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TCC ESTÁCIO: SER EMPREENDEDOR, AS MOTIVAÇÕES QUE INDUZEM AS PESSOAS A ATUAREM NO SEGMENTO

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SER EMPREENDEDOR: AS MOTIVAÇÕES QUE INDUZEM AS PESSOAS A ATUAREM NO SEGMENTO
FLÁVIO DE CARVALHO GUIMARÃES[footnoteRef:1] [1: Aluno concluinte do curso de Bacharel em Administração da Universidade Estácio de Sá] 
LÚCIA MARIA PANEZI ZIMMERMANN[footnoteRef:2] [2: Professora Orientadora do artigo da Universidade Estácio de Sá.
] 
RESUMO
O presente trabalho pesquisa tem como objetivo realizar um debate sobre o tema do empreendedorismo, buscando-se em diferentes estudos sobre os conceitos, definições e compreensão do tema como método, tratando-se exclusivamente de uma pesquisa bibliográfica e os resultados e suas conclusões referem-se as discussões sobre empreendedorismo, o processo de empreender hoje no mundo do empreendedorismo, os tipos de empreendedores, as características caracterizando as diferenças entre um ser inventor, um empreendedor, um gestor ou um líder e ainda sobre o processo de empreender no Brasil de hoje com suas crises econômicas e o risco de insolvência e posteriormente uma possível falência em caso de falta de capital de giro ou a continuidade da empresa de se manter no mercado altamente flutuante. No Brasil, a importância do empreendedorismo pode ser observada nos dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas [SEBRAE], 2017, p. 7): No caso do Brasil, em 2016, o país atingiu a segunda maior Taxa Total de Empreendedores de sua série histórica, com 36% da população adulta envolvida com a atividade empreendedora. Naquele ano foi atingida também a segunda maior marca para a TEA e a TEE. Após uma série longa de crescimento destes indicadores, a queda destes indicadores em 2016 está associada à crise da economia brasileira e/ou a um esgotamento natural do crescimento destes indicadores, após atingir o recorde no ano anterior.
Palavras Chave: Empreendedor. Motivação empreendedora. Sebrae. 
1 INTRODUÇÃO
1.1 DELIMITAÇÃO:
Este artigo resume informações sobre o tema do empreendedorismo, demonstrando as razões que levam as pessoas a motivação ou a desistência de ser um empreendedor; analisar a relação da desistência ao medo; analisar a melhor forma de dar o primeiro passo; analisar perfil de empreendedores que obtiveram sucesso e os que não obtiveram; aprender com os erros e estudar a melhor forma de superar obstáculos, bem como as vantagens e desvantagens de se tornar seu próprio patrão. Abordando ainda aspectos relevantes relacionados com a origem da terminologia, conceitos, teorias do empreendedorismo, sua importância na sociedade moderna, entre outros. Trata, também, dos tipos, características, habilidades e competências dos empreendedores. Traz respostas às seguintes perguntas: o que se entende por empreendedor? 
 1.2 – OBJETIVOS PRETENDIDOS
 GERAL: Analisar a questão da motivação que leva um empreendedor a atuar no segmento do empreendedorismo hoje no Brasil, seus problemas, suas dificuldades, seu preparo para empreender, técnicas e treinamentos, a carência de conhecimento e experiência em gestão de negócios existentes entre esses empreendedores, a questão da desistência em prosseguir com um empreendimento, bem como todos os conhecimentos envolvidos para se abrir uma empresa hoje no Brasil.
ESPECÍFICOS: Demonstrar os fatores positivos ou negativos que que fazem um indivíduo acreditar em abrir sua própria empresa, sobretudo numa economia muito instável como a brasileira e seus diversos problemas como altos impostos e fechamento cedo de negócios e sistematizar as consequências das vantagens e benefícios na prática de se iniciar um negócio próprio seja na residência do próprio empreendedor ou até mesmo num ponto de comércio previamente determinado, aprender com os erros e analisar a melhor forma de superar obstáculos, analisar as vantagens e desvantagens de se tornar seu próprio patrão.
1.3 – JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA
A motivação desta pesquisa nasce da importância do empreendedorismo hoje no Brasil e como direcionamento para futuros aproveitamento seja no meio social, empresarial, governo ou individual etc., seja para àquele empreendedor individual que como eu, onde um dia tive que decidir qual seria a forma de mudar os caminhos profissionais que até então me levaram a optar em abrir meu próprio negócio diante de uma necessidade; sendo um microempreendedor, um pequeno ou até um médio, dando subsídios para que o mesmo venha a ter conhecimentos, ideias, experiências ou o reconhecimento para que eles (homens e mulheres) empreendedores possam desenvolver melhor seus trabalhos à contento e com bons resultados, no intuito do lucro, fazendo deste verdadeiros heróis em seu ramo de negócios, atuando de forma eficaz para que não venham a ter prejuízos em pouco tempo. 
1.4 – METODOLOGIA UTILIZADA
Metodologicamente, este trabalho buscou a pesquisa bibliográfica como fonte de consultas para o fornecimento de informações sendo livros, revistas acadêmicas e sites com o intuito de se conseguir as melhores informações a respeito do setor de empreendedorismo no Brasil atualmente, dentro dos princípios claros que regem as normas técnicas da ABNT.
1.5 – TEMA
 SER EMPREENDEDOR: AS MOTIVAÇÕES QUE INDUZEM AS PESSOAS A ATUAREM NO SEGMENTO.
1.6 – O TRABALHO VISA RESPONDER A SERGUINTE PERGUNTA:
“Quais as motivações que levam o indivíduo a desejar empreender”? Oportunidade ou necessidade?
2 CONCEITOS DE EMPREENDEDORISMO:
Dentre os conceitos discutidos na literatura, alguns são recorrentes (BROWSER, 2002); (MURPHY, LIAO, & WELSCH, 2006): em particular os conceitos propostos por Cantillon, Say, Schumpeter, Knight e Kirzner. Para o presente estudo foram adotados os três últimos autores.
De acordo com a abordagem econômica de Schumpeter (1934), o empreendedor é o inovador que cria combinações que trazem descontinuidade - novos produtos, mercados, métodos de produção, fontes de fornecimento ou reorganização da indústria. Este empreendedor era visto como o motor do crescimento econômico de um país.
Para Knight (1921) o empreendedor vive em um mundo de constantes mudanças, lidando com situações de risco e incerteza. Na primeira situação a probabilidade de eventos futuros é conhecida a priori. Já na segunda, a expectativa de eventos futuros é resultado de julgamento ou intuição. O empreendedor assume riscos em condições de incerteza, buscando antecipar mudanças e produzir novo tipo de atividade que lhe permitirá obter lucros.
Dado o mercado competitivo descrito na Introdução, surgiu na década de 70 a noção de Kirzner (1979): o empreendedor, atuando em mercado competitivo, está alerta para oportunidades de lucro existentes, aproveitando o conhecimento imperfeito do mercado.
Para este estudo, com base nestes conceitos, o empreendedor é tido como aquele que está sempre perseguindo novas oportunidades de negócios, por meio de inovações - novos produtos e mercados - gerenciando seus riscos e convivendo com ambiente de incerteza.
