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U n iv e rs id a d e E st a d u a l d o C e a rá - U n iv e rs id a d e A b e rt a d o B ra si l como uma instituição que participa do Sistema Universidade Aberta do Brasil, vem ampliando a oferta de cursos de graduação e pós-graduação na modalidade de educação a distância, e gerando experiências e possibili dades inovadoras com uso das novas plataformas tecnológicas decorren tes da popularização da internet, funcionamento do cinturão digital e massificação dos computadores pessoais. Comprometida com a formação de professores em todos os níveis e a qualificação dos servidores públicos para bem servir ao Estado, os cursos da UAB/UECE atendem aos padrões de qualidade estabelecidos pelos normativos legais do Governo Fede ral e se articulam com as demandas de desenvolvi mento das regiões do Ceará. M at em áti ca E le m en ta r I Matemática Matemática Jayro Fonseca da Silva Matemática Elementar I ComputaçãoQuímica Física Matemática PedagogiaArtes Plásticas Ciências Biológicas Geografia Educação Física História 9 12 3 Matemática Matemática Elementar I Jayro Fonseca da Silva 1ª edição Fortaleza - Ceará 2015 ComputaçãoQuímica Física Matemática PedagogiaArtes Plásticas Ciências Biológicas Geografia Educação Física História 9 12 3 Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Ministro da Educação Renato Janine Ribeiro Presidente da CAPES Carlos Afonso Nobre Diretor de Educação a Distância da CAPES Jean Marc Georges Mutzig Governador do Estado do Ceará Camilo Sobreira de Santana Reitor da Universidade Estadual do Ceará José Jackson Coelho Sampaio Vice-Reitor Hidelbrando dos Santos Soares Pró-Reitor de Pós-Graduação Jerffeson Teixeira de Souza Coordenador da SATE e UAB/UECE Francisco Fábio Castelo Branco Coordenadora Adjunta UAB/UECE Eloísa Maia Vidal Diretor do CCT/UECE Luciano Moura Cavalcante Coordenação da Licenciatura em Matemática Ana Carolina Costa Pereira Coordenação de Tutoria e Docência em Matemática Gerardo Oliveira Barbosa Editor da EdUECE Erasmo Miessa Ruiz Coordenadora Editorial Rocylânia Isidio de Oliveira Projeto Gráfico e Capa Roberto Santos Diagramador Francisco José da Silva Saraiva Conselho Editorial Antônio Luciano Pontes Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes Emanuel Ângelo da Rocha Fragoso Francisco Horácio da Silva Frota Francisco Josênio Camelo Parente Gisafran Nazareno Mota Jucá José Ferreira Nunes Liduina Farias Almeida da Costa Lucili Grangeiro Cortez Luiz Cruz Lima Manfredo Ramos Marcelo Gurgel Carlos da Silva Marcony Silva Cunha Maria do Socorro Ferreira Osterne Maria Salete Bessa Jorge Silvia Maria Nóbrega-Therrien Conselho Consultivo Antônio Torres Montenegro (UFPE) Eliane P. Zamith Brito (FGV) Homero Santiago (USP) Ieda Maria Alves (USP) Manuel Domingos Neto (UFF) Maria do Socorro Silva Aragão (UFC) Maria Lírida Callou de Araújo e Mendonça (UNIFOR) Pierre Salama (Universidade de Paris VIII) Romeu Gomes (FIOCRUZ) Túlio Batista Franco (UFF) Copyright © 2015. Todos os direitos reservados desta edição à UAB/UECE. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores. Editora Filiada à Editora da Universidade Estadual do Ceará – EdUECE Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus do Itaperi – Reitoria – Fortaleza – Ceará CEP: 60714-903 – Fone: (85) 3101-9893 Internet: www.uece.br – E-mail: eduece@uece.br Secretaria de Apoio às Tecnologias Educacionais Fone: (85) 3101-9962 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Sistema de Bibliotecas Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho Thelma Marylanda Silva de Melo Bibliotecária – CRB-3 / 623 S586m Silva, Jayro Fonseca da Matemática elementar I: números reais e funções elementares / Jayro Fonseca da Silva 1. ed. Fortaleza : EdUECE, 2015. 150 p. (Matemática) ISBN: 978-85-7826-401-7 1. Matemática elementar. 2. Números reais. 3. Funções elementares I. Título. CDD: 510 Sumário Apresentação ......................................................................................... 5 Capítulo 1 – Conjuntos Numéricos ...................................................... 7 1. Conjunto dos números naturais ............................................................9 2. Conjunto dos números inteiros ...........................................................12 3. O conjunto dos números racionais .....................................................13 4. O conjunto dos números irracionais ...................................................15 5. Conjunto dos números reais ...............................................................16 6. Leitura complementar ...................................................................... 25 Capítulo 2 – Operações com números reais ..................................... 37 1. Valor absoluto ................................................................................... 39 2. Potenciação...................................................................................... 44 3. Radiciação ........................................................................................ 46 4. Notação científica ............................................................................. 50 Capítulo 3 – Álgebra elementar .......................................................... 55 1. Expressões algébricas ...................................................................... 57 2. Fatoração de expressões polinomiais .............................................. 61 3. Equações e inequações de 1º grau .................................................. 67 4. Equação do 1º grau com duas incógnitas ........................................ 69 5. Sistema de duas equações do primeiro grau com duas incógnitas . 72 6. Equações especiais .......................................................................... 83 Capítulo 4 – Coordenadas cartesianas e equações da reta ............ 95 1. Coordenadas Cartesianas e equações da reta ..................................97 2. Equação da reta ................................................................................105 3. Desigualdades envolvendo equações lineares com duas incógnitas ..................................................................................... 116 Capítulo 5 – Funções elementares .................................................. 123 1. Funções elementares ........................................................................125 2. Tipos de funções ...............................................................................134 3. As principais identidades trigonométricas e fórmulas geométricas ..152 Apresentação Este texto tem como objetivo precípuo rever e repassar informações bási- cas e também relevantes sobre a elaboração do conjunto dos números re- ais, destacando seus principais subconjuntos e operações fundamentais. Na Álgebra Elementar, foi dada atenção especial ao estudo das equações, por sua importância na maioria dos cursos iniciais da graduação em Matemática, bem como ao conceito de função de uma variável, sua operacionalização e representação gráfica no plano cartesiano. O escrito foi dividido em cinco capítulos, iniciando com uma abordagem sobre os principais subconjuntos dos números reais, seus axiomas, defini- ções e propriedades. Em seguida, a prioridade foi conferida às operações com números reais. O terceiro capítulo privilegia a Álgebra Elementar no que concerne ao estudo das equações, dos sistemas de equações e métodos de resolução. O quarto capítulo reúne algumas informações significativas da Geometria Analítica Plana e breve revisão sobre o estudo das equações da reta no plano. E, finalmente, o quinto capítulo, trata das funções elementares de uma variável real. Conta-se com a valiosa e indispensável colaboração dos nossos cole- gas, seja na observação de alguns deslizes inevitáveis que possam terocorri- do ou na apresentação de sugestões que venham contribuir com o aperfeiço- amento deste texto, de modo a torná-lo mais produtivo e significativo. O autor Capítulo 1 Conjuntos Numéricos Matemática Elementar I 9 Objetivos • Reconhecer as características e propriedades de cada um dos conjun- tos numéricos. • Localizar na reta numérica os elementos (números) que pertencem a cada conjunto numérico. • Proporcionar ao aluno a oportunidade de conhecer e aplicar os axio- mas, as definições e propriedades do conjunto dos números reais. Introdução O propósito principal deste capítulo é mostrar que os conjuntos numéricos cons- tituem uma base conceitual da Matemática. Esses conjuntos foram surgindo na medida em que o homem ia necessitando fazer contagem, comparação, resolver problemas do cotidiano da vida prática e as necessidades inerentes da Matemática em cada momento de seu desenvolvimento. Os cinco principais conjuntos numéricos são os naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais. Apresenta-se o conjunto dos números reais como sendo formado pela união do conjunto dos números racionais com o conjunto dos números irra- cionais; ordenam-se seus elementos e trabalham-se suas principais proprie- dades. Introduz-se, também, a noção de intervalos na reta. 1. Conjunto dos números naturais Os conjuntos numéricos iniciam-se pelo conjunto dos números naturais, que se denota pelo símbolo ℕ . É formado pelos números 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7..., ou seja, ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. ... }. Ele surgiu da necessidade do homem em fazer contagens. Essas contagens eram realizadas mediante uma correspon- dência entre objetos ou coisas e os números naturais, isto é, contar objetos de uma coleção significava estabelecer uma correspondência entre cada ele- mento de um conjunto de objetos ou coisas a elemento único da sucessão dos números naturais e vice-versa. JAYRO FONSECA DA SILVA 10 Observa-se que o subconjunto de contagem é um subconjunto dos na- turais. Uma vez estabelecida essa correspondência entre os dois conjuntos, pode-se determinar o número de elementos do conjunto de objetos. 