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ECONOMIA 
POLÍTICA
Filipe Prado 
Macedo da Silva
Índice de Desenvolvimento 
Humano
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste capítulo, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Diferenciar o crescimento econômico e o desenvolvimento econômico.
  Apontar os indicadores que compõem o desenvolvimento econômico.
  Demonstrar as diferenças qualitativas e quantitativas inseridas no 
crescimento e no desenvolvimento econômico.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar o crescimento econômico e o desen-
volvimento econômico, buscando entender os contrastes teóricos e 
ideológicos entre ambos. Tanto o crescimento quanto o desenvolvimento 
econômico são compostos por indicadores qualitativos e/ou quantita-
tivos que vão proporcionar resultados pragmáticos para a tomada de 
decisões dos agentes socioeconômicos e políticos. Um dos indicadores 
mais conhecidos é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que 
leva em consideração dados de renda, educação e saúde. Por fim, vamos 
demonstrar algumas das principais diferenças qualitativas e quantitativas 
inseridas na composição do crescimento econômico e do desenvolvi-
mento econômico. 
O crescimento econômico e o 
desenvolvimento econômico
Após a Grande Depressão de 1929, a noção de crescimento econômico e 
desenvolvimento econômico passou a ser uma só. Naquela ocasião, ganhava 
centralidade a ideia de que uma sociedade melhor (ou seja, que é desenvolvida) 
era uma sociedade “com mais riquezas materiais”. É fundamental recordar que 
o “mundo” ocidental ainda estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial.
C13_Indice_Desenvolvimento_Humano.indd 1 05/09/2018 16:48:41
Por isso, o crescimento econômico passou a ser sinônimo de desenvolvimento 
econômico. Tudo passava pelo crescimento — quase que exponencial — do 
Produto Interno Bruto (PIB) ou do Produto Nacional Bruto (PNB). Esses dois 
indicadores (quantitativos) são tradicionais na medida econômica da geração de 
riqueza, ou seja, medem o produto agregado das contas nacionais de um país.
Internacionalmente, convencionou-se que o PIB e o PNB são os parâmetros 
de medida para o sucesso ou o fracasso da expansão econômica desde a década 
de 1930. Após aSegunda Guerra Mundial, ambos os indicadores tornaram-
-se conjuntos de medida e comparação frenetica entre os vários países que 
saiam dos efeitos adversos da guerra, e contrastavam tais índices em busca 
de modelos de “reconstrução material”.
Em outras palavras, o crescimento econômico é o simples incremento do 
produto e da renda per capita, associado, naquele momento, ao boom da industria-
lização e da expansão das exportações (DINIZ, 2009). O crescimento econômico 
restringe-se às variáveis econômicas (SILVA, 2014; KHAIR, 2009), que, por sua 
vez, restringem-se ao crescimento numérico da produção de bens e serviços e ao 
avanço da renda nacional em nível agregado (BRESSER-PEREIRA, 2006, 2008).
Da década de 1950 até os anos 1980, o mundo viveu uma “Era de Ouro”, 
principalmente, nos países mais avançados. A Europa, notadamente, já havia 
recuperado totalmente a sua condição de região avançada, com a finalização 
da reconstrução material e humana. Além do mais, os Estados Unidos e o 
Japão esbanjavam progresso do ponto de vista material. A chamada tríade — 
Europa, Estados Unidos e Japão — já produzia riquezas e renda a um nível 
jamais visto, revelando que o bem-estar social estava exclusivamente no avanço 
econômico (e nos seus indicadores como referência para o sucesso ou fracasso).
Se o PIB (ou PNB) crescesse ano a ano, o sucesso político e dos economistas 
era fortemente propagado como modelo a ser seguido. Contudo, retrações no PIB 
(ou PNB) revelavam políticas econômicas errôneas e, logo, fontes de duras críticas 
tanto do ponto de vista político quanto do econômico (SILVA, 2014). Portanto, 
a noção de crescimento econômico refutava as variáveis “não econômicas”.
