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Indaial – 2021
RadioteRapia
Profª. Tatiane Mayla Domingos Prandi
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Tatiane Mayla Domingos Prandi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
apResentação
Caro acadêmico de Radiologia!
Este livro de estudos foi elaborado para facilitar sua compreensão 
sobre o tratamento que utiliza radiações ionizantes para pacientes com 
neoplasias. De maneira que serão abordados todos os conhecimentos que 
envolvem a radioterapia para proporcionar aos alunos uma vivência muito 
mais precisa da área.
Hoje, o tecnólogo de radiologia tem um papel de extrema importância 
na radioterapia, sendo ele fundamental para o sucesso e qualidade de vida 
dos pacientes que necessitam desse tratamento. 
O conteúdo encontra-se dividido em três unidades com seus respectivos 
tópicos para facilitar a sua compreensão e a construção do seu aprendizado. A 
cada etapa, você poderá avançar os conhecimentos com facilidade.
Na Unidade 1, teremos uma abordagem histórica da descoberta da 
radioatividade e o surgimento da radioterapia. Compreenderemos também 
como é o comportamento da radiação com a matéria e como ela interage 
em nossas células. Conheceremos também a fundo as células cancerígenas e 
suas estatísticas.
Na Unidade 2, conheceremos a evolução dos equipamentos 
de radioterapia. Desenvolveremos também o domínio do processo de 
trabalho na radioterapia, tanto do tecnólogo de radiologia, como da equipe 
multidisciplinar. O aluno conhecerá todos os protocolos, rotinas e etapas do 
tratamento dos pacientes.
Na Unidade 3, reuniremos conteúdos sobre as técnicas de tratamento 
de forma estruturada, permitindo ao aluno conhecer as modalidades 
de tratamento e os sistemas de planejamento. Abordar os tratamentos 
complexos que envolvem aparelhos de alta tecnologia. Por fim, o acadêmico 
compreenderá os protocolos, normas e testes de qualidade que tangem a 
radioterapia e a segurança dos pacientes.
Dessa forma, você obterá, com excelência, os conhecimentos necessários 
para desenvolver seu perfil profissional, conseguindo atuar na radioterapia, 
na realização e sucesso do tratamento oncológico de pacientes. Assim como 
compreenderá que a excelência do seu trabalho na radioterapia é fundamental.
Desejamos a você uma excelente leitura!
Bons estudos!
Tatiane Mayla Domingos Prandi
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumáRio
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA ...................................... 1
TÓPICO 1 — UMA ABORDAGEM HISTÓRICA ........................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA .......................................................................................... 3
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 7
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 8
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES ........................................................................................ 11
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11
2 INTRODUÇÃO À FÍSICA DAS RADIAÇÕES .......................................................................... 11
2.1 CONCEITOS DE RADIAÇÕES .................................................................................................. 12
2.2 RAIOS X CARACTERÍSTICO .................................................................................................... 15
2.3 RADIOATIVIDADE .................................................................................................................... 16
2.4 DIFERENTES TIPOS DE FONTES DE RADIAÇÃO ............................................................... 18
2.5 INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA ................................................................ 20
2.6 ATENUAÇÃO DA RADIAÇÃO ................................................................................................ 23
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 25
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 26
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? .................................................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27
2 ESTATÍSTICAS DO CÂNCER NO MUNDO E NO BRASIL ................................................... 28
3 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS ................................................................................................. 40
3.1 CIRURGIA ONCOLÓGICA ........................................................................................................ 42
3.2 QUIMIOTERAPIA ....................................................................................................................... 43
3.3 OUTROS TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS ......................................................................... 44
3.4 RADIOTERAPIA .......................................................................................................................... 44
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................47
TÓPICO 4 — RADIOBIOLOGIA ...................................................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49
2 MECANISMOS DE AÇÃO DA RADIAÇÃO IONIZANTE ..................................................... 50
2.1 CICLOS CELULARES .................................................................................................................. 52
2.2 INTERAÇÕES DAS RADIAÇÕES COM AS CÉLULAS E TECIDOS ................................... 54
2.3 FRACIONAMENTOS DA DOSE DE RADIAÇÃO ................................................................. 55
2.4 O EFEITO DA RADIAÇÃO EM NOSSO CORPO ................................................................... 58
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 60
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 62
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 64
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO ...................................................................... 67
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA ............................................................... 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69
2 APARELHOS DE ORTOVOLTAGEM ........................................................................................... 69
2.1 PRINCÍPIO PRÁTICO E FUNCIONAMENTO ........................................................................ 70
2.2 APLICAÇÕES CLÍNICAS .......................................................................................................... 72
3 EQUIPAMENTOS DE COBALTOTERAPIA................................................................................ 73
3.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES DE TELECOBALTERAPIA ............ 74
3.2 COMPONENTES DOS EQUIPAMENTOS DE COBALTOTERAPIA ................................... 76
4 ACELERADORES LINEARES ........................................................................................................ 78
5 OUTROS EQUIPAMENTOS DA RADIOTERAPIA ................................................................. 85
5.1 GAMMA KNIFE ........................................................................................................................... 85
5.2 TOMOTERAPIA ........................................................................................................................... 86
5.3 CYBERKNIFE ................................................................................................................................ 86
5.4 PROTONTERAPIA ....................................................................................................................... 87
5.5 BRAQUITERAPIA ....................................................................................................................... 88
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93
TÓPICO 2 — PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA E 