1.1. Propriedade dos números naturais Em ℕ são definidas as operações de adição e de multiplicação, isto é, ℕ tem a propriedade de fechamento no que concerne à adição e à multiplicação: Dados dois números naturais1 quaisquer a e b, então, a + b e a.b também são números naturais. Propriedade aditiva dos números naturais • A 1 : Comutativa a + b = b + a , ∀ a, b ∈ ℕ • A 2 : Associativa a + ( b + c ) = ( a + b ) + c , ∀ a , b, c ∈ ℕ • A 3 : Elemento neutro 0 + a = a + 0 = a , ∀ a ∈ ℕ Propriedade multiplicativa dos números naturais: • M 1 : Comutativa a.b = b.a, ∀ a, b ∈ ℕ • M 2 : Associativa a . ( b . c ) = ( a . b ) . c , ∀ a , b, c ∈ ℕ • M 3 : Elemento neutro 1.a = a , ∀ a ∈ ℕ Propriedade distributiva dos números naturais • D 1 : Distributiva a. ( b + c ) = a.b + a.c , ∀ a , b, c ∈ ℕ 1.2. Representação geométrica dos números naturais O conjunto ℕ pode ser representado por uma semi reta, tomando uma unidade de medida entre cada um dos números da esquerda para direita, a partir do zero. 1 Originalmente, o zero não fazia parte do conjunto dos naturais; ele surgiu bem depois, com a criação do sistema de representação decimal pelos hindus. Matemática Elementar I 11 1.3. Ordem dos números naturais Dados dois números naturais a e b, diz-se que a é menor ou igual que b, se existir um número natural n tal que a + n = b. Exemplo 1: 3 é menor ou igual a 5? Sim, pois existe o natural 2, tal que 3 + 2 = 5. Exemplo 2: 5 é menor ou igual a 5? Sim, pois existe o natural 0, tal que 5 + 0 = 5. 1.4. Observações sobre os números naturais Na sucessão dos números naturais, pode-se passar de um número para o seguinte (seu consecutivo), adicionando uma unidade a este, isto é, dado um número natural n qualquer, o seguinte será n + 1. Como consequên- cia dessa propriedade, pode-se afirmar que: a) dado um número natural qualquer, sempre vai existir um número maior do que este; e b) o conjunto dos números naturais é ilimitado, ou seja, nele existe um núme- ro infinito de números. 1.5. Subconjuntos especiais do conjunto dos números naturais Dado ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, ... }, podem ser destacados quatro subconjuntos distintos: a) o conjunto dos números ímpares, ℕi, formado por todos os números da forma n = 2k+1, onde k é um número natural. ℕi = { 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 19... }; b) o conjunto dos números pares, ℕp, formado por todos os números da forma n = 2k, onde k é um número natural. ℕp = { 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, ... }; c) o conjunto dos números primos, ℕpr , é formado por todos os números natu- rais maiores que 1, cujos divisores são somente 1 e ele próprio. ℕpr = { 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, ...}; e d) o conjunto dos números naturais sem o zero, ℕ∗, ou seja, ℕ∗ = ℕ - {0}. ℕ∗ = { 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, ... } JAYRO FONSECA DA SILVA 12 2. Conjunto dos números inteiros A concepção do conjunto dos números inteiros se deu como consequên cia de novas descobertas no campo da Matemática no momento em que o conjunto dos números naturais já não permitia determinadas operações, como a subtração, por exemplo. Unindo-se a essa realidade, veio a neces- sidade de o homem fazer transcrição de números. Daí nasceu um sistema de numeração posicional, e também o zero, que tinha a função de preencher classes vazias, posições com ausência de número. O uso inicial do zero no sistema de numeração posicional: preencher espaços vazios O zero ainda não tinha o status de número, mas a importância do seu aparecimento foi permitir a criação dos números inteiros. O conjunto dos números inteiros {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ... }, simbolizado por ℤ2 , foi assim concebido incluindo no conjunto dos números naturais ℕ, os números negativos. Todas as operações e propriedades de ℕ também passam a valer em ℤ. Além disso, em ℤ, passou a valer a propriedade simétrica da adição, isto é, dado um número a ∈ ℤ, existe - a ∈ ℤ tal que a + (-a) = 0. A partir dessa pro- priedade, foi possível definir a operação de subtração em ℤ, ou seja, dados a, b ∈ ℤ, define-se a diferença entre a e b como sendo a – b = a + (-b). 2.1. Subconjuntos especiais do conjunto dos números inteiros a) Conjunto dos números inteiros não nulos ℤ∗ = { ... , -3, -2, -1, 1, 2, 3, ... } b) Conjunto dos números inteiros não positivos ℤ - = { 0, -1,-2,-3,-4, ... } c) Conjunto dos números inteiros não negativos ℤ + = { 0, 1, 2, 3, 4 , ... } d) Conjunto dos números inteiros positivos ℤ∗ + = { 1, 2, 3, 4, 5, ... e) Conjunto dos números inteiros negativos ℤ∗ - = { -1, -2, -3, -4, -5, ... } Em ℤ, é definido o conceito de divisor, ou seja, dados dois números inteiros a e b, com b ≠ 0, diz-se que b divide a, em símbolo, b|a, se existir um número inteiro k tal que a = kb. Exemplo: 3 | 21 , pois existe 7 tal que 21 = 7.3 A operação da divisão entre dois números inteiros nem sempre era pos- sível realizar, apenas no caso dos divisores. Este fato passou a representar o próximo obstáculo que precisava ser resolvido com a ampliação do conjunto dos números inteiros. 2 A letra ℤ, que simboliza o conjunto dos números inteiros, é a inicial da palavra Zahlen, que, em alemão, significa “número”. Matemática Elementar I 13 A questão seguinte, portanto, era como medir (comparar grandezas), ou seja, como estabelecer uma unidade fixa de uma dada grandeza, de modo a determinar quantas dessas unidades seriam necessárias para obter a quan- tidade da grandeza dada. Como estabelecer padrões de comparação entre grandezas de mesma espécie? Essa tarefa nem sempre era possível, pois nem todas as grandezas tinham quantidades inteiras de unidades. Havia ne- cessidade de se criar uma forma de representação de partes da unidade. Inicialmente a questão foi contornada com o emprego de razões entre gran- dezas de mesma espécie, o que, por certo, deu origem aos númerosracionais ou mesmo às frações. 3. O conjunto dos números racionais O conjunto dos números racionais, representado pelo símbolo ℚ , é consti- tuído por todos os números escritos na forma p/q , onde p e q são números inteiros, com q diferente de zero, ou seja: Observações • Os números racionais3 são também chamados de frações e os números inteiros utilizados na sua representação chamam-se numerador e deno- minador, separados por uma linha horizontal ou uma linha inclinada ( ou n / d ). O numerador fica acima da linha horizontal e indica quantas partes do inteiro são tomadas, enquanto o denominador, que é qualquer inteiro diferente de zero, fica abaixo desta mesma linha e indica em quan- tas partes o inteiro foi dividido. (Ver mais em Leitura Complementar). 1. Sendo o conjunto dos números racionais ℚ uma ampliação do conjunto dos números inteiros, a) ℤ é um subconjunto de ℚ, pois todo n inteiro pode ser escrito na forma n = n 1 ; b) todas as operações e propriedades de ℤ, citadas anteriormente, valem também em ℚ; 2. em ℚ , vale a propriedade do inverso multiplicativo, isto é, dado o número p q ∈ ℚ, com p q ≠ 0, existe o número q p tal que p q . q p = 1. 3 Observar que os números racionais podem ser obtidos por meio da razão (em Latim: razão=divisão=quociente) entre dois números inteiros, razão pela qual o conjunto de todos os números racionais é denotado por ℚ . JAYRO FONSECA DA SILVA 14 3.1. Subconjuntos especiais do conjunto dos números racionais a) ℚ + ( conjunto dos números racionais não negativos) b) ℚ - ( conjunto dos números racionais não positivos) c) ℚ ∗ ( conjunto dos números racionais não nulos) Observação: todo número racional pode ser escrito como um número deci- mal finito ou uma dízima periódica. Exemplos: a) 5 8 = 0,625 ( decimal finito) b) 8383 9000 = 0,931444... (dízima periódica) (ver mais em 1.6.4, as frações). 3.2. Operações com os números racionais • Adição: Dados dois números a b e c b racionais, sua soma é dada por a b + c b = a + c b No caso em que os denominadores das frações forem diferentes, re- duzem-se as frações4 ao mesmo denominador e aplica-se a regra anterior. Essa redução pode ser realizada a partir da determinação do mínimo múltiplo comum (mmc) dos denominadores, ou seja, se mmc(b,d) = m, então: a b + c d = sa m + tc m = sa + tc m , onde s = m/b e t = m/d. (Ver mais em Leitura Complementar). • Multiplicação: Dados dois números a b e c d racionais, seu produto é dado por a b • c d = a.c b.d . • Divisão: Sejam a, b, c, d ∈ ℤ∗ e r ∈ ℚ . Considere as três afirmações seguintes: (i) uma razão não se altera se multiplicarmos os seus termos, antecedente e consequente, por um número racional diferente de zero, ou seja, dado r ∈ ℚ ∗ , a b = a.r b.r ; (ii) dado c/d ≠ 0, existe seu inverso multiplicativo d c , tal que d c • c d = 1 (iii) r 1 = r; 4 Para dividir duas frações, basta multiplicar a primeira fração pelo inverso multiplicativo da segunda fração. Matemática Elementar I 15 Logo, a divisão de a b por c d será: Exemplos: a) ( ) ( ) ( )+ + + + + ++ + = = = =12/2 .1 12/3 .2 12/4 .51 2 5 6.1 4.2 3,5 6 8 15 29 2 3 4 12 12 12 (12/2).1 + (12/3).2 + (12/4).5 ( ) ( ) ( )+ + + + + ++ + = = = =15 29 12 , mmc(2, 3, 4) = 12. b) ( ) ( )− − −− = = = =6/3 .2 6/6 .12 1 18.2 1.1 36 1 35 3 6 6 6 6 6 (6/3).2 – (6/6).1 , mmc(3, 6) = 6. c) = = 3 5 1 3x5x1 15 x x 2 2 7 2x2x7 28 . d) . 2 3 : 5 6 = 2 3 6 5 = 2 6 3 5 e) ×= × = = × 2 3 5 3 5 15 3 : 5 1 2 1 2 2 . 