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Anamnese e Exame Obstétrico - Habilidades Clínicas UC10/P4

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1 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
ANAMNESE OBSTÉTRICA 
Os princípios gerais da anamnese e do exame físico na gravidez são os mesmos da semiologia médica, embora, sob o prisma 
obstétrico, deva-se ter especial atenção a inúmeras particularidades. 
IDENTIFICAÇÃO 
Idade 
Gravidez em condições ideais = 20 a 30 anos; Gravidez de risco = inferior a 15 anos e superior a 35 (expressivo 
índice de malformações – gestação senil). 
Cor O vício pélvico é mais comum em mulheres de etnia africana, assim como a incidência de pré-eclâmpsia. 
Profissão 
Intoxicações profissionais, de ação lenta, comprometem a evolução gravídica (por ex. álcool, chumbo, fósforo, 
nicotina etc.) Importa conhecer a profissão da gestante, principalmente quando ela é predisposta a abortamento, 
para orientá-la quanto à conveniência de abster-se de esforço físico. 
Estado Civil Estatísticas demonstrando maior morbidade e mortalidade materna e fetal entre as solteiras. 
Nacionalidade 
e domicílio 
Rastrear a possibilidade de enfermidades capazes de influenciar na gestação (doença de Chagas, 
esquistossomose, malária, Zika). 
QUEIXA PRINCIPAL E DURAÇÃO 
A consulta pode ser com a queixa de gravidez, queixa de sintomas associados a gravidez ou sintomas de patologias que podem 
desencadear por exemplo, prejuízos a gravidez (p.ex. queixas urinárias). 
HDA 
Igual na anamnese comum. 
ANTECEDENTES FAMILIARES 
É fundamental indagar sobre a existência de estados mórbidos nos ascendentes e colaterais (p. ex., diabetes, pré-eclâmpsia). 
Ocorrência de malformações; partos prematuros; neoplasias malignas (câncer de colo de útero e de mama); trombose venosa 
profunda; gemelaridade; doenças congênitas; saúde do marido; marido consanguíneo (doenças autossômica recessiva); 
descolamento prematuro de placenta. 
ANTECEDENTES PESSOAIS 
Desenvolvimento nos primeiros anos de vida , inicio de deambulação, condições de nutrição na infância (investigar raquitismo, 
influência perniciosa sobre o esqueleto, especialmente na constituição da pelve); instalação da puberdade (data de menarca e 
característica dos ciclos menstruais – anamnese ginecológica em geral). Antecedentes patológicos (poliomielite, doenças ósseas, 
cardiopatias, nefropatias e pneumopatia); operações e cirurgias prévias (principalmente do sistema genital: miomectomias, 
fístulas genitais, perineoplastia); medicações de uso regular e alergias medicamentosas, terapias hormonais. 
Hábitos de vida, práticas de atividades físicas (frequência e intensidade), ingesta alimentar, tabagismo, etilismo e drogas ilícitas. 
Condições socioeconômicas (tipo de moradia, saneamento básico, higiene, nível socioeconômico, renda familiar). 
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS 
Gesta: refere-se ao número de ao número de gestações que a paciente já apresentou, não importando a duração ou o número de 
fetos em cada uma. Ex: nuligesta (nunca esteve grávida), primigesta (primeira gravidez), secundi, terci ou quadrigesta (2ª, 3ª e 4ª 
vez), multigesta (gestou muitas vezes). 
Para: refere-se ao número de gestações em que houve viabilidade fetal (exclui abortos), ou seja, o número de vezes que a paciente 
pariu. Não se leva em conta o número de fetos nascidos e nem quantos sobreviveram. Ex: nulípara (nunca deu à luz), primípara 
(deu à luz uma vez), II-para, III-para. É paucípara a que deu à luz poucas vezes (até três). 
Exemplificando: após a primeira parturição, gemelar, a paciente continua I-gesta e I-para; se houve dois abortamentos e está em 
curso a terceira gestação, trata-se de uma paciente III-gesta, 0-para. 
Paridade: os perigos para a mãe e para o concepto, na gravidez e no parto, são maiores nas primíparas e naquelas que pariram 
mais de 4 vezes. 
Intervalo interpartal: os riscos reprodutivos estão reduzidos quando o intervalo entre os partos é de, no mínimo, 2 anos. 
Evolução dos ciclos gravídico-puerperais anteriores: serão coletados informes sobre gestações, partos e puerpérios anteriores, e 
sobre a ocorrência de abortamentos, toxemia e condições de aleitamento. GPA: gestação/parto/aborto. 
Condições de aleitamento: como foi e por quanto tempo (amamentação exclusiva etc.). Abortamentos prévios: quantidade, se 
precisou de curetagem, tipo de aborto; Tipo de parto (cesárea, normal, fórceps); APGAR do RN; peso do RN; Idade na primeira 
gestação; Isoimunização Rh; Intercorrências em gravidez anteriores, sangramento pós-parto; Evolução do puerpério. 
Anamnese & Exame Obstétrico 
 