 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS ............................................................................ 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ..................................................................................................... 95
2.1 MÉDICO RÁDIO-ONCOLOGISTA ........................................................................................... 97
2.2 FÍSICO MÉDICO ........................................................................................................................... 98
2.3 DOSIMETRISTA ........................................................................................................................... 99
2.4 TECNÓLOGOS/TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA .............................................................. 100
2.5 EQUIPE DE ENFERMAGEM ................................................................................................... 101
3 PROCESSOS DA RADIOTERAPIA ............................................................................................ 101
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 104
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 105
TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO ........................................................................ 107
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 107
2 IMOBILIZADORES ....................................................................................................................... 107
2.1 MÁSCARAS TERMOPLÁSTICAS .......................................................................................... 108
2.2 APOIOS CERVICAIS E BASES DE FIXAÇÃO ....................................................................... 109
2.3 EXTENSOR DE OMBROS ......................................................................................................... 110
2.4 RAMPA DE MAMA ................................................................................................................... 110
2.5 VAC FIX ........................................................................................................................................ 111
2.6 BELLY BOARD ............................................................................................................................ 111
2.7 APOIOS DE PERNAS E PÉS .................................................................................................... 112
3 POSICIONAMENTO ...................................................................................................................... 112
4 AQUISIÇÕES DAS IMAGENS DE TRATAMENTO ............................................................... 114
5 DELINEAMENTOS DAS ESTRUTURAS E VOLUME TUMORAIS ................................... 117
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 120
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 122
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 125
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS ...................................................................... 127
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO ............................................................................. 129
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129
2 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 2D............................................................................................. 131
3 TRATAMENTOS COM FEIXES DE ELÉTRONS ...................................................................... 136
4 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 3D-CRT ................................................................................... 137
5 TÉCNICA DE TRATAMENTO IMRT ......................................................................................... 141
6 TÉCNICA DE TRATAMENTO VMAT ........................................................................................144
7 TÉCNICAS DE TRATAMENTO ESPECIAIS ............................................................................. 145
7.1 INTRAOPERATÓRIA ................................................................................................................ 145
7.2 IRRADIAÇÃO DE CORPO TOTAL (TBI) ............................................................................... 147
7.3 IRRADIAÇÃO TOTAL DE PELE (TSI) .................................................................................... 147
7.4 RADIOCIRURGIA ...................................................................................................................... 148
7.5 NEUROEIXO ............................................................................................................................... 150
7.6 MANTO ........................................................................................................................................ 151
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 153
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 155
TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA ........................................... 157
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 157
2 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................. 157
3 PROGRAMA DE GARANTIA DE QUALIDADE .................................................................... 159
4 TESTES DIÁRIOS .......................................................................................................................... 160
5 TESTES MENSAIS .......................................................................................................................... 161
6 TESTES ANUAIS ............................................................................................................................. 162
7 CONTROLE DE QUALIDADE ..................................................................................................... 162
8 GESTÃO DA QUALIDADE .......................................................................................................... 167
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 170
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 171
TÓPICO 3 — PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOTERAPIA ........................................ 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 173
2 GRANDEZAS UTILIZADAS EM RADIOPROTEÇÃO .......................................................... 175
3 PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO ........................................................................................ 176
4 MONITORAÇÃO INDIVIDUAL ................................................................................................. 177
5 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ACELERADOR LINEAR .......................................... 178
5.1 IRRADIAÇÃO ALÉM DO IMPREVISTO................................................................................ 179
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 182
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 183
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 185
1
UNIDADE 1 — 
TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA 
RADIOTERAPIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o processo histórico das descobertas revolucionárias para a 
medicina;
• compreender a física das radiações e os efeitos da radiação sobre os átomos;
• compreender os conceitos e aspectos sobre as células cancerígenas;
• conhecer os efeitos das radiações ionizantes sobre o tecido do corpo 
humano.
 Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da 
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o 
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
TÓPICO 2 – FÍSICA DAS RADIAÇÕES 
TÓPICO 3 – O QUE É CÂNCER?
TÓPICO 4 – RADIOBIOLOGIA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico relembraremos fatos históricos que marcaram e 
revolucionaram a medicina e conduziram ao surgimento da radioterapia. O 
primeiro grande marco da história foi a descoberta dos raios X em 1895 pelo 
físico Alemão Wilhelm Conrad Rontgen, que se dedicava aos estudos dos tubos 
de raios catódicos (SALVAJOLI, 1999).