4. O conjunto dos números irracionais A ideia e aceitação dos números irracionais levaram certo tempo para serem absorvidas pelos gregos. A crença dos gregos de que os números racionais eram o suficiente para resolver todos os problemas envolvendo grandezas comensuráveis (que se pode medir) cessou no momento em que descobriram a existência dos segmentos não comensuráveis. Tais segmentos passaram a ser chamados de os incomensuráveis. Acredita-se que este fato representou um momento crítico para os pita- góricos, pois, na concepção deles, até antão, toda medida correspondia a um número racional. Tudo leva a crer que esta descoberta ocorreu quando tenta- ram medir a diagonal de um quadrado de uma unidade de lado e concluíram que essa medida não correspondia a nenhum número racional. 0 1 ? 2 3 ... 1 JAYRO FONSECA DA SILVA 16 Considerando um quadrado de lado 1 e diagonal d, como mostra a fi- gura abaixo: Pelo teorema de Pitágoras5: d2 = 12 + 12 = 2 A questão se resumia em verificar a existência ou não de algum número racional d, tal que d2 = 2. Aplicando o método de redução ao absurdo, (ver apêndice [2]), supo- nha-se que d seja um número racional, ou seja, d pode ser escrito na forma p/q, onde p e q são inteiros e primos entre si. Tem-se: d2 = (p/q)2 = p2/q2 = 2 ⇔ p2 = 2q2 = 2m, m ∈ ℤ ⇒ p2 é um nú- mero par e, portanto, p é par. Sendo p um número par, então p = 2n, onde n ∈ ℤ. Substituindo p = 2n na equação inicial p2/q2 = 2, ter-se-á: (2n)2 / q2 = 2 ⇔ 2q2 = 4n2 ⇔ q2 = 2n2 = 2k, onde k = n2; logo, q2 é par, então q é par. Daí, se conclui que p e q são pares, o que é um absurdo, pois entra em desacordo em relação à hipótese de que p e q seriam primos entre si. Portanto, não existe um número d, da forma p/q, onde p e q são inteiros e primos entre si, tal que d2 = 2. Assim, d recebeu a denominação de número irracional. Define-se o conjunto dos números irracionais, que será denotado por ℚc, por aquele formado por todos os números que não podem ser expressos como razão de dois números inteiros, isto é, aqueles que têm representação decimal infinita e não periódica. Alguns exemplos de números irracionais: = 3,141529... , e = 2,718281... , 3 7 1,912...= e 2 = 1,414213... 5. Conjunto dos números reais O conjunto dos números reais é, portanto, composto por todos os números racionais e por todos os números irracionais. ℝ = { x | x ∈ ℚ6 ou x ∈ ℚc } , onde ℚc é o conjunto dos irracionais. Os principais subconjuntos de ℝ são: ℕ, ℤ, ℚ, ℚc , ℝ- , ℝ+ e ℝ∗. 5.1. A reta numérica Uma representação geométrica do conjunto dos números reais pode ser constituída com suporte no estabelecimento de uma correspondência biuní- voca entre o conjunto dos números reais e o conjunto dos pontos de uma reta, 5 Pitágoras, foi o mais importante filósofo e matemático grego, nasceu por volta de 570 ac e morreu provavelmente em 497 ac. Fundou a Escola Pitagórica de Matemática e, em sua homenagem, nomearam o teorema mais famoso da antiguidade. 6 ℚc é o complemento do conjunto dos números racionais ℚ em relação ao conjunto dos números reais ℝ , isto é, ℚc = ℝ - ℚ. Matemática Elementar I 17 ou seja, é possível associar cada número real a um, e apenas um, ponto da reta, biunivocamente. A construção da reta numérica deve ser iniciada marcando um ponto ar- bitrário O, sobre a reta, que será chamado origem do sistema de coordenadas e estará associado ao número real 0 (zero). Adotando uma unidade de comprimento u, é possível estabelecer uma representação geométrica do conjunto dos números inteiros ℤ. Cada número real r associado a um ponto P da reta é chamado coor- denada do ponto: P(r). Exemplo 1: Localizar, no sistema de coordenadas da reta7, os seguintes pontos: Exemplo 2: Escrever os quatro números em ordem decrescente 23 17 66 ; ;2,601; 9 6 25 . Solução: Inicialmente escrever as frações ordinárias na forma decimal exata ou periódica. 23 2,555 9 = ... , 17 2,8333 6 = ... e 66 2,64 25 = . Exercícios resolvidos 1. Achar a dízima periódica (ou decimal exato) gerada pelas frações: a) 8 15 b) 1 7 c) 1 20 . Solução: dividindo o numerador pelo denominador de cada uma das frações, obtem-se: a) 8 0,5333 15 = ... (dízima periódica composta de período 3); b) 1 0,142857 7 = ... (dízima periódica simples de período 142857); e 7 Observa-se que para cada ponto da reta existe um, e somente um, númeroreal correspondente a esse ponto e vice-versa. JAYRO FONSECA DA SILVA 18 c) 1 0,05 20 = (Decimal exato ). 2. Faça uma representação gráfica do intervalo: [-2, 4] ∩ (0, 5]. Solução: fazer a representação gráfica na reta de cada intervalo e achar a intersec- ção dos dois intervalos. [-2, 4] : (0, 5] : [-2, 4] ∩ (0, 5] = (0, 4] : 3. Transformar o decimal exato numa dízima periódica a) 2,02 b) 1,3. Solução a) Sendo 0,999 ... = 1, então 0,00999... = 0,01. O número que se deve somar ao se- gundo membro da equação para obter 2,02 é 2,01; logo, 2,01 + 0,00999... = 2,01 + 0,01 ou 2,01999 ... = 2,02. b) De maneira análoga, 0,0999 ... = 0,1. O número que adicionado ao segundo membro para obter 1,3 é 1,2, logo, 1,2 + 0,0999 ... = 1,2 + 0,1 ou 1,2999 ... = 1,3. Atividades de avaliação 1. Assinale falso ou verdadeiro e justifique sua resposta. a) ( ) 2,999... ∈ ℕ; b) ( ) 0,333 ... ∈ ℚ; c) ( ) 2 ∈ ℝ; d) ( ) -5 ∈ ℤ; e) ( ) ∈ ℝ―ℚ; e f) ( ) 0 ∉ ℕ. 2. Na figura abaixo, composta de doze quadradinhos, quantos deles deve- mos destacar de modo que representem 5/6 do total de quadradinhos? 3. Escreva V ou F, conforme a afirmação seja verdadeira ou falsa: a) ( ) 2,1999... é inteiro. b) ( ) 0,01001000100001... é irracional. c) ( ) 0,31333.... é racional. d) ( ) 2,333... + 1,666... é racional. 4. Se x for um número racional e y for um número irracional, use V ou F se a afirmação for verdadeira ou falsa: a) x + y + 3 é irracional; ( ) b) xy é racional; ( ) c) x/y é irracional; e ( ) a) x + y é racional. ( ) Matemática Elementar I 19 5. Na reta abaixo, os pontos P1 e P10 têm como coordenadas os números – 3,7 e 8, respectivamente. Qual a medida da unidade u escolhida e em que ponto da reta está localizado o número 5,4? 6. Transformar o decimal exato numa dízima periódica: a) 2,02; b) 1,3. 5.2 Axiomas, definições e propriedades dos números reais Axiomas No conjunto dos números reais ℝ, estão definidas as operações de adição (+) e de multiplicação (.), e ℝ é fechado em relação à adição e à multiplicação, isto é, dados a, b ∈ ℝ, então, a + b, e a.b ∈ ℝ. • A 1 - Comutatividade: dados a, b ∈ ℝ, então: a + b = b + a • A 2 - Associatividade: dados a, b, c ∈ ℝ, então: (a + b) + c = a + (b + c). • A 3 - Existência do elemento neutro aditivo: existe o número real 0, tal que para todo a ∈ ℝ, a + 0 = 0 + a. • A 4 - Existência do elemento oposto: para todo a ∈ ℝ, existe -a ∈ ℝ, tal que a + (-a) = 0 • M 1 - Comutatividade: dados a, b ∈ ℝ, então: a b = b . a. • M 2 - Associatividade: dados a, b, c ∈ ℝ, então: (a b) c = a (b c). • M 3 - Existência do elemento neutro multiplicativo: existe o número real 1, tal que para todo a ∈ ℝ, 1 . a = a. • M 4 - Existência do elemento inverso: para todo a ∈ ℝ∗, existe 1 a ∈ ℝ, tal que: 1 a . a = 1. • D - Distributividade: Dados a, b, c ∈ ℝ , então: a . (b + c) = a . b + a . c. JAYRO FONSECA DA SILVA 20 Definições • Definição 1: Se a e b são números reais quaisquer, então a dife- rença entre a e b , indicada por a – b, é definida por a – b = a + (-b). Observe que -b é o oposto aditivo de b. • Definição 2: Um número real qualquer a é positivo se ele estiver à direita do zero na reta numérica e é negativo se e somente se -a for positivo. • Definição 3: Dados a e b reais, diz-se que a é menor que b, em sím- bolo a < b, se b – a for positivo. • De maneira análoga, diz-se que a é maior que b, em símbolo a > b, se a – b for positivo. • Teorema 1: a > 0 se e somente se a é positivo. • Demonstração: a > 0, por definição3, a – 0 é positivo, mas a – 0 = a, logo, segue-se o resultado. • Teorema 2: a < 0 se, e somente se, a é negativo. • Demonstração: se a < 0, por definição3, 0 - a é positivo; mas 0 - a = - a, então -a é positivo. • Assim, pela definição2, -(-a) = a é negativo, e, reciprocamente. • Axioma: a adição e o produto de números positivos são positivos,ou seja, se a > 0 e b > 0, então a + b > 0 e ab > 0. • Definição 4: Dados a e b reais, os símbolos ≤ (menor ou igual a) e ≥ (maior ou igual a) são definidos como segue: • (1) a ≤ b se e somente se a < b ou a = b; e • (2) a ≥ b se e somente se a > b ou a = b. Propriedades Se a, b, c, d são números reais quaisquer, pode-se demonstrar que: P1 se a ≤ b, então a + c ≤ b + c; P 2 se a ≤ b e c > 0, então a.c ≤ b.c; P 3 se a ≤ b e c < 0, então a.c ≥ b.c; P 4 se a ≤ b e b ≤ c, então a ≤ c; P 5 se 0 < a < b e 0 < c < d, então a.c < b.d; Matemática Elementar I 21 P 6 se a for um número real qualquer, então, i) a > 0 ⇔ - a < 0; e ii) a < 0 ⇔ - a > 0. P 7 0 < a < b, então 1 b < 1 a ; P 8 a ≤ b e b ≤ a, então a = b; e P 9 a ≤ b e c ≤ d, então a + c ≤ b + d. Axioma de ordem: para quaisquer a e b reais, exatamente uma das três condições é válida: a < b ou a = b ou a > b; ou equivalentemente, b – a é positivo ou b – a é zero ou -(b – a) é positivo. Exemplo 1: Demonstrar que para todo x real: (1) x.0 = 0 (2) (-1).x = -x (3) - (-x) = x. Demonstração 1: Sendo ℝ fechado em relação ao produto, e se x ∈ ℝ, então x.x ∈ ℝ. Se 0 ∈ ℝ, então x.0 ∈ R. Com base nas propriedades dos números reais, pode-se afirmar que: x.x = x.(x + 0) (elemento neutro aditivo) x.x = x.x + x.0 (distributividade) -x.x + x.x = -x.x + (x.x + x.0) (propriedade de igualdade) -x.x + x.x = (-x.x + x.x) + x.0) (associatividade aditiva) 0 = 0 + x.0 (elemento simétrico) 0 = x.0 (elemento neutro aditivo) Demonstração 2: Mostrar que (-1).x = -x , ∀ x, é equivalente mostrar que (-1).x + x = 0, ∀ x. Assim: (-1).x + x = (-1).x + 1.x (elemento neutro multiplicativo) (-1).x + x = x.