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Caros alunos, que bom nos encontrarmos! 
 
 
A partir de agora vamos nos dedicar ao entendimento conceitual das 
Doutrinas Éticas bem como o seu contexto histórico. 
Para ampliar seu conhecimento, serão apresentadas informações que 
explicarão as referidas Doutrinas. Ao longo deste material você encontrará 
diversos hiperlinks para aprofundar sempre seu conhecimento e entender 
porque o estudo deve ser constante em sua vida. 
Vamos nos empenhar ao máximo para aproveitar o conteúdo desta disciplina 
que provavelmente possibilitará uma ampliação de sua visão profissional e 
também sua visão pessoal. Quem não gosta de ter um conhecimento 
diferenciado? 
 
 Ótimo trabalho! 
 
 
Profª Dra. Maria Dayse Pereira
maria.pereira@unichristus.edu.br
DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Inicialmente, para sua melhor compreensão, conceituaremos o termo 
“DOUTRINA”. 
 
 Vamos consultar o dicionário? Esta é uma boa maneira de entender o 
significado profundo de qualquer palavra e ampliar os nossos 
conhecimentos. 
 
 
 
 Figura 1. 
 
 
 
 DOUTRINA= Conjunto de ideias básicas contidas no sistema (filosófico, 
político, religioso, econômico, etc) a serem transmitidas, ensinadas. 
 
 Você sabia que.... 
 
 As DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS, conforme Vázquez (2007, p. 
85) “nascem e se desenvolvem em diferentes épocas e sociedades como 
respostas aos problemas básicos apresentados pelas relações entre os 
homens, e, em particular, pelo seu comportamento moral efetivo”. 
 
OBJETIVOS: 
1.Conceituar Doutrinas Éticas. 
2.Compreender as doutrinas éticas no contexto histórico. 
 
UNIDADE 1 – CONCEITO DE DOUTRINAS 
ÉTICAS 
Ou seja, nas situações efetivas e reais que ocorrem no dia-a-dia de todos 
os indivíduos, surgem problemas quando as decisões e ações deles são objeto 
de julgamento pelos demais membros do grupo social. 
Tais problemas não afetam apenas um indivíduo, mas também outras 
pessoas, e pode até mesmo afetar a comunidade como um todo. Em tais 
situações, as pessoas pautam seu comportamento por normas que julgam mais 
adequadas cumprir, e é quando se pode dizer que o homem age moralmente, 
ou seja, é o resultado de uma decisão refletida e não espontânea. 
 
 
SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a importância das teorias éticas na prática da 
bioética, clique neste hiperlink : https://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v10s2/22.pdf 
 
 
 
 
 Então, conforme o conceito e hiperlink acima, vamos classificá-las. 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO DAS DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS 
 
 
 
 
 Agora, vamos conhecer cada uma delas. 
 
1. MORAL TRIBAL OU PRIMITIVA 
 
Uma moral primitiva surgiu com o próprio homem, onde a sobrevivência 
básica se constituía na norma ética fundamental. A “Moral Tribal” se resumia em 
MORAL TRIBAL OU PRIMITIVA.
ÉTICA GREGA : SOFISTAS, SÓCRATES, PLATÃO, ARISTÓTELES.
ESTÓICOS.
EPICURISTAS.
ÉTICA CRISTÃ.
IDADE MÉDIA e MORAL BURGUESA.
ÉTICA MODERNA RACIONALISTA. 
ÉTICA CONTEMPORÂNEA.
ÉTICA DA GLOBALIZAÇÃO.
ÉTICA DA MANIPULAÇÃO.
https://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v10s2/22.pdf
trabalhar para comer, matar para não morrer. O homem da caverna lutava para 
se alimentar e para preservar o seu abrigo natural. 
 
 
 
 
2. ÉTICA GREGA 
 
Nesta nova evolução histórica, chegamos à civilização grega que influiu de 
modo avassalador em nosso mundo ocidental. 
Ao naturalismo dos filósofos pré-socráticos sucedeu uma preocupação com os 
problemas do homem, seus problemas políticos e morais, em decorrência da 
democratização da vida política da Antiga Grécia. 
Aparecem então os filósofos e grupos que introduzem novas formas de 
posicionamento que marcaram a história. 
Você sabia que a ética grega compreende... sofistas, sócrates, platão e 
aristóteles. 
 
2.1 SOFISTAS ( séc. V a.c.) 
 
 O nascimento da filosofia é representado pelos “primeiros filósofos”. Na 
historiografia filosófica, esses homens dos séculos VI e V a.c. são 
comumente chamados de pré-socráticos, ou seja, aqueles que viveram 
antes de Sócrates. 
 Nesse primeiro período, já havia preocupação com os problemas do 
homem, em especial os políticos e morais, e houve o surgimento do 
“sofismo”, movimento intelectual na Grécia no século V a.c. 
 Os sofistas se transformaram em mestres que ensinavam principalmente 
a arte de convencer através da persuasão. 
 