2 BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA
A primeira radiografia realizada foi dia 22 de novembro de 1895 quando 
Rontgen posicionou a mão esquerda da sua esposa Anna Bertha Rontgen sobre o 
chassi, contendo um filme fotográfico, fazendo incidir a radiação através de um 
tubo por cerca de 15 minutos sobre a mão. Após a revelação do filme fotográfico, 
observou os ossos e a aliança de sua esposa. (SALVAJOLI, 1999) A figura a seguir 
é Wilhelm Conrad Rontgen e a primeira radiografia da história.
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO WILHELM CONRAD RONTGEN E O PRIMEIRO RAIOS X DA HISTÓRIA
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/descoberta-radioatividade/acesso>. 
Acesso em: 22 mar. 2021.
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
4
Em seguida, na mesma época, Antoine Henri Becquerel testou a hipótese 
de que as substâncias que emitiam a luz visível e, depois, transformavam-se em 
fontes de energia. Becquerel descobriu que compostos de urânio emitiam algum 
tipo de radiação invisível, porém, elas eram capazes de sensibilizar as emulsões 
fotográficas. Sendo uma grande descoberta para a radioatividade natural 
(SALVAJOLI, 1999).
No ano de 1898, o casal Pierre e Marie Curie, em estudos sistemáticos 
com os raios de Becquerel, procuravam elementos radioativos naturais com as 
mesmas propriedades e encontram Pechblenda. Esse minério apresentava a 
radioatividade muito elevada. O casal separou o elemento e, nessas separações, 
surgiu os sais de urânio, e encontraram dois elementos radioativos, o primeiro foi 
o rádio e o segundo polônio. Em 1900, o Rádio foi utilizado para fins terapêuticos 
(SALVAJOLI, 2013). 
FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO DOS CIENTISTAS MARIE CURIE E PIERRE CURIE 
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
 
Em 1903, teve o início da inserção de pequenas quantidades do elemento de 
rádio dentro de tumores malignos e lesões superficiais, com intuito de eliminar as 
células malignas. Assim, nascia a braquiterapia, uma modalidade da radioterapia 
que utiliza a aplicação de fontes radioativas próximas ao tumor. Nesse período, 
não havia tipo algum de preocupação com os tecidos, órgãos ou efeitos biológicos 
da radiação. Também não existia proteção radiológica, tipo algum de cuidado 
com os profissionais, nem com o ambiente.
Você sabia que no dia 8 de novembro é comemorado o dia dos profissionais 
das técnicas radiológicas, em homenagem a descoberta de Wilhelm Conrad Rontgen? Ele 
também foi ganhador do prêmio Nobel pela descoberta.
No Brasil, a primeira radiografia registrada na história foi no ano de 1986, sendo ela disputada 
por vários cientistas de diversas cidades.
NOTA
TÓPICO 1 — UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
5
Em 1911 iniciaram os estudos de fracionamento de dose, chegando ao 
primeiro passo da basede Radiobiologia. No entanto, apenas nos anos 80 obtiveram 
estudos de curva de sobrevivência celular e houve uma melhor compreensão do 
DNA e dos efeitos radiobiológicos sobre as células. 
Os estudos sobre a aplicação da radiação na área médica foi evoluindo. Em 
1915, surgiram os primeiros aparelhos de ortovoltagem. Eram equipamentos que 
produziam raios X de baixa energia e indicado para tratamentos superficiais. Na 
Unidade 2 conheceremos um pouco mais esse aparelho e suas principais indicações 
(SALVAJOLI, 1999).
Você sabia que o primeiro tratamento de radioterapia foi totalmente acidental? 
Marie Curie colocou um tubo de rádio-226 (226Ra) em contato com o braço do seu marido 
durante uma semana e observou que o tecido formou uma úlcera que não cicatrizava.
NOTA
Por volta de 1930, no Instituto Radium em Paris, em suas pesquisas, Irene 
Curie juntamente com seu marido Frédéric Joliot, descobriram alguns materiais não 
radioativos que, quando irradiados por elementos radioativos naturais, também 
passavam a emitir radiação. Assim, surgiu o fenômeno da radioatividade artificial. 
Portanto, iniciava-se o uso de produção de materiais radioativos para o campo de 
pesquisas e aplicações médicas (SALVAJOLI, 1999).
Nos anos 40, com a invenção de reatores nucleares, tornou-se possível 
novos elementos radioativos, entre eles Cobalto-60 (Co-60) e Césio -137 (Cs-137). 
Esses elementos foram utilizados na produção de equipamentos de radioterapia 
que utilizava fontes encapsuladas. Na Unidade 2, conheceremos melhor esses 
equipamentos e suas principais indicações para os tratamentos.