((-1) + 1) (distributiva) (-1).x + x = x.0 (elemento simétrico) (-1).x + x = 0 (demonstração ( 1)) Demonstração 3: De maneira análoga à demonstração (2), mostrar que -(-x) = x ⇔ -(-x) – x = 0, ∀ x. Daí vem: -(-x) –x = -(-x) + (-x) (definição de diferença) -(-x) –x = (-1)(-x) + 1.(-x) (exercício (2) e elemento neutro multiplicativo) -(-x) –x = (-x)((-1) + 1) (distributiva) JAYRO FONSECA DA SILVA 22 -(-x) –x = (-x).0 (elemento simétrico) -(-x) –x = 0 (demonstração ( 1)) Exemplo 2: Demonstrar que, para todo x real, x.x. ≥ 0. Demonstração: Como o produto de números positivos é positivo, ter-se-ão: ∀ x > 0 ⇒ x.x > x.0 ⇔ x.x > 0 (propriedade P2) ∀ x, x < 0 ⇔ -x > 0 (propriedade P6 ) Então, (-x).(-x) > 0 ⇔ (-1)x.(-1)x > 0 (demonstração (2)) (-1)(-1)(x.x) > 0 (associativa multiplicativa) 1(x.x) > 0 (combinando dem(2 e3), exerc. 1, fazendo x =1 em -(-x) = (-1)(-x) = x xx > 0 (elemento neutro multiplicativo) Sabe-se que x.0 = 0, ∀ x. fazendo x = 0 teremos: 0.0 = 0, logo, x.x ≥ 0, para todo x real. Atividades de avaliação 1. Prove que para todo x real, x > 0, então 1 x > 0. Prova: se x > 0, então existe 1 x ∈ ℝ e x 1 2` j > 0 ⇔ 2 1 x > 0. (exercício (2) ) Pela propriedade P 2 , se x > 0 , 2 1 x .x > 2 1 x . 0 ⇔ 1 x > 0 (exercício (1)- i) 2. Se 0 < x < y, mostre que 1 y < 1 x . Demonstração: Sabe-se que produto de números positivos é positivo e se 0 < x < y, então x.y > 0. Pelo exercício:1, 1 xy > 0, logo, por P 2 : 1 x xy ⋅ < 1 xy y⋅ ⇔ 1 y < 1 x . Matemática Elementar I 23 3. Se os inteiros positivos x, y, z e w são tais que x/y < z/w, mostre que x y x z y w z w < < + + . Solução: x y z w xw yz< ⇔ < (i) Adicionando xy a ambos os membros dessa desigualdade, fica: xy + xw < xy + yz ⇔ x(y+w) < y(x+z) ⇔ x x z y y w + < + ; (ii) agora ao se adicionar zw em ambos os membros da mesma desigual- dade, fica: xw + zw < yz + zw ⇔ w(x+z) < z(y+w) ⇔ x z z y w w + < + . De (i) e(ii), pode-se concluir que x x z z y y w w + < < + . Para refletir 1. Identifique a propriedade utilizada em cada uma das seguintes igualdades: I 1 2 x (3 + 5) = 2 x (5 +3) , …....................................... I 2 2 x (3 + 5) = (3 +5) x 2 e .......................................... I3 2 x (3 + 5) = 2 x 3 + 2 x5. .......................................... 2. Utilizando os axiomas, propriedades e definições anteriores, mostre que; a) se xy = 0, então x = 0 ou y = 0; e b) se x2 + y2 = 0, então x = 0 e y = 0. 3. Complete, aplicando a propriedade indicada: a) 5 + 0 = ...... Elemento neutro b) 17 + 1 = ...... Comutativa c) 4 x (16 x 2) = ...... Associativa d) 10 x (4 + 3) = ... . Distributiva 4. Que condições se terá de impor a x para que –x > 0? 5. Se a e b são números reais quaisquer com a ≤ b, mostre que i) a + c ≤ b + c, para todo c; e ii) a.c ≤ b.c, para c > 0. 5.3. Intervalos nos reais Suponha-se que a e b são números reais quaisquer, tais que a < b. Um inter- valo8 limitado na reta de extremos a e b é um subconjunto de R que possui uma das seguintes formas: 8 Usa-se também para intervalo aberto a notação ] a, b[ e para semiabertos ]a, b] ou [a, b[. JAYRO FONSECA DA SILVA 24 a) Intervalo aberto (a , b) = { x ∈ ; a < x < b } b) Intervalo fechado [a , b] = { x ∈ ; a ≤ x ≤ b} c) Intervalo semi aberto à direita (a , b] = { x ∈ ; a < x ≤ b } d) Intervalo semi aberto à esquerda [a , b) = { x ∈ ; a ≤ x < b} Observe-se que os colchetes “[“ e “]” estão indicando que um dos extre- mos pertence ao intervalo, e que os parênteses “(“ e “)” indicam que um dos extremos não pertence ao intervalo. Representação geométrica dos intervalos Para representar um intervalo na reta, utilizam-se dois tipos de bolinhas, a cheia, para indicar que o extremo pertence ao intervalo, e a vazia, para indi- car que o extremo não pertence ao intervalo. Exemplificando: [2, 5] (2, 5) [2, 5) Pode-se ainda definir outros intervalos utilizando os símbolos + ∞ (lê- -se: mais infinito) para indicar a ideia de números positivos extremamente grandes e - ∞ (lê-se: menos infinito) para indicar a ideia de números negativos extremamente pequenos, como segue: (a , + ∞ ) = { x ∈ ; x > a } (- ∞ , b) = { x ∈ ; x < b } [a , + ∞ ) = { x ∈ ; a ≤ x } (- ∞ , b] = { x ∈ ; x ≤ b} (- ∞ , + ∞ ) = Exemplo 1: Representar na reta os seguintes intervalos: (i) (2, 3); (ii) [2, 3]; (iii) [2, 3); (iv) (2, 3] (i): (ii): (iii): 2 3 (iv): Matemática Elementar I 25 Exemplo 2: Faça uma representação gráfica do intervalo [-2, 4] Ç (0, 5] Solução: Fazer a representação gráfica na reta de cada intervalo9 e achar a intersecção dos dois intervalos. [-2, 4] : (0, 5] : [-2, 4] Ç (0, 5] = (0, 4] Para refletir 1. Se o comprimento de um intervalo de extremos a e b, a < b, é dado pela diferença b - a , e se A = [-1, 2] e B = (1, 3], determine o comprimento de cada um dos intervalos: A, B, A ∩ B e A ∪ B. 2. Dado o intervalo [-3, 3), diga quantos números desse intervalo pertencem ao conjunto: a ) b) c) + d) 6. Leitura complementar 6.1. Conceitos fundamentais Proposição: Afirmação verdadeira ou falsa. Exemplo: o conjunto dos números naturais é fechado em relação à operação de divisão. (Proposição falsa). Exemplo: o conjunto dos números inteiros é fechado em relação à operação de subtração. (Proposição verdadeira). Axiomas ou postulados: Asserções aceitas como verdadeiras sem demons- tração na teoria. Exemplo: (5º postulado de Euclides) por um ponto fora de uma reta incide ape- nas uma reta paralela a essa reta (não se demonstra na Geometria plana). Teorema: É uma proposição aceita mediante demonstração. 9 A união de dois intervalos nem sempre é um intervalo. Exemplo1: [1,3] ∪ (2, 5) é um intervalo. Exemplo2: [1,3] ∪ [4, 5) não é um intervalo. JAYRO FONSECA DA SILVA 26 Exemplo: se x < y, então x < x y+ 2 < y (proposição que pode ser demons- trada: x < y ⇔ x + x < x + y ⇔ 2x < x + y ⇔ x < x y+ 2 ; do mesmo modo, x < y ⇔ x + y < y + y ⇔ x + y < 2y ⇔ x y+ 2 < y; logo, x < x y+ 2 < y ). Lema: Teorema preliminar que facilitará a demonstração de outro teorema subsequente. Corolário: Decorrência imediata de um teorema. Exemplo - Teorema: se um quadrilátero for retângulo, então suas diago- nais são congruentes; corolário: Um quadrado tem diagonais congruentes. (Aplicação imediata do teorema demonstrado). Observação: Hoje em dia, alguns teoremas são também chamados de pro- posições, quando essa proposição é seguida de uma demonstração. Exemplo: Proposição: se x é um número real maior que 1, então x2 > 1 Demonstrando: Temos: x > 1 (hipótese) x2 > 1 . (tese) x.x > x.1 (multiplicando ambos os membros por x o sinal da desigualdade não se altera, x é positivo) x 2 > x (propriedades dos reais) Se x 2 > x e x > 1, então x2 > 1 (propriedade transitiva dos reais) Algoritmo: Sequência ordenada de passos que deve ser seguida para a realização de determinada tarefa. Exemplo: O algoritmo de Euclides cuja tarefa é determinar o máximo di- visor comum de dois números inteiros diferente de zero. Suponha-se que se queira achar o máximo divisor comum dos números 144 e 84. Inicialmente, considerando o dividendo como sendo 144 e o divisor 84, • 1º passo - resto(144/84) = 60 ≠ 0 ( como o resto da divisão é diferente de zero, o processo continua com os números 84 e 60); • 2º passo - resto(84/60) = 24 ≠ 0 ( como o resto da divisão é diferente de zero, o processo continua com os números 60 e 24); • 3º passo - resto(60/24) = 12 ≠ 0 ( como o resto da divisão é diferente de zero, o processo continua com os números 24 e 12); • 4º passo - resto(24/12) = 0 (resto sendo zero o processo é encerrado e o último resto diferente de zero é o mdc dos números); Logo, o mdc(144,84 ) = 12. Matemática Elementar I 27 6.2. Métodos de demonstrações matemáticos Os quatro métodos mais utilizados na Matemática são: direto, indução, por equivalência ou contraposição e redução ao absurdo. Método direto: Por meio de axiomas, definições, proposições, propriedades e teoremas, já conhecidos, chega-se à conclusão desejada. Exemplo Proposição: se x e y são números ímpares, então, o produto xy é ímpar. Hipótese: x e y são números ímpares. Tese: xy é impar. Dado que x e y são números ímpares, por definição, x e y são da for- ma x = 2m + 1 e y = 2n + 1, onde m e n são inteiros. O produto xy = (2m+1) (2n+1) = 4mn + 2m + 2n + 1 = 2( 2mn + m + n) + 1 = 2k + 1, considerando k = 2mn + m + n. Segue-se que xy é ímpar. Método de indução: Seja P(n) uma propriedade descrita em termos de nú- meros naturais. 1. A propriedade P(n) é verdadeira para n = no; 2. para cada n = k ≥ no, se P(k) é verdadeiro, então P(k+1) é também verda- deiro; logo, a afirmação P(n) é verdadeira para todo n ≥ no. Exemplo Proposição: Se S é a soma dos n primeiros números naturais, en- tão S = n n +( )1 2 . Hipótese: Sn é a soma dos n primeiros números naturais. Tese: Sn = n n +( )1 2 . Muitas vezes, por elegância, evita-se o “se” e o “então” (ou fica suben- tendido), e é feita uma afirmação passível de demonstração. Afirmação: A soma S n dos n primeiros números naturais é S n = n n +( )1 2 . Demonstração: P(n): 1 + 2 + 3 + ... + n = n n +( )1 2 , onde n é natural. 1) Para n = n o = 1, S 1 = 1 = 1 1 1 2 +( ) ) = 2 2 = 1 é válida. 