2 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO 
Na semiótica geral, é necessário examinar o coração, os pulmões, as mamas, o abdome e as extremidades. Além disso, o obstetra 
faz minuciosamente a inspeção, palpação e toque vaginal. 
INSPEÇÃO 
CABEÇA 
 
• Sinal de Halban: formação de lanugem junto aos limites do 
couro cabeludo, em consequência da intensificação da 
nutrição dos folículos pilosos. 
• Melasma ou máscara gravídica: pigmentação difusa ou 
circunscrita, mais nítida nas áreas muito expostas à luz 
(fronte, nariz e região zigomática), de tonalidade escura, 
que mancha a pele, em consequência da hiperfunção do 
lobo anterior da hipófise, por intermédio de suas células 
basófilas, que, secretando hormônio melanotrófico 
PESCOÇO 
Em função da hipertrofia da tireoide, o pescoço apresenta circunferência aumentada, mais evidenciável por volta do 5º ou 6º mês. 
GLÂNDULA MAMÁRIA 
 
• Hipertrofia mamária – volume da mama aumenta. 
• Secreção de colostro – a partir das 16 semanas. 
• Sinal de Hunter: aréola gravídica (em alvo), fica 
hiperpigmentada e apresenta ao redor a aréola secundária, 
menos pigmentada. 
• Rede de Haller: trama de vasos venosos na pele 
perceptível por causa da melhor circulação. 
• Tubérculo de Montgomery: cerca de 12 a 15 glândulas 
mamárias acessórias, ou sebáceas, hipertrofiadas. 
ABDOME 
 
 
• Globoso ou ovoide; exibe as resultantes da distenção de 
sua parede pelo útero em crescimento. 
• Cicatriz umbilical torna-se plana e, às vezes, até protuso. 
• Ventre em pêndulo (nas multíparas, devido ao 
comprometimento da tonacidade da aponeurose e da 
musculatura, que causa diástase dos retos anteriores). 
• Linha nigra/alva: principalmente nas mulheres de pele 
mais escura, evidencia-se a hiperpigmentação. 
• Estrias ou víbices, que variam a coloração: gravidez atual 
a cor é violácea, gravidez antiga a cor é branca; Acontecem 
pelo rompimento de fibras colágenas. Acontece mais em 
mulher jovem, devido a pele ser menos flácida. 
MEMBROS INFERIORES 
• Dilatação circunscrita de vasos sanguíneos, exagerados 
pela influencia da gestação, ou mesmo varizes 
aumentadas. No fim da gravidez é normal edema. 
SISTEMA GENITAL EXTERNO 
 
• A pigmentação da pele mostra-se mais carregada, 
formando-se uma aréola escura em torno do ânus. 
• Sinal de Jacquemier ou Chadwick: a influência hormonal 
da gestação e, mais adiante, o fator mecânico modificam 
a mucosa, que se mostra hiperpigmentada, tumefeita e 
com uma coloração modificada. Rosada → cianosada → 
violácea. No vestíbulo e nas proximidades do meato 
urinário e intensificam-se à medida que progride a 
gravidez. MODIFICAR 
 
3 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
PALPAÇÃO 
O palpar obstétrico faz-se do útero e do seu conteúdo. 
 
 
 
SUPERFÍCIE UTERINA: A palpação possibilita o reconhecimento da 
superfície lisa e regular da parede do útero grávido normal ou de 
nódulos e saliências, que denunciam tumores miomatosos. 
Cuidado para não confundir o achado com o que se nota ao palpar 
as pequenas partes fetais (pés, mãos, cotovelos e joelhos). 
CONTEÚDO UTERINO: Observado por meio do método palpatório 
(manobra de Leopold), visa ao reconhecimento do feto, sua 
apresentação e posição. 
ATITUDE DO FETO: relação das partes fetais com ele mesmo → 
flexão generalizada 
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL: É avaliada nonível da 
cicatriz umbilical. Em uma gestante a termo com peso normal, 
ela mede em torno de 90-92cm. 
APRESENTAÇÃO FETAL 
Relação do polo fetal e a abertura superior da pelve materna. 
Cefálica 
O polo é menor, 
liso, consistente e 
irredutível. 
Pélvica 
O polo é maior, 
irregular, 
amolecido e 
deprimível 
Córmica 
A escava está 
vazia. Comum na 
situação transversal 
ou oblíqua. 
 