Os primeiros aceleradores lineares, em 1950, utilizavam apenas feixe de 
fótons. Porém, no final dos anos 50, a indústria disponibilizou feixes de fótons e 
elétrons. Os aceleradores lineares trouxeram grandes avanços para a radioterapia e 
tornaram os tratamentos mais rápidos e seguros.
A história da radioterapia no Brasil teve início em 1914, quando o Prof. Eduardo 
Rabello regressou de Paris e fundou o Instituto Radiam. Você sabia que, em 1938, foi fundado 
o Instituto Nacional do Câncer: O Inca? 
NOTA
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
6
A área da radioterapia vive em constante evolução. Atualmente, contamos 
com equipamentos de última geração e automatizados, que promovem uma 
segurança e garantem a qualidade nos tratamentos de radioterapia. Na figura a 
seguir, nota-se o cronograma dos eventos que marcaram a radioterapia e grande 
processo dessa evolução. Nas próximas unidades, conheceremos, de maneira mais 
profunda, esse processo.
FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA RADIOTERAPIA 
FONTE: A autora 
Você sabia que, em 1954 foi inaugurada a primeira unidade de cobalto no Brasil, 
sendo ela a primeira da América latina, localizada no Rio de Janeiro? Na década de 70 surgiram 
os primeiros aceleradores lineares do Brasil, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
NOTA
7
Neste tópico, você aprendeu que:
• A descoberta dos raios X se deu pelo físico Wilhelm Conrad Rontgen em 1985 
e, também, como foi a primeira radiografia da história.
• A radioatividade surgiu por Antoine Henri Becquerel, que testou a hipótese 
de as substâncias emitiam luz visível e se transformavam em fontes de energia.
• No ano de 1898, o casal Pierre e Marie Curie encontrou elementos de alta 
radioatividade que, por acidente, descobriram suas propriedades medicinais.
• Em 1903, teve o início da inserção de pequenas quantidades do elemento de 
rádio dentro de tumores malignos e lesões superficiais com intuito de eliminar 
as células malignas. Assim nasceu a braquiterapia.
• Em 1911, iniciou os estudos de fracionamento de dose, chegando ao primeiro 
passo da base de Radiobiologia.
• Os estudos sobre aplicação da radiação na área médica foi evoluindo. 
• Em 1915, surgiram os primeiros aparelhos de ortovoltagem.
• Por volta de 1930, no Instituto Radium em Paris, em suas pesquisas, Irene Curie 
juntamente com seu marido Frédéric Joliot, descobriram alguns materiais não 
radioativos. Assim surgiu a radioatividade natural.
• Nos anos 40, a invenção de reatores nucleares tornou possível novos elementos 
radioativos, entre eles Cobalto-60 (Co-60) e Césio -137 (Cs-137).
• Os primeiros aceleradores lineares foram descobertos em 1950 e utilizavam 
apenas feixe de fótons. Porém, no final dos anos 50, a indústria disponibilizou 
feixes de fótons e elétrons.
RESUMO DO TÓPICO 1
8
1 Em 1986 alguns cientistas descobriram que alguns materiais emitiam 
radiação, então iniciou-se a radioatividade natural. Considerando essa 
informação, são feitas as seguintes afirmações:
I- Pierre e Marie Curie descobriram Pechblenda, testaram e separaram os sais 
de urânio. Nessa separação encontraram o (rádio e polônio) elementos com 
radioatividade elevada.
II- Antoine Henri Becquerel testou a hipótese de as substâncias que emitiam a luz 
visível e depois transformavam-se em fontes de energia. Becquerel descobriu 
que compostos de urânio emitiam algum tipo de radiação invisível. 
III- Marie Curie estudou e testou a possibilidade de o elemento rádio poder 
ter fins medicinais.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I e III estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas II e III estão corretas. 
2 Sabendo que a radioterapia teve início através da abordagem de elementos 
radioativos, inseridos diretamente ao tumor, podemos afirmar que os 
aparelhos surgiram em que ano?
I- Em 1915, surgiam os primeiros equipamentos de radioterapia, os aparelhos 
de ortovoltagem, eram equipamentos que produziam raios-X de baixa 
energia indicado para tratamentos superficiais.
II- Após a descoberta da radioatividade artificial, na década de 40, começaram 
a fabricar as primeiras unidades de terapia, os aparelhos que continham 
Cobalto 60(Co-60) e Césio (Cs-137).
III- Os primeiros aceleradores lineares surgiram em 1950 utilizavam apenas 
feixe de fótons.
IV- No Brasil, só na década de 80, surgiram os primeiros aceleradores. 
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todos as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas II e III estão corretas. 
AUTOATIVIDADE
9
3 No Instituto Radium em Paris, no ano de 1930, em suas pesquisas, Irene Curie 
e seu marido Frédéric Joliot descobriram alguns materiais não radioativos. 
Assinale a seguir a alternativa que corresponde a essa evolução.
a) ( ) Radioterapia.
b) ( ) Radioatividade natural.
c) ( ) Radiografia.
d) ( ) Radioatividade artificial. 
