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FACULDADE METODISTA CENTENÁRIO 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RUTIELE RIBAS PERANZONI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA MARIA 
2022 
‘ 
RUTIELE RIBAS PERANZONI
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso, 
apresentado ao Curso de Direito da Faculdade 
Metodista Centenário - FMC, como requisito parcial 
para obtenção do grau de bacharel em direito. 
 
Orientador(a): Profa. Ma. Isadora Forgiarini Balem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA MARIA 
2022
‘ 
RUTIELE RIBAS PERANZONI
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
VIOLÊNCIA INSTUCIONAL CONTRA MULHERES VITÍMAS DE CRIMES SEXUAIS NO 
BRASIL: UM ESTUDO SOBRE A (IN)EFICÁCIA DA LEI MARIANA FERRER PARA A 
MINIMIZAÇÃO DA REVITIMIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do grau de 
Bacharel no Curso de Direito da Faculdade Metodista Centenário 
 
 
 
 
Santa Maria, 05 de dezembro de 2022. 
 
 
 
Profª. Ma. Patrícia dos Reis 
 Coordenadora do Curso 
 
 
 
 
Apresentada à banca examinadora integrada pelos professores (as) 
 
 
 
 
 
 Profª Ma. Isadora Forgiarini Balem Prof. Ms. Banca Examinadora 
 Faculdade Metodista Centenário Faculdade Metodista Centenário 
SUMÁRIO 
 
3 
 
 
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 6 
2 TEMA ....................................................................................................................... 7 
3 DELIMITAÇÃO DO TEMA ....................................................................................... 7 
4 PROBLEMA ............................................................................................................ 7 
5 OBJETIVOS ............................................................................................................ 8 
5.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 8 
5.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 8 
6 JUSTIFICATIVAS..................................................................................................... 8 
7 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 10 
7.1 O PATRIARCADO E A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA AS MULHERES ........... 10 
7.2 VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL ............................................................................... 13 
7.3 O CASO MARIANA FERRER COMO PARADIGMA DA VIOLÊNCIA 
INSTITUCIONAL CONTRA MULHERES E AS MODIFICAÇÕES TRAZIDAS LEI Nº 
14.245/2021 ................................................................................................................. 18 
8 CRONOGRAMA .................................................................................................... 22 
9 SUMÁRIO PROVISÓRIO ...................................................................................... 24 
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 24 
 
6 
 
1 APRESENTAÇÃO 
 
O presente projeto tem como tema, a violência institucional praticada contra 
mulheres vítimas de crimes sexuais, visando estudar em que medida a recente Lei 
Mariana Ferrer tem efetividade para diminuir a revitimização. No Brasil, os dados 
relacionados a crimes contra a dignidade sexual mostram que uma mulher é 
violentada a cada 10 minutos (FBSP, 2022, p.186), mas ainda, estima-se que o 
número de vítimas é ainda maior, pois a subnotificação deste tipo de crime é de 90% 
(ATLAS DA VIOLÊNCIA - IPEA/FBSP, 2018, p. 57). Todos os dias mulheres tem seus 
corpos e sua dignidade violadas no país, e a subnotificação deste tipo de crime é 
elevada, o questionamento que se cria é porque um crime com tantas consequências 
para a vítima e tanto repudio pela sociedade, não é notificado? 
Este trabalho irá se debruçar sobre o silêncio destas mulheres, a fim de 
estudar a possível revitimização causada pela violência institucional como fator de 
impacto na subnotificação dos crimes sexuais. Estudando situações em que muitas 
vezes pessoas despreparadas atendem as vítimas, fazendo uso de perguntas 
desnecessárias, humilhantes e desrespeitosas a elas. Uma mulher já fragilizada pela 
violência que sofreu, acaba enfrentando mais violência por parte do judiciário, que 
deveria acolher e proteger ela. 
O primeiro capítulo abordará a história da violência sexual contra as mulheres, 
analisando-se as leis que abordavam esta temática anteriormente, bem como, a forma 
que o patriarcado reflete até hoje a maneira como a mulher é tratada pela sociedade 
e pelo próprio estado na apuração de crimes cometidos contra a sua dignidade sexual 
No segundo capítulo discorrer-se-á acerca da violência institucional, como, 
onde e porque ocorre e quais os possíveis reflexos na vida das vítimas. Por fim, no 
terceiro capítulo, será abordado o caso de Mariana Ferrer como paradigma de 
violência institucional e motivo pelo qual foi criada a lei 14.245/2021, buscando avaliar 
a efetividade da recente lei na prática. O método de abordagem utilizado, será o 
dedutivo, partindo de um conceito amplo para um nicho específico, de um 
conglomerado de informações chegando a uma resposta, alinhado a linha de 
Pesquisa Novos Direitos na Sociedade Globalizada do curso de Direito da Faculdade 
Metodista Centenário – FMC, pois a pesquisa tem como objetivo estudar a in(eficácia) 
de novos direitos para as mulheres vítimas de violência sexual. 
 
7 
 
 
2 TEMA 
 
A violência institucional contra mulheres vítimas de crimes sexuais. 
 
3 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
A violência institucional contra mulheres: um estudo sobre a (in)eficácia da Lei 
Mariana Ferrer nos casos de mulheres vítimas de crimes sexuais entre os anos 2020 
e 2022 em Santa Maria. 
 
