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GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA GUSTAVO URZÊDA V I TÓR IA 1 Gustavo Urzêda Vitória GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA ASSUNTOS EM GO - Pré-natal de alto e baixo riscos: Avaliação do risco gestacional: • Características individuais e condições socioeconômicas desfavoráveis. • História reprodutiva anterior. • Intercorrências clínicas crônicas. • Doenças obstétricas na gravidez atual. • Fatores de risco: o < 17 anos ou > 35 anos, situação conjugal insegura, baixa escolaridade, ocupação de risco, condições ambientais, < 1,45 m, < 45 kg ou > 75 kg, uso de drogas lícitas e ilícitas. • Histórico gestacional: o Morte perinatal, hemorragia, abortamento, multiparidade, cirurgia uterina anterior, EM com crescimento retardado. • História gestacional atual: o Desvio de crescimento uterino, trabalho de parto prematuro, ganho ponderal inadequado, gravidez prolongada, pré-eclâmpsia e eclâmpsia, DMG, amniorrexe prematura, hemorragia na gestação, aloimunização, óbito fetal. • Intercorrências: o HA, cardiopatia, pneumopatia, nefropatia, endocrinopatia etc. Primeira consulta: • Anamnese e exame físico geral. • Peso e PA. 2 Gustavo Urzêda Vitória • Percepção de movimentos fetais (a partir de 16-18 semanas). • AFU (a partir de 12 semanas). • BCF (sonar a partir de 10-12 semanas, Pinard a partir de 20 semanas). o Frequência: 110-160 bpm. Funcionamento: • > 6 consultas: completo. • Orientações sobre higiene, amamentação, vestuário, lazer etc. • Grupo multidisciplinar. • Controle da frequência de consultas. Periodicidade: • Até 28 semanas: mensal. • 28-36 semanas: quinzenal. • > 36 semanas: semanal. Cálculos: • Idade gestacional (IG): o DUM → calcular quantas semanas até a data atual. o USG obstétrica de 1°T (margem de erro de 3-5 dias). o AFU. 3 Gustavo Urzêda Vitória • Data provável do parto (DDP): o Regra de Naegele: 4 Gustavo Urzêda Vitória Curva de crescimento fetal: • Entre os percentis 10 e 90 está normal. • < 10 percentil: CIUR, PIG. • > 90 percentil: GIG. Avaliação do estado nutricional: • IMC para IG. • Atenção com o ganho de peso súbito. • Ganho de peso normal: o IMC < 18,5 (baixo peso): 12,5-18kg. o IMC 18,5-24,9 (normal): 11,5-16kg. o IMC 25-29,9 (sobrepeso): 7-11,5kg. o IMC > 30 (obesidade): 5-9kg. Controle de PA: • Detectar HAS e/ou DHEG. o PAS aumentou 30 ou PAD aumentou 15 ou PA > 140/90, confirmada após 30 minutos. Provas de vitabilidade fetal: • Doppler, CTG e PBF. • Alto risco. Exames complementares: • Hemograma (1°T e 3°T). • COP (se houver necessidade). • Tipagem sanguínea e Rh. o Rh – e pai + ou desconhecido → coombs indireto. ▪ Negativo: repetir a cada 4 semanas a partir de 24 semanas. ▪ Positivo: pré-natal de alto risco. ▪ Ig a partir de 28 semanas. 5 Gustavo Urzêda Vitória • EAS e urocultura. o Infecções, proteinúria, hematúria e cilindúria. o Pode usar cefalexia, ampicilina e amoxicilina. o Pielonefrite → internação hospitalar. • Glicemia de jejum (1°T e 3°T). • TOTG → até 92 de jejum, 180 após 1h e 153 após 2h. • USG → 1°T (TV até 14 semanas, depois obstétrica), morfológico para avaliar transluscência nucal (entre 12 e 14 semanas), pelo menos uma entre 20-22 semanas e outra no 3°T (36 semanas). • Teste da mamãe (2 fases: 1°T e 3°T). • Outros: parasitológico de fezes, bacterioscopia de secreção vaginal, eletroforese de Hb, USG obstétrico com Doppler, rastreamento genético, CTG, biópsia de vilo corial, amniocentese e cordocentese (os três últimos são invasivos, feitos para toxoplasmose, anemia e isoimunização Rh). Teste da mamãe: Sífilis: • T. pallidum. • Primária, secundária ou terciária → as duas primeiras transmitem mais. • VDRL: o Negativo: repetir na 30° semana ou no parto. o Positivo: VDRL do parceiro e teste confirmatório da gestante → FTA-Abs. o Cura: diminuição em duas diluições seguidas ou diminuição de quatro vezes o título → VDRL normal. • Tratamento: o Primária: penicilina G benzatina 1.200.000 UI, IM, em cada glúteo por semana, e tratar o parceiro. ▪ Por 3 semanas. ▪ Ou eritromicina 500mg, VO, 6/6h por 10 dias. o Secundária: dobro da dose. o Terciária: triplo da dose. HIV: • Parto é a principal forma de transmissão → não faz o parto vaginal a princípio. • Negativo: orientações e nos suspeitos repetir com 30-90 dias. • Indeterminado: repetir com 30 dias. • Positivo: informar e encaminhar para serviço especializado → recebe AZT dose de ataque e manutenção. HBV: • Também testa HCV. 6 Gustavo Urzêda Vitória • Vírus de DNA, com incubação de 60-180 dias e transmissão por vias sexual, vertical ou pelo sangue. • HBsAg: o Negativo: vacina para mãe e RN. o Positivo: encaminhar e aplicar IgHAHB e primeira dose da vacina até 12h após o parto no RN e repetir o exame com 1-6 meses. Realizar anti-HBs para confirmar imunidade. Toxoplasmose: • IgM negativo: orientar sobre contaminação → evitar contato com fezes de gatos, carne crua e alimentos crus mal lavados. • IgM positivo: tratamento com espiramicina 1g, 8/8h, VO, e encaminhar. • Avidez de IgG: o Baixa: infecção aguda (pirimetamina, ácido folínico e sulfadiazina até o parto). o Alta: infecção antiga (suspender medicamentos). o Fase de penumbra: entre 30 e 60% → aguarda e repetir. • Pode fazer amniocentese e biópsia. Rubéola: • RNA vírus, transmissão por contato direto, sem tratamento e incubação de até 4 semanas. • IgG + e IgM -: imune. • IgG - e IgM +: infectada. • IgG – e IgM -: suscetível. CMV: • Incubação de dias a poucas semanas. • Várias formas de transmissão. • Não tem tratamento. • Causa perda auditiva, microcefalia, retardo mental, paralisia cerebral e coriorretinite no RN. HTLV: • Transmissão parenteral ou sexual. • Associado a leucemia e linfomas. • Rastreamento semelhante ao HIV, mas não usa AZT. • Não pode amamentar e costuma fazer cesárea. Chagas: • T. cruzii. • Não trata na gravidez. 7 Gustavo Urzêda Vitória • Pesquisa para fazer diagnóstico precoce no RN. • IgG + e IgM -: crônico. • IgG – e IgM -: suscetível. • IgG – e IgM +: agudo. 2° fase: • Sorologias para HIV, sífilis e toxoplasmose (IgM). Intercorrências gravídicas: • Êmese e hiperêmese: 1°T pelo aumento do HCG e estrogênio → tiamina 100mg/dia EV, se mais de 3 semanas de vômitos. o Ondansetrona pode usar no 3°T, antes disso meclizina. • Pirose: antiácidos. • Constipação: orientação dietética → fibras e água. • Hemorroidas: banhos com água morna. • Edema: se generalizado, pesquisar eclâmpsia. • Varizes: elevar MMII, meias compressivas. • Cãibras: diminuição do cálcio e aumento do fósforo → tratamento visa controle dos sintomas. • Fadiga, lombalgia e leucorreia podem ser queixas normais da gravidez. • Higiene e hábitos de vida: o Atividades físicas dosadas. o Não fazer irrigação vaginal. o Atividade sexual dosada. o Cuidado com drogas teratogênicas. o Suspender álcool e tabaco, além de eventuais drogas ilícitas. • Vacinas: tétano (a partir de 20 semanas e 3 doses), influenza e HBV. o Raiva e febre amarela depende do contexto. o As vacinas de vírus vivos atenuados estão contraindicadas. EM ANEXO UM ROTEIRO DE PRÉ-NATAL E UM MAPA MENTAL. - Assistência ao trabalho de parto normal e distócito (partograma): Parto: Fases clínicas: • Premonitório (pré-parto): o Descida do fundo uterino. o Dores lombares → estiramento das articulações da cintura pélvica e transtornos circulatórios. o Aumento da secreção das glândulas cervicais e vaginais. o Perda do tampão mucoso. 