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Aula 04 2 Espécies de Tributos (contribuição de melhoria, empréstimo compulsório)

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1 
 
 
 
AULA 04 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
Cronograma: 
- Espécies de tributos: contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais 
Revisão (aula 3): 
- Espécies de tributos: impostos e taxas (fazer revisão pelo exercício) 
 
c) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 
c.1) Histórico: 
- Alguns autores (Sabbag) mencionam que a primeira remissão expressa à contribuição de melhoria ocorreu 
no século XVII, em 1672, na França quando se resolveu cobrar um tributo relativo à abertura de uma rua na 
cidade de Paris. 
- Outros autores (Ricardo Alexandre) informam que esta espécie de tributo nasceu em Londres, na Inglaterra, 
em 1605, quando na tentativa de revitalizar o Rio Tâmisa tornando-o mais navegável e estimulando a 
economia nas regiões ribeirinhas. 
- No Brasil, a contribuição de melhoria surge pela primeira vez na CF/1934 
 
c.2) A contribuição de melhoria 
- “A contribuição de melhoria é tributo afinado com a ideia de justiça fiscal, subordinando-se ao princípio do 
custo/benefício” (Ricardo Lobo Torres) 
- “A contribuição de melhoria é um “tributo especial”, pois não se confunde nem com imposto, nem com 
taxa” (Rubens Gomes de Souza) 
- Art 1º/DL 195/67: A Contribuição de Melhoria, prevista na Constituição Federal tem como fato gerador o 
acréscimo do valor do imóvel localizado nas áreas beneficiadas direta ou indiretamente por obras públicas. 
- Prevista no art. 145, III, CF e no art. 81 e 82 do CTN 
 
# Por que é diferente de taxa? 
Porque a contribuição de melhoria pressupõe uma obra pública e não um serviço público, dependendo de um 
fator intermediário que é a valorização do bem imóvel. 
 
# Por que é diferente de imposto? 
Porque a contribuição de melhoria depende de atividade estatal específica – obra pública. 
 
- A contribuição de melhoria só pode ser cobrada de imóveis particulares (art. 2º, DL 195) 
- O tributo evita o enriquecimento ilícito do particular, a contribuição de melhoria respalda-se no fundamento 
moral de que se deve indenizar o Estado por essa vantagem econômica especial, ainda que o particular não a 
tenha querido. 
- Toda vez que o poder público realizar uma obra pública que trouxer benefícios traduzíveis em “valorização” 
para os proprietários de bens imóveis particulares, poderá ser instituída a contribuição de melhoria, desde 
que vinculada à exigência da lei, fazendo retornar ao Tesouro público o valor despendido com a realização da 
obra pública, na medida em que desta decorra valorização imobiliária. 
- Via de regra, a cobrança da contribuição de melhoria deve ocorrer após a obra pública e após constatação de 
valorização imobiliária (art. 9º, DL 195/67). Contribuição para custeio de obra pública não foi recepcionada 
pelo art. 145, III, CF. 
 
2 
 
c.3) O fato gerador 
- O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública. 
- É preciso haver relação direta entre a obra e a valorização, ou seja, a valorização imobiliária deve ser em 
decorrência da obra pública permanente. Essa valorização deve ocorrer sobre bens imóveis de propriedade 
privada. 
- A obra tem que ser realizada pelo Poder Público ou por particulares em nome do Estado. 
- A contribuição de melhoria pode ser cobrada quando a obra for decorrente de consórcios públicos (o valor 
deve ser rateado entre os entes na proporção do que investiram) 
- O edital de cobrança pode ser lançado antes da realização das obras). 
- É um tributo vinculado, bilateral, sinalagmático e instantâneo, ocorrendo uma única vez. 
 
c.4) Incidência da contribuição de melhoria 
- Doutrina diverge quanto à taxatividade do art. 2º, DL 195/67: 
- Quanto às obras realizadas pela União, a doutrina se posiciona que o art. 2º do DL 195/67 é taxativo. 
 
DL 195/67, Art 2º: Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização de imóveis de propriedade 
privada, em virtude de qualquer das seguintes obras públicas: 
I - abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais e outros melhoramentos 
de praças e vias públicas; 
II - construção e ampliação de parques, campos de desportos, pontes, túneis e viadutos; 
III - construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido inclusive tôdas as obras e edificações necessárias 
ao funcionamento do sistema; 
IV - serviços e obras de abastecimento de água potável, esgotos, instalações de redes elétricas, telefônicas, 
transportes e comunicações em geral ou de suprimento de gás, funiculares, ascensores e instalações de 
comodidade pública; 
V - proteção contra sêcas, inundações, erosão, ressacas, e de saneamento de drenagem em geral, diques, cais, 
desobstrução de barras, portos e canais, retificação e regularização de cursos d’água e irrigação; 
VI - construção de estradas de ferro e construção, pavimentação e melhoramento de estradas de rodagem; 
VII - construção de aeródromos e aeroportos e seus acessos; 
VIII - aterros e realizações de embelezamento em geral, inclusive desapropriações em desenvolvimento de 
plano de aspecto paisagístico. 
 
# É possível instituir contribuição de melhoria sobre obra de asfaltamento? E sobre obra de pavimentação? 
O primeiro não, o segundo, sim. 
# E se houve uma desvalorização imobiliária? 
Não cabe instituir contribuição de melhoria e sim uma indenização por parte do Estado aos lesados. 
 
c.5) Sujeito passivo 
- É o proprietário do imóvel (art. 121, p.ú, I, CTN) 
 
c.6) Devido Processo Legal para Cobrança 
- (Art. 82, CTN) A cobrança de contribuição de melhoria é ato jurídico complexo: série de atos preparatórios e 
declaratórios, previstos em lei. 
a) Publicação do Edital (art. 5º DL 195/67 e art. 82, CTN) 
b) Impugnação do Edital (art. 6º) 
c) Regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação (art. 82, III, CTN) 
d) Publicação do demonstrativo de custos da obra (art. 4º DL 195/67) 
e) Lançamento de ofício do tributo (art. 9º, DL 195/67) 
f) Escrituração do débito (art. 10, DL 195/67) 
3 
 
g) Abertura de prazo para reclamação do proprietário (art. 10 DL 195/67) 
h) Pagamento (art. 12, DL 195/67) 
 
c.7) Valorização e Desvalorização 
- Ocorrendo desvalorização imobiliária, é possível o ajuizamento de ação com base na Responsabilidade Civil 
do Estado (art. 37, § 6º, CF). Não é temática de D. Tributário. Ex. construção de presídios, unidades de 
internação, etc. 
 
c.8) Base de Cálculo e Limites para cobrança 
- A base de cálculo é o valor do imóvel após a obra (menos) o valor do imóvel antes da obra 
- O limite total: não pode ultrapassar o custo total da obra. 
- O limite individual é a valorização de cada imóvel. 
 
Ex: Custo da obra: R$ 100.000,00 
Imóveis beneficiados: 10 
Valorização de cada imóvel: R$ 6.000,00 
Total valorizado dos imóveis: R$ 60.000,00 
Como o limite individual para cada contribuinte é o valor correspondente à valorização de seu imóvel, a 
contribuição de melhoria será de R$ 6.000,00 para cada. 
 
Relembrando... 
Principal característica dos impostos: não vinculação a uma atividade 
estatal específica 
Principal característica das taxas: vinculação a uma atividade estatal 
específica 
Principal característica da contribuição de melhoria: prevalece a ideia de 
proporcionalidade ao benefício especial recebido, em decorrência da 
obra pública. 
 
d) EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
d.1) Base legal: 
- Previsto no art. 148, CF e 15, CTN: 
- Somente a União pode criar o empréstimo compulsório e somente por meio de LC 
- É um tributo temporário, restituível e instituído por lei complementar e com competência para instituição 
exclusiva da União. 
 
d.2) Hipóteses constitucionais de instituição do tributo: 
- Despesas extraordinárias (absolutamente necessárias após esgotados os fundos públicos, inclusive os de 
contingência) decorrentes de: 
i) Calamidade pública, 
Ex. catástrofes naturais (maremoto, terremoto, incêndios, etc.) 
ii) Guerra externa ou sua iminência. 
Ex: atrelado ao pressuposto fático de guerra declarado por outro Estado e não pelo país, não havendo 
necessidade dedeclaração de guerra. Não abarca convulsões sociais internas. 
iii) Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
4 
 
Antecipação da arrecadação de valores e esse investimento deve compreender todo o território nacional. 
- Em relação às contribuições de melhoria, é possível o bis in idem/bitributação. 
 
# Empréstimo compulsório é receita ou ingresso? 
É ingresso 
 
d.3) Fato gerador 
- Não é a guerra, ou a calamidade pública, nem o investimento público, mas qualquer situação abstrata na lei, 
como capaz de deflagrar a relação jurídico-tributária. 
 
d.4) Aplicação vinculada dos recursos 
- Art. 148, parágrafo único, CTN: a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será 
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
d.5) Devolução do valor do empréstimo 
- O traço marcante do empréstimo compulsório é a restituibilidade. 
- É ingresso de recursos temporários, sendo que o retorno patrimonial ao particular-contribuinte da quantia 
mutuada deve ser feito em dinheiro com todos os acréscimos hábeis a recompor o valor original ofertado (RE 
175.385/CE). 
 
d.6) Exemplos: 
 Empréstimo-Calamidade (DL 2.047/83) incidia sobre a renda, adicional ao IR 
 Empréstimo sobre a aquisição de Veículos e Consumo de Combustíveis (DL 2.088/86). 
d.7) Empréstimo compulsório decorrente de guerra externa x Imposto Extraordinário de Guerra 
 
Imposto Extraordinário de Guerra Empréstimo Compulsório decorrente de Guerra 
Art. 154, II, CF Art. 148, I, CF e Art. 15 CTN 
União União 
Guerra Externa ou Iminência Guerra Externa ou Iminência 
Lei Ordinária Lei Complementar 
Não Restitui Deve ser restituído

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