 
SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a História da ética, clique neste hiperlink: 
http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/11675.pdf 
 
 
2.2 ÉTICA SOCRÁTICA 
 
 A ética socrática é racionalista, pois foi o “primeiro a convidar a filosofia a 
descer do céu e instalou-a nas cidades, nos lares, impondo-lhes o estudo 
da vida, dos costumes, das coisas boas e 
más”(CÍCERO,TUSCULANAS,v.4,10). 
 Sócrates, que nasceu em Atenas, no ano de 470 a.C. 
 Sócrates- Fundou a Ciência Moral.“Só sei que nada sei”. Eis uma das 
frases mais conhecidas e talvez a mais pronunciada do filósofo grego 
http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/11675.pdf
que guarda nas suas entrelinhas uma disposição moral digna de 
reflexão. 
 A pior das ignorâncias é aquela que acredita saber o que na realidade 
nada sabe. 
 Concretamente, é fato que se torna muito difícil estabelecer qualquer tipo 
de diálogo com pessoas que acreditam saber de tudo. Sua opinião é 
sempre a correta e, antes mesmo que você termine de falar, ela já 
intervém para expor novamente sua opinião que, ela acredita, é a 
única verdadeira. 
 O resumo de sua teoria consiste que, na consciência da ignorância, deve-
se experimentar novos conceitos, a abertura para o novo. 
 Saber a respeito do homem- “Só sei que nada sei”. (Deve-se melhorar o 
conhecimento e aperfeiçoar a conduta). 
 Racionalista – “o homem age retamente quando conhece o bem, e ao 
praticá-lo é feliz”. 
 Para Sócrates a obediência à lei era o divisor entre a civilização e a 
barbárie. 
 Segundo ele, as ideias de ordem e coesão garantem a promoção da 
ordem política. A ética deve respeitar às leis, portanto, à coletividade. 
 Sua abnegação pela causa da educação do homem e do bem coletivo 
levou-o a se curvar ante o desvario decisório dos homens de sua época. 
 Acusado de corromper a juventude e de cultuar outros Deuses, foi 
condenado a beber cicuta pelo tribunal ateniense. 
 Resignou-se à injustiça daqueles que o acusavam, em respeito à lei a que 
regia a sociedade ateniense. 
 Adversário da democracia ateniense, Aos 46 anos, Sócrates esteve 
pronto a “pagar com a própria vida sua recusa incondicional para cometer 
uma injustiça, sendo acusado de não crer nos deuses da cidade, de 
introduzir novas divindades e de corromper a juventude. Morreu 
envenenado no ano de 399 a.C”. (PLATÃO,APOLOGIA,24-bc). 
 Resignou-se à injustiça daqueles que o acusavam, em respeito à lei a que 
regia a sociedade ateniense. 
 
2.3 PLATÃO 
 
 O Platonismo designa uma corrente filosófica baseada nas ideias do 
filósofo e matemático grego Platão (428 a.C.-347 a.C.), discípulo de 
Sócrates (470 a.C-399 a.C). 
 Platão-(427-347 a.C.) em Ética das Virtudes, sua premissa “ sábio é 
quem tem grandeza em suas virtudes e não na grandeza do 
conhecimento”. 
 Platão, (427-347 a.C.), foi um dos discípulos de Sócrates que esteve 
presente até sua morte e articulava em suas inspirações teóricas a ideia 
de se encontrar a felicidade no centro das questões éticas. 
 Pensamento platônico é sua teoria das ideias, através da qual Platão 
procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. 
 Segundo ele, o processo do conhecimento se desenvolve por meio da 
passagem progressiva do mundo das ilusões e das aparências para o 
mundo das ideias e das essências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4 ARISTÓTELES E A ÉTICA DO EQUILÍBRIO 
 
 Em sua obra, Aristóteles investigou as formas de governo que permitiriam 
que os homens tivessem uma vida melhor em sociedade. 
 Para ele, “o homem é um animalpolítico”, ou seja, o homem só realiza 
sua natureza quando envolvido na vida da pólis. 
Segundo esse filósofo, ética e política não poderiam ser pensadas 
separadamente, pois enquanto a ética busca o bem-estar individual, a 
política busca o bem comum. 
 
 
 
 
 
 
3. ESTOICISMO 
 
 Estoicismo – palavra grega “stoá”, pórtico, locais de ensinamentos 
filosóficos. 
 Estoicismo ou Escola Estóica é uma doutrina filosófica fundamentada nas 
leis da natureza (séc. IV a.C.) 
 Fundado pelo filósofo grego Zênon de Cítion. 
SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a alegoria da caverna, clique neste 
hiperlink: https://www.youtube.com/watch?v=tswloAV-BH0 
 
 
SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a Felicidade em Aristóteles, clique 
neste hiperlink: https://www.youtube.com/watch?v=cTAh-Jvegp0&t=4s 
 
https://www.youtube.com/watch?v=tswloAV-BH0
https://www.youtube.com/watch?v=cTAh-Jvegp0&t=4s
 Ética rigorosa de acordo com as leis da natureza; assegurava que o 
universo era governado por uma razão universal divina. o mundo passava 
a ser o centro de tudo, onde só acontecia o que Deus quisesse. 
 Passava a dominar assim uma fatalidade absoluta. 
 Enfatizava a paz de espírito e considerava a autossuficiência seu maior 
objetivo. 
 Influenciou o desenvolvimento do cristianismo. 
 Para os estóicos - RESIGNAÇÃO. A virtude consiste no desejo que está 
conforme a natureza. 
 Teve influência de Platão. 
 Não existia a liberdade nem o acaso. Como consequência, o homem que 
vivia no mundo tinha seu destino rígido e só lhe restava aceitar este 
destino e agir consciente dele. 
 Deixava de ter necessidade da comunidade, pois passava a viver 
moralmente como cidadão do mundo, do cosmo. Já não era limitado a 
uma “polis”, a uma comunidade menor. 
 
 
4. EPICURISMO 
 
 Fundado pelo filósofo grego Epicuro (341 a.C.-270 a.C.) possui uma 
vertente relacionada ao Hedonismo. Ou seja, deu origem a uma doutrina 
filosófica e moral que tem como base o "prazer", portanto à busca dos 
prazeres terrenos, desde a amizade, o amor, o sexo e os bens materiais, 
como modo de obtenção da felicidade humana. 
 
