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Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I CONSULTA GINECOLÓGICA PRINCÍPIOS ANAMNESE ANTECEDENTES GINECO - OBSTÉTRICOS (AGO): GINECOLOGISTA = é o médico da mulher, que a acompanha no período de fertilização, gestação, nascimento , puerpério, menacme e climatério ↪ Assuntos = sexualidade, higiene menstrual, planejamento familiar, mamas e urogenital ➞ Abordagem sensível e não crítica ➞ Perguntas abertas ➞ Encorajar a descrever a situação com suas palavras e sem interrupções ➞ Manter contato visual, acenar com a cabeça e breve esclarecimento de pontos importantes transmitem a atenção à mulher ➞ Relação médico-paciente, empatia e confiança (aconselhamento) IDENTIFICAÇÃO = nome, idade, cor, estado civil, religião, naturalidade, procedência, endereço, profissão, nível sócio-econômico QUEIXA PRINCIPAL e HDA = início, duração, características REVISÃO DOS SISTEMAS (proximidade do útero com outras estruturas) ➞ Hábito urinário ➞ Hábito intestinal ➞ Apetite ➞ Sono ➞ Coluna ➞ Endócrino ANTECEDENTES MÓRBIDOS ➞ Doenças prévias, cirurgias, alergias ➞ História familiar de câncer ginecológico (endométrio, útero, ovário, mama (pré/pós-menopausa) ➞ Intestino, osteoporose, DM, HAS, tireoide ➞ Perfil psicossocial, condições e hábitos de vida = lazer, atividade física, álcool, fumo, drogas ➞ Caracteres sexuais secundários = idade de surgimento de pelos pubianos, crescimento da auréola, crescimento das mamas ➞ Ciclo menstrual = data da menarca, regularidade, intervalo, duração, intensidade do fluxo, cólicas e outros sintomas associados (dor mamária, sintomas intestinais) ↪ antes e após uso de anticoncepcional => padrão de 28/4, normal até 7 dias por mês ➞ DUM = primeiro dia da última menstruação ➞ Dismenorreia = cólicas durante a menstruação, escala de intensidade, irradiações ➞ Menopausa e sintomas climatéricos ➞ TPM = alterações de humor, retenção de líquido, dor de cabeça, acne, diarreia ➞ GxPxCxAx (aborto = gestação interrompida espontaneamente abaixo de 20-22 semanas e peso fetal < 500g) ↪ pré-natal, partos espontâneos ou instrumentados, cesarianas, abortos, gestações ectópicas, partos prematuros, períodos de amamentação e complicações decorrentes dos partos (lacerações, infecções, endometrites, mastites, ,..) ➞ Leucorreia (características do fluxo: cor, odor, prurido), lesões e adenomegalias associadas ➞ Dispareunia = pode ser na entrada do canal (processos locais, infecciosos/inflamatórios, lubrificação) ou mais profunda (endometriose, clamídia, …) e sinosorragia (sangramento durante ou logo após a relação sexual) ➞ Relações sexuais: sexarca, libido, orgasmo, frequência sexual e parceiros ➞ Métodos anticoncepcionais (MAC) = qual usa, quais já usou e se teve algum problema ➞ Citopatológico (CP) = preventivo = Papanicolau ➞ Cauterizações, biópsias, cirurgias, traumas ➞ Doenças ginecológicas ➞ ISTs (condiloma, herpes genital) e AIDS EXAME FÍSICO EXAME PÉLVICO EXAMES COMPLEMENTARES ➞ Geral = peso, altura, IMC, cintura, PA, temperatura ➞ Especial = cabeça e pescoço, respiratório, cardiovascular, urinário MAMAS = Inspeção estática e dinâmica da mama - INSPEÇÃO => Inspeção estática = tamanho, contorno, forma, simetria, pele, abaulamentos, retrações, pigmentação areolar, forma da papila, circulação venosa, inversão x retração do mamilo ↪ Politelia (mamilo acessório sobre a linha láctea) e atelia (ausência do mamilo) => Inspeção dinâmica = pedir para a paciente elevar os braços e tracionar as mãos. Promove contração dos músculos peitorais, que pode suscitar alguma retração ou alteração anatômica - PALPAÇÃO => Técnica de Bloodgood = exame circular, atingindo todos os quadrantes no sentido horário e centrípeto, realizado com as polpas digitais => Técnica de Velpeau = exame circular, atingindo todos os quadrantes no sentido horário e centrípeto, realizado com a mão espalmada (facilita a percepção de adensamentos e nódulos) => Expressão da mama e mamilos (apenas se houver queixa de descarga mamilar) = observar saída de secreções e características (leitosa, água de rocha, purulenta e sanguinolenta). => Palpação de linfonodos na cadeia supraclavicular, cervical posterior, cervical anterior e axilar ↪ DESCRIÇÃO DOS NÓDULOS segundo: localização (por quadrante ou método do relógio), tamanho em centímetros, forma (redonda, oval), delimitação em relação aos tecidos adjacentes (bem circunscritos, irregulares), consistência (amolecida, elástica, firme, dura), mobilidade com referência à pele e aos tecidos subjacentes, dor à palpação focal ↪ Aspecto das erupções, eritema, outras alterações cutâneas ou achados visíveis (retração, depressão, nevos, tatuagens) ABDOME => a paciente deve esvaziar a bexiga antes, para facilitar a palpação. ↪ inspeção (forma, tensão, estriais, cicatrizes, pigmentação, ascite) ↪ ausculta (ruídos hidroaéreos) ↪ palpação (sinais de ascite, irritação peritoneal e massas abdominais) ↪ percussão (sinais de ascite, irritação peritoneal e massas abdominais) VULVA E PERÍNEO ➞ Avaliação anatômica = monte de Vênus, grandes e pequenos lábios, vestíbulo, clitóris, meato uretral, glândulas de Bartholin, fúrcula vaginal, períneo, hímen e carúnculas (restos do hímen) ↪ aspecto do hímen (anular, septado ou cribiforme) e carúnculas ↪ aspecto do intróito (multíparo X nulíparo) ↪ avaliação de secreções, odores, lesões externas ➞ Palpação de linfonodos inguinais ➞ Investigação de prolapsos (manobra de Valsalva) ESPECULAR = tamanhos de 1 a 3 (multíparas, obesas) ➞ Inserido em inclinação oblíqua às 2h e em movimento posterior, ao mesmo tempo que é feita a rotação para a direita até a posição transversa. ➞ Avaliação do colo uterino e coleta de amostra p/ o citopatológico ↪ PREVENTIVO = dos 25 aos 64 anos, anualmente nos primeiros 2 anos e, após, a cada 3 anos TOQUE VAGINAL BIMANUAL ➞ Informar a paciente, calçar luvas e usar lubrificante (vaselina) ➞ Palpação da musculatura pélvica, das paredes vaginais, dos fundos de saco vaginais e do colo uterino ➞ Com a outra mão sobre o hipogástrio, palpa-se o útero entre as duas mãos (avaliar volume, posição, mobilidade e consistênica) ➞ Atentar para dor à mobilização, massas e regularidade do útero ➞ Exame a fresco da secreção vaginal ➞ Teste de Whiff = coleta de secreção vaginal e associação com hidróxido de potássio ↪ se precipitar odor fétido ("peixe podre”), é critério de vaginose bacteriana. ↪ Se ao microscópio forem vistas hifas, é diagnóstico de candidíase ➞ Teste de Schiller = solução de iodo (lugol) no colo uterino. As células saudáveis (com glicogênio) ficam marrons, enquanto as células doentes ficam brancas. ↪ Schiller + => iodo negativo => lesão/doença ↪ Schiller - => iodo positivo ➞ pH vaginal ➞ Colposcopia = avaliação do colo uterino com magnificação ➞ Exames laboratoriais (dosagem de hormônios, sorologias, sangue oculto nas fezes após 40 anos) ➞ Exame de imagem (US, MMG, DMO), colonoscopia após os 50 anos ➞ Screening anual para gonorreia e clamídia (segundo CDC) para: ↪ adolescentes sexualmente ativas e acima de 25 anos ↪ gestantes e mulheres de 25 anos com fator de risco (novo parceiro nos últimos 60 dias, mais que 1 parceiro, uso irregular de preservativo e história de IST) ➞ Segundo ACOG: decisão da frequência de exame junto com a paciente Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I ANATOMIA MAMAS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS ➞ Tecido adiposo + tecido mamário (lóbulos => ductos => mamilos) ➞ Musculatura: Peitoral maior e menor (determina os níveis axilares) ➞ Vascularização: artéria axilar (abaixo do músculo, pode ser lesionada em cirurgias mamárias), artéria torácica interna e artéria torácica lateral ➞ Inervação: Nervo torácico longo => lesão = escapula alada ➞ Drenagem linfática: axilar e mamária interna TRÍGONO UROGENITAL =Inclui as estruturas genitais externas e a abertura ureteral, sendo conhecidas como VULVA. ➞ Vascularização = pudenda interna (ramo de ilíaca interna) e pudenda externa (ramo da femoral) ➞ Monte Púbico: elevação mediana anterior à sínfise púbica e constituída principalmente por tecido adiposo, coberto por pele com pêlos. ➞ Grandes lábios: pregas cutâneas que determinam a rima do pudendo ou rima vulvar. ➞ Pequenos lábios: pequenas pregas de pele fina, lisa e úmida, localizadas medialmente aos grandes lábios. ↪ O espaço entre os pequenos lábios é denominado vestíbulo da vagina ↪ A junção das pregas anteriores formam o prepúcio ou capuz do clitóris e das pregas posteriores formam o frênulo do clitóris. ➞ Clitóris: órgão erétil formado por dois ramos e dois corpos cavernosos, recoberto por glande. ➞ Óstio da vagina: A abertura do ducto das glândulas de Bartholin (vestibulares maiores) está localizada de cada lado do vestíbulo, na porção mais inferior do intróito vaginal ➞ Óstio da uretra: Anterior ao óstio da vagina. O ducto da glândula de Skene (parauretral) tem uma abertura em sua superfície posterior. ➞ Carúnculas himenais (anular, biperfurada, cribiforme) ÚTERO OVÁRIOS COLO UTERINO ➞ Orifício cervical externo e interno ➞ Ectocérvice: parte do colo exposta na vagina. Possui superfície redonda convexa com abertura circular (óstio externo) para o canal endocervical. ➞ Canal endocervical: possui cerca de 2-3cm a abre-se proximalmente para a cavidade endometrial no óstio interno. ➞ Mucosa cervical: Epitélio escamoso estratificado na ectocérvice e epitélio glandular no canal endocervical. A interseção entre esses dois epitélios é a chamada JEC (local mais vulnerável para o desenvolvimento de neoplasia). CORPO UTERINO ➞ Localiza-se na cavidade pélvica, entre a bexiga urinária (anteriormente) e o reto (posteriormente) ➞ Subdivido em colo, istmo, corpo e fundo ➞ Ligamento largo: fixa a parede lateral do útero às paredes da pelve e do assoalho pélvico ➞ Ligamento transverso do colo (cardinais): fixação do útero à parede lateral da pelve ➞ Ligamentos redondos do útero: prolongamentos utero- ováricos ➞ Camadas = endométrio (porção basal e porção funcional), miométrio e serosa ➞ Estruturas não peritonizadas, exceto pelo 1/3 inferior na inserção do mesovário ➞ Ligamento próprio do ovário (fixação látero-superior ao útero) ➞ Pregas peritoneais (fixação à parede abdominal posterior) ➞ Infundíbulo pélvico ou Ligamento suspensor do ovário => trajeto dos vasos ovarianos (ramos da hipogástrica) TUBAS UTERINAS ➞ Mesossalpinge= prega peritoneal que envolve a tuba e fixa no ligamento largo do útero ➞ Porção intramural, istmo, ampola e infundíbulo (fímbrias) PAREDE ABDOMINAL ➞ Pele ➞ Tecido celular subcutâneo = fáscia de Camper e fáscia de Scarpa ➞ Músculos (Reto abdominal, Obliquo externo, Obliquo interno e Transverso) ➞ Fáscia Transversalis ➞ Peritônio VAGINA ➞ A abertura da vagina pode ser coberta por uma prega de tecido conjuntivo denominada hímen. Esse tecido será substituído por restos irregulares de tecido quando houver atividade sexual e parto. ➞ Na parte superior encontra-se o óstio externo da uretra, o óstio da vagina inferiormente e os orifícios das glândulas de Bartholin lateralmente ➞ Anteriormente está justaposta a uretra, colo, trígono vesical e parte posterior da bexiga. ➞ Posteriormente está associada ao corpo do períneo, canal anal, parte inferior do reto e fundo de saco posterior ➞ É lubrificada pelas secreções das glândulas cervicais e vestibulares maiores (Bartholin) ➞ Vascularização: art. Vaginal e ramos da art. Uterina, Retal média e pudenda interna. ASSOALHO PÉLVICO Mecanismo de sustentação dos órgãos pélvicos 1. DIAFRAGMA DA PELVE => Elevadores do ânus (puborretal + pubococcígeo + ileococcígeo) e músculo isquiococcígeo 2. . DIAFRAGMA UROGENITAL => músculos transverso urogenital, bulboesponjoso, isquiocavernoso e esfíncter externo do ânus 3. FÁSCIA ENDOPÉLVICA ➞ Episiotomia: secção dos músculos transverso superficial do períneo e do músculo bulboesponjoso ↪ anestesia local do Nervo Pudendo (dentro do forame obturador) Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I EMBRIOLOGIA DIFERENCIAÇÃO SEXUAL ➞ Sexo genético é definido na fertilização (XX ou XY) ➞ Até a 6ª - 7ª semana o sexo morfológico é indefinido ↪ Características sexuais indiferenciada e bipotencial ↪ Genitália externa semelhantes ↪ Gônadas com região cortical e medular proeminentes ↪ Dois conjuntos de ductos genitais (Wolff ou Muller) ➞ Ductos de Wolff (mesonéfricos): órgãos sexuais masculinos ➞ Ductos de Muller (paramesonéfricos) : órgãos sexuais femininos TUBÉRCULO GENITAL => clitóris e glande PREGAS UROGENITAIS => pequenos lábios SALIÊNCIAS LABIOESCROTAIS => grandes lábios DIFERENCIAÇÃO SEXUAL FEMININA => passiva/estabelecida, sem necessidade de estimulação ➞ Regressão dos ductos de Wolff ➞ Porções craniais dos ductos de Muller dão origem às trompas uterinas ➞ Fusão das porções caudais dos ductos de Muller dá origem ao útero e canal vaginal DIFERENCIAÇÃO SEXUAL MASCULINA => ativa/induzida pela presença de androgênio e do fator de inibição Mulleriano (MIF). ➞ Requer presença de gene SRY (localizado no braço curto do cromossomo Y) que estimula células de Leydig e Sertoli ↪ Leydig = produção de testosterona e masculinização ↪ Sertoli = secretam o hormônio anti-Mulleriano (AMH) SEXO GENÉTICO: genótipo (XX ou XY) SEXO GONADAL: ovários ou testículos SEXO FENOTÍPICO: determinado pelo sexo gonadal, diferenciando as genitálias interna e externa em masculina ou feminina SEXO PSICOLÓGICO: adquirido após o nascimento, através do desenvolvimento social da personalidade ANOMALIAS NA DETERMINAÇÃO DO SEXO GONADAL ➞ Disgenesias Gonadais (pura, mista, Turner) ➞ Gônada disgenética ➞ Testículo disgenético FISIOLOGIA CICLO MENSTRUAL FASE FOLICULAR TEORIA DAS DUAS CÉLULAS 1. PRIMEIRA FASE (proliferativa ou folicular) ➞ número de dias é mais variável 2. SEGUNDA FASE (secretora ou lútea) ➞ mais constante, em média de 12 a 14 dias Duração = de 21 a 35 dias, média de 28 dias ➞ Ciclos menstruais muito curtos ou irregulares = geralmente anovulatórios DESENVOLVIMENTO FOLICULAR ➞ Ação coordenada entre hipotálamo, hipófise e ovários ➞ Hipotálamo => GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) ↪ meia-vida curta e liberação pulsátil ↪ não dosável na circulação ↪ estimulado pela noradrenalina e inibido pela dopamina ➞ Hipófise => LH e FSH CRESCIMENTO FOLICULAR ➞ Nascimento => 1 milhão de folículos ➞ Menarca => 500 mil folículos primordiais ➞ Fase reprodutiva => 400 folículos RECRUTAMENTO ➞ Transformação do folículo primordial em primário e depois secundário ➞ Estímulo pelo FSH induz crescimento dos folículos antrais SELEÇÃO DO FOLÍCULO DOMINANTE ➞ No 5º ao 6º dia do ciclo ➞ Maior produção de estradiol, maior número de receptores FSH e estimulação da expressão de receptores LH HORMÔNIO ANTIMULLERIANO ➞ Secretado pelos folículos primários e secundários ➞ Marcador de reserva ovariana ESTRADIOL ➞ Secretado pelo folículo dominante ➞ Possui feedback - e + na produção de LH e FSH ➞ No início da fase folicular, inibe a secreção de FSH (feedback - ) ➞ Isso promove atresia dos demais folículos, com exceção do dominante, que apresenta um número maior de receptores e se mantem mais sensível, mesmo em baixas concentrações de FSH ➞ Fase pré-ovulatória (24-36 horas antes da ovulação) = produzidas quantidades enormes de estradiol por estímulo do LH e FSH ➞ Desecadeia pico de LH que libera o óvulo ➞ Síntese de prostaglandinas (importante na ruptura folicular) ➞ Começa a secretar progesterona e estradiol TECA = estímulo pelo LH converte colesterol emandroetenediona e testosterona GRANULOSA= secreção de FSH que converte a androstenediona em estradiol CONTROLE DA SECREÇÃO DE GONADOTROFINA ➞ Estradiol ➞ Inibina B = secretada pelas células da granulosa sob controle do FSH => concentração elevada na fase folicular ➞ Inibina A = secretada pelo corpo lúteo sob controle do LH => concentração diminui paralelamente ao estradiol e à progesterona, mantendo-se baixa na fase folicular FASE LÚTEA CICLO UTERINO ➞ Se a fertilização não ocorrer, o corpo lúteo entra em emissão 12 a 14 dias após a ovulação ➞ Ocorre decréscimo do estradiol, progesterona e da inibina A ➞ Aumento do FSH (estímulo para início de novo ciclo) ➞ Quando ocorre gestação, a gonadotrofina coriônica (hCG) produzida pelo embrião evitará a regressão lútea e mantém a esteroidogênese ovariana Fase proliferativa e fase secretora ➞ Acompanha o ciclo ovariano com o objetivo de favorecer a implantação de um embrião ➞ Quando não ocorre a gestação, o corpo lúteo regride e ocorre a descamação endometrial ➞ Progesterona = prepara o endométrio para o embrião Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I MODIFICAÇÕES MATERNAS NA GESTAÇÃO ÚTERO GINECOLÓGICAS ABDOME ➞ SINAL DE PISKACEK = assimetria uterina decorrente da implantação localizada no embrião ↪ perceptível ao US ↪ Projeção de crescimento mais homogêneo e modificação da forma uterina nas semanas consecutivas ➞ Hipertrofia e dilatação do útero ↪ ação do estrogênio e da progesterona ↪ peso: 70 g => 1100g ↪ volume da cavidade uterina: 10 mL => 5 litros ↪ antes das 12 semanas: útero ao nível do púbis ↪ após 12 semanas atinge expansão extra-pélvica ➞ Cérvice uterina mais amolecida e cianótica (↑vascularização) ➞ Muco cervical mais viscoso e espesso ➞ Tampão mucoso de Schreder = protege e fecha o colo uterino, é eliminado nos dias que antecedem o parto ➞ Eversão de glândulas endocervicais cilíndricas, com aspecto mais avermelhado do colo = ectopia ou mácula rubra ↪ pode provocar sangramento na relação sexual ↪ não é indicada cauterização na grávida DISPOSIÇÃO DAS FIBRAS MUSCULARES MIOMETRIAIS ➞ Sistemas espirais de fibras que se cruzam formando ângulos na porção mediana do útero ↪ o istmo é a porção mais fina, com menos fibras ↪ aumento do fluxo, por maior vasodilatação e proliferação do número de vasos ➞ 1º trimestre = contrações impalpáveis e indolores ➞ 2º trimestre = contrações palpáveis, de intensidade variável (contrações de Braxton Hicks ou de preparo) ➞ 3º trimestre = contrações palpáveis, de alta intensidade e frequência. Podem ser dolorosas MOVIMENTOS DO COLO NO PARTO ➞ Dilatação latero-lateral ➞ Apagamento (encurtamento supero-inferior) ↪ medido com 12 e 24 semanas através do exame morfológico transvaginal: indica chance de parto prematuro ➞ A abertura inicia pelo orifício cervical externo com a expulsão do tampão mucoso ➞ A dilatação do parto é avaliada no orifício cervical interno MAMAS ➞ Proliferação dos ductos ➞ 3 meses iniciais tem maior crescimento ➞ Dor, sensibilidade, aumento de volume ➞ Nodulações (hipertrofia alveolar) ➞ Veias visíveis e aumento da circulação venosa (rede de Haller) ➞ Mamilos maiores, mais pigmentados e eréteis ➞ Aréolas maiores e mais pigmentadas (sinal de Hunter) ➞ Glândulas de Montgomery hipertrofiadas e com secreção sebácea ➞ Estrias (distensão da pele e estiramento das fibras de colágeno) ➞ Colostro OVÁRIOS ➞ Corpo lúteo mantem a produção de progesterona até a 6ª - 7ª semana ↪ US com folículo grande e anel de fogo ↪ após a 7ª semana é mantida pela placenta ➞ Luteoma = exagero da luteinização materna. Regride após o parto ➞ Estrias: depende do ganho de peso, história pessoal e familiar (abdome, glúteos, mamas e coxas) ↪ as atuais são vermelhas e antigas são brancas ➞ Diástase dos músculos retos ➞ Pigmentação da linha