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Trabalho de ciência política (Esfera Pública)


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“Esfera pública na Europa e como tal influencia as grandes revoluções liberais no Século XVIII. E o Século XXI com as redes sociais e disseminação de fake News podendo gerar uma revolução”
	A esfera pública, de acordo com o filósofo Jurgen Habermas, ela representa uma dimensão do social que atua como mediadora entre o Estado e a sociedade, na qual o público se organiza como portador da opinião pública. Mas para que a opinião pública seja formada, tem de existir liberdade de expressão, de reunião e de associação. Por conseguinte, o acesso a tais direitos deve ser garantido a todos os cidadãos. O surgimento da esfera pública ocorreu no final do século XVIII, com a expansão da participação política e a consolidação dos ideais de cidadania. É o resultado da luta da burguesia contra o absolutismo e, no caso da Inglaterra, da luta para o fortalecimento de uma monarquia constitucional, com o objetivo de transformar uma autoridade arbitrária em "autoridade racional", sujeita ao escrutínio dos cidadãos organizados em um corpo público, sob a lei.
	Esse surgimento estava identificado mais obviamente com a demanda por um governo representativo e uma constituição liberal - e amplas liberdades civis básicas perante a lei (liberdades de expressão, de imprensa, de reunião, de associação e de julgamento justo). Segundo a concepção de Habermas, a esfera pública oferece possibilidades de emancipação humana em torno de uma ideia central de racionalidade gerada comunicativamente. A esfera pública é consequência de um processo mais longo e profundo de transformação social, entre o final da Idade Média e a Idade Moderna, com a ascensão do capitalismo. A categoria do "público" é a consequência não desejada das mudanças socioeconômicas que ocorreram de forma gradual, eventualmente precipitadas pelas aspirações de uma burguesia bem-sucedida e cada vez mais consciente.
Segundo o Alemão Habermas, os cidadãos se comportam como corpo público quando se comunicam de maneira irrestrita sobre assuntos de interesse geral. Não se trata de se comportarem como homens de negócios ou profissionais em transações privadas (interesses de classe), tampouco como membros de uma ordem constitucional, sujeitos à coação legal de uma burocracia de Estado (poder do Estado). Numa sociedade de grandes dimensões, esse tipo de comunicação requer meios específicos para transmissão de informações.
Com o surgimento dos jornais na Europa por volta do século XVIII, as pessoas começaram a ler, mas ainda não eram grandes veículos de discussões políticas diretas, tratavam mais de manifestações artísticas (peças de teatro, literatura), publicavam contos, retratavam acontecimentos da vida cotidiana europeia, curiosidades etc. O conteúdo dessas manifestações pode parecer um tanto trivial, contudo, seus editores demandavam de seus leitores uma ampla participação: pedindo que cartas com opiniões sobre todos esses assuntos fossem enviadas, sendo a maioria publicada. Isso estimulava uma cultura de troca de opiniões, um ambiente cultural de debate diversificado e fazia com que os jornais tivessem uma função de fóruns de discussão.
Os acontecimentos políticos só foram ganhar destaques com os eventos efervescentes da Revolução Francesa: pelo menos 250 jornais foram fundados nos últimos seis meses do ano de 1789 na França. O ambiente político tumultuado do fim do século XVIII e da maior parte do século XIX (marcado por guerras, revoluções e movimentos populares de todo tipo) não somente estimulou os jornais a tratar os acontecimentos políticos, mas também uma cultura de panfletos de associações e movimentos sociais dos mais diversos: operários, sufragistas (defensores da ampliação do direito de voto) etc. Todos esses fatores foram fundamentais para emergência do que chamamos de esfera pública. Apesar de seu desenvolvimento ter sido iniciado em ambientes informais (cafés, salões, clubes e associações) em função da censura dos governos monárquicos da época, o período de revoluções (Revolução Inglesa, Revolução Americana, Revolução Francesa e as Revoluções de 1830 e 1848) foi transformando a realidade política mais centralizada, fechada e aristocrática em formas políticas, republicanas e democráticas mais abertas. Assim, houve a ampliação da esfera de debates, opinião e discussão sobre os assuntos políticos, sociais e culturais, formando, portanto, as bases da esfera pública moderna.
Os debates que eram reservados apenas às discussões orais em ambientes informais ampliaram sua circulação por meio de jornais, revistas e periódicos de todos os tipos, podendo ser acessados por um grande público e discutidos nos mais diversos espaços sociais. Essa esfera, abstrata por ser discursiva (independente do meio pela qual se propaga) e se situando no espaço onde discussões e debates ocorrem (formais ou informais), é o que chamamos de esfera pública – sendo que a sua formação teve uma imensa influência e importância para o desenvolvimento das democracias como as conhecemos atualmente. 
Com surgimento da internet e dessas redes sociais, houve uma ampliação de novas tecnologias, que tem gerado efeitos ambíguos e ainda pouco compreendidos em suas implicações diretas com o âmbito da esfera pública. Segundo Castells (2018), a hipotética “ágora virtual”, profetizada por vários utopistas tecnológicos, tem gerado muitos problemas em tempos onde as “notícias falsas” circulam na “velocidade do sinal eletrônico”: gerando problemas de deslegitimação para as mídias tradicionais e nos mecanismos institucionais das democracias estabelecidas. A própria popularização das notícias falsas nos meios digitais tem sido objeto de estudos na área de Comunicação e Jornalismo: seja analisando suas peculiaridades atuais e sua propagação nas redes, seja sob uma perspectiva de que se trata de um fenômeno semelhante a outros já ocorridos anteriormente em momentos de ampliação da esfera pública e de meios de informação alternativos.
Hoje em dia no século XXI, as TVs, internet e as famosas redes sociais conformam o que chamamos de "mídia da esfera pública". Com isso, estar acontecendo uma grande disseminação de notícias falsas, pois a internet também se tornou um lugar onde acontece uma grande repercussão de “fakenews”, e se não tomar os devidos cuidados em buscar se essas notícias são realmente verídicas, pode ocasionar o compartilhamento dessas informações falsas, que costumam ser até 6 vezes mais virais que as verdadeiras, fazendo que mais pessoas sejam alienadas. E isso interfere no mundo todo, inclusive na política, fazendo a população trocar o voto consciente pelo voto manipulado por conta dessas informações erradas, podendo até causar grande “revoluções” sem justa causa por conta dessas manipulações das redes sociais e da internet.