8 Gustavo Urzêda Vitória o Metrossístoles intermitentes do útero. o Colo amolecido. o Trabalho de parto: ▪ Contrações uterinas espontâneas e rítmicas: 2-3 em 10-15 minutos, durando 40 segundos. • Dilatação (1° período): o Inicia contrações rítmicas e terminama dilatação completa → 10 cm. o Ruptura de bolsas d’água: ▪ Pode ser precoce, tardia, espontânea ou provocada. o Apagamento do colo (estreitamento): ▪ Primigesta: apaga e depois dilata. ▪ Multípara: apaga e dilata ao mesmo tempo. ▪ Pode ser precoce, tardia, espontânea ou artificial. o Cuidados: ▪ Cuidados iniciais, sinais vitais maternos, alimentação, posição mais confortável, toque vaginal a cada 4h (OMS), ruptura de membranas, fluidos EV. ▪ Monitorização da vitabilidade fetal: baixo risco de 30 minutos a 1h, alto risco de 15/15 minutos ou CTG constante. ▪ Avaliação da dilatação: admissão, latência (1-4h), ativa (1- 2h), rotura espontânea ou artificial (avaliar prolapso de cordão), antes da analgesia intraparto. • Expulsão (2° período): o Inicia com a dilatação completa e termina com a saída do feto. o 5 contrações em 10 minutos. o Aparecimento de contrações voluntárias da prensa abdominal. o Duração: ▪ Fase latente: 20h nas primíparas e 14h nas multíparas. ▪ Fase ativa: • Dilatação: 5,3-16,4h nas primíparas e 3,8-15,7h nas multíparas. • Expulsão: 1,1-3,6h nas primíparas e 04-2h nas multíparas. • Analgesia aumenta 1h. o Intervenções anteparto: ▪ Exercícios do assoalho pélvico → evitar incontinência urinária. ▪ Massagem perineal → diminui a ocorrência de lacerações. o Assistência a expulsão: ▪ Flexão da coxa sobre o abdome → favorece a passagem do RN. ▪ Orientar puxos e respirações. ▪ Episiotomia → apenas se sofrimento fetal ou iminência de laceração, depois sutura dos músculos isoladamente. ▪ Proteção perineal. 9 Gustavo Urzêda Vitória ▪ Vitabilidade fetal de 5-15 minutos. • CTG se alto risco. ▪ Manobra de Kristeller está proscrita → lesões perineais graves, hemorragias, tocotraumatismos. ▪ Assistência ao desprendimento do polo cefálico → deflexão da cabeça, segura o períneo e lentifica a saída da cabeça. ▪ Manobra de Ritgen. ▪ Desprendimento dos ombros → tração para baixo e depois para cima. ▪ Circular de cordão: • Foruxa: não precisa ser desfeita. • Apertada: manobra de Somersault. ▪ Dose recomendada de ocitocina para prevenir hemorragia pós-parto: 10UI, IM, após desprendimento dos ombros posteriores. ▪ Contato pele a pele e ligadura tardia do cordão. ▪ Revisão da vulva, vagina e colo. ▪ Correção das lacerações. • Secundamento (saída da placenta): o Prolongado: mais de 30 minutos. o Dectação: ▪ Baudelocque-Schultze: face fetal primeiro → 75%. ▪ Baudelocque-Duncan: face materna primeiro → 25%. o Descida e expulsão. o Manobra de Jacob-Dublin. • 4° período: o Após a saída da placenta. o Primeira causa de morte materna. o Miotamponagem, trombotamponagem, indiferença uterina e contração fixa. 10 Gustavo Urzêda Vitória Partograma: • É a representação gráfica do trabalho de parto. • É obrigatório. • Linha de alerta: traça 1h após abrir. • Linha de ação: traça 4h após a de alerta. • Abrir na fase ativa → mais ou menos 5cm e com dinâmica uterina. EM ANEXO MAPAS MENTAIS. - Parto vaginal assistido: Local e assistência ao parto: • Local: o Baixo risco podem ter o parto domiciliar, porém não é recomendado por não seguir coberto pelo sistema de saúde. • Profissional: o Baixo risco: médico ou enfermeira obstetras. Cuidados gerais durante o trabalho de parto: • Grávidas devem ser incluídas nas tomadas de decisões e informadas de todos os procedimentos. • Oferecer apoio físico e emocional. 11 Gustavo Urzêda Vitória • Dieta: preferência por isotônicos no lugar de água; leve se não houver risco de anestesia geral ou uso de opioides. • Manter assepsia. • Avaliação do bem-estar fetal com BCF. Alívio da dor no trabalho de parto: • Sempre que possível, oferecer imersão em água. • Podem ser usadas técnicas de relaxamento e de massagem. • Inalatória: óxido nitroso a 50% → pode causar náuseas, tonturas, vômitos e alteração de memória. • IM e EV: opioides não devem ser usados de rotina. • Regional: mais eficaz que opioides, mas prolonga o segundo período e aumento as chances de parto instrumentado. • ROPREMA: se for evidente, não fazer exame especular e toque → avaliação fetal e da indução do parto. Assistência no primeiro período: • Não está em trabalho de parto (menor ou igual a 3cm de dilatação): oferecer apoio e encorajar a retornar para casa e aguardar. • Trabalho de parto estabelecido (maior ou igual a 4cm de dilatação): admissão para assistência. o Monitorar sinais vitais e abrir partograma. o Enema não deve ser rotina. o Tricotomia não deve ser rotineira. • Falha no primeiro período: o Considerar amniotomia. o Transferir para a responsabilidade do médico obstetra. o Oferecer analgesia peridural, se for indicado o uso de ocitocina. o Realizar exame vaginal a cada 4h após o início da ocitocina. Assistência no segundo período: • Apoiar puxos espontâneos e evitar puxos dirigidos. • Assistência a posição mais confortável e uso de instrumentos. • Kristeller está proscrita. • Falha: o Considerar ocitocina. o Considerar parto vaginal instrumentado. • Cuidados com o períneo: o Não é recomendado massagem perineal. o Considerar aplicação de compressas mornas. o Não usar spray de lidocaína. o Proteger o períneo e flexionar a cabeça fetal. o Não fazer episiotomia de rotina. o Se for fazer episio, assegurar analgesia antes. Assistência no terceiro período: 12 Gustavo Urzêda Vitória • Uso rotineiro de substancias uterotônicas, campleamento do cordão e tração controlada do cordão → conduta ativa → casos prolongados (> 30 minutos). • Retenção placentária: acesso venoso calibroso e ocitocina EV. Cuidados maternos imediatos após o parto: • Observar sinais vitais. • Classificar as lesões de períneo e avaliação. • Reparar traumas perineais. • AINEs supositórios após reparo de traumas de 1° e 2° graus. - Provas de vitabilidade fetal (CTG, PBF e Doppler): Conceitos: • Indicada especialmente nas gestações que cursam com insuficiência placentária, capaz de determinar sofrimento fetal crônico, muitas vezes associado a CIUR. • Não há interesse de iniciar os testes antes de 23 semanas. • Diabéticas: o Controladas: testes de 32-36 semanas. o Não controladas: a