nigra (ativação de melanócitos pelo estrógeno) MOVIMENTAÇÃO FETAL (MF) ➞ 5º mês (19-20 semanas na primigesta): MF sutil ↪ em multíparas a percepção pode ocorrer em 1-2 semanas antes ➞ 7º mês: MF forte, quase todos os dias ↪ + energia => após as refeições ↪ + espaço => à noite, quando relaxa ➞ 9º mês: preenchimento do espaço com líquido, pode reduzir a frequência e a intensidade das movimentações ↪ após a 20ª semana, um tempo maior que 12 horas sem movimentação do bebê deve ser sinal de alerta GERAIS METABÓLICAS HEMODINÂMICA OUTROS SISTEMAS PELE ➞ Mais brilhante e hidratada ➞ Cloasma/melasma (ativação de melanócitos pelo estrógeno) ➞ Telangiectasias ou aranhas vasculares (principalmente na face, pescoço, parte superior do tórax e braços) ➞ Eritema palmar GANHO PONDERAL ➞ Útero e seu conteúdo (feto, placenta, líquido amniótico) ➞ Mamas ➞ Volume sanguíneo ➞ Líquido extravascular ➞ Reservas maternas: água celular e deposição de gordura e proteínas METABOLISMO MINERAL ➞ Redução de ferro (suplementar) ➞ Redução dos níveis de cálcio e magnésio ➞ Fósforo METABÓLICAS ➞ Diabetogênica = pode agravar o DM ou desenvolver diabetes gestacional ➞ Hipoglicemia de jejum leve ➞ Hiperglicemia pós-prandial ➞ Hiperinsulinemia (mais insulina plasmática livre) = “Estado de resistência periférica à insulina induzido pela gravidez” ↪ assegura suprimento contínuo de glicose para o feto ↪ jejum prolongado pode ser prejudicial ao SNC fetal pela liberação de corpos cetônicos ➞ A produção de T3 e T4 é estimulada pelo hCG, ocorrendo feedback negativo e redução de TSH no 1º trimestre METABOLISMO DA ÁGUA ➞ Retenção hídrica por redução da osmolaridade plasmática ➞ Edema em membros inferiores, varicosidades vulvares e hemorroidas (por compressão das veias pélvicas e da cava interior pelo útero, com aumento da pressão venosa). EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO ➞ Hiperventilação (alcalose respiratória) ➞ Aumento mínimo do pH sanguíneo ➞ Maior afinidade da hemoglobina pelo O2 (efeito Bohr) SISTEMA CARDIOVASCULAR ➞ Aumento do débito cardíaco ➞ Aumento da frequência cardíaca (em 10 a 15 bpm) ➞ Redução da pressão arterial (principalmente em decúbito dorsal) mais acentuada na diastólica ↪ sempre medir a PA sentada ou em decúbito lateral E ➞ Coração deslocado para esquerda e para cima ➞ Sons cardíacos podem alterar ➞ ECG com pequeno desvio do eixo à esquerda VOLUME SANGUÍNEO ➞ Volume 40 - 45% maior ➞ Hipervolemia resultante da expansão de plasma e de eritrócitos, compensa demanda e retorno venoso reduzido ➞ Eritropoiese aumentada ➞ Concentração reduzida e diminuição da viscosidade ➞ Hematócrito reduzido (hemodiluição) ➞ Anemia ferropriva (Hb menor que 11) => suplementação de ferro durante o 2º e 3º trimestres SÉRIE BRANCA ➞ Leucócitos = 5000 a 12000 (sem desvio) ➞ Aumento de PCR e VSG ➞ Coagulação: aumento de fibrinogênio e de fatores de coagulação (VII,VIII, IX e Von Willebrand) e trombocitopenia FATORES DE COGULAÇÃO geralmente aumentam ➞ Trombogênica (objetivo de reduzir perdas sanguíneas) SISTEMA RESPIRATÓRIO ➞ Hiperemia e edema das vias aéreas superiores (congestão nasal e epistaxe) ➞ Aumento do trabalho respiratório ➞ Hiperventilação fisiológica (reduz pCO2) SISTEMA DIGESTIVO ➞ Náuseas (habitualmente matinais) ➞ Gengivas edemaciadas, hiperêmicas e sangrantes ➞ Sistema atônico = pirose por relaxamento do EEI e constipação por atonia do cólon ➞ Maior prevalência de litíase biliar (esvaziamento lento) SISTEMA URINÁRIO ➞ Rim aumentado (principalmente o direito) ➞ Hidronefrose e hidroureter (relaxamento da musc. lisa) ➞ Fluxo urinário retardado e atonia vesical (risco de ITU) ➞ Creatinina e ureia diminuídos (↑ TFG) ➞ Glicosúria fisiológica e Proteinúria até 300mg POSTURA E DEAMBULAÇÃO ➞ Alterações precedendo a expansão do útero ➞ Centro de gravidade desvia para a frente e corpo se joga para tráscompensatoriamente ➞ Lordose da coluna lombar ➞ Marcha anserina = passos abertos (com angulação aumentada dos pés), oscilantes e mais curtos => amplia a base de sustentação Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO CLÍNICO COMPLEMENTARES DETERMINAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL SINTOMAS DE PRESUNÇÃO (sistêmicos): ➞ Náuseas e vômitos matinais (êmese/hiperêmese) - 4 a 5ª semana ➞ Alterações mamárias (aumento de volume e sensibilidade mamilar, pigmentação da aréola e tubérculos de Montgomery) ➞ Alterações urinárias (polaciúria e nictúria) - anteroversoflexão do útero ➞ Percepção de movimentos fetais pela paciente => 16ª semana ➞ Alterações de apetite (desejos) ➞ Fadiga, tontura, sialorreia, distensão abdominal, constipação, cãimbras e lombalgia SINAIS DE PROBABILIDADE (uterinos, vaginais e vulvares): ➞ Sinal de Hegar (flexão do corpo sobre o colo uterino) ➞ Sinal de Piskacek (útero abaulado e amolecido; forma assimétrica no local de nidação) ➞ Colo uterino amolecido ➞ Aumento do volume abdominal (acima das 12 semanas de gestação) ➞ Sinal de Nobile-Budin (preenchimento do fundo de saco vaginal, pelo aumento do útero) SINAIS DE PRESUNÇÃO OU DE PROBABILIDADE: ➞ Amenorreia (atraso menstrual de 10-14 dias) ➞ Alterações mamárias (pigmentação da aréola/tubérculos de Montgomery) ➞ Alterações de vulva/vagina: hiperpigmentação mais violácea e tumefação (sinal de Jacquemier ou Chadwick) ➞ Sinal de Kluge (coloração arroxeada do colo de útero após oitava semana de gestação) ➞ Aumento do muco cervical ➞ Alterações cutâneas (estrias, hiperpigmentação da face e linea nigra) SINAIS DE CERTEZA ➞ Presença de BCF (US 6 a 7 semanas; sonar doppler acima de 10 semanas) ➞ Sinal de Puzzos (rechaço fetal intrauterino) = ocorre um deslocamento do feto no líquido amniótico ao impulso do útero pelo examinador, seguido do retorno à posição inicial. Presente a partir da 14ª semana de gestação) ➞ Percepção de movimentos fetais (MF) pelo examinador (16-18ª semana) TESTES LABORATORIAIS ➞ Beta-hCG sérico ou urinário: produzido pelo trofoblasto e detectável entre 8-11 dias após a concepção ↪ níveis : < 5mUI/mL = negativo > 5 mUI/mL = positivo ↪ pico (150.000 mUI/mL) em 8 a 10 semanas IMAGEM ➞ Ecografia Transvaginal ↪ saco gestacional: visível com 4 a 5 semanas - repetir em 2 semanas para verificar a presença do embrião (diagnóstico diferencial com gestação anembriônica) ↪ BCF: detectável a partir de 6 semanas ➞ Regra de Nagele: primeiro dia da data da última menstruação => DUM +7 (dia) -3 (mês) +1 (ano) ↪ DUM: 10/07/2018 ↪ DPP: 17/04/2019 (data provável do parto) ➞ Medida da altura uterina (pouco sensível antes da 20ª semana) ➞ Ecografia transvaginal (ideal no primeiro trimestre): ↪ Comprimento cabeça nádega (CCN) é a biometria considerada padrão no 1º trimestre de gestação (margem de erro de 3 - 5 dias) ↪ Diâmetro biparietal (DBP) é o parâmetro da biometria a partir de 14 semanas de IG (margem de erro de 7 dias) ↪ Da metade do terceiro trimestre em diante a margem de erro aumenta para 3-4 semanas ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL CUIDADOS PRÉ-CONCEPCIONAIS AVALIAÇÃO ➞ Consulta 3 meses antes da suspensão da anticoncepção ➞Avaliar risco gestacional (idade, doenças pré-existentes, medicações, doença genética na família, etc) ➞ Exame físico e ginecológico: IMC, PA, CP ➞ Laboratório: hemograma com plaquetas, glicemia, VDRL, anti HIV, EQU, Urocultura, Imunofluorescênica para toxoplasmose (IgG e IgM), anti HCV ➞ Suplementos dietéticos, estado nutricional, atividade física ➞ Hábitos: álcool, tabaco, cafeína ➞ Avaliar “status” vacinal ➞ Recomendar ácido fólico (30 dias antes da gestação até a 12ª semana) ESTADO NUTRICIONAL ↪ ganho de peso ideal: peso estimado antes da gravidez + 400g/semana no 2º trimestre e 300g/semana no 3º trimestre ↪ ganho de peso abaixo do recomendado = risco de retardo de crescimento fetal e RN de baixo peso ↪ ganho de peso aumentado = se >700g por semana pensar em pré-eclampsia SUPLEMENTAÇÕES ↪ Ferro elementar - a partir da 20º semana (30-40 mg/dia) - anemia leve (Hb 10-11) = 80 mg/dia - anemia moderada (Hb 8-10) = 120 mg/dia - anemia grave (Hb < 8) = alto risco => hematologista ↪ Ácido fólico - 0,4 mg VO/dia (baixo risco) - 4 mg VO/dia alto risco (diabetes e antecedentes de defeito de fechamento de tubo neural) VIGILÂNCIA DA PRESSÃO ARTERIAL = medida com a paciente sentada, com o braço na altura do coração, aparelho ajustado ao diâmetro do braço e em repouso de 20 minutos. ↪ Hipertensão ≥ 140/90 mmHg (aferida pelo menos 2 vezes com intervalo de 6 horas) AUSCULTA DOS BCFs = durante 1 minuto (110-160 bpm) ↪ até 16 semanas: próximo ao púbis ↪ após, buscar o dorso com as manobras de Leopold MEDIDA DA ALTURA UTERINA: da borda superior da sínfise púbica ao fundo uterino ↪ 12 semanas = na síntese pubiana ↪ 20 semanas = na cicatriz umbilical ↪ avalia crescimento fetal EXAMES LABORATORIAIS ➞ Hemograma ➞ Tipagem sanguínea e Coombs indireto (gestante Rh- ) => mensalmente após a 24ª semana ➞ VDRL e anti-HIV ➞ Urocultura = tratar bacteriúria assintomática ➞ CP = rastrear vaginose na primeira consulta ➞ Glicemia de jejum ↪ inicial < 92, repete após a 24ª semana com TOTG ↪ se inicial > 92 já é diagnóstico de DM gestacional ➞ Toxoplasmose => IgG + = imunizada; ↪ IgG e IgM - = suscetíveis, orientar cuidados e repetir no 2º e 3º trimestre; ↪ IgM+ = teste de avidez (infecção prévia X atual) ➞ Hepatite B ↪ HBsAg - e anti-HBs - = indicar imunização; ↪ anti-HBs + = imunizada; ↪ HBsAg + = imunoglobulina para o RN após o parto ➞ Hepatite C+ : cuidados de manipulação da gestante ➞ Rastreamento pra Streptococcus do grupo B por swab vaginal e anal entre 35 e 37 semanas ou antes se ocorrer TPP = pode ocorrer transmissão vertical. ↪ Tratamento