4 PROBLEMA 
 
No Brasil, o índice de subnotificação dos crimes de violência sexual contra 
mulheres é bastante expressivo, pois se estima que a grande parte desse tipo de crime 
– cerca de 90% – não chegue ao conhecimento das autoridades 
Mas porque um crime tão grave - que não é apenas um desrespeito aos 
corpos, mas fere também a autoestima e saúde emocional das vítimas - cujas 
repercussões são tão profundas na vida de mulheres, não é denunciado? 
Porque muitas vezes essas mulheres, já vulneráveis em razão do crime 
sofrido, sofrem violência institucional quando da denúncia ou no curso do processo. 
Tal tipo de violência ocorre quando o agente público submete uma vítima de um crime 
a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos o que leva a reviver, sem 
necessidade, o trauma causado pela situação de violência (CNMP, 2022). Crimes de 
natureza sexual ainda possuem especificidades, a exemplo do questionamento do 
comportamento da vítima, sua vestimenta, maquiagem, local e horário em que o crime 
ocorreu em um nítido movimento de análise da moral sexual da vítima e possível 
contribuição no crime sofrido. 
Um dos casos recentes mais emblemáticos de violência institucional foi o 
julgamento de André Aranha, acusado de estupro de vulnerável por Mariana Ferrer, 
eis que a vítima foi humilhada e teve sua moral sexual colocada em dúvida durante 
audiência. A partir da repercussão da mídia em torno do caso, em 22 de novembro de 
2021 foi sancionada a Lei 14.245, que ganhou o nome de Mariana Ferrer e introduziu 
artigos no código de processo penal. 
Portanto, este trabalho visa investigar em que medida a Lei Mariana Ferrer 
8 
 
tem efetividade para minimizar a violência institucional praticada contra mulheres 
vítimas de violência sexual? 
 
5 OBJETIVOS 
 
Verificar, a eficácia da Lei Mariana Ferrer (nº 14.245/2021) na minimização da 
violência institucionalcontra mulheres vítimas de violência sexual em Santa Maria. 
 
5.1 Objetivo geral 
 
Investigar, a violência institucional contra mulheres vítimas de violência sexual 
do Brasil, suas consequências e como ocorre, bem como eficácia da Lei Mariana 
Ferrer para a minimização da violência institucional. 
 
5.2 Objetivos específicos 
 
• Investigar o contexto dos crimes sexuais contra as mulheres na história do 
Brasil e como a dupla moral sexual estabelecida pelo patriarcado traz 
consequências atualmente; 
• Analisar a violência institucional, o que significa e quais as consequências 
para as vítimas; 
• Estudar o caso Mariana Ferrer como paradigma da violência institucional 
contra mulheres vítimas de violência sexual no Brasil; 
• Analisar os impactos da lei nº 14.245/2021 em relação ao tema; 
• Verificar em que medida a nova lei contribui para a diminuição da violência 
institucional em Santa Maria. 
 
6 JUSTIFICATIVAS 
 
No Brasil, no ano de 2021 foram registradas 66.020 ocorrências de violência 
sexual contra mulheres, conforme dados do 16º Anuário Brasileiro de Segurança 
Pública o que significa que a cada dez minutos uma mulher é estuprada, segundo 
dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2021. 
Contudo, há grandes chances de que essa estatística seja bastante superior, 
eis que estima-se que 90% das vítimas não denunciam crimes de natureza sexual 
9 
 
(IPEA/FBSP, 2018, p. 57). 
Desse modo, é pertinente questionar o motivo pelo qual um percentual tão 
expressivo de vítimas não denuncia esse crime, podendo-se estimar o receio das 
vítimas de sofrer a revitimização, seja por dúvida à sua palavra, insinuação à sua 
vestimenta, local onde estava ou moral sexual, dentre outras. 
A violência institucional está presente em diversos âmbitos do poder público. 
Na Delegacia, onde se dá o primeiro contato da vítima com as autoridades, a equipe 
que devia acolher a vítima muitas vezes a submete a interrogatórios desnecessários 
e desfaz do sofrimento da mesma. Já no processo penal, a vítima deve recontar 
diversas vezes todo o seu trauma, muitas delas em frente a homens totalmente 
desconhecidos e outras até mesmo diante do seu agressor e dos respectivos 
advogados que, como visto no caso de Mariana Ferrer, buscam de todas as maneiras 
atribuir a culpa a vítima e desestabilizar uma mulher que já se encontra vulnerável. 
As consequências do trauma causado pela violência sexual são revividas e 
acentuadas com a prática da violência institucional, trazendo consequências físicas e 
psíquicas as mulheres vítimas. Por isso a relevância do presente estudo consiste em 
entender as dinâmicas do sistema de justiça que impedem que mais mulheres possam 
denunciar seus agressores é crucial no combate à violência sexual. 
O assunto proposto é atual, pois o caso da vítima Mariana Ferrer teve grande 
repercussão no ano 2020, gerando discussões sobre a violência institucional, a qual 
muitas vezes ocorre nos bastidores do sistema de justiça. No julgamento de André 
Aranha, a audiência foi realizada por videoconferência e gravada em razão da 
pandemia, o que possibilitou o conhecimento pela sociedade das constantes 
humilhações de Mariana pelo advogado do réu. Durante mais de uma hora, o 
procurador do acusado atribuiu a culpa do crime a vítima e analisou fotos dela 
anteriores ao caso, em uma tentativa de insinuar que se tratava de uma oportunista 
cuja reputação era duvidável e os interesses, escusos. 
A todo tempo Mariana clamava por respeito e, mesmo diante de toda a 
humilhação da vítima, juiz e o promotor se mantiveram omissos durante a audiência. 
Frente a grande repercussão e indignação despertada pelo caso, deu-se origem a Lei 
14.245/2021, a qual prevê sanções aos agentes públicos que causarem sofrimento 
desnecessário as vítimas de crimes sexuais. 
Em razão deste contexto, se faz pertinente o estudo da Lei Mariana Ferrer, 
para que se saiba, em que medida traz (in)eficácia para a minimização dos efeitos da 
10 
 
violência institucional no âmbito de Santa Maria, entre os anos de 2020 e 2022. 
 