2) Se P(n) é válida para n = k, isto é, S k = 1 + 2 + 3 + ... + k = k(k 1) 2 + = é verdadeira, então S k+1 = 1 + 2 + 3 + ... + k + k + 1 = k(k 1) 2 + = + k + 1 = 2k k 2k 2 2 + + + = é verdadeira; logo, p(n) é verdadeira para todo n natural, n ≥ 1. JAYRO FONSECA DA SILVA 28 Método por equivalência ou contraposição: A partir da negação da tese, chega-se à negação da hipótese. Mostrar que se p então q é equivalente a mostrar que, não-q (~q), então não- p (~p). De outro modo, supõe-se que ~q é verdadeiro e mostra que ~p é verdadeiro. Exemplo Proposição: Se p2 for um número ímpar, então p é ímpar. Hipótese: p2 é um número ímpar. Tese: p é ímpar. Demonstração: Uma proposição equivalente e bem mais simples seria partir da negação da tese para chegar à negação da hipótese. Assim sendo, se p não for ímpar, p é par. Logo, por definição, p = 2k, k inteiro. Daí: p2 = 4k2 = 2(2k2) = 2n, n inteiro, é um número par,então p2 não é ímpar. Método de redução ao absurdo: Consiste em: 1. admitir que o que se quer provar não é verdadeiro; e 2. pelo raciocínio dedutivo, chega-se a uma conclusão absurda, por conse- guinte, o que se queria provar é verdadeiro. Exemplo Afirmação: log2 3 não é um número racional. Demonstração: Suponha-se que log 2 3 é um número racional positivo. Assim, log 2 3 = p q , onde p e q são inteiros positivos primos entre si. Por definição de logaritmo, 3 = 2p/q ⇔ 3q = 2p. Tem-se que: (1) toda potência positiva de 3 é ímpar, então 3q é ímpar; (2) toda potência positiva de 2 é par, então 2p é par. Com base nas afirmações (1) e (2), chega-se à conclusão de que um número ímpar é igual ao número par, o que é um absurdo. Portanto, log23 não é um número racional. 6.3. Mínimo múltiplo comum (MMC) e máximo divisor comum (MDC) Números primos Um número natural p, maior do que 1, é um número primo se, e somente se, p tiver exatamente dois divisores distintos 1 e p. Os quinze primeiros números primos: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43 e 47. Matemática Elementar I 29 Teorema fundamental da Aritmética Todo número inteiro positivo maior do que 1 pode ser expresso de maneira única como produto de números primos, a menos que haja permutação dos fatores. Assim, se n for natural maior do que 1, então n = p r1 .p r2 .p3 ... pm , onde os ri’s são inteiros positivos e os pi’s são primos distintos. Exemplo 1: n = 84 Exemplo 2: n = 24.750 84 2 24750 2 42 2 12375 3 21 3 84 = 22 . 31 . 71 4125 3 24.740 = 2.32.53.111 7 7 1375 5 1 275 5 55 5 11 11 1 Mínimo múltiplo comum (MMC) Para determinar o mmc de dois ou mais números, 1. Decompor os números em fatores primos; e 2. O mmc dos números é determinado pelo produto dos fatores co- muns e não comuns de maior expoente. Exemplo: determinar o mmc de 84 e 24750. MMC(84, 24750) = 22.32.53.71.111 = 346.500. Máximo divisor comum (MDC) Para determinar o mdc10 de dois ou mais números, 1. Decompor os números em fatores primos; e 2. O mdc dos números é determinado pelo produto dos fatores comuns de menor expoente. Exemplo: determinar o mdc de 84 e 24750. MDC(84, 24750) = 2.3 = 6. Números primos entre si Dois números inteiros a e b são ditos primos entre si quando o maior divi- sor comum de a e b for igual a 1. Isto é: a e b são primos entre si ⇔ mdc(a, b) = 1 10 Lembrar que o algoritmo de Euclides é outro recurso que pode ser utilizado para determinar o mdc de dois números inteiros positivos. Contudo, o procedimento anterior é mais geral. JAYRO FONSECA DA SILVA 30 6.4. As frações Denominações das frações As frações positivas recebem denominações de acordo com o numerador (n) e o denominador (d), onde n e d são inteiros positivos. i) Própria quando n < d. Exemplos: 1 2 4 , , 3 5 7 ii) Imprópria quando n > d. Exemplos: 5 7 11 , , 2 3 9 iii) Aparente quando n é múltiplo de d. Exemplos: 6 10 21 , , 3 5 7 iv) Forma unitária quando n = 1. Exemplos: 1 1 1 , , 2 5 12 v) Forma decimal quando d é uma potência de 10. Exemplos: 1 3 211 , , 10 100 10 Formas equivalentes são aquelas que representam a mesma parte do inteiro Exemplos: 2 4 8 , , 3 6 12 ,... e 2 6 18 , , 5 15 45 ,.... Formas irredutíveis quando n e d são primos entre si, não permite simplifi- cação: 2 5 1, , 3 7 2 . Forma mista (ou número misto) é uma fração imprópria11 escrita na forma de soma de sua parte inteira com sua parte fracionária, sendo esta uma fração própria. Em símbolo: c c ab c a a b b b + = + = , com c < b.. Exemplo 1: Transformar a fração mista 23 5 em fração imprópria: 2 2 3x5 2 17 3 3 5 5 5 5 + = + = = 11 Para transformar uma fração imprópria numa fração mista, basta dividir o numerador da fração pelo seu denominador. O quociente da divisão será a parte inteira da fração mista e a parte fracionária terá o resto da divisão como numerador, mantendo-se o mesmo denominador da fração imprópria. Matemática Elementar I 31 Exemplo 2: Transformar a fração imprópria 34 7 em fração mista: 34 7 7 7 7 6 4x7 6 4x7 6 6 6 4 4 7 7 7 7 7 7 7 + + + + + = = = + = + = Exemplo 3: 34 7 34 7 Logo: 34 7 6 4 . 7 = (6) 4 Exemplo 4: 105 30 105 30 Logo: 105 15 1 3 3 . 30 30 2 = = (15) 3 As frações têm duas formas de representação: a ordinária e a decimal • Forma ordinária: 1 2 13; ; 4 3 5 etc . • Forma decimal: 0,25 ; 0,666 ... ; 2,6 etc. Frações decimais finitas são frações ordinárias irredutíveis em que os deno- minadores não apresentam fatores primos além de 2 e 5. Exemplos: 3 3.2 6 0,6 5 5.2 10 = = = 2 3 3 3 3 11 11 11.5 11.25 275 0,275. 40 2 .5 2 .5 10 1000 = = = = = 2 2 2 2 7 7 7.5 75 75 0,75. 20 2 .5 2 .5 10 100 = = = = = As frações decimais infinitas periódicas são as frações ordinárias irredutíveis em que os denominadores são divisíveis por algum número primo distinto de 2 e 5. Exemplos: • 2 3 = 0, 666... (3 é primo e distinto de 2 e 5) • 11 123 =1,1181818... (11 é número primo e distinto de 2 e 5) • 3 7 = 0, 428571428571428571... (7 é primo e distinto de 2 e 5) JAYRO FONSECA DA SILVA 32 6.5. A ideia da dízima periódica A chamada dízima periódica é um recurso que se utiliza para tentar represen- tar qualquer fração ordinária sob a forma decimal. Dada a fração 1 3 , por exemplo, não existe nenhum número inteiro n, n ≠ 0, que torne o denominador da fração 1.n 3.n uma potência de 10. Assim, 1 3 é uma fração ordinária que tem representação decimal periódica. Para escrever a fração ordinária 1 3 na forma decimal, ilimitada, basta expressar o número 1 com 1,0 ou 1,00 ou 1,000 etc, e efetuar a divisão por 3: 1,000 │3 -9 0, 333 10 -9 10 . -9 1 Assim sendo, podemos escrever 1/3 = 0,33333 ..., onde as reticências significam que o número 0,33333 ... não é uma só fração decimal, mas uma sequência de frações decimais, as quais são valores aproximados de 1/3: 0,3 0,33 0,333 0,3333 0,333333 etc. Logo, 1/3 pode ser expressa como uma soma infinita: 1 3 3 3 3 3 3 ... 3 10 100 1000 10000 100000 1000000 = + + + + + + A geratriz de uma dízima periódica O problema inverso do estudo acima é achar a geratriz de uma dízima peri- ódica, ou seja, determinar a fração ordinária conhecendo sua dízima repre- sentativa. Achar a dízima periódica : 1 3 = 0, 33333... Processo inverso, achar a geratriz : 0, 3333... = 1 3 . Dízimas simples e dízimas compostas Quando o denominador da fração ordinária irredutível for primo com 10, a dízima gerada é simples (ex. 1 e 2) e, quando o denominar contiver os fatores 2 e 5, além de outro primo, a dízima gerada é composta (ex. 3). Matemática Elementar I 33 Exemplos: • 5 3 = 1, 666... (3 é primo e distinto de 2 e 5) • 5 5 21 3.7 = = 0, 238095238095238095... (3 e 7 são primos e distintos de 2 e 5) • 53 30 = 1, 7666... (30 = 2.5.3 contém os fatores 2 e 5 , além do fator 3) Numa dízima periódica, o número que se repete, após a vírgula, é cha- mado de período da dízima periódica; caso haja outro número, após a vírgula, que não esteja repetido, ele é chamado de parte não periódica. Uma dízima periódica é dita composta se ela tem a parte não periódica, caso contrário, ela é denominada dízima periódica simples. Dízimas periódicas simples Exemplo: Achar a geratriz (g) da dízima periódica simples 0,33333 ... Fazer g = 0,33333 ... (∗) Como o período é um número formado por um algarismo, multiplicam- -se ambos os membros da igualdade (∗) por 10: 10g = 3,33333 ..., em seguida, subtrai-se a primeira equação (g) da segunda (10g). 10g = 3,3333 ... - g = 0,3333 ... 9g = 3,0000 ... = 3 9g = 3 g = 3 1 9 3 = . Regra prática A geratriz (g) de uma dízima periódica simples é a parte inteira mais a fração cujo numerador é formado pela parte periódica e o denominador por tantos noves quantos forem os algarismos do período. Exemplos: • 0, 999... = 9 9 =1 • 3, 535353... = 3 + 0, 535353... = 3 + 53 350 99 99 = JAYRO FONSECA DA SILVA 34 • 0,142142142... = 142 999 Dízima periódica composta Exemplo: Achar a geratriz da dízima periódica composta 0,235555 ... Fazer g = 0,235555 ... (∗ ∗) Como a parte não periódica é um número formado de dois algarismos, multiplicam-se os membros da igualdade (∗ ∗) por 100: 100g = 23,5555 ... (∗ ∗ ∗) Como a parte periódica é um número formado por um algarismo, multi- plicam-se ambos os membros da igualdade (∗ ∗ ∗) por 10: 1000g = 235,5555 ... (∗ ∗ ∗ ∗) Subtrai-se membro a membro da igualdade (∗ ∗ ∗) da igualdade (∗ ∗ ∗ ∗), temos: 1000g = 235,555 ... - 100g = 23,555 ... 900g = 235 - 23 g = 235 23 212 900 900 − = Regra prática A geratriz de uma dízima periódica composta é a parte inteira mais a fração cujo numerador é igual à parte não periódica, seguida de um período e menos a parte não-periódica; e o denominador é o número formado por tantos noves quantos são os algarismos do período, seguido de tantos zeros quantos forem os algarismos da parte não periódica. 