com Penicilina G cristalina se tiver plano de parto vaginal ➞ Doenças da tireoide = Hipotireoidismo (TSH> 2,5 no 1º trimestre e > 3 no 2º e 3º trimestre) => aumenta risco de abortamento PRÉ - NATAL ➞ Diagnóstico precoce da gestação ➞ Consultas de acompanhamento pré-natal ↪ Objetivos básicos e planejamento - definir o estado de saúde materno/fetal - definir idade gestacional - realizar um plano de cuidado obstétrico - determinar se é uma gestação de baixo risco ou alto risco ↪ 1ª consulta: anamnese e exame físico completo (antecedentes pessoais/familiares) ↪ Consultas posteriores: mais direcionado aos aspectos específicos da gestação (movimentação fetal, contrações uterinas e perdas vaginais) FREQUÊNCIA (por diretrizes do MS) => baixo risco= 1 no 1º, 2 no 2º e 3 no 3º (6 consultas no total) => Na prática = mensal até a 32ª semana, quinzenais da 32ª a 36ª semana e semanais da 36ª a 40ª semana VACINAÇÃO ➞ DTPa (difteria, tétano e coqueluche) = entre a 27ª e 36ª semana ↪ não vacinadas: 2 doses de dT com intervalo de 30 dias e completar com uma dose de DTPa ↪ uma dose de dT antes da gestação: reforço com mais 1 dose de dT após as 20 semanas ↪ completa e última dose há mais de 5 anos : 1 dose de dT ↪ completa e última dose há menos de 5 anos: imunizada ➞ Hepatite B = esquema de 3 doses ➞ Influenza e H1N1 = em qualquer estágio Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I ESTÁTICA MATERNO-FETAL ESTREITAMENTOS DA PELVE TIPOS DE BACIA PLANOS ESTREITO SUPERIOR ("Pelve Falsa”) Delimitações ➞ Anteriormente pelo pube ➞ Lateralmente pela linha terminal ou inominada ➞ Posteriormente pelo promontório e asa do sacro Diâmetros ➞ Anteroposterior (entre promontório e sínfise púbica) ➞ Oblíquos (das iminências íliopectínicas à articulação sacroilíaca (1º de E=>D e 2º de D=>E)) ➞ Transverso (da linha inominada de um lado a outro) CONJUGATAS ➞ ANATÔMICA = linha que une a borda superior da sínfise púbica e o promontório (11cm) ➞ OBSTÉTRICA (verdadeira) = distância entre o promontório e a face interna da sínfise púbica (10,5cm) ➞ DIAGONAL= definida pela linha que une o promontório e a borda inferior do osso púbico = > avaliada pelo toque vaginal (12 cm) ESTREITO MÉDIO Delimitações = borda inferior do osso púbico e espinhas isquiáticas Diâmetros: ➞ Anteroposterior (entre as espinhas isquiáticas) ➞ Transverso (menor diâmetro da pelve) = plano 0 de De Lee ESTREITO INFERIOR (“Pelve verdadeira”) Delimitações ➞ Anterior: borda inferior do osso púbico ➞ Laterais: músculos sacrolíacos ➞ Posterior: isquiococcígeos Diâmetros: ➞ Anteroposterior (entre a borda inferior do pube e o cóccix) ➞ Transverso (entre as tuberosidades isquiáticas) BACIA GINECOIDE (50%)= pelve feminina típica ➞ Estreito superior arredondado e porção posterior espaçosa ➞ Diâmetro bi-isquiático grande => melhor prognóstico para o parto vaginal BACIA ANTROPOIDE (25%) ➞ Estreito superior elíptico e alongado no sentido anteroposterior e diâmetro transverso diminuído BACIA ANDROIDE (20%) = pelve masculina típica ➞ Estreito superior triangular e diâmetro máximo deslocado para a região posterior BACIA PLATIPELOIDE (5%) ➞ Achatada, com estreito superior ovalado, pequeno diâmetro anteroposterior e amplo diâmetro transverso Planos de De Lee : define a altura da apresentação ↪ plano 0 = diâmetro das espinhas isquiáticas ↪ c e n t í m e t r o s p o s i t i v o s s e a apresentação fetal ultrapassa o plano 0 ↪ c e n t í m e t r o s n e g a t i v o s s e a apresentação fetal não tenha alcançado o plano 0 ↪ Conjugata obstétrica = conjugata diagonal (toque vaginal) - 1, 5cm ORIENTAÇÃO FETAL Descrita segundo a situação, apresentação e posição fetais, que podem ser estabelecidos pela palpação abdominal e toque vaginal SITUAÇÃO POSIÇÃO ➞ Relação entre o maior eixo fetal e o maior eixo uterino ➞ Relação do dorso fetal com o lado materno ↪ em situação longitudinal = Direita ou Esquerda ↪ em situação transversa = Anterior ou Posterior à coluna vertebral ↪ Longitudinal (99%) ↪ Transversal ↪ Oblíqua VARIEDADE DE POSIÇÃO : relação de todos os pontos de referência representada por uma sigla ↪ 1ª letra = APRESENTAÇÃO FETAL (O - occipto; B - bregma; N - naso; M - mento; S - sacro; A - acrômio) ↪ 2ª letra =LADO MATERNO p/ que a apresentação está voltada (D - direito; E - esquerdo) ↪ 3ª letra = LADO DA BACIA p/ que a apresentação está voltada (A - anterior; T - transverso; P - posterior ou púbis; S - sacro) APRESENTAÇÃO ➞ Região fetal que ocupa a área do estreito superior da pelve materna ➞ em situação longitudinal = Cefálica (96%) ou Pélvica ➞ em situação transversa = Córmica (em relação ao acrômio - A) VARIEDADE DE APRESENTAÇÃO CEFÁLICA = grau de deflexão da cabeça VARIEDADE DE APRESENTAÇÃO PÉLVICA (S) ↪ Pélvica completa = ambas as pernas em flexão ↪ Pélvica incompleta = flexão de uma perna e extensão de outra ↪ Modo de nádegas = ambas as pernas em extensão ↪ Fletido (95%) = referência é a fontanela posterior ou lambda (occipto - O) ↪ Deflexão de 1º grau = referência é a fontanela anterior ou bregma (B) ↪ Deflexão de 2º grau = referência é o nariz (naso - N) ↪ Deflexão de 3º grau = referência é o mento (M) Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I ASSISTÊNCIA CLÍNICA AO PARTO TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO DILATAÇÃO PARTOGRAMA TRABALHO DE PARTO = período que vai desde o início das contrações uterinas regulares associadas ao apagamento e dilatação cervical até a expulsão do concepto e da placenta. 1. ENCAIXE ou INSINUAÇÃO 2. FLEXÃO 3. DESCIDA ➞ Normalmente o bebê desce de maneira equidistante em relação ao promontório e ao pubis (sinclitismo) ➞ Se essa relação não for simétrica e equidistante = assinclintismo ↪ assinclintismo anterior: parietal anterior primeiro ↪ assinclintismo posterior: parietal posterior primeiro (geralmente em primigestas, que tem a parede abdominal mais rígida) 4. ROTAÇÃO INTERNA DA CABEÇA 5. DESPRENDIMENTO OU EXTENSÃO DA CABEÇA 6. ROTAÇÃO EXTERNA DA CABEÇA 7. DESPRENDIMENTO DOS OMBROS Intervalo desde o início do trabalho de parto (contrações uterinas regulares + dilatação de pelo menos 4 cm) até a dilatação completa (10 cm) ➞ 10-12 horas em primíparas e 6-8 horas em multíparas ➞ Contrações ➞ 9 semanas => ondas de Alvarez ➞ 28-30 semanas => contrações de Braxton Hicks ➞ Fase latente = < 2 em 10 minutos ➞ Fase ativa = ≥ 2 em 10 minutos ➞ Apagamento cervical = encurtamento do colo do útero ➞ Dilatação ➞ Fase latente = < 4 cm ➞ Fase ativa = ≥ 4 cm CURVA DE TEMPO E CRITÉRIOS DE INTERNAÇÃO FASE LATENTE : dilatação lenta do colo ( < 1cm/hora) e contrações irregulares ➞ Pacientes de alto risco (HAS, DM gestacional, CIUR, cardiopatia, gestação múltipla, apresentação anômala, pós-datismo) devem ser internadas ainda nessa fase FASE ATIVA: contrações regulares (≥ 2 em 10 minutos) + dilatação > 4 cm + apagamento do colo uterino => internação ➞ em casos seletos, pacientes de baixo risco podem ser internadas a partir de 6 cm (menor tempo de internação e melhores desfechos) AVALIAÇÃO NA ADMISSÃO ➞ Identificar situações de risco ➞ Anamnese (comorbidades, prematuridade) ➞ Sinais vitais em decúbito lateral esquerdo ou sentada ➞ Altura uterina ➞ Manobras de Leopold ➞ Pelve Materna - Identificação do plano de De Lee ➞ Ausculta de BCFs a cada 30 minutos, antes, durante e logo após as contrações ➞ Intensidade e frequência de contrações ➞ Inspeção de perdas (especular e toque vaginal) ➞ Estreptococo grupo B ➞ Exames = tipagem sanguínea e fator Rh, testes rápido HIV e sífilis, hepatite B, toxoplasmose, hemograma, HGT AVALIAÇÃO DURANTE O TRABALHO DE PARTO ➞ Sinais vitais a cada hora ➞ Temperatura e PA ➞ Dieta => líquidos claros (exceto se cesárea) ➞ Baixo risco => deambulação ou decúbito lateral (evitar decúbito dorsal pelo risco de compressão aorto-cava, com hipotensão arterial e bradicardia fetal (síndrome da hipotensão supina) ➞ Nas primeiras 8 horas não seria necessário acesso venoso ➞ Toque vaginal a cada 2 horas ➞ Verificação da dilatação a cada hora AVALIAÇÃO FETAL ➞ BCF a cada 30 minutos (15 min no período expulsivo) ➞ Cardiotocografia para pacientes de alto risco Gráfico universal de controle de todos os aspectos do parto ➞ Dilatação do colo uterino (X) ➞ Altura da apresentação (O) => Planos de De Lee ➞ Variedade de posição (encaixe) ➞ BCF e frequência cardíaca fetal (FCF) ➞ Contrações uterinas ➞ Estado da bolsa das águas ➞ Administração de medicamentos e procedimentos LINHA DE ALERTA X LINHA DE AÇÃO ➞ auxílio na avaliação da evolução da dilatação apenas, e não da descida da apresentação ➞ iniciado na fase ativa do parto ➞ período de 4 horas entre as duas CORREÇÕES ➞ Indução = Amniotomia, Ocitocina ➞ Parto Instrumentado (fórceps) ➞ Cesariana => desproporção cefalopélvica (DCP) e condição fetal não tranquilizadora FASES CLÍNICAS DO PARTO 1º PERÍODO = DILATAÇÃO 2º PERÍODO = EXPULSÃO 3º PERÍODO = DEQUITAÇÃO 4º PERÍODO = 1ª HORA PÓS-PARTO EXPULSÃO DEQUITAÇÃO ➞ Do final da dilatação completa até a expulsão total do feto ➞ Contrações uterinas máximas => 5 em 10 minutos ➞ Posicionamentos: ASSISTÊNCIA ➞ Controle mais rigoroso de BCFs = a cada 5 - 15 min (alto risco) ➞ Anestesia do períneo com bloqueio bilateral do nervo pudendo interno (se não estiver com peridural) ➞ Analgesia => farmacológicas (pode reduzir a sensibilidade e força da expulsão, aumento o tempo do trabalho de parto e necessidade de intervenção) => não-farmacológicas: hidroterapia, acupuntura, relaxamento, respiração, suporte emocional, musicoterapia, massagem) ➞ Manobra de Ritgen: compressão do períneo posterior e controle da deflexão da cabeça fetal ➞ Episiotomia = feitaapenas em partos