DIFERENÇA ENTRE ESTOICISMO E EPICURISMO 
 
 Estoicismo, baseado numa ética rigorosa de acordo com a leis da 
natureza, assegurava que o universo era governado por uma razão 
universal divina (Logos Divino). 
 Cultivavam sobretudo, a perfeição moral e intelectual; alma deveria ser 
cultivada. 
 Homem sábio torna-se livre e feliz quando não se deixa escravizar pelas 
paixões e pelas coisas externas. 
 Para os epicuristas, diferente dos estoicos, os homens eram movidos por 
interesses individuais e o dever de cada um estava em buscar nos 
prazeres refinados, a felicidade que preencherão a vida na terra. 
 Para os epicuristas tudo o que existia, incluindo a alma, era formado de 
átomos materiais, não havendo nenhuma intervenção divina nos 
fenômenos físicos nem na vida humana. 
 
5. ÉTICA CRISTÃ 
 
 Concepção de Deus como um ser bom, onisciente, onipresente 
onipotente, com caráter patriarcal e dominador. 
 Céu como recompensa, inferno como ameaça. O fim último do ser 
humano é Deus, como valor supremo e ideal a ser buscado. 
 Subordinação plena do ser humano a Deus, regulação do 
comportamento visando outro mundo. 
https://www.todamateria.com.br/etica/
 Todos são iguais perante Deus, inclusive mulheres e escravos, mesmo 
sem as condições materiais serem iguais ou justas. 
 
 SÃO TOMÁS DE AQUINO 
 
 Para São Tomás de Aquino, somente por meio de Deus se 
encontra a essência da perfeição. 
 O objeto das virtudes teológicas é o próprio Deus, que é a última 
finalidade de tudo e acima do conhecimento da nossa razão. 
 Por outro lado, o objeto das virtudes morais e intelectuais é algo 
compreensível à razão humana.” 
 “Felicidade não é bem material e sim estado de espírito”. 
 
 SANTO AGOSTINHO 
 
 Embasou suas reflexões nos pressupostos de Platão, ao defender a 
imortalidade da alma, sendo esta a sede da razão que liga o homem ao 
divino, a Deus. 
 “só é feliz quem possui a Deus”. 
 Mas o verdadeiro e legítimo conhecimento é o da teologia, e é a esses 
ensinamentos que o homem deve dedicar-se, pois só ele prepara sua 
alma para a salvação e para a visão de Deus. 
 
6. IDADE MÉDIA/ MORAL BURGUESA - SÉC. XV 
 
 Na Idade Média, a igualdade só podia ser um nível espiritual ou 
visualizada num mundo do amanhã, também espiritual. 
 Portanto o cristianismo tinha uma profunda marca da Idade Média, 
quando era totalmente fantasioso pensar-se numa igualdade real de todos 
os homens. 
 Esta mensagem certamente terá sido a semente da modificação radical 
que se processou no decorrer da história e que, apesar de estarmos longe 
ainda de sua plena realização, vem se processando às vezes rápida, às 
vezes lentamente, mas sempre em caminhada. 
 
7. ÉTICA MODERNA RACIONALISTA 
 
 A ética dominante a partir do século XVI até o início do século XIX 
denomina-se Ética Moderna, Racionalista, embasando a Revolução 
Industrial do século XVIII. 
 Esta ética, contrapondo-se à ética teocêntrica da Idade Média, tornou-se 
essencialmente antropocêntrica, isto é, tornou o homem como o centro 
de sua atenção e teve sua maior expressão em Kant. 
 Kant - representante do iluminismo, busca resolver as questões morais de 
forma racional, sem recorrer à religião. Aparece nas questões relativas à 
ética com seu Imperativo Categórico. 
 
 
 ÉTICA DE KANT 
 
https://www.todamateria.com.br/iluminismo/
 A ética kantiana é uma ética formal e autônoma; por ser puramente formal, 
tem de postular um dever para todos os homens; por ser autônoma, 
culmina no antropocentrismo; e por conceber o comportamento moral 
como pertencente a um sujeito autônomo e livre, ativo e criador, Kant é o 
ponto de partida de uma filosofia e de uma ética de um homem como ser 
ativo, produtor ou criador. 
 Mas esta consciência tem um profundo conteúdo humanista e moral. 
 Nele, o filósofo afirma que só se deve agir se pudermos pensar que esta 
nossa ação possa se tornar uma regra ou lei da natureza. 
 O pensamento do dever derruba a arrogância e o amor próprio, e é tido 
como princípio supremo de toda a moralidade. 
 A ética kantiana é a ética do dever, auto-coerção da razão, que concilia 
dever e liberdade. 
 Kant - a racionalidade dos imperativos éticos emergem dos “princípios 
de respeito à dignidade humana universalizados”. 
 
Kant deu então o seu mandamento fundamental: “Age de maneira que 
possas querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal”. 
 
8. ÉTICA CONTEMPORÂNEA 
 
 Inclui-se, aqui, não só as doutrinas éticas atuais, mas também as que 
continuam exercendo o seu influxo em nossos dias. 
 Tem o seu início em meados do século XIX até hoje, provocada pelas 
violentas mudanças ocorridas em toda a humanidade, com o 
desenvolvimento das ciências que chegaram ao paradoxo de criar 
condições cada vez mais eficientes de destruição, até mesmo da própria 
humanidade. 
 Surge numa época de contínuos progressos científicos e técnicos e de 
um imenso desenvolvimento das forças produtoras, que acabarão por 
questionar a própria existência da humanidade, dada a ameaça que seus 
usos destruidores acarretam. 
 
 AS PRINCIPAIS CORRENTES DA ÉTICA CONTEMPORÂNEA 
 
 São: o Existencialismo, o Pragmatismo, a Psicanálise, o Marxismo, o 
Neopositivismo e a Filosofia Analítica. 
 
