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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG PRÓ-REITORIA DE ENSINO Disciplina: Formação Econômica do Brasil. Semestre: 2023.1 Ofertada por: Unidade Acadêmica de Economia e Finanças (UAEF) Professora: Aluno(a): Agnes Moura dos Santos Matrícula: EXERCÍCIO (Unidade I) QUESTÃO 3 (Peso: 2,0) – No que se refere à grande empresa colonial agrícola, responda: a) (Peso: 1,0) Conforme o economista Celso Furtado, qual foi o conjunto de fatores particularmente favoráveis que tornou possível o êxito obtido por Portugal na grande empresa colonial agrícola, durante o século XVI? Resposta: Os fatores altamente favoráveis que contribuíram significativamente para o sucesso de Portugal na grande empresa colonial agrícola foram múltiplos. Primeiramente, a experiência adquirida pelos portugueses nas ilhas do Atlântico desempenhou um papel crucial. Essa experiência não apenas resolveu os desafios técnicos associados à produção de açúcar, mas também impulsionou o desenvolvimento da indústria de equipamentos para os engenhos açucareiros em Portugal. Além disso, a contribuição dos holandeses flamengos desempenhou um papel vital. Eles se especializaram no comércio intra-europeu e, em grande parte, financiaram essa atividade. Naquela época, os holandeses eram o único grupo com a organização comercial necessária para criar um mercado de grande escala para um produto relativamente novo, como o açúcar. Por último, mas não menos importante, a habilidade dos portugueses no comércio de escravos na África, quando combinada com recursos adequados, permitiu a expansão desse negócio e a organização da transferência de mão de obra barata para a nova colônia agrícola. Sem essa mão de obra, a colônia teria sido economicamente inviável. b) (Peso: 1,0) Quais as principais razões, apontadas por Celso Furtado, para a existência do monopólio português na colonização agrícola do Brasil no decorrer do século XVI. Resposta: Conforme Furtado, o êxito financeiro da colonização agrícola no Brasil abriu novas perspectivas econômicas para a região. Enquanto isso, os espanhóis mantiveram seu foco na extração de metais preciosos, intensificando o isolamento de suas colônias americanas. A estratégia econômica espanhola estava centrada na ideia de tornar as colônias autossuficientes na produção de metais preciosos, que eram periodicamente enviados de volta à Espanha. No entanto, essa abundância de metais preciosos provocou inflação na Espanha, prejudicando sua economia. Consequentemente, o poder econômico do Estado espanhol cresceu consideravelmente, resultando em um déficit crônico na balança comercial. Isso estimulou as importações e teve impacto negativo na produção doméstica, beneficiando outras economias europeias. Ademais, o sistema econômico espanhol não incentivou a diversificação da produção nas colônias. A decadência econômica da Espanha também afetou negativamente suas colônias americanas, que não conseguiram desenvolver atividades econômicas substanciais além da mineração. O fornecimento de manufaturas continuou dependendo da produção artesanal local, o que retardou o desenvolvimento econômico das regiões colonizadas. Se a colonização espanhola tivesse seguido um curso diferente, promovendo a exportação de produtos locais e o consumo de manufaturas europeias, as economias indígenas poderiam ter experimentado uma transformação mais complexa. Porém, a decadência econômica da Espanha impediu essa evolução. Por outro lado, a colonização portuguesa no Brasil obteve êxito em grande parte devido à decadência econômica espanhola, que foi principalmente causada pela exploração precoce de metais preciosos. Isso permitiu que Portugal dominasse o mercado de produtos tropicais, como o açúcar, aproveitando a disponibilidade de terras de alta qualidade e a mão de obra indígena mais experiente na agricultura. A decadência econômica da Espanha, aliada à falta de liderança por parte dos produtores de manufaturas, também contribuiu para o sucesso da colonização agrícola portuguesa.
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