10
11
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
FÍSICA DAS RADIAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico temos o objetivo de tomar conhecimento 
do conceito de radiação e conhecer os diferentes aspectos de classificação das 
radiações. Nele compreenderemos também as diferenças entre radiação alfa, 
gama e beta. 
O que podemos afirmar é que a radiação é uma energia em trânsito. 
Portanto, a radiação é uma forma de energia transmitida por uma fonte que 
se propaga através de um meio, sob forma de partícula com ou sem carga ou 
também através de ondas eletromagnéticas.
2 INTRODUÇÃO À FÍSICA DAS RADIAÇÕES 
A origem da radiação se dá no átomo, portanto, será necessário 
relembrarmos os seus modelos e conceitos para que, assim, possamos ter maior 
compreensão da radiação e das suas características. Tudo que existe no universo é 
constituído por átomos unidos que formam as moléculas. Sabemos que os átomos 
são fundamentais para a estrutura da matéria. Eles são constituídos por um núcleo 
(nêutrons e prótons) e, em sua orbita, estão os elétrons (KHAN, 1994).
O modelo de Bohr consiste em um núcleo formado por prótons e nêutrons 
e uma eletrosfera disposta em camadas e seus subníveis de energia. Na figura 
a seguir, podemos identificar o núcleo e sua eletrosfera. A neutralização destas 
camadas causa o equilíbrio do átomo e, consequentemente,o equilíbrio das 
moléculas (KHAN, 1994).
Os cientistas ainda não entraram em um consenso quanto à escolha de um 
modelo ideal. Existem cinco modelos de átomos na história, mas neste material adotaremos 
o modelo atômico de Bohr.
IMPORTANT
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UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 4 – ILUSTRAÇÃO DO ÁTOMO
FONTE: <https://bit.ly/3gjdUMw>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Por que devemos saber da estrutura de um átomo? A resposta é muito 
simples: o átomo é uma fonte para radiação. Esse conhecimento vai ser necessário 
para os próximos tópicos. 
2.1 CONCEITOS DE RADIAÇÕES
As radiações são produzidas por um processo de adequação de energia 
que ocorre no núcleo e nas camadas eletrônicas dos átomos. Um exemplo são 
as radiações gama e beta nas quais o ajuste ocorre no núcleo. Já, para os raios X 
característico, esse processo ocorre na eletrosfera.
As radiações podem ser classificadas como radiações ionizantes e 
não ionizantes. Além desta classificação, elas podem ser também classificadas 
como mecânicas, corpusculares e eletromagnéticas (PERES, 2018). As radiações 
ionizantes são capazes de ionizar os átomos, ou seja, também podem retirar um 
elétron de sua camada, que podem causar um desequilíbrio eletrônico. Entretanto, 
as radiações não ionizantes somente causam excitações atômicas.
Os tipos de radiações são classificados pelo comprimento de onda e 
frequência denominado espectro eletromagnético. São ondas eletromagnéticas 
e feixes de partículas sem carga que têm a probabilidade de atravessarem um 
material sem sofrerem interação com o meio, ou seja, por este motivo, não há 
perda de energia. Entretanto, em um feixe com partículas carregadas, estas, ao 
colidirem com um material, perdem gradativamente sua energia (TAUHATA, 
2014; OKUNO, 2010). A figura a seguir é uma demonstração dos tipos de radiação. 
Podemos analisar também a frequência de onda e seu comprimento. 
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
13
FIGURA 5 – ILUSTRAÇÃO DO ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
FONTE: IFSC (2019, p. 12)
O espectro eletromagnético é uma escala de radiação eletromagnética 
com a finalidade de medir as ondas eletromagnéticas, que podem ter a mesma 
velocidade, porém, sua diferenciação é a frequência e o comprimento da onda. Na 
figura a seguir, podemos encontrar a descrição dessas radiações.
FIGURA 6 – ILUSTRAÇÃO DAS DESCRIÇÕES DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
FONTE: A autora
Na radioterapia, utilizamos a radiação ionizante para o tratamento das células 
cancerígenas. De maneira imprescindível, o acadêmico deve conhecer a física das radiações 
para compreender a área da radiologia.
ATENCAO
14
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
As radiações ionizantes são aquelas em que há transferência de energia 
e liberação de elétrons do meio e, normalmente, são divididas em: corpuscular e 
eletromagnéticas (KHAN, 1994). No quadro a seguir, para o seu maior entendimento, 
serão descritas as radiações ionizantes e de que maneira são encontradas.
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÕES DAS RADIAÇÕES
Classificação das 
Radiações Conceito Demonstração
Eletromagnética
As ondas de radiação 
eletromagnética são uma 
junção de campo magnético 
com campo elétrico que 
se propagam no vácuo 
transportando energia. 
Luz é um exemplo!