7 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
7.1 O PATRIARCADO E A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA AS MULHERES 
 
Para adentrar ao tema, faz-se necessário voltar o olhar para o passado, em 
que a divisão de espaços por questões de gênero se constata desde à época dos 
gregos, onde na polis era determinado que as mulheres pertenciam ao ambiente 
doméstico, enquanto os homens deviam ter participação na política 
(CARNAUBA,2022, P.40). 
No passado, a mulher foi tratada como propriedade do homem, o domínio do 
homem sobre a mulher intitula-se patriarcado, combinação de duas palavras gregas: 
pater (pai) e arkhe (origem ou comando), traduzindo-se como autoridade do homem. 
O patriarcado discrimina a mulher com base no gênero, tratando-a como 
sujeito passivo, inferior, destinado a reprodução, afazeres domésticos, criação dos 
filhos, enquanto o homem é visto como um sujeito ativo, de papel determinante, o qual 
deve ser o “provedor”, o qual teria por “direito” tratar a mulher com violência, seja essa 
física, psicológica, financeira ou sexual (CNMP,2018, S/p). 
Para a autora Vera Regina Pereira de Andrade (2009), para que se 
compreenda como a estrutura do patriarcado está enraizada em nossa sociedade, é 
necessário fazer a divisão em duas esferas: pública e privada, onde a esfera pública 
trata do ambiente de trabalho e a esfera privada da casa: 
 
A esfera pública, configurada como a esfera da produção material, 
centralizando as relações de propriedade, o trabalho produtivo (e a moral do 
trabalho), tem seu protagonismo reservado ao homem enquanto sujeito 
produtivo, mas não qualquer homem. A estereotipia correspondente para o 
desempenho deste papel (trabalhador de rua) é simbolizada no homem 
racional/ativo/forte/potente/guerreiro/viril/público/possuidor. A esfera privada, 
configurada, a sua vez, como a esfera da reprodução natural, e aparecendo 
como o lugar das relações familiares (casamento, sexualidade reprodutora, 
filiação e trabalho doméstico), tem seu protagonismo reservado à mulher, por 
meio do aprisionamento de sua sexualidade na função reprodutora e de seu 
trabalho no cuidado do lar e dos filhos. É precisamente este o eixo da 
dominação patriarcal. Os atributos necessários ao desempenho deste papel 
subordinado ou inferiorizado de esposa, mãe e trabalhadora do lar 
(doméstico), são exatamente bipolares em relação ao seu outro. A mulher é, 
então, construída femininamente como uma criatura 
emocional/subjetiva/passiva/frágil/impotente/pacífica/recatada/doméstica/po
ssuída (DE ANDRADE, 2009 - Pag. 63). 
 
11 
 
Como consequência da estrutura patriarcal, a mulher teve sua sexualidade 
reprimida e controlada, sendo obrigada a ser manter “casta” (virgem), até o 
casamento, a moral sexual que se instituiu sobre a mulher perfaz até hoje, quando 
ainda ouvimos que “existe mulher para casar e mulher para uma noite”, entretanto, 
essa “moral sexual” não se equivale para o homem, o qual deveria ter relações sexuais 
desde muito jovem, sendo atribuído ao papel de “conquistador”. 
Essa dupla moral sexual não ocorre apenas nos costumes ou no senso 
comum da sociedade, atingindo diversas esferas, a exemplo da religião e do próprio 
direito. Desta forma, a mesma conduta era punida de forma diferente a depender se 
o sujeito ativo fosse homem ou mulher. A título de exemplo, na época do Brasil Colônia 
a legislação portuguesa permitia que o marido pudesse matar a esposa e o amante, 
caso os flagrasse cometendo adultério. O revés, no entanto, não é verdade, eis que o 
homem que cometesse adultério era atribuído uma pena ínfima de ficar com uma má 
fama perante a sociedade e ouvir ofensas dos adversários políticos, isso porque não 
era tipificado nenhum tipo de pena no Código Criminal dá época, apenas era uma 
prática rejeitada pela sociedade, quando cometida por homens (SIQUEIRA, 2020, 
P.1280) Essa legislação perdurou até1830, quando foi substituída pela criação do 
primeiro Código Penal Brasileiro (RIBEIRO; PEREIRA; LIMA, 2022). 
Ainda, se tratando de legislações brasileiras que objetificavam as mulheres, 
está o instituto da “Legitima Defesa da Honra”. A honra era tratada como algo 
soberano, que excluía a ilicitude até mesmo no caso de assassinato. A honra do 
homem abrangia também o comportamento que a mulher deveria ter, isso significa 
que um pai teria sua honra perante a sociedade atingida se a filha fosse “deflorada”. 
Assim como o marido que se a esposa fosse infiel, teria direito a “lavar” a honra, 
matando tanto a esposa quanto o amante. (RAMOS, 2012, P.6) 
Ocorre que a diferenciação de condutas sexuais não se dava apenas entre 
homens e mulheres, criando hierarquias de valor inclusive entre as próprias mulheres, 
de acordo com a sua “pureza”. A partir de tal classificação, emerge o conceito de 
“mulher honesta” aquela que tinha sua virgindade e sua honra sexual preservada, a 
que era digna do respeito da sociedade e a parceira ideal para um casamento. Em 
contrapartida, aquelas que tivessem – de alguma forma – explorado sua sexualidade 
anteriormente ao casamento perdiam a legitimidade de ter sua dignidade sexual 
tutelada pelo Estado. 
De fato, com o advento do Código Penal de 1890, os crimes sexuais eram 
12 
 