 
SITUAÇÃO FETAL 
Relação entre o maior eixo longitudinal do feto com o eixo 
longitudinal da mãe. 
Longitudinal 
 
Transversal 
 
Oblíqua 
 
ALTURA UTERINA (AFU) 
• É estimada tendo-se o cuidado de reconhecer a 
resistência óssea do púbis e de delimitar, sem comprimir, 
o fundo do útero, com a borda cubital da mão. 
• A fita métrica mede o arco uterino, o que possibilita 
calcular a idade da gravidez e acompanhar o crescimento 
fetal, assim como suspeitar de gemelidade e do excesso 
de líquido amniótico (LA), chamado de polidrâmnio. 
• Utiliza-se uma fita métrica, fixando seu marco zero na 
borda superior da sínfise púbica estendendo-a ao longo 
do maior eixo uterino e, com a mão esquerda, que 
delimita o fundo, apreende-se a fita métrica, verificando 
o comprimento obtido. 1cm = 1 semana, a partir da 20º 
 
CONSISTÊNCIA UTERINA 
• A palpação reconhece a consistência elástico-pastoso-
cística, característica do amolecimento da parede 
uterina da gestante e, em função da quantidade de 
líquido amniótico, a sua maior ou menor tensão. Pode-se 
aquilatar por ela a existência de polidrâmnio. 
• Contrações de Braxton-Hicks são normalmente indolores 
e curtas, durando apenas um ou dois minutos. Podem 
ocorrer em toda a gravidez, mas geralmente aumentam 
no último trimestre. Ajudam a amolecer o colo uterino e 
exercitar todos os músculos que serão usados para 
empurrar o bebê para fora. E no decurso da dilatação e 
da expulsão, as contrações tornam-se metrossístoles 
regulares, que traduzem a atividade uterina do trabalho 
de parto. 
→ Primeiros 2 meses: órgão intrapélvico. 
→ 10- 12: região hipogástrica. Começa a ser palpado acima da sínfise 
púbica. 
→ 16 semanas (3-4º mês): Entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical 
→ 20 semanas (5º mês): na cicatriz umbilical. 
A partir daí, a medida do fundo uterino se correlaciona bem com a idade 
gestacional. Um centímetro corresponde aproximadamente uma semana. 
POSIÇÃO FETAL 
Relação do dorso fetal com o lado direito ou esquerdo da mãe. 
Apenas em situação longitudinal. Nas outras não tem como. 
Esquerda → dorso fetal a esquerda da mãe (PRINCIPAL). 
Direita → dorso fetal a direita a direita da mãe. 
IG X AFU: quando não tem relação direta. Pode ser Oligodramnio 
ou Polidramnio, Gemelaridade, Macrossomia Fetal... 
 
4 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
MANOBRA DE LEOPOLD-ZWEIFEL 
Após 28 semanas de gestação, o palpar uterino permite reconhecer o concepto nele contido e identificar sua: 
• Situação: longitudinal, transversa ou oblíqua; 
• Posição: dorso à esquerda, à direita, anterior ou posterior; 
• Apresentação: cefálica, pélvica ou córmica. 
• Permite designar o local apropriado para a ausculta. 
PRIMEIRO TEMPO SEGUNDO TEMPO TERCEIRO TEMPO QUARTO TEMPO 
Técnica: examinador lado 
direito da paciente e de frente 
para ela. Delimita-se o fundo 
de útero com as duas mãos 
encurvadas comprimindo a 
parede abdominal e observa-
se o polo fetal que o ocupa. 
Objetivo: identificar o polo 
fetal que está no fundo do 
útero (cefálico ou pélvico); no 
caso do feto em posição 
cefálica deve-se anotar o 
contorno regular, resistente e 
irredutível; caso haja 
quantidade suficiente de 
liquido, anotar o rechaço. 
Técnica: Deslizam-se as mãos 
do fundo em direção ao polo 
inferior para identificar o 
dorso fetal de um lado e os 
membros do outro. 
Objetivo: determinar a 
posição fetal: se o dorso do 
feto está à esquerda ou à 
direita da mãe. 
Considerações: a região 
dorsal do feto é resistente e 
continua, plana no sentido 
longitudinal e convexa no 
transversal. 
Técnica: Apreender o polo 
entre o polegar com dedo 
indicador ou médio, 
imprimindo-lhe movimentos 
de lateralidade para verificar 
o grau de penetração da 
apresentação na bacia 
(mobilidade do polo que se 
relaciona com o estreito 
superior da pelve). 
Objetivo: determina o grau de 
mobilidade fetal para saber se 
o feto está insinuado na bacia 
ou não. 
 
Técnica: com as costas do 
examinador voltadas para a 
paciente, coloca-se as mãos 
sobre as fossas ilíacas, 
caminhando em direção ao 
hipogastro, paralelamente à 
arcada crural e afastadas uma 
da outra, cerca de 10cm. Com 
a ponta dos dedos, 
procuramos penetrar na pelve. 
Objetivo: Reconhecer se o 
polo é cefálico ou pélvico e 
definir a apresentação fetal 
(se o bebê já está encaixado 
ou não). Ratifica a 1º manobra. 
 