partir de 26 semanas. • Gravidez prolongada: a partir de 41 semanas, mas é melhor induzir o parto. • Frequência: 1-2x/semana, podendo ser diário dependendo do caso. 13 Gustavo Urzêda Vitória Contagem dos movimentos fetais: • Todas as mulheres com fator de risco para prognóstico perinatal adverso. • A partir de 26-32 semanas. • Não alcançar 6 movimentos a cada 2h → anormal → deve ser melhorar avaliado. • Normal: 10 ou mais movimentos em 12h. Cardiotocografia (CTG): • Indicada apenas no diabetes sem complicação vascular, na pós- maturidade e no DPP crônico; • Frequência cardíaca fetal (FCF) normal: 110-160 bpm → > 160 taquicardia e < 110 bradicardia → indicativos de sofrimento fetal. • Classificada em reativa e não reativa: o Reativa: maior ou igual a 2 acelerações ao movimento fetal, com amplitude maior ou igual a 15bpm e duração maior ou igual a 15s, em 20 minutos → indica boa vitabilidade. ▪ < 32 semanas: normal acelerações com amplitudes maior ou igual a 10bpm e duração maior ou igual a 10s. o Não reativa: < 2 acelerações em 20 minutos de traçado → comprometimento da vitabilidade. Perfil biofísico fetal (PBF) e volume do líquido amniótico (vLA): • Não são legitimados para avaliar sofrimento fetal no CIUR. • São reservados para avaliar pós-maduros na gravidez prolongada e apenas vLA para acompanhar vitabilidade no diabetes sem complicação vascular. • PBF: observa FCF pela CTG e 4 variáveis ultrassonográficas em 30 minutos: movimento respiratório fetal, movimento fetal, tônus e vLA. o Membranas intactas, rins funcionantes e sistema urinário desobstruído → diminuiçãode vLA significa redução da filtração renal pela redistribuição do DC com prejuízo do rim, em resposta a hipóxia crônica. 14 Gustavo Urzêda Vitória o Componentes sonográficos e CTG recebem nota 2 se presentes e 0 se ausentes. ▪ 8-10 (desde que vLA seja 2): normal. • vLA: avalia a existência de oligoidramnia → diâmetro vertical do maior bolsão de LA é normal quando mede entre 2-8cm, < 2cm é oligo e > 8cm é poli. Doppler: • Artéria uterina: o Avalia a resistência dos vasos que suprem a placenta, refletindo a remodelação das artérias espiraladas, comprometida na pré- eclâmpsia, CIUR, DPP e morte fetal intraútero. o Totalmente incorporado a USG de 20-24 semanas. o Anormal: média das 2 uterinas mostra índice de resistência > 0,58 e caso haja incisuras diastólicas em ambas as artérias. • Artéria umbilical: o Normal: baixa resistência, crescente com a evolução da gravidez, à medida que desenvolve a arquitetura vascular das vilosidades terminais. o 4 classes: ▪ Normal. ▪ Classe I: diástole diminuída. ▪ Classe II: diástole zero. ▪ Classe III: diástole reversa. • De outros vasos: o Com o desenvolvimento da hipóxia fetal, a redistribuição do fluxo sanguíneo ocorre que maneira que a resistência na artéria cerebral média cai e na artéria umbilical se eleva, pela obliteração das arteríolas vilosas → centralização. 15 Gustavo Urzêda Vitória EM ANEXO MAPA MENTAL. - Puerpério: • Inicia após o parto. • Fisiológico ou patológico. Fases: Imediato: • 1°-10° dia. • Útero regride rapidamente: o Até 10° dia é abdominal. o Após o 10° dia é pélvico. • Colo: o 12h após é permeável de 2-3 dedos. o 9°-10° dia: 1 polpa digital. • Lactantes: a involução uterina é mais rápida (reflexo útero mamário) → pela liberação de ocitocina. • Involução mais rápida nas primíparas → fibras musculares mais íntegras e responsivas, mas multíparas podem precisar de ocitocina EV. • Lóquios: exsudatos, transudatos celulares e sangue. o Até 3 dias: sanguíneos. o Após 3 dias: serossanguíneos. Tardio: • Todas as funções começam a ser influenciadas pela amamentação. • Útero regride lentamente até 6 semanas → só após essas 6 semanas que pode colocar DIU, caso a paciente queira. • Lóquios regridem em 3 semanas. • Leucocitose: até 25.000 no pós-parto→ cai pela metade em 48h e volta a taxas habituais no 5°-6° dia. Assistência pós-natal: 16 Gustavo Urzêda Vitória • Orientações sobre a higiene da vulva e do períneo. • Uso de absorventes descartáveis. • Estimulo a deambulação precoce (12-24h) → melhora circulação e gases. • Mamas: uso de porta seios apropriados (mamas elevadas) → caso de ingurgitamento usar ocitocina nasal e/ou bolsa de gelo. Remoto: • Duração imprecisa, com presença ou não de lactação. • Menstruação: aproximadamente 45 dias precedida de ovulação (mulheres que não amamentam). o Nas lactantes depende da duração do aleitamento. • Amamentação aumenta prolactina, inibe FSH e LH. Métodos anticoncepcionais: • Barreira: codom e FIU. • Hormonais: o Progestágenos: desogestrel 75mcg, acetato de medroxiprogesterona 150mg, IM, 90/90 dias. o Contraindicado o uso de conjugados → estrogênio prejudica a amamentação. Exame da puérpera: • Diários até 2° dia: temperatura, pulso, PA, palpação do útero, exame dos lóquios, inspeção do períneo, vulva e MMII. • 6 semanas: exame clínico + citologia. Puerpério patológico: Infecção puerperal: • Febre maior ou igual a 38°C, por 2 dias; no primeiros 10 primeiros dias pós-parto, excluídas as 24h iniciais. • Além das infecções genitais: tromboflebite, ITU, pneumonia e mastite. • 15% de febre puerperal: ingurgitamento mamário. • 3° causa de mortalidade materna → DHEG é a 1° e hemorragias a 2°. • Etiopatogenia: o Área de remanescentes do deslocamento placentário. o Anaeróbios 40-60%. o Endometrite pós-parto: frequentemente precedida pela infecção intra-amniótica. o A partir da junção cérvico-endometrial, a cavidade é estéril. • Fatores predisponentes: o Cesariana → aumenta endometrite, bacteremia, abscesso, tromboflebite pélvica e morte por infecção. o Parto e amniorrexe prolongados com muitos toques vaginais. 17 Gustavo Urzêda Vitória o Baixo nível socioeconômico. o > 6h de amniorrexe representa risco. • Etiologia: o Aeróbios: Estreptococos hemolíticos dos grupos A, B e D; estafilococos, Gram negativos aeróbios, H. influenzae, Gardinerella vaginalis. o Anaeróbios: Gram positivos e negativos. o Estreptococos beta-hemolíticos: ▪ Grupo B (S. mastitidis, S. agalactidae): infecção precoce e neonatal (24h após o parto), 30% das culturas vaginais e cervicais de grávidas (endêmico) → febre de 39°C, calafrios, taquicardia, útero doloroso à palpação (endomiometrite). Sensíveis a penicilina, ampicilina, cefalosporinas e eritromicina. ▪ Grupo D (S. faecalis, inclui os enterococos): pequeno número nas endometrites pós-parto ou bacteremia. Resistentes a penicilina, cefalosporinas e clindamicina. ▪ Grupo A (S. pyogenes): exógenos (nasofaringe e lesões de pele). Sensíveis a penicilina, cefalosporinas e eritromicina. o Estafilococos aeróbios: ▪ S. epidermidis, S. aureus. ▪ Abscessos vulvovaginais e mastites. ▪ Resistentes a penicilina e ampicilina. ▪ Sensíveis a oxacilina, cefalosporinas e cloxacilina. o Gram negativo aeróbios: ▪ E. coli, Klebisiella, Proteus, Pseudomonas, Enterobacter. ▪ Protagonistas de ITU. ▪ E. coli → pode levar a choque séptico. ▪ Sensíveis a gentamicina, cloranfenicol e canamicina. o H. influenzae: ▪ 20 casos desde 1969. ▪ Sensíveis a ampicilina, cloranfenicol e tetraciclinas. o G. vaginalis: ▪ Provoca infecção puerperal em associação com anaeróbios. ▪ Sensível a maioria dos ATB. o Gram negativos anaeróbios: ▪ Cocos: Peptococcus, Peptoestreptococcus. ▪ Sensíveis a penicilina. ▪ Bastonetes anaeróbios (clostrídios → C. perfrigens, C. welchii): podem causar abortamento infectado, gangrena gasosa, hemólise, IR e hipotensão. o Gram negativos anaeróbios: ▪ Bacterióides (B. fragilis): virulentos em presença de tecido necrosado, lóquios fétidos. • Sensíveis a clorafenicol e clindamicina. 