0, 2717171... = 271 2 269 990 990 − = Exemplo: 2, 5888... = 58 5 53 2332 2 90 90 90 − + = = Observação Alguns autores já utilizaram parênteses ou barra, no lugar de reticências, para indicar o período de uma dízima periódica. Exemplos: • 0, 3 = 3 1 9 3 = 0, 27 = 27 99 Matemática Elementar I 35 • 0,2(5) = 25 2 90 − 1,23(1) = 231 23 2081 900 900 − = . Observação Todo número inteiro pode ser expresso como uma dízima periódica sim- ples de período nove. Dado que 0,999... = 1, então, para todo número inteiro N, a dízima periódica simples N,999... Pode ser escrita como: N,999... = N + 0,999... = N + 1 que é inteiro. Exemplos: • 10,999... = 10 + 0,999... = 10 + 1 = 11 • -7,999... = -7 + 0,999... = -7 + 1 = - 6 Pergunta: É possível chegar a alguma conclusão a partir dos dois últimos exemplos apresentados? Desafio: Reescrever, como número decimal exato, a dízima 7,137999 ... Capítulo 2 Operações com números reais Matemática Elementar I 39 Objetivos • Conceituar o valor absoluto de um número real e discutir suas principais propriedades. • Operar com valor absoluto de um número real. • Ampliar as operações fundamentais, a partir da operação de potenciação e da radiciação de números reais. • Compreender o significado de radicais simples e duplos e aplicar as técni- cas operatórias na resolução de exercícios. Neste capítulo apresentam-se o conceito de valor absoluto, e o seu signifi- cado geométrico, bem como seus principais teoremas e propriedades con- substanciados em exercícios com resolução comentada. Em seguida, serão destacadas as operações de potenciação envolvendo expoentes inteiros e fracionários, dando ênfase ao conceito de notação científica tão presentes em textos científicos, e de radiciação que pelo processo operacional com radicais simples e duplos, se pode chegar à racionalização de termos de uma fração que seja irracional. 1. Valor absoluto 1.1. Distância entre dois números reais Definição 1: Dados dois números reais a e b tais que a ≤ b, então a distância entre a e b é o número real não negativo b – a. Exemplo: A distância entre os números, -2 e 7 pode ser obtida pela diferença: 7 - (-2) = 7 + 2 = 9. Para representar a distância de um número real qualquer x à origem do sistema de coordenadas, utiliza-se a notação | x |, chamada valor absoluto de x ou módulo de x. JAYRO FONSECA DA SILVA 40 Definição 2: Considerando a definição de distância entre dois números e a notação de distância entre 0, origem, e um número real qualquer x, indicada por | x |; tem-se: i) se x < 0, então a distância entre x e 0 é | x | = 0 – x = - x; ii) se x = 0, então a distância entre x e 0 é | x | = 0 – x = 0 = x; e iii) se x > 0, então a distância entre x e 0 é | x | = x – 0 = x. Assim, com base nessa interpretação geométrica, pode-se definir o va- lor absoluto de um número real x, como segue. O valor absoluto ou módulo de um número real x, denota-se por = Exemplos: | 2 | = 2 ; | -3 | = - ( -3 ) = 3 ; | - π | = π . Teorema 1: Se a e b são números reais quaisquer, então | a – b | representa a distância entre a e b. Dem.- Pela lei da tricotomia, se a e b são reais quais- quer, pode ocorrer uma das três situações: a < b ou a = b ou a > b 1ª) Se a < b ↔ a – b < 0, pela def2 , | a – b | = - (a – b) = -a + b = b – a. Mas, pela def1, b – a é a distância entre a e b. 2ª) Se a = b ↔ a – b = 0, pela def2 , | a – b | = a – b = 0. Mas, pela def1, 0 é a distância entre a e b. 3ª) Se a > b ↔ a – b > 0, pela def2 , | a – b | = a – b. Mas, pela def1, a - b é a distância entre a e b. Logo, dados quaisquer a e b reais, | a – b | representa a distância entre a e b. 1.2. Propriedades do valor absoluto Se x é um número real qualquer, pode-se demonstrar que: V1 : | x | ≥ 0 V2 : | x | ≥ x V3 : 2x = | x | V4 : | x | = | -x | V5 : | x | 2 = | x2 | = x2 V6 : - | x | ≤ x ≤ | x | Matemática Elementar I 41 V7 : | x | ≤ a se e somente se –a ≤ x ≤ a , com a > 0. V8 : | x | ≥ a se e somente se x ≥ a ou x ≤ -a , com a > 0 Demonstrações das propriedades. Seja x um número real qualquer. Então: (V1) x ≥ 0 ⇒ | x | = x, daí pode-se concluir que | x | ≥ 0 x < 0 ⇒ | x | = - x. Mas, x < 0 ⇔ - x > 0, então | x | = - x > 0. Conclusão: Para todo x, | x | ≥ 0. (V2) x ≥ 0 ⇒ | x | = x. A igualdade ocorre quando x ≥ 0. x < 0 ⇒ | x | = - x. Mas, x < 0 ⇔ - x > 0, observe que –x é positivo. Logo, como todo número positivo é maior que qualquer número ne- gativo, - x > x. Então, | x | = - x. > x. Assim, a desigualdade ocorre quando x < 0. Conclusão: para todo x, | x | ≥ x. (V3) x ≥ 0 ⇒ 2x = x = | x |, pois x ≥ 0. x < 0 ⇔ -x > 0. Mas, (-x)2 = (x)2 . Então 2x = 2( x)− = − x = | x |, pois x < 0. Conclusão: para todo x, 2x = | x |. (V4) Tem-se, por V3, que 2x = | x | , para todo x. Mas, sendo (x)2 = (-x)2 , 2x = 2( x)− = | -x | Conclusão: para todo x, | x | = | -x |. (V5) Para todo x, x 2 ≥ 0. Por definição, | x |2 = | x | | x |. Por V3, | x | | x | = 2x . 2x = = 2 2(x ) = | x2 |, mas, x2 ≥ 0. Então | x2 | = x2. Conclusão: para todo x, | x |2 = | x2 | = x2. (V6) Para todo x, em V2, x ≤ | x | ou -x ≤ | -x |. Mas, para todo x, | x | = | -x | ≥ - x ⇔ - | x | ≤ x. Logo, - | x | ≤ x ≤ | x |, para todo x. JAYRO FONSECA DA SILVA 42 (V7) | x | ≤ a ⇔ | x |2 ≤ a2 , por V5, x2 ≤ a2 ⇔ x2 - a2 ≤ z ⇔ (x-a)(x+a) ≤ 0 ⇔ x-a ≥ 0 e x+a ≤ 0 ou x-a ≤ 0 e x +a ≥ 0. A primeira condição é impossível ( x ≥ a e x ≤ -a, com a > 0 ). Então a segunda condição é válida, x ≤ a e x ≥ -a, ou seja, -a ≤ x ≤ a , com a > 0. (V8) Por def., | x | = x ou | x | = -x. Se | x | ≥ a, | x | = x ≥ a ou | x | = -x ≥ a. Daí, x ≥ a ou -x ≥ a, isto é, x ≥ a ou x ≤ -a. Teorema 2: Se x e y são números reais quaisquer, então: i) | xy | = | x || y | ii) x y = x y , onde y ≠ 0. iii) | x + y | ≤ | x | + | y | ( Desigualdade triangular) iv) | x – y | ≥ | x | - | y | v) | x – y | ≤ | x | + | y | vi) | | x | - | y | | ≤ | x – y | Demonstrações: i) ii) 2 2 2 2 2 xx x x x y y y yy = = = = iii) Por V6 , - | x | ≤ x ≤ | x | e - | y | ≤ y ≤ | y |, somando membro a membro, tem-se, - | x | + ( -| y | ) ≤ x + y ≤ | x | + | y | ⇔ - ( | x | + | y | ) ≤ x + y ≤ ( | x | + | y | ) ⇔ | x + y | ≤ | x | + | y |. iv) por (iii), | x | = | x – y + y | ≤ | x – y | + | y |. Logo, | x – y | ≥ | x | - | y | v) por (iii), | x – y | = | x + (-y) | ≤ | x | + | -y | = | x | + | y |. Então, | x – y | ≤ | x | + | y |. vi) ( x – y )2 = x2 + y2 – 2xy ≥ | x |2 + | y |2 – 2| xy | = | x |2 + | y |2 – 2| x | |y | = ( | x | - | y | )2. Extraindo a raiz quadrada de ambos os membros, fica; 2(x y− ≥ 2( x y )− . Pela propriedade V3, temos: | x - y | ≥ | | x | - | y | | ou | | x | - | y | | ≤ | x - y | Matemática Elementar I 43 Exercícios resolvidos 1. Resolva a equação: (a - 2)2 – 9 ≤ 0 Solução Se (a - 2)2 – 9 ≤0 ⇔ (a - 2)2 ≤ 9 (propriedade de desigualdade) ⇔ 2(a 2)− ≤ 9 (raiz quadrada de números positivos mantém a desigualdade) ⇔ |a – 2| ≤ 3 (propriedade V3 de valor absoluto) ⇔ -3 ≤ a – 2 ≤ 3 (propriedade V6 de valor absoluto) ⇔ -1 ≤ a ≤ 5 (propriedade de desigualdade: somar +2 nos três ambos nos membros na altera as desigualdades) Logo: Conjunto-solução S = [-1, 5] 2. Dados dois números distintos x e y, mostrar que a expressão M(x, y) dá o maior dos dois números x e y, onde M(x, y) = x yx y 2 2 −+ + Solução Se x for maior que y, x-y > 0. Pela definição de valor absoluto, ter-se-á: M(x, y) = x yx y x y x y x y x y 2x x 2 2 2 2 2 2 −+ + − + + − + = + = = = Se x for menor que y, x-y < 0. Pela definição de valor absoluto, ter-se-á: M(x, y) = x yx y x y x y x y x y 2y y 2 2 2 2 2 2 −+ + − + + − + + = + = = = Assim, pode-se escrever: x , se x > y M(x, y) ={ y , se y > x 3. Se |x| ≤ 2 e |y| ≤ 5, x < y, indique com V ou F, caso a afirmação seja verdadeira ou falsa. ( ) -2 ≤ x-y ≤ 5 ( ) 0 ≤ y - x ≤ 7 ( ) -7 ≤ y - x ≤ 0 ( ) 0 ≤ x - y ≤ 7 Solução |x| + |y| ≤ 7 (pela propriedade P9 dos números reais) ⇔ | x - y | ≤ |x| + |y| ≤ 7 (teorema (v) de valor absoluto) ⇔ 0 ≤ | x - y | ≤ 7 (pela propriedade P9 dos números reais) ⇔ 0 ≤ -(x – y) ≤ 7 (definição de valor absoluto) ⇔ 0 ≤ y - x ≤ 7 (pela propriedade distributiva dos reais) ⇔ -7 ≤ x-y ≤ 0 (pela propriedade P3 dos números reais) Para refletir 1. Encontrar os valores de x que satisfazem as igualdades ou desigualdades abaixo: a) | 2x + 1 | = | x | b) | x + 2 | ≤ 3 2. Determine o menor valor de M, de modo que a desigualdade | 4x3 + x2 + 2x | ≤ M, onde | x | ≤ 3. ( Sugestão: usar a desigualdade triangular) 3. Escreva o intervalo I = { x Î ; |x - 2| < 1 } na forma [a, b]. JAYRO FONSECA DA SILVA 44 4. Use V ou F, conforme a afirmação seja verdadeira ou falsa: ( ) |x| = - x ( ) |x| + |x| = |2x| ( ) | x3 | = x3 ( ) 2x = x. 2. Potenciação 2.1. Definição e propriedades A potenciação é a operação que permite abreviar números que podem ser expressos como produto de fatores iguais e simplificar cálculos envolvendo esses números, sejam eles grandes ou pequenos. Definição: Sejam a e n dois números naturais, a ≠ 0. A potência de base a e expoente n é o número denotado por an tal que: a, para todo n maior ou igual que 1 Com base nessa lei de recorrência, pode-se afirmar que: • a1 = a1– 1 . a = a0 . a = 1 . a = a • a2 = a2 – 1 . a = a1 . a = a . a • a3 = a3 – 1 . a = a2 . a = a . a . a • a4 = a4 – 1 . a = a3 . a = a . a . a . a Logo, para todo n natural, n > 1, pode-se expressar an como produto de n fatores iguais a a. Assim: an = a . a . a . a . a . ... . a n fatores Exemplos: i) 35 = 3 x 3 x 3 x 3 x 3 = 243 ii) 20 = 1 iii) 111 = 11 Propriedades: Sejam a e b números reais, m e n números naturais, então: P1 : a m . an = am + n P2 : a m : an = am – n , a ≠ 0 e m > n P3 : ( a . b ) m = am . am P4 : ( a : b ) m = am : bm Matemática Elementar I 45 P5 : ( a m )n = am.n P6 : = n nm (m)a a 2.2. Potência com expoente inteiro Seja a um número real qualquer diferente de zero e n um número inteiro qual- quer. Então: n n 1 a . a − = Com base nessa definição, todas as propriedades de potência sobre os naturais são válidas para os inteiros. Além disso, a propriedade P2 passa a ser válida para todo m e n inteiros: am : an = am – n , a ≠ 0. Exercícios resolvidos 1. Calcular o valor de cada uma das expressões: a) (-9)2 x (-3)3 x (27)2 b) 4n 1 14n 1 3n 1 11n 2 2 2 4 2 + + + + − + c) 5 3 10 10 x20 x50 2 Soluções: (a) (-9)2 x (-3)3 x (27)2 = (32 )2 x -(3)3 x (33)2 = 34 x -(3)3 x 36= - 34+3+6 = -313. (b) 4n 1 14n 1 4n 1 14n 1 4n 1 10n 10n (4n 1) (6n 2) 3n 1 11n 2 6n 2 11n 2 6n 2 5n 5n 2 2 2 2 2 (1 2 (1 2 2 4 2 2 2 2 (1 2 ) (1 2 ) + + + + + + − + + + + + + − − − − = = = = + + + + 10n 2n 1 5n (1 2 2 ... (1 2 ) − − −= = + Na próxima unidade, ter-se-á acesso a mais recurso para simplificar ainda mais essa expressão. (c) 5 3 5 4 3 2 5 5 12 3 2 6 3 6 18 6 10 x20 x50 (2x5) x(2 x5) x2x5 2 x5 x2 x5 x2x5 40 (2 x5) 2 x5 = = = 5 12 1 5 3 2 18 10 10 6 4 18 6 18 6 2 x5 2 x5 5 5 625 2 x5 2 x5 + + + + −= = = = 2. Calcule: a) 0 2 2 ( 2) 1 ( 5) 4 5 3 1− − − + + b) 1 1 23 2 2 3 − ÷ JAYRO FONSECA DA SILVA 46 Soluções: (a) 0 2 2 ( 2) 2 1 ( 5) 4 25 16 1 10 9x105 9 1 1 93 1 10 1 3 9 − − − + − + = = = = ++ + (b) 1 1 1 1/2 1/2 23 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 − ÷ = ÷ = = Para refletir 1. Identificar, na sequência de igualdades i 1 , i 2 , i3, i4 e i5, qual delas gerou o absurdo. 