8.1. No Existencialismo, Kierkegaard e Sartre representam seus principais 
teóricos. 
 Corrente filosófica que prega a liberdade individual do ser humano. 
 Para ambos, o que vale é o homem concreto, o indivíduo como tal. 
Ao racionalismo é contraposto um irracionalismo absoluto e um individualismo 
radical. O que diferencia Sartre de Kierkegaard é a crença em Deus, pois para 
Sartre Deus não existe, e o homem é plenamente livre sem qualquer vinculação 
com um criador. 
 
O EXISTENCIALISMO DE SARTRE 
 
 Para o pensamento de Sartre, Deus nãoexiste, portanto o homem nasce 
despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser 
definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa 
que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que 
só depois se define. 
 O tema da liberdade é o núcleo central do pensamento do filósofo francês 
e resume toda a sua doutrina. Sua tese é: a liberdade é absoluta ou não 
existe. 
 
 Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la, 
a única natureza pré-existente é a biológica, ou seja; a sobrevivência, o 
resto se adquire de tal forma que não vem do sujeito é ensinado a ele pelo 
mundo exterior. 
 Se Deus não existe não encontramos, já prontos, valores ou ordens que 
possam legitimar a nossa conduta. Assim não teremos justificativa para 
nosso comportamento. Estamos sós, sem desculpas. 
 
 “Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que 
fizeram de nós”. 
 "O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos 
daquilo que fazem de nós." JEAN PAUL SARTRE (1905-1980). 
 
8.2. PRAGMATISMO 
 
 Nasce e se difunde essencialmente nos Estados Unidos, estreitamente 
ligado ao desenvolvimento técnico e científico e do espírito de empresa. 
 O pragmatismo se caracteriza pela sua identificação da verdade com o 
útil, no sentido daquilo que melhor ajuda a viver e a conviver. 
 Para esta corrente, eticamente quando se diz que algo é bom, significa 
que leva eficazmente à obtenção de um fim, que leva ao êxito. Deste 
modo torna-se essencialmente egoísta. 
 Os principais expoentes são Ch. S. Pierce, W. James e J. Dewey. 
 O progresso científico e técnico e o desenvolvimento do "espírito de 
empresa", bem como a correlativa mercantilização das várias atividades 
humanas, criavam condições favoráveis para a aparição e difusão de uma 
filosofia antiespeculativa, pragmatismo, afastada dos problemas abstratos 
da velha metafísica e atenta, sobretudo, às questões práticas, entendidas 
num sentido utilitário. 
 Por conseguinte, os valores, princípios e normas são esvaziados de um 
conteúdo objetivo, e o valor do bom varia de acordo com cada situação. 
 Apresenta-se como mais uma versão do subjetivismo e do irracionalismo. 
 
8.3. PSICANÁLISE 
 
 Foi fundada por Sigmund Freud. Apesar de que ainda não se possa falar 
propriamente de uma ética psicanalítica, a concepção naturalista do 
homem torna lícito falar de uma ética de inspiração psicanalítica. 
 O pressuposto básico da psicanálise é a afirmação de que existe uma 
zona da personalidade, da qual o sujeito não tem consciência, e que é 
precisamente o inconsciente. 
 Nela são atirados e se armazenam recordações, desejos ou impulsos 
reprimidos que lutam para escapar desse fundo obscuro. 
 Isto faria com que certos comportamentos e atitudes recebessem uma 
outra explicação e, portanto, uma nova conceituação ética. 
 O inconsciente não é algo passivo e inerte, mas ativo e dinâmico, a 
energia que se manifesta nessa atividade inconsciente é de natureza 
sexual e se chama libido, para Freud. 
 Freud distingue três zonas da personalidade: o id, conjunto de forças, 
impulsos ou tendências inconscientes; o ego, que é a consciência em 
sentido próprio; e o superego, conjunto de normas e prescrições que são 
impostas ao sujeito de maneira autoritária e inconsciente. 
 O superego apresenta-se como uma espécie de consciência inconsciente 
que entra em conflito com a consciência moral (consciente); o 
comportamento moral do homem, que se apresenta como consciente, 
obedece a forças ou impulsos que escapam ao controle da sua 
consciência, Freud convida-a a levar em consideração essa motivação, 
pela qual chega-se a conclusão: se o ato propriamente moral é aquele no 
qual o indivíduo age consciente e livremente, os atos praticados por uma 
motivação inconsciente deve mostrar que é imoral julgar como moral o 
ato que obedece a forças inconscientes irresistíveis. 
 
8.4. MARXISMO 
 
 No Marxismo, a visão do Homem é de ser produtor, transformador, 
criador, social e histórico. 
 Dentro desta visão, são estabelecidas as premissas de uma ética 
marxista, dando especial valor às classes e destas, especialmente ao 
proletariado cujo destino histórico é abolir a si próprio dando origem a uma 
sociedade verdadeiramente humana. 
 