prolongados, sofrimento fetal ou quando o desprendimento dos ombros não acontece espontaneamente ➞ Ocitocina IM 10 UI imediatamente após a liberação dos ombros (diminui perda sanguínea e previne hemorragias por atonia) ➞ Clampeamento do cordão umbilical ↪ imediato se sofrimento fetal (circular de cordão) ou mãe HIV+ ➞ Saída e recepção da placenta ➞ Quanto maior o tempo de dequitação, maior o volume de perda sanguínea pós-parto ➞ 90% ocorre em 15 minutos e 97% em 30 minutos ➞ Se não ocorrer nesse tempo = ocitocina e/ou tração controlada e contrapressão suprapúbica (Manobra de Harvey) ➞ Posicionamento: ↪ mais superior (fúndica) = Baudeloque-Schultze (75%), desprende-se em forma de guarda-chuva ↪ mais lateral = Baudeloque-Duncan (25%), desprende-se pela borda inferior ➞ Recepção = tração e torção axial da placenta (manobra de Jacob-Dublin) ➞ Revisão da placenta e do períneo ↪ Laborle Duncan = decúbito dorsal, mesa de parto com posição verticalizada ao máximo e flexão e abdução máximas das pernas e coxas ↪ Posição lateral ↪ Posição vertical ou de cócoras = mais anatômica e favorável à força de expulsão ➞ Duração de até 2 horas em nulíparas ou 1 hora multíparas (se analgesia peridural, 1 hora a mais) 1ª HORA PÓS-PARTO ➞ Controle da evolução (lacerações de períneo, hemorragias) ➞ Ocitocina IM após o desprendimento dos ombros para fazer maior contração do útero ➞ Se possível, amamentação e contato próximo mãe-filho Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I INDUÇÃO DO PARTO DEFINIÇÃO INDICAÇÕES CONTRA-INDICAÇÕES PREDITORES ➞ Estimulação artificial da dinâmica uterina antes do início espontâneo do trabalho de parto ➞ Indicada quando os riscos maternos ou fetais de manter a gestação são superiores aos benefícios ➞ Deve ser realizada a partir de 39 semanas de gestação ➞ Gestação pós-termo (até 40-41 semanas) ➞ Rotura prematura de membranas ovulares ➞ Síndromes hipertensivas ➞ Óbito fetal ➞ Condições médicas maternas: diabetes mellitus, doença renal, doença pulmonar crônica, síndrome antifosfolípide ➞ Restrição do crescimento fetal ➞ Corioamnionite (infecção do líquido amniótico) ➞ Malformações fetais incompatíveis com a vida ➞ Oligodramnia ➞ Doença hemolítica perinatal ➞ Interrupção legal da gravidez (estupro, risco de morte materna, malformação fetal com autorização jurídica) ➞ 2 ou mais cesarianas prévias com incisão transversa baixa ou uma cesariana prévia com incisão corporal ➞ Incisão uterina transmural prévia (miomectomia) ➞ Infecção herpética ativa ➞ Placenta prévia ou vasa prévia ➞ Prolapso de cordão ou cordão umbilical prévio ➞ Situação fetal transversa ➞ Carcinoma invasivo de colo uterino ➞ Monitorização anteparto (MAP) categoria III ÍNDICE DE BISHOP (avaliação do colo uterino) ➞ ≤ 6 => colo uterino não favorável, necessário amadurecimento cervical prévio à indução => misoprostol ➞ > 6 => indução => ocitocina ➞ ≥ 8 => colo favorável, probabilidade de parto vaginal após a indução é semelhante aquela após trabalho de parto espontâneo AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO FETAL ➞ Cardiotocografia (bem-estar fetal) ➞ Perfil biofísico fetal ➞ Ultrassonografia obstétrica ➞ US Doppler ➞ Amniocentese = líquido tinto ou verde mecônio são indicativos de sofrimento fetal MÉTODOS MECÂNICOS MÉTODOS FARMACOLÓGICOS MONITORIZAÇÃO ➞ DESCOLAMENTO DIGITAL de membranas (exige certa dilatação prévia do colo uterino) = aumenta a probabilidade de parto espontâneo em 48 horas (libera PG F2 Alfa e PGE2) ➞ Método de KRAUSE: sonda de Foley intracervical (baixo custo, facilidade de conservação, reversibilidade, mas pode aumentar o risco de infecção materno-neonatal e descolamento de placenta mais baixas (12-24 horas) ➞ AMNIOTOMIA = perfuração cirúrgica da membrana amniótica (preferencialmente quando já houver dilatação do colo e contrações) MISOPROSTOL = análogo sintético da prostaglandina ➞ Elevada eficácia em promover contratilidade uterina, poucos efeitos sistêmicos e baixo custo ➞ Utilizado por via vaginal, retal, oral ou sublingual ➞ Tem o maior índice de parto em 24 horas e com menor índice de cesariana quando comparado a Diniprostona ➞ Uso vaginal: 1 cp de 25 de 6 em 6 horas ➞ CONTRA-INDICAÇÕES = ↪ cesariana prévia ou cirurgia uterina prévia ↪ pacientes asmáticas ↪ pacientes em uso de ocitocina ↪ placenta prévia. OCITOCINA = hormônio hipotalâmico e uterotônico, liberado pela neuro-hipófise de maneira pulsátil. Induz a produção de ácido anacdônico pela decídua, que se transforma em PGF2alfa (potencializadora do efeito contrátil da ocitocina) ➞ Administrado por via parenteral (IV) => 2mUI/min com incremento de 2mUI/min a cada 20 a 30 min. Dose máxima de 40 mUI/min (240ml/h) ➞ Objetivo = contração eficaz (mais de 40 segundos, com 2 contrações em um intervalo de 10 minutos) ➞ COMPLICAÇÕES: ↪ Taquissistolia = > 5 contrações em 10 minutos por 30 minutos (suspender) ↪ Riscos de intoxicação hídrica, hipotensão, hiperestimulação uterina, ruptura uterina, descolamento de placenta ↪ Uso prolongado é associado a hipotonia uterina pós-parto ➞ Taquissitolia, hipertonia uterina e sofr imento fetal = diminui r ou suspender a ocitocina ➞ Administrar oxigênio sob cateter nasal, hidratação venosa e mudança de decúbito da paciente para decúbito lateral esquerdo ➞ Monitorização eletrônica fetal intraparto (cardiotocografia) Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I FORCEPS PRÉ-REQUISITOS INDICAÇÕES CLASSIFICAÇÃO COMPLICAÇÕES ➞ Decisão tomada no período expulsivo (última etapa do parto) ➞ Dilatação completa ➞ Membranas amnióticas rotas ➞ Ausência de impedimentos de tecidos moles ou duros no trajeto (tumores, estenoses) ➞ Cabeça fetal e pelve compatíveis ➞ Cabeça encaixada => De Lee +2 ou abaixo ➞ Diagnóstico correto da variedade de posição ➞ Presença de equipe capacitada para ressuscitação neonatal ➞ Consentimento da paciente ➞ Possibilidade de realização de cesariana, se necessário ➞ Segurança de que todos os pré-requisitos foram preenchidos ➞ Período expulsivo prolongado ➞ Primíparas > 3 (sem epidural) a 4 horas (com epidural) ➞ Multíparas > 1 (sem epidural) a 2 horas (com epidural) ➞ Suspeita de comprometimento fetal = bradicardia, descolamento da placenta, falha da decida ou rotação da apresentação ➞ Encurtamento do segundo período do parto para benefício materno = distúrbios cardiovasculares, neurológicos, pulmonares e exaustão materna ➞ Cabeça derradeira/parto pélvico FÓRCIPE DE ALÍVIO ➞ Couro cabeludo visível no intróito vaginal, sem separação dos lábios ➞ Crânio fetal ocupa o assoalho pélvico ➞ Sutura sagital está em AP ou occiptosacro ou occiptopúbico ➞ Cabeça fetal está no períneo ➞ Rotação não excede 45 graus FÓRCIPE BAIXO ➞ Ponto mais baixo da cabeça está no plano ≥ 2 de De Lee, mas não no assoalho pélvico ➞ Rotação ≤ 45º da esquerda ou direita anterior para occiptopúbica ou da esquerda ou direita posterior para occiptosacra ➞ Rotação > 45 º para outras orientações FÓRCIPE MÉDIO ➞ Cabeça fetal encontra-se acima de + 2 de De Lee, porém insinuada FETAIS ➞ Hemorragia intracraniana ➞ Cefaloematoma ➞ Hemorragia sugaleal ➞ Hemorragia retiniana ➞ Fratura do crânio ➞ Paralisia do nervo facial ou braquial ➞ Hiperbilirrubinemia ➞ Lacerações faciais e do couro cabeludo ➞ Sequelas neurológicas tardias ➞ Depressão geral e asfixia MATERNAS➞ Lacerações de vulva, vagina e reto ➞ Prolongamento da episiotomia ➞ Laceração uterina ➞ Lesão do reto e bexiga ➞ Aumento da perda sanguínea ➞ Infecção ➞ Hematomas ➞ Fratura do cóccix CONTRA-INDICAÇÕES ➞ Distúrbios desmineralizantes fetais (osteogênese imperfeita) ➞ Distúrbios hemorrágicos fetais (hemofilia, trombocitopenia) ➞ Cabeça fetal não encaixada e apresentações anômalas ➞ Suspeita de desproporçãocefalopélvica (DCP) ➞ Prematuridade (risco de hemorragia) ➞ Macrossomia fetal QUANDO SUSPENDER ➞ Dificuldade de aplicar o instrumento ➞ Descida que não ocorre facilmente com a tração ➞ Feto que não é exteriorizado após breve período de tempo TIPOS TÉCNICA ➞ SIMPSON = com curvatura pélvica e articulação fixa, acomoda a cabeça fetal e a curvatura pélvica (mais usado) ➞ KIELLAND = sem curvatura pélvica e com articulação deslizante, possui curvatura para a cabeça fetal, adequado para a variedade de posição transversa e quando há a necessidade de se realizar rotações mais amplas da cabeça na pelve ➞ PIPER = ideal para apresentação com cabeça derradeira 1- Posição de litotomia 2- Analgesia peridural ou bloqueio dos pudendos 3 - Esvaziamento da bexiga por sondagem 4 - Verificar as condições de aplicação do fórcipe 5- Episiotomia (se necessário) 6 - Apresentação do fórcipe 7 - Aplicação do fórcipe escolhido (introdução dos dedos-guia com as colheres separadas, seguida da articulação das mesmas) 8 - Confirmação da boa pega 9 - Tração e extração PEGA IDEAL = BIPARIETOMALOMENTONIANA ➞ A pequena fontanela deverá estar na distância de 1 dedo transverso do plano das hastes. ➞ A sutura sagital estará perpendicular ao plano das hastes ➞ Ao se tentar introduzir um dedo entre o fórcipe e a cabeça fetal, não se deverá ter acesso às fenestras MANOPRA DE PAJOT ➞ Fechamento das hastes, mão direita na pá (força para fora) e esquerda no cabo (força para baixo). CESARIANA DEFINIÇÃO EFEITOS MATERNO-FETAIS INDICAÇÕES TÉCNICA CIRÚRGICA Nascimento do feto mediante incisão na parede abdominal (laparotomia) e uterina (histerotomia) ➞ 53,8% no Brasil => 36% no SUS e 88% na privada CURTO PRAZO ➞ Redução da dor perineal e abdominal durante o nascimento ➞ Redução da dor no 3º dia do puerpério ➞ Redução de lacerações vaginais, hemorragias pós- parto e choque obstétrico. ➞ Aumento da duração da internação, histerectomia puerperal e