2.1 A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO
 Os economistas entendem que o empreendedor é essencial ao processo de desenvolvimento econômico, e em seus modelos estão levando em conta os sistemas de valores da sociedade, em que são fundamentais os comportamentos individuais dos seus integrantes. Em outras palavras, não haverá desenvolvimento econômico sem que na sua base existam líderes empreendedores. Não adianta mais acumularmos um estoque de conhecimentos. É preciso que saibamos aprender. Sozinhos e sempre. Como realiza o empreendedor na realidade: fazendo, errando, aprendendo (CHAGAS, 2000). 
O bom empreendedor, ao agregar valor à produtos e serviços, está permanentemente preocupado com a gestão de recursos e com os conceitos de eficiência e eficácia. Drucker (1998) não vê os empreendedores causando mudanças, mas vê os empreendedores explorando as oportunidades que as mudanças criam (na tecnologia, na preferência dos consumidores, nas normas sociais etc.). Isso define empreendedor e empreendedorismo: o empreendedor busca a mudança, e responde e explora a mudança como uma oportunidade. 
“O papel do empreendedorismono desenvolvimento econômico envolve mais do que apenas o aumento de produção e renda per capita; envolve iniciar e constituir mudanças na estrutura do negócio e da sociedade” (HISRICH & PETER, 2004, p. 33). 
Empreendedorismo é um domínio específico. Não se trata de uma disciplina acadêmica com o sentido que se atribui habitualmente a Sociologia, a Psicologia, a Física ou a qualquer outra disciplina já bem consolidada. Referimo-nos ao empreendedorismo como sendo, antes de tudo, um campo de estudo. Isto porque não existe um paradigma absoluto, ou um consenso científico. Sabemos que o empreendedorismo se traduz num conjunto de práticas capazes de garantir a geração de riqueza e uma melhor performance àquelas sociedades que o apoiam e o praticam, mas sabemos também que não existe teoria absoluta a este respeito. Vale frisar que é de fundamental importância que se compreenda esta premissa básica para que seja possível interpretar corretamente o que se escreve e se pública sobre esta temática. 
Embora o empreendedorismo tenha sido um assunto tratado há séculos, foi na década de oitenta que se tornou objeto de estudos em quase todas as áreas do conhecimento em grande parte das nações. O empreendedorismo, em todos os seus aspectos, vem assumindo lugar de destaque nas políticas econômicas dos países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento. (HISRICH & PETER, 2004, p. 33).
2.3 CONCEITO DE EMPREENDEDORISMO E EMPREENDEDOR
O empreendedorismo pode ser compreendido como a arte de fazer acontecer com criatividade e motivação. Consiste no prazer de realizar com sinergismo e inovação qualquer projeto pessoal ou organizacional, em desafio permanente às oportunidades e riscos. É assumir um comportamento proativo diante de questões que precisam ser resolvidas. 
O empreendedorismo é o despertar do indivíduo para o aproveitamento integral de suas potencialidades racionais e intuitivas. É a busca do autoconhecimento em processo de aprendizado permanente, em atitude de abertura para novas experiências e novos paradigmas. (BARRETO,1998, P, 27)
O comportamento empreendedor impulsiona o indivíduo e transforma contextos. Neste sentido, o empreendedorismo resulta na destruição de velhos conceitos, que por serem velhos não têm mais a capacidade de surpreender e encantar. A essência do empreendedorismo está na mudança, uma das poucas certezas da vida. Por sito o empreendedor vê o mundo com novos olhos, com novos conceitos, com novas atitudes e propósitos. O empreendedor é um inovador de contextos. As atitudes do empreendedor são construtivas. Possuem entusiasmo e bom humor. Para ele não existem apenas problemas, mas problemas e soluções. (BARRETO,1998, P,27).
Empreendedorismo, segundo Schumpeter (1988), é um processo de ‘‘destruição criativa’’, através da qual produtos ou métodos de produção existentes são destruídos e substituídos por novos. Já para Dolabela (2010) corresponde a um o processo de transformar sonhos em realidade e em riqueza. 
Para Barreto (1998, p. 190) “empreendedorismo é habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou de quase nada”. É o desenvolver de uma organização em oposição a observá-la, analisá-la ou descrevê-la. 
Segundo Dornelas (2008) empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. Em qualquer definição de empreendedorismo encontram-se, pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao empreendedor: 1) tem iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; 2) utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive; 3) aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar. 
Para Chiavenato (2004) espírito empreendedor é a energia da economia, a alavanca de recursos, o impulso de talentos, a dinâmica de ideias. Mais ainda: ele é quem fareja as oportunidades e precisa ser muito rápido, aproveitando as oportunidades fortuitas, antes que outros aventureiros o façam. O empreendedor é a pessoa que inicia e/ ou opera um negócio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo riscos e responsabilidades e inovando continuamente. 
“Pode-se dizer que os empreendedores dividem-se igualmente em dois times: aqueles para os quais o sucesso é definido pela sociedade e aqueles que têm uma noção interna de sucesso” (DOLABELA, 2010, p. 44). 
Ser empreendedor significa possuir, acima de tudo, o impulso de materializar coisas novas, concretizar ideias e sonhos próprios e vivenciar características de personalidade e comportamento não muito comuns nas pessoas. 
Ao nosso ver, os componentes comuns em todas as definições de empreendedor: tem iniciativa para criar um negócio e paixão pelo que faz; utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive; aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar. (BARRETO,1998, P 27).
 “O empreendedor é alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade” (DOLABELA, 2010, p. 25). A pessoa de qualquer idade pode ser empreendedora.
 A partir da leitura feita dos conceitos dos autores citados, pode-se concluir que concordando com a máxima de dizer que somente pessoas alienadas e pouco informadas não vêm que o empreendedorismo como forma de mudança e que faz parte há muito tempo de uma sociedade que quer mudanças, que quer inovar, precisa transformar; a raiz de todos os nossos males e em nosso meio é a falta de informação e orientação, isto é, precisamos de educação, mais treinamentos, mais apoio em organizações que já estão num nível mais avançado de experiências. É preciso ainda saber que todo projeto de empreendedorismo é viável, por mais que no Brasil não exista muito apoio neste setor e da forma que precisamos e dos recursos ilimitados que necessitamos pra começar um negócio. Temos que clamar por políticas públicas consistentes de combate a pobreza e de inclusão social onde vivemos um período de estabilidade econômica, que a despeito da crise mundial, tem impulsionado o consumo; por isso a importância dos governos imprimirem mais suas marcas nesse setor, incentivando o empreendedorismo como saída para o desemprego, contra a violência, contra a má distribuição de rendas e falta de crescimento; é preciso incentivar a capacidade produtiva e de investimento sempre, e colocar em prática projetos e planejamentos o ano todo pra diminuir a desigualdade que ainda assola a nossa sociedade. 
