não nascem 100% 
empreendedoras e que 
empreender pode levar 
tempo e muito esforço até 
os resultados começarem a 
aparecer.
Direção: Khoa Lê. EUA: 
Conglomerate Media, 2014.
Filme
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 17
poderiam facilmente usar seu potencial de liderança para empreender 
em suas vidas e em sua comunidade de modo honesto.
McClelland (1961) não foi o único a mapear os comportamentos dos 
empreendedores. Souza (2006) realizou um estudo de diferentes auto-
res, buscando identificar características e comportamentos apresenta-
dos por eles e que representavam os sujeitos que empreendiam. 
O resultado desse estudo foi uma matriz de características do em-
preendedor, demonstrada na tabela a seguir.
Tabela 1
Matriz de características do empreendedor
Características
Autores
Sc
hu
m
pe
te
r
M
cC
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To
ta
l
Buscar 
oportunidades
x x x x x x x x x x x 11
Conhecimento 
do mercado
x x x x x 5
Conhecimento 
do produto
x x x x x 5
Correr riscos x x x x x x x x x x 10
Criatividade x x x x x x x x x 9
Iniciativa x x x x x x 6
Inovação x x x x x x x x x x x x x x x x 16
Liderança x x x x x x x 7
Necessidade de 
realização
x x x x x 5
Proatividade x x x x x 5
Visionário x x x x x 5
Fonte: Souza, 2006, p. 17.
Depois de analisar com atenção a matriz desenvolvida por Souza 
(2006), você foi capaz de identificar alguma similaridade?
A inovação é a característica que esteve presente em todas as des-
crições sobre empreendedores, como indicativo de comportamento do 
empreendedor, que é representado pela propensão por inovar.
Assista ao filme Walt antes do 
Mickey e, partindo do que foi 
estudado até aqui, escolha 
três características de com-
portamento empreendedor 
apresentadas no filme que 
você considera relevantes. 
Qual habilidade que ele 
precisava desenvolver?
Desafio
18 Empreendedorismo na Educação
De acordo com Schumpeter (1947, apud CHIAVENATO, 2012), o em-
preendedor é a essência da inovação e, por esse motivo, torna obsoletas 
as formas antigas de se fazer negócios. Perceba que a inovação, inclusi-
ve, é o elemento que diferencia administrador/empresário/proprietário 
de um empreendedor, pois os primeiros administram o negócio, e o 
segundo está especialmente motivado a inovar.
Lembre-se de que o empresário, o proprietário e o administrador 
também podem ter características do comportamento empreendedor 
e as articular de modo a serem considerados empreendedores. Se você 
se propuser a fazer uma análise de empresários de sucesso, ficará im-
pressionado em perceber o quanto essas pessoas articulam as caracte-
rísticas do comportamento empreendedor para atingir resultados em 
suas vidas e lucro para os seus negócios.
Alguns empreendedores de sucesso no Brasil são:
 • Alexandre Tadeu da Costa – Fundador da Cacau Show.
 • Silvio Santos – Fundador do SBT.
 • Ricardo Nunes – Fundador da Ricardo Eletro.
 • Miguel Krigsner – Fundador do O Boticário.
 • Luiza Trajano – Fundadora do Magazine Luiza.
De acordo com Dolabela (2008), crianças que nascem em famílias 
cujos integrantes possuem potencial empreendedor têm mais chances 
de desenvolver esses comportamentos ao longo da vida.
O aprofundamento nos estudos sobre as características do com-
portamento empreendedor fez com que alguns pesquisadores, e até 
mesmo pessoas comuns, passassem a refletir e a se questionar sobre 
o fato de que empreender tivesse conexão apenas com os negócios 
e com o lucro capital. Isso se deu porque muitas pessoas tinham es-
sas características com frequência e intensidade que as tornavam em-
preendedoras. No entanto, não necessariamente tinham como foco 
inovar para gerar lucro capital para si ou para o seu negócio.
A partir disso, começaram a ser mapeadas outras formas de em-
preender e inovar. Está curioso? Vamos adiante!
E você? Tem as caracterís-
ticas do comportamento 
empreendedor? Existem 
muitos testes on-line que 
mensuram seu potencial 
para empreender. Faça o 
teste disponível no link a 
seguir e conheça qual é o 
seu potencial empreen-
dedor.
Importante: por mais que 
você acredite que não 
possua essas caracte-
rísticas, todos temos 
potencial empreendedor 
em maior ou menor grau. 
Alguns têm essas carac-
terísticas mais desenvol-
vidas e outros menos, 
dependendo do meio 
social, cultural e educa-
cional em que estiveram 
inseridos ao longo de sua 
trajetória.
Disponível em: https://
novonegocio.com.br/teste-perfil-
empreendedor/. Acesso em: 10 
maio 2021.
Saiba mais
https://novonegocio.com.br/teste-perfil-empreendedor/
https://novonegocio.com.br/teste-perfil-empreendedor/
https://novonegocio.com.br/teste-perfil-empreendedor/
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 19
1.3 Os tipos de empreendedorismo 
Vídeo Até a década de 1970, o termo empreendedorismo relacionava-se 
apenas com a ideia de gerar valor, vinculado ao lucro capital, por meio 
da inovação. Com o avanço dos estudos sobre os comportamentos em-
preendedores e suas formas de manifestação nos sujeitos, foi possível 
perceber que outras pessoas também faziam parte desse processo, 
mas com um foco um pouco diferente. Ou seja, empreendiam sob uma 
outra perspectiva.
A verdade é que essas pessoas já existiam e já empreendiam, no en-
tanto não eram consideradas empreendedoras de fato, por não terem 
como foco principal a inovação na geração de lucro capital.
E quais são os tipos de empreendedorismo reconhecidos? O pri-
meiro tipo de empreendedorismo você já conheceu. Estamos falando 
sobre ele desde o princípio deste capítulo: o empreendedorismo ca-
pital. Vale lembrar que essa foi a primeira forma de se compreender e 
de se definir essa modalidade.
O segundo tipo é o empreendedorismo social, que, ao contrário 
do capital, tem como principal objetivo gerar lucro/impacto social. 
É um negócio com o propósito de melhorar a vida das pessoas, ou 
ainda dar oportunidades para que as condições de vida dessas pessoas 
sejam melhoradas. Vale ressaltar que, na maior parte das vezes, o lucro 
capital e o desenvolvimento econômico acabam sendo consequências 
desses empreendimentos sociais.
O termo empreendedorismo social foi atribuído às práticas de em-
preendedores com foco no desenvolvimento social, durante as dé-
cadas de 1980 e 1990, por Bill Drayton e pelo escritor inglês Charles 
Leadbeater.
O empreendedorismo social empenha-se em solucionar problemas 
por meio de ações, criando empreendimentos sociais voltados para a 
geração de oportunidades e suporte à sociedade, buscando melhorar 
a qualidade de vida das pessoas (SILVA et al., 2012). Mesmo que os ne-
gócios sociais não visem ao lucro, precisam ser sustentáveis.
Existem dois tipos de negócios na perspectiva do empreendedoris-
mo social: o negócio de impacto e o negócio social.
Não se esqueça de que 
o empreendedorismo 
capital está ligado à figura 
do empreendedor/em-
presário de sucesso, que 
inova para gerar lucro 
financeiro para a empresa 
e para os acionistas.
Lembrete
Bill Drayton é o fundador 
da Ashoka, uma organiza-
ção americana que apoia 
líderes sociais no mundo. 
Drayton defende o estí-
mulo ao empreendedo-
rismo entre adolescentes 
e jovens para promover 
transformações socioe-
conômicas capazes de 
amenizar o crescimento 
do que ele chama de 
nova desigualdade. Ele 
acredita que “jovens 
preparados para criar 
soluções para problemas 
em suasescolas, famílias 
ou comunidades também 
saberão disputar um 
lugar ao sol no atual 
mercado de trabalho, 
rompendo barreiras que, 
na visão dele, são cada 
vez maiores” (DRAYTON, 
2019). Para conhecer 
mais a respeito de Bill 
Drayton e da Ashoka, 
acesse o link a seguir.
Disponível em: https://www.
ashoka.org/pt-br/story/historia-da-
ashoka. Acesso em: 10 maio 2021.
Saiba mais
https://www.ashoka.org/pt-br/story/historia-da-ashoka
https://www.ashoka.org/pt-br/story/historia-da-ashoka
https://www.ashoka.org/pt-br/story/historia-da-ashoka
20 Empreendedorismo na Educação
 • Negócio de impacto – gera impacto social, mas prevê distribui-
ção dos lucros entre os acionistas. O foco principal ainda é inovar 
para o desenvolvimento social.
 • Negócio social – é um negócio que está entre a ação de uma 
empresa tradicional e o trabalho de uma organização não gover-
namental (ONG). A empresa social surge para resolver um pro-
blema social e/ou ambiental. Perceba que a empresa gera lucro, 
mas esse lucro é reinvestido, com o objetivo de aproximar a em-
presa da sua missão social. Não existe uma divisão de lucros en-
tre acionistas (O QUE..., 2021).
Pode ser que você esteja se perguntado: qual é a diferença entre uma 
ONG e um negócio social? Na figura a seguir é possível perceber a rela-
ção do negócio tradicional e das ONGs na criação de um negócio social.
Figura 3
Compreendendo os negócios sociais
Negócios sociais: unem o dinamismo do business tradicional com a 
consciência da filantropia.
ONGs/Filantropia Negócios tradicionaisNegócios sociais
Objetivo
Metas
Maximização do 
impacto social
Autossustentável
Maximização 
dos lucros
AutossustentávelDoações
Maximização do 
impacto social
Fonte: O que..., 2021. 
Uma ONG geralmente depende de doações, já o negócio social é 
uma empresa criadora de serviços e de produtos que geram lucro, o 
qual é utilizado/reinvestido para atingir os objetivos e a missão social 
da empresa. Ou seja, é uma empresa autossustentável.
Dess (2002 apud OLIVEIRA, 2004) indica as possibilidades para uma 
empresa se encaixar na perspectiva do empreendedorismo social:
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 21
1. Ser exclusivamente associada às ONGs sem fins lucrativos e 
que iniciam ou incentivam a abertura de empresas com esse 
mesmo fim.
Um exemplo dessa modalidade é o Pimp my carroça 2 , um movi-
mento que atua desde 2012 com outras ONGs e que tem como missão 
“tirar os catadores de lixo da invisibilidade, aumentando sua renda, por 
meio de arte, sensibilização, tecnologia e participação coletiva” (PIMP 
MY CARROÇA, 2020). Mais de 50 cidades em diversos países se uniram 
a esse propósito envolvendo mais de 20 mil pessoas na causa.
2. Qualquer sujeito ou grupo de sujeitos que inicie uma empresa 
sem fins lucrativos. Geralmente depende de recursos 
públicos, privados ou filantrópicos para garantir que suas 
ações sejam operacionalizadas.
O Instituto Fazendo Acontecer 3 é uma entidade privada, sem fins 
lucrativos que começou a ser estruturada em 2009, pelo professor dou-
tor José Dornelas, e que tem como principal objetivo desenvolver o po-
tencial empreendedor de jovens de comunidades menos assistidas no 
Norte do Brasil. O professor Dornelas é um dos principais especialistas 
em empreendedorismo no Brasil.
Outro exemplo interessante, relacionado com a educação, é o mé-
todo criado pela médica italiana Maria Montessori. No período em que 
o método montessori foi criado, as crianças com síndrome de Down fi-
cavam à margem dos processos educacionais, pois não havia nenhuma 
ação nesse sentido. Diante dessa problemática, ela desenvolveu uma 
metodologia de trabalho pedagógico para crianças com deficit cogniti-
vo. Mesmo que o foco de sua ação não tenha sido o lucro, atualmente, 
muitas instituições se beneficiam dessa metodologia, gerando, além do 
lucro social, lucro capital para escolas que adotaram esse modelo. 
Os donos dessas escolas fazem parte do terceiro grupo de pessoas 
que podem ser consideradas empreendedoras sociais. Veja, a seguir.
3. Empresários que optam por práticas de responsabilidade 
social, buscando gerar impacto social como parte de sua 
missão.
A empresa Moradigna 4 foi criada em 2015, por Matheus Cardoso, 
com apenas 19 anos, com base em uma dificuldade vivida por ele e 
sua família: a insalubridade na sua residência. Ele morava em uma co-
munidade em São Paulo, conhecida como Jardim Pantanal, que sofria 
Para conhecer um pouco 
melhor esse superem-
preendimento social, 
assista ao videocase da 
ONG em questão.
Disponível em: http://youtu.
be/0d86iIPNb0M. Acesso em: 10 
maio 2021.
2
Para conhecer um pouco 
melhor o Instituto, acesse 
o vídeo com as principais 
ações do Fazendo 
Acontecer em 2020. Você 
pode fazer isso por meio 
do link a seguir.
Disponível em: http://youtu.
be/4jwCJh0x0Jg. Acesso em: 10 
maio 2021
3
Para conhecer um pouco 
melhor a história de 
Matheus Cardoso e do 
Moradigna, assista ao 
depoimento dele para a 
Endeavor. 
Disponível em: http://youtu.be/
E8VfAoabYSE. Acesso em: 10 
maio 2021. 
4
http://youtu.be/0d86iIPNb0M
http://youtu.be/0d86iIPNb0M
http://youtu.be/4jwCJh0x0Jg
http://youtu.be/4jwCJh0x0Jg
http://youtu.be/E8VfAoabYSE
http://youtu.be/E8VfAoabYSE
22 Empreendedorismo na Educação
pelas cheias do Rio Tietê e os impactos ocasionados por elas. Ao fazer a 
faculdade de engenharia civil, Cardoso resolveu empreender tentando 
resolver uma problemática percebida em sua história de vida. Dessa 
forma, teve a ideia de criar uma empresa cuja missão era gerar impac-
to, melhorar a vida das pessoas (impacto social), por meio de pequenas 
reformas, tornando as moradias mais salubres para que as famílias pu-
dessem viver melhor nas comunidades.
Nos cases anteriormente vistos, percebemos que os empreendedo-
res sociais desempenham papel importante, considerando as lacunas 
deixadas pelos órgãos governamentais e pelas empresas com foco no 
lucro capital.
Em cada um dos cases apresentados, os empreendedores sociais 
atuaram como agentes de transformação na sociedade, aprimorando 
contextos, criando soluções e abordagens, de modo a minimizar as 
problemáticas com as quais se depararam; aprimorando e/ou dando 
oportunidades para melhoria da vida das pessoas na sociedade. Cada 
um deles, dentro do seu nicho, propôs soluções para problemas so-
ciais, colocando-as em prática e com potencial de escalabilidade, ou 
seja, de multiplicar essas ações em diferentes contextos e regiões.
Acompanhe, no quadro a seguir, as principais características dos 
empreendedores sociais.
Quadro 4
Características dos empreendedores sociais
Ambiciosos
Lidam com questões sociais importantes, com paixão por fazer 
a diferença. Podem trabalhar sozinhos ou no interior de uma 
ampla cadeia de organizações já existentes, incluindo as que 
misturam atividades lucrativas e não lucrativas.
Motivados por 
uma missão
Sua principal motivação é a geração de valor social, antes da 
riqueza, que até pode fazer parte do processo, mas não é um 
fim. Empreendedores sociais são extremamente perseverantes 
e incansáveis em sua busca de ideia social.
Estratégicos
Como empreendedores de negócios, eles veem e atuam sobre o 
que os outros consideram oportunidades para criar sistemas e 
soluções e inventam novas abordagens que geram valor social.
Talentosos
São hábeis em recrutar e mobilizar recursos humanos, financei-
ros e políticos.
Voltados para 
resultados
São motivados pelo desejo de ver as coisas mudarem e produ-
zirem um retorno mensurável. Os resultados que buscam es-
tão essencialmente ligados à ideia de fazer do mundo um lugar 
melhor (qualidade de vida, acesso a recursos básicos, suporte a 
grupos desfavorecidos).
Fonte: Adaptado de Bessant e Tidd, 2009.
Se você estiver sem 
tempo para assistir ao 
vídeo, mas quer saber 
um pouco mais sobre 
o negócio do Matheus 
Cardoso, ouça o podcast, 
gravado em junho de 
2020, com aproximada-
mente 20 minutos, intitu-
lado #4: Construção civil, 
com Matheus Cardoso, do 
canalFutura.
Disponível em:
https://podcasts.google.com/feed/
aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVx-
dWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/
episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS-
00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjO-
WE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiH-
ksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjr-
kEegQIBRAL&ep=6. Acesso em: 11 
maio 2021.
Podcast
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVxdWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjOWE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiHksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjrkEegQIBRAL&ep=6
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVxdWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjOWE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiHksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjrkEegQIBRAL&ep=6
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVxdWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjOWE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiHksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjrkEegQIBRAL&ep=6
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVxdWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjOWE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiHksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjrkEegQIBRAL&ep=6
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVxdWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjOWE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiHksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjrkEegQIBRAL&ep=6
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVxdWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjOWE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiHksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjrkEegQIBRAL&ep=6
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVxdWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjOWE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiHksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjrkEegQIBRAL&ep=6
https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9uZWdvY2lvcXVlZXVxdWVyby5saWJzeW4uY29tL3Jzcw/episode/YWNmYmQyYmEtZjY1OS00MTNlLWFmYTItNjUxYTFlY2ZjOWE0?hl=pt-BR&ved=2ahUKEwiHksaN_r7vAhXrD7kGHWstAWcQjrkEegQIBRAL&ep=6
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 23
Observe que as características de empreendedores sociais apresen-
tadas por Bessant e Tidd (2009) se encaixam também nas característi-
cas dos empreendedores vinculados ao empreendedorismo de capital. 
O que os diferencia basicamente é o posicionamento e a intencionali-
dade que possuem no momento de empreender.
Quadro 5
Empreendedor empresarial x empreendedor social
Empreendedor empresarial Empreendedor social
• É individual.
• Produz bens e serviços.
• Tem foco no mercado.
• Bom desempenho = lucro.
• Visa satisfazer às necessidades dos clientes e 
ampliar as potencialidades do negócio.
• É coletivo.
• Produz bens e serviços para a comunidade.
• Tem foco na busca de soluções para problemas 
sociais.
• Bom desempenho = impacto social.
• Visa respeitar as pessoas em situação de risco social 
e as promove socialmente.
Fonte: Adaptado de Melo Neto e Froes, 2002, p. 11.
Os mesmos mecanismos que direcionam o empreendedorismo e a 
inovação na perspectiva capital aplicam-se no empreendedorismo social 
e no sucesso de uma empresa com esse viés. A motivação para inovar, 
nesses casos, surge do desejo de fazer a diferença na/para sociedade. 
Muitos empresários encontraram no empreendedorismo social satisfa-
ção pela criação de valor não capital, como foi o caso de Bill Gates, que 
migrou da direção da Microsoft, para administrar a Gates Foundation 
(BESSANT; TIDD, 2009 apud HINCKEL, 2016), no ano de 2000.
A terceira forma de empreendedorismo é o educacional, o qual 
refere-se à percepção do empreendedorismo nas/pelas práticas peda-
gógicas, partindo do mesmo pressuposto do empreendedorismo so-
cial, no que concerne à geração de impacto social. No entanto, não há 
vínculo com participação ou composição em empreendimentos sociais, 
organizações sem fins lucrativos ou ações de responsabilidade social, 
desenvolvidas por empreendedores capitais.
Esse modelo de empreendedorismo, assim como os demais tipos, 
apresenta sujeitos com comportamentos empreendedores e com a ha-
bilidade de articulá-los, com a frequência e a intensidade necessárias 
para o desenvolvimento de uma cultura empreendedora, pautada no 
empoderamento dos sujeitos individual ou coletivamente organizados.
Os modelos de pedagogia 
empreendedora definidos 
por Dolabela (2009) e de 
educação empreendedo-
ra direcionados pelo Se-
brae têm como principal 
característica desenvolver 
metodologias para formar 
empreendedores capazes 
de gerar lucro capital ou 
social, trazendo desen-
volvimento econômico e 
sustentabilidade.
Importante
24 Empreendedorismo na Educação
1.4 Tipos e graus de inovação 
Vídeo Paralelamente aos tipos de empreendedorismo, temos a inovação. 
Como já vimos na seção anterior, a inovação é um elemento primordial 
no processo de empreender. Assim, para toda forma de empreender, 
existem estratégias que promovem a inovação em cada uma das fren-
tes do empreendedorismo.
Figura 4
Frentes do empreendedorismo e estratégias de inovação
Empreendedorismo 
Empreendedorismo 
social 
Inovação
Inovação social
Empreendedorismo 
educacional 
Inovação 
educacional
Sh
ut
te
rs
to
ck
/T
ok
ar
ch
uk
 A
nd
rii
Fonte: Elaborada pela autora.
Assim como o empreendedorismo, o termo inovação traz consigo di-
ferentes formas de interpretação e é importante conhecer essas diversas 
nuances antes de adentrarmos na perspectiva da inovação educacional.
Descoberta, invenção e inovação. Pense em cada uma dessas 
palavras e tente descrevê-las ou ainda conceituá-las, com base na sua 
percepção, nas suas vivências até este momento.
Registre em uma folha de papel e analise quais são as semelhanças 
e diferenças entre cada um dos termos.
É incrível como boa parte das pessoas tende a tomar a descoberta, a 
invenção e a inovação como sinônimos. Compare os seus registros com 
as definições de Bessant e Tidd (2009).
Descoberta: é algo que já 
existia no ambiente e que, 
por meio da observação do 
ser humano, passou a ser 
descoberto. Está na natureza e 
não foi feito pelo ser humano. 
Invenção: está relacionada 
com o potencial criativo do 
ser humano, que manipula ou 
interfere em elementos que já 
existem, buscando solucionar 
problemas específicos.
Inovação: é traduzir ideias em 
produtos, processos ou serviços 
que sejam úteis, utilizáveis e 
diferentes do convencional, 
gerando valor. S
ofi
aV
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NY
Xp
rj/
 R
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or
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hu
tte
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to
ck
Qual é a diferença entre 
descoberta, invenção e 
inovação?
Para refletir
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 25
Você conseguiu perceber a diferença entre cada um dos termos? 
Vale lembrar que a definição de inovação de Bessant e Tidd (2009) está 
vinculada ao lucro capital, ou ainda ao que Schumpeter chamou de 
destruição criadora, a qual é considerada uma transformação que des-
trói o antigo e cria sucessivos novos elementos.
Ou seja, alguma vez você precisou criar atrito entre rochas a fim de 
produzir fogo para cozinhar, aquecer a água ou ainda para acender 
uma vela? A menos que você esteja participando de um programa de 
sobrevivência na selva ou esteja de fato perdido, isso não se faz ne-
cessário, pois as inovações criam facilidades para o cotidiano das pes-
soas, mudando significativamente o jeito como nos relacionamos com 
as primeiras descobertas. Hoje, por meio da descoberta do fogo pelo 
ser humano, temos equipamentos que nos permitem ter fogo de modo 
muito mais fácil, por exemplo, por meio de isqueiro, fósforo, fogão etc.
Quanto mais uma inovação muda a forma de as pessoas se relacio-
narem no mundo e com os objetos, mais disruptiva ela é. Schumpeter 
(1985) define os graus da inovação, considerando o impacto que esta gera 
na sociedade. Assim, toda e qualquer inovação que mude completamen-
te a ordem padrão de um comportamento ou uma ação do ser humano 
é considerada uma inovação radical. Já as demais inovações, vinculadas 
à inovação radical, são consideradas inovações incrementais.
Para facilitar o entendimento, acompanhe o exemplo do telefone. O 
primeiroaparelho foi criado por Alexander Graham Bell, em 1876. Ele 
facilitou muito o processo de comunicação das pessoas que estavam 
distantes e as informações passaram a ser recebidas mais rapidamen-
te. Note que, como mostra a Figura 4, ao longo dos anos, o telefone foi 
mudando e as funcionalidades dos aparelhos trouxeram mais conforto 
para o usuário.
K3
St
ar
/S
hu
tte
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ck
Figura 4
Evolução do telefone
disruptiva: que causa 
ruptura, rompimento 
e, consequentemente, 
mudança.
Glossário
26 Empreendedorismo na Educação
Mas e o smartphone? Ele é uma inovação radical ou incremental? 
Muitas pessoas têm dúvidas em relação a isso.
Com o acesso à internet por meio de aparelhos celulares, os indi-
víduos mudaram completamente a forma como passaram a se comu-
nicar e a utilizar o próprio aparelho. A mudança foi tamanha e mexeu 
tanto com o comportamento das pessoas, que alguns acreditam que 
não sobreviveriam sem seus celulares. O telefone celular com acesso à 
internet deixou de ser utilizado para fazer chamadas. Hoje, inclusive, é 
a coisa que menos se faz com o celular. Por esse motivo, ele foi consi-
derado uma inovação radical. Características atuais como tamanho da 
tela, qualidade da imagem e velocidade são melhorias, ou seja, inova-
ções incrementais ao smartphone.
Além da classificação por grau/impacto, é possível classificar a ino-
vação por tipologia. Essa classificação foi definida a partir de 2005, 
quando o Manual de Oslo foi editado, apresentando as diretrizes e 
definições sobre inovação e dividindo-a em: inovação em produtos e 
serviços, inovação em processos, inovação em marketing e inovação 
organizacional.
Por mais que essas tipologias não sejam o foco desta obra, citamos 
a seguir alguns exemplos para que você diferencie cada uma dessas 
formas de inovar.
Inovação em produto ou serviço: qualquer produto ou serviço que 
tenha sido criado e que tenha uma aceitação no mercado. Exemplos: re-
frigerantes, sabão em pó e líquido, computador, serviços de delivery etc.
Inovação em processos: refrigerantes como Coca-cola diet, 
Coca-cola zero. Um novo procedimento para criação do produto, que 
venha a atender às necessidades dos consumidores, reduzir custos ou, 
ainda, aumentar a produtividade.
Inovação em marketing: em 2015, a Coca-cola lançou uma cam-
panha para inserir nomes nas latas e com isso aumentar o número 
de vendas. Ou seja, as pessoas não compravam mais um refrigerante 
apenas para bebê-lo, passaram a comprá-lo para colecionar as latas ou 
presentear. Outro exemplo de inovação em marketing é das Havaianas: 
durante muito tempo a marca não era vista com prestígio, no entanto, 
depois de todo um investimento em marketing, com estratégias de mu-
dança do slogan para “Havaianas: todo mundo usa” e com a utilização 
de personalidades nas campanhas publicitárias, houve um reposicio-
Para conhecer mais a 
fundo a percepção de 
inovação, desenvolvida 
pleos 30 países mais ricos 
do mundo, consulte o 
Manual de Oslo.
Disponível em: http://
www.finep.gov.br/images/
apoio-e-financiamento/manualoslo
Leitura
Para que você possa se 
inspirar e transportar os 
conceitos de inovação 
para a vida, sugerimos 
dois filmes. O primeiro é 
Joy: o nome do sucesso, o 
qual aborda a trajetória 
de uma mulher lutadora 
e com grande potencial 
empreendedor, que em 
um processo de reinvestir 
em si mesma, criou o 
Magic Mop.
Direção: David O. Russell. EUA: Fox 
2000 Pictures, 2015.
O outro filme é Steve Jobs, 
que conta a história do 
cofundador da Apple, 
falando da sua geniali-
dade, mas também dos 
conflitos pessoais e de 
comportamento que im-
pactaram sua vida, desde 
o início de sua trajetória.
Direção: Danny Boyle. EUA: 
Universal Pictures, 2015.
Filme
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 27
namento da marca, melhorando os pontos de venda e ampliando o 
portfólio de produtos.
Inovação organizacional: quando se implantam novos meios para 
estruturar rotinas e métodos de trabalho. Como exemplos dessa mo-
dalidade temos Netflix, Uber, Cirque du Soleil, Booking etc.
Segundo Dornelas (2003), a inovação implica mudar algo, agir ou 
fazer diferente do que já se fazia; criando algo novo ou simplesmente 
mudando o ambiente com base no que já existe. O conceito de inova-
ção é muito importante, em especial na conexão entre a educação e o 
empreendedorismo, que é o assunto da próxima seção.
1.5 Educação e empreendedorismo
Vídeo Vamos iniciar esta seção com um texto de Paulo Freire (Figura 5), 
que reflete de modo muito pontual a forma como essas duas áreas tão 
importantes precisam ser encaradas.
Não há possibilidade de um discurso só, sobre os diferentes as-
pectos do tema. Um discurso que agrade em absoluto, a gregos 
e a troianos. Em verdade, este não é um tema neutro, cuja inteli-
gência e cujas consequências práticas sejam comuns a todas e a 
todos que dele falem. Isso não deve significar, porém, que as di-
ferenças de opiniões que marcam os distintos discursos, devam 
afastar do diálogo, os sujeitos que pensam e sonham diversa-
mente. Não há crescimento democrático, fora da tolerância. O 
importante é que a pura diferença não seja razão de ser decisiva 
para que se rompa ou nem sequer se inicie um longo diálogo 
através do qual pensares diversos, sonhos opostos, não possam 
concorrer para o crescimento dos diferentes e para o acrescen-
tamento dos saberes. (FREIRE, 1991, p. 47)
É fato que, quando Freire escreveu esse texto, não falava es-
pecificamente de educação e empreendedorismo. Ele se referia 
apenas aos temas que aparentemente mostravam-se contradi-
tórios e que inviabilizavam o diálogo e a perspectiva de cone-
xão entre as áreas. Lembre-se: Tudo está conectado! Talvez você 
apenas não tenha, ainda, conseguido identificar essa conexão.
Segundo Morin (2008), é necessário mudar o pensamento, 
substituindo os termos por aqueles complexos, no sentindo eti-
mológico da palavra, que corresponde a “tecer junto”.
Figura 5
Paulo Freire em 1977
wi
ki
m
ed
ia
 c
om
m
on
s.
28 Empreendedorismo na Educação
Educação e gestão são conceitos próximos em quase tudo o que pro-
duzimos na humanidade. Afinal, tanto a educação quanto a gestão estão 
na sociedade e são formadas por pessoas. No entanto, no senso comum 
e até no meio acadêmico, é corriqueiro escutar comentários que distan-
ciam as áreas e até mesmo as colocam em campos opostos. Percebemos 
isso em afirmações como: a escola não é uma empresa; estudantes e 
professores são pessoas e não números etc.
Uma hipótese para esse tipo de comentário e percepção talvez seja 
reflexo da característica humana de querer generalizar tudo. O contex-
to e as vivências de cada pessoa, desde a infância, contribuem para que 
sua forma de aprender se torne automatizada, em decorrência de me-
canismos biológicos do ser humano. Só que isso pode ser tanto positivo 
quanto negativo, pois, ao mesmo tempo que favorece a aprendizagem, 
a generalização pode permitir também ao ser humano criar teorias e 
antecipar resultados, pela repetição de alguns elementos/situações se-
melhantes, só que, às vezes, de modo incorreto. Para Moran (2011, p. 
26), “diante de novas perspectivas, a tendência será enquadrá-las rapi-
damente nos padrões anteriormente fixados” e que não correspondem 
à realidade.
Diante disso, fica um pouco mais fácil entendermos que a maior 
parte das críticas decorre dos autores da área educacional, princi-
palmente quando o assunto é empreendedorismo e competência. 
Isso porque muitos dos estudos e discursos sobre esses temas os re-
lacionam a uma perspectiva ideológica, capitalista e neoliberal, que 
responsabiliza/culpa o sujeito pelo seu fracasso (HINCKEL, 2016). Isso 
faz com que muitas pessoas da área educacional generalizem o termo 
e todo o processo, sentindo “calafrios” só de escutar a palavra empreen-
dedorismo no contexto educacional.
Outro fator que contribui para esse cenário é que boa parte dos 
estudos que relacionam esses temas o fazem sob o ponto de vista da 
gestão. São empresários,economistas, empreendedores de diferentes 
áreas que falam sobre a importância da educação para o desenvolvi-
mento do empreendedorismo. É o caso da pedagogia empreendedora, 
proposta por Fernando Dolabela (estudioso da área da administração), 
e da educação empreendedora, desenvolvida pelo Sebrae.
Perceba que eles não estão errados, mas, sob o ponto de vista edu-
cacional e da prática pedagógica propriamente dita, ficam algumas 
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 29
lacunas que não conseguem ser preenchidas e que dão margem ao 
processo de generalização. Em outras palavras, como seres humanos 
que são, alguns profissionais da educação, em vez de estarem abertos 
a testar diferentes possibilidades, agarram-se aos conceitos e expe-
riências anteriormente vivenciadas, para encontrar formas – generali-
zadoras – de fechar as lacunas.
Só que esse tipo de atitude não cabe mais, pois as transformações 
que acompanhamos na sociedade, principalmente as relacionadas ao 
uso das tecnologias e aos seus impactos nas formas de comunicar, de 
ensinar, de aprender, de ser e de conviver, em toda a cadeia social, es-
tão cada vez mais perto da escola. E isso vem acontecendo também de-
vido ao fato de haver uma crítica muito grande sobre o perfil do sujeito 
que a sociedade requer e aquele que, de fato, a escola vem ajudando 
a desenvolver.
Conforme afirma Hinckel (2016, p. 17), na “ formalidade prática do 
mundo da educação é necessário reconhecer que a maioria dos estu-
dantes é fruto da modernidade líquida e muitos professores são o pro-
duto de uma sociedade marcada pela solidez”. O sociointeracionismo, 
uma corrente pedagógica desenvolvida e fundamentada por Vygotsky, 
afirma que a aprendizagem acontece em decorrência das relações que 
estabelecemos e do meio em que estamos inseridos. Se a aprendiza-
gem e as habilidades desenvolvidas pelos estudantes são o reflexo das 
práticas pedagógicas e se as competências desenvolvidas por eles, ao 
sair dos espaços educacionais, estão distantes daquilo que a sociedade 
almeja e precisa, é sinal de que os processos formativos precisam ser 
ressignificados.
Infelizmente, a escola tem estado muito atrasada em relação aos 
avanços sociais. Se antes o cenário apresentado esperava convite, hoje 
ele vem atropelando os processos educacionais e promovendo um ver-
dadeiro “arrombamento” dos muros conceituais presentes na escola.
De acordo com Hinckel (2016), esse tema já permeia todas as ins-
tâncias formadoras, criando tensionamentos sobre a atuação e a fun-
ção do professor, bem como as implicações dessa demanda no fazer 
pedagógico. Além disso, é possível observar constantes estímulos de 
diversas direções, de que é preciso aprender a aprender 5 sempre.
O empreendedorismo fundamenta-se no empoderamento e na li-
bertação do sujeito frente aos mecanismos ideológicos dominantes na 
Um filme bem inte-
ressante e que ilustra 
a importância das 
práticas do professor 
no desenvolvimento do 
espírito inovador dos 
sujeitos é A sociedade dos 
poetas mortos, estrelado 
por Robin Williams, em 
1989. Apesar de antigo, o 
filme aborda de maneira 
bem atual os dogmas e 
resistências existentes 
no contexto educacional, 
em especial quanto às 
práticas inovadoras (que 
fogem ao modelo con-
vencional) e seus impac-
tos no desenvolvimento 
do potencial de inovação 
e visão dos estudantes.
Direção: Peter Weir. EUA: Walt 
Disney Studios, 1989.
Filme
Aprender a aprender é 
um dos pilares da educa-
ção, apresentados pela 
Unesco.
5
30 Empreendedorismo na Educação
sociedade para que, mesmo imerso nessa atmosfera, busque ter visão 
amplificada, enxergando não somente o óbvio, mas principalmente 
aquilo que poucos veem. E que essa habilidade promova no sujeito o 
potencial proativo e inovador de buscar soluções e caminhos, indepen-
dentemente do cenário desanimador ou da opinião de massa, assumin-
do os riscos conscientes e calculados de suas escolhas na sociedade, 
sejam elas quais forem. Quando esses mecanismos e essas habilidades 
forem acionados no ambiente escolar, seja para desenvolvimento do 
sistema educacional em um contexto mais amplo, ou para o aprimo-
ramento intencional dessa cultura empreendedora no/pelo processo 
pedagógico, chamamos de empreendedorismo educacional 6 (HINC-
KEL, 2016).
Essa percepção de empreendedorismo vai ao encontro do desen-
volvimento de sujeitos com potencial empreendedor e complementa 
o empreendedorismo social, pois tem a intenção de, também, aperfei-
çoar os sujeitos sob essa perspectiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Empreendedorismo e educação coexistem na sociedade e mais do 
que nunca precisam ser compreendidos isolada e coletivamente, discipli-
nar e transversalmente, no intuito de superar paradigmas que, no cenário 
atual, fazem cada vez menos sentido.
Compreender o empreendedorismo sob o viés da administração 
e perceber a inovação como elemento de conexão entre as formas de 
empreender inicia o tensionamento para o processo de aceitação do 
empreendedorismo e da necessidade de desenvolvimento das caracte-
rísticas do comportamento empreendedor, por meio da educação, como 
elemento importante para integração dos indivíduos na sociedade.
Esperamos que, ao final dos estudos deste capítulo, você tenha con-
seguido compreender a inserção do empreendedorismo no contexto 
educacional, reconhecendo os pontos de conexão entre os conceitos e o 
papel da inovação nesse processo, bem como esteja apto a identificar as 
características do comportamento empreendedor e diferenciar os tipos 
de empreendedorismo e inovação. Caso tenha ficado com dúvidas em 
relação a algum desses pontos, retome a leitura do capítulo.
Vale lembrar que alguns 
poucos autores tratam 
o empreendedorismo 
educacional como a ação 
de abrir um negócio 
na área da educação. É 
importante que você não 
faça confusão. Empreen-
der no ramo de negócios 
educacionais também é 
uma possibilidade, mas 
não se trata do foco prin-
cipal de desenvolvimento 
desta obra.
6
Educação e empreendedorismo: desconstruindo paradigmas 31
ATIVIDADES
1. O empreendedorismo está presente na sociedade, mas se manifesta 
especialmente por meio das práticas dos sujeitos. Reflita sobre o que 
é empreender e quais são as possibilidades de se empreender. Na 
sequência, faça uma análise sobre a presença do empreendedorismo 
na sua vida e na das pessoas que estão próximas a você, descrevendo, 
em forma de tópicos, em que períodos isso aconteceu.
2. Bill Gates foi o criador da Microsoft e ganhou muito dinheiro 
empreendendo. Em determinado momento, ele cria a Fundação Bill 
Gates e passa a investir no empreendedorismo social. O que leva um 
empreendedor com foco exclusivo em lucro capital a migrar para o 
empreendedorismo social?
3. Tudo o que existe ao nosso redor e que não é a própria natureza 
representa uma inovação. Observe o ambiente em que você se 
encontra estudando neste momento. Olhe para si próprio, para 
suas roupas e acessórios... Tudo é inovação! Tudo foi criado pelo ser 
humano e passou a ser consumido/utilizado, facilitando nossa vida. 
Como vimos, existem dois graus de inovação quanto ao impacto que 
produzem na sociedade. Escolha alguns objetos do ambiente em que 
você está e defina se são inovações radicais ou incrementais. 
4. Durante muito tempo, o empreendedorismo foi um tema quase que 
exclusivo para empresários e acadêmicos da área de gestão. Com o 
tempo, a inovação trouxe avanços para os diversos segmentos da 
sociedade, que passaram a demandar por novos perfis de sujeito e, 
também, a requerer novas competências para atuação no mundo do 
trabalho.
Como você pôde perceber ao longo deste capítulo, empreendedorismo 
e educação são áreas que se conectam, no entanto, as pessoas têm 
certa dificuldade para perceber essas conexões. Considerando os 
estudos realizados, aponte duas hipóteses que favorecem essa 
dificuldade de conexão.
REFERÊNCIAS
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CHIAVENATO, I.  Empreendedorismo:dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo: 
Manole, 2012.
COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Documento de trabalho dos serviços da 
comissão – Escolas para o século XXI. Bruxelas: Comissão das Comunidades Europeias, 
2007. Disponível em: https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/847/2/20101_ulsd_
dep.17852_tm_anexo1a.pdf.pdf. Acesso em: 19 abr. 2015.
Vídeo
32 Empreendedorismo na Educação
DOLABELA, F. Quero construir a minha história. São Paulo: Sextante, 2009.
DOLABELA, F. Oficina do Empreendedor. São Paulo: Sextante, 2008.
DORNELAS, J. C. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se 
diferenciar na sua empresa. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2003.
DORNELAS, J. C. Empreendedorismo: transformando ideias e negócios. Rio de Janeiro: 
Campus, 2001.
DRAYTON, B. Jovem deve ter habilidade de mudar sua realidade. O Globo, 19 maio 2019. 
Disponível em: https://www.ashoka.org/pt/story/bill-drayton-jovem-deve-ter-habilidade-
de-mudar-sua-realidade. Acesso em: 11 maio 2021.
FREIRE. P. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1991.
HINCKEL, N. C. Educação, inovação e empreendedorismo: implicações pedagógicas 
da orientação empreendedora educacional. 2016. Tese (Doutorado em Educação e 
Comunicação) – PPGE.
LENZI, C. et al. Ação empreendedora: como desenvolver e administrar o seu negócio com 
excelência. São Paulo: Editora Gente, 2010.
MELO NETO, F. P. de; FROES, C. Empreendedorismo social: a transição para a sociedade 
sustentável. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.
MCCLELLAND, D. The achieving society. Nova York: VanNostrand, 1961.
MORAN, J. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2011.
MORIN, E. A cabeça bem-feita: repensar a reforma e reformar o pensamento. 14. ed. Rio de 
Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
NAKAGAWA, M. Empreendedorismo: elabore seu plano de negócios e faça a diferença. São 
Paulo: Senac, 2013.
OLIVEIRA, E. M. Empreendedorismo social no Brasil: fundamentos e estratégias. 2004. Tese 
(Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Unesp, Franca.
O QUE são negócios sociais. Yunus, 2021. Disponível em: https://www.yunusnegociossociais.
com/o-que-so-negcios-sociais. Acesso em: 11 maio 2021
PIMP MY CARROÇA. Sobre nós, 2021. Disponível em: https://pimpmycarroca.com/sobre-
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Disponível em: https://revistacientifica.facmais.com.br/wp-content/uploads/2012/10/8.
EMPREENDEDORISMO-SOCIAL-Fabiana-Pontes-da-Silva-et-al..pdf. Acesso em: 11 maio 
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SCHUMPETER, J. A teoria do desenvolvimento econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1985.
SOUZA, E. C. L. Empreendedorismo: da gênese à contemporaneidade. In: SOUZA, E. C. L.; 
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2006, p. 3-20.
https://www.ashoka.org/pt/story/bill-drayton-jovem-deve-ter-habilidade-de-mudar-sua-realidade
https://www.ashoka.org/pt/story/bill-drayton-jovem-deve-ter-habilidade-de-mudar-sua-realidade
https://www.yunusnegociossociais.com/o-que-so-negcios-sociais
https://www.yunusnegociossociais.com/o-que-so-negcios-sociais
https://pimpmycarroca.com/sobre-nos/
https://pimpmycarroca.com/sobre-nos/
https://revistacientifica.facmais.com.br/wp-content/uploads/2012/10/8.EMPREENDEDORISMO-SOCIAL-Fabiana-Pontes-da-Silva-et-al..pdf
https://revistacientifica.facmais.com.br/wp-content/uploads/2012/10/8.EMPREENDEDORISMO-SOCIAL-Fabiana-Pontes-da-Silva-et-al..pdf
Educação, inovação, tecnologia e sociedade 33
2
Educação, inovação, 
tecnologia e sociedade
Todo avanço é uma vitória e toda vitória nos prepara para novos de-
safios! Por esse motivo, convidamos você a rememorar – ou pesquisar 
sobre – um dos desenhos mais famosos do final da década de 1980: 
ThunderCats. Já ouviu falar?
Os ThunderCats eram um grupo de seres meio gatos e meio humanos 
que lutavam contra o mal. Seu líder, Lion, tinha uma espada justiceira que 
continha o chamado olho de Thundera acoplado, e que dava a ele visão 
além do alcance.
Neste capítulo, vamos ativar a sua “visão além do alcance” e desenvol-
ver sua capacidade de observação. Ou seja, vamos dar a você subsídios 
para analisar e compreender as relações entre os sujeitos e a sociedade 
e como esse movimento impacta a inovação e é impactado por ela, pela 
tecnologia e educação.
Enxergar além do que os olhos podem ver é uma habilidade que pode 
ser desenvolvida. Essa habilidade é fundamental para que qualquer su-
jeito na sociedade possa intervir na sua realidade ou no meio onde está 
inserido, identificando formas de superar desafios, buscando e propondo 
soluções de maneira crítica e fundamentada.
Primeiro, vamos compreender as relações entre sujeito e sociedade 
para que você possa reconhecer os sujeitos como agentes de transforma-
ção social. Na sequência, trataremos de inovação; como ela surge, de que 
forma faz parte da essência do ser humano e por que, algumas vezes, ela 
não acontece. Para isso, abordaremos os conceitos de criatividade e inova-
ção, relacionando essas duas vertentes e identificando suas relações com 
as ações de quem empreende.
Por fim, vamos abordar um pouco o sistema educacional brasileiro e 
compreender como essa organização contribui para a presença da inova-
ção e da tecnologia na sociedade.
Vamos adiante?
34 Empreendedorismo na Educação
2.1 Sujeito e sociedade 
Vídeo
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• reconhecer o sujeito como agente de transformação social;
• relacionar criatividade e inovação;
• compreender o conceito de inovação;
• identificar a inovação como característica de quem empreende; 
• identificar a presença da inovação e da tecnologia na organiza-
ção educacional brasileira.
Objetivos de aprendizagem
Relacionar sujeito e sociedade parece algo óbvio, no entanto o óbvio, 
às vezes, é tão evidente e natural que pode passar despercebido. Para 
que você compreenda melhor essa afirmação, vamos estabelecer uma 
metáfora. Quando não conhecemos algo, ou desconhecemos como fun-
ciona a prática de uma ação que teremos de executar, nossa mente ana-
lisa e problematiza a situação tentando dominá-la. Um exemplo disso é 
a prática da direção de um carro. Saber dirigir é uma tarefa complexa, 
envolve conhecimento das leis, habilidade prática, psicológica e destreza 
para realizar diferentes ações ao mesmo tempo.
Quando começamos a dirigir, é normal nos preocuparmos e pen-
sarmos os mínimos detalhes, como ajustar o retrovisor e o banco do 
carro, colocar o cinto, dar a partida, passar a marcha, acelerar, frear, 
observar o espaço, parar, dar seta, dar ré, estacionar, manobrar, en-
fim, uma infinidade de ações em um contexto de incertezas, visto que 
no trânsito existem outros carros e pedestres que estão fora de nossa 
zona de controle.
Com o passar do tempo e o ganho da habilidade na ação de diri-
gir, passamos a automatizar e a naturalizar algumas práticas comuns. 
Não precisamos mais pensar antes de fazer, simplesmente realizamos 
a ação. Você dirige, dá seta, freia e troca marchas naturalmente e, às 
vezes, até sem perceber que fez todas essas coisas.
O mesmo acontece com relação ao ser humano na sociedade. 
Quando somos crianças e iniciamos o processo de exploração do mun-
do, por volta dos 2 anos e meio aos 4 anos de idade, passamos por 
Educação, inovação, tecnologia e sociedade 35
uma fase de descoberta de tudo que nos cerca. A criança entra em um 
período chamado pelo senso comum de fase dos porquês.
A criança tem uma forma peculiar de ver o mundo. Poderíamos 
até dizer que nasce com um “olho de Thundera” em desenvolvimen-
to. Contudo, com o passar do tempo e em decorrência do contex-
to em que está inserida, ocorre a acomodação de alguns esquemas 
mentais, criando personalidade, padrões de comportamento e hábi-
tos. Então, com o tempo, ela passa a não questionar mais, por exem-
plo, o motivo pelo qual meninos e meninas são diferentes ou por 
que existe dia e noite. Se a criança recebe respostas simplistas, dotipo “porque sim” ou “porque não”, ou ainda se recebe mais respos-
tas do que perguntas, ficará propensa a esperar pelas coisas prontas 
e a não pensar ou refletir sobre elas.
De acordo com Vygotsky (2008), criador da teoria sociointeracio-
nista, somos o resultado do contexto em que estamos inseridos e das 
relações que estabelecemos ao longo da vida. Nesse sentido, nossa 
forma de ser e de ver o mundo acaba sendo moldada pela forma de 
ser e ver o mundo dos nossos agentes primários de mediação, que são 
representados quase sempre pela família. Evidentemente, isso pode se 
modificar ao longo da existência do sujeito, afinal, à medida que o tem-
po vai passando, temos acesso a outros espaços e vamos estabelecen-
do relações com outras pessoas, que também podem ser escolhidas 
por nós como agentes de mediação.
Quando crescemos, esses padrões que criamos quando crianças 
nos permitem generalizar e naturalizar algumas situações e fatos, pois, 
em tese, já passamos pelo processo de assimilação e entramos na aco-
modação. É muito mais fácil, em algumas situações, não problematizar, 
não se questionar e não refletir sobre o que estamos ouvindo, falando 
ou fazendo. Afinal, isso já faz parte da nossa vida, já tem um efeito de 
sentido construído em nossa mente.
Essa naturalização também acontece com a ideia de sermos sujei-
tos; de que estamos presentes na sociedade e de que agimos sobre 
ela, modificando-a e ao mesmo tempo sendo modificados, em um 
processo cíclico e contínuo. Por mais evidente que isso seja, entramos 
no “piloto automático” e, muitas vezes, esquecemos disso enquanto vi-
vemos em sociedade.
Entre os 2 e os 7 anos, 
a criança está na fase, 
definida por Piaget, de 
pré-operacional. Nesse 
período, a criança começa 
a desenvolver a habilidade 
de criar esquemas men-
tais, inteligência simbólica 
e representativa, desenvol-
vimento da fala etc. 
Nessa fase, a criança 
busca compreender o 
que a cerca, construindo 
seus esquemas mentais e 
desenvolvendo suas ha-
bilidades cognitivas pelos 
processos de assimilação e 
acomodação.
Para saber mais sobre os es-
tágios do desenvolvimento, 
assista ao vídeo Estágios do 
desenvolvimento, publicado 
no canal Didatics.
Disponível em: http://youtu.be/
CRokAZi_RWM. Acesso em: 25 
maio 2021.
Saiba mais
https://www.youtube.com/watch?v=CRokAZi_RWM
https://www.youtube.com/watch?v=CRokAZi_RWM
http://youtu.be/CRokAZi_RWM
http://youtu.be/CRokAZi_RWM
36 Empreendedorismo na Educação
É importante entendermos que quanto mais questionamos a rea-
lidade a respeito daquilo que é evidente, as problemáticas que nos 
rodeiam, buscando compreendê-las de diferentes perspectivas, mais 
ativamos nossa visão além do alcance e mais perto de minimizar ou 
solucionar os problemas estaremos.
Você deve estar se questionando: o que tudo isso que estudamos 
até o momento tem realmente a ver com as relações entre sujeito e 
sociedade, afinal?
Como já mencionamos, sujeito e sociedade estão intimamente co-
nectados. Pêcheux (2009) entende o sujeito pelas suas relações históri-
cas e aponta a forma-sujeito como o resultado das formações sociais, 
discursivas e ideológicas, que representam o pré-construído do sujeito 
e que o constituíram em sua forma de ser, agir e pensar. 
Assim, ao mesmo tempo que os sujeitos constituem a sociedade 
e a modificam, acabam sendo modificados por ela, de acordo com a 
historicidade vinculada ao contexto vivenciado por eles. Por esse moti-
vo, muitos têm a ilusão de que suas ações e palavras são apenas suas, 
tendo origem neles mesmos, quando na verdade são o resultado das 
experiências e vivências compartilhadas por aqueles que fizeram parte 
de sua formação.
Esse pensamento também vai ao encontro do que Freire (2014, 
p. 93) acreditava: “ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos pou-
cos, na prática social de que tomamos parte”. Isso significa que vamos 
nos constituindo como sujeitos sociais à medida que vamos nos apro-
priando das formas de ser e agir em sociedade.
Você já parou para pensar em si mesmo como sujeito social? Ou 
seja, de que maneira sua forma de ser, agir e pensar foi impactada ao 
longo de sua vida e de que modo hoje você cria impacto no modo de 
ser e agir das pessoas que estão à sua volta e, consequentemente, na 
sociedade?
Às vezes, afastamo-nos dos conceitos e falamos dos sujeitos e da 
sociedade como se estivéssemos alheios a eles. Elias (1994) nos incen-
tiva a perceber sociedade e indivíduo não como distintos e distantes, 
mas como indissociáveis e determinantes entre si. Para compreender 
verdadeiramente essa relação, precisamos mudar a forma de “pensar 
em termos de substâncias isoladas, únicas e começar a pensar em ter-
Para ilustrar a relação 
entre os sujeitos e a 
sociedade, bem como o 
impacto do contexto so-
cial na forma de pensar, 
ser e agir, indicamos o 
filme O doador de memó-
rias, de 2014. Com base 
no livro de mesmo título, 
trata-se de uma aventura 
misturada com suspense 
que narra a história 
de um garoto que, até 
então, vive em um mundo 
perfeito. Ao completar 12 
anos, ele é escolhido para 
ser um receptor de me-
mórias da “comunidade” 
onde mora e passa a ser 
ensinado por um homem 
mais velho: o “Doador”. 
Com isso, o rapaz passa a 
problematizar situações 
que até então naturali-
zava e precisa enfrentar 
os desafios diante das 
escolhas que fará com 
relação à sua vida e ao 
seu futuro.
Esperamos que goste!
Direção: Phillip Noyce. EUA: Walden 
Media, 2014.
Filme
Educação, inovação, tecnologia e sociedade 37
mos de relações e funções” (ELIAS, 1994, p. 23). Justamente o que esta-
mos propondo nesta seção!
Morin (2008) afirma que o indivíduo é o resultado de um processo 
reprodutor constante. Assim, a sociedade “com sua cultura, suas nor-
mas, retroage sobre os indivíduos humanos e os produz enquanto in-
divíduos sociais dotados de cultura” (MORIN, 2008, p. 119). Portanto, na 
condição de sujeitos sociais, somos produto e produtores da sociedade 
na qual vivemos.
Com base em todas as considerações apresentadas, relacionan-
do sujeito e sociedade, podemos afirmar que a forma com que os 
sujeitos se posicionam em/na sociedade está diretamente conecta-
da com os avanços e retrocessos sociais e com as práticas coletivas 
(HINCKEL, 2016) representadas pelas instâncias educacionais, políticas, 
econômicas, culturais, religiosas e sociais.
O professor tem um 
papel fundamental no 
desenvolvimento dos 
sujeitos para a sociedade. 
Ter consciência disso e 
compreender a relação 
entre a ação docente, 
suas práticas pedagógicas 
e as modificações que 
esperamos na sociedade 
é fundamental para que 
os professores possam 
ter sua visão “Thundercat” 
potencializada e, com isso, 
criar práticas pedagógicas 
significativas e intencio-
nais, que sejam capazes 
de transformar os sujeitos 
e, consequentemente, a 
sociedade.
Importante
2.2 A inovação e as tecnologias na sociedade 
Vídeo
Você já parou para pensar na presença da inovação e das tecnolo-
gias na sociedade? Em uma linha do tempo – do ser humano primata 
ao contemporâneo –, a inovação e a tecnologia sempre estiveram pre-
sentes na história, com a caça, o cultivo, a criação de utensílios, ferra-
mentas, meios de transporte e medicamentos e com novas formas de 
ensinar e aprender técnicas para viver em sociedade.
O ser humano foi do fogo às bombas nucleares motivado pela 
curiosidade e seu espírito empreendedor. Isso o levou a alcançar um 
desenvolvimento mais especializado e potencializado, considerando 
a evolução das demais espécies de animais (LANZER et al., 2012 apud 
HINCKEL, 2016, p. 53).
Já vimos que não existe empreendedorismo sem inovação, afinal, a 
propensão para inovar é uma característica de comportamento muito 
forte nos sujeitos que empreendem.
As tecnologias, por sua vez, são inovações criadas pelos seres hu-
manos com o intuito de facilitar suas vidas em sociedade. É importante 
reconhecermos que o avanço tecnológico e científico transforma de 
maneira muito rápida a forma como os sujeitos devem atuar.
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