Essa visão de que o crescimento econômico era sinônimo de desenvolvi-
mento (e bem-estar) econômico perdurou até finais dos anos 1980 — quando o 
mundo entrou em uma grave crise do esgotamento do modelo intervencionista: 
no capitalismo, o Estado do Bem-Estar Social, e no comunismo, o Estado Cen-
tralizador. A crise colocou em xeque a busca incessante pelo crescimento, ou 
seja, pelo crescimento material — sendo que o contexto mundial já dava sinais 
de destruição ambiental, aprofundamento das desigualdades entre os ricos e 
os pobres, forte exclusão (ou não inclusão no sistema) de grandes contingentes 
populacionais, entre outros efeitos adversos do crescimento econômico mundial. 
Índice de Desenvolvimento Humano2
C13_Indice_Desenvolvimento_Humano.indd 2 05/09/2018 16:48:41
Vale lembrar que, na década de 1980, o mundo ainda sofria os efeitos dos 
choques do petróleo dos anos 1970. Era também evidente o esgotamento em 
todo o mundo — capitalista e comunista — de um modelo de sociedade em que 
o Estado era o protagonista, e sustentava um modelo de produção fordista, ou 
fortemente rígido. Ao final dos anos 1980 e início dos anos 1990, era visível que 
um novo mundo nascia.
Com o fim do bloco comunista — com a queda do muro de Berlim e o desman-
telamento da União Soviética — ficaram escancaradas as desigualdades econô-
micas entre o mundo capitalista e o mundo comunista. Porém, a crise econômica 
mundial — dos anos 1980 — escancarou também a própria desigualdade presente 
dentro dos vários capitalismos (BRESSER-PEREIRA, 2008; LANDES, 1998).
Por exemplo, é fundamental recordar que diferentes países da América 
Latina passaram por graves crises econômicas, estruturais e sociais — inclusive 
o Brasil, que viveu, nos anos 1980, a chamada “década perdida”. Diferentes 
países asiáticos também sofreram os efeitos adversos da crise global dos anos 
1980. Em todos os casos, o crescimento econômico das décadas anteriores 
gerou muita riqueza e renda; no entanto, agora, nos anos 1990, era possível 
notar os fortes desequilíbrios na distribuição regional da riqueza e da renda.
Sendo assim, a partir dos anos 1990, surgiram inúmeras críticas em relação 
ao tratamento do crescimento econômico como sinônimo de desenvolvimento 
econômico. Por quê? Vários políticos e economistas viram, a partir de dados 
qualitativos e quantitativos, que o crescimento econômico não era garantia 
automática de que o desenvolvimento econômico também aconteceria.
Isso envolvia a percepção de que o desenvolvimento econômico era um 
processo muito maior do que o simples crescimento econômico (e material) de 
uma nação. Por conseguinte, ganhou destaque o conceito de que “[...] o desen-
volvimento é um processo complexo de mudanças e transformações de ordem 
econômica, política, humana, ambiental e social [...]” (OLIVEIRA, 2002, p. 40).
Isso significa dizer que o desenvolvimento econômico engloba não somente 
os aspectos concernentes ao crescimento econômico; mas, o desenvolvimento 
econômico deve ser o crescimento econômico seguido de avanço tecnológico-
-produtivo, de uma sociedade democrática e justa, de distribuição de riqueza 
e de renda, de melhoria da qualidade de vida, entre outros (SILVA, 2014).
Assim, o conceito de desenvolvimento — com ou sem adjetivos — tem 
um forte componente qualitativo, revelando que tal perspectiva não se reduz 
apenas à vida econômica, mas possui elementos de inúmeras dimensões da 
vida social, ou, em outras palavras, tem um teor multidimensional. Essa é 
a principal e mais relevante diferença entre o crescimento econômico e o 
desenvolvimento econômico.
3Índice de Desenvolvimento Humano
C13_Indice_Desenvolvimento_Humano.indd 3 05/09/2018 16:48:41
Vale lembrar que, a partir dos anos 1990, foram apensados ao substantivo de-
senvolvimento numerosos adjetivos. Logo, o termo “desenvolvimento econômico” 
ficou superado, dando lugar ao “desenvolvimento socioeconômico”, “desenvolvi-
mento regional ou local”, “desenvolvimento sustentável”, “desenvolvimento social”, 
“desenvolvimento humano”, entre outros (FAVARETO, 2006; SILVA, 2014).
O que marca essenovo período é que a ideia de desenvolvimento perde 
a adesão total e natural à ideia de crescimento econômico. Na prática, isso 
resultou em várias teorias inovadoras, como a de Amartya Sen (1988), sobre 
o desenvolvimento como liberdade, ou as várias visões dos autores com viés 
ambiental, que se baseiam em utopias de grande denodo ético e social, como 
a retórica do desenvolvimento sustentável.