18 Gustavo Urzêda Vitória ▪ Micoplasma: sensíveis a tetraciclinas, eritromicina e cloranfenicol. ▪ Clamídia: sensíveis a tetraciclinas e eritromicina. o Endometrite: ▪ Mais frequente → inicia no sítio de implantação placentária. ▪ Febre de 38,5-39°C. ▪ Lóquios fétidos e purulentos (anaeróbios). ▪ Útero amolecido. ▪ Tratamento: • Infecção leve: ATB VO. • Infecção moderada a grave: ATB EV (ampicilina, metronidazol, gentamicina). o Parametrite: ▪ Decorre da laceração do colo e vagina. ▪ 70% ocorre no tecido parametrial. ▪ Atinge 39,5°C de febre. ▪ Dor intensa ao toque vaginal (paramétrios). o Anexite (salpingite e ovarite): ▪ Surgem após abortamentos infectados e partos vaginais prolongados. ▪ Piossalpinge, hidrossalpinge e obstrução tubária. o Peritonite: ▪ Febre de 40°C. ▪ Acompanha infecção puerperal localizada (endometrite, salpingite e parametrite). ▪ Dor intensa ao toque do fundo de saco. ▪ Blumberg positivo. ▪ Peritonite generalizada: estreptococos beta-hemolíticos. o Tromboflebite pélvica séptica: ▪ Pioemia (êmbolos sépticos) levando à abscessos renais, pulmonares etc. ▪ Febre, calafrios, taquicardia e taquipneia. ▪ Pode levar a trombose da veia ovariana. ▪ Diagnóstico da trombose pela TC. o Choque séptico: ▪ E. coli. ▪ Prognóstico grave. ▪ Precede o choque a septicemia (40°C, calafrios, taquicardia, estado geral comprometido). ▪ Pode levar a CIVD e IRA. ▪ Útero pode não estar dolorido ou aumentado. Patologias da amamentação: • Ingurgitamento mamário: o Acotovelamento de canais galactóforos. o Hipergalactia secundária. 19 Gustavo Urzêda Vitória o Tratamento: sustentação das mamas, ordenha (manual oumecânica), ocitocina nasal, bolsa de gelo. • Mastite: o S. aureus, E. coli, Bacteriodes sp., estreptococos A ou B. o Incide na 2°-3° semanas pós-parto. o 39-40°C e mastalgia. o Tratamento: ▪ Cefalexina 500mg, 6/6h (7-10 dias). ▪ Esvaziamento mamário. ▪ Seios suspensos, bolsa de gelo. ▪ Drenagem cirúrgica de abscessos flutuantes. Hemorragias: • Precoce: primeiras 24h. o Hipotonia uterina e laceração do trajeto. o Tratamento: compressão bimanual do útero, ocitocina, hemotransfusão (choque), suturar lacerações existentes, ligadura das artérias uterinas, histerectomia. • Tardias: após 24h. o Restos ovulares → curetagem uterina. o Sobredistensão uterina → ocitocina. o Subinvolução uterina → ocitocina. o Hematoma puerperal pós-episiotomia, subperitoneal, subaponeurótico → drenagem. 20 Gustavo Urzêda Vitória GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA PATOLOGIAS - ROPREMA: Conceito: • Membranas e o líquido amniótico são uma barreira protetora para o feto. o Importantes para o desenvolvimento do feto e a flutuação do cordão umbilical. • ROPREMA é a ruptura espontânea dessas membranas comprovadamente antes do início do trabalho de parto. o Pré-termo: < 37 semanas. o A termo: maior ou igual a 37 semanas. • Trabalho de parto geralmente vem até 1 semana após a ruptura. • Período de latência: intervalo entre a ruptura das membranas e o início do trabalho de parto → inversamente relacionado com a IG. Epidemiologia: • Incidência: o 8% das gestações a termo. o Aproximadamente 25% dos partos prematuros. Etiologia: • Iatrogênicas: cirurgias cervicais ou procedimentos invasivos intrauterinos. • Espontâneas: complexa e multifatorial. o Alterações nas estruturas de membranas + infecção ascendente da flora vaginal (causa identificável mais comum). o Sobredistenção uterina → gemelar, polidrâmnio. o Fatores mecânicos. 21 Gustavo Urzêda Vitória o Alterações da integridade cervical. o Falta de oxigenação. o Fatores intrínsecos às membranas. o Síndrome de Ehlers-Danlos → distúrbio hereditário do tecido conjuntivo, causado por defeitos na estrutura do colágeno. • Complicações maternas: corioamnionite (70%), endometrite, DPP, sepse (rara). • Complicações fetais: prematuridade (hipoplasia pulmonar → mais comum antes de 20 semanas), infecção neonatal e hipóxia (compressão funicular). Diagnóstico: • Aproximadamente 90% é clínico. • Cristalização: o Análise do líquido que sai pela vagina no microscópio. o Quando paciente relata perda de líquido. o Cristalização em folha de samambaia. • Teste que verificam alteração de pH: o Alta sensibilidade e baixa especificidade. o Papel de nitrazina → azul se alcalino. o Teste do fenol vermelho → vermelho se alcalino. • Detecção da proteína – 1 e alfamicroglobulina – 1: 22 Gustavo Urzêda Vitória o AmniSure. o Fácil realização, ótima acurácia e alto custo. • USG: o Avalia somente a presença de oligoâmnio. Tratamento: • Fundamentalmente ligado à IG e a existência de complicações. • Infecção intrauterina e comprometimento da vitabilidade fetal indicam interrupção da gravidez. • IG maior ou igual a 34 semanas indicam interrupção da gravidez. • Medidas gerais: o Hospitalização. o Monitorização eletrônica (útero e feto). o Cultura para estreptococos grupo B. ▪ Swab da região vaginal e retal. ▪ Profilaxia ATB no pré-termo. ▪ Termo: profilaxia se o intervalo entre a amniorrexe e o parto for prolongado (>18h). ▪ Ampicilina ou azitromicina ou amoxicilina. o Monitoramento de infecção → hemograma, PCR e VHS. ▪ Critérios da corioamnionite: • 1 maior: febre na ausência de outros focos. • 2 menores: taquicardia materna ou fetal, útero irritável, secreção purulenta via colo, leucocitose, diminuição da movimentação fetal, aumento do PCR. • Pré-termo com < 24 semanas (periviável): o Sobrevida neonatal de 50%. o Risco materno: DPP e sepse. o Aconselhamento → expectante ou parto. o USG seriada. o Monitoramento. • Pré-termo entre 24 e 33 semanas: o Conduta expectante. o Hospitalização. o Repouso relativo. o Repouso pélvico → sem relação sexual. o Vigilância infecciosa. o Perfil biofísico simplificado (CTG e avaliação do LA). o ATB profiláticos para estreptococos do grupo B. o Corticoide (betametasona 12mg, IM, 1x/dia, 2 doses). o Tocólise não está indicada. o Neuroproteção fetal (antes de 32 semanas e risco de parto iminente) → sulfato de magnésio na dose de 4 g de ataque e manutenção de 1 g/h em gestações com idade gestacional ≤ 31 semanas e 6 dias. • Pré-termo maior ou igual a 34 semanas: 23 Gustavo Urzêda Vitória o Parto imediato → indução com ocitocina ou misoprostol. o Via de parto de acordo com a indicação obstétrica. o ABT profilaxia para estreptococos do grupo B, se necessário. - DHEG: Morbimortalidade: • Mais de 500 mil mulheres morrem a cada ano por causas relacionadas a gravidez. o 99% em países em desenvolvimento. o 10-15%: pré-eclâmpsia e eclâmpsia. o Hipertensão na gravidez é fator de risco para doença hipertensiva, DAC, AVE no futuro. • Feto: o Mortalidade perinatal aumentada. o Fator de risco para PIG e prematuridade. o Aumenta defeitos do desenvolvimento e doenças crônicas. Classificação: • HAS. • Pré-eclâmpsia e eclâmpsia. • Pré-eclâmpsia sobreposta à HAS. • Hipertensão gestacional. Diagnóstico: • PAS maior ou igual a 140 e/ou PAS maior ou igual a 90. o Média de 2 medidas no mesmo braço e confirmada após 4h. o PA > 160/110 → repetir em 15 minutos. • Proteinúria: 24 Gustavo Urzêda Vitória o Quantitativa maior ou igual a 300mg/24h. o Qualitativa fita única +. o Grave maior ou igual 2g/24h ou ++ ou +++. • Rotina laboratorial: 1. Creatinina. 2. Ureia. 3. TGO. 4. TGP. 5. Bilirrubina total e frações. 6. DHL. 7. Hemograma. 8. Ácido úrico. Pré-eclâmpsia: Etiologia e fisiopatologia: • Etiologia indefinida, de frequência variável e evolução imprevisível. • Começa com o tecido trofoblástico → invasão decidual e do miométrio. • Placenta é um órgão endócrino → vasculogênese e angiogênese. • Desequilíbrio entre prostaglandinas e tromboxano A2 (muito aumentado). • Doença endotelial que leva a hipoxia placentária → aterose placentária, depósito de fibrina → endoteliose glomerular. • Alteração do Doppler de artérias uterinas → persistência de incisuras, A/B e IR. • Sistema de coagulação ativado → consumo de plaquetas, fibrinogênio e complexo trombina-antitrombina III (diminuição da antitrombina III). • Hemólise (esquizócitos e esferócitos). • Anemia microangiopática → fibrina nas hemácias. • Reticulocitose. Classificação: • Leve: o PA > 140/90 e < 160/110. o Proteinúria < 2g/24h ou < ++ na fita. o Assintomática. o Sem alterações no laboratório. • Grave: o Cefaleia holocraniana, escotomas, visão turva, cegueira. o Urina diminuída ou espumosa. o Dor epigástrica (pelo fígado). o Hiperreflexia. o Edema agudo de pulmão. o Pode ter edema de MMII. o PAS maior ou igual a 160 e/ou PAD maior ou igual 110. o Proteinúria maior ou igual 2-5g/24h ou fita maior ou igual a ++++. 25 Gustavo Urzêda Vitória o Creatinina > 1,2mg/dl. o < 100.000 plaquetas. o Hemólise (esquizócitos e esferócitos). o HELLP (hemólise, trombocitopenia e alterações hepáticas). ▪ DHL > 600. ▪ TGO/TGP > 70. ▪ Bb > 1,2. ▪ Plaquetas < 100.000. • Precoce: o < 34 semanas. o Maior disfunção placentária. o Maior comprometimento fetal. o Mais grave. o RVC maior. o maior risco de recorrência. • Tardia: o > 34 semanas. o Mais comum. o Primigesta. o Comprometimento fetal menor. o RCV menor. o Menor recorrência. Complicações: • Deslocamento placentário → útero de Couvelaire. • Eclâmpsia. • CIVD. • Edema pulmonar. • IRA. • Insuficiência hepática ou insuficiência hemorrágica. 26 GustavoUrzêda Vitória • Choque (raro). • Morbidade cardiovascular tardia. Síndrome materno fetal: • Gestante bem e feto grave. • Gestante grave e feto bem. Tratamento: • Classificação da gravidade e comprometimento materno-fetal. • IG. • Score cervical de Bishop → indução do trabalho de parto. o < 6: colo desfavorável → amadurecimento cervical antes da indução do trabalho de parto. • Presença de trabalho de parto. • Leve: o Controle ambulatorial no pré-natal de alto risco. o Retorno semanal ou 2-3x/semana. o Pesquisar sinais clínicos e reflexos. o Laboratório semanal. o Avaliação fetal semanal: CTG, PBF, USG para avaliar crescimento fetal e Doppler. • Grave: o Internação. o Monitorização laboratorial a cada 48h. o Corrigir emergência hipertensiva (maior ou igual 160/110) com nifedipino (10-20mg, vO, a cada 30 min → dose máxima de 50 mg em 1h) e/ou hidralazina (5-10mg, EV, a cada 20 min → dose máxima de 30mg). o Sulfato de magnésio para prevenir eclâmpsia. o Induzir maturidade fetal entre 24-34 semanas → betametasona ou dexametasona em 2 doses. o Avaliar interrupção da gravidez. o Monitorização fetal diária: CTG, USG, PBF e Doppler. 27 Gustavo Urzêda Vitória o Sulfato de magnésio dose de ataque e de manutenção → monitorar dose sérica. ▪ Neuroproteção fetal < 31 semanas. ▪ Suspensão caso: • Reflexo tendinoso hipoativo. • Diurese > 25-30ml/h. • FR maior ou igual a 16. ▪ Caso de toxicidade: 1-2g de gliconato de cálcio, EV (10ml de solução a 10%), em 3 minutos. Prognóstico materno e fetal: • Identificar fatores de risco. • Referenciar para o alto risco. • Orientar sinais de alarme. • Investigar os 5 sinais em cada consulta: HA, proteinúria, cefaleia, distúrbios visuais ou epigastralgia, diminuição dos movimentos fetais ou CIUR. Profilaxia primária: • Cálcio: 1g/dia, se baixa ingestão. • Magnésio, zinco, restrição de sal e calorias, aspirina, vitaminas C e E. • Heparina para prevenção da pré-eclâmpsia em mulheres com trombofilias. • Atividade física diminui incidência. • Repouso no 3°T. • Aspirina baixa dose em grupo de risco: diminui o risco de forma grave e precoce. • Fatores de risco: DM, SAAF, trombofilias, > 40 anos, negra, HAS, história familiar. Eclampsia: • Pré-eclâmpsia + convulsão e coma. • Sintomas que prenunciam a convulsão são a cefaleia frontal e os distúrbios visuais. Síndrome HELLP: 28 Gustavo Urzêda Vitória • Forma grave de pré-eclâmpsia → hemólise, elevação das enzimas hepáticas e trombocitopenia. • Quadro clínico: 2° metade da gravidez → epigastralgia ou dor no quadrante superior direito, associada a náuseas e vômitos. Hipertensão e proteinúria podem ou não estar presentes. • Diagnóstico: pré-eclâmpsia grave + alterações laboratoriais. • Complicações: hematoma subcapsular do fígado que pode romper. HAS: • Definição: presente antes de 20 semanas e pode persistir por até 12 semanas após o parto. • Exames complementares: rotina pré-natal, proteinúria 24h, cleance de creatinina, fundoscopia, função renal, TGO/TGP, hemograma, doppler fetal e de artérias uterinas. • Tratamento: o Baixo risco: dieta hipossódica e descontinuar anti-hipertensivos. o Alto risco: hospitalizar seria o ideal. ▪ Atenolol pode causar CIUR. ▪ Não usar diuréticos. ▪ iECA pode causar anomalias fetais graves no 1°T. ▪ BRA anomalias renais, dismorfismo e natimortalidade. ▪ Crise: nifedipino e hidralazina. ▪ Manutenção do tratamento: metildopa 250mg, 2x/dia, VO ou nifedipino 10mg, 2x/dia, VO. Pré-eclâmpsia superajuntada: • Mulheres com hipertensão crônica. • Também possui formas leve e grave. • Sinais: o HAS prévia. o Proteinúria. o Hemólise, aumento das enzimas hepáticas, trombocitopenia (HELLP). o Doppler de artérias uterinas anormal (incisura bilateral). - Incontinência urinária: Conceito: • Perda involuntária de urina, podendo causar problemas sociais e de higiene. • Observada em mulheres de todas as idades. Epidemiologia: • Prevalência: o 5-20% na pré-menopausa. 