PCR MÉDIO E LONGO PRAZO ➞ 15% apresentam incontinência urinária logo após (21% no parto) ➞ Aumento da incidência de placenta prévia, acretismo placentário e ruptura uterina em gestações subsequentes. CESARIANA A PEDIDO = explicar fatores de risco, registrar em prontuário, com TCLE ➞ Somente pode ser realizada a partir das 39 semanas de gestação nas situações de risco habitual ➞ Antes deve ter justificativa registrada ABSOLUTAS ➞ Desproporção cefalopélvica (DCP) ↪ parada da dilatação cervical por > 2 horas ou ausência de decida na dilatação completa ➞ Cicatriz uterina prévia corporal (miomectomia) ou 3 cesarianas prévias ➞ Situação fetal transversa ➞ Herpes genital ativo ➞ Prolapso de cordão ➞ Placenta prévia total ➞ Morte materna com feto vivo - antes do 5º min RELATIVAS ➞ Condição fetal não tranquilizadora - CTG III ou baixo BCF ➞ Gestante HIV+, dependendo da carga viral ➞ Descolamento prematuro da placenta (DPP), dependendo do estágio do parto ➞ Apresentação pélvica ➞ Gestação gemelar, dependendo da posição dos fetos ➞ Cesariana prévia com histerotomia segmentar => risco de ruptura uterina ➞ Macrossomia fetal (peso > 5 kg em não diabéticas e 4,5 kg para DM gestacional) ➞ Colo uterino desfavorável à indução do parto ➞ Psicopatia ➞ Mal formação congênita ➞ Realizar sondagem vesical de demora ➞ Antibioticoprofilaxia - Cefazolina 2g por 60 min antes ou intraparto ➞ Anestesia preferencialmente por bloqueio (epidural ou raquianestesia) ➞ Técnica de Pfannestiel-Kerr (mais tradicional e popular) ↪ corte com instrumentos ↪ fechamento do peritônio ➞ Técnica de Misgav-Ladach ↪ separação romba - divulsão com uso mínimo de dissecção cortante ↪ menor tempo entre incisão e nascimento ↪ não fechamento do peritônio FATORES PARA CRESCIMENTO ➞ Aperfeiçoamento das técnicas anestésicas ➞ Redução dos riscos e das complicações pós- operatórias ➞ Fatores nutricionais e demográficos ➞ Percepção da segurança do procedimento por parte da paciente e dos profissionais de saúde ➞ Prática obstétrica defensiva ➞ Mudanças no sistema de saúde e demandas das pacientes ➞ Nível de instrução mais elevado ➞ Cardiotocografia intraparto e diminuição do parto instrumentado Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I CITOPATOLÓGICO DEFINIÇÃO OBJETIVO INÍCIO DO RASTREAMENTO TÉRMINO DO RASTREAMENTO Estudo de células esfoliadas cervicovaginais, utilizado para o rastreamento do câncer de colo do útero CÂNCER DE COLO UTERINO ➞ Causa mais comum de morte por câncer ginecológico ➞ 3ª causa de câncer na mulher ➞ Até 42% ocorrem antes dos 45 anos ➞ Metade dessas nunca fizeram CP ➞ Pico de incidência aos 45 - 49 anos ➞ Geralmente diagnósticos em estágios paliativos Fatores de risco: ➞ Baixo nível socioeconômico ➞ Fatores de nutrição e higiene ➞ Início precoce da atividade sexual ➞ Multiplicidade de parceiros ➞ Exposição ao risco de infecção pelo HPV ➞ Doenças ou uso de drogas que diminuem a imunidade ➞ Multiparidade ➞ Tabagismo ➞ Uso prolongado de contraceptivos orais RASTREAMENTO = detecção de doenças em fase assintomática ➞ Convocação da população-alvo ➞ Alta cobertura ➞ Teste adequado (boa sensibilidade e especificidade) ➞ Acesso ao tratamento ➞ Programas organizados EXAME IDEAL ➞ Baixo custo ➞ Seguro ➞ Conveniente e aceitável ➞ Confiável ➞ Boas características de desempenho ↪ Um teste muito sensível pode não ser eficaz ↪ O sucesso de um programa também depende do conhecimento da história natural da doença DESAFIOS NO BRASIL ➞ Aumentar a cobertura (especialmente na população de maior risco) ➞ Melhorar a eficiência e sensibilidade do exame ➞ Reduzir as perdas de seguimento ➞ Aumentar a oferta do tratamento 25 anos pelo Ministério de Saúde; 3 anos após início de atividade sexual pela FEBRASGO POR QUE INICIAR AOS 25 ANOS? ➞ baixa incidência de câncer em mulheres mais jovens ➞ alta prevalência de LSIL em mulheres mais jovens ➞ morbidade obstétrica e neonatal com o tratamento de lesões precursoras ➞ menor efetividade do rastreamento em mulheres mais jovens ➞ custos PERIODICIDADE = a cada 3 anos após 2 exames anuais negativos 64 anos desde que tenha 2 exames negativos anuais consecutivos nos últimos 5 anos ➞ Para as mulheres com mais de 64 anos que nunca fizeram CP: realizar 2 exames com intervalo de 1 a 3 anos. Se ambos negativos, dispensar exames adicionais SITUAÇÕES EPECÍFICAS ➞ Gestantes não tem restrições para coleta ➞ Em puérperas é recomendado aguardar 6 a 8 semanas para que o colo uterino readquira suas condições normais ➞ Mulheres na pós-menopausa podem precisar tratar atrofia vaginal antes da coleta ➞ Mulheres sem história de atividade sexual não devem ser submetidas ao rastreamento ➞ Mulheres com histerectomia total por doença benigna podem suspender rastreamento (na subtotal, em que o colo permanece, não) ➞ Imunossuprimidas (HIV, transplantadas, tratamento de câncer ou uso crônico de corticoides) = intervalos semestrais no 1º ano e anuais no seguimento, se mantiverem imunossupressão ➞ Não há no momento nenhum guideline que proponha mudanças específicas para mulheres imunizadas ORIENTAÇÕES PARA A PACIENTE COLETA SATISFATÓRIA DIAGNÓSTICOS CONDUTA Nas 48 horas anteriores ao exame: ➞ Não manter relações sexuais ➞ Não utilizar tampões vaginais ➞ Não realizar duchas vaginais ➞ Não utilizar medicações intravaginais ➞ Representativa da junção escamo-colunar (epitélio cilíndrico, epitélio escamoso e transição) ➞ Ausência de infecções/sangue/muco ➞ A presença de células endocervicais está associada com maior nº de diagnósticos LSIL = lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (NIC I) HSIL = lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC II e III) ASC-US = células escamosas atípicas de significado indeterminadoTÉCNICA MÉTODOS TESTE DNA-HPV ➞ Não realizar toque vaginal antes de coletar o exame ➞ Espéculo sem lubrificação (SF permitido) ➞ Retirar muco e demais conteúdos vaginais e cervicais excessivos com algodão ➞ Se necessário, melhorar trofismo vaginal (estrógeno tópico por 21 dias INSTRUMENTOS: Escova endocervical (Citobrush) + espátula de Ayre TÉCNICA ➞ Verificação do ambiente adequado ➞ Posicionamento da espátula sobre a entrada do colo e introdução da escova endocervical a 1,5 cm ➞ Esfoliação em uma rotação de 360º ➞ Disposição e fixação na lâmina com spray ou em frasco com álcool a 70% (em até 10-60 minutos) ➞ O método para a coleta em meio líquido é o mesmo, porém o conteúdo da espátula e da escova é colocado em frasco com líquido conservante CITOLOGIA CONVENCIONAL (PAPANICOLAU) ➞ Método mais usado ➞ Baixa sensibilidade ➞ Falsos negativos (20 a 40%) e insatisfatórios ➞ Depende da repetição (1º exame pode ter perda de diagnóstico) MEIO LÍQUIDO ➞ Possibilita o teste DNA HPV no mesmo exame (coteste) ➞ Captura de toda a amostra ➞ Melhora a qualidade de amostra ➞ Custos aumentados ➞ Maior sensibilidade ➞ Identifica a mulher com positividade para HPV de alto risco, mesmo antes de estar doente ➞ Identificação já no 1º exame ➞ Menor especificidade ➞ Nem toda infecção indica doença (fase de clearence) ➞ Alto valor preditivo negativo e baixo valor preditivo positivo (associar testes) ➞ Teste negativo assegura não doença INDICAÇÕES: ➞ Triagem primária ≥ 30 anos ➞ Citologia ASC-US ➞ Seguimento pós-cone CONTRA-INDICAÇÕES: ➞ Mulheres abaixo dos 30 anos (alta taxa de clearence) ➞ Lesão de alto grau (HPV de alto risco) ➞ Coleta seriada ➞ Coleta para HPV de baixo risco Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I PLANEJAMENTO FAMILIAR CICLO MENSTRUAL MÉTODOS COMPORTAMENTAIS MÉTODOS HORMONAIS PARENTERAIS DISPOSITIVOS INTRA-UTERINOS (DIUs) ➞ 1ª metade => ovulação estimulada pelo estrogênio ↪ sintéticos: etinilestradiol ↪ naturais: 17 beta-estradiol, estrona e estriol ➞ 2ª metade => elevação da progesterona na fase lútea A adequação do ACO segundo queixas deve ser feita de acordo com a etapa do ciclo em que elas ocorrem MÉTODO DA TABELA = abstinência sexual periódica no período fértil ↪ precisa ter conhecimento muito bom do ciclo (pelo menos 3 a 4 ciclos para se fazer o cálculo adequado do período fértil) ↪ Contra-indicação = ciclos irregulares (principalmente na perimenopausa e junto à menarca) e ciclos muito curtos (< 26d) ou muito longos (> 32d) COITO INTERROMPIDO ↪ não deve ser recomendado rotineiramente (alto índice de falha) ↪ se feito com frequência pode predispor disfunção erétil ANEL VAGINAL (combinado) = inserido no início do ciclo, e permanece por 3 semanas. Trocado a cada 21 dias ↪ PROS: menor risco de esquecimento ↪ CONTRAS: desconforto, risco de expulsão ADESIVO (combinado) = trocado toda semana, exceto na semana da menstruação. ↪ PROS: funciona semelhante à pílula, com menor absorção sistêmica e menos picos hormonais ↪ CONTRA: risco de descolar e perder eficácia, reação alérgica da pele ↪ Contraindicado para mulheres acima de 90 kg IMPLANTE SUBDÉRMICO (IMPLANON) ↪ implante subdérmico com liberação diária de 60 mcg de etonogestrel (progesterona isolada) ↪ PROS: maior eficácia (0,05) e duração de 3 anos ↪ CONTRAS: sangramentos de escape e incômodos no local da aplicação. Maior custo INJETÁVEL MENSAL (combinado) ↪ PROS: menor custo e esquecimentos, ideal p/ mulheres com distúrbios absortivos e hepáticos ↪ CONTRA: irregularidade do ciclo menstrual INJETÁVEL TRIMESTRAL (progesterona isolada) ↪ CONTRAS: sangramento nos primeiros meses, menstruação maior do que o normal, atraso no retorno da fertilidade, aumento de peso e redução de massa óssea ➞ Nulíparas devem ter o útero medido por US transvaginal antes da implantação (deve ter pelo menos 5 cm) ➞ CONTRA-INDICAÇÕES: mal-formações uterinas (bicorno), miomas grandes e obtrutivos ➞ POSICIONAMENTO: se estiver fora do colo do útero está bem posicionado. ↪ DIU de cobre, mesmo que levemente próximo ao colo (< 2cm de distância) indica maior risco de gestação, já que é o único método de contracepção envolvido ➞ CONTROLE do posicionamento, na prática, é feito após 1 mês (na 1ª menstruação) da colocação e repetido após 6 meses. Depois, controle anual DIU HORMONAL com progesterona isolada = Mirena (50 U de progesterona) e Kylenna (19 U de progesterona) ↪ PROS: duração de 5 anos e menos sangramento de escape do que o implante ↪ CONTRAS: sangramento nos primeiros dias, cefaleia e náuseas. DIU DE COBRE = faz resposta inflamatória espermicida ➞ Tipos: cobre com prata (menor duração, mas tem um pouco menos de sangramento), tradicional e âncora ↪ PROS: longa duração (10 anos) e menor custo ↪ CONTRAS: ovulação e ciclo menstrual mantidos, com possível exacerbação geral dos efeitos (dismenorreia, TPM, …) Não é boa indicação se já tem sangramento menstrual volumoso CONTRACEPÇÃO MÉTODOS DE BARREIRA Reduzir gravidez indesejada, abortos induzidos e DSTs ➞ Fatores para escolha de um método contraceptivo = idade, estado de saúde, eficácia do método (índice de Pearl), facilidade de uso, conforto, reversibilidade, paridade, estado civil e grau de proteção contra DSTs CRITÉRIOS DE ELIGIBILIDADE DO MÉTODO CATEGORIA 1 = pode ser usado sem restrições CATEGORIA 2 = pode ser usado com restrições (acompanhamento médico mais frequente) CATEGORIA 3 = riscos superam os benefícios (contraindicação relativa). Se escolhido deve ter acompanhamento médico rigoroso CATEGORIA 4 = risco inaceitável (contraindicação absoluta) PRESERVATIVO (Condom) MASCULINO e FEMININO ↪ PROS: único método para proteção contra HIV e ISTs ↪ CONTRAS: necessidade de manipulação durante o ato sexual e risco de roturas ESPERMICIDA = substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero, imobilizando ou destruindo espermatozoides por lesão da membrana celular. Isoladamente não conferem proteção adequada DIAFRAGMA = proteção mecânica do colo uterino. Depende da colocação correta antes da relação sexual MÉTODOS DEFINITIVOS ESTERILIZAÇÃO ➞ Feminina = ligadura ➞ Masculina = vasectomica HORMONAIS ORAIS COMBINADOS CLASSIFICAÇÕES MODO DE USO HORMONAIS ORAIS ISOLADOS COMBINADOS = estrogênio (inibe o FSH) + progesterona (inibe o LH) ↪ idealmente iniciados no 1º dia da menstruação ➞ Contraindicações: ➞ trombofilia ➞ migrânea com aura ➞ anticonvulsivantes (topiramato, carbamazepina, …) ➞ uso de antirretrovirais ➞ tabagistas ≥ 35 anos ➞ O risco de tromboembolismo é pelo estrogênio, mas o combinado com a progesterona que foi menos associada com risco é o levonogestrel ➞ O maior risco ocorre nos primeiros 6 meses de uso ➞ Apesar disso, adequar a progesterona para os efeitos que a mulher se queixa (acne, excesso de pelos, sangramento, …) ➞ Efeitos colaterais: ➞ Estrógenos: risco aumentado de TVP, cefaleia, tonturas, vômito, náuseas, edema, irritabilidade e cloasma. Sangramentos de escape nos de baixa dosagem ➞ Progestágenos: depressão, cansaço, alterações da libido, amenorreia, acne e ganho de peso CONCENTRAÇÃO HORMONAL ➞ Monofásicos = mantém a mesma dose hormonal durante todo o ciclo e pode ser usado de forma contínua ➞ Bifásicos e Trifásicos = possuem variações da dose hormonal que tentam imitar o ciclo. Nem sempre podem ser emendados GERAÇÃO ➞ 1ª geração: ACO com 50 ug ou mais de EE (norestirenona, noretindrona e dienogestrel) ➞ 2ª geração: ACO com 30 ou 35 ug de EE = (levonogestrel (microvilar) e norgestrel) ➞ 3ª geração: ACO com 30 ug ou menos de EE (desogestrel, gestodeno ou norgestimato) ↪ indicados para sangramentos de escape ➞ ACOS não classificados em gerações ↪ dorperinona (mais antimineralocorticoide) ↪ ciproterona(mais antiandrogênica) ↪ indicados para acne e hirsutismo ➞ Início do 1º dia de fluxo menstrual no 1º mês de uso ➞ Tomar 1 comprimido por dia, sempre no mesmo horário ➞ Uso por 21 dias a partir do 1º dia da menstruação, seguido de pausa de 7 dias com retorno do uso no 8º dia OU uso por 24 dias, parar por 4 dias e retornar no 5º dia (a depender do tipo) => sempre deve fechar o ciclo de 28 dias ➞ O fluxo de menstruação pode ser diminuído na pausa ESQUECIMENTO ➞ Por < 12h = Tomar imediatamente ao lembrar e tomar a pílula seguinte no horário regular ➞ Por > 12 h =tomar os dois comprimidos juntos ➞ Se esquecer dois ou mais = terminar a cartela da maneira habitual, porém deve usar outro método ↪ maior risco de gestação por falha de esquecimento é na 1ª metade do ciclo = folículos estão já formados e prontos PERDA DE EFICÁCIA: uso incorreto, distúrbio de absorção (vômitos, diarreia) interação medicamentosa (antibióticos) => usar preservativo durante o uso e mais 7 dias PROGESTERONA ISOLADA = principal método de ação é pela atrofia do endométrio e muco cervical espesso ↪ todos são de uso contínuo, sem pausas INDICAÇÕES ➞ Para mulheres contra-indicadas ao uso de estrógeno e que estejam amamentando CONTRAS ➞ sangramento irregular e acne ➞ Minipílula = exclusiva para mulheres em amamentação ➞ Progestágeno isolado (75 ug de desogestrel) = provoca anovulação, torna muco cervical espesso, dificultando a ascensão de espermatozoides PÍLULA DO DIA SEGUINTE Levonogestrel 1,5 mg (equivalente a 1/2 cartela) ➞ Após relação desprotegida, falha ou violência sexual ➞ Funciona somente se for tomada antes da ovulação, mas pode ser tomada até 72h após a relação ➞ Pode causar mau-estar e irregularidade do ciclo Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I GEMELARIDADE EPIDEMIOLOGIA ZIGOZIDADE DIAGNÓSTICO ➞ 2 a 3% de todas as gestações, aumento da incidência dos últimos anos por: ↪ fertilização ↪ aumento da idade materna e paterna (pico aos 37) ↪ história familiar da mãe ↪ fatores nutricionais ➞ Risco de morte fetal e neonatal aumenta de 3 a 7x Refere-se ao número de óvulos que deram origem aos gêmeos: ➞ Monozigótica (MZ) = apenas um óvulo que se divide ↪ apresentam o mesmo genótipo ↪ o sexo, grupos sanguÍneos e demais características são obrigatoriamente iguais ➞ Dizigótica (DZ) = óvulos diferentes (2/3 das gestações) ↪ apresentam genótipos distintos ➞ História familiar ou pessoal de gestação múltipla e uso recente de indutores da ovulação ➞ Clínico = hiperêmese gravídica, altura uterina maior que o esperado e ausculta de BCFs em focos diferentes ➞ Beta-HCG muito elevado (> 100.000) ➞ Diagnóstico definitivo pelo US após 5 semanas ↪ Diagnóstico diferencial com doença trofoblástica (também apresenta beta-HCG muito elevado e altura uterina maior que o esperado ALTERAÇÕES MATERNAS CORIONICIDADE ULTRASSONOGRAFIA ➞ Expansão volêmica => 1960 mL ➞ Anemia fisiológica => Hb 10 ➞ Ácido úrico com valores maiores ➞ Maior risco para pré-eclâmpsia, eclâmpsia, hemorragia pós-parto e morte materna, trabalho de parto prematuro Refere-se ao número de placentas: ➞ Monocoriônica (uma placenta)=> pode ser monoamniótica ou diamniótica ➞ Dicoriônica (duas placentas) => sempre é dizigótica e diaamnióticas DATAÇÃO ➞ Comprimento cabeça-nádega (CCN) de 45 a 84 mm, realizado entre 11 semanas e 13 semanas + 6 dias ➞ Quando houver discordância utilizar o maior CCN AMNIOCIDADE ➞ Verificar a presença de membrana entre os fetos (diamniótica) ➞ Na ausência da membrana, identificar o enovelamento do cordão (monocoriônicas / monoamnióticas) CORIONICIDADE ➞ Melhor avaliação com US precoce (até 14 semanas) ➞ Presença de 2 sacos gestacionais ↪ dicoriônica => sinal do lâmbda: presença de tecido corial na base da membrana entre os gêmeos, sendo mais espessada nas bordas (> 1,5 mm) e vai se afilando ↪ monocorônica => sinal do T: membrana mais afilada em toda a sua extensão ➞ Se não for possível individualizar: observar o sexo dos fetos a espessura da membrana amniótica PLACENTAÇÃO RISCOS FETAIS Nas dizigóticas, sempre é dicoriônica e diamniótica Nas monozigóticas, depende do período de divisão do blastocisto após a fertilização: ➞ Quando ocorre nos primeiros 3 dias => dicoriônica e diamniótica ➞ Quando ocorre entre o 4º e o 7º dia => monocoriônica e diamniótica ➞ Quando ocorre entre o 8º e o 12º dia => monocoriônica e monoamniótica ➞ Quando ocorre após o 13º dia => gemelaridade imperfeita (menocorial acoplada - gêmeos “siameses”) ➞ Aneuploidias ➞ Malformação fetal ➞ Restrição do crescimento intrauterino (RCIU) ➞ Síndrome da transfusão feto-fetal ➞ Síndrome da perfusão arterial reversa ➞ Morte fetal intrauterina e morte neonatal ➞ Entrelaçamento ou nó de cordão ➞ Prematuridade ➞ Ruptura prematura das membranas (Rupreme) CONDUTA ➞ Pré-natal de alto risco = consultas mensais até 24 semanas, quinzenais até 34 semanas e após semanais ➞ Rastreamento e diagnóstico precoce de pré-eclâmpsia, anemia, diabetes, parto pré-termo e RCF ➞ Controle de dieta => 12 a 14 kg de ganho total ➞ Suplementação de Fe e Ácido fólico ➞ Redução de estresse físico e mental ➞ US mensal até 32 semanas e após quinzenais ➞ Rastreamento de TPP SEGUIMENTO ULTRASSONOGRÁFICO ↪ Crescimento fetal adequado em ambos os fetos, ausência de alteração ultrassonográfica fetal e ausência de complicações como HAS, DM, TPP, RCF, entre outras) DICORIÔNICAS (geralmente complicam menos) ➞ 1º US = 11-14 semanas ➞ 2º US -morfológico = 20-22 semanas ➞ Acompanhamento => 24 - 32 semanas = mensal => acima de 32 semanas = quinzenal MONOCORIÔNICAS ➞ 1º US = 11-14 semanas ➞ 2º US = 16-18 semanas (verificar crescimento fetal) ➞ 3º US - morfológico = 20-22 semanas ➞ Acompanhamento => 22- 32 semanas = quinzenal => > 32 semanas = semanal COMPLICAÇÕES PREVENÇÃO DE PARTO PREMATURO RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO INTRA-UTERINO (RCIU) ➞ Diferenças de tamanho