AUSCULTA 
• O que se pretende ouvir são os batimentos cardiofetais (BCF), que informam, durante a gestação, se o concepto está vivo ou 
morto, podendo-se inferir pouco de suas condições de higidez, a não ser por meio do monitoramento dos batimentos, técnica 
descrita mais adiante. 
• No parto, a vitabilidade fetal pode ser razoavelmente entrevista pela ausculta, embora o registro cardiotocográfico o faça mais 
facilmente e com apurada fidelidade. 
• Os BCF geralmente são percebidos em torno de 20 semanas de gravidez. 
• A ausculta clínica pode ser: 
 Imediata ou direta: aplicando-se o ouvido sobre a parede abdominal da paciente; 
 Mediata ou Indireta: usando-se o estetoscópio (o mais indicado em obstetrícia é do tipo Pinard, de alumínio ou de madeira, 
composto por três artes: auricular, coletora e condutora do som.) 
• Sonar Doppler: pode ser empregada a partir de 10-12 semanas e faculta a audiência e a identificação do pulso do cordão 
umbilical ou de qualquer outro grande vaso fetal. 
 Os BDF nunca são isócronos com o pulso materno. 
 Sua frequência oscila entre 110 e 160bpm, com 140 de média. 
 O número de bulhas cardíacas, no adulto, é duplo em relação ao dos batimentos arteriais, ou seja, cada batimento esfígmico 
traduz uma revolução cardíaca com duas bulhas (sistólica e diastólica). No feto, entretanto, ouve-se uma só em cada 
revolução. 
 
5 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
• Os batimentos são mais facilmente audíveis no chamado foco máximo de auscultação, ponto 
que varia com a apresentação. 
• DIAGNÓSTICO DE APRESENTAÇÃO PELA AUSCULTA: No termo da gravidez ou próximo 
dele, em virtude de estar a área cardíaca mais perto do polo cefálico, o foco máximo de 
escuta terá locação diferente conforme a apresentação. Na apresentação cefálica, esse foco 
encontra-se nos quadrantes inferiores do abdome materno, à esquerda ou à direita, 
conforme a posição. 
 Cefálica: quadrantes inferiores do abdome materno, a esquerda ou a direita, conforme 
a posição fetal. 
 Córmica: está na linha média, junto a cicatriz umbilical. 
 Pélvica: quadrantes superiores do abdome, esquerdo ou direito. 
• Ressalva há de ser feita no que se refere à descida e à rotação da cabeça fetal no evoluir 
do trabalho de parto: o foco de escuta gradativamente desloca-se para baixo e em direção à linha mediana. 
• ESCUTA NA GRAVIDEZ GEMELAR: Nota-se dois focos, que não são sincrônicos e possui diferentes características (p.ex. 
Frequência). 
• AUSÊNCIA DE BATIMENTOS E MORTE FETAL: Vale ressaltar em mulheres obesas algumas vezes não se consegue auscultar os 
BCF. O diagnóstico de morte fetal deve ser feito pela USG. 
TOQUE VAGINAL 
• Não faz muito em rotina, só quando 
realmente necessário, para não levar 
bactérias para o canal vaginal. 
• Pode ser unidigital, bidigital (mais 
comum) ou manual (excepcional), este 
realizado quando a apresentação estiver 
muito alta e, em geral, já na mesa 
operatória, com a paciente anestesiada. 
• Técnica: 
 Paciente: bexiga e reto esvaziados, 
em posiçãolitotômica ou 
ginecológica. 
 Examinador: mãos lavadas, com luva 
estéril, entreabrindo a vulva. 
• Indicações: 
 Durante a gestação: o toque 
combinado torna possível definir o 
volume uterino quando o órgão 
ainda não se encontra acessível à 
palpação abdominal, o que é útil, 
portanto, ao diagnóstico da 
gravidez. 
 Próximo ao parto: possibilita avaliar 
as condições do colo, relações entre a apresentação fetal e a bacia (insinuação, proporcionalidade) e as características do 
trajeto ósseo. 
 Trabalho de parto: acompanhar a dilatação cervical, a progressão fetal e determinar o tipo de apresentação, de posição e 
suas variedades. 
 Diagnóstico de gravidez. 
SINAIS DO DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ PERCEPTÍVEIS AO TOQUE VAGINAL 
Sinal de Puzos 
Acontece por volta da 14ª semana. Na 
procedência do toque vaginal (impulsiona 
o feto com os dedos no fundo de saco 
anterior) experimenta-se a sensação de 
algo retornando de uma cavidade 
(correspondendo ao rechaço fetal). 
Sinal de Osiander 
É a percepção dos batimentos do pulso vaginal no fundo de saco devido a hipertrofia do 
sistema vascular. 
Sinal de Noble-Budin 
Em mulheres não grávidas, o útero possui 
formato piriforme (fundo de saco vazio). 
Com a gestação, há preenchimento dos 
fundos de saco laterais, e o útero assume 
morfologia globosa. 
 