29 Gustavo Urzêda Vitória o 40-45% no pós-menopausa. • Fatores de risco: o HAS, DM, obesidade; importantes problemas psiquiátricos, sociais e sexuais. Fisiopatologia: • SNA: o SNS: ▪ Beta-adrenérgico: relaxamento do detrusor. ▪ Alfa-adrenérgico: contração do esfíncter uretral. o SNPa: ▪ Colinérgico: contração do detrusor e relaxamento da uretra. • Mecanismo de continência: o Integridade anatômica e do tônus muscular dos diafragmas urogenital e pélvico (especialmente o pubococcígeo), ligamentos e fáscia endopélvica → compressão do lúmen uretral contra a parede vaginal anterior. o Contração reflexa do músculo estriado uretral (esfíncter uretral). o Armazenamento: ausência de contração do detrusor e complacência vesical. o Durante o esforço: colo vesical elevado → suporte adequado da uretra média e esfíncter interno da uretra íntegro (mucosa e submucosa selando a uretra). 30 Gustavo Urzêda Vitória Etiologia: • Tocoginecológicos. • Anomalias congênitas. • Iatrogênicas. • Traumatismos pélvicos. • Sistêmicas. Classificação: • Fatores uretrais: o Incontinência urinária de esforço (IUE). ▪ Estudo urodinâmico: • Hipermobilidade uretral (> 90 cm de H2O). • Insuficiência intrínseca do esfíncter (< 60 cm de H2O). • Entre 60 e 90 é indeterminado, e não misto. • Fatores vesicais: o Fístulas. o Hiperatividade do detrusor: ▪ Instabilidade idiopática. ▪ Hiperreflexia neurogênica. o Por transbordamento. o Mista. Diagnóstico: • Anamnese: o Perda involuntária de urina. o Relação com esforço físico, urgência e noctúria ou nictúria. o Antecedentes gineco-obstétricos. 31 Gustavo Urzêda Vitória o Associação com HAS, uso de beta-bloq., DPOC, DM, AVE, Parkinson etc. o Cistite e uretrite. o Peso, idade, atividade física, tabagismo. o Comprometimento da qualidade de vida. • Exame físico: o Geral. o Abdominal. o Ginecológico. o Valsalva para avaliar presença de distopias. o Teste do esforço. ▪ Pedir para a paciente tossir e observar se há perda de urina. o Teste do cotonete. ▪ Q-tip test (introdução de um cotonete estéril lubrificado com gel anestésico na uretra; durante Valsava afere-se a medida do ângulo formado pelo cotonete e o eixo horizontal; alterações acima de 30º indicam hipermobilidade do colo vesical). o Teste de enchimento vesical. • Complementares: o Hemograma, glicemia, EAS, urocultura. 32 Gustavo Urzêda Vitória o A critério: ▪ USG TV e/ou perineal da bexiga + cistoscopia. ▪ Urografia excretora + cistoscopia. ▪ Uretrocistografia de corrente de Hodgkinson → desuso. ▪ Provas urodinâmicas. ▪ • Estudo urodinâmico: o Identificar e excluir fatores determinantes. o Esclarecer fisiopatologia. o Diferenciar mista da hiperatividade do detrusor. o Etapas: ▪ Cistometria → fase de enchimento → sensibilidade, capacidade e complacência. ▪ Eletromiografia. ▪ Estudo de fluxo-padrão. ▪ Pressão de perda sob esforço. IUE: • Incontinência urinária associada ao aumento da pressão intra-abdominal (tosse, espirro, esforço físico) na ausência de atividade do detrusor. • Mais comum em mulheres mais jovens. Tipos: • Fatores intrínsecos (deficiência esfincteriana intrínseca): o Falta de fechamento ativo do esfíncter uretral. • Fatores extrínsecos (hipermobilidade do colo vesical): o Falta de compressão da uretra contra a parede vaginal anterior. Diganóstico: • EAS + urocultura, diário miccional, USG, estudo urodinâmico e vídeo urodinâmico. • PAD-teste ou teste do absorvente: o Pesa o absorvente seco e coloca na paciente. o Paciente ingere 500 ml de líquido sem sódio em 15 minutos. o Nos 30 minutos iniciais a paciente anda, sobe e desce um lance de escada. o Nos 30 minutos finais ela levanta e senta 10 vezes, tosse 10 vezes,corre parada por 1 minuto, agacha 5 vezes e lava a mão em água corrente fria por 1 minuto. o Remove e pesa o absorvente. ▪ < 2g: sem incontinência. ▪ 2-10g: leve a moderada incontinência. ▪ 10-50g: incontinência severa. ▪ > 50g: incontinência muito severa. 33 Gustavo Urzêda Vitória Tratamento clínico: • Estriol local e/ou sistêmico. • Exercícios de Kegel e Siredey. • Cones vaginais, • Estimulação elétrica perineal. • Tratamento das causas sistêmicas. Tratamento cirúrgico: • Bursh: colpossuspensão retropúbica → fixação da fáscia paravaginal anterior ao ligamento ileopectíneo (Cooper). o Contraindicado para obesas. • Marshall-Marchetti-Krantz: uretropexia retropúbica → fixação da uretra e colo vesical no periósteo. o Em desuso pelo aumento de osteomielite. • Sling: via vaginal → transobturatório e retropúbico. Urgência e bexiga hiperativa (IUU): • Tipo mais comum em idosas → perda involuntária acompanhada, ou imediatamente precedida, de urgência. • Hiperatividade do detrusor é uma observação urodinâmica caracterizada por contrações involuntárias do detrusor durante a fase de enchimento, que podem ser espontâneas ou provocadas. • Síndrome da bexiga hiperativa: urgência + polaciúria + noctúria, com ou sem IUU, na ausência de ITU. Mista: • IUE + IUU. • Mais em mulheres idosas. Funcional e transitória: • Mais comum em mulheres idosas. • Incontinência causada por fatores não relacionados com o mecanismo de micção → dor musculoesquelética, diminuição da mobilidade, dificuldade visual, rebaixamento do nível de consciência etc. → dificultam ou atrasam a chegada ao banheiro. Extrauretal: • Perda de urina indesejada através da uretra → aberturas anormais criadas por traumatismos ou anomalias congênitas. • Ureter ectópico. Noctúria: • Número de micções registradas durante o sono noturno, sendo cada uma precedida e sucedida pelo sono. 34 Gustavo Urzêda Vitória o Exclui a última micção antes de deitar e inclui a primeira após levantar de manhã. • Maior produção de urina durante a noite. Tratamento medicamentoso: • Mais usado na mista e na urgência. • Anticolinérgicos: o Contraindicados para glaucoma, miastenia gravis, risco de demência. o Oxibutinina: M1 e M3, 5-20mg, causa xerostomia pelo M1. o Tolteridina: 1-4mg/dia. o Darifenacina: 7,5-15mg/dia, 60x mais seletivo para M3. o Solifenacina: 5-10mg/dia, mais seletivo para M3. • Agonista beta3: o Mirabegron. o Aumenta capacidade cistométrica, baixos efeitos colaterais, mas pode aumentar PA. o 50mg/dia. - Prolapsos e distopias genitais: Conceito: • Todo e qualquer deslocamento ou descida dos órgãos genitais pélvicos em diferentes graus, em direção a rima vulvar ou que se exteriorizam através da fenda vaginal. • Pode ser uterino, de cúpula vaginal, enterocele, inversão uterina, colpocistocele, colporretocele. Epidemiologia: • 50% das multíparas. • 10-20% necessitam de tratamento. • 1 em cada 10 mulheres aos 80 anos já foram submetidas a cirurgia por prolapso. 35 Gustavo Urzêda Vitória • 30% de recidiva. • Aumenta com a paridade. Fisiopatologia: • Fator etiológico mais associado a essa quebre é o equilíbrio da estática pélvica → multiparidade. Etiopatogenia: • Fatores: traumáticos e obstétricos, neurológicos, carenciais, endócrinos, raciais, constitucionais (debilidade mesenquimal), diversos (obesidade, constipação crônica, situações que aumentam a pressão abdominal). • Enfraquecimento dos ligamentos cardinais. • Retroversão e medioversão uterinas → provoca aumento crônico da pressão intra-abdominal, empurrando no sentido crânio-caudal → deslocamento em direção ao hiato urogenital. • Risco de prolapso severo: idade avançada (hipoestrogenismo), parto vaginal de RN > 4kg, histerectomia ou cirurgia prévia por prolapso, não tem associação significativa com patologias médicas. Quadro clínico: • Sensação de peso ou desconforto em baixo ventre. • Exteriorização de uma massa na vagina, presente ao repouso, podendo aparecer e aumentar com o esforço. • Podem ocorrer sangramentos pelo atrito com a roupa íntima, dispareunia e disfunção sexual. • Dificuldade de evacuação e micção. Diagnóstico: • Exame físico → inspeção dinâmica com Valsalva. Histórico: • Antes de 1990: classificações americana e alemã. • Depois de 1990: nova classificação → De Lancey, Petros e Ulmsten → uso de exames de imagem mais sofisticados. o De Lancey: efeito Hammock → tecidos conectivos sustentam o assoalho pélvico. o Petros: teoria integral da mulher → estática pélvica e teoria dos neoligamentos. o Ulmsten: telas sintéticas. • Níveis de De Lancey: o Suspensão apical (nível I): ▪ Correlaciona com prolapsos uterinos. • Ligamento cardinal/US. • Cúpula vaginal/colo uterino. o Suporte lateral (nível II): 36 Gustavo Urzêda Vitória ▪ Correlaciona com cistocele e retocele. • Endopélvica (pulbocervical). • 1/3 médio vaginal. o Fusão distal (nível III): ▪ Correlaciona com a rotura perineal. • Tratamento também passou a ser sítio específico, e foi separado do tratamento de IUE. Nomenclatura, classificação padronizada e estadiamento: Nomenclatura: • Defeito do compartimento anterior (cistocele): o Central. o Lateral ou paravaginal. o Transverso. • Defeito do compartimento posterior (retocele): o Central. o Transverso. 37 Gustavo Urzêda Vitória • Defeitos do compartimento apical: o Prolapso uterino. o Prolapso de cúpula. Classificação padronizada: • Baden-Walker. • POP-Q. 38 Gustavo Urzêda Vitória Estadiamento: • Grau 0: sem prolapso. 39 Gustavo Urzêda Vitória • Grau 1: maior ponto do prolapso está 1 cm acima do hímen. • Grau 2: maior prolapso está entre 1 cm acima e 1 cm abaixo do hímen. • Grau 3: maior prolapso está a mais de 1 cm abaixo do hímen, porém não se desloca mais que o comprimento total da vagina menos 2 cm. • Grau 4: reversão completa → porção mais distal se desloca, no mínimo, o comprimento total da vagina menos 2 cm. Tratamento: Pequeno (até grau 2): • Fisioterapia. • Cirurgia (conservadora ou extrativa ou obliterativa). Grandes (grau 2 ou mais): • Cirurgia (extrativa ou obliterativa por tela). • Pessário → quem não pode fazer a cirurgia. Defeito apical: • Cirúrgico conservador: o Cirurgia de Manchester (Donald-Fothergill) → prolapsos até grau 2 com hipertrofias de colo uterino → amputação do colo com encurtamento dos ligamentos cardinais. o Histeropexia: High McCall, sacroespinhal, promontofixação. o Histeropexia com tela. Telas sintéticas: • Tempo cirúrgico e tempo de internação menores. • Curva de aprendizado pequena. • Sem necessidade de identificação do tipo de defeito pélvico. • Risco de infecção. • Depende da fibrose para segurar os órgãos. 40 Gustavo Urzêda Vitória PRÉ-NATAL CALENDÁRIO DE CONSULTAS HISTÓRIA CLÍNICA EXAMES CONSULTAS SUBSEQUENTES IDADE GESTACIONAL DPP TESTE DA MAMÃE SUPLEMENTAÇÃO VACINAÇÃO GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA - ATÉ 28º SM: MENSALMENTE - 28º A 36º SM: QUINZENALMENTE - 36º A 41º SM: SEMANALMENTE - IDENTIFICAÇÃO - BREVE HDA - ANTECEDENTES FAMILIARES - ANTECEDENTES PESSOAIS - ANTECEDENTES GINECOLOGICOS - SEXUALIDADE - ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS - GESTAÇÃO ATUAL - HÁBITOS DE VIDA FÍSICO: - AFU (A PARTIR DE 16-20 SM) - BCF (A PARTIR DE 10-12 SM) - EXAME GINECOLÓGICO E DAS MAMAS COMPLEMENTARES: 1º CONSULTA: - DUM, USG TV DE 1ºT, EAS E UROCULTURA, GRUPO SANGUÍNEO E FATOR RH, HEMOGRAMA, GLICEMIA DE JEJUM, SOROLÓGIAS, RASTREAMENTO DE CLAMIDIA E GONOCOCO, CITOLOGIA CERVICAL - PESO, PA, BCF E AFU - 20-24 SM: USG ABDOMINAL MORFOLOGICA - 24-28 SM: TOTG-75 - 26-32 SM: CONSCIENTIZAR SOBRE OS MOVIMENTOS FETAIS - 28 SM: REPETIR HEMOGLOBINA E ADM IG ANTI-D EM RH-, E REPETIR VDRL - 35-37 SM: CULTURA VAGINORRETAL PARA ESTREPTOCOCODO GRUPO B - 36 SM: DETERMINAR A POSIÇÃO FETAL 41 SM: PROPOR O DESLOCAMENTO DE MEMBRANAS E A INDUÇÃO DO PARTO - CALENDÁRIO (SOME O NÚMERO DE DIAS DO INTERVALO ENTRE A DUM E A DATA DA CONSULTA E DIVIDE POR 7 --> RESULTADO EM SM) - GESTOGRAMA - GESTOGRAMA - REGRA DE NAEGELE (SOMAR 7 AO DIA DA ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO E SUBTRAIR 3 MESES AO MÊS OU ADICINIONAR 9 MESES SE FOR DE JANEIRO A MARÇO) - SÍFILIS - HIV - HTLV - HBV - HCV - RUBEOLA - TOXO - CHAGAS - FERRO E FOLATO - CÁLCIO - PROTEÍNAS - DT EM QUALQUER PERIODO --> 3 DOSES NUM INTERVALO DE 60 DIAS ENTRE ELAS - INFLUENZA DURANTE A CAMPANHA - HBV (APÓS O 1ºT) --> 3 DOSES COM INTERVALO DE 30 DIAS ENTRE A PRIMEIRA E A SEGUNDA E 180 DIAS ENTRE A SEGUNDA E A TERCEIRA - ANTIRRÁBICA, SE NECESSIDADE - FEBRE AMARELA, SE NECESSIDADE - DTPA --> 1 DOSE POR GESTAÇÃO A PARTIR DE 20 SM - SARAMPO, RUBEOLA E CAXUMBA ESTÃO CONTRAINDICADAS RUBIN II: - EXERCER PRESSÃO NA FACE POSTERIOR DO OMBRO ANTERIOR EM DIREÇÃO AO TÓRAX FETAL DISTOCIA DE OMBRO GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA DEFINIÇÃO: - OMBRO PRESO NA SÍNFISE PÚBICA - MAIS DE 60 SEGUNDOS APÓS O DESPRENDIMENTO CEFÁLICO, O OMBRO NÃO SAIU - SINAL DA TARTARUGA SÃO APENAS 7 MINUTOS PARA SOLTAR O RN FATORES DE RISCO: - MACROSSOMIA FETAL - DIABETES MATERNO - HISTÓRICO DE DISTOCIA DE OMBRO - INCOMPATIBILIDADE DA PELVE - USO DE FÓRCEPS HELPERR: - H: SOLICITAR AJUDA, AVISAR EQUIPE E PACIENTE - E: AVALIAR EPISIOTOMIA (PODE SER AVALIADO APÓS FALHA DE MCROBERTS, PORQUE ABRE ESPAÇO PARA O OBSTETRA APENAS) - L: ELEVAR PERNAS (MCROBERTS) - P: PRESSÃO SUPRAPUBICA (ROBIN I) - E: MANOBRAS INTERNAS - R: EXTRAÇÃO DO OMBRO POSTERIOR - R: MANOBRA DE QUATRO APOIOS OBS: OBSTETRA SEMPRE MANTÉM SUA MÃO NO PESCOÇO DO BEBÊ, EMPURRANDO PARA BAIXO MCROBERTS: - HIPERFLEXÃO DAS COXAS SOBRE O ABDOME - DIÂMETROS PÉLVICOS SÃO MANTIDOS, MAS A CURVATURA LOMBO-SACRA DIMINUI PERMITINDO A ROTAÇÃO CÉFALICA DA SÍNFISE PÚBICA E O OMBRO DESLIZA - RESOLVE DE 80-90% DOS CASOS - MANTÉM DURANTE TODO O PROCESSO RUBIN I: - PRESSÃO SUPRAPÚBICA - COM PUNHO FECHADO OU TIPO RCP - FEITO PELO AUXILIAR - DIMINUIR O DIÂMETRO BIACROMIAL FETAL GASKIN: - POSIÇÃO DE 4 APOIOS - AUMENTO DO TAMANHO FUNCIONAL DA PELVE MATERNA WOODS: - EXERCER PRESSÃO NA FACE ANTERIOR DO OMBRO POSTEIOR EM DIREÇÃO DO DORSO FETAL WOODS INVERTIDO: EXERCER PRESSÃO NA FACE POSTERIOR DO OMBRO POSTERIOR EM DIREÇÃO AO TÓRAX FETAL PARAFUSO: - COMBINAÇÃO DO WOODS E DO RUBIN II - PALPA DA MÃO SUPERIOR EMPURRA O ROSTO DO RN PARA BAIXO PINARD: - EXTRAÇÃO DO OMBRO POSTERIOR - ELEVA A CABEÇA DO RN E ENCOSTA NA VULVA - COM A OUTRA MÃO. INTRODUZIDA NO CANAL VAGINAL, IDENTIFICA E PUXA O PUNHO POSTERIOR, RETIRANDO O BRAÇO TERCEIRA LINHA: - ZAVANELLI (REINTRODUÇÃO DA CABEÇA FETAL NA CAVIDADE UTERINA POR FLEXÃO E ROTAÇÃO, SEGUIDA DE CESARIANA) - SINFISECTOMIA (INCISÃO DA CARTILAGEM QUE UNE A SÍNFISE PÚBICA) - FRATURA PROPOSITAL DA CLAVÍCULA APRESENTAÇÕES ANÔMALAS GUSTAVO URZÊDA VIT´ÓRIA DENIFIÇÃO: TODAS AS APRESENTAÇÕES QUE NÃO FOREM A CEFÁLICA FLETIDA (TOCA A FONTANELA OCCIPITAL) PÉLVICO CEFÁLICO DEFLETIDO CÓRMICO MANOBRAS - COMPLETA - INCOMPLETA MODO NÁDEGAS - INCOMPLETA MODO PÉS - 1º GRAU OU BREGMA - 2º GRAU OU FRONTE 3º GRAU OU FACE 1º: CHAMAR AJUDA - OBS: PODE FAZER EPISIO NO INÍCIO 2º: THIESSEN --> PRECIONAR O PE´RINEO DA PACIENTE COM A MÃO DIREITA POR 3 CONTRAÇÕES - OBS: USA COMPRESSA PARA FAZER A MANOBRA EPISIO MÉDIO-LATERAL 3º: DORSO ANTERIOR --> GIRA NO PRIMEIRO SINAL DO DORSO 4º: THIESSEN ATÉ LIVRAR POLO CEFÁLICO E MMSS 5º: CORDÃO EXTERIORIZOU --> ALÇA DE CORDÃO 6º: PAJOT --> DESPRENDER OS OMBROS --> COLOCAR O POLEGAR NO CAVUM AXILAR DO FETO E COM OS OUTROS DEDOS REALIZAR A FLEXÃO DOS MMSS, OU SEJA, TIRA PRIMEIRO O OMBRO MAIS EXTERIORIZADO E PUXA O BRAÇO PELA FOSSA CUBITAL 7º: LIVRAR A CABEÇA - obs: 7 MINUTOS PARA TIRAR DEPOIS DESSAS MANOBRAS BRATCH: DIRECIONAR O DORSO FETAL EM DIREÇÃO AO ABDOME MATERNO + EMPURRAR A CABEÇA --. MAIS TOCOTRAUMATISMOS MORRICEAU MODIFICADO: PRESSIONAR OS MAXILARES COM OS DEDOS MÉDIO E INDICADOR PARA REALIZAR A FLEXÃO CEFÁLICA - OBS: PODE FAZER PRESSÃO SUPRAPÚBICA PARA AJUDAR OU FÓRCEPS VÁCUO-EXTRATORGUSTAVO URZÊDA VITÓRIA - SIMPSON: ARCOS PÉLVICO E CEFÁLICO, E ARTICULAÇÃO FIXA - KIELLAND:SÓ O ARCO PÉLVICO E ARTICULAÇÃO MÓVEL INDICAÇÕES: - PROLAPSO DE CORDÃO - SOFRIMENTO FETAL - EXAUSTÃO MATERNO-FETAL - MÃE COM PROBLEMAS CARDIOPULMONARES - PROTEGER O CRÂNIO EM PREMATUROS - CORRIGIR DISTOCIAS DE ROTAÇÃO - 2 OU MAIS CICATRIZES DE CESÁREAS (1 SÓ É INDIVIDUALIZADO) - PERÍODO EXPULSIVO PROLONGADO COMPLICAÇÕES: - PARALISIAS FACIAIS TEMPOR´ARIAS - AFUNDAMENTO DE CRÂNIO - SINAL DE BAUDELOCQUE - LESÃO DE PERÍNEO - LESÃO DE VAGINA - A: AVISAR PACIENTE, ANESTESISTA E PEDIATRA - B: BEXIGA VAZIA (PODE PASSAR SONDA DE ALÍVIO) - C: DILATAÇÃO (A PARTIR DE +2 DE DE LEE) - D: VARIEDADE DE POSIÇÃO (OP É O MAIS COMUM) E PENSAR EM DISTOCIA DE OMBRO - E: AVALIAR EQUIPAMENTO - F: ALOCAR O FÓRCEPS: -- ARCO DE LACHAPELLE -- PRIMEIRO COLOCAR A PÁ A ESQUERDA DA MULHER -- SEGURAR COMO PUNHAL ATÉ 45º, DEPOIS COMO ESPADA -- PROTEGER O PERINEO E A GENITÁLIA -- IDEAL: PÁS EQUIDISTANTES DA SUTURA SAGITAL E COM 1 DEDO DE DISTÂNCIA DOS LÁBIOS VAGINAIS -- J DE PAJOT: PUXA PRA VOCÊ E COM UM COMPRESSÃO PUXA PARA BAIXO ATÉ VER A FONTANELA OCCIPITAL, DEPOIS LEVANTA E PUXA PARA CIMA ATÉ SAIR A MANDÍBULA -- RETIRA PRIMEIRO A ÚLTIMA PÁ COLOCADA INVERTENDO O J DE PAJOT - PUXAR JUNTO COM A CONTRAÇÃO - G: GENTIL TRAÇÃO - H: LEVANTAR OS CABOS - I: EPISIOTOMIA - J: FINALIZAR - POSICIONAR A CÂMPANULA NO ÁPICE DA FONTANELA OCCIPITAL - BOMBEIA ATÉ A MARCAÇÃO VERDE - A MARCAÇÃO AMARELA É EM REPOUSO - FAZ O RPOCESSO JUNTO COM AS CONTRAÇÕES - NÃO FAZ ROTAÇÃO - O PUXAR REPETE O MESMO PROCESSO DO J DE PAJOT (PARA BAIXO E PARA CIMA) - NO MÁXIMO 3 VEZES OU 3 ESCAPES EM 20MINUTOS - NÃO DEU CERTO: CESÁREA DE EMERGÊNCIA - NÃO FAZ FÓRCEPS APÓS FALHA PARTOGRAMA GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO TRABALHO DE PARTO 1º COLUNA: DILATAÇÃO --> CADA QUADRADO REPRESENTA 1H - NA DIREITA TEMOS A DILATAÇÃO DO COLO UTERINO EM CM - NA ESQUERDA TEMOS A ALTURA DA APRESENTAÇÃO (DELEE) - JUNTO COM A DILAÇÃO DESENHA A POSIÇÃO EM RELAÇÃO A FONTANELA TOCADA 2º COLUNA: FC FETAL --> PARA CADA HORA (QUADRADO GRANDE) TEMOS 2 AFERIÇÕES (QUADRADOS MENORES) 3º COLUNA: AVALIAÇÃO DAS CONTRAÇÕES --> PINTA O QUADRADO CORRESPONDENTE - SE AS CONTRAÇÕES ESTIVEREM MUITO INTENSAS TOMAR CUIDADO COM A FCF DEMAIS COLUNAS: USO DE CITOCINA, OUTROS FLUIDOS, BOLSA, LIQUIDO AMNIOTICO, MEDICAÇÕES E EXAMINADOR LINHAS: - AÇÃO: QUASE 4H APÓS A DE ALERTA - TRAÇA ALERTA APÓS ABRIR O PARTOGRAMA - SE ULTRAPASSAR A DE ALERTA ERA PARA ENCAMINHAR PARA UM HOSPITAL MAIOR OBS: - DELEE NA ESPINHA ILIACA É 0 --> MEDE QUANTOS DEDOS ESTÃO ACIMA OU ABAIXO DA ESPINHA (DEDOS +/- = CM) - VARIEDADE DE POSIÇÃO DEPENDE DO OCCIPITO - ZANG ABRE O PARTOGRAMA COM 6 CM, FRIEDMAN ABRE COM 3 CM - REAVALIA A CADA 2H PARTOGRAMAS ALTERADOS FASE ATIVA PROLONGADA PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO PARTO PRECIPITADO PERIODO PELVICO PROLONGADO PARADA SECUNDARIA DA DESCIDA CTG GUSTAVO URZÊDA VITÓRIA DEFINIÇÃO FCF BASALACELERAÇÕES DESACELERAÇÕES REALIZAÇÃO ESTIMULAÇÃO VIBROACUSTICA - AVALIAÇÃO DE VITABILIDADE FETAL (OXIGENAÇÃO) - REGISTRO GRÁFICO SIMULTÂNEO DE FCF, MOVIMENTOS FETAIS E CONTRAÇÕES UTERINAS - CLASSIFICADA EM: ANTEPARTO (OU BASAL) E INTRAPARTO BASAL CALCULADA EM DETERMINADO TEMPO - NORMAL: 110-160BPM - TAQUICARDIA: >160 - BRADICARDIA: <110 - AUMENTOS PERIÓDICOS DA FCF INDUZIDOS POR MOVIMENTOS FETAIS OU CONTRAÇÕES UTERINAS - DURANTE O SONO FETOS SAUDÁVEIS NÃO SE MOVIMENTAM, FORA ISSO É NORMAL SEREM ATIVOS - > 10MIN DEVE SER CONSIDERADA UMA MUDANÇA NA LINHA DE BASE - AUSÊNCIA --> ACIDOSE - FCF PODE APRESENTAR QUEDAS PERIÓDICAS QUE PODEM TER OU NÃO SIGNIFICADO PATOLÓGICO - QUALQUER UMA QUE DURA + DE 10MIN É CONSIDERADA UMA MUDANÇA NA LINHA DE BASE - PRECOCES (DIP 1): NADIR E A RECUPERAÇÃO DA FCF BASAL SÃO COINCIDENTES COM O INÍCIO E O PICO DASCONTRAÇÕES UTERINAS --> CONSIDERADAS BENIGINAS E ASSOCIADAS A COMPRESSÃO DA CABEÇA DO FETO - TARDIAS: (DIP 2) NADIR DA DESACELERAÇÃO OCORRE APÓS O PICO DA CONTRAÇÃO UTERINA --> SUGESTIVA DE COMPROMETIMENTO DA OXIGENAÇÃO - VARIÁVEIS (DIP 3): NÃO TEM REALÇÃO COM CONTRAÇÕES UTERINAS --> COMPLICADAS OU NÃO E ASSOCIADAS A COMPRESSÃO DO CORDÃO UMBILICAL COMPLICADAS: FCF < 70 E COM DURAÇÃO > 60S --> PERDA DE VITABILIDADE FETAL - DECUBITO LATERAL, SEMISENTADA, FOWLER OU SENTADA - EVITAR JEJUM PROLONGADO - DURAÇÃO MÉDIA DE 10MIN - USAR ESTIMULAÇÃO VIBROACÚSTICA SE ACELERAÇÕES ESTIVEREM AUSENTES - BUZINA ADAPTADA AO VENTRE MATERNO - ESTIMULAR A MOVIMENTAÇÃO FETAL - PODE SER REPETIDA POR ATÉ 3X ANOTAÇÕES: - DECÚBITO LATERAL ESQUERDA LIBERA VEIA CAVA E MELHORA A OXIGENAÇÃO - OFERTAR GLICOSE A MÃE AUMENTA A MOVIMENTAÇÃO FETAL - NÍVEL É A LINHA DE BASE CONTRAÇÕES EFETIVAS TEM FREQIÊNCIA DE 80-90MMHG - VARIABILIDADE MODERADA: 5-20 CONTRAÇÕES - ACELERAÇÃO: VARIAÇÃO DE + DE 15 BATIMENTOS POR + DE 15S PARA CIMA - DESACELERAÇÃO: IGUAL ACELERAÇÃO SÓ QUE PARA BAIXO - 2 ACELERAÇÕES TRANSITÓRIAS GARANTEM MOVIMENTAÇÃO ATIVA - NADIR É O ZÊNITE
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