Buscar

Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed-561

Prévia do material em texto

562 Elvino Barros, Helena M. T. Barros & Cols. 
mg/kg/ dia e em menos de 1 o/o naqueles 
que usam dose de 15 mg/ dia. Esse efeito 
adverso, embora muito raro em crianças, 
pode ser de difícil diagnóstico pela impos-
sibilidade de a criança relatar o distúrbio 
visual, principalmente aquelas com menos 
de cinco anos. O dano visual é geralmente 
reversível após a suspensão do fármaco. 
Reações adversas menos frequentes in-
cluem febre, erupções cutâneas, prurido, 
sintomas gastrintestinais, cefaleia, tontu-
ra, confusão mental, desorientação, alu-
cinações, artralgias e hiperuricemia, estas 
últimas em consequência da diminuição 
da excreção renal de ácido úrico. 
Interações. A hiperuricemia causada pelo 
etambutol pode ser incrementada pelo 
uso associado à isoniazida e à pirazina-
mida. 
Gestação e lactação. Na prática clínica 
tem-se mostrado um fármaco seguro para 
uso na gestação. 
Etionamida (Et) 
Nome comercial. Não é comercializada, 
estando disponível somente nas unidades 
sanitárias dos serviços de saúde pública. 
Apresentação. Cpr de 250 mg. 
Mecanismo de ação. Atua sobre bacilos 
intra e extracelulares, nos quais exerce 
ação bacteriostática nas concentrações de 
0,6-2,5 µg/mL. , 
Espectro. E ativa contra o Mycobacterium 
tuberculosis. Tem pouca ação sobre as mi-
cobactérias atípicas. 
Uso nas micobacterioses. No esquema SE-
EtZ (esquema III), ainda em uso no Brasil 
no retratamento da tuberculose, associa-
da à estreptomicina, ao etambutol e à pi-
razinamida. Na nova proposta do PNCT/ 
MS esse fár1naco ficará reservado para as 
falências dos esquemas RHMZ e SLTEZ, 
em associação a outros fár1nacos que serão 
disponibilizados, como capreomicina, ca-
namicina e ácido paraminossalicílico. 
Contraindicação. IH grave. 
Posologia. Usar 15-20 mg/kg/dia (máx. 
de 1 g/ dia). Pode ser necessário adminis-
trá-la em 2x. 
Parâmetros farmacocinéticos. 
• Absorção: é bem absorvida por VO. 
• Pico sérico: 20 µg/mL, 3 h após dose de 
lg porVO. 
• Distribuição: difunde-se bem para to-
dos os tecidos e líquidos, inclusive para 
o líquido cerebrospinal. Atravessa a 
barreira placentária. 
• Eliminação: sofre metabolização hepá-
tica. Menos de 1 % é excretado na for-
ma inalterada pela urina. 
Modo de administração. VO, com alimen-. . . . . - , . 
tos para m1n1m1zar a irr1taçao gastr1ca. 
Ajuste para função hepática e renal. Uso 
contraindicado na IH grave. Administrar 
250-500 mg por dose, diariamente, em 
pacientes com DCE < 30 mL/min ou em 
hemodiálise. 
Efeitos adversos. Cerca da metade dos 
pacientes pode apresentar intolerância 
digestiva, manifestada por anorexia, náu-
seas, vômitos, sialorreia, dor abdominal, 
diarreia e gosto metálico na boca. Ocor-
rem, ainda, alterações das provas de fun-
ção hepática e hepatotoxicidade. Menos 
frequentemente, pode haver hipotensão 
postural, astenia, distúrbios olfatórios e 
visuais, parestesias, depressão, sonolên-
cia, erupções cutâneas, cefaleia, tremores, 
estomatite, acne, ginecomastia, alopecia e , 
impotência. E recomendado o uso conco-
mitante de piridoxina nos pacientes trata-
dos com etionamida. 
Interações. Inibe a acetilação da isoniazi-
da in vitro. 
Gestação e lactação. Não se recomenda o 
uso de etionamida em gestantes, pela pos-
sibilidade de ocorrerem anomalias congê-
nitas no recém-nascido.

Continue navegando