Sinal de Hegar 
Amolecimento e compressibilidade do 
istmo uterino. 
 
Com o toque, dá para avaliar: colo - apagado, centralizado, dilatação, 
amolecido; presença ou não de bolsa amniótica e sua integridade; altura da 
apresentação (planos de DeLee); variedade de posição de apresentação. 
 
6 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DA GRAVIDEZ 
As alterações fisiológicas observadas na gestação decorrem, principalmente, de fatores hormonais e mecânicos, e os ajustes 
verificados no organismo da mulher devem ser considerados normais durante o estado gravídico, embora determinem, por vezes, 
pequenos sintomas que afetam a saúde da paciente. 
SISTEMA 
OSTEOARTICULAR 
• O centro de gravidade desvia-se para a frente, e todo o corpo, em compensação, projeta-se para trás. 
• Hiperlordose da coluna lombar → lombalgia. 
• Passos oscilantes e mais curtos → marcha anserina (como se fosse um ganso) 
• Dores cervicais (hiperflexão → cervialgia) e lombares → músculos passam a fadigar. 
METABOLISMO 
• Aumento na demanda de glicose → parasitismo verdadeiro. 
• Aumento na resistência à insulina ao fim do 2º trimestre 
• Preservação de glicose, graças à utilização dos lipídios. A liberação excessiva de ácidos graxos também 
ajuda a reduzir o uso da glicose materna. 
SISTEMA 
CARDIOVASCULAR 
• Aumento da frequência cardíaca (10 a 20% ou seja, 10 a 15 bpm a mais) 
• Aumento do volume sistólico (10%) 
• Aumento do débito cardíaco (40 a 50%) 
• Diminuição da pressão arterial média (10%) 
• Diminuição da resistência vascular periférica (35%) 
• Aumento do débito cardíaco, do volume sanguíneo, por causa principalmente do volume plasmático, 
da redução da resistência vascular periférica e da pressão sanguínea. 
SISTEMA 
SANGUÍNEO 
• Diminuição: do número de hemácias, da concentração de hemoglobina e de hematócrito 
• Aumento: de leucócitos e da concentração de fibrinogênio. 
• A hipercoagulabilidade fisiológica é responsável pelo risco aumentado de trombose na grávida. 
SISTEMA 
URINÁRIO 
• Hidronefrose fisiológica: resultante de fatores hormonais e mecânicos. 
• Ureteroectasia: o útero expandido comprime os ureteres, enquanto a progesterona inibe a musculatura 
lisa ureteral. 
• Infecções urinárias: a dilatação do sistema urinário superior pode aumentar a estase urinária. 
• Bexiga é distorcida pela compressão do útero e diminuição do suporte pélvico da parede vaginal 
anterior e da uretra→ incontinência urinária. 
• Aumento do fluxo plasmático renal e da TFG → diminuição da creatinina plasmática. 
• Hipercalciúria: aumento da absorção do cálcio intestinal (diminui no plasma e vai pro feto); 
• A glicosúria é fisiológica na gravidez e se deve ao aumento da TFG, que excede o limite da reabsorção 
tubular da glicose. Desse modo, não é indicativa de diabetes na gestação, assim como não serve para 
o seu rastreamento. 
• Proteinúria é fisiológica, sendo normais valores de proteína na urina de até 300mg/dia. 
• Retenção de sódio por causa dos mecanismos compensatórios (sistema renina-angiotensina). 
SISTEMA 
RESPIRATÓRIO 
• Frequência respiratória sem alterações 
• Volume-corrente e volume-minuto aumentados cerca de 30 a 40% 
• Capacidade residual funcional reduzida em 20% 
• Hiperventilação fisiológica 
• Dispneia (em 60 a 70% das gestantes) 
SISTEMA 
DIGESTÓRIO 
• Náuseas e vômitos no primeiro trimestre (pelo aumento do hCG). 
• Gengivite 
• Alta incidência de pirose, combinação do relaxamento do esfíncter gastresofágico ao aumento de 
pressão intra-abdominal condicionada pelo útero gravídico. 
• A atonia do cólon explica a grande frequência da constipação intestinal. A vesícula fica hipotônica, 
distendida, com bile viscosa e com grande tendência de formar cálculo. 
SISTEMA 
ENDÓCRINO 
• Aumento fisiológico da tireoide, que fica hiperfuncionante. O iodo tende a diminuir. 
• Hipófise pode ate triplicar de tamanho, aumento de produção de prolactina. 
PELE E FÂNEROS 
• Estrias no abdome e nos seios, nádegas e coxas. 
• Hiperpigmentação da linha alva do abdome, da vulva, das aréolas e da face. 
• Hipertricose: pelos na face e em outras regiões, crescimento mais acentuado dos cabelos, com unhas 
muito quebradiças e surgimento do eritema palmar (vasodilatação da palma das mãos – geralmente 
pelo estrogênio) e da hipertrofia das glândulas sudoríparas e sebáceas (podendo causar acne) 
 