Enfim, é cada vez mais evidente na comunidade internacional que o cresci-
mento econômico é uma coisa, e o desenvolvimento econômico é outra coisa. 
Crescimento não é desenvolvimento, mas o desenvolvimento precisa também 
de crescimento econômico (e material). 
Essa diferença revela que nem sempre a riqueza é para todos, e que a distri-
buição de riqueza e de renda tornaram-se questões político-sociais fundamentais 
nos debates contemporâneos. Assim, diferentes autores clássicos — como Marx 
e Schumpeter — e mais contemporâneos — como Raul Prebisch e Furtado 
— ganharam proeminência intelectual por destacarem a visão multidimensio-
nal do desenvolvimento: ou seja, vão mais além do simples economicismo e 
materialismo.
O Produto Interno Bruto (PIB) refere-se ao valor agregado de todos os bens e serviços 
finais produzidos dentro do território econômico de um país, independentemente da 
nacionalidade dos proprietários das firmas produtoras desses bens e serviços. Já o Produto 
Nacional Bruto (PNB) é o valor agregado de todos os bens e serviços resultantes da mobi-
lização de recursos nacionais, pertencentes a proprietários nacionais, independentemente 
do território econômico em que esses recursos foram produzidos (SANDRONI, 2005). 
Os indicadores que compõem 
o desenvolvimento econômico
A melhor concepção de desenvolvimento econômico é aquele fruto da sis-
temática acumulação de capital associada à incorporação de conhecimento 
Índice de Desenvolvimento Humano4
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e progresso técnico, de distribuição de riqueza (e de renda), de melhoria na 
qualidade de vida (ou seja, melhoria na educação, na saúde, no lazer, na 
infraestrutura básica, entre outros), de avanços na justiça e na democracia, e 
de aumento na liberdade individual.
Nesse sentido, não podemos ser inocentes ou ingênuos em acreditar que o desen-
volvimento é um processo de mudança social, econômica e política que beneficiará 
igualmente todos os envolvidos (SILVA, 2014). É, por isso, que a performance 
do desenvolvimento econômico deve levar em conta diferentes indicadores de 
medida que permitam analisar e avaliar o desempenho de um determinado país.
Assim, além dos frequentemente citados PIB e PNB, o desenvolvimento 
econômico inclui outros indicadores estatísticos que buscam capturar elementos 
mais subjetivos e qualitativos de uma sociedade (FUNDAÇÃO GETÚLIO VAR-
GAS, 2010). Por exemplo, é comum incluir na performance do desenvolvimento 
econômico indicadores de competitividade e/ou de qualificação educacional.
Outra forma de observar o desenvolvimento econômico é a partir da mensu-
ração da equidade e da justiça social. Nesse contexto, utilizam-se — por exemplo 
— os indicadores de desigualdade de renda como forma de medir amplamente o 
desempenho de uma economia. O indicador de desigualdade de renda mais utili-
zado é o índice de Gini (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, 2010; SILVA 2014).
Nesse contexto, cabe pontuar que cada país, região, ou organismo inter-
nacional (como a ONU, o FMI, e o Banco Mundial) pode adotar indicadores 
de composição variados para analisar de forma multidimensional o desen-
volvimento econômico. Isso quer dizer que o desenvolvimento econômico, 
atualmente, é o resultado de análises estatísticas do PIB ou do PNB, do nível 
de renda, da qualificação profissional, da qualidade da infraestrutura, do 
nível de competitividade e inovação, da produtividade do trabalho, do nível de 
confiança institucional, da estabilidade financeira e monetária, entre outros.
Em outras palavras, os indicadores que compõem o desenvolvimento eco-
nômico podem ser variados — com um viés mais econômico, ou mais social, 
ou mais ambiental, ou mais produtivo, ou mais educacional. A opção pelo viés 
dependerá das escolhas políticas das autoridades nacionais, e de como o país 
deseja se posicionar diante da comunidade internacional.
Em vista disto, alguns governos e instituições internacionais têm procurado 
observar o desenvolvimento econômico no seu sentido mais amplo, até mesmo para 
realizar as mais variadas comparações internacionais, de formas mais diretas — e 
não somente a partir de alguns correlatos próximos (FUNDAÇÃO GETÚLIO 
VARGAS, 2010). Isso pode ser feito a partir de análises qualitativas aprofundadas, 
ou pode receber um tratamento mais quantitativo, como através da elaboração de 
indicadores de desenvolvimento. Tudo dependerá das escolhas políticas.
5Índice de Desenvolvimento Humano
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Atualmente, um dos indicadores de desenvolvimento mais divulgados/
calculados em nível internacional é o Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH). O IDH é publicado anualmente pelo Programa das Nações Unidas para 
o Desenvolvimento (PNUD), como parte do Relatório do Desenvolvimento 
Humano (RDH). Desde os anos 1990, o RDH é publicado com base no conceito 
do desenvolvimento humano estruturando questões, tendências, progressos 
e políticas do desenvolvimento. É importante notar que o RDH é elaborado 
ainda em âmbito regional, contando com equipes editoriais em 140 países 
(PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS, 2011; SILVA, 2014).
Desenvolvimento Humano e IDH
De acordo com a Organização das Nações Unidas (PROGRAMA DAS NA-
ÇÕES UNIDAS, 2011, p. 1), “[...] o conceito de desenvolvimento humano nasceu 
defi nido como um processo de ampliação das escolhas dos cidadãos para que 
eles tenham capacidades e oportunidades para serem aquilo que desejam ser”. 
Assim, o conceito de desenvolvimento humano leva em consideração não 
apenas o crescimento, mas vê o bem-estar social além dos recursos materiais 
e da renda. Ou seja, o crescimento econômico não pode mais ser suficiente 
para medir o desenvolvimento de uma nação (PROGRAMA DAS NAÇÕES 
UNIDAS, 2011). A riqueza e a renda são importantes, mas como um dos meios 
do desenvolvimento, e não o seu fim.
No desenvolvimento humano, o foco está no ser humano, e não no mate-
rialismo. Por isso, o conceito de desenvolvimento humano também parte do 
pressuposto de que é importante avançar na qualidade de vida e em questões 
não econômicas, em especial, no campo social, cultural e político. É nessa 
conceituação que se baseiam o IDH e o RDH, publicados anualmente pelo 
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Nos informes da ONU, “[...] o IDH é uma medida resumida do progresso a longo 
prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e 
saúde” (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS, 2018, documento on-line). Essa 
foi a opção da comunidade global ao utilizar o IDH como um contraponto ao 
PIB e ao PNB. É importante destacar que o IDH foi criado em 1990 por Mahbub 
ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen (SILVA, 2014).
Apesar de ampliar a perspectiva sobre o desenvolvimento humano, o IDH 
não abrange todos os aspectos de desenvolvimento, focando somente em três 
componentes: renda, educação e saúde. Logo, o IDH não é uma representação 
da felicidade das pessoas, nem avalia questões democráticas, de equidade, de 
Índice de Desenvolvimento Humano6
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justiça social ou de sustentabilidade. Portanto, é fundamental levar em conta 
os próprios limites do IDH.
É por isso que a ONU utiliza outros indicadores complementares ao de-
senvolvimento humano — com o intuito de dar mais bases para a tomada de 
decisões socioeconômicas por parte dos governos nacionais. Isso inclui o Índice 
de Desenvolvimento Humano Ajustado à Desigualdade (IDHAD), o Índice de 
Desigualdade de Gênero (IDG) eo Índice de Pobreza Multidimensional (IPM).
Retornando ao caso do IDH, seus três pilares são mensurados da seguinte forma: 
(1) Saúde: uma vida longa e saudável (ou seja, a saúde) é medida pela expectativa 
de vida; (2) Educação: a educação é medida pela média de anos de educação de 
adultos e pela a expectativa de anos de escolaridade para crianças na idade de 
iniciar a vida escolar; e, (3) Renda: é medido pela Renda Nacional Bruta (RNB) 
per capita em poder de paridade de compra (PPP) constante, em dólar, tendo 
2005 como ano de referência (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS, 2011).