2.4 TIPOS DE EMPREENDEDORES: POR NECESSIDADE OU OPORTUNIDADE
Entende-se assim, que a motivação para iniciar um negócio é um dos temas mais importantes em pesquisas sobre empreendedorismo porque demonstra o grau de maturidade e desenvolvimento dos empreendedores de um país. Existem dois tipos de empreendedorismo: aquele buscado por necessidade e o motivado por oportunidade (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Empreendedores por necessidade ou oportunidade? A ideia é que os empreendedores possam ser divididos nessas duas categorias de acordo com sua motivação para iniciar uma empresa (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Obviamente, muitas teorias sobre os dois tipos de pessoas, no mundo real, nem sempre é assim tão simples – há poucas coisas tão complexas quanto as verdadeiras motivações de um indivíduo para suas ações – mas, mesmo assim, a distinção merece consideração (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
2.5 QUAL A SUA MOTIVAÇÃO PARA EMPREENDER?
Como o próprio nome diz, “empreendedor por necessidade” é alguém que se vê sem opções e inicia um empreendimento autônomo a fim de gerar renda para si e sua família. Ao enfrentar dificuldades financeiras e não conseguir colocação no mercado de trabalho, ele enfrenta o mundo dos negócios em busca de estabilidade financeira e realização pessoal (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Diz-se que o empreendedor “baseado em oportunidade” é conduzido por ter identificado algum tipo de lacuna no mercado, ou situação na qual ela pode explorar suas habilidades (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
A distinção provavelmente também poderia ser expressa em outros termos,ou pelo menos tem outras diferenças: o primeiro tipo não tem outra opção além do empreendedorismo, enquanto o segundo está fazendo uma escolha definitiva; o primeiro, quase por definição, não tem acesso a capital nem a qualquer habilidade comercial, enquanto o segundo provavelmente tem pelo menos alguns de ambos (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Considerando tudo isso, parece óbvio que o empreendedor baseado em oportunidades tem uma chance muito maior de sucesso em seu empreendimento do que o baseado em necessidades. Mas, curiosamente, não há evidência convincente de que isso seja o caso. Talvez a força motriz muito forte da necessidade real supere a combinação de capital de habilidades de oportunidade (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
2.6 EMPREENDEDORES COM PERFIS DIFERENTES
Assim, empreender por necessidade pode se apresentar de diversas maneiras:
· Perda do emprego;
· Diminuição da renda familiar;
· Dificuldade em recolocar-se no mercado;
· Pouca experiência empresarial.
Ou seja, diante da necessidade real em conseguir renda para sobreviver, empreendedores desse perfil decidem abrir um novo negócio (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Geralmente, empreendedores por necessidade têm pouca experiência empresarial e, portanto, podem enfrentar mais dificuldades em fazer o negócio crescer e prosperar. Contudo, com estudo e dedicação o sucesso é uma meta plenamente possível (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Já o empreendedor por oportunidade tem um perfil composto pelas seguintes características:
· Exímio observador;
· Atento às necessidades e demandas do consumidor atual;
· Enxerga a lacuna e carência de algum produto/serviço no mercado;
· Conhecimento prévio sobre o mercado;
· Reserva financeira;
· Atitude e ousadia para enfrentar desafios;
· Pode ter optado por abandonar um emprego formal.
A motivação desse empreendedor é pautada pela identificação de boas oportunidades. Não é uma tarefa simples e, por isso, é possível observar que esse perfil possui um conhecimento prévio — mesmo que não seja aprofundado — sobre o mercado de atuação (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
2.7 O QUE ESSES DOIS PERFIS PRECISAM TER EM COMUM
Até aqui, você percebeu as diferenças existentes entre os dois perfis de empreendedores. Mas, o que eles precisam ter em comum para vencer as adversidades e conquistar bons resultados no mercado? (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Mesmo que a motivação para empreender seja diferente para os dois perfis, ambos devem possuir características e desenvolver habilidades típicas dos empreendedores de sucesso, por exemplo:
· Persistência;
· Paciência e resiliência;
· Vontade de aprender sempre mais;
· Capacidade para recrutar e reter talentos na empresa;
· Dinamismo;
· Capacidade de liderança;
· Criatividade apurada;
· Foco e produtividade.
Simplificando, mesmo que você esteja pensando em abrir uma empresa por ter perdido o emprego e não estar conseguindo colocação no mercado de trabalho rapidamente, é possível alcançar bons resultados empreendendo por necessidade (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Claro que, obviamente, diante da falta de experiência e conhecimento de mercado, você deverá se esforçar mais, estudar, ler, observar, participar de treinamentos, assistir palestras de empreendedores de sucesso e ir em busca de ajuda para conquistar seu espaço com uma empresa promissora (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
De qualquer forma, mesmo o empreendedor por oportunidade, mais experiente, também precisa reunir as mesmas características e jamais abandonar o processo de aprendizagem. Afinal, ainda que se tenha certa noção de mercado, é preciso estar atento às oscilações e apostar em inovação, sempre (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
2.8 QUAIS OS IMPACTOS DE CADA UM DESSES PERFIS NO MERCADO?
O Brasil é o país do empreendedorismo. Certamente você já deve ter ouvido falar isso. As razões são simples, apesar de em 2015 o país ter apresentado uma taxa de empreendedorismo de 39% e em 2016 isso retroceder para 36%, ainda temos potencial para o mundo dos negócios (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
E não é só isso, não bastasse os altos índices de empreendedorismo no país, o Brasil está entre os cinco países com empreendedores mais determinados. Ou seja, mesmo com toda a crise econômica e todas as dificuldades existentes no mercado interno, nossos empreendedores persistem em alcançar o sucesso (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Depois de conhecer um pouco sobre as características de cada um desses perfis empreendedores, fica fácil entender em que consiste a diferença entre eles (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
Cada pessoa tem um estímulo diferente para empreender. O empreendedor por necessidade e oportunidade possui perfis distintos, mas a mesma vontade de se tornar dono do próprio negócio. Resumindo: a grande diferença está no impulso, na motivação para empreender (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
No fim, o elemento mais importante de uma receita empreendedora de sucesso é a paixão por empreender. Afinal, como observou Dale Carnegie: “Sucesso é conseguir o que você quer, e felicidade é gostar do que você conseguiu” (CARNEGIE, DALE, 2019, P 1).
2.9 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDORISMO NO CONTEXTO BRASILEIRO
As características do empreendedorismo brasileiro identificadas na literatura foram organizadas de acordo com quatro grupos de decisões: 1) posicionamento no mercado; 2) finanças; 3) formação de equipe de trabalho e rede de contatos; e 4) aspectos formais e legais. Esta taxonomia, elaborada neste estudo, advém da disposição dos capítulos em dois livros que focalizam o processo de Criação de Empresas (HOLT, 1992; TIMMONS & SPINELLI, 2006) combinada com a disseminada divisão funcional em Administração, ou seja, as áreas de Marketing, Operações, Finanças e Recursos Humanos.
Decisões quanto ao posicionamento no mercado envolvem as áreas de Estratégia, Marketing & Vendas, P&D & Inovação, Operações e Suprimentos. As características em destaque neste grupo são relativas à função de inovação em produtos. No Brasil a infraestrutura de Ciência e Tecnologia está principalmente localizada em Universidades financiadas pelo Governo (LAHORGUE & CUNHA, 2003, p. 203). O sucesso das iniciativas tecnológicas de empresas emergentes depende dos centros de pesquisa de tais universidades, de modo a viabilizar atualizações tecnológicas de produtos, processos ou serviços (JUDICE & BAÊTA, 2005, p. 184). Outro dado interessante é o número reduzido de pessoas trabalhando em tempo integral em P&D, em comparação com países desenvolvidos, evidenciando a menor disponibilidade de recursos para tal fim no contexto nacional (BARBIERI, 1999, p. 55).
As características referentes às decisões financeiras foram as mais recorrentes na literatura. O empreendedorismo brasileiro possui como fonte predominante o capital próprio (SEBRAE, 2004, p. 29). A oferta de capital de risco, ou venture capital, ainda é incipiente e primariamente advém do Governo (ANDREASSI & SIQUEIRA, 2005, p. 9; JUDICE & BAÊTA, 2005, p. 186). Fontes de financiamento alternativas, como os bancos, são muitas vezes inviáveis por conta do elevado custo de capital originado pelas altas taxas de juros da economia brasileira, além das exigências de garantias para fornecimento de crédito (ANDREASSI & SIQUEIRA, 2005, p. 5). O último ponto comum às micro e pequenas empresas, que talvez seja agravado no contexto brasileiro devido ao menor PIB per capita em comparação com países desenvolvidos, é a escassez de capital de giro em face das baixas receitas (DUTRA, 2004, p. 10).
Quanto à formação de equipe de trabalho e rede de contatos, dois aspectos merecem atenção. O primeiro refere-se ao custo elevado dos encargos trabalhistas, dificultando a formalização das relações de trabalho (ARAÚJO et al., 2005, p. 19). O segundo é a expansão da utilização de redes de negócios empresariais, visando redução de custos em comunicação de marketing, em comercialização e nas operações, ou seja, economias de escala, escopo e especialização (BALESTRIN & VARGAS, 2004, p. 221).
O último grupo de decisões, aspectos formais e legais do negócio, inclui Administração Pública,Direito do Trabalho e Empresarial e Contabilidade. Foram dois os aspectos que se destacaram neste grupo: carga tributária e registros de propriedade intelectual. Silva e Pereira (2004, p. 13) identificaram em 86 empresas os principais fatores de decisão nos estágios de criação e gestão delas. O fator de maior influência no estágio de criação, foco deste estudo, foi a carga tributária. O outro aspecto refere-se aos baixos índices de registro de propriedade intelectual junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial [INPI] (JUDICE & BAÊTA, 2005, pp. 184-185) que, em muitos casos, se devem aos altos custos associados (BARBIERI, 1999, p. 56).
A tabela 1 sintetiza as características do empreendedorismo brasileiro que direcionaram o ajuste do modelo conceitual ao contexto nacional.
 3 - PERGUNTA: QUAIS MOTIVAÇÕES LEVAM O INDIVÍDUO A DESEJAR EMPREENDER? OPORTUNIDADE OU NECESSIDADE?
A visão de empreendedores como pessoas atentas às oportunidades encontra guarida no pensamento econômico neoclássico. Para Kirzner (1979), o empreendedor é aquele que se encontra sempre em estado de alerta, para descobrir e explorar novas oportunidades. Esta capacidade de estar alerta constituir-se-ia a principal característica de tais indivíduos. São, sempre, os primeiros a identificar oportunidades lucrativas de negócios. Sabem comprar em um determinado local e vender em outros ou em momentos distintos; compram insumos e vendem produtos processados etc. Segundo Woods (2006), KIRZNER (1979) foi o primeiro pensador a articular uma teoria do empreendedor baseada no conceito de alerta. Na visão de Kirzner (1979), a capacidade de estar alerta expressaria e refletiria, inclusive, motivações pessoais, aspirações e sonhos do próprio empreendedor. Ao incorporar, em suas proposições, o tema das aspirações e das motivações pessoais, Kirzner (1979), de certa forma, aproximasse do cerne das preocupações de outro expoente da área de empreendedorismo. Trata-se de McClelland (1972). Para McClelland (1972), são os valores, as motivações humanas e a necessidade de autorrealização que movem indivíduos na busca de atividades empreendedoras. Entre os principais motivos que impulsionam o indivíduo a agir, situa-se a necessidade de conquistas e realizações. Ou seja, “um desejo de realizar as coisas da melhor maneira, não exatamente pelo reconhecimento social ou prestígio, mas, sim, pelo sentimento íntimo de necessidade de realização pessoal” (MCLELLAND, 1972, p. 110). Indivíduos com elevado nível de necessidade de realização e conquista apresentam maior propensão a perseguir desafios, de maneira relativamente autônoma. Como salientado por Schatz (1971, p. 183), tais pessoais possuem “uma propensão particularmente forte a apresentar bom desempenho em situações nas quais indivíduos esperam ser avaliados por padrão superior de desempenho”. São esses os indivíduos talhados para o empreendedorismo. Eles almejam e buscam autonomia, independência e desafios moderados. Para Baum, Frese, Baron e Katz (2007), os estudos de McClelland (1972) influenciaram toda uma geração de estudiosos do empreendedorismo. Seus seguidores, ainda hoje, continuam a buscar os traços pessoais distintivos que impulsionariam os indivíduos ao empreendedorismo. Reflexões emblemáticas, do tipo aqui apresentado (KIRZNER, 1979; MCLELLAND, 1972), permitem caracterizar o empreendedor como um indivíduo movido pela busca da autonomia pessoal e atento às oportunidades. No mundo corrente, caracterizado por um tipo de desemprego estrutural, observa-se, de maneira crescente, a presença, também marcante, de um tipo de empreendedor movido, não necessariamente pela oportunidade, e, sim, pela necessidade de sobrevivência. Indivíduos muitas vezes sem condições de se inserir, de maneira adequada, no mercado formal de trabalho, dirigem-se para a atividade empreendedora. Buscam uma alternativa possível de trabalho e geração de renda (SIVAPLAN & BALASUNDARAM, 2012; ZALIO, 2011). Como salientado pelo GEM (Reynolds et al., 2002, p. 20), tais indivíduos seriam, em oposição àqueles movidos por oportunidades, de “certa maneira, forçados a iniciar seus próprios negócios porque inexistem quaisquer outras opções de trabalho ou porque as existentes são insatisfatórias”. De um lado, situar-se-ia o indivíduo motivado por oportunidade e, no outro, aquele movido por pressão do desemprego, por exemplo. Eventualmente, diferenças de motivação poderiam refletir diferenças em termos de perfil ou de desempenho individual (BLOCK & SANDNER, 2009; BLOCK & WAGNAR, 2010; KAUTONEN & PALMROOS, 2010). No entanto, nem todos os estudos permitem tais constatações (Sebrae, 2007a, 2007b). A tensão entre as motivações e a complexidade Alguns estudos avançam além do dualismo do GEM, sugerindo a presença de certa tensão ou interação entre os motivos necessidade e oportunidade (WILLIAMS, 2008; WILLIAMS et al., 2009; WILLIAMS & ROUND, 2009). WILLIAMS e ROUND (2009), por exemplo, em uma pesquisa quantitativa realizada junto a 313 moradores de Moscou, incluindo 81 empreendedores informais, mostraram que, em apenas 17% do total, a necessidade ou a oportunidade poderiam ser consideradas a motivação exclusiva para a atividade empreendedora. Na maioria das vezes – 83% do total – prevaleceu a Co presença de ambos os motivos. Como salientado pelos autores (WILLIAMS & ROUND, 2009), haveria necessidade de superação G. M. V. Vale, V. S. Corrêa, R. F. dos Reis 316 RAC, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, art. 4, pp. 311-327, Maio/Jun. 2014 www.anpad.org.br/rac do dualismo centrado em oportunidade e necessidade, que deveria ser “substituído por uma nuance mais compreensiva da rica e dinâmica motivação presente nas decisões” (p. 211). Outros vêm sugerindo que as motivações para empreender extrapolam o tema oportunidade e necessidade (Sebrae, 2007a, 2007b; Sivapalan & Balasundaram, 2012; Smallbone & Welter, 2001; Storey, 2006; Ummah & Gunapalan, 2012; Vale et al., 1998; Williams et al., 2009; Williams & Round, 2009; Woods, 2006). Cada autor elenca um conjunto de motivos. Para Storey (2006), por exemplo, os motivos ou fatores que influenciam a escolha entre se tornar ou não um empreendedor são três: talento, atitude face ao risco e fatores pessoais. Ummah e Gunapalan (2012), enfocando fatores pessoais e sucesso, identificam três (personalidade, background familiar e suporte institucional). Pozin (2013) trabalha com 10 motivos, incluindo: oportunidade, autonomia, liberdade, realização, família (especificamente, mais tempo e flexibilidade para cuidar da família), etc. Vale, Aguiar e Andrade (1998) utilizam 12 motivos. O Sebrae (2007a, 2007b) utiliza 13 motivos. Esses estudos, em sua maioria, abraçam o pressuposto da motivação múltipla, sem maiores preocupações com uma aferição prévia. Pesquisa realizada pelo Sebrae (2007a, 2007b), por exemplo, em todas as Unidades da Federação, sugere a interação entre diferentes motivos. Entre as empresas extintas (Sebrae, 2007a), 70% dos antigos proprietários alegaram ter aberto sua empresa, movidos pelo desejo de aumentar a renda; 60% pelo desejo de ter seu próprio negócio; 40% pela identificação de uma oportunidade de negócios etc. Observa-se que a soma das parcelas obtidas em cada um dos motivos é muito superior ao total de respondentes (100%). Isso indica que um mesmo indivíduo alegou ter sido movido ao empreendedorismo por mais de um motivo, ao mesmo tempo. Observa-se, em alguns desses estudos, uma certa primazia – embora não exclusividade – dos motivos oportunidade e necessidade e, também, uma interação entre diferentes motivos. É o caso de Vale et al. (1998), em um estudo envolvendo 775 indivíduos que haviam criado um empreendimento, no estado de Minas Gerais. Embora a pesquisa procure distinguir os empreendedores bem-sucedidos (suas empresas continuavam no mercado) daqueles que fracassaram em suas iniciativas (suas empresas fecharam ou desapareceram), os motivos alegados pelos dois grupos não apresentam grandes diferenciações entre si. O motivo identificação de uma oportunidade de negócios foi o mais citado, porambos. No entanto, esse motivo, muitas vezes, não se apresentou de maneira isolada. Em parcela significativa de casos, ele aparece de forma concomitante a outros motivos, também colocados, pelo empreendedor, em patamar semelhante de importância. Valarelli e Vale (1997), em um estudo conduzido junto a empreendimentos populares, localizados nos aglomerados da cidade do Rio de Janeiro, destacam a importância do motivo oportunidade, mas apresentam-no, algumas vezes, de maneira associada a outros motivos, incluindo a pressão do desemprego, entre outros. Os motivos elencados na literatura podem ser, como já salientado, intrínsecos ou extrínsecos ao indivíduo (SIRVAPALAN & BALASUNDARAM, 2012), baseados em habilidades pessoais ou em expectativas de resultados (TOWNSEND et al., 2010). Independentemente de sua natureza, a motivação para empreender, no mundo de hoje, manifesta-se no contexto de moderna economia de mercado. Embora tal sistema – e seus desdobramentos em termos de valores associados à autonomia e à independência individual – predomine em grande parte do mundo, ele coexiste com outros sistemas de interação social/econômica (BARBER, 1995), incluindo um, de interesse particular do presente trabalho. Trata-se do que Barber (1995) designou por sistema de redistribuição, em contraposição ao sistema hoje dominante de mercado. Observa-se, inicialmente, que esse autor não estava diretamente interessado na temática do empreendedorismo e, sim, na identificação e na compreensão dos três diferentes sistemas de interação social e econômica existentes no mundo (mercado, reciprocidade e redistribuição. Segundo o autor, o sistema de redistribuição ocorre quando existe um ator central que, mesmo inserido em uma moderna economia de mercado, redistribuiu recursos para outros autores periféricos. Na dimensão de interesse do presente trabalho, tal fenômeno poderia ser representado pela iniciativa de indivíduos que decidem criar empreendimento movidos pelo desejo de gerar emprego/ocupação para seus familiares. Um exemplo seria o caso de um pai que cria uma empresa visando tornar seu filho produtivo. O conjunto de reflexões aqui realizadas permite sugerir não apenas a possibilidade de haver certa tensão entre oportunidade e necessidade, como, também, a possibilidade das motivações poderem ser Motivações para o Empreendedorismo 317 RAC, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, art. 4, pp. 311-327, Maio/Jun. 2014 www.anpad.org.br/rac mais complexas e diversificadas. 
3.1 MOTIVAÇÃO EMPREENDEDORA
É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez que este tem sido utilizado com diferentes sentidos. De modo geral, motivação é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico, podendo este impulso à ação ser provocado por um estímulo externo (provindo do ambiente) ou também ser gerado internamente no processo mental do indivíduo. (CHIAVENATO, 1999). 
De acordo com Borges (2004), a palavra motivação é uma derivação do latim motivos, que significa mover. Motivação pode ser definida como uma ação dirigida a objetivos, sendo autorregulada, biológica ou cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de necessidades, emoções, valores, metas e expectativas (SALANOVA; HONTANGAS; PEIRÓ, p. 16). Motivação é um complexo básico de relativa complexidade, por se tratar de um fenômeno não diretamente observado e que auxilia na explicação e na compreensão das diferentes ações e escolhas individuais. (BORGES, 2004).
Entre as teorias da motivação encontram-se aquelas que se propõem a compreender o que ativa a motivação do indivíduo, teorias de conteúdo, e as que se preocupam com a motivação, ocorre, teorias do processo. As teorias de processo centram-se nos processos cognitivos que afetam as decisões face ao comportamento do trabalho, ou seja, analisam os processos de pensamento através dos quais as pessoas optam por uma determinada ação entre outras. Este tipo de teoria explicita porque é que a oportunidade de obter uma promoção pode ser atraente para uma pessoa e não despertar interesse noutra. As teorias de processo são constituídas pelas teorias gerais e pelas teorias organizacionais. As teorias de processo gerais abordam a teoria de equidade de Adams e a teoria de modificação do comportamento organizacional, denominada por Modco. As teorias de processo organizacionais abordam a teoria da definição de objetivos de Locke e Latham, a teoria da avaliação cognitiva de Deci e a teoria da expectativa de Vroom (1995), (RIBEIRO, RENATA, 2009, p.28, UNB).
Desde a antiguidade busca-se compreender o que motiva a ação do homem na sua relação com a natureza, com seu semelhante e com a sociedade de que este participa. A partir do século XX, o enfoque sociológico desta abordagem foi acompanhado por sua aplicação no campo empresarial, inicialmente com o objetivo de se compreender e resolver as divergências existentes, entre os interesses dos que detinham os meios de produção, com aqueles que para estes vendiam seu trabalho para realizá-la. Uma primeira solução para este impasse, foi fazer convergir ambos os objetivos para uma solução comum. Naquela oportunidade, utilizar as técnicas motivacionais para aumentar a produtividade e dividir os ganhos. Ao longo do século XX estas teorias evoluíram de maneira consistente para conciliar estes interesses em objetivos comuns, com elevado efeito sinérgico para as organizações. Porém, não é possível se estabelecer uma mesma consistência na aplicação destas teorias para compreensão da ação de empreender. Isto se dá porque a motivação para empreender se prende a uma percepção central da relação ‘Risco x Recompensa’ diferente do que ocorre na gestão empresarial. Esta diferença se observa, principalmente, à medida que a percepção de sucesso para o empreendedor se dá em uma escala evolutiva da satisfação de suas necessidades de vida, que transcende aos seus objetivos meramente empresarias para alcançar até a sua realização pessoal. Este processo ocorre de maneira dinâmica e progressiva, ascendente e descendente, de maneira que, a motivação para se alcançar o estágio seguinte, pressupõe-se um inconformismo em situar-se no padrão de vida empresarial existente no estágio presente. A maioria dos autores especialistas em empreendedorismo trata a motivação para empreender com base no comportamento do empreendedor frente à sua percepção da relação recompensa, risco e sucesso, utilizando como metodologia suas observações pessoais ou com informações obtidas em estudos estruturados com base na impressão destes empreendedores, sem levar em conta um embasamento nas Teorias da Motivação para realizar esta análise, o que se constitui no objetivo deste estudo. (RIBEIRO, RENATA, 2009, p.28, UNB).
4. O QUE MOTIVA À AÇÃO DO HOMEM AO LONGO DA HISTÓRIA
"O problema é que, se você não arrisca nada, o risco é ainda maior" (Erica Jong) 
Não diferente de outros animais, o que fez motivar a ação do homem, desde o início de sua existência, foi à própria necessidade de sobrevivência. O homem destacou-se daqueles, sobretudo, na eficácia desta ação, quando a sua imaginação lhe permitiu inventar, através da combinação de recursos da natureza (metais, fogo etc.), condições instrumentais (armas, proteção etc.) para sobrepujar as demais espécies coexistentes. Além destas condições instrumentais, a percepção de que a união de esforços produziria melhores condições para explorar a natureza e as outras espécies (agricultura, criação de animais etc.), motivou a ação do homem para se unir com o mais próximo, em grupos de interesses assemelhados, criando diferentes etnias. Cada etnia representava uma razão na sua prevalência sobre as demais, animadas1 por uma crença em deuses que justificavam e davam suporte às suas ações. A motivação, nesta oportunidade, se dava através da causa de dominação e exploração do semelhante (porém não igual, por não pertencer à mesma etnia), e da posse dos seus bens materiais. Ao dominador, a causa da ação servia para manter-seno poder. Aos dominados (perderam sua liberdade e seus bens) e desanimados (perderam sua alma, pois seus deuses foram derrotados), a causa da ação era por coação. Assim, ocorreu na Antiguidade por, pelo menos, cinco mil anos, com os Egípcios, os Assírios, os Medos, os Persas, os Gregos e os Romanos. Na Idade Média a ação foi motivada, sobretudo, pela religião, porém, com reflexos diferentes em cada região. Para os povos do oriente, a religião motivou à causa expansionista da Guerra Santa do Islã, pois a ação deveria estar direcionada à expansão daqueles ideais no Ocidente. Na Europa católica, a religião desmotivou a preocupação com a posse de bens materiais, pois a ação deveria ser direcionada para a vida futura. Para os expatriados protestantes, a religião motivou exatamente a posse destes bens, pois o sucesso material evidenciava a benção de Deus. Na sequência, o renascimento deu causa à individualidade, ao passo que motivou a ação para ideais de liberdade (Iluminismo), para a identidade nacionalista (Absolutismo) e para a prosperidade material (Mercantilismo). No final do século XX, com a revolução industrial e a criação das empresas, passaram coexistir, em um mesmo espaço físico, dois interesses conflitantes. O dos proprietários, que possuíam os meios de produção e estavam interessados no lucro que eles poderiam 1 A expressão “animar” aqui é empregada como motivação não material, mas, da alma (do latim anima) 5 lhes proporcionar. O dos empregados, que vendiam o seu trabalho para realizar a produção e estavam interessados no rendimento que este trabalho poderia lhes proporcionar2. Uma maneira de conciliar estes interesses foi fixar um objetivo em comum – aumentar a produtividade3 – e partilhar os ganhos obtidos com ele. Esta foi o princípio lógico que orientou as primeiras Teorias da Motivação aplicadas no campo empresarial. No início do século XX, Frederick Taylor (1856 – 1915) com a Escola de Administração Científica, preconizou o que seria, no futuro, um dos vetores das teorias da motivação – o enfoque mecanicista – pelo qual, a motivação se dava por fatores extrínsecos que levavam o indivíduo a se interessar mais pelo seu trabalho e produzir melhores resultados. No caso de Taylor, maior produção corresponderia necessariamente à maior remuneração, por parte do trabalhador e esta seria o seu principal fator de motivação. (RIBAS, RAUL, 2011, p.28, PUC). 
4.1 MOTIVAÇÃO PARA SER EMPREENDEDOR
“Por que se tornar um empreendedor? Ora, porque é melhor ser cabeça de sardinha do que rabo de tubarão” (Dolabela).
Na década de 1920, foi publicada “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” de Max Weber, constituindo-se em uma das primeiras reflexões sobre a motivação para a ação de empreender. Nesta obra, Weber destaca a diferença entre católicos e calvinistas, sob a ótica da vida profissional, e os motivos que levaram a presença destes últimos em lugar de destaque na economia, buscando compreender as raízes desta diferença, tendo fundamentado sua análise do ponto de vista ascético, com origem na Idade Média. Para Weber (2004), o (então) novo capitalismo estava centrado no aproveitamento das oportunidades de crescimento e de lucro, e o perfil do empresário se caracterizava pela sobriedade, constância e sagacidade, inteiramente devotado às causas profissionais: Um homem com visão e princípios burgueses. Esta concepção do ser humano de ganhar dinheiro por vocação repugnava a sensibilidade moral da época. Surgiu então a questão: De que círculo de ideias originou-se, pois, a inclusão de uma atividade voltada puramente para o ganho, a qual o indivíduo se sentia vinculado pelo dever? A resposta a esta concepção está na vocação do ser humano que, segundo a ideia de profissão 12 do protestantismo ascético, o homem abençoado por Deus é aquele que tem sucesso no trabalho. Portanto, segundo a ótica protestante, uma vida profissional bem-sucedida é uma vocação divina. Para alcançá-la, é necessária uma busca por resultados santificados pelas obras, obtidos por uma racionalização da vida profissional e suportados por uma disciplina rígida para cumprir este programa. Há necessidade de uma constante reflexão para se acompanhar o que está acontecendo: Eu possuo uma conduta de vida ética metodicamente racionalizada? Daí a necessidade permanente da prova para se evitar o risco de retorno ao estado natural pecaminoso – e, esta prova, é o sucesso. Nesta concepção, o sucesso representa o acúmulo de capital, rendimento do capital, reinvestimento do capital e crescimento da riqueza. Diferente, portanto, da concepção católica, na origem ascética do protestantismo, o indivíduo possui no dever a sua vocação e, a prova de estar cumprindo este dever estaria representada na sua capacidade de realização. Nisto está a sua motivação para empreender. Além destes fatores ascéticos, a reflexão de alguns autores especializados no tema empreendedorismo, será útil para complementar esta reflexão sobre a motivação para a ação de empreender. (RIBAS, RAUL, 2011, p.28, PUC). 
4.2 FATORES QUE MOTIVAM A AÇÃO EMPREENDEDORA
A motivação empreendedora é a motivação para correr o risco de realizar uma ação de empreender associada a uma recompensa, segundo a percepção de sucesso do empreendedor. Conforme o Relatório GEM – IBPQ (2010), esta motivação pode se dar por dois fatores primários, que determinam a origem da decisão de empreender: - Empreendedores por necessidade: são pessoas que perderam o emprego, ou não possuíam emprego, e tiveram que abrir um negócio, como alternativa de ocupação e renda para a sobrevivência; - Empreendedores por oportunidade: são pessoas atentas a novas oportunidades de negócio, que querem ser independentes na sua forma de sobreviver e existir. Além destas causas primárias, outros fatores são comumente descritos por autores que tratam do tema empreendedorismo como razões para se iniciar um empreendimento, aqui relacionados com a recompensa, percepção de sucesso e risco. Os autores que tratam desta motivação como recompensa, não se limitam a fatores meramente financeiros, mas também existenciais, que fazem parte das aspirações pessoais de cada empreendedor.
Para Salim (2004) a decisão de abrir o próprio negócio, muitas vezes, vai amadurecendo, a partir de acontecimentos pessoais e circunstanciais que resultam na abertura da empresa – quer por sua iniciativa ou por acontecimentos que a obrigam a tal: 
O ‘vírus’ do empreendedorismo começa a atuar quando a pessoa pensa em como seria a sua vida a partir da perspectiva de ter o poder de decidir os caminhos por onde o negócio que será conduzido deve seguir, quando se almeja a autonomia que a gestão do próprio negócio traz. Entretanto, muitos empreendedores desejam coisas diferentes do seu empreendimento. Alguns desejam optar por negócios de enorme sucesso que os façam ficar ricos, outros querem que seu negócio permita uma vida diferente, com mais autonomia e prazer (SALIM, 2004, p. 2.). 
Para Degan (2009), as causas que levam um empreendedor a iniciar seu negócio são uma ponderação dos motivos abaixo, acrescidos de razões particulares:
 - Vontade de ganhar dinheiro, mais do que seria possível na condição de empregado;
 - Desejo de sair da rotina do emprego e levar suas próprias ideias;
 - Vontade de determinar seu futuro e não dar satisfação a ninguém sobre seus atos; - Necessidade de provar a si e a outros que é capaz de realizar um empreendimento; - Desejo de desenvolver algo que traga reconhecimento e benefícios, não só para si, mas para a sociedade.
Outro fator a ser considerado como motivador é a percepção do empreendedor com relação ao sucesso. Longenecker (2007) considera que, pessoas diferentes, procuram diferentes tipos de recompensas, ou uma combinação delas. Os mais presentes são:
- Ganhar dinheiro através de lucro e não de um salário;
 - Ser o próprio chefe e conquistar a sua independência;
 - Fugir de uma situação indesejável conquistando a sua liberdade para ser e estar;
 - Usufruir de uma vida com a sua concepção de satisfação pessoal;
 - Contribuir para a comunidadee alcançar sua realização pessoal.
Para Dolabela (2009), os empreendedores possuem o seu próprio critério de sucesso. Pode-se afirmar que os empreendedores se dividem igualmente em dois grupos:
Aqueles para os quais o sucesso é definido pela sociedade (objetivo) e aqueles que têm uma noção interna do sucesso (subjetivo). Não há nenhum estudo que diga que uma ou outra categoria tenha maior sucesso. Mas 14 aqueles que têm uma noção interna do sucesso possuem mais facilidade de alcançar a autorrealização. Quanto mais alto for o nível cultural, mais frequente se torna o estabelecimento de padrões internos de sucesso. (DOLABELA, 1999, p.46). 
Esta concepção pode ser observada em estudo realizado por Gomes e Balestra (2005) sobre a motivação de empreender na atividade de fabricação de bolos artesanais e por encomenda4. Este estudo concluiu que os fabricantes de bolos artesanais definiam o sucesso com o alcance das seguintes metas: a preocupação em satisfazer às necessidades individuais e o reconhecimento de seus clientes, bem como a busca de sua própria realização pessoal. Para as doceiras que fabricavam bolos por encomenda, o sucesso estava relacionado diretamente com o retorno financeiro satisfatório para sua sobrevivência. As empreendedoras de bolos artesanais desfrutavam de uma percepção de sucesso maior do que as empreendedoras de bolos por encomenda. Obtinham, ainda, um retorno financeiro maior, muito embora este não fosse o primeiro alvo destas empreendedoras. Há ainda duas outras condições que irão determinar a disposição para empreender associadas ao risco: uma relacionada ao grau de conhecimento adquirido ao longo da experiência profissional, e outra, relativa ao grau de responsabilidade que este acumula em sua vida. Pela primeira (grau de conhecimento), existem fatores que atuam como motivador para se iniciar um empreendimento como um desafio: “A autoconfiança do potencial empreendedor, é função direta de seu conhecimento no domínio sobre as tarefas necessárias para desenvolver o negócio e sua experiência gerencial” (DEGAN, 2009, p.19). Pela segunda, (grau de responsabilidade) o progresso na carreira, o aumento das responsabilidades familiares, as obrigações financeiras que se sucedem representam um fator desmotivador para esta iniciativa: “Torna-se aterrorizante para estas pessoas terem que abrir mão da estabilidade de um emprego para submeterem-se a um revés num negócio próprio” (DEGAN, 2009, p.20). 