tratados de maneira subjetiva e excluíam “certas” mulheres, o título que tratava destes 
crimes era “crimes contra a honra e segurança das famílias”. No artigo 268 do Código 
de 1890 estava tipificado “manter conjunção carnal com mulher honesta, mediante 
fraude” (PENA: 1 a 6 anos de prisão), estuprar uma mulher “honesta” acarretava uma 
pena maior, que se o crime fosse cometido contra uma mulher “da vida” (6 meses a 2 
anos de prisão). (PICON, 2019, S.p) 
Além disso, no Brasil, no código subsequente, de 1940, os crimes contra a 
dignidade sexual eram tipificados no sistema penal como “crimes contra os costumes”, 
onde a mulher “da vida” foi totalmente excluída da proteção penal, pois na lei estava 
tipificado que somente seria punido os crimes praticados contra a mulher “honesta”, 
com a pena de 1 a 3 anos de prisão, a preocupação da época não era tipificar o crime 
de estupro, e sim configurar quem era uma mulher passível de proteção. (MORAES; 
GUIMARÃES; SILVA E MARCHESANI, 2007, P.80) 
A forma como estes crimes eram tratados, reflete na construção da imagem 
da mulher em uma sociedade patriarcal, há expressão que dava o título aos crimes 
sexuais é proveniente das antigas escrituras, que se sancionava na “moral” e na 
“decência”, onde a liberdade sexual da mulher sempre foi alvo de repressão. 
(MORAES; GUIMARÃES; SILVA E MARCHESANI, 2007, P.85) 
Ademais, também é importante relembrar que a mulher virgem tinha um 
tratamento diferenciado no Código Penal de 1940, era crime seduzir uma mulher 
virgem, e tinha uma pena maior que o crime de estupro, com pena de 2 a 4 anos. 
(PICON, 2019, S.p) 
Além disso, “os crimes contra os costumes” só foram revogados em 2005, 
com a lei nº 11.106, o significa que faz apenas 17 anos que os crimes que hoje são 
tipificados como “crimes contra a dignidade sexual” deixaram de proteger apenas as 
mulheres passiveis de aprovação de sua conduta e moral pela sociedade. (PICON, 
2019, S.p) 
Mas apesar do Código Penal atual não excluir mais mulheres que não tem 
“moral”, ou não são “honestas”, o reflexo dessa construção da imagem da mulher 
“correta” perfaz nos ambientes, inclusive no judiciário, onde quem deveria proteger 
acaba causado mais violência as vítimas, eis que seu comportamento continua sendo 
escrutinado com a finalidade de avaliar se – de alguma forma – ela foi responsável 
pelo crime do qual foi vítima. 
Diante a todo o exposto, percebe-se que as raízes da violência contra a 
13 
 
mulher vêm desde antes de existirem legislações, mas que continuaram sendo 
reproduzidas nelas por um longo período, onde a mulher foi sempre tratada como 
inferior, um ser “frágil”, “ingênuo” passível de proteção pelo homem, e incapaz de 
tomar suas próprias decisões e cuja sexualidade era objeto de tutela do Estado, da 
família ou do marido. Porém essa proteção era concedida apenas àquelas elencadas 
como “honestas”, enquadradas totalmente nos padrões de postura, comportamento 
da época. (MORAES; GUIMARÃES; SILVA E MARCHESANI, 2007, P.89) 
Com os movimentos feministas, organizados no Brasil, principalmente a partir 
da década de 70 e 80, diante da indignação das mulheres pelo grande número de 
assassinatos e impunidade pela “legitima defesa da honra”, criaram-se movimentos 
como o “SOS MULHER”, criado em São Paulo, por 30 feministas e depois multiplicado 
por diversos estados com os slogans “O silêncio é cumplice da violência” e “Quem 
ama não mata” (CFEMEA, 2010.) 
Frente a publicidade e repercussão destes e de outros movimentos feministas, 
a legislação pela primeira vez passou a tratar mulheres e homens como iguais, na 
Constituição Federal de 1989, onde no artigo 5º, trata que “todos são iguais perante a 
lei, sem distinção de qualquer natureza”. 
Todavia, ainda que a igualdade formal pareça ter sido atingida, os resquícios 
de uma ideologia patriarcal permeiam a sociedade e, por consequência, o próprio 
sistema de justiça – e seus agentes, fazendo com que o fantasma da “mulher honesta” 
ainda paire sobre as vítimas de violência sexual no Brasil. 
Desta forma, no próximo tópico analisar-se-á a conduta dos agentes públicos 
em relação às mulheres vítimas de violência sexual no Brasil e como a violência sexual 
impacta na revitimização e contribui para a subnotificação de tais crimes. 
 