Corpusculares 
São aquelas formadas por 
partículas com massas 
(elétrons, nêutrons e 
prótons). São as radiações 
alfa e Beta. Uma fonte natural 
da radiação corpuscular 
é a radiação cósmica, que 
provém do espaço sideral. Espaço sideral.
Indiretamente 
Ionizante
São compostas por partículas 
sem carga, como fótons 
e nêutrons. Interagem 
individualmente transferindo 
sua energia para um elétron.
Os Raios-X e raios gamas 
são exemplos de radiações 
indiretamente ionizantes.
Diretamente 
Ionizante
São compostas por 
partículas com cargas, 
como partículas alfa e beta. 
A presença faz com que a 
partícula interaja com os 
campos elétricos.
Tratamento com betaterapia
FONTE: A autora
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
15
2.2 RAIOS X CARACTERÍSTICO 
A radiação proveniente da eletrosfera é chamada de raios X. Eles são 
produzidos por dois processos, sendo eles:
• Raios X característicos: ocorrem quando um elétron é retirado e/ou deslocado 
do seu nível de energia, promovendo um lugar livre (vacância) que pode ser 
ocupado por um elétron com energia superior (TAUHATA, 2014; OKUNO, 
2013), que emitem um excesso de energia em forma de raios x. Eles são 
denominados assim porque seus valores são característicos para cada 
elemento. Na figura a seguir, podemos analisar como ocorre esse processo.
FIGURA 7 – ILUSTRAÇÃO DOS RAIO-X CARACTERÍSTICOS 
FONTE: <http://estudoradiografico.blogspot.com/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Vale lembrar que as radiações ionizantes têm duas origens no átomo: a do 
núcleo ou pela eletrosfera. A emissão pelo núcleo é denominada radioatividade. Já, através da 
eletrosfera, é chamada de raios X. A seguir, compreenderemos a diferença das duas radiações.
ATENCAO
As radiações eletromagnéticas são compostas por campos magnéticos que 
são propagados pelo vácuo. As partículas de radiação eletromagnéticas não têm carga 
nem massa e são denominadas de fóton. Os fótons são partículas que compõe a luz e 
podem ser definidos como pacotes que transportam energia.
IMPORTANT
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UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
• Raios-X por fretamento (Bremsstrahlung): quando uma pequena fração dos 
elétrons incidentes mudam sua trajetória por interação coulombina (interação 
eletrostática entre partículas eletricamente carregadas) com outros elétrons 
da eletrosfera ou com o próprio núcleo (PERES, 2018; SCAFF, 1997). Em 
outras palavras, um fóton de raios-X é criado quando o elétron sofre uma 
desaceleração brusca causada por um campo coulombiano gerado pela 
interação do núcleo. Eles podem ter qualquer energia. Isso depende da 
aproximação do elétron com o núcleo e da energia cinética do elétron (energia 
cinética de movimento). Então, os fótons de raios-x podem ser de qualquer 
energia como é representado na figura a seguir.
FIGURA 8 – ILUSTRAÇÃO DOS RAIO-X FRETAMENTO (BREMSSTRAHLUNG)
FONTE: <http://estudoradiografico.blogspot.com/acesso 2021>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
2.3 RADIOATIVIDADE 
Como citado na abordagem histórica, a radioatividade foi descoberta pelo 
físico francês Antoine Henri Becquerel, ao perceber que os sais de urânio emitiam 
radiações similares aos raios-x que eram impressos em filmes radiográficos. A 
radioatividade é um processo utilizado por núcleos instáveis em busca da estabilidade.
Um átomo radioativo é chamado de radionuclídeo. Se tiver um isótopo, pode 
ser chamado de radioisótopo. Vale apena lembrar que os isótopos são nuclídeos que 
possuem o mesmo número de prótons. Isóbaros possuem o mesmo número de massa e 
os isótonos possuem o mesmo número de nêutrons.
IMPORTANT
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TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
17
Esse processo de estabilidade nuclear pode ser chamado de decaimento 
radioativo. Quando um núcleo instável decai, emite uma radiação que transforma 
em outro átomo (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2013). Um exemplo disso, de 
amostras de sais de tório, é que através do decaimento, cientistas descobriram o 
elemento radioativo radio-226 (226Ra) que, da mesma forma, transformou-se em 
outro elemento radioativo radônio (222Rn).
Podemos afirmar que a emissão de radiação por núcleos instáveis é 
proporcional à quantidade de átomos radioativos contidos em uma amostra. 
Quanto maior a quantidade de átomos radioativos, maior será a emissão da 
radiação. A emissão da radiação é fornecida pela unidade de tempo, que é 
chamada de atividade. Ela é definida pela taxa de decaimento, que é o número de 
decaimento por unidade de tempo de uma amostra radioativa (TAUHATA, 2014; 
OKUNO, 2013).