Já o RDH serve não apenas para apresentar os dados do IDH, mas também 
para analisar questões relevantes à agenda global e abordar questões e políticas 
públicas que coloquem as pessoas no centro das estratégias de enfrentamento 
dos desafios ao desenvolvimento. Ou seja, a ONU lidera um movimento in-
ternacional para a promoção do desenvolvimento, visando reduzir os efeitos 
adversos da globalização, da industrialização e do capitalismo competitivo.
“Nascido na Índia em 1933, Amartya Sen ficou conhecido por ter sido o primeiro aca-
dêmico de um dos países não desenvolvidos a ganhar o Prêmio Nobel de Economia. O 
indiano deu enormes contribuições acadêmicas, sendo ainda professor na Universidade 
de Cambridge, professor em Oxford e Harvard. Além disso, foi um dos fundadores do 
Instituto Mundial de Pesquisa em Economia do Desenvolvimento. Desempenhou um 
papel importantíssimo na análise do desenvolvimento dos países ao criar, em 1990, em 
parceria com o paquistanês Mahbub ul Haq, o Índice de Desenvolvimento Humano 
(IDH): uma nova maneira de medir o desenvolvimento dos países, considerando não 
apenas os fatores econômicos, mas também os sociais. Sua famosa obra “Desenvol-
vimento como liberdade” afirma que as medidas de desenvolvimento não podem ser 
baseadas somente em fatores econômicos como o PIB, as rendas das famílias e os índices 
de consumo e/ou industrialização. Eles são, sim, uma medida importante, entretanto 
não são suficientes — já que não levam em conta o fator social. Para Amartya Sen, o 
desenvolvimento está atrelado à liberdade em seus vários tipos, seja instrumental ou 
constitutiva” (DANA, 2017).
7Índice de Desenvolvimento Humano
C13_Indice_Desenvolvimento_Humano.indd 7 05/09/2018 16:48:41
As diferenças qualitativas e quantitativas 
inseridas no crescimento e no desenvolvimento 
econômico
Não restam dúvidas de que o crescimento econômico e o desenvolvimento 
econômico diferenciam-se ainda do ponto de vista qualitativo e quantitativo. 
O que isso quer dizer? Quer dizer que as diferenças qualitativas e quantitativas 
inseridas na mensuração do crescimento e do desenvolvimento econômico 
revelam prismas ideológicos e metodológicos variados.
Os indicadores de crescimento e desenvolvimento econômico, em última 
instância, servem para analisar e corroborar uma visão de sociedade e de 
economia que interessa aos protagonistas políticos, econômicos e sociais — 
ou seja, é uma forma de dizer, contemporaneamente, se um país está tendo 
sucesso ou fracasso. Logo, seja quantitativo ou qualitativo, ambas as orientações 
resultam em respostas pragmáticas.
Os bancos de dados históricos — ou seja, o acúmulo contínuo de levanta-
mentos estatísticos — permitem a comparação entre municípios/províncias, 
estados, países e/ou regiões, de maneira sistemática e sucessiva, gerando uma 
avaliação geralmente numérica dos efeitos das políticas públicas.
No caso do crescimento, a medida sempre é economicista e estritamente 
numérica. Por exemplo, o PIB é um cálculo agregado das riquezas produzidas 
em um território econômico durante um ano-calendário. É quanto a agricultura, 
a indústria e os serviços geram em termos de riqueza (e renda). Sendo assim, 
o cálculo é numérico e monetário — ou seja, quantitativo. 
Nesse sentido, o sucesso ou o fracasso é unicamente quantitativo e, maior-
mente, monetário. Um exemplo ajuda a compreender. Imagine que, em 2016, 
o PIB do país A foi de $ 2,5 bilhões. Se, em 2017, o PIB deste mesmo país for 
de $ 2,9 bilhões, o país teve um crescimento econômico e, logo, suas políticas 
econômicas e publicas serão consideradas de sucesso. Já, se o PIB cair para $ 
2,2 bilhões, o resultado será uma recessão, e consequentemente, um fracasso 
das políticas econômicas de crescimento.
Observe que não há qualquer julgamento subjetivo ou qualitativo do cres-
cimento econômico. É somente uma interpretação fria e numérica. “Cresceu é 
um sucesso, caiu é um fracasso”. É por isso que o crescimento econômico como 
sinônimo de desenvolvimento vem sendo duramente criticado desde o final 
da década de 1980 (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, 2010; SILVA, 2014).