 
8.5. NEOPOSITIVISMO E FILOSOFIAS ANALÍTICAS 
 
 Há a necessidade de libertar a ética do domínio da metafísica, acabando 
por concentrar a sua atenção na análise da linguagem moral. 
 Há uma insurreição contra toda ética que pretenda definir o bom como 
uma propriedade natural, quando se trata de algo que não pode ser 
definido. E que, portanto, só pode ser captado por meio da intuição. A 
esta condição são conduzidos também os conceitos de dever, justeza, 
obrigação. 
 No mundo da Ética contemporânea, Mary Warnock afirma: “Todas as 
analogias e modelos destinados a esclarecer a linguagem ética têm o 
aspecto de tentativas preparatórias para limpar a mesa do jogo. E é 
natural que nos sintamos logrados quando comprovamos que, uma vez 
limpa a mesa, parece estar terminado o próprio jogo”. 
 Em nosso século, o Capitalismo Financeiro substitui o Capitalismo 
Industrial, dando origem aos trustes e aos cartéis. Somando-se à 
exploração do Homem pelo Homem, vem a exploração dos Países pobres 
pelos Países ricos. Daqueles são retirados, por esses, as matérias-primas 
e até os alimentos, sem haver, contudo, qualquer contrapartida sócio-
econômica. 
 A política, a arte e a ciência vão adquirindo uma autonomia cada vez 
maior, e a ética, tanto quanto a religião, perde a hegemonia que exercia 
sobre a sociedade tradicional. 
 E, num segundo tempo, a economia assume o papel dominante ficando 
até mesmo a ética a ela subordinada. 
 A Consciência passa a ser considerada como uma forma de censura e de 
cerceamento da liberdade, enquanto essa adquire foros de plenitude sem 
limites. 
 Tudo se justifica em nome da liberdade! A regra predominante se torna a 
procura do “melhor produto”, então considerado como o que dá mais lucro 
e não o que é melhor para o Ser Humano. 
 A tecnologia supera tudo e se transforma na verdadeira deusa dos tempos 
modernos. 
 
HABERMAS E A ÉTICA DA RAZÃO COMUNICATIVA 
 
 Teoria moral, que fornece um novo princípio moral que é a linguagem 
como meio de interação entre os sujeitos para a efetivação das normas, 
por isso essa ética é também chamada de ÉTICA DISCURSIVA. Então, o 
que essa ética propõe? 
Ao estabelecer a linguagem como fundamento ético. 
 A razão em Habermas; não é a mesma que em Kant ; que é uma razão 
universal, imperativa. Em Habermas; a razão é comunicativa, não está 
pronta, nem acabada, mas é produzida por meio de uma argumentação 
dos sujeitos da ação, conduzindo a um entendimento entre eles, sendo, 
portanto, uma razão processual. Para que essa razão seja produzida 
entre os indivíduos, gerando um entendimento, é necessário que haja 
entre eles um diálogo livre, sem qualquer tipo de constrangimento para 
que o convencimento se dê pelos argumentos que devem ser válidos e 
coerentes. 
 Habermas democratiza a ética, pois assegura a todos os indivíduos 
capazes de linguagem, qualquer que seja ela, a participação no processo 
de decisão ética, pois essa decisão será produzida por todos os 
participantes do discurso por meio do diálogo que deve levar a um 
consenso entre os sujeitos e este diálogo deve buscar a razão que deve 
ser reconhecida pelos participantes e assumida como fundamento da 
ação moral. 
 Essa forma de construção ética é mais democrática e dialética, pois 
oportuniza a todos a participação e o acesso a tomada de decisões. 
 Assim, a ética discursiva de Habermas; é uma ética processual, 
contextual, que não está dada a priori, mas que é produzida pelos sujeitos 
da ação moral pelo diálogo, pelo consenso, buscando a emancipação de 
todos. 
 
 
MARTIN HEIDEGGER (1889-1976) 
 
 Heidegger, filósofo e professor alemão. 
 Em sua filosofia, destacou a Ontologiado SER, ou seja, o significado do 
SER; entendido como o sentido existencial, determina o ser como 
presença. 
 Para Heidegger, o cuidado é próprio da existência humana em todas as 
suas dimensões, compreendendo todas as possibilidades da existência 
vinculadas às coisas e aos homens. 
 Acrescenta que o cuidado apresenta três dimensões: “sorge” (cuidar de 
si), “fürsorge” (cuidar de alguém) e “besorgen”(cuidar de algo). 
 
 
HANNAH ARENDT 
 
 importante filósofa e teórica política alemã de origem judaica. É 
considerada uma das mais importantes pensadoras do século XX. Suas 
obras se destacam na análise e crítica combativa aos regimes totalitários 
e à violência social. 
 Arendt defendia um conceito de “pluralismo“ no âmbito político. Graças ao 
pluralismo, o potencial de uma liberdade e igualdade política seria gerado 
entre as pessoas. 
 Banalidade do mal é uma expressão criada por Hannah Arendt (1906-
1975), teórica política alemã, em seu livro Eichmann em Jerusalém, cujo 
subtítulo é "um relato sobre a banalidade do mal". 
 Fugiu do nazismo em 1933 e, quatro anos depois, perdeu a nacionalidade 
alemã e virou apátrida até se tornar cidadã americana em 1951. Morreu 
em Nova York, no dia 4 de dezembro de 1975, aos 69 anos. 
 Seu principal conceito, o de pluralismo político, defende a importância de 
existir igualdade política e liberdade, com tolerância e respeito às 
diferenças, visando à inclusão. É um dos princípios básicos das 
democracias modernas, pois é entendido como a ausência de uma visão 
da sociedade definida por um só grupo ou por uma só pessoa 
(totalitarismo, na visão de Arendt). 
 
PENSAMENTOS DE HANNAH 
 
 “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos” 
A preservação do espaço público é tema constante e de grande 
relevância no pensamento de Arendt: essa seria a única forma de 
assegurar as condições da prática da liberdade e da manutenção da 
cidadania. 
 Seu livro mais famoso, A Condição Humana, busca, entre outros 
questionamentos importantes, compreender como e por que regimes 
totalitários se fortalecem. 
 O revolucionário mais radical se torna um conservador no dia seguinte à 
revolução”. Para Arendt, liberdade política é sinônimo de ação. A 
humanidade só se torna livre, de fato, ao agir e decidir, em conjunto, seu 
futuro comum. 
 “Poder e violência são opostos; onde um domina absolutamente, o outro 
está ausente”. O último livro publicado por Arendt, em 1963, traduzido no 
Brasil sob o título Sobre a Violência, é inteiramente dedicado a 
compreender por que o mundo vivia (e ainda vive) uma escalada de 
destruição e guerras. 
 Ela mostra que a glorificação da violência não se restringe à minoria de 
militantes e extremistas. E que a base do poder é, na realidade, 
convivência e cooperação. Segundo Arendt, a violência destrói o poder, 
pois se baseia na exclusão da interação e da cooperação entre as 
pessoas. 
 
 
 
 
 EMANUEL LÉVINAS X ÉTICA DA ALTERIDADE 
 
 Entre as tendências atuais, palavra ética assumiu: o aspecto relacional, 
valorizando-se a posição da alteridade como um ideal ético individual 
num espectro de atitudes e comportamentos de cada um diante dos 
outros, corroborando o pensamento de Emmanuel Lévinas (1905-1995), 
como uma forma de se obter relações sociais e ecológicas mais 
harmônicas com a vida planetária. 
 O pensamento filosófico de Emmanuel Lévinas soa como uma voz 
discordante no interior da História da Filosofia. Sua filosofia mostra-se 
como uma tentativa de acessar ao humano em toda a sua concretude. 
 O pensamento de Lévinas parte da ideia de que a Ética, é a Filosofia 
primeira. 
 A principal tese da filosofia de Lévinas consiste na afirmação da Ética 
enquanto filosofia primeira. 
 Tornou-se conhecido como o “filósofo da alteridade”. 
 A filosofia de Lévinas é uma tentativa de fazer ouvir a voz do Outro em 
toda a sua altivez e radicalidade, de modo a resgatar a sua 
transcendência. O Outro me solicita a todo o instante. Diante do Outro só 
tenho deveres. 
 Seu Rosto é o despertar da minha consciência. 
 No face a face, o Rosto do Outro revela um Terceiro e a própria 
Humanidade. 
 É no face-a-face humano que se irrompe todo sentido. 
 Diante do rosto do Outro, o sujeito se descobre responsável e lhe vem à 
idéia o Infinito. 
 Alteridade é, portanto, a representação do outro dentro de nós, que 
implica a capacidade de conviver com o outro diferente, de se 
proporcionar um olhar interior com base nas diferenças. 
 Significa que eu reconheço “o outro” também como sujeito de iguais 
direitos. 
 É exatamente esta constatação das diferenças que enseja a percepção 
da alteridade. 
 A filosofia de Lévinas é uma tentativa de fazer ouvir a voz do Outro em 
toda a sua altivez e radicalidade, de modo a resgatar a sua 
transcendência. 
 O Outro me solicita a todo o instante. 
 Diante do Outro só tenho deveres. 
 Seu Rosto é o despertar da minha consciência. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Significado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Outro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sujeito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Infinito
 No face a face, o Rosto do Outro revela um Terceiro e a própria 
Humanidade. Colocar-se no lugar do outro. Se responsabilizar pelo outro. 
É um modo de estar com o outro. (LÉVINAS, 2004) 
 Acolher Outro é colocar minha liberdade em questão”.(LÉVINAS, 2004 p. 
84). 
 Ou seja, é o apelo à responsabilidade e à justiça. Implica na 
impossibilidade de ser indiferente e apático diante da presença do Outro. 
 
 
 
 
ÉTICA DA ALTERIDADE NA INTERDISCIPLINARIDADE SE TRADUZ 
EM.... 
 
 Colocar-se no lugar do outro. 
 Se responsabilizar pelo outro. 
 É um modo de estar com o outro. 
 “O Outro é então, o meu limite, impedindo-me de prosseguir a invadi-lo”. 
"... tudo começa pelo direito do outro e por sua obrigação infinita a este respeito. 
O humano está acima das forças humanas”. 
 (LÉVINAS, 2004) 
 
 09. ÉTICA E GLOBALIZAÇÃO 
 
✓ A compreensão do fenômeno da globalização é básica para a formulação 
das políticas econômicas nacionais e internacionais em nossos dias. 
✓ O termo para uns parece assumir um sentido mágico se apresentando 
como capaz de resolver todos os problemas do mundo e para outros 
representa um determinismo histórico, pois independente de ser 
reconhecido como algo de bom ou de mau, dele ninguém poderá escapar. 
 
 A ORIGEM DO TERMO GLOBALIZAÇÃO 
 
✓ A origem da globalização remete para uma instituição de natureza 
econômica, criada pelo sistema de produção capitalista visando o domínio 
do mercado mundial. 
✓ No entanto, essas economias mundiais, apresentavam uma abrangência 
geográfica mais limitada, quando comparadas à extensão do mercado 
econômico mundial moderno e se apresentavam fundamentadas em 
bases políticas. 
✓ Com o aparecimento do capitalismo nos séculos XVI e XVII, surge um tipo 
de economia mundial de natureza bem diferente. 
✓ Por um lado se subsidia numa base mais econômica do que política e por 
outro alcança, pela primeira vez, uma dimensão econômica 
genuinamente global. A economia capitalista mundial surge associada, 
pois a conexões comerciais e fabris e não a um determinado centro 
político. (GIDDENS, 1991). 
 
CONCEITUANDO GLOBALIZAÇÃO 
✓ A globalização poderá ser considerada como a consolidação de redes de 
conexões mundiais, unindo comunidades próximas e distantes, sob a 
égide de normas e padrões econômicos da produção capitalista. 
✓ Em outras palavras, a globalização será a unificação econômica (não se 
deve entender unificação como uniformização, mas como unidade que 
abriga tendências diversas e que podem ser até mesmo mutuamente 
opostas) do mundo, tendo por base o poder do capital, mediante a 
circulação de mercadorias e de informação. 
✓ O conceito de globalização não deve ser confundidocom o termo de 
universalização e de mundialização. 
✓ O termo universalização pressupõe a instauração de uma ordem 
universal na qual se pretende um mundo melhor e que tais melhorias 
sejam expandidas em escala global de maneira a que as condições de 
vida sejam semelhantes para todos em toda parte. 
 
 
ASPECTOS ÉTICOS, ECONÔMICOS, POLÍTICOS E CULTURAIS DA 
GLOBALIZAÇÃO. 
 
✓ A globalização apresenta uma natureza eminentemente econômica, 
embora não se restrinja a ela. A economia é responsável por sua origem 
e manutenção, funcionando como um motor. Isto, porém não anula a 
maneira decisiva como a economia globalizada passa a determinar os 
rumos da política mundial e das políticas e culturas locais. 
✓ A essência da globalização é a existência de um mercado mundial que 
controla a produção e o consumo, condicionando a vida das sociedades 
às leis de mercado. Tudo passa pelo mercado que a todos e a tudo 
controla. Por sua vez, o mercado não é controlado por ninguém, num 
contexto social, no qual o valor econômico é a norma definitiva 
(COMBLIN, 1996). 
✓ Nesse contexto, “o mercado chama a si a falsa pretensão de efetivar a 
liberdade humana, pela oportunidade que diz oferecer, de livre 
participação no consumo conforme a submissão dos indivíduos ao 
mecanismo inconsciente das leis de mercado. O mito do mercado em 
tornar possível uma vida feliz e livre para todos os homens impede que 
se pense a vida humana fora da abrangência das instituições econômicas, 
pois estas constituem a vida e o ser dos indivíduos”(OLIVEIRA, 1995). 
✓ O fenômeno da planetarização cultural é algo tão evidente que poucos 
são as sociedades humanas que não estejam monitoradas pelo mercado, 
sobretudo através dos meios de comunicação (a imprensa, o cinema, o 
rádio, a televisão, o computador). Sob o olhar de uma cultura planetária 
concomitantemente vai-se estabelecendo um processo de folclorização 
das culturas locais e a afirmação cada vez mais intensa de uma cultura 
de massa. 
 
10. ÉTICA DA MANIPULAÇÃO 
 
✓ Regida pelos grupos dominantes que afirmam: “assim é que deve ser”. A 
filosofia de vida assume uma nova conotação: “os outros que se danem!” 
. 
 
 
 
CARACTERISTICAS 
 
✓ 1) Todo processo educativo será orientado para construir cidadãos 
submissos e manipuláveis. Pensar, refletir e tomar consciência deverão 
ser reduzidos aos níveis mínimos. O cidadão ideal será algo como “uma 
ameba em coma alcoólica...” 
✓ A educação visará prioritariamente o processo de produção e consumo e 
o HOMO SAPIENS será substituído pelo HOMO FABER. 
✓ 2) Os meios de comunicação se tornarão instrumentos ideais da 
manipulação. E o maior deles será a Televisão, onde o diálogo é 
totalmente inexistente. A psicologia será posta a serviço desse sistema de 
mass-media, manipulando cientificamente a opinião pública, criando 
necessidades mesmo onde elas inexistam ou até mesmo sejam 
indesejáveis. Os anúncios, mais que vender produtos, deverão estimular 
o consumismo exacerbado, pela criação de necessidades fictícias. O 
cidadão passará a comprar coisas, não porque delas realmente necessite, 
mas porque lhe foi incutido cientificamente acreditar nessa falsa 
necessidade. 
✓ 3) O imediatismo será estimulado, bem como a fixação na condição de 
descartabilidade das coisas. 
✓ Com isso, se criará uma falta de esperança num futuro melhor e as 
pessoas buscarão resultados rápidos, mesmo em detrimento da 
qualidade. Cada conquista será rapidamente descartada para que novos 
valores sejam buscados. 
✓ Até o Ser Humano se tornará descartável, seja nas relações afetivas - 
separações, divórcios, amizades passageiras - seja nas comerciais, onde 
as demissões individuais ou em massa se farão sem qualquer 
constrangimento, criando uma legião de infelizes desempregados. 
✓ 4) O próprio exercício da pesquisa científica será manipulado, ficando 
essa restrita a um campo sofisticado e exclusivo, onde o objetivo será 
sempre e tão-somente o resultado, com uma absoluta redução ou até 
anulação do valor da vida, que perderá sua sacralidade. O poder será a 
meta fundamental e o homem terá estimulado o seu desejo de dominação 
e exploração do seu semelhante sem qualquer escrúpulo. Diante desse 
quadro, de certo modo assustador, faz-se mister que o homem de hoje, 
do aqui e agora, busque encontrar a ética dentro dos valores imutáveis 
tanto quanto dos transitórios, formando seu conceito de vida em função 
de sua própria dignidade de homem, centro indiscutível de toda a criação. 
REFLEXÕES: 
✓ 1) Como norma básica, pode-se afirmar que “nem tudo o que é 
cientificamente possível, é eticamente permitido”. Dentro desse princípio, 
não se deve cair no rigorismo fundamentalista, nem escorregar para o 
laxismo modernista. Sem desprezar as tradições como conservadoras, 
deve-se olhar para frente, porém com os pés cravados nas experiências 
vividas. A História, preventiva da repetição dos mesmos erros, será 
cultivada e respeitada. 
✓ 2) A vida humana deverá ser inteiramente respeitada, desde a 
fecundação até a morte. O Ser Humano nunca será considerado um meio, 
mas sempre o fim. Exemplo se faz no uso de placebos na experimentação 
terapêutica. Não se pode colocar em risco a vida ou a saúde do Ser 
Humano, pela omissão deliberada da terapêutica adequada, com o único 
objetivo de se testar uma nova medicação experimental. 
✓ A esse propósito, deve-se ressaltar que as experiências dos fatos 
ocorridos durante a II Guerra Mundial gerou o chamado “Código de 
Nuremberg”, de 1946, destinado a limitar possíveis experimentações 
médicas em Seres Humanos. Em 1962, com modificações em 1964, foi 
efetivada a “DECLARAÇÃO SOBRE AS PESQUISAS BIOMÉDICAS”, em 
Helsinki, com nova revisão em Tóquio, no ano de 1975. E, para mantê-la 
sempre atualizada à luz de novas conquistas científicas, ficou deliberado 
que outras modificações poderiam vir a ser feitas, sempre que necessário. 
✓ Dentro desses princípios, define-se essencialmente que a pesquisa 
biomédica somente será aceita como tal, se for verdadeiramente 
“Pesquisa”, ao invés de experimentações irrelevantes apenas para 
aumento curricular de seus autores. Será exigida uma correta avaliação 
da relação danos/benefícios e o consentimento prévio dos pacientes será 
indispensável para o início e continuidade de trabalhos experimentais. 
✓ Ainda que esse seja um ponto bastante controverso em determinados 
casos, onde uma interferência psicológica por parte do paciente poderá 
alterar substancialmente os resultados de uma pesquisa. 
✓ Assim, caberá aos pesquisadores buscarem alternativas que atendam as 
necessidades técnicas da pesquisa, sem, contudo, violentar os direitos 
básicos do Ser Humano. 
✓ De qualquer forma, toda a relação entre pesquisadores e pacientes 
deverá necessariamente ter um caráter de “cumplicidade”, ao invés de 
furtividade oportunista. Para isso, os profissionais deverão estabelecer 
uma comunicação inteiramente compreensível ao paciente, ao invés da 
costumeira utilização de um linguajar técnico, manipuladoramente 
hermético aos não iniciados, tais como o “mediquês”, o “psicologuês”, o 
“economês”, etc., somente Com tudo isso, busca-se uma “Moralidade dos 
atos humanos” que o Catecismo Universal da Igreja Católica, publicado 
em 1993, explicita muito bem no primeiro capítulo de sua terceira parte, 
ao indicar que essa Moralidade depende: 
✓ 3) Mas, não só o Ser Humano deverá ser protegido pelas normas da 
Bioética, mas todas as formas de vida existentes na natureza. 
✓ Afinal, o Homem depende vitalmente de todas elas. Entre os temas mais 
polêmicos está a chamada “Vivissecção”, que é o estudo em animais, 
ditos irracionais, vivos. 
✓ Em 1978 a UNESCO firmou a Declaração Universal dos Direitos dos 
Animais, que entre outras coisas termina dizendo: “Todo ato que acarretea morte de um animal, sem necessidade, é biocídio, isto é, delito contra a 
vida”. E prossegue: “Todo ato que acarrete a morte de grande número de 
animais selvagens é genocídio, isto é, delito contra a espécie. 
 
“Moralidade dos atos humanos” que o Catecismo Universal da Igreja 
Católica, publicado em 1993 
Do OBJETO ESCOLHIDO - Ou seja, o bem para o qual se dirige 
deliberadamente a vontade. 
2) Da INTENÇÃO com que se busca o objeto. Mas tendo sempre presente que 
“o fim não justifica os meios”. Uma intenção má pode tornar mau um objeto bom. 
3) Das CIRCUNSTÂNCIAS DA AÇÃO - Que podem aumentar ou diminuir a 
gravidade do ato e a responsabilidade do agente. Mas não revertem totalmente 
a qualidade moral de uma ação. 
E acrescenta: “O ato moralmente bom supõe a bondade do objeto, da intenção 
e das circunstâncias. Não se pode fazer um mal para que dele resulte um bem”. 
a) Faça ao próximo, o que gostarias que ele te fizesse. 
b) A caridade respeita o próximo e sua consciência. 
Este é o sentido de se estudar ética, começando pela sua história e vivendo-a 
na sua realidade de hoje. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ADOLFO, Sánchez Vásquez. Ética.In: Doutrinas éticas fundamentais. Tradução Joao Dell`Anna. 
29 ed. Rio de janeiro, 2007 
BRUNO TORQUATO DE OLIVEIRA NAVES; ÈMILIEN VILAS BOAS REIS. Bioética Ambiental. 
2016. 
LÉVINAS, Emmanuel. De Deus que vem à ideia. Petrópolis: Vozes, 2002a. 
_____ Descobrindo a Existência com Husserl e Heidegger. Lisboa: Instituto 
Piaget, 1997. (Pensamento e Filosofia). 
_____ Ética e Infinito. Lisboa: Edições 70, 1988a. 116 p. – (Coleção Biblioteca de Filosofia 
Contemporânea). 
_____ Humanismo do Outro homem. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993. 131 p. 
Totalidade e Infinito. Lisboa: Edições 70, 1988. 287 p. – (Coleção Biblioteca 
de Filosofia Contemporânea 
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 12. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. 
REGINA RIBEIRO PARIZI CARVALHO; CAROLINE FILLA ROSANELI. Bioética e Saúde Pública 
. EDITORA CRV. 2016. 
 VALQUÍRIA ELITA RENK; PATRÍCIA MARIA FORTE RAULI (ORGS.). Bioética e Educação. 
Volume 2. 2016.

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