Os radionuclídeos costumam ser representados por alguns parâmetros, 
como: meia-vida (T1/2), sendo o intervalo de tempo necessário para que o número 
de átomos radioativos diminua pela metade. Já na Vida-média(t) é o intervalo de 
tempo necessáriopara que o número de átomos de uma amostra se desintegre 
(PERES, 2018). 
Os raios gama são emitidos pelo núcleo e têm natureza eletromagnética, 
sendo impossível sua diferenciação dos raios-x. Classifica-se que as radiações de 
origem nuclear são consideradas raios gamas logo que as radiações derivadas 
da eletrosfera são conhecidas como raios-x. Uma diferenciação é os raios gamas 
serem mais penetrantes comparados aos raios-x. Na figura a seguir há uma 
demonstração do poder de penetração das radiações (KHAN, 1994; SCAFF, 1997). 
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO DO PODER DE PENETRAÇÃO DAS RADIAÇÕES
FONTE: <https://radioprotecaonapratica.com.br/acesso 2021>. Acesso em: 22 mar. 2021
18
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
 A radioterapia utiliza as radiações ionizantes que podem ser eletromagnéticas 
e/ou corpusculares. 
ATENCAO
Descreveremos um pouco as radiações corpusculares que são constituídas 
de um feixe de partículas elementares ou através de núcleos atômicos. No quadro 
a seguir, são descritas as principais partículas caracterizadas como radiações 
corpusculares, como partículas alfa e beta.
QUADRO 2 – DESCRIÇÃO DA RADIAÇÃO CORPUSCULAR
Radiação 
Corpuscular Definição Demonstração
Beta Positiva
Ocorre com núcleos com excesso 
de prótons, nesse caso o próton se 
transforma em um nêutron.
Beta Negativa 
Ocorre com núcleos com excesso 
de nêutrons, nesse caso o nêutron 
se transforma em um próton.
Partícula Alfa
Um núcleo atômico formado 
por prótons e nêutrons, que se 
encontram fortemente ligados uns 
aos outros, mas foram expulsos de 
um átomo superpesado.
Nêutrons
As partículas nêutrons não têm 
carga e por isso não produzem 
ionização diretamente. São 
consideradas partículas pequenas, 
denominadas elementares.
FONTE: A autora
2.4 DIFERENTES TIPOS DE FONTES DE RADIAÇÃO
A exposição dos seres humanos a radiação pode ser através da radiação 
natural e/ou artificial. Sendo elas:
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
19
I- Fontes naturais: as fontes naturais são provenientes da natureza e emitem 
radiação através de elementos específicos. Um exemplo são solos e rochas que 
contêm urânio e tório. Na figura a seguir, vemos exemplos de lugares nos quais 
podemos encontrar radiação de maneira natural.
FIGURA 10 – ILUSTRAÇÃO DAS FONTES ENCONTRADAS NA NATUREZA
FONTE: A autora
II- Fontes artificiais: as fontes de radiação artificial são produzidas por geradores 
de eletricidade, como tubos de raios-x ou aceleradores de partículas. Podem 
ter emprego em diversas áreas, porém, no seguimento da medicina, auxilia em 
diagnósticos ou em terapias.
As fontes de radiações artificiais são nomeadas em fontes seladas e não 
seladas. No quadro a seguir, podemos compreender as diferenças entre as fontes 
seladas e não seladas. 
QUADRO 3 – DIFERENÇAS DE FONTES
Fontes Conceito Demonstração
Fontes seladas
Fontes seladas são 
conceituadas com o material 
radioativo encapsulado por 
uma blindagem. Utilizados 
na braquiterapia.
Você sabia que existem radiações encontradas em alimentos como a banana, 
porém os níveis de radiação são extremamente baixos e inofensivos à saúde dos seres 
humanos?
NOTA
20
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Fontes não seladas
Seu conceito é um material 
radioativo que está dentro 
de um frasco, sendo 
possível ser administrado 
em seres vivos. Sua 
principal indicação é na 
medicina nuclear através de 
radiofármacos.
FONTE: A autora
2.5 INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA 
Conheceremos os processos de interação da radiação com a matéria. Dessa 
forma compreenderemos os efeitos fotoelétricos, efeito Compton e a produção de 
pares. Aprenderemos, então, os conceitos de atenuação da radiação.
 O conceito da interação da radiação com a matéria é caracterizado por 
sua capacidade de ionizar o meio que atravessa (OKUNO; YOSHIMURA, 2010). 
As partículas carregadas podem interagir com a matéria através da excitação 
molecular e atômica, ionização e/ou ativação (TAUHATA, 2014). 
1- Excitação: é quando ocorre uma radiação incidente que não tem energia suficiente 
para arrancar os elétrons dos átomos, ou seja, torná-los livre. Ao invés disso, os 
elétrons são deslocados de sua órbita, causando um equilíbrio ao retornarem 
e, com isso, emitem a energia em forma de luz ou raios-X característico. Um 
exemplo disso são as radiações não ionizantes que provocam apenas excitações 
quando interagem com a matéria.