entre os fetos ↪ diferença acima de 3 dias no CCN ↪ peso fetal estimado abaixo do percentil 10 SÍNDROME DE TRANSFUSÃO FETO-FETAL (STFF) ➞ 10 - 15% das gestações monocoriônicas, ocorre por anastomoses vasculares que resultam em desequilíbrio hemodinâmico entre os fetos PARÂMETROS ECOGRÁFICOS ➞ Circunferência abdominal e/ou peso fetal estimado com diferença superior a 20% ➞ Polidrâmnia (maior bolsão vertical > 8cm) no maior feto e oligodramnia (maior bolsão vertical < 2 cm) do menor feto ➞ Disparidade entre o enchimento vesical dos fetos => megabexiga no feto receptor X bexiga pequena ou ausente no feto doador ➞ Disparidade entre o tamanho do cordão umbilical e do número de vasos => cordão grande no receptor X cordão pequeno e com inserção velamentosa no doador ➞ Hidropisia (anasarca, acúmulo de líquido generalizado) pode ocorrer em 28% dos fetos receptores e em 12% dos doadores ➞ Fator preditivo => colo uterino < 25 mm, avaliado pelo US morfológico entre 20 e 24 semanas ➞ RECOMENDAÇÕES ↪ Progesterona: se história de prematuridade espontânea em gestação anterior ou se colo curto (< 25 mm) ↪ Pessário (dispositivo que ajusta o ângulo entre o colo e a pelve, melhorando a distribuição do peso do saco gestacional): para gestantes com colo curto (< 25 mm) ↪ Cerclagem: se história de incompetência istmocervical ↪ Tocolíticos: fase aguda do TPP e antes de 34 semanas ↪ Corticoide: entre 24 e 34 semanas nas gestações de risco de nascimento nos próximos 7 dias ↪ Sulfato de magnésio: indicado para neuroproteção fetal em todos os nascimentos antes de 32 semanas ➞ Leve: < 15% / Moderada: 15-30% / Grave: > 30% ➞ Ao diagnóstico de RCIU de 1 dos fetos: ↪ avaliar bem-estar fetal por perfil biofísico fetal e Doppler em US quinzenal (DCs) ou semanal (MCs) ↪ se alteração de Doppler e gestação < 32 semanas = aguardar e manter Doppler seriado. A ocorrênciade alteração do ducto venoso indica interrupção ↪ se > 32 semanas, interrupção diante da alteração da cerebral média ↪ a interrupção também depende da placentação MANEJO ➞ Conservador: mortalidade fetal > 60% ➞ Amniodrenagem (polidrâmnio) e amniorredução (oligodrâmnio) ➞ Laser/ablação (antes de 26 semanas) ➞ Interrupção quando atingida a maturidade pulmonar fetal INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO ➞ Dicoriônicas e diamnióticas => 37 - 38 semanas ➞ Monocoriônicas e diamnióticas => 34 - 36 semanas ➞ Monocoriônicas e monoamnióticas => 32 - 34 semanas por cesariana(risco de enovelamento de cordão) TIPO DE PARTO ➞ Apresentação de ambos é cefálico => parto vaginal ➞ Algum com apresentação pélvica => cesariana ➞ Intervalo entre os nascimentos: geralmente 30 minutos Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL DEFINIÇÃO FISIOPATOLOGIA ➞ Anticorpos maternos contra antígenos de hemácias fetais que causam hemólise fetal e anemia no RN, com consequente eritropoiese extramedular liberando hemácias imaturas (eritroblastos) no sangue fetal Critérios 3) Volumes de apenas 0,1 mL de hemácias já são capazes de provocar resposta ➞ Incompatibilidade sanguínea materno-fetal imune materna que pode iniciar lentamente a produção de anticorpos e aparecer ➞ Aloimunização materna (presença de anticorpos anti-D IgG) clinicamente de 5 até 15 semanas após e exposição ➞ Passagem de anticorpos da gestante para o organismo do feto ↪ no segundo contato, há formação de resposta imunológica secundária, ➞ Ação dos anticorpos no concepto com formação de anticorpos IgG capazes de atravessar a placenta e causar dano fetal 1) Mãe Rh negativa com contato prévio com antígeno D => transfusão 4) Passagem transplacentária de anticorpos maternos da classe IgG causam não tipada, hemorragia feto-materna, partos anteriores de Rh positivo hemólise fetal => anemia, icterícia, repercussão hemodinâmica com hidropsia e sem uso de profilaxia (imunoglobulina anti-Rh) até morte intrauterina ↪ no primeiro contato, há formação de resposta imunológica 5) Estímulo à eritropoiese extramedular, com a liberação de hemácias imaturas primária (anticorpos IgM capazes de atravessar a barreira (eritroblastos) placentária) 6) Se o RN estiver comprometido, há necessidade de exsanguineotransgusão para 2) Antígeno Rh é expresso nas hemácias fetais a partir do 30º dia de evitar kernicterus gestação 7) Em exposições subsequentes, o processo tende a ser ainda mais acentuado ETIOLOGIA ➞ Mais frequente => incompatibilidade ABO ↪ poucas evidências clínicas, quadros brandos ➞ Mais grave => Incompatibilidade do RH - antígeno D ↪ forma de incompatibilidade com maior repercussão e importância clínica AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICO ➞ Tipagem do pai biológico para determinar o Rh do feto ➞ Se o pai for heterozigoto, realizar testagem do tipo sanguíneo e do fator Rh do feto através da pesquisa de DNA fetal na circulação periférica materna (apoptose de células do sincicio trofoblasto) ➞ Titulação de anticorpos anti-Rh maternos avaliada pelo Coombs indireto ➞ Tipagem materna Rh negativa ➞ Coombs indireto para dosagem de anticorpos anti-D ≥ 1:16 ➞ Parâmetros ultrassonográficos: ↪ Anemia = verificar o pico de velocidade sistólica da artéria cerebral média (PVS-ACM) ↪ Anasarca = feto gravemente anêmico (Hb < 4 ou > 6 abaixo do esperado para a IG) ↪ Ascite fetal = sinal mais sensível. Se estiver ausente, outros sinais de edema (derrame pleural ou pericárdico) raramente estarão presentes ACOMPANHAMENTO PROFILAXIA ULTRASSONOGRAFIA AMNIOCENTESE CORDOCENTESE ➞ Imunoglobulina anti-Rh na dose de 300 mg em até 72 horas após o parto ↪ reduz para 1% o número de mulheres que irão sofrer aloimunização ➞ Rotina com 28 semanas e novamente após o parto de RN Rh D positivo ↪ antes disso, o risco de sensibilização é muito pequeno na ausência de hemorragias ou procedimentos invasivos ➞ Em casos de abortamento de mãe Rh - e feto Rh +, também deve ser feita a profilaxia para gestações futuras ➞ Avaliação do nível de anemia fetal através do pico de velocidade sistólica da artéria cerebral média (PVS-ACM) ↪ Aumenta principalmente devido à diminuição de hemoglobina fetal e aumenta com a idade gestacional ↪ Os resultados devem ser convertidos em múltiplos da mediana (MoMs) e corrigidos para a idade gestacional ↪ Na primeira gestação afetada o PVS-ACM é realizado após 20 semanas de gestação pois a chance de anemia é muito baixa ➞ Se o PVS-ACM for ≤ 1,5 MoM => repetir o exame a cada 1 a 2 semanas, avaliar bem-estar fetal após 30 a 32 semanas, permanecendo estável, programar o nascimento em torno de 37 a 38 de idade gestacional ➞ Se PVS-ACM > 1,5 MoM, há chance alta de anemia fetal moderada a grave, mas Hb e Ht fetais devem ser verificados por cordocentese ↪ se Hb < que 2 desvios-padrão da média para IG ou Ht < 30% e idade gestacional < 35 semanas => transfusão intrauterina ↪ se Hb e Ht não estiverem abaixo desses níveis => repetir a cordocentese em 1 a 2 semanas ↪ se a idade gestacional for ≥ 35 semanas, a transfusão intrauterina oferece mais risos que a promoção do nascimento prematura, seguida de exsanguineotransfusão ➞ Avalia níveis de bilirrubina do líquido amniótico , que correlacionam-se com o grau de hemólise fetal e estima indiretamente a gravidade da anemia ➞ Por se tratar de um método invasivo, a amniocentese é reservada para resultados duvidosos após o PVS-ACM ➞ A forma mais correta de dosagem é a espectrofotometria e a interpretação mais utilizada é a Curva de Liley ↪ Zona 1 = corresponde a pouca ou nenhuma hemólise. A amniocentese deve ser repetida a cada 3 semanas e a gestação poderá chegar ao termo ↪ Zona 2 = corresponde a zona indeterminada, devendo ser repetida a cada 1-2 semanas. Se permanecer nesse nível, pode se aguardar a maturidade pulmonar fetal para o término da gestação ↪ Zona 3 = indica a existência de hemólise grave e risco de morte fetal intrauterina. Se houver matur idade pulmonar a gestação deve ser interrompida, caso contrário torna-se necessário uma transfusão intrauterina ➞ Coleta de sangue da veia umbilical para avaliação dos parâmetros hematimétricos do feto (Hb, Ht, tipagem sanguínea e Coombs direto) ➞ Método padrão-ouro de avaliação da anemia fetal, porém com maior risco de sangramento e bradicardia fetal, podendo ser necessária a interrupção da gestação no momento do exame ➞ Indicada apenas se houver alteração em um exame de rastreamento, como o US da ACM ou a amniocentese ➞ Monitorar BCF durante todo o procedimento e mais 1 a 2 horas após TRATAMENTO ➞ Pico de PVS-ACM > 1,5 ou hidropsia => cordocentese para coleta de sangue e diagnóstico de anemia fetal + preparo para transfusão intra- uterina ➞ Feto com Hb 2 desvios-padrão abaixo do valor normal para a idade gestacional ou Ht menor que 30% => indicação de transfusão intrauterina se < 35 semanas de IG ou interrupção da gestação se > 35 semanas ➞ Apenas 10% das gestações acompanhadas com US necessitarão de transfusão intrauterina ➞ Na ausência de tratamento, 45 a 50% dos conceptos apresentam discreta anemia com icterícia leve, 25 a 30% apresentam um certo grau de hepatoesplenomegalia, anemia moderada e icterícia precoce e 20 a 25% apresentam anasarca (hidropisia fetal), insuficiência cardíaca e óbito, seja no útero ou no período neonatal Alan Paz- ATM 2024/1 SAÚDE DA MULHER I LESÕES DE BAIXO E ALTO GRAU DIAGNÓSTICO ACHADOS DA COLPOSCOPIA RESUMO DAS CONDUTAS ➞ Maioria é assintomática ou subclínica ➞ Sintomático => condilomas, lesões invasivas ➞ Preventivo => 25 aos 64 anos ➞ Colposcopia = visualização amplificada do colo ↪área de lesão esbranquiçada com o ácido acético JEC = ectocérvice (tecido liso) separada
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