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- -1
PSICOLOGIA HOSPITALAR
PSICOSSOMÁTICA NO CONTEXTO DA 
SAÚDE
- -2
Olá!
Objetivo desta Aula
Ao final dessa aula, você será capaz de:
1- Entender a psicossomática e a somatização no contexto hospitalar;
2- Ressaltar a postura do psicólogo hospitalar diante do paciente com diagnóstico de psicossomática;
3- Esclarecer sobre a psicossomática no contexto social.
Introdução
A psicossomática é uma doença obscura e sem características aparentes. O paciente chega ao hospital queixando-
se de dor, mal-estar e incômodo pelo corpo, mas os exames não comprovam nenhum problema orgânico.
Quando isto acontece, é preciso estar atento aos problemas emocionais.
O médico, na atualidade, deve ter um pensamento interdisciplinar, ou seja, buscar ajuda quando seus
conhecimentos não são suficientes para trazer um fechamento sobre a doença do paciente. Neste momento, é
preciso pedir o apoio do psicólogo, para que o diagnóstico seja realizado de maneira precisa e para que o
paciente se sinta seguro quanto ao tratamento.
Para uma boa anamnese, é preciso estar atento a todos os fatores trazidos pela queixa do paciente. É preciso
investigar com cuidado o contexto social sobre o qual o paciente encontra-se inserido, assim como a estrutura
familiar. Isto ajuda na alta do paciente e contribui para o encaminhamento ao profissional de saúde de maneira
correta, de forma que ele continue em tratamento e encontre o equilíbrio mente/ corpo.
É isso que veremos nesta aula. Bons estudos!
1 Psicossomática no contexto da saúde
Desde o nascimento da Medicina, a psicossomática não é um termo estranho para os primeiros estudiosos.
Hipócrates, no século V a. C., já relacionava mente e corpo, por meio do estudo da psicofísica.
Apesar deste pensamento de Hipócrates, da doença vista de uma maneira totalizada, ainda havia filósofos que
pensavam na doença como algo apenas biológico, como se a doença tivesse duas formas independentes de ser
visualizada, chamada de dualista.
Segundo Hipócrates (século V a. C., apud Angerami-Camon, 2011, p.250), a Medicina tinha as seguintes
características:
Tem por objeto a pessoa doente em sua totalidade;
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Leva em conta o temperamento da pessoa e sua história;
A doença é vista como uma reação global da pessoa a um distúrbio (interno ou externo), envolvendo corpo e
espírito;
A terapêutica deve estabelecer a harmonia da pessoa com seu ambiente e consigo mesma;
Trata-se de uma Medicina integradora e dinâmica, que corresponde aos primórdios da moderna Medicina
psicossomática.
“El médico cura. Sólo la naturaleza sana.” Hipócrates
2 Conceituação de psicossomática
Segundo Angerami-Camon (2011, p. 259), a psicossomática é entendida como:
Ciência que estuda como o fato corporal está integrado no fato psíquico, que, por sua vez, está integrado no fato
relacional ambiental. Seu objeto de estudo é considerado como os mecanismos de interação entre as dimensões
mental e corporal da pessoa.
A somatização, que faz parte do processo da psicossomática, pode ser entendida como aquela que experimenta e
comunica distúrbios e sintomas não explicados pelos achados patológicos, atribuindo-os a doenças físicas e
procurando ajuda médica para eles.
Ela explica, geralmente, o estresse psicossocial, acarretado por situações de vida.
3 O que é somatização?
Quando há presença por longo tempo (meses ou anos) de queixas frequentes de sintomatologia física, mas não
conseguindo serem explicadas por nenhuma patologia orgânica (Exemplo: conversão na forma da histeria - tenta
resolver o problema, mas não consegue, deixando dessa forma que ele tome lugar dos sistemas neuromusculares
voluntários (paralisia) ou perceptivo (anestesia) (DALGALORRONDO, 2000)), trata-se de somatização.
Geralmente, essas pessoas possuem uma dificuldade de manter vínculos com os médicos (Exemplo: na
hipocondria, elas podem desenvolver transtorno somatoforme).
O profissional que deseja estar atento aos transtornos somatoformes deve escutar tanto os fatores objetivos
quanto os subjetivos no momento do discurso do paciente com a queixa.
- -4
4 Tipos de somatização
Existem diversos tipos de somatização no espaço do hospital e da clínica. Veja como eles podem ser divididos
em:
Hipocondrias - Os indivíduos ficam atentos ao próprio corpo e vivenciam como doentes.
DNV (distúrbios neurovegetativos) - Engloba transtornos de ansiedade e ajustamento.
Atenção:
Fatores psicológicos exercem papéis em determinadas doenças, mas não em todos.
Critérios de normalidade
Para diagnosticar um paciente no espaço hospitalar ou de atendimento médico com doença psicossomática, é
preciso ter conhecimento sobre os critérios (Alguns desses critérios são aplicáveis ao contexto social, outros ao
contexto do consultório e outros ao do hospital. Isto vai depender do atendimento que é prestado) de
normalidade, expostos por Dalgalorrondo (2000), conforme apresentados a seguir:
Normalidade como ausência de doença: interpreta o indivíduo de acordo com o que ele não possui. Perguntas
feitas em exames admissionais.
Normalidade ideal: utopia do indivíduo sadio e evoluído. Aqueles indivíduos adaptados às normas morais e
políticas de determinada sociedade.
Normalidade estatística: o normal é aquilo que se observa com maior frequência. Ex.: peso, altura, tensão
arterial etc.; família com transtorno alimentar tem interpretação diferente sobre comportamento alimentar, em
comparação àquela que não tem esse tipo de transtorno. Obs.: Nem todos os fenômenos que são frequentes são
normais, como por exemplo, depressão, cárie, uso de álcool.