7 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
CORRELAÇÃO ENTRE SINTOMAS E MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS DO ORGANISMO MATERNO DURANTE A GRAVIDEZ 
SINAIS E SINTOMAS MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS 
Náuseas e vômitos Elevação dos níveis séricos de B-hCG, T4 livre e estradiol 
Sialorreia Não deglutição da saliva (não há comprovação de aumento da produção de saliva) 
“Desejos” Aspectos emocionais envolvidos 
Melasma/linha nigra Aumento da produção do hormônio melanotrófico hipofisário 
Pirose/queimação Refluxo gastresofágico, menor motilidade gástrica (não há evidências seguras de hipercloridria) 
Constipação intestinal Diminuição da função dos músculos lisos pela ação da progesterona 
Taquicardia Aumento da frequência cardíaca 
Edema Escape de líquido dos capilares para o espaço extravascular 
Lipotimia Vasodilatação periférica, hipotensão posturaI devido a diminuição do retorno venoso dos membros 
inferiores e hipoglicemia 
Dispneia Crescimento uterino com elevação do diafragma. Aumento do volume corrente que diminui a PCO2 
sanguínea 
Obstrução nasal Embebição gravídica, aumento do fluxo sanguíneo e congestão das mucosas 
Polaciúria Diminuição da capacidade vesical por compressão em virtude do aumento do volume uterino 
Nictúria Aumento do fluxo renal pelo decúbito lateral e do retomo venoso pelo decúbito lateral 
Dor suprapúbica Crescimento uterino, distensão de ligamentos 
Lombalgia Aumento da lordose, distensão de ligamentos 
Deambulação insegura Aumento da base de sustentação com afastamento dos pés, desvio do centro de gravidade e marcha 
oscilante 
Aparecimento e ejeção 
do leite no puerpério 
Estímulos sensoriais no hipotálamo pela sucção, bloqueio dos inibidores da síntese de prolactina, 
ação da prolactina nos ácinos mamários produzindo o leite e ação da ocitocina na ejeção do leite 
Queda do hematócrito e 
da hemoglobina 
Hemodiluição por aumento do volume plasmático. Há uma "anemia fisiológica" 
IDADE GESTACIONAL DE DATA PROVÁVEL DO PARTO 
É importante determinar a idade gestacional para orientar a 
pacientes sobre atitudes e atividades que devem ser 
tomadas/mudadas. A idade gestacional é feita em semanase 
nunca em mês, pois assim há um acompanhamento mais 
fidedigno em relação as alterações do feto. 
CÁLCULO DAS SEMANAS E DIAS: DUM – data base (data da 
consulta). Com isso, conta-se os dias desde a última 
menstruação até a data base. Lembre: a DUM corresponde ao 
primeiro dia da última menstruação. 
Exemplo: DUM: 15/01/2018 Data da consulta: 02/06/2018 
• 16 dias de janeiro 
• 28 dias de fevereiro 
• 31 dias de março 
• 30 dias de abril 
• 31 dias de maio 
• 02 dias de junho 
Obs: quando a paciente não sabe referir a data específica da 
DUM, mas sabe dizer mais ou menos qual o período (início, 
meio ou fim do mês), você se baseia nos dias 5-15-25. 
 
ULTRASSONOGRAFIA: permite avaliação da idade 
gestacional conforme trimestre ou através de outros 
parâmetros (DBP, CC, CF e CA) no exame mais fidedigno. É o 
padrão ouro para determinar a IG. 
ALTURA DO ÚTERO: quando a paciente não faz ideia da DUM, 
a IG pode ser avaliada também pela altura uterina (feita com 
fita métrica). Vale ressaltar a necessidade de uma USG para 
confirmar. 
Obs.: A medida da altura é registrada em um gráfico de acordo 
com a idade gestacional. Valor acima do percentil 90 é 
anormal. Você deve atentar para a possibilidade de erro da 
Idade Gestacional (IG) e avaliar a possibilidade de 
poliidrâmnio, macrossomia fetal, gemelaridade, mola 
hidatiforme, miomatose ou obesidade. 
O somatório desses dias 
determina a idade gestacional, 
em dias, ou seja, 138 dias, 
entretanto, como foi dito, a IG é 
determinada em semanas, então 
são 19 semanas e 5 dias. 
 
