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Para elaboração de contratos de comércio internacional, é necessário passar por três fases até que haja, de fato, a relação formalizada ou não formalizada de contratos. Nesta webaula, iremos conhecer cada uma delas. Considerando o processo de globalização das economias e a constante evolução dos meios de transportes, comunicação e tecnologias, as nações avançaram em mecanismos de segurança para suas relações de trocas, deste modo, os agentes econômicos buscaram formas e mecanismos para criar, de fato, um ambiente de negócios internacionais com estabilidade e segurança para operacionalização. Pensando nisso, os contratos foram sendo criados a partir das características territoriais, culturais e legais, para, en�m, proporcionarem o ambiente oportuno para o comércio exterior. É importante ressaltar que sempre que uma empresa se envolve em negócios internacionais, torna-se necessário estabelecer uma série de contratos, sejam eles escritos ou implícitos. Fase 1: formação contratual No processo de formação contratual, ocorre a geração do contrato, no qual se faz necessário constar informações, como: nome, partes e objeto de negociação, pois, a partir dessas informações, quali�ca-se o tipo de contrato e suas modalidades, ou seja, os “contratos-tipo”, que são tidos como o preceito dos contratos padronizados, no que condiz a cada atividade do comércio, dado que as fontes formais de contrato-tipo apresentam, dentre diversas particularidades, as condições gerais de compra e venda, as condições gerais do Conselho de Assistência Econômica Mútua (Comecon) e os Incoterms (e sobre estes é importante ressaltar que, na versão 2010, é considerado, exclusivamente, um item do contrato internacional referente às responsabilidades, aos riscos e aos custos do exportador e importador quanto à entrega da carga e ao modal de transporte, não sendo aplicado a nenhuma outra cláusula do contrato). Em janeiro de 2020, temos a nova versão Incoterms-2020, na qual devem ser observados os novos requisitos de uso das 11 (onze) cláusulas e sua aplicação e validação pela lex mercatoria. Após tipi�car corretamente o contrato, institui-se a modalidade adequada para determinado tipo de relação comercial, haja vista que as modalidades contratuais existentes são: Contratos de Compra e Venda Internacional Contratos de Financiamento Contratos de Joint Venture Contratos de Distribuição Comércio Internacional Contratos internacionais Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Contratos de Leasing Contratos de Prestação de Serviços Contratos de Franquia Internacional Fase 2: conclusão Considerando os elementos da primeira fase, avança-se para a segunda, conhecida como o momento de ajuste de vontades, ou fase de conclusão, quando se acordam os direitos e deveres das partes, ou seja, é neste contexto que existem algumas situações preliminares de negociações, tais como: Cartas de Intenção (Letter of Intent) e Term Sheet, que se trata dos termos e das condições gerais de um negócio de Contratos de Distribuição. Dentre as questões apontadas na fase de aperfeiçoamento, precisa-se tratar de outras condições, como: Idioma Localidade Lei aplicável Nestes termos, ajustam-se, também, as esferas de controle, pois os contratos internacionais geram obrigações aos agentes que estão localizados em diferentes limites territoriais, logo, tal circunstância cria a necessidade de desenvolver mecanismos de controle que visem assegurar que a entrada de mercadorias provenientes de outros países seja compatível com a legislação vigente do país de destino, motivo pelo qual se trata das condições existentes nas esferas de controle, de ordem cambial, tributária e administrativa, bem como das obrigações, da miscelânea, dos eventos e das causas de inadimplemento. Fase 3: Execução Por �m, tem-se o terceiro momento, quando se discutem questões pontuais para a execução e a consumação do contrato. Contudo, após o consenso nas fases de formação e de negociação, entra em vigor o processo de aceitação (consenso e concordância entre as partes), ou seja, o contrato de�nitivamente terá existência no mundo dos fatos jurídicos, assim, é considerado o ato conclusivo em toda etapa de formação. Para a execução de um contrato de comércio internacional, é preciso que se atente a uma cláusula de garantia recíproca, denominada hardship, pela qual se permite a �exibilização do cumprimento das obrigações contratuais quando estas se tornarem excessivamente onerosas a uma das partes, exigindo-lhe um esforço desproporcional e acarretando um desequilíbrio na relação contratual. Nesse caso, é importante que sejam ponderadas as questões relativas à força maior ou imprevisão, sigilo contratual e detalhes da aceitação. Caso o contrato de comércio internacional seja efetivamente formalizado, é preciso que sejam reconhecidas as obrigações imputadas ao vendedor e as responsabilidades que recaem sobre o comprador. No entanto, é importante que, na operacionalização do contrato, seja ponderada a situação em que nem sempre as negociações são efetivadas e concluídas, pois, às vezes, poderão ocorrer, na fase de negociação, desentendimentos referentes à complexidade e às peculiaridades de um contrato e, por ora, essa negociação pode ser alongada, sendo, então, complexo chegar a um acordo imediato e de�nitivo. Fonte: Shutterstock. Nesse caso, estende-se a possibilidade de modelar um novo acordo de princípios ou promessas contratuais ou modi�car as cartas de intenção, em que as partes reestabelecerão questões básicas referentes ao contrato. Cabe ressaltar que essas cartas não obrigam a efetivar o contrato de�nitivo, mas articulam fatos jurídicos a este, visto que, futuramente, caso ocorra a ruptura das negociações e uma das partes sofra prejuízos, essa poderá tentar “articular tais fatos” em uma ação de reparação de danos contra a parte rompedora da negociação. É na fase de consumação que as partes apresentam suas condições de acordos de con�dencialidade e de negociação exclusiva. Contudo, é importante que sejam ponderados detalhes extremamente importantes nas relações de aceitação no âmbito internacional, pois, na maioria das situações, tais ajustes são realizados por meios de telecomunicação, devido à distância territorial existente entre as partes. Fica incumbida à parte que conduziu a proposta estabelecer o formato pela qual a outra parte deverá demonstrar sua vontade. Pesquise mais Para conhecer e entender mais sobre as questões ligadas aos contratos de comércio internacional, pesquise mais em: BETHONICO, C. C. de O. As fórmulas contratuais típicas utilizadas no comércio internacional. Revista Jus Navigandi, ano 13, n. 1823, jun. 2008. Além disso, caso sua curiosidade tenha aguçado no tocante à fase de aperfeiçoamento das relações contratuais, especi�camente nas questões ligadas às esferas de controle cambial, é necessário saber que é nesta esfera, a partir de uma instituição bancária, que se busca regular as transações �nanceiras e comerciais com o exterior. Para entender quais são os principais contratos cambiais utilizados nas relações de comércio exterior, pesquise mais em: BORGES, J. T. Financiamento ao comércio exterior: o que uma empresa precisa saber. 2. ed. Curitiba: Inter Saberes, 2017. Para �nalizar, destaca-se que é de extrema importância conhecer os termos de aceitação no âmbito de contratos de comércio internacional, pois, caso a aceitação do contrato seja de forma silenciosa (tácita), o direito interno poderá não ser satisfeito dadas as expectativas de quem realiza a proposta. Considerando esse fato, recorre-se à Convenção de Viena de Compra e Venda Internacional de Mercadorias, a qual, em seu art. 18, determina: “O silêncio ou inércia, por si só, não constituemaceitação” (BRASIL, 2014, [s.p.]). Até aqui, esperamos que tenha �cado claro o que ocorre em cada fase de elaboração de contratos de comércio internacional. Para ajudá-lo a �xar esse conhecimento, con�ra a seguir um mapa mental que sintetiza essas fases.
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