Normalidade como bem-estar: definido pela OMS (1958) como bem-estar físico, mental e social. É uma utopia,
pois parte da subjetividade.
Normalidade funcional: considerada até o momento que faz parte das funções do indivíduo e que não causa
sofrimento.
Normalidade como processo: mudanças, conflitos e perturbações fazem parte do processo de
amadurecimento.
Normalidade subjetiva: interpretação própria sobre sua saúde. Ex.: pessoas maníacas sentem-se bem, mas
possuem transtorno mental grave.
Normalidade como liberdade: transitar no mundo com liberdade e senso de realidade.
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Normalidade operacional: trabalha a partir de critérios, com o que é normal e com o que é patológico, por meio
de manuais.
5 Psicossomática no contexto social
Para entender a queixa de um paciente, é preciso que o processo de anamnese seja realizado com completa
compreensão dos fatores, como história de vida, cultura, religião, economia, politica, meios de comunicação etc.
O contexto no qual a pessoa encontra-se inserida influencia muito para que os transtornos somatoformes
surjam.
Por exemplo: uma família onde os pais têm queixa frequente de doenças, sem causas aparentes, mas com
enorme obsessão de idas ao médico.
É bem provável que isto possa influenciar na percepção dos filhos sobre o seu próprio corpo e estado de saúde.
6 Atendimento médico voltado para a psicossomática
Quando o médico ou psicólogo trabalha na emergência do hospital ou no serviço ambulatorial, é preciso estar
atento (Tanto o médico quanto o psicólogo devem estar atentos àqueles pacientes que precisam de
encaminhamento para a psicoterapia) aos conteúdos que vão além da queixa direta.
Alguns desse fatores são definidos por Angerami-Camon (2011, p.262) como:
1) Encontro e vínculo;
2) Baixa tensão no atendimento, para que a escuta esteja focada na queixa do paciente;
3) Escutar profundamente todo o conteúdo trazido;
4) Estar atento aos dados objetivos e subjetivos;
5) Não desprezar detalhes;
6) Não julgar o paciente quanto aos conteúdos narrados;
7) Empenho em ajudar;
8) Compromisso ético com a profissão;
9) Pesquisa e compreensão dos limites pessoais e dos conflitos (intra e interpessoais) do paciente. Identificação
dos focos intelectuais e afetivos desencadeadores de tensão emocional;
10) Ampliação dos limites intelectuais. Transmitir a comunicação com conteúdo adequado ao conhecimento do
paciente sobre o diagnóstico;
11)Percepção e reflexão de sentimentos relativos à doença.
Pensando o problema
- -6
Muitos pacientes questionam: Como este médico me diz que estou com problema emocional se meu estômago
dói tanto?
Diante de uma situação destas, é importante que o psicólogo hospitalar converse, conscientize o paciente sobre o
problema psicossomático e esclareça sobre as formas de tratamento.
É importante ressaltar que muitos pacientes têm dificuldade de entender que a dor do corpo é advinda de
problemas da mente e, na maioria das vezes, demonstram resistência ao tratamento psicológico, pois acham que
o diagnóstico está errado.
Segundo Angerami-Camon (2011, p.271):
O atendimento psicossomático favorece maior eficiência de diagnóstico e um alívio mais consistente do
sofrimento do paciente, revertendo a somatização. Ele frequentemente começa a sentir-se satisfeito desde os
primeiros atendimentos, quando suas demandas implícitas são detectadas e passam a receber a devida atenção.
Segundo Angerami-Camon (2011, p.271):
A Psicologia da Saúde tem sido considerada como um campo de trabalho da Psicologia que nasce para dar
resposta a uma demanda sociossanitária. Os psicólogos da saúde, procedentes em sua maioria da Psicologia
clínica, da Medicina comportamental e da Psicologia social (no Brasil, da Psicologia clínica e social e na formação
em Medicina psicossomática), estão adaptando seus enquadres e técnicas a um novo campo de aplicação, que
integra os aportes provenientes de suas fontes (Angerami-Camon, 2011, p.280).
Segundo Angerami-Camon (2011, p.271):
“É importante ressaltar que, no adoecimento somático, o corpo é a grande referência do sujeito que sofre. A
enfermidade que se apresenta ao analista, muitas vezes previamente nomeada pelo saber médico, coloca-se
como ponto de estofo, regulando a vida e os pensamentos do paciente, atormentando-o” (NICOLAU, 2008, p.
961).
Saiba mais
Para saber mais sobre os tópicos estudados nesta aula, pesquise na internet sites, vídeos e
artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor
online, utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
· Histórico da loucura;
· Inserção do psicólogo nos hospitais psiquiátricos;
· Diagnóstico, prevenção e tratamento nos hospitais psiquiátricos
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Entendeu a psicossomática;
• Aprendeu sobre o saber médico e psicológico no diagnóstico das doenças psicossomáticas;
• Analisou o contexto social da determinação das doenças psicossomáticas.
Referências
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000.
MORATO, Henriette. (org.) Aconselhamento psicológico numa perspectiva fenomenológica existencial: uma
introdução. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
NICOLAU, Roseane Freitas. A psicossomática e a escrita do real. Rev. Mal-Estar Subj. [online]. 2008, vol.8, n.4, pp.
959-990. ISSN 1518-6148.
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	Olá!
	1 Psicossomática no contexto da saúde
	2 Conceituação de psicossomática
	3 O que é somatização?
	4 Tipos de somatização
	5 Psicossomática no contexto social
	6 Atendimento médico voltado para a psicossomática
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO
	Referências

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