Já o caso do desenvolvimento econômico é mais complexo do que o simples 
crescimento econômico. Pode até incluir a interpretação fria e numérica; 
Índice de Desenvolvimento Humano8
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contudo, agrega também outros elementos tradicionalmente mais qualitativos. 
Por exemplo, ao incluir os indicadores educacionais, ou os indicadores de bem-
-estar social, ou os indicadores de saúde, surge igualmente uma interpretação 
mais qualitativa, mesmo que o indicador ao final seja numérico (BRESSER-
-PEREIRA, 2008).
 O fato é que o desenvolvimento agrega as diferenças metodológicas entre 
os dados qualitativos e os dados quantitativos. Por isso, a noção de desenvol-
vimento econômico tende a ser mais completa do que a noção de crescimento 
econômico. Entender essas diferenças é fundamental para compreender as 
orientações mais ideológicas no campo político, econômico e social.
Em geral, é mais comum que as orientações mais à direita do espectro 
político deem ênfase aos resultados mais econômicos, enquanto a esquerda 
normalmente frisa elementos subjetivos e mais socioeconômicos. Isso gera 
fortes impactos na condução das políticas econômicas e políticas públicas. 
Em outras palavras, os desdobramentos sobre a sociedade e a economia são 
concretos.
Além disso — em geral — os resultados qualitativos são mais discutíveis 
e criticados — já que a definição do seu sucesso ou fracasso não é tão clara. 
Por exemplo, avanços nos indicadores de educação podem ter diferentes 
interpretações de sucesso (elevação) ou fracasso (redução), a depender das 
orientações político-ideológicas que os grupos dominantes dão aos resultados 
(SILVA, 2014).
No desenvolvimento econômico, algumas dimensões qualitativas não 
precisam necessariamente resultar em números finais. Ou, quando resultam 
em números finais, são acompanhadas de uma interpretação analítica com o 
propósito de dar sentido aos valores quantitativos obtidos. Note que a própria 
compreensão do desenvolvimento econômico exige combinar informações 
quantitativas e qualitativas.
Por exemplo, ao compararmos o PIB como principal indicador de cresci-
mento econômico com o IDH como principal indicador de desenvolvimento 
econômico, enxergamos as diferenças no que tange aos dados qualitativos e 
quantitativos. No IDH, a educação é medida pela média de anos de educação de 
adultos. Esse é o lado numérico de uma informação qualitativa. No entanto, é 
comum a análise mais descritiva das condições do sistema educacional. Talvez 
ocorra a situação de que a média de anos de educação dos adultos é elevada, 
mas a qualidade da educação é ruim. Esse é o caso, por exemplo, dos que são 
analfabetos funcionais. Há anos de estudo, mas que não foram suficientes para 
9Índice de Desenvolvimento Humano
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dar autonomia intelectual. Ou seja, não basta somente reduzir o analfabetismo, 
é essencial melhor o nível intelectual/cognitivo dos cidadãos (DANA, 2017).
Essa mesma situação acontece quando se empregam dados de pobreza, 
saúde, infraestrutura, competição (ou competitividade), entre outros. Ainda que 
se obtenha uma proxy numérica (ou um resultado numérico), uma análise mais 
qualitativa e descritiva é fundamentalpara dar sentido e objetivo aos dados. 
Mais uma vez, essa diferença é grande entre o crescimento e o desenvolvi-
mento econômico. No primeiro, bastam dados econômicos quantitativos para 
a sua composição estatística. Nesse caso, não há dificuldades na intepretação 
dos resultados, em geral, monetários. No segundo caso, os dados econômicos 
quantitativos são somados aos dados econômicos qualitativos, aos dados não 
econômicos quantitativos e aos dados não econômicos qualitativos. Por isso, 
há uma maior complexidade para compreender os inúmeros indicadores do 
desenvolvimento econômico.
Quando as autoridades políticas utilizam apenas as perspectivas quantita-
tivas, produzem uma natureza de políticas públicas. Já quando usam perspec-
tivas quantitativas combinadas com perspectivas qualitativas, geram outras 
naturezas de políticas públicas. Em última instância, isso produz variados 
desdobramentos na sociedade concreta: (1) políticas econômicas e/ou públicas 
muito economicistas e pragmáticas; e (2) ou políticas econômicas e/ou públicas 
mais sociais, humanas e sustentáveis.