2- Onização: quando uma radiação incidente tem energia suficiente para arrancar os 
elétrons do átomo, resultando em elétrons livres de alta de energia, íons positivos 
e radicais livres, gerando as quebras das ligações químicas das moléculas.
3- Ativação: ocorre quando a radiação incidente interage com o núcleo de um 
átomo, tornando este átomo instável com excesso de energia. Esse núcleo se 
desfaz desse excesso, emitindo uma radiação.
As radiações ionizantes, principalmente os raios gamas e/ou raios-X, 
devido ao caráter ondulatório e ausência de carga e massa de repouso podem 
penetrar um material. Suas principais interações são os efeitos fotoelétrico, 
Compton e produção de pares (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2013; PERES, 2018).
• Efeito fotoelétrico 
O efeito fotoelétrico é caracterizado pela transferência total de energia 
da radiação gama ou radiação X. O único elétron é expelido da sua órbita 
com uma energia cinética (TAUHATA, 2014). Como houve uma ionização do 
átomo, permanecendo em um estado excitado, essa excitação é eliminada pelo 
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
21
preenchimento da vaga criada pelo elétron ejetado por outro elétron de outra 
camada. Com esse rearranjo, há uma emissão de radiação sob a forma de raios-x 
característicos. 
FIGURA 11 – ILUSTRAÇÃO DO EFEITO FOTOELÉTRICO
FONTE: Adaptação de Tahauta (2014)
Na figura anterior, podemos observar a representação de quando um elétron, 
ao interagir com a eletrosfera, um fóton é totalmente absorvido, transferindo sua 
energia para um elétron ligado, sendo assim ejetado de sua órbita.
• Efeito Compton 
O Efeito Compton foi descoberto pelo físico Arthur Compton, quando 
ele estudava o espelhamento sem perda de energia. Nesse processo, notou uma 
diferença entre o fóton incidente e o espalhado e atribuiu essa energia à liberação 
de um elétron no orbital do átomo (SCAFF, 1997).
O efeito fotoelétrico ocorre em maior probabilidade com os fótons de energia 
menor, da ordem de (Kev). Um efeito predominante em exames de radiodiagnósticos. Um 
exemplo são os raios-x.
IMPORTANT
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22
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 12 – ILUSTRAÇÃO DO EFEITO COMPTON
FONTE: Adaptação de Tahauta (2014)
Portanto, o elétron adquire parte de sua energia cinética do fóton sendo 
projetado para fora do átomo. Em teoria, nessa situação, o efeito Compton torna-se 
importante em relação ao efeito fotoelétrico, tendo uma energia de ligação menor, 
sendo considerado um elétron livre, pois a energia de ligação é muito menor se 
comparada ao fóton incidente. De tal maneira, torna os elétrons desprezíveis sobre 
o fóton incidente com a probabilidade de a ocorrência do espalhamento da radiação 
ser maior (PERES, 2018).
• Produção de Pares 
Ainda sobre a absorção de radiação eletromagnética pela matéria, o mais 
importante para a perda de energia é a formação de pares. A produção de pares é 
uma das formas predominantes da absorção da radiação eletromagnética de alta 
energia de um par elétron-pósitron (SCAFF, 1997).
O efeito Compton é mais suscetível aos elétrons da última camada do átomo. 
Sua predominância se dá em energias maiores. Um exemplo são os aparelhos de radioterapia.
IMPORTANT
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TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
23
FIGURA 13 – ILUSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO DE PARES
FONTE: Adaptação de Tahauta (2014)
Esse acontecimento ocorre quando há fótons de energia superior a 1,022 
MeV, passam perto de um núcleo elevado e interagem com um forte campo elétrico 
nuclear, podendo desaparecer, e, em seu lugar, dar origem ao um par de elétrons 
(Elétron-pósitron) como a figuraanterior, sendo chamado de pósitron (TAUHATA, 
2014; PERES, 2018).
2.6 ATENUAÇÃO DA RADIAÇÃO 
Assim como um feixe de raios-x ou raios gama incide sobre um material 
de determinada espessura de um material (papel,parede,chumbo etc.) sendo que 
parte do feixe é absorvido através da interação como os efeitos fotoelétricos e/ou 
produção de pares, ou feixes espalhados, como efeito Compton. Quando um feixe 
incide em determinado material, uma fração atravessa esse material sem interagir. 
A intensidade de um feixe está relacionada com o número de fótons, sendo assim, 
o número de fótons após cruzar um material será menor antes de sua interação, 
como é representado na figura a seguir (TAUHATA, 2014; PERES, 2018).
Quanto maior a energia do fóton, maior a possibilidade da ocorrência dessa 
interação. A descoberta do processo de produção de pares aconteceu em 1933, através 
de pesquisas de radiação cósmica, sendo de extrema importância para solucionar os 
problemas relacionados à atenuação dos materiais.
IMPORTANT
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24
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 14 – ILUSTