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Caros alunos, que bom nos encontrarmos! A partir de agora vamos nos dedicar ao entendimento conceitual das Doutrinas Éticas bem como o seu contexto histórico. Para ampliar seu conhecimento, serão apresentadas informações que explicarão as referidas Doutrinas. Ao longo deste material você encontrará diversos hiperlinks para aprofundar sempre seu conhecimento e entender porque o estudo deve ser constante em sua vida. Vamos nos empenhar ao máximo para aproveitar o conteúdo desta disciplina que provavelmente possibilitará uma ampliação de sua visão profissional e também sua visão pessoal. Quem não gosta de ter um conhecimento diferenciado? Ótimo trabalho! Profª Dra. Maria Dayse Pereira maria.pereira@unichristus.edu.br DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS Inicialmente, para sua melhor compreensão, conceituaremos o termo “DOUTRINA”. Vamos consultar o dicionário? Esta é uma boa maneira de entender o significado profundo de qualquer palavra e ampliar os nossos conhecimentos. Figura 1. DOUTRINA= Conjunto de ideias básicas contidas no sistema (filosófico, político, religioso, econômico, etc) a serem transmitidas, ensinadas. Você sabia que.... As DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS, conforme Vázquez (2007, p. 85) “nascem e se desenvolvem em diferentes épocas e sociedades como respostas aos problemas básicos apresentados pelas relações entre os homens, e, em particular, pelo seu comportamento moral efetivo”. OBJETIVOS: 1.Conceituar Doutrinas Éticas. 2.Compreender as doutrinas éticas no contexto histórico. UNIDADE 1 – CONCEITO DE DOUTRINAS ÉTICAS Ou seja, nas situações efetivas e reais que ocorrem no dia-a-dia de todos os indivíduos, surgem problemas quando as decisões e ações deles são objeto de julgamento pelos demais membros do grupo social. Tais problemas não afetam apenas um indivíduo, mas também outras pessoas, e pode até mesmo afetar a comunidade como um todo. Em tais situações, as pessoas pautam seu comportamento por normas que julgam mais adequadas cumprir, e é quando se pode dizer que o homem age moralmente, ou seja, é o resultado de uma decisão refletida e não espontânea. SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a importância das teorias éticas na prática da bioética, clique neste hiperlink : https://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v10s2/22.pdf Então, conforme o conceito e hiperlink acima, vamos classificá-las. CLASSIFICAÇÃO DAS DOUTRINAS ÉTICAS FUNDAMENTAIS Agora, vamos conhecer cada uma delas. 1. MORAL TRIBAL OU PRIMITIVA Uma moral primitiva surgiu com o próprio homem, onde a sobrevivência básica se constituía na norma ética fundamental. A “Moral Tribal” se resumia em MORAL TRIBAL OU PRIMITIVA. ÉTICA GREGA : SOFISTAS, SÓCRATES, PLATÃO, ARISTÓTELES. ESTÓICOS. EPICURISTAS. ÉTICA CRISTÃ. IDADE MÉDIA e MORAL BURGUESA. ÉTICA MODERNA RACIONALISTA. ÉTICA CONTEMPORÂNEA. ÉTICA DA GLOBALIZAÇÃO. ÉTICA DA MANIPULAÇÃO. https://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v10s2/22.pdf trabalhar para comer, matar para não morrer. O homem da caverna lutava para se alimentar e para preservar o seu abrigo natural. 2. ÉTICA GREGA Nesta nova evolução histórica, chegamos à civilização grega que influiu de modo avassalador em nosso mundo ocidental. Ao naturalismo dos filósofos pré-socráticos sucedeu uma preocupação com os problemas do homem, seus problemas políticos e morais, em decorrência da democratização da vida política da Antiga Grécia. Aparecem então os filósofos e grupos que introduzem novas formas de posicionamento que marcaram a história. Você sabia que a ética grega compreende... sofistas, sócrates, platão e aristóteles. 2.1 SOFISTAS ( séc. V a.c.) O nascimento da filosofia é representado pelos “primeiros filósofos”. Na historiografia filosófica, esses homens dos séculos VI e V a.c. são comumente chamados de pré-socráticos, ou seja, aqueles que viveram antes de Sócrates. Nesse primeiro período, já havia preocupação com os problemas do homem, em especial os políticos e morais, e houve o surgimento do “sofismo”, movimento intelectual na Grécia no século V a.c. Os sofistas se transformaram em mestres que ensinavam principalmente a arte de convencer através da persuasão. SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a História da ética, clique neste hiperlink: http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/11675.pdf 2.2 ÉTICA SOCRÁTICA A ética socrática é racionalista, pois foi o “primeiro a convidar a filosofia a descer do céu e instalou-a nas cidades, nos lares, impondo-lhes o estudo da vida, dos costumes, das coisas boas e más”(CÍCERO,TUSCULANAS,v.4,10). Sócrates, que nasceu em Atenas, no ano de 470 a.C. Sócrates- Fundou a Ciência Moral.“Só sei que nada sei”. Eis uma das frases mais conhecidas e talvez a mais pronunciada do filósofo grego http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/11675.pdf que guarda nas suas entrelinhas uma disposição moral digna de reflexão. A pior das ignorâncias é aquela que acredita saber o que na realidade nada sabe. Concretamente, é fato que se torna muito difícil estabelecer qualquer tipo de diálogo com pessoas que acreditam saber de tudo. Sua opinião é sempre a correta e, antes mesmo que você termine de falar, ela já intervém para expor novamente sua opinião que, ela acredita, é a única verdadeira. O resumo de sua teoria consiste que, na consciência da ignorância, deve- se experimentar novos conceitos, a abertura para o novo. Saber a respeito do homem- “Só sei que nada sei”. (Deve-se melhorar o conhecimento e aperfeiçoar a conduta). Racionalista – “o homem age retamente quando conhece o bem, e ao praticá-lo é feliz”. Para Sócrates a obediência à lei era o divisor entre a civilização e a barbárie. Segundo ele, as ideias de ordem e coesão garantem a promoção da ordem política. A ética deve respeitar às leis, portanto, à coletividade. Sua abnegação pela causa da educação do homem e do bem coletivo levou-o a se curvar ante o desvario decisório dos homens de sua época. Acusado de corromper a juventude e de cultuar outros Deuses, foi condenado a beber cicuta pelo tribunal ateniense. Resignou-se à injustiça daqueles que o acusavam, em respeito à lei a que regia a sociedade ateniense. Adversário da democracia ateniense, Aos 46 anos, Sócrates esteve pronto a “pagar com a própria vida sua recusa incondicional para cometer uma injustiça, sendo acusado de não crer nos deuses da cidade, de introduzir novas divindades e de corromper a juventude. Morreu envenenado no ano de 399 a.C”. (PLATÃO,APOLOGIA,24-bc). Resignou-se à injustiça daqueles que o acusavam, em respeito à lei a que regia a sociedade ateniense. 2.3 PLATÃO O Platonismo designa uma corrente filosófica baseada nas ideias do filósofo e matemático grego Platão (428 a.C.-347 a.C.), discípulo de Sócrates (470 a.C-399 a.C). Platão-(427-347 a.C.) em Ética das Virtudes, sua premissa “ sábio é quem tem grandeza em suas virtudes e não na grandeza do conhecimento”. Platão, (427-347 a.C.), foi um dos discípulos de Sócrates que esteve presente até sua morte e articulava em suas inspirações teóricas a ideia de se encontrar a felicidade no centro das questões éticas. Pensamento platônico é sua teoria das ideias, através da qual Platão procura explicar como se desenvolve o conhecimento humano. Segundo ele, o processo do conhecimento se desenvolve por meio da passagem progressiva do mundo das ilusões e das aparências para o mundo das ideias e das essências. 2.4 ARISTÓTELES E A ÉTICA DO EQUILÍBRIO Em sua obra, Aristóteles investigou as formas de governo que permitiriam que os homens tivessem uma vida melhor em sociedade. Para ele, “o homem é um animalpolítico”, ou seja, o homem só realiza sua natureza quando envolvido na vida da pólis. Segundo esse filósofo, ética e política não poderiam ser pensadas separadamente, pois enquanto a ética busca o bem-estar individual, a política busca o bem comum. 3. ESTOICISMO Estoicismo – palavra grega “stoá”, pórtico, locais de ensinamentos filosóficos. Estoicismo ou Escola Estóica é uma doutrina filosófica fundamentada nas leis da natureza (séc. IV a.C.) Fundado pelo filósofo grego Zênon de Cítion. SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a alegoria da caverna, clique neste hiperlink: https://www.youtube.com/watch?v=tswloAV-BH0 SAIBA MAIS: Para saber mais sobre a Felicidade em Aristóteles, clique neste hiperlink: https://www.youtube.com/watch?v=cTAh-Jvegp0&t=4s https://www.youtube.com/watch?v=tswloAV-BH0 https://www.youtube.com/watch?v=cTAh-Jvegp0&t=4s Ética rigorosa de acordo com as leis da natureza; assegurava que o universo era governado por uma razão universal divina. o mundo passava a ser o centro de tudo, onde só acontecia o que Deus quisesse. Passava a dominar assim uma fatalidade absoluta. Enfatizava a paz de espírito e considerava a autossuficiência seu maior objetivo. Influenciou o desenvolvimento do cristianismo. Para os estóicos - RESIGNAÇÃO. A virtude consiste no desejo que está conforme a natureza. Teve influência de Platão. Não existia a liberdade nem o acaso. Como consequência, o homem que vivia no mundo tinha seu destino rígido e só lhe restava aceitar este destino e agir consciente dele. Deixava de ter necessidade da comunidade, pois passava a viver moralmente como cidadão do mundo, do cosmo. Já não era limitado a uma “polis”, a uma comunidade menor. 4. EPICURISMO Fundado pelo filósofo grego Epicuro (341 a.C.-270 a.C.) possui uma vertente relacionada ao Hedonismo. Ou seja, deu origem a uma doutrina filosófica e moral que tem como base o "prazer", portanto à busca dos prazeres terrenos, desde a amizade, o amor, o sexo e os bens materiais, como modo de obtenção da felicidade humana. DIFERENÇA ENTRE ESTOICISMO E EPICURISMO Estoicismo, baseado numa ética rigorosa de acordo com a leis da natureza, assegurava que o universo era governado por uma razão universal divina (Logos Divino). Cultivavam sobretudo, a perfeição moral e intelectual; alma deveria ser cultivada. Homem sábio torna-se livre e feliz quando não se deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas. Para os epicuristas, diferente dos estoicos, os homens eram movidos por interesses individuais e o dever de cada um estava em buscar nos prazeres refinados, a felicidade que preencherão a vida na terra. Para os epicuristas tudo o que existia, incluindo a alma, era formado de átomos materiais, não havendo nenhuma intervenção divina nos fenômenos físicos nem na vida humana. 5. ÉTICA CRISTÃ Concepção de Deus como um ser bom, onisciente, onipresente onipotente, com caráter patriarcal e dominador. Céu como recompensa, inferno como ameaça. O fim último do ser humano é Deus, como valor supremo e ideal a ser buscado. Subordinação plena do ser humano a Deus, regulação do comportamento visando outro mundo. https://www.todamateria.com.br/etica/ Todos são iguais perante Deus, inclusive mulheres e escravos, mesmo sem as condições materiais serem iguais ou justas. SÃO TOMÁS DE AQUINO Para São Tomás de Aquino, somente por meio de Deus se encontra a essência da perfeição. O objeto das virtudes teológicas é o próprio Deus, que é a última finalidade de tudo e acima do conhecimento da nossa razão. Por outro lado, o objeto das virtudes morais e intelectuais é algo compreensível à razão humana.” “Felicidade não é bem material e sim estado de espírito”. SANTO AGOSTINHO Embasou suas reflexões nos pressupostos de Platão, ao defender a imortalidade da alma, sendo esta a sede da razão que liga o homem ao divino, a Deus. “só é feliz quem possui a Deus”. Mas o verdadeiro e legítimo conhecimento é o da teologia, e é a esses ensinamentos que o homem deve dedicar-se, pois só ele prepara sua alma para a salvação e para a visão de Deus. 6. IDADE MÉDIA/ MORAL BURGUESA - SÉC. XV Na Idade Média, a igualdade só podia ser um nível espiritual ou visualizada num mundo do amanhã, também espiritual. Portanto o cristianismo tinha uma profunda marca da Idade Média, quando era totalmente fantasioso pensar-se numa igualdade real de todos os homens. Esta mensagem certamente terá sido a semente da modificação radical que se processou no decorrer da história e que, apesar de estarmos longe ainda de sua plena realização, vem se processando às vezes rápida, às vezes lentamente, mas sempre em caminhada. 7. ÉTICA MODERNA RACIONALISTA A ética dominante a partir do século XVI até o início do século XIX denomina-se Ética Moderna, Racionalista, embasando a Revolução Industrial do século XVIII. Esta ética, contrapondo-se à ética teocêntrica da Idade Média, tornou-se essencialmente antropocêntrica, isto é, tornou o homem como o centro de sua atenção e teve sua maior expressão em Kant. Kant - representante do iluminismo, busca resolver as questões morais de forma racional, sem recorrer à religião. Aparece nas questões relativas à ética com seu Imperativo Categórico. ÉTICA DE KANT https://www.todamateria.com.br/iluminismo/ A ética kantiana é uma ética formal e autônoma; por ser puramente formal, tem de postular um dever para todos os homens; por ser autônoma, culmina no antropocentrismo; e por conceber o comportamento moral como pertencente a um sujeito autônomo e livre, ativo e criador, Kant é o ponto de partida de uma filosofia e de uma ética de um homem como ser ativo, produtor ou criador. Mas esta consciência tem um profundo conteúdo humanista e moral. Nele, o filósofo afirma que só se deve agir se pudermos pensar que esta nossa ação possa se tornar uma regra ou lei da natureza. O pensamento do dever derruba a arrogância e o amor próprio, e é tido como princípio supremo de toda a moralidade. A ética kantiana é a ética do dever, auto-coerção da razão, que concilia dever e liberdade. Kant - a racionalidade dos imperativos éticos emergem dos “princípios de respeito à dignidade humana universalizados”. Kant deu então o seu mandamento fundamental: “Age de maneira que possas querer que o motivo que te levou a agir se torne uma lei universal”. 8. ÉTICA CONTEMPORÂNEA Inclui-se, aqui, não só as doutrinas éticas atuais, mas também as que continuam exercendo o seu influxo em nossos dias. Tem o seu início em meados do século XIX até hoje, provocada pelas violentas mudanças ocorridas em toda a humanidade, com o desenvolvimento das ciências que chegaram ao paradoxo de criar condições cada vez mais eficientes de destruição, até mesmo da própria humanidade. Surge numa época de contínuos progressos científicos e técnicos e de um imenso desenvolvimento das forças produtoras, que acabarão por questionar a própria existência da humanidade, dada a ameaça que seus usos destruidores acarretam. AS PRINCIPAIS CORRENTES DA ÉTICA CONTEMPORÂNEA São: o Existencialismo, o Pragmatismo, a Psicanálise, o Marxismo, o Neopositivismo e a Filosofia Analítica. 8.1. No Existencialismo, Kierkegaard e Sartre representam seus principais teóricos. Corrente filosófica que prega a liberdade individual do ser humano. Para ambos, o que vale é o homem concreto, o indivíduo como tal. Ao racionalismo é contraposto um irracionalismo absoluto e um individualismo radical. O que diferencia Sartre de Kierkegaard é a crença em Deus, pois para Sartre Deus não existe, e o homem é plenamente livre sem qualquer vinculação com um criador. O EXISTENCIALISMO DE SARTRE Para o pensamento de Sartre, Deus nãoexiste, portanto o homem nasce despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O tema da liberdade é o núcleo central do pensamento do filósofo francês e resume toda a sua doutrina. Sua tese é: a liberdade é absoluta ou não existe. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la, a única natureza pré-existente é a biológica, ou seja; a sobrevivência, o resto se adquire de tal forma que não vem do sujeito é ensinado a ele pelo mundo exterior. Se Deus não existe não encontramos, já prontos, valores ou ordens que possam legitimar a nossa conduta. Assim não teremos justificativa para nosso comportamento. Estamos sós, sem desculpas. “Não somos aquilo que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós”. "O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós." JEAN PAUL SARTRE (1905-1980). 8.2. PRAGMATISMO Nasce e se difunde essencialmente nos Estados Unidos, estreitamente ligado ao desenvolvimento técnico e científico e do espírito de empresa. O pragmatismo se caracteriza pela sua identificação da verdade com o útil, no sentido daquilo que melhor ajuda a viver e a conviver. Para esta corrente, eticamente quando se diz que algo é bom, significa que leva eficazmente à obtenção de um fim, que leva ao êxito. Deste modo torna-se essencialmente egoísta. Os principais expoentes são Ch. S. Pierce, W. James e J. Dewey. O progresso científico e técnico e o desenvolvimento do "espírito de empresa", bem como a correlativa mercantilização das várias atividades humanas, criavam condições favoráveis para a aparição e difusão de uma filosofia antiespeculativa, pragmatismo, afastada dos problemas abstratos da velha metafísica e atenta, sobretudo, às questões práticas, entendidas num sentido utilitário. Por conseguinte, os valores, princípios e normas são esvaziados de um conteúdo objetivo, e o valor do bom varia de acordo com cada situação. Apresenta-se como mais uma versão do subjetivismo e do irracionalismo. 8.3. PSICANÁLISE Foi fundada por Sigmund Freud. Apesar de que ainda não se possa falar propriamente de uma ética psicanalítica, a concepção naturalista do homem torna lícito falar de uma ética de inspiração psicanalítica. O pressuposto básico da psicanálise é a afirmação de que existe uma zona da personalidade, da qual o sujeito não tem consciência, e que é precisamente o inconsciente. Nela são atirados e se armazenam recordações, desejos ou impulsos reprimidos que lutam para escapar desse fundo obscuro. Isto faria com que certos comportamentos e atitudes recebessem uma outra explicação e, portanto, uma nova conceituação ética. O inconsciente não é algo passivo e inerte, mas ativo e dinâmico, a energia que se manifesta nessa atividade inconsciente é de natureza sexual e se chama libido, para Freud. Freud distingue três zonas da personalidade: o id, conjunto de forças, impulsos ou tendências inconscientes; o ego, que é a consciência em sentido próprio; e o superego, conjunto de normas e prescrições que são impostas ao sujeito de maneira autoritária e inconsciente. O superego apresenta-se como uma espécie de consciência inconsciente que entra em conflito com a consciência moral (consciente); o comportamento moral do homem, que se apresenta como consciente, obedece a forças ou impulsos que escapam ao controle da sua consciência, Freud convida-a a levar em consideração essa motivação, pela qual chega-se a conclusão: se o ato propriamente moral é aquele no qual o indivíduo age consciente e livremente, os atos praticados por uma motivação inconsciente deve mostrar que é imoral julgar como moral o ato que obedece a forças inconscientes irresistíveis. 8.4. MARXISMO No Marxismo, a visão do Homem é de ser produtor, transformador, criador, social e histórico. Dentro desta visão, são estabelecidas as premissas de uma ética marxista, dando especial valor às classes e destas, especialmente ao proletariado cujo destino histórico é abolir a si próprio dando origem a uma sociedade verdadeiramente humana. 8.5. NEOPOSITIVISMO E FILOSOFIAS ANALÍTICAS Há a necessidade de libertar a ética do domínio da metafísica, acabando por concentrar a sua atenção na análise da linguagem moral. Há uma insurreição contra toda ética que pretenda definir o bom como uma propriedade natural, quando se trata de algo que não pode ser definido. E que, portanto, só pode ser captado por meio da intuição. A esta condição são conduzidos também os conceitos de dever, justeza, obrigação. No mundo da Ética contemporânea, Mary Warnock afirma: “Todas as analogias e modelos destinados a esclarecer a linguagem ética têm o aspecto de tentativas preparatórias para limpar a mesa do jogo. E é natural que nos sintamos logrados quando comprovamos que, uma vez limpa a mesa, parece estar terminado o próprio jogo”. Em nosso século, o Capitalismo Financeiro substitui o Capitalismo Industrial, dando origem aos trustes e aos cartéis. Somando-se à exploração do Homem pelo Homem, vem a exploração dos Países pobres pelos Países ricos. Daqueles são retirados, por esses, as matérias-primas e até os alimentos, sem haver, contudo, qualquer contrapartida sócio- econômica. A política, a arte e a ciência vão adquirindo uma autonomia cada vez maior, e a ética, tanto quanto a religião, perde a hegemonia que exercia sobre a sociedade tradicional. E, num segundo tempo, a economia assume o papel dominante ficando até mesmo a ética a ela subordinada. A Consciência passa a ser considerada como uma forma de censura e de cerceamento da liberdade, enquanto essa adquire foros de plenitude sem limites. Tudo se justifica em nome da liberdade! A regra predominante se torna a procura do “melhor produto”, então considerado como o que dá mais lucro e não o que é melhor para o Ser Humano. A tecnologia supera tudo e se transforma na verdadeira deusa dos tempos modernos. HABERMAS E A ÉTICA DA RAZÃO COMUNICATIVA Teoria moral, que fornece um novo princípio moral que é a linguagem como meio de interação entre os sujeitos para a efetivação das normas, por isso essa ética é também chamada de ÉTICA DISCURSIVA. Então, o que essa ética propõe? Ao estabelecer a linguagem como fundamento ético. A razão em Habermas; não é a mesma que em Kant ; que é uma razão universal, imperativa. Em Habermas; a razão é comunicativa, não está pronta, nem acabada, mas é produzida por meio de uma argumentação dos sujeitos da ação, conduzindo a um entendimento entre eles, sendo, portanto, uma razão processual. Para que essa razão seja produzida entre os indivíduos, gerando um entendimento, é necessário que haja entre eles um diálogo livre, sem qualquer tipo de constrangimento para que o convencimento se dê pelos argumentos que devem ser válidos e coerentes. Habermas democratiza a ética, pois assegura a todos os indivíduos capazes de linguagem, qualquer que seja ela, a participação no processo de decisão ética, pois essa decisão será produzida por todos os participantes do discurso por meio do diálogo que deve levar a um consenso entre os sujeitos e este diálogo deve buscar a razão que deve ser reconhecida pelos participantes e assumida como fundamento da ação moral. Essa forma de construção ética é mais democrática e dialética, pois oportuniza a todos a participação e o acesso a tomada de decisões. Assim, a ética discursiva de Habermas; é uma ética processual, contextual, que não está dada a priori, mas que é produzida pelos sujeitos da ação moral pelo diálogo, pelo consenso, buscando a emancipação de todos. MARTIN HEIDEGGER (1889-1976) Heidegger, filósofo e professor alemão. Em sua filosofia, destacou a Ontologiado SER, ou seja, o significado do SER; entendido como o sentido existencial, determina o ser como presença. Para Heidegger, o cuidado é próprio da existência humana em todas as suas dimensões, compreendendo todas as possibilidades da existência vinculadas às coisas e aos homens. Acrescenta que o cuidado apresenta três dimensões: “sorge” (cuidar de si), “fürsorge” (cuidar de alguém) e “besorgen”(cuidar de algo). HANNAH ARENDT importante filósofa e teórica política alemã de origem judaica. É considerada uma das mais importantes pensadoras do século XX. Suas obras se destacam na análise e crítica combativa aos regimes totalitários e à violência social. Arendt defendia um conceito de “pluralismo“ no âmbito político. Graças ao pluralismo, o potencial de uma liberdade e igualdade política seria gerado entre as pessoas. Banalidade do mal é uma expressão criada por Hannah Arendt (1906- 1975), teórica política alemã, em seu livro Eichmann em Jerusalém, cujo subtítulo é "um relato sobre a banalidade do mal". Fugiu do nazismo em 1933 e, quatro anos depois, perdeu a nacionalidade alemã e virou apátrida até se tornar cidadã americana em 1951. Morreu em Nova York, no dia 4 de dezembro de 1975, aos 69 anos. Seu principal conceito, o de pluralismo político, defende a importância de existir igualdade política e liberdade, com tolerância e respeito às diferenças, visando à inclusão. É um dos princípios básicos das democracias modernas, pois é entendido como a ausência de uma visão da sociedade definida por um só grupo ou por uma só pessoa (totalitarismo, na visão de Arendt). PENSAMENTOS DE HANNAH “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos” A preservação do espaço público é tema constante e de grande relevância no pensamento de Arendt: essa seria a única forma de assegurar as condições da prática da liberdade e da manutenção da cidadania. Seu livro mais famoso, A Condição Humana, busca, entre outros questionamentos importantes, compreender como e por que regimes totalitários se fortalecem. O revolucionário mais radical se torna um conservador no dia seguinte à revolução”. Para Arendt, liberdade política é sinônimo de ação. A humanidade só se torna livre, de fato, ao agir e decidir, em conjunto, seu futuro comum. “Poder e violência são opostos; onde um domina absolutamente, o outro está ausente”. O último livro publicado por Arendt, em 1963, traduzido no Brasil sob o título Sobre a Violência, é inteiramente dedicado a compreender por que o mundo vivia (e ainda vive) uma escalada de destruição e guerras. Ela mostra que a glorificação da violência não se restringe à minoria de militantes e extremistas. E que a base do poder é, na realidade, convivência e cooperação. Segundo Arendt, a violência destrói o poder, pois se baseia na exclusão da interação e da cooperação entre as pessoas. EMANUEL LÉVINAS X ÉTICA DA ALTERIDADE Entre as tendências atuais, palavra ética assumiu: o aspecto relacional, valorizando-se a posição da alteridade como um ideal ético individual num espectro de atitudes e comportamentos de cada um diante dos outros, corroborando o pensamento de Emmanuel Lévinas (1905-1995), como uma forma de se obter relações sociais e ecológicas mais harmônicas com a vida planetária. O pensamento filosófico de Emmanuel Lévinas soa como uma voz discordante no interior da História da Filosofia. Sua filosofia mostra-se como uma tentativa de acessar ao humano em toda a sua concretude. O pensamento de Lévinas parte da ideia de que a Ética, é a Filosofia primeira. A principal tese da filosofia de Lévinas consiste na afirmação da Ética enquanto filosofia primeira. Tornou-se conhecido como o “filósofo da alteridade”. A filosofia de Lévinas é uma tentativa de fazer ouvir a voz do Outro em toda a sua altivez e radicalidade, de modo a resgatar a sua transcendência. O Outro me solicita a todo o instante. Diante do Outro só tenho deveres. Seu Rosto é o despertar da minha consciência. No face a face, o Rosto do Outro revela um Terceiro e a própria Humanidade. É no face-a-face humano que se irrompe todo sentido. Diante do rosto do Outro, o sujeito se descobre responsável e lhe vem à idéia o Infinito. Alteridade é, portanto, a representação do outro dentro de nós, que implica a capacidade de conviver com o outro diferente, de se proporcionar um olhar interior com base nas diferenças. Significa que eu reconheço “o outro” também como sujeito de iguais direitos. É exatamente esta constatação das diferenças que enseja a percepção da alteridade. A filosofia de Lévinas é uma tentativa de fazer ouvir a voz do Outro em toda a sua altivez e radicalidade, de modo a resgatar a sua transcendência. O Outro me solicita a todo o instante. Diante do Outro só tenho deveres. Seu Rosto é o despertar da minha consciência. http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica http://pt.wikipedia.org/wiki/Significado http://pt.wikipedia.org/wiki/Outro http://pt.wikipedia.org/wiki/Sujeito http://pt.wikipedia.org/wiki/Responsabilidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Infinito No face a face, o Rosto do Outro revela um Terceiro e a própria Humanidade. Colocar-se no lugar do outro. Se responsabilizar pelo outro. É um modo de estar com o outro. (LÉVINAS, 2004) Acolher Outro é colocar minha liberdade em questão”.(LÉVINAS, 2004 p. 84). Ou seja, é o apelo à responsabilidade e à justiça. Implica na impossibilidade de ser indiferente e apático diante da presença do Outro. ÉTICA DA ALTERIDADE NA INTERDISCIPLINARIDADE SE TRADUZ EM.... Colocar-se no lugar do outro. Se responsabilizar pelo outro. É um modo de estar com o outro. “O Outro é então, o meu limite, impedindo-me de prosseguir a invadi-lo”. "... tudo começa pelo direito do outro e por sua obrigação infinita a este respeito. O humano está acima das forças humanas”. (LÉVINAS, 2004) 09. ÉTICA E GLOBALIZAÇÃO ✓ A compreensão do fenômeno da globalização é básica para a formulação das políticas econômicas nacionais e internacionais em nossos dias. ✓ O termo para uns parece assumir um sentido mágico se apresentando como capaz de resolver todos os problemas do mundo e para outros representa um determinismo histórico, pois independente de ser reconhecido como algo de bom ou de mau, dele ninguém poderá escapar. A ORIGEM DO TERMO GLOBALIZAÇÃO ✓ A origem da globalização remete para uma instituição de natureza econômica, criada pelo sistema de produção capitalista visando o domínio do mercado mundial. ✓ No entanto, essas economias mundiais, apresentavam uma abrangência geográfica mais limitada, quando comparadas à extensão do mercado econômico mundial moderno e se apresentavam fundamentadas em bases políticas. ✓ Com o aparecimento do capitalismo nos séculos XVI e XVII, surge um tipo de economia mundial de natureza bem diferente. ✓ Por um lado se subsidia numa base mais econômica do que política e por outro alcança, pela primeira vez, uma dimensão econômica genuinamente global. A economia capitalista mundial surge associada, pois a conexões comerciais e fabris e não a um determinado centro político. (GIDDENS, 1991). CONCEITUANDO GLOBALIZAÇÃO ✓ A globalização poderá ser considerada como a consolidação de redes de conexões mundiais, unindo comunidades próximas e distantes, sob a égide de normas e padrões econômicos da produção capitalista. ✓ Em outras palavras, a globalização será a unificação econômica (não se deve entender unificação como uniformização, mas como unidade que abriga tendências diversas e que podem ser até mesmo mutuamente opostas) do mundo, tendo por base o poder do capital, mediante a circulação de mercadorias e de informação. ✓ O conceito de globalização não deve ser confundidocom o termo de universalização e de mundialização. ✓ O termo universalização pressupõe a instauração de uma ordem universal na qual se pretende um mundo melhor e que tais melhorias sejam expandidas em escala global de maneira a que as condições de vida sejam semelhantes para todos em toda parte. ASPECTOS ÉTICOS, ECONÔMICOS, POLÍTICOS E CULTURAIS DA GLOBALIZAÇÃO. ✓ A globalização apresenta uma natureza eminentemente econômica, embora não se restrinja a ela. A economia é responsável por sua origem e manutenção, funcionando como um motor. Isto, porém não anula a maneira decisiva como a economia globalizada passa a determinar os rumos da política mundial e das políticas e culturas locais. ✓ A essência da globalização é a existência de um mercado mundial que controla a produção e o consumo, condicionando a vida das sociedades às leis de mercado. Tudo passa pelo mercado que a todos e a tudo controla. Por sua vez, o mercado não é controlado por ninguém, num contexto social, no qual o valor econômico é a norma definitiva (COMBLIN, 1996). ✓ Nesse contexto, “o mercado chama a si a falsa pretensão de efetivar a liberdade humana, pela oportunidade que diz oferecer, de livre participação no consumo conforme a submissão dos indivíduos ao mecanismo inconsciente das leis de mercado. O mito do mercado em tornar possível uma vida feliz e livre para todos os homens impede que se pense a vida humana fora da abrangência das instituições econômicas, pois estas constituem a vida e o ser dos indivíduos”(OLIVEIRA, 1995). ✓ O fenômeno da planetarização cultural é algo tão evidente que poucos são as sociedades humanas que não estejam monitoradas pelo mercado, sobretudo através dos meios de comunicação (a imprensa, o cinema, o rádio, a televisão, o computador). Sob o olhar de uma cultura planetária concomitantemente vai-se estabelecendo um processo de folclorização das culturas locais e a afirmação cada vez mais intensa de uma cultura de massa. 10. ÉTICA DA MANIPULAÇÃO ✓ Regida pelos grupos dominantes que afirmam: “assim é que deve ser”. A filosofia de vida assume uma nova conotação: “os outros que se danem!” . CARACTERISTICAS ✓ 1) Todo processo educativo será orientado para construir cidadãos submissos e manipuláveis. Pensar, refletir e tomar consciência deverão ser reduzidos aos níveis mínimos. O cidadão ideal será algo como “uma ameba em coma alcoólica...” ✓ A educação visará prioritariamente o processo de produção e consumo e o HOMO SAPIENS será substituído pelo HOMO FABER. ✓ 2) Os meios de comunicação se tornarão instrumentos ideais da manipulação. E o maior deles será a Televisão, onde o diálogo é totalmente inexistente. A psicologia será posta a serviço desse sistema de mass-media, manipulando cientificamente a opinião pública, criando necessidades mesmo onde elas inexistam ou até mesmo sejam indesejáveis. Os anúncios, mais que vender produtos, deverão estimular o consumismo exacerbado, pela criação de necessidades fictícias. O cidadão passará a comprar coisas, não porque delas realmente necessite, mas porque lhe foi incutido cientificamente acreditar nessa falsa necessidade. ✓ 3) O imediatismo será estimulado, bem como a fixação na condição de descartabilidade das coisas. ✓ Com isso, se criará uma falta de esperança num futuro melhor e as pessoas buscarão resultados rápidos, mesmo em detrimento da qualidade. Cada conquista será rapidamente descartada para que novos valores sejam buscados. ✓ Até o Ser Humano se tornará descartável, seja nas relações afetivas - separações, divórcios, amizades passageiras - seja nas comerciais, onde as demissões individuais ou em massa se farão sem qualquer constrangimento, criando uma legião de infelizes desempregados. ✓ 4) O próprio exercício da pesquisa científica será manipulado, ficando essa restrita a um campo sofisticado e exclusivo, onde o objetivo será sempre e tão-somente o resultado, com uma absoluta redução ou até anulação do valor da vida, que perderá sua sacralidade. O poder será a meta fundamental e o homem terá estimulado o seu desejo de dominação e exploração do seu semelhante sem qualquer escrúpulo. Diante desse quadro, de certo modo assustador, faz-se mister que o homem de hoje, do aqui e agora, busque encontrar a ética dentro dos valores imutáveis tanto quanto dos transitórios, formando seu conceito de vida em função de sua própria dignidade de homem, centro indiscutível de toda a criação. REFLEXÕES: ✓ 1) Como norma básica, pode-se afirmar que “nem tudo o que é cientificamente possível, é eticamente permitido”. Dentro desse princípio, não se deve cair no rigorismo fundamentalista, nem escorregar para o laxismo modernista. Sem desprezar as tradições como conservadoras, deve-se olhar para frente, porém com os pés cravados nas experiências vividas. A História, preventiva da repetição dos mesmos erros, será cultivada e respeitada. ✓ 2) A vida humana deverá ser inteiramente respeitada, desde a fecundação até a morte. O Ser Humano nunca será considerado um meio, mas sempre o fim. Exemplo se faz no uso de placebos na experimentação terapêutica. Não se pode colocar em risco a vida ou a saúde do Ser Humano, pela omissão deliberada da terapêutica adequada, com o único objetivo de se testar uma nova medicação experimental. ✓ A esse propósito, deve-se ressaltar que as experiências dos fatos ocorridos durante a II Guerra Mundial gerou o chamado “Código de Nuremberg”, de 1946, destinado a limitar possíveis experimentações médicas em Seres Humanos. Em 1962, com modificações em 1964, foi efetivada a “DECLARAÇÃO SOBRE AS PESQUISAS BIOMÉDICAS”, em Helsinki, com nova revisão em Tóquio, no ano de 1975. E, para mantê-la sempre atualizada à luz de novas conquistas científicas, ficou deliberado que outras modificações poderiam vir a ser feitas, sempre que necessário. ✓ Dentro desses princípios, define-se essencialmente que a pesquisa biomédica somente será aceita como tal, se for verdadeiramente “Pesquisa”, ao invés de experimentações irrelevantes apenas para aumento curricular de seus autores. Será exigida uma correta avaliação da relação danos/benefícios e o consentimento prévio dos pacientes será indispensável para o início e continuidade de trabalhos experimentais. ✓ Ainda que esse seja um ponto bastante controverso em determinados casos, onde uma interferência psicológica por parte do paciente poderá alterar substancialmente os resultados de uma pesquisa. ✓ Assim, caberá aos pesquisadores buscarem alternativas que atendam as necessidades técnicas da pesquisa, sem, contudo, violentar os direitos básicos do Ser Humano. ✓ De qualquer forma, toda a relação entre pesquisadores e pacientes deverá necessariamente ter um caráter de “cumplicidade”, ao invés de furtividade oportunista. Para isso, os profissionais deverão estabelecer uma comunicação inteiramente compreensível ao paciente, ao invés da costumeira utilização de um linguajar técnico, manipuladoramente hermético aos não iniciados, tais como o “mediquês”, o “psicologuês”, o “economês”, etc., somente Com tudo isso, busca-se uma “Moralidade dos atos humanos” que o Catecismo Universal da Igreja Católica, publicado em 1993, explicita muito bem no primeiro capítulo de sua terceira parte, ao indicar que essa Moralidade depende: ✓ 3) Mas, não só o Ser Humano deverá ser protegido pelas normas da Bioética, mas todas as formas de vida existentes na natureza. ✓ Afinal, o Homem depende vitalmente de todas elas. Entre os temas mais polêmicos está a chamada “Vivissecção”, que é o estudo em animais, ditos irracionais, vivos. ✓ Em 1978 a UNESCO firmou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, que entre outras coisas termina dizendo: “Todo ato que acarretea morte de um animal, sem necessidade, é biocídio, isto é, delito contra a vida”. E prossegue: “Todo ato que acarrete a morte de grande número de animais selvagens é genocídio, isto é, delito contra a espécie. “Moralidade dos atos humanos” que o Catecismo Universal da Igreja Católica, publicado em 1993 Do OBJETO ESCOLHIDO - Ou seja, o bem para o qual se dirige deliberadamente a vontade. 2) Da INTENÇÃO com que se busca o objeto. Mas tendo sempre presente que “o fim não justifica os meios”. Uma intenção má pode tornar mau um objeto bom. 3) Das CIRCUNSTÂNCIAS DA AÇÃO - Que podem aumentar ou diminuir a gravidade do ato e a responsabilidade do agente. Mas não revertem totalmente a qualidade moral de uma ação. E acrescenta: “O ato moralmente bom supõe a bondade do objeto, da intenção e das circunstâncias. Não se pode fazer um mal para que dele resulte um bem”. a) Faça ao próximo, o que gostarias que ele te fizesse. b) A caridade respeita o próximo e sua consciência. Este é o sentido de se estudar ética, começando pela sua história e vivendo-a na sua realidade de hoje. REFERÊNCIAS ADOLFO, Sánchez Vásquez. Ética.In: Doutrinas éticas fundamentais. Tradução Joao Dell`Anna. 29 ed. Rio de janeiro, 2007 BRUNO TORQUATO DE OLIVEIRA NAVES; ÈMILIEN VILAS BOAS REIS. Bioética Ambiental. 2016. LÉVINAS, Emmanuel. De Deus que vem à ideia. Petrópolis: Vozes, 2002a. _____ Descobrindo a Existência com Husserl e Heidegger. Lisboa: Instituto Piaget, 1997. (Pensamento e Filosofia). _____ Ética e Infinito. Lisboa: Edições 70, 1988a. 116 p. – (Coleção Biblioteca de Filosofia Contemporânea). _____ Humanismo do Outro homem. Petrópolis, RJ: Vozes, 1993. 131 p. Totalidade e Infinito. Lisboa: Edições 70, 1988. 287 p. – (Coleção Biblioteca de Filosofia Contemporânea NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 12. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. REGINA RIBEIRO PARIZI CARVALHO; CAROLINE FILLA ROSANELI. Bioética e Saúde Pública . EDITORA CRV. 2016. VALQUÍRIA ELITA RENK; PATRÍCIA MARIA FORTE RAULI (ORGS.). Bioética e Educação. Volume 2. 2016.