Degan (1989) considera que há um período de ‘livre escolha’, nele o indivíduo se sente seguro diante da competência profissional adquirida, e ainda não possui a responsabilidade pelo envolvimento com outras atividades e responsabilidades que o 
Conforme apurado neste estudo, as fabricantes de bolos artesanais faziam os bolos de acordo com a situação idealizada pelo cliente. Através de treinamento e material de cobertura próprio, conseguiam refletir no bolo a situação criada pelo cliente - cada bolo era uma história e uma produção independente. As fabricantes de bolo por encomenda possuíam uma relação de bolos, doces e salgados padrão, que eram produzidos por lote, de acordo com os pedidos recebidos, em um sistema que envolvia a família inteira
impediriam de recomeçar. Situa este período de ‘livre escolha’ em uma faixa de idade que varia entre 28 a 35 anos, em consonância com a pesquisa GEM – IBQ (2010), apresentada anteriormente, que aponta esta faixa etária com a maior participação de indivíduos (31,7%) na iniciativa de empreender.
4.3 FATORES DE MOTIVAÇÃO EMPREENDEDORA E AS TEORIAS CLÁSSICAS DA MOTIVAÇÃO
A Figura 2 fornece uma análise dos Fatores de Motivação Empreendedora descritos anteriormente aplicados ao quadro resumo das Teorias de Motivação apresentado na Figura 1, cuja comparação é descrita na sequência
Figura 2: Fatores de Motivação Empreendedora aplicados às Teorias de Motivação Clássicas Fonte: revistas.pucsp.br
Numa primeira aproximação, ambas as situações apresentadas nesta figura, ao invés de excludentes, estão dispostas em um contínuo. Neste contínuo, de um lado, são apresentados os fatores motivadores extrínsecos de Herzberg, associados à motivação de se empreender pela necessidade. No outro lado, estão os fatores motivadores intrínsecos de Herzberg, desta vez associados com a motivação de se empreender pela oportunidade. A hierarquia de necessidades de Maslow está representada sob a perspectiva da motivação empreendedora, renomeada com as razões para se criar uma empresa segundo a ótica do empreendedor (ter o que comer, ficar rico, ser independente, criar algo exclusivo seu e para escrever a sua própria história). 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Demonstrou-se dessa forma e através do referencial apresentado acima de que “Os empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios, fornecem empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico. Não são simplesmente provedores de mercadorias e serviços, mas fontes de energia que assumem riscos inerentes em uma economia em mudança, transformação e crescimento.” (CHIAVENATO 2004). 
Peter Drucker, talvez o mais respeitado analista do mundo dos negócios de todos os tempos disse: “Para ter um negócio de Sucesso, alguém, algum dia, teve que tomar uma atitude de coragem”. Entendo que se você ficar colocando impedimentos e desculpas – como falta de dinheiro, casamento, chegada de filhos, falta de maturidade do produto e de um sócio e não fechamento de um bom contrato, por exemplo ou ainda, aguardando a situação perfeita para empreender, esse momento nunca vai chegar. A grande maioria dos empreendedores que colecionam histórias de sucesso não estavam preparada para a experiência” afirma Marcos Hashimoto do Insper.
Dentro do contexto que foi a presentado no item 5.2 do estágio supervisionado no semestre passado, pesquisei algumas teorias que levam a desistência de abrir um negócio próprio. Destaco a seguinte:
Um artigo que apresento como um dos pressupostos a desistência, fala que a maioria desiste antes mesmo de dar o primeiro passo, a razão está no medo. O medo que envolve montar um negócio estará sempre presente. Ele é sempre saudável deste que não imobilize. O livro Como fazer uma Empresa Dar Certo em um País Incerto, editado pelo Instituto Endeavor, descreve a importância do medo: É natural que você tenha medo, afinal de contas é uma decisão séria. Na maioria das vezes o medo vem justamente do medo do desconhecido.
Muita gente tem medo por não conhecer a realidade do dia a dia, encaram como uma barreira, mas quando sabem da realidade constatam que são superáveis. Outro medo que muitos têm é se alguma coisa der errada lá na frente. Se acontecer deve-se encarar com naturalidade, aprender com o erro e seguir em frente sem repeti-lo. “Quem faz aquilo de que gosta tem muitas chances de se dar bem, pois é mais difícil ser dono de um negócio do qual você não gosta de ser empregado numa empresa onde está infeliz. O empregado desliga dos problemas da empresa o empresário, não” (CHERTO).
6 REFERÊNCIAS
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CHERTO, M. Sucesso é uma questão de atitude, Clube de Autores, 2006; Disponível em: http: //blogs.pme.estadão.com.br/blog do empreendedor/ vale-a-pena-empreender-em 2016; Acesso em 18, de maio, de 2020. http: //www.emprededoresweb.com.br/como perder O medo de abrir um negócio/; Acesso em 18, maio, 2020. 
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo - Dando asas ao espírito empreendedor. São Paulo, Editora Saraiva,2004.
CRUZ, RENATA RIBEIRO NAVEGA. Análise da motivação dos empreendedores no novo paradigma do século 21: um estudo de caso com empreendedores do primeiro, segundo e terceiro setor de Brasília 2009. 54f. Monografia (Bacharelado em Administração) -Universidade de Brasília, Brasília,2009.
DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor(entrepreneurship): Práticas e princípios. São Paulo: Pioneira, 1991.
DORNELLAS, J.C.A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
HASHIMOTO, M. Espírito Empreendedor nas organizações. São Paulo, Editora Saraiva, 2006.
INSTITUTO ENDEAVOR, Como fazer uma empresa dar certo em um país incerto. Rio de Janeiro: Campus, 2005. 
OLIVIEIRA, FÁTIMA, SANTANA, ANDERSON e DINIZ, DANIELA, Tipologia de empreendedores em dinâmicas de reconversão de funções econômicas de cidades: Um estudo dos casos Tiradentes e Paraty, revista de gestão dos países de Língua Portuguesa (Scielo Portugal), vol. 12, nº 2 Lisboa, PT, junho 2013.
RIBAS, RAUL, A motivação empreendedora e as teorias clássicas, p.28, dissertação de TCC – revistas PUC, São Paulo, Brasil, 2011. 
ROSAS, ANDRÉ ROSENFELD e SAUAIA, ANTÔNIO CARLOS AIDAR, Modelo conceitual de decisões no estágio de criação de negócio: base para a construção de um simulador para jogos de empresas, revista de administração contemporânea, FEA/USP, Curitiba, PR, 2009.
VALE, GLÁUCIA MARIA VASCONCELOS; CORRÊA, VICTOR SILVA; REIS, FRANCISCO RENATO. Motivações para o empreendedorismo: necessidade versus oportunidade, revista de administração contemporânea (Scielo Portugal), vol. 1, nº, Curitiba, PR, junho, 2014.

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