6 3 621 ( 1) ( 1) ( 1) 1 1− = − = − = − = = i1 i2 i3 i4 i5 2. Transformar a soma de potências em produto de potências: 23 2 3(2 ) 2+ . 3. Quantos algarismos tem o número 729 x 4134 x 5131? 4. Se x.y ≠ 0, simplificar a expressão (x-1 – y-1)(x-2 – y-2)-1. 3. Radiciação 3.1. Definição e nomenclatura Radiciação é a operação através da qual dados um número real a, a > 0, pode- -se encontrar um só número real b, tal que b elevado a um número natural n, n >1, seja igual a a, isto é, bn = a. Essa operação é a inversa da potenciação. Nomenclatura e representação A operação de radiciação é representada por uma expressão do tipo b = n a , de- nominada de raiz enésima (ou n-ésima) de um número real a, em que o núme- ro a é chamado de radicando, e o número natural n de índice. Seja a um número real e n um número natural par, diferente de zero, ou seja, n = 2.k, onde k é um número inteiro. i ) Se a > 0, então n a é igual ao número real b positivo ou nulo, tal que bn = a. ii) Se a < 0, então n a não existe no conjunto dos números reais . Matemática Elementar I 47 Exemplos 9 = 3, 4 16 = 2, 9− não existe. Raízes com índice ímpar Seja a um número real e n um número natural ímpar, n > 1, ou seja, n = 2.k - 1, onde k é um número inteiro, então n a é igual ao único número real b, tal que bn = a. Exemplos 3 8 = 2, 5 1− = − 1, 3 8− = − 2 . 3.2. Propriedades de radiciação Sejam a e b números reais positivos e m, n, p números naturais maiores que 1. Então: P1 : n 2a a= P2 : n.pn m m.pa a= P3 : m m.nn a a= P4 : n n na. b a.b= P5 : n n n a a b b = 3.3. Operações com radicais Adição e subtração: Para adicionar ou subtrair expressões envolvendo ra- dicais, é necessário que eles tenham o mesmo índice e o mesmo radicando. Exemplo: a c b c (a b) c+ = + e a c b c (a b) c− = − . Multiplicação e divisão: Para multiplicar ou dividir expressões envolvendo radicais, é necessário apenas que eles tenham os mesmos índices. Exemplo: a c.b d ab c.d= ou a c : b d a : b c : d= Exemplo: 3 6 6 6 66 62 3 4 3 4 3 4 7 6 6x. x x . x x .x x x x .x x x+= = = = = = JAYRO FONSECA DA SILVA 48 3.4. Potência com expoente racional Seja a um número real positivo qualquer e n um número da forma p q , onde p e q são números inteiros, q ≠ 0. Então: p qn pqa a a= = Exemplos: • 1 333 3= , • 3 322 2= , • 1 4 1 4 4 1 1 5 5 5 − = = 1 45 − = = . Propriedades Sejam a e b números reais positivos quaisquer, m e n números da forma p q m = e r s n = onde p, q, r, s são números inteiros, q, s ≠ 0. Então : P1 : p p rr q q ssa b a + ⋅ = p r q sa − = p r q sa + ⋅ = − = P2 : p p rr q q ssa : b a − = p r q sa − = p r q s − = − = P3 : p p p q q q(a b) a b⋅ = ⋅ P4 : p p q q p q a a b b = P5 : p p r r q q s sa a ⋅ = 3.5. Racionalização Racionalizar o denominador (ou o numerador) de uma fração significa trans- formar o número irracional que ali aparece no denominador (ou numerador) da fração em um número racional. Exemplo: Racionalizando o denominador da fração 3 2 , temos: 3 3 2 3 2 22 2 2 = = . Matemática Elementar I 49 Exemplo: Racionalizando o numerador da fração12, temos: 3.6. Radicais duplos Se a e b são números inteiros positivos, chama-se de radical duplo a todo radical da forma a b± , onde b não é um quadrado perfeito em . Os radicais duplos em geral aparecem na resolução de equações biquadra- das. Esses radicais, em alguns casos, podem ser expressos como soma de radicais simples, isto é: a b x y± = ± Para verificar a possibilidade de existência de x e y, elevam-se ambos os membros da equação ao quadrado: 2 2( a b ) ( x y ) a b x y 2 xy x y 4xy± = ± ⇒ ± = + ± = + ± Comparando a primeira expressão com a última, ter-se-á: x + y = a e 4xy = b ⇔ x + y = a e xy = b/4 É fácil observar que as duas equações anteriores dão origem à equa- ção do segundo grau de raízes x e y. Assim sendo, z2 – az + b/4 = 0, onde ∆ = a 2 − 4.1.b / 4 = a 2 − b . Se ∆ for não negativo, tem-se 2c a b= − e as raízes da equação podem ser expressas em termos de a e c: a c e a cy 2 − = . Daí: a c a c a b 2 2 + − ± = ± Exercícios resolvidos 1. Expressar o radical 2 3+ como soma de radicais simples: Solução: se a = 2 e b = 3, então 2 2c a b 2 3 1 1= − = − = = . Logo: 2 1 2 1 3 1 2 3 2 2 2 2 + − + = + = + 2. Transforme o radical 4 2 3+ em soma de radicais simples: Solução: inicialmente, escrever o radical dado na forma padrão: 4 2 3 4 4.3 4 12+ = + = + Assim: a = 4 e b = 12, então 2 2c a b 4 12 16 12 4 2= − = − = − = = . Logo: 4 2 4 2 6 2 4 2 3 3 1 2 2 2 2 + − + = + = = = + 12 Comentário de Ivan Niven, autor do livro "Números: racionais e irracionais", sobre fração: “ ... os termos número racional e fração ordinária são, às vezes, usados como sinônimos; a palavra fração, sozinha, é usada para designar qualquer expressão algébrica com um numerador e um denominador, como, por exemplo: 3 2 , 17 x ou 2 2 2 2 x y x y − − ” JAYRO FONSECA DA SILVA 50 4. Notação científica 4.1. O que é notação científica A notação científica é uma forma de representação de números, sejam eles grandes ou pequenos, muito útil na área das ciências exatas, tais como Astronomia, Química, Biologia, Física etc. Forma padrão: N . 10n , onde n é inteiro e 1 ≤ N ≤ 9. O número N é cha- mado de mantissa e n a ordem de grandeza. Exemplos: • 3,1 . 105 ( mantissa 3,1 e ordem de grandeza 5); • 1,2003 . 103 ( mantissa 1,2003 e ordem de grandeza 3); e • 2 . 10-7 ( mantissa 2 e ordem de grandeza -7 ). Para registrar um número grande, desloca-se a vírgula para a esquerda até posicioná-la antes do primeiro algarismo significativo e o expoente de 10 é determinado pelo número de algarismos compreendidos entre as duas posi- ções da vírgula, anterior e atual. Exemplo 1: Transcrever o número 5386002,31 para notação científíca. 1º passo: Mover a vírgula para a esquerda e posicioná-la antes do último algarismo: 5,38600231 2º passo: Para determinar a potência de 10, basta contar o número de al- garismos compreendidos entre as duas posições da vírgula, inicial e final, e concluir que a grandeza é 6. Conclusão: A notação científica do número 5386002,31 é 5,38600231 . 106 . Exemplo 2: A massa da Lua em quilograma é aprox. 73.600.000.000. 000.000.000.000, ou seja, Para registrar um número decimal pequeno, desloca-se a vírgula para a direita até que ultrapasse o primeiro algarismo significativo e o expoente de 10 é o número inteiro negativo determinado pela quantidade de algarismos compreendidos entre as duas posições da vírgula, atual e anterior. Exemplo 3: Massa do átomo de hidrogênio, em grama: Matemática Elementar I 51 Para refletir 1. Transcreva os números para notação científica. a) 0,0000000003231 b) 4853,21 4.2. Operações na notação científica a) Adição e subtração: para somar ou subtrair dois números em notação científica, é necessário que os números tenham a mesma ordem de gran- deza, isto é, mesmos expoentes. Exemplo 1: 2 . 103 + 4 . 103 = (2 + 4) . 103 = 6 . 103 Exemplo 2: 7 . 103 + 4 . 102 = 70 . 102 + 4 . 102 = (70+4) . 102 = 74 . 102 = 7,4 . 103 b) Multiplicação: Para multiplicar dois números em notação científica, multi- plicam-se as mantissas e somam-se os expoentes. Exemplo: ( 1,5 . 103 ) ( 2 . 104 ) = (1,5 . 2) . 103+4 = 3 . 107 c) Divisão: Para dividir dois números em notação científica, dividem-se as mantissa e subtraem- se os expoentes. Exemplo: ( 6 . 103 ) : ( 2 . 105 ) = (6 : 2) . 10-2 Exercícios resolvidos 1. Escrever os números na forma científica: a) 2326,0031; b) 0,000127. Solução: a) Movendo a vírgula três posições para esquerda, fica: 2326,0031 = 2,3260031 x 103 b) Deslocando-se a vírgula quatro posições para direita, fica: 0,000127 = 1,27 x 10-4 2. Dados os números a = 1,2 x 102 e b= 2,3 x 10-2, calcule: (i) a + b; (ii) a.b. Solução: (i) Inicialmente reduzir os números a uma mesma ordem, b, por exemplo: b = 2,3 x 10-2 = 0,00023 x 102. Daí,vem: a+b = 1,2 x 102 + 0,00023 x 102 = 1,20023 x 102 (ii) a.b = (1,2 x 102 )(2,3 x 10-2) = (1,2 x 2,3)(102 x 10-2) = 2,76 x 100 = 2,76 JAYRO FONSECA DA SILVA 52 Atividades de avaliação 1. Dados os números x = 147 e y = 0,0021: a) escreva x e y em notação científica; b) considerando as formas de x e y do item (a), calcule: x.y e x y 2. Transcreva os números para notação científica. a) 0,0000000003231 b) 4853,21 Exercícios resolvidos 1. Demonstrar que, para todo x real, x2 ≥ 0 Dem.: Se produto de números positivos é positivo, teremos: ∀ x > 0 ⇒ x.x > x.0 ⇔ x2 >0 (propriedade P 2 ) ∀ x, x < 0 ⇔ -x > 0 (propriedade P6 – iv) Então, (-x).(-x) > 0 ⇔ (-1)x.