1. A ONU, por meio do PNUD, utiliza o IDH para compreender as desigualdades 
socioeconômicas e propor medidas que viabilizem melhores condições 
de vida, principalmente para os países subdesenvolvidos. O IDH é formado 
por indicadores econômicos e sociais, servindo de base para a construção 
de um ranking de desenvolvimento entre os países. Entre os indicadores a 
seguir, o utilizado pela ONU no IDH que abrange a perspectiva social é:
a) PIB.
b) Taxa de natalidade.
c) Renda per capita.
d) Expectativa de vida.
e) Taxa de urbanização.
2. O IDH é elaborado considerando-se dados sobre a longevidade, o PIB per 
capita, o grau de escolaridade e o poder de compra de uma população. Varia 
Índice de Desenvolvimento Humano10
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de 0 a 1, sendo que os valores mais próximos a 1 indicam melhores condições 
de vida. Sobre o assunto, considere as asserções e marque a correta.
a) Trata-se de um índice que explicita a qualidade de vida de 
uma população por relacionar fenômenos quantitativos.
b) Trata-se de um índice que explicita as desigualdades sociais em diferentes 
escalas, pois combina indicadores de desenvolvimento social.
c) Trata-se de um índice que oculta a existência de políticas públicas voltadas 
à melhoria da saúde, distribuição de renda e nível de escolaridade.
d) O IDH apresenta uma visão limitada do progresso 
e do desenvolvimento de uma nação.
e) O IDH não é capaz de contribuir para políticas públicas de desenvolvimento.
3. Verifique os dados apresentados a seguir.
País
Crescimento 
demográfico 
(% anual) IDH
Analfabetismo 
(%)
Expectativa 
de vida M/F 
(masculino/
feminino)
1 2,4 0,519 25 49/54
2 2,4 0,219 80,8 45/47
3 3 0,252 64,5 48/51
4 2,2 0,295 45,1 42/45
5 0,6 0,960 0 76/82
Tomando-se por base esses indicadores sociais e 
econômicos, é correto afirmar que:
a) Desses países, apenas dois têm economia desenvolvida.
b) Os países 1 e 5 devem estar situados na Europa Ocidental.
c) O país 4 encontra-se em fase de recessão.
d) Os países 2 e 3 devem ter um sistema econômico socialista.
e) O país 5 é o único com economia desenvolvida.
4. Sobre o IDH, marque a opção correta.
a) No IDH, leva-se em consideração a expectativa de vida, o tempo 
de escolaridade e a renda corrigida pelo poder de compra.
b) Os países que apresentam IDH igual ou superior a 
0,600 são considerados desenvolvidos.
c) Em razão de seu crescimento econômico contínuo, pode-se afirmar 
que o IDH brasileiro já é homogêneo em todo o território nacional.
d) O IDH é um índice estruturado pelos países mais desenvolvidos do planeta.
e) O IDH pretende ser um índice que esgota plenamente os 
aspectos voltados ao desenvolvimento dos países.
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5. Considere o quadro a seguir: 
Os 12 países mais populosos do G-20
Países
População
(em milhões de 
habitantes)
PIB
(em bilhões 
de dólares) IDH
China 1.340 4.326 0,772
Índia 1.198 1.217 0,612
EUA 314,7 14.204 0,956
Indonésia 230 514,4 0,734
Brasil 193,7 1.612 0,713
Rússia 140,9 1.607 0,717
Japão 127,2 4.909 0,960
México 109,6 1.085 0,854
Alemanha 82,2 3.652 0,947
Turquia 74,8 794,3 0,906
França 62,3 2.853 0,961
Reino Unido 61,6 2.645 0,947
Fonte: Adaptado de Almanaque Abril 2010.
Com base nesses dados, é correto afirmar:
a) O grupo retratado apresenta relativa homogeneidade socioeconômica.
b) Os países emergentes mais populosos desse grupo têm IDH alto.
c) Os países selecionados apresentam significativo desenvolvimento do IDH.
d) Os indicadores da segunda e da terceira colunas 
são determinantes no cálculo do IDH.
e) O PIB é o fator decisivo para o país obter um alto IDH.
Índice de Desenvolvimento Humano12
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Leituras recomendadas
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Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 3, n. 4, p. 937-952, dez. 1973.
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nomic Development Measurement and Analysis of Socioeconomic Development. 
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