8 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
 
REGRA DE NAEGELE: Utilizada para calcular a DPP. consiste 
em adicionar à data da última menstruação 7 dias e mais 9 
meses para os meses de janeiro, fevereiro e março (ou menos 
3 meses, quando se faz o cálculo retrógrado, no caso dos 
demais meses). 
PRINCIPAIS PATOLOGIAS NA GESTAÇÃO 
As intercorrências mais frequentes são hemorragia vaginal e hipertensão arterial. A hipertensão arterial na gravidez pode ter 
diferentes apresentações clínicas. 
CAUSAS DA HEMORRAGIA VAGINAL 
FORMA CLÍNICA QUADRO CLÍNICO ULTRASSONOGRAFIA 
Ameaça de abortamento 
Sangramento por via vaginal, cólicas, volume 
uterino proporcional à idade gestacional, colo 
fechado 
Concepto vivo, áreas de descolamento 
trofoblástico 
Abortamento retido 
Gestante assintomática, volume uterino menor 
que a idade gestacional 
Ausência de vitalidade fetal ou gestação 
anembrionada 
Abortamento inevitável 
Sangramento por via vaginal, cólicas, colo pérvio Não visualização de vital idade fetal, 
descolamento trofoblástico 
Abortamento completo 
Sangramento em pequena quantidade, 
eliminação do concepto e de material ovular, colo 
fechado, volume uterino menor que a idade 
gestacional 
Normal ou espessamento mínimo da 
decídua 
Abortamento séptico 
Associado a qualquer uma das formas anteriores. 
Presença de febre e sinais clínicos e laboratoriais 
de infecção 
Variável na dependência da forma clínica 
associada 
Gestação ectópica tubária 
íntegra 
Sangramento por via vaginal em pequena 
quantidade, dor contínua na fossa ilíaca, útero de 
tamanho normal, colo fechado 
Espessamento endometrial, volume uterino 
normal, ausência de gestação tópica, 
massa heterogênea em um dos anexos 
Gestação ectópica tubária rota 
Palidez cutaneomucosa, hipotensão arterial, dor 
abdominal intensa, sinais de abdome agudo 
Na maioria das vezes é desnecessária para 
o diagnóstico. Presença de líquido livre na 
cavidade abdominal 
Mola hidatiforme completa 
Sangramento por via vaginal, útero aumentado 
para a idade gestacional, colo fechado 
útero preenchido por massa heterogênea, 
hiperecogênica comáreas anecoicas entre 
meadas. Embrião não visualizado. 
Descolamento prematuro da 
placenta 
Sangramento por via vaginal, hipertonia uterina, 
palidez cutaneomucosa, dor abdominal, 
batimentos cardiofetais presentes ou ausentes, 
dependendo da área descolada 
Geralmente desnecessária 
Se realizada, hematoma retroplacentário, 
vitalidade fetal presente ou ausente, na 
dependência da área descolada 
Placenta prévia: marginal, 
centro parcial e centro total 
Sangramento por via vaginal variável de acordo 
com o tipo de placenta prévia, tônus uterino 
normal, vitalidade fetal variável na dependência 
da intensidade do sangramento 
Presença de placenta antes da 
apresentação fetal cobrindo o colo na 
dependência do tipo de placentação. 
Descolamento apenas na borda placentária 
junto ao orifício interno do colo 
 
DUM: 22/01/2018 
22+7=29 
01+9=10 
DPP: 29/10/2018 
 
DUM: 10/11/2018 
10+7=17 
11-3=08 
Some 1 ao ano. 
DPP: 17/08/2019 
 
 
9 Mayra Alencar @maydicina | HABILIDADES CLÍNICAS | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL 
HIPERTENSÃO ARTERIAL NA GRAVIDEZ 
FORMA CLÍNICA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Doença hipertensiva específica da 
gestação ou pré-eclâmpsia 
(hipertensão além da 20ª semana 
de gestação) 
Forma leve: pressão arterial > 140/90 e< 160/110 mmHg, proteinúria, edema que pode estar 
ou não presente. Prevalência na primigesta 
Forma grave: pressão arterial > 160/110 mmHg, proteinúria mais evidente, edema pode estar 
presente ou não, creatinina sérica ≥ 1,2 mg/dl Síndrome HELLP (do inglês hemolitic anemia, 
elevated liver enzymes, low platelet counts). 
Paciente com pré-eclâmpsia associada a trombocitopenia < 100.000 células/mm3, aumento 
das enzimas hepáticas, hemólise pode estar presente ou não 
Eclâmpsia: presença de convulsões em paciente com pré-eclâmpsia 
Hipertensão arterial preexistente 
ou além da 20ª semana 
Pressão arterial > 140/90 mmHg; sem proteinúria e sem edema 
Pré-eclâmpsia sobreposta a 
hipertensão arterial crônica 
preexistente 
Paciente com hipertensão crônica e aparecimento de edema, proteinúria e aumento dos 
níveis pressóricos de ≥ 30 mmHg na pressão sistólica e de ≥ 15 mmHg na pressão diastólica 
e hiperuricemia 
Hipertensão arterial transitória ou 
gestacional 
Início no 3º trimestre, sem proteinúria e persiste no pós-parto até 12 semanas de pós-parto 
DIABETES GESTACIONAL 
A resistência à insulina na gravidez normal está presente já a partir do 2º trimestre e aumenta progressivamente até o fim da 
gestação. Essa resistência à insulina atende às necessidades metabólicas do feto (maior disponibilidade de glicose) e é, como já 
mencionado, consequência da ação dos hormônios placentários contra insulínicos. 
O defeito metabólico nas mulheres com o DMG é sua incapacidade de secretar insulina em níveis necessários para atender à 
demanda cujo ápice ocorre no 3º trimestre. Isso leva ao aumento da concentração da glicose pós-prandial, capaz de determinar 
efeitos adversos no feto (macrossomia e hipoglicemia neonatal), pelo excessivo transporte transplacentário de glicose. 
Complicações para mãe e para o feto: Pacientes com DMG têm risco aumentado de pré-eclâmpsia e parto cesáreo e suas 
consequentes morbidades. O bebê da mãe com DMG apresenta maior risco de macrossomia, distocia de ombros, tocotraumatismo, 
hipoglicemia e hiperbilirrubinemia neonatais 
GESTAÇÃO DE ALTO E BAIXO RISCO 
Os marcadores e fatores de risco gestacionais presentes anteriormente à gestação se dividem em: 
1. CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS E CONDIÇÕES SOCIODEMOGRÁFICAS DESFAVORÁVEIS: 
• Idade maior que 35 anos; 
• Idade menor que 15 anos ou menarca há menos de 2 anos*; 
• Altura menor que 1,45m; 
• Peso pré-gestacional menor que 45kg e maior que 75kg (IMC<19 e IMC>30); 
• Anormalidades estruturais nos órgãos reprodutivos; 
• Situação conjugal insegura; 
• Conflitos familiares; 
• Baixa escolaridade; 
• Condições ambientais desfavoráveis; 
• Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; 
• Hábitos de vida – fumo e álcool; 
• Exposição a riscos ocupacionais: esforço físico, carga horária, rotatividade de horário, exposição a agentes físicos, químicos e 
biológicos nocivos, estresse. 
2. HISTÓRIAREPRODUTIVA ANTERIOR: 
• Abortamento habitual; 
 
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• Morte perinatal explicada e inexplicada; 
• História de recém-nascido com crescimento restrito ou malformado; 
• Parto pré-termo anterior; 
• Esterilidade/infertilidade; 
• Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos; 
• Nuliparidade e grande multiparidade; 
• Síndrome hemorrágica ou hipertensiva; 
• Diabetes gestacional; 
• Cirurgia uterina anterior (incluindo duas ou mais cesáreas anteriores). 
3. CONDIÇÕES CLÍNICAS PREEXISTENTES: 
• Hipertensão arterial; 
• Cardiopatias; 
• Pneumopatias; 
• Nefropatias; 
• Endocrinopatias (principalmente diabetes e tireoidopatias); 
• Hemopatias; 
• Epilepsia; 
• Doenças infecciosas (considerar a situação epidemiológica local); 
• Doenças autoimunes; 
• Ginecopatias; 
• Neoplasias 
Os outros grupos de fatores de risco referem-se a condições ou complicações que podem surgir no decorrer da gestação 
transformando-a em uma gestação de alto risco: 
1. EXPOSIÇÃO INDEVIDA OU ACIDENTAL A FATORES TERATOGÊNICOS. 
2. DOENÇA OBSTÉTRICA NA GRAVIDEZ ATUAL: 
• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico; 
• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; 
• Ganho ponderal inadequado; 
• Pré-eclâmpsia e eclâmpsia; 
• Diabetes gestacional; 
• Amniorrexe prematura; 
• Hemorragias da gestação; 
• Insuficiência istmo-cervical; 
• Aloimunização; 
• Óbito fetal. 
3. INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS: 
• Doenças infectocontagiosas vividas durante a presente gestação (ITU, doenças do trato respiratório, rubéola, toxoplasmose etc.); 
• Doenças clínicas diagnosticadas pela primeira vez nessa gestação (cardiopatias, endocrinopatias). 
 
 
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