7.2 VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL 
 
Como visto no capítulo anterior, apesar dos direitos da mulher terem avançado 
durante a história, a violência institucional contra a mulher está presente em diversos 
âmbitos do poder judiciário. E o tratamento ao qual essas vítimas são submetidas 
agrava ainda mais os traumas causados pela própria violência, além de gerar novos, 
como a culpabilização pela agressão sexual sofrida e estigmatização causada pela 
denúncia. Neste capítulo, iremos estudar mais especificamente como, onde e porque 
acontece a violência institucional, analisando também por quem é cometida. 
14 
 
Primeiramente, com o advento da Lei do Minuto Seguinte (BRASIL - lei 
12.845/2013), a vítima de crimes sexuais tem direito ao atendimento de saúde 
imediato e gratuito, visando o controle de agravos físicos e psíquicos decorrentes do 
abuso. Para que possa receber a profilaxia contra infecções sexualmente 
transmissíveis e gravidez e o acolhimento da equipe de saúde (CLAIRE, 2021, S.P), 
não é necessário registrar o boletim de ocorrência antes do atendimento conforme 
exigia-se antes da lei: a palavra da vítima é suficiente. 
Após o atendimento médico - que nem sempre é realizado, eis que apesar de 
a ler prever o encaminhamento ao hospital público, muitos deles não estão preparados 
e diversas vítimas desconhecem essa possibilidade – geralmente o primeiro contato 
da mulher vítima com as autoridades se dá na Delegacia para o registro do Boletim 
de Ocorrência, é neste ambiente onde ocorrem a maioria das violências causadas 
pelos agentes, porque, muitas vezes as escutas feitas com a vítima não são gravadas, 
e são realizadas por uma equipe despreparada, que por vezes não tem conhecimento 
de quais as repercussões desse tipo de crime na vida da vítima, a qual compromete 
inclusive sua capacidade de recontar os fatos com detalhes, eis que obrigada a 
vivenciar novamente o ocorrido. Na delegacia a violência pode ser causada por 
Delegado, Policial Civil, Escrivão e/ou Advogado (NUNES, 2022, S.p). 
A vítima, precisa relatar, em voz alta, para diversos agentes a violência que 
sofreu, em um ambiente que não é acolhedor, nem empático, repetindo a mesma 
história e sendo obrigada a reviver diversas vezes a sua dor. (NASCIMENTO, 2019, 
P.30) 
Nesta fase, a violência se manifestade diversas formas, seja ela por deboche 
a situação da vítima, sua aparência, perguntas sobre o que a vítima fez para o 
agressor violá-la, sua roupa, maquiagem, horário, se bebeu, se ela realmente não 
queria manter a relação sexual, se teria se “insinuando” para o agressor, dentre as 
outras diversas perguntas desnecessárias, humilhantes e repetitivas as quais a vítima 
é submetida. Sendo comum o agente agir de forma que a vítima venha a se sentir 
culpada pela violência que sofreu, e acaba desencorajando esta mulher a seguir com 
a denúncia. (NUNES, 2022, S.p). 
De acordo com os dados coletados pelo Ministério da Mulher, da Família e 
dos Direitos Humanos, – MDH - em 2022 foram registradas 119 denúncias de 
agressões contra mulheres e violações de direitos humanos em delegacias, e destas, 
110, tinham como suspeito, homem, branco, hétero, cisgênero, de idade entre 35 e 
15 
 
44 anos (MDH, 2022, S.p). 
O número de denúncias de violação dos direitos das vítimas cresce a cada 
ano, mas ainda é baixo em relação ao número de casos denúncias de violência sexual. 
No entanto, isso não significa que a violência institucional não ocorra com estas 
mulheres que não denunciam, porque o receio de denunciar uma autoridade é ainda 
maior que o receio de denunciar o agressor, pelo medo de sofrer retaliação, 
perseguição. (NUNES, 2022, S.p). 
A violência institucional contra a mulher é aquela ocasionada, pela ação ou 
omissão, das instituições públicas ou privadas prestadoras de serviços, como 
hospitais, delegacias, poder judiciário, entre outras. Essa espécie de violência é 
realizada por agentes que deveriam prestar atendimento especializado e humanizado, 
de uma forma preventiva e reparadora de danos (CHAI; SANTOS E CHAVES, 2018, 
P.641) 
Se faz importante questionar por que essa violência se repete, segundo a 
pesquisadora Cátia Kim: 
 
o aumento de casos de violência e violações de direitos humanos em 
delegacias de polícia demonstra que a equipe - que deveria acolher as vítimas 
- está despreparada para compreender a complexidade das denúncias, 
principalmente no que tange gênero, classe social e raça. Às vezes, até 
mesmo testemunhas da violência são vítimas, causando medo em 
testemunhar a favor da pessoa agredida. Significa dizer que não há um 
procedimento institucionalizado de preparação, sensibilização, de criação de 
empatia e até mesmo de vínculos com essas pessoas [vítimas]. No caso das 
mulheres que passam por situações de violência, elas chegam às delegacias 
e passam por outros processos de violência” (Cátia Kim, 2022, S.p). 
 
 
A falta de sensibilidade, tato, paciência e empatia que os ambientes de 
Delegacia apresentam causa muitas vezes receio da vítima em procurar ajuda. Surge 
então a importância da criação de delegacias especializadas e do atendimento delas 
em regime de plantão, a fim de que mulheres não fiquem desassistidas quando a 
violência ocorre fora do horário comercial, o que corresponde à maioria dos casos, eis 
que na teoria, este seria um ambiente preparado para as vítimas procurarem auxílio. 
Mas mesmo nestes ambientes também há um despreparo para tratar os casos de 
violência sexual. (NASCIMENTO, 2019, P.30) 
Além das delegacias, a criação de ambientes acolhedores e humanizados 
dentro delas, como a Sala das Margaridas, implementada pela Policia Civil do Rio 
Grande do Sul, que consiste em um ambiente separado de onde são realizadas as 
16 
 
demais ocorrências, e exclusivo ao atendimento ás vítimas de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, essa sala tem como objetivo criar um local que garanta a 
privacidade e o respeito as mulheres e seus filhos durante o relato das situações de 
violência sofridas. No local ainda é possível além de registro de boletim de ocorrência, 
oitivas, a solicitação de medidas protetivas de urgência, os atendimentos são 
realizados por agentes capacitados e sempre que possível do sexo feminino (RS – 
GOV – DNI, 2022, S.P) 
Após colher o depoimento da vítima, o Delegado de polícia instaura um 
inquérito policial, o qual é responsável por investigar o delito, e ao final, relatar o 
resultado da investigação para se for o caso, o Ministério Público convencido da 
materialidade da autoria do crime, para que este ofereça uma denúncia e se 
transforme em um processo criminal. (NASCIMENTO, 2019, P.29) 
Se o Ministério Público acreditar na materialidade do crime, ainda assim 
muitas vezes faz uma investigação preliminar no qual a vítima é ouvida novamente 
antes do oferecimento da denúncia ao Juiz, que pode recebê-la ou rejeitá-la. Recebida 
a denúncia, inicia-se a fase de instrução, onde a vítima é ouvida novamente, bem 
como o réu também é ouvido, e são ouvidas as testemunhas arroladas. 
(NASCIMENTO, 2019, P.43) 
Como os crimes sexuais em sua maioria são cometidos em um ambiente 
fechado, em casa, ou na clandestinidade, geralmente, não se tem testemunhas do 
fato. As testemunhas são arroladas para descrever as partes do processo 
anteriormente ao fato. Aqui entra o estigma que é criado, onde as testemunhas da 
vítima precisam descrever que ela é uma “mulher honesta”, passível de proteção, 
ainda atualmente. Nos crimes sexuais há uma inversão do ônus da prova, de modo 
que a mulher precisa prova que é uma vítima genuína ao invés de se provar a culpa 
do agressor. (NASCIMENTO, 2019, P.12) 
Já na parte contrária, testemunhas do réu o caracterizam como um “homem 
bom”, ou muitas vezes o enquadram na figura estereotipada de “homem doente”, 
“mentalmente perturbado”, “desequilibrado” como se isso de alguma forma justificasse 
tal crime. É nessa fase também que os advogados da defesa – e por vezes juízes e 
promotores – tentam desqualificar a vítima, culpando-a pela agressão sofrida. 
Superada a fase de julgamento, chega-se à sentença, e nesta fase também 
pode ocorrer a incidência de violência institucional. Como visto anteriormente, apesar 
da figura da “mulher honesta” e “recatada”, ter sido retirada do Código Penal com o 
17 
 
Lei nº 11.106/2005, a figura da “mulher honesta” ainda permeia no imaginário do 
Judiciário. 
É chocante como ainda é reproduzido o mesmo padrão nas sentenças, onde 
é analisado a resistência da vítima, como se não houvesse diferentes formas de 
reação a uma violação. Também é analisada a proximidade da vítima com o agressor, 
como se marido, pai, namorado, tio, primo, não pudesse ser um agressor, “Como 
justificativa, se pinta a mulher como louca e vingativa, alguém com o intuito de 
prejudicar o acusado – principalmente quando há um relacionamento anterior entre as 
partes.” (NASCIMENTO, 2019, P.49) 
 
Podemos concluir, dessa forma, que mulher honesta é aquela que se 
comporta segundo os padrões de conduta impostos pela sociedade. Ela deve 
defender sua honra bravamente e, se for sexualmente agredida, deverá 
aparentar ser vítima, comportando-se de maneira emotiva ou apresentando 
marcas físicas da violência, perpetradas por um desconhecido. Somente 
admitidas essas condições, a vítima terá sua credibilidade reconhecida pelo 
juiz (Idem. Ibidem. P. 840). 
 
Diante a todo o exposto neste capítulo, percebe-se a importância da 
capacitação da justiça criminal para o atendimento e acolhimento das mulheres 
vítimas de crimes sexuais. O índice de subnotificação se dá por diversos motivos, mas 
principalmente pelo receio em sofrer o julgamento e a culpa pela própria violência que 
sofreu, a vítima desacreditada e mal assistida acaba optando pelo silêncio como forma 
de proteger sua moral. 
Apesar dos diversos avanços, a lei tenta acompanhar o desenvolvimento da 
sociedade, mas o próprio judiciário está enraizado no sistema patriarcal, e sujeita a 
mulher ao estigma de “honesta” e “casta”. Ainda há um longo caminho a ser trilhado 
para que a vítima tenha respeitado o seu direito à um ambiente seguro, acolhedor e 
empático durante um processo tão difícil, que trata da sua dignidade sexual, do seu 
corpo, da sua dor.A importância de uma equipe especializada para atender uma pessoa que 
está em um momento de dor e fragilidade é urgente, atual e precisa de atenção. Haja 
vista que a consequência desse tipo de crime acompanha a vítima para o resto da 
vida, os traumas psicológicos permanecem, a vítima pode sofrer de: perda de 
memória, dificuldade para lembrar os fatos, Transtorno de Estresse Pós-traumático 
(TEPT), depressão, ansiedade, transtornos alimentares, distúrbios sexuais e de 
humor, distorção da sua própria imagem, outras consequências são dissociação, 
18 
 
abuso de álcool ou drogas e hiper vigilância (SOUZA; DREZETT; MEIRELLES E 
RAMOS, 2013, ONLINE). Quando não são tratados, esses traumas, dificultam a vítima 
a voltar para uma “vida normal”. E isso se acentua ainda mais quando o agressor está 
no ambiente familiar, pois até mesmo a própria família acaba desfazendo e 
desacreditando da palavra da vítima. 
No próximo capítulo abordar-se-á adentrar especificamente no caso de 
Mariana Ferrer, a qual sofreu violência institucional na audiência de julgamento do seu 
agressor, e foi constantemente humilhada em todo o processo, bem como a Lei nº 
14.425/2021, que prevê sanções aos agentes que cometerem violência institucional 
contra vítimas de crimes sexuais. 
 
7.3 O CASO MARIANA FERRER COMO PARADIGMA DA VIOLÊNCIA 
INSTITUCIONAL CONTRA MULHERES E AS MODIFICAÇÕES TRAZIDAS LEI Nº 
14.245/2021 
 
Após o aparato histórico feito no primeiro capítulo e a exposição da violência 
institucional realizada no segundo capítulo, o terceiro capítulo abordará o caso de 
Mariana Ferrer, como foi seu processo de denúncia até o julgamento, bem como a 
repercussão que o caso teve. Além disso, estudar a nova lei que leva seu nome, sobre 
a perspectiva de quais mudanças ela traz acerca da positivação do direito das vítimas 
de crimes sexuais. 
Mariana na época do fato era influenciadora digital e promotora de eventos, 
tirava fotos, divulgava festas na sua rede social, na cidade de Florianópolis, Santa 
Catarina, recebendo contraprestação financeira dos estabelecimentos por esse 
serviço. Em 15 dezembro de 2018, em uma casa noturna, chamada “Café de La 
Musique”, onde ela estava trabalhando como promoter, um homem lhe ofereceu uma 
bebida que estava “batizada”, ou seja, acrescida de alguma substância capaz de 
distorcer a percepção, drogando a vítima, deixando-a incapaz de oferecer resistência. 
Mariana então perde a consciência e após, imagens das câmeras de 
segurança mostram empresário André de Camargo Aranha levando Mariana pela 
mão, visivelmente alterada, para o camarote 403, onde a vítima foi estuprada. Seis 
minutos depois ela desce, e ao retomar brevemente a consciência Mariana sai do 
local, sozinha e procura ajuda (ALVES, 2020, S.P). 
Em Áudios do WhatsApp, ela chora pedindo ajuda, para as amigas, logo após 
19 
 
o crime, Mariana fala: “amiga eu não to bem cara, eu to sozinha aqui, eu to sem 
ninguém para vim aqui, eu não sei nem pra onde eu vou sabe”, “eu tô muito chateada 
com você, eu tô aqui sozinha sem ninguém, eu nem sei o que tô fazendo e você me 
largou aqui, eu só tinha você como amiga e você me largou aqui. Mariana também 
enviou diversas mensagens pedindo ajuda, mas suas amigas haviam saído do local e 
ido para outra festa. Após não encontrar as amigas, ela ligou para a mãe, e chamou 
um Uber, nos 28 minutos do trajeto até sua casa, Mariana estava em contato com a 
mãe, chorando, o motorista do aplicativo afirmou em depoimento da delegacia: “ela 
parecia estar sob efeito de algum entorpecente”. (ALVES, 2020, S.P) 
Ao chegar em casa, a mãe da vítima a levou para o chuveiro, e então percebeu 
que a calcinha e a roupa de Mariana estava ensanguentada e apresentava sinais e 
odor de esperma. (ALVES, 2020, S.P) 
Mariana então se socorreu do poder judiciário buscando por justiça contra o 
seu agressor. O inquérito policial foi instaurado, e o crime imputado foi o de Estupro 
de Vulnerável – artigo 217- A – do Código Penal Brasileiro, pois foi constatado que a 
vítima teve um lapso de memória, não lembrando o que aconteceu no camarote e não 
pode oferecer resistência, visto que estava sob a influência da substância colocada 
em sua bebida (ALVES, 2020, S.P). 
Exames periciais foram feitos constatando que a vítima era virgem até a data 
do fato, bem como tinha material genético do réu em sua calcinha. As imagens das 
câmeras demonstram que era André Aranha que estava com ela. 
Apesar de casos de crimes sexuais correrem em segredo de justiça, a própria 
Mariana fez a divulgação do crime cometido contra si, pois ela queria respostas e 
justiça, e o processo estava demorando muito pela influência e poder do réu que é 
empresário do ramo esportivo, e atua no marketing futebolístico. (ELUF, 2021, S.P) 
A instrução do processo, ocorrida no dia 20 e 27 de julho de 2020, se torna 
uma verdadeira tortura psicológica para Mariana, eis que constantemente atacada e 
humilhada. O advogado de defesa do réu o tempo todo alegava que Mariana era 
oportunista, que queria apenas levar fama e dinheiro com seu “teatro”, pois ela vivia 
disso. Trouxe ao processo fotos anteriores ao caso, dizendo que ela tirava fotos em 
“posição ginecológica” e mantinha a “historinha de virgem”. Mariana chorava e 
clamava por respeito na audiência se socorrendo do Juiz e pedindo que aquela 
humilhação parasse, mas o juiz se manteve omisso, em nenhum momento advertindo 
o advogado que sua postura era inadequada. (SILVA; SIQUEIRA, 2021, P.17) 
20 
 
Apesar de casos como este em que advogados submetem a vítima a 
humilhação e descaso sejam comuns, na maioria das vezes são conhecidos apenas 
pelas partes do processo. O caso de Mariana só veio à tona pois ocorreu durante a 
pandemia, onde as audiências foram virtuais e gravadas. De fato, publicizando o 
ocorrido, no dia 3 de novembro de 2020 o site “The Intercept” divulgou trechos da 
audiência mostrando a violência que Mariana sofreu. (SILVA; SIQUEIRA, 2021, P.17) 
E até mesmo o promotor do caso, Tiago Carriço de Oliveira, que deveria 
prezar pela justiça por Mariana, “ajudou” o réu, pois em sua tese de acusação, utilizou-
se do termo “estupro sem intenção”, porque o réu, segundo ele, não poderia prever 
que a vítima não estava em condições que anuir com o ato. Surge então o termo 
“estupro o culposo”, o qual não existe no ordenamento jurídico. (ALVES, 2020, S.P) 
O caso revelou ao mundo, o submundo do processo penal de apuração de 
casos de violência sexual, onde a vítima que clama por ajuda e busca por justiça, é 
humilhada e sendo vítima de tortura psicológica além disso, é culpada pela própria 
violência que sofreu. (SILVA; SIQUEIRA, 2021, P.17) 
O caso tomou uma grande repercussão e comoção nacional, o que ensejou o 
projeto de lei nº 5096, de 2020, de autoria de Lídice da Mata, dispondo de alteração 
na lei 3.689 (Código Penal Brasileiro), a fim de garantir um tratamento digno para as 
vítimas na audiência de instrução e no julgamento de crimes contra a dignidade 
sexual. (SILVA; SIQUEIRA, 2021, P.18). 
É criada então a Lei nº 14.245/2021, que leva o nome de Mariana Ferrer, como 
forma de demonstrar que o que aconteceu com ela não deve ser repetir mais. Em 
tese, a lei prevê punição para atos praticados contra a dignidade das vítimas de 
violência sexual e das testemunhas do processo durante o julgamento, e traz causa 
de aumento de pena no crime de coação no curso do processo. Conforme a redação 
do artigo 400-A do Código Penal Brasileiro: 
 
Art. 400-A. Na audiência de instrução e julgamento, e, em especial, nas que 
apurem crimes contra a dignidade sexual, todas as partes e demais sujeitos 
processuais presentes no ato deverão zelar pela integridade física e 
psicológica da vítima, sob pena de responsabilização civil, penal e 
administrativa, cabendo ao juiz garantir o cumprimento do disposto neste 
artigo, vedadas: 
I – a manifestação sobre circunstâncias ou elementos alheios aosfatos objeto 
de apuração nos autos; 
II – a utilização de linguagem, de informações ou de material que ofendam a 
dignidade da vítima ou de testemunhas (BRASIL, 2021). 
 
21 
 
A nova lei traz proteção a dignidade das vítimas de crimes sexuais no decurso 
do processo de apuração do crime que sofreram, prezando pela integridade física e 
psicológica da vítima, tentando de algum modo minimizar a revitimização, e 
responsabilizando o juiz para que seja cumprido o que está descrito na norma. 
A recente lei é um marco positivo da luta das mulheres por direitos e por 
respeito na história. Nunca tivemos tantos dispositivos de proteção as mulheres como 
se tem hoje, mas a igualdade, e a segurança para todas ainda está longe de ser 
alcançada. Ainda nos deparamos com muitas “Marianas”, que ao tentarem buscar 
justiça, mas encontram desrespeito. 
De todo modo, leis como a de Mariana Ferrer, Maria da Penha, Carolina 
Dieckmann e Joana Maranhão - que levam o nome de mulheres que atraíram, de 
alguma forma, a atenção do judiciário para seus enfrentamentos - buscam a igualdade 
em uma sociedade machista. A lei serve de algum modo para que as vítimas não 
sintam o receio de denunciar, e sim, se sintam segurar que são acolhidas e 
respeitadas pelo judiciário ao buscarem justiça. (ALBECHE, 2021, S.P) 
Percebe-se que a luta pelos direitos inerentes a proteção da mulher ainda 
continua, enquanto perdurarem situações como a de Mariana, e de tantas mulheres 
que sofrem inúmeros tipos de violência ao longo de suas vidas. 
Deste modo, a partir da constatação de como a lei deve proteger a vítima na 
teoria, a próxima etapa da pesquisa, buscará estudar na prática como efetivamente a 
lei 14.245/2021 protege as vítimas e testemunhas no curso do processo, bem como 
visará estudar e compreender de que maneira o judiciário está ou não preparado para 
lidar com situações de vítimas de crimes contra a dignidade sexual. 
 
8 - METODOLOGIA 
 
O presente trabalho de pesquisa acadêmica enquadra-se na linha de 
Pesquisa Novos Direitos na Sociedade Globalizada do curso de Direito da Faculdade 
Metodista Centenário – FMC, uma vez que, objetiva estudar a in(eficácia) de novos 
direitos para as mulheres vítimas de violência sexual. 
 
8.1. MÉTODO DE ABORDAGEM 
 
Para a realização a presente pesquisa foi utilizado o método de abordagem 
dedutivo, partindo de um conceito amplo para um nicho específico, de um 
24 
 
9 SUMÁRIO PROVISÓRIO 
 
INTRODUÇÃO 
1. O PATRIARCADO E A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA AS MULHERES 
2. VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL 
3. O CASO MARIANA FERRER COMO PARADIGMA DA VIOLÊNCIA 
INSTITUCIONAL CONTRA MULHERES E OS IMPACTOS DA LEI Nº 14.245/2021 
CONCLUSÃO 
REFERÊNCIAS 
 
REFERÊNCIAS 
 
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25 
 
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