(-1)x > 0 (demonstração (2)) (-1)(-1)(x.x) > 0 (associativa multiplicativa) 1(x.x) > 0 (combinando dem(2) e dem(3) fazendo x =1 em -(-x) = (-1)(-x) = x) x2 > 0 (elemento neutro multiplicativo) Sabemos que x.0 = 0, ∀ x. fazendo x = 0 teremos: 0.0 = 0. Logo, x2 ≥ 0, para todo x real. 2. Se x ≥ 0 e y ≥ 0, mostrar que x ≤ y se, e somente se x2 ≤ y2. Dem.: ⇒ Se x ≤ y , então x.x ≤ x.y e y.x ≤ y.y ( x.y = yx, comutatividade) Por transitividade: x.x ≤ y.y ⇔ x2 ≤ y2 ⇐ Se x2 ≤ y2, então 2 2x y≤ ( x2 e y2 são não-negativos) ⇔ | x | ≤ | y | ⇔ x ≤ y (temos que x ≥ 0 e y ≥ 0). 3. Mostre que o número 1 2 (x + y), chamado média aritmética de x e y, é o ponto mé- dio do segmento [x, y] e ache os pontos correspondentes a um quarto e de um terço do intervalo. Dem.: O comprimento de um intervalo qualquer [x, y] é dado pelo número não negativo y – x. a) Seja xm o ponto médio de [x, y]. Então: xm = x + 1 2 ( y − x) (ponto médio do intervalo é x mais a metade do intervalo) ou xm = x + 1 2 y – 1 2 x = 1 2 x + 1 2 y = x y 2 + b) O comprimento de um quarto do intervalo [x, y] é 1 4 (y-x). Logo, o ponto do inter- Matemática Elementar I 53 valo procurado é xq = x + 1 4 (y-x) = 3 4 x + 1 4 y = 3x y 4 + . c) De maneira análoga, o comprimento de um terço do intervalo [x, y] é (y-x). Então: x = x + 1 3 (y-x) = 2 3 x + 1 3 y = 2x y 3 + . 4. Seja 0 < x < y. O número xy , chamado de média geométrica de x e y, mostre que: a) x < xy < y b) xy < x y 2 + Dem.: (a) Se x < y ⇒ x.x < x.y ⇒ 2x < xy ⇔ | x | < xy ⇔ x < xy Se x < y ⇒ y.x < y.y ⇔ xy < y.y ⇒ xy < 2y ⇔ xy < | y | ⇔ xy < y Por transitividade: x < xy < y. Dem. : (b) Considerando que qualquer número real ao quadrado é sempre maior ou igual que zero (exercício (1) – iv), então ( x − y ) 2 ≥ 0 . Desenvolvendo o quadrado, fica: ( x )2 − 2 x y + ( y )2 ≥ 0 ⇔ x – 2 xy + y ≥ 0 ⇔ x +y ≥ 2 xy ⇔ ⇔ 2 xy ≤ x + y ⇔ xy < x y 2 + . 5. Dado um número k > 0, determine o número N > 0 tal que | 1 1 n 1 − + |<k sempre que n > N. Solução: Tem-se que: | n 1 n 1 − − | < k ⇔ | 1 n 1− | < k ⇔ 1 n 1− < k ⇔ 1 k < | n − 1 | ⇔ n − 1 > 1 k ou n − 1 < − 1 k , ou seja, n > 1+ 1 k ou n < 1− 1 k . Se a condição exigida: n > N, então basta tomar N = 1 + 1 k . 6. Resolver as equações: a) | x | = | 2x + 4| b) | x + a | ≤ 1 Solução: o resultado do exercício 02 pode ser aplicado nos dois itens (a) e (b). a) | x | = | 2x + 4 | ⇔ | x |2 = | 2x + 4 |2 ⇔ x2 = (2x + 4)2 ⇔ x2 = 4x2+ 16x + 16 ⇔ 3x2 + 16x + 16 = 0. Sendo ∆ = 64, fica: x = -4 ou x –4/3. b) | x + a | ≤ 1 ⇔ -1 ≤ x + a ≤ 1 ⇔ -1 –a ≤ x ≤ 1 + a. 7. Racionalizar o numerador de cada uma das expressões: a) 1 1+ − −t t t b) x x − − 1 1 3 Solução: (a) Multiplicando o numerador e denominador da expressão pelo fator de racionaliza- ção do numerados que é 1 t 1 t+ + − , tem-se: 2 21 t 1 t 1 t 1 t 1 t 1 t (1 t) (1 t) 1 t 1 t(1 t) ( 1 t ) . t t t1 t 1 t + − − + − − + + − + − + − − − + − − = = + + − 2 2 2(1 t) ( 1 t ) t 3t t(t 3) t 3 t(1 t 1 t) t(1 t 1 t) t(1 t 1 t) 1 t 1 t + − − + + + = = = = + + − + + − + + − + + − b) De maneira análoga, multiplicando o numerador e o denominador da expressão pelo fator de racionalização do numerador, que é 3 2 3x x 1+ + , tema que será abor- JAYRO FONSECA DA SILVA 54 dado na aula 03, ter-se-á: 3 3 3 32 3 2 23 3 3 3 3 33 22 33 x 1 x 1 x x 1 x x x x x 1 x 1 x 1 x x 1 (x 1)( x x 1) − − + + + + − − − − = = = − − + + − + + − + + 3 3 3 32 2 23 3 3 1 x 1 (x 1)( x x 1) − − + + + + − − − − = = = − − + + − + + − + + 3 2 3 1 x x 1 = + + 8. Qual das cinco afirmações seguintes é incorreta? Justificar. Afirmação 1: 1 – 3 = 4 - 6 (diferenças iguais) Afirmação 2: 1 – 3 + 2 3 2 = 4 - 6 + 2 3 2 ( somando 2 3 2 a ambos os membros da igualdade) Afirmação 3: 2 2 3 3 1 2 2 2 − = − 22 23 3 3(1 3 1 2.1. e 2 2 2 − + = − + − + = − + 2 2 2 2 23 3 3e 4 6 2 2.2 ) 2 2 2 − + = − + − + = − + Afirmação 4: 3 31 2 2 2 − = − ( extraindo a raiz quadrada de ambos os membros da igualdade) Afirmação 5: 1 = 2 ( eliminando 2 3 - de ambos os membros da igualdade) Capítulo 3 Álgebra elementar Objetivos • Reconhecer e classificar expressões algébricas e seus termos. • Identificar entre as expressões algébricas aquelas que são polinomiais e efe- tuar corretamente as operações usuais. • Compreender o processo geométrico para interpretar os principais casos de produtos notáveis. • Simplificar expressões algébricas e expressões envolvendo radiciação. • Reconhecer e resolver sistema de equações e inequações do 1º grau. • Reconhecer e resolver equações do 1º, 2º e 4º graus. Neste capítulo, far-se-á uma breve leitura dos principais conceitos de Álgebra Elementar, terminologias, convenções e operações fundamentais. Serão apresentadas as formas de uso mais frequente de fatoração de expressões polinomiais e numéricas e um estudo sobre equações de 1º, 2º e 4º graus. Destacaremos ainda os principais métodos de resoluções de sistemas de equações e inequações lineares com uma e duas incógnitas. 1. Expressões algébricas 1.1. Nomenclatura Constante: É uma letra ou símbolo utilizado para representar um valor espe- cificado. Exemplos: 2 , π , e , ½ etc. Variável: Em Matemática, variáveis são letras ou símbolos utilizados para re- presentar números reais ou elementos de um conjunto qualquer, ainda não especificados. Exemplos: x, y, z, a, b ,W etc Expressões algébricas: Todas as expressões matemáticas que apresentam uma combinação de variáveis e constantes envolvendo as seis operações elementares - adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radi- ciação. As constantes são chamadas de coeficientes numéricos e as variá- veis de parte literal. Exemplos: -3xy + x3 , x3 - ½ x2 + 3 , x x y2 2+ x2 + y2 etc. JAYRO FONSECA DA SILVA 58 Termo: É qualquer constante ou variável, ou mesmo uma constante multipli- cada por potências das variáveis com expoentes não negativos. Exemplos: 2, x, x3 , 2xy2 etc. Termos semelhantes: Diz-se que dois ou mais termos são semelhantes quando eles diferem apenas pelos seus coeficientes numéricos. Exemplos: Os termos -3x2y , x2y e 7x2y são semelhantes. 1.2. Classificação das expressões algébricas As expressões algébricas são classificadas de acordo com o número de ter- mos. Monômio: quando a expressão algébrica é formada por apenas um termo. Exemplos: 10x2y, x3, 2x, etc; Binômio: quando a expressão algébrica é formada pela soma ou subtração de dois termos. Exemplo: 10x2y + y, x3 + 2x, x – a, etc; Trinômio: quando a expressão algébrica é formada por três termos; Exemplos: x2 + 2x – 3, x3 + y3 + xy, etc. Polinômio: Qualquer expressão algébrica que envolva apenas potências de uma ou mais variáveis com expoentes não negativos e que não constem frações com variáveis no denominador. Exemplo 1: 10x2y - 5x3y + 2 é um polinômio. Exemplo 2: x x 1 x 12+ + + não é um polinômio; e Grau de um polinômio: o grau de um polinômio de uma variável é determi- nado pelo maior expoente da variável. No caso do polinômio ter duas ou mais variáveis, o grau de cada termo é determinado pela soma dos expoentes das variáveis e, nesse caso, o grau do polinômio é o maior dentre os graus dos termos que o compõem. Exemplo: o grau do polinômio 10x2y - 5x3y + 2 é igual a 4. 1.3. Convenções adotadas nas operações com expressões algébricas Por ordem de prioridade (1) Nas operações com expressões algébricas: 1ª - potenciação e radiciação; 2ª - multiplicação e divisão; e 3ª - soma e subtração. Exemplo: x + x(x+1)2 = x + x(x + 1)(x + 1) = x + x(x2 + 2x + 1) = x + x3 + 2x2 + x = x3 + 2x2 + 2x Matemática Elementar I 59 (2) Símbolos de agrupamento de operações: 1ª - parênteses ( ) 2ª - colchetes [ ] 3ª - chaves { } Exemplo: x + [x2 + ( 3x2 – x2 + 2x )] = x + [x2 + 2x2 + 2x] = x + 3x2 + 2x = 3x2 + 3x. (3) Remoção de parênteses ou outros símbolos i) Para remover parêntese que está precedido de um sinal de mais (+), não trocar os sinais dos termos que estão agrupados entre os parênteses. Exemplo: x2 + (x2 – 2x + 4) = x2 + x2 – 2x + 4 ii) Para remover parêntese que está precedido de um sinal de menos (-), tro- car os sinais de todos os termos que estão agrupados entre os parênteses. Exemplo: x2 − (x3 – 2x2 + x) = x2 – x3 + 2x2 − x = – x3 + 3x2 − x 1.4. Adição e subtração de polinômios Para efetuar a soma ou a subtração de polinômios, basta somar ou subtrair os termos semelhantes. Exemplo: P = -5x2y + 2xy2 + xy e Q = 7xy2 + 3x2y P+Q = (-5x2y + 2xy2 + xy) + (7xy2 + 3x2y) = (-5+3)x2y + (2+7)xy2 + xy = -2x2y + 9xy2 + xy. 1.5. Multiplicação e divisão de polinômios de uma variável Para efetuar a multiplicação, basta utilizar a propriedade distributiva do produ- to com relação à soma e, para a divisão, usar o algoritmo da divisão. Exemplo: Se P = 2x3 + 6x2 + x - 6 e Q = x + 2. P ⋅ Q = (2x3 + 6x2 + x - 6) ⋅ (x + 2) = (x + 2) ⋅ (2x3 + 6x2 + x - 6) = x(2x3+ 6x2 + x - 6) + 2(2x3+ 6x2 + x - 6) = 2x4 + 6x3 + x2 - 6x + 4x3 + 12x2 + 2x - 12 = 2x4 + 10x3 + 14x2 - 4x -12. P ÷ Q = (2x3 + 6x2 + x - 6) ÷ (x + 2) = 2x2 + 2x – 3. 2x3 + 6x2 + x - 6 | x + 2 -2x3 - 4x2 2x2 + 2x - 3 0 + 2x2 + x - 2x2 – 4x 0 − 3x - 6 +3x + 6 0 Obs: A divisão P ÷ Q só é possível quando o grau de P é maior ou igual ao grau de Q. JAYRO FONSECA DA SILVA 60 Exercícios resolvidos 1. Sejam os polinômios P = 2xy2 e Q = 3x2y3 + 2xy2 + x3y. Calcular P · Q. Solução: P · Q = 2xy2(3x2y3 + 2xy2 + x3y) = = 2xy2(3x2y3) + 2xy2(2xy2) + 2xy2(x3y) = = 6x3y5 + 4x2y4 + 2x4 y3. 2. Sejam os polinômios P = x3 + x2 + x e Q = x + 1. Calcular P | Q Solução: x3 + 2x2 + x |x + 1 -x3 - x2 x2 + x + x2 + x -x2 - x 0 resto Logo, x3 + 2x2 + x = (x +1)(x2 + x) + 0 3. Usando o algoritmo da divisão. Calcular (x4 + 1) | (x + 1) Solução: Tem-se que x4 + 1 = x4 + 0x3 + 0x2 + 0x + 1. Logo: x4 + 0x3 + 0x2 + 0x + 1 |x + 1 -x4 - x3 x3 – x2 + x -1 0 - x3 + 0x2 + x3 + x2 0 + x2 + 0x -x2 - x 0 - x + 1 + x + 1 0 + 2 resto Logo, x4 + 1 = (x +1)(x3 – x2 + x - 1) + 2 Para refletir 1. Determine o resto de cada uma das divisões a) (x4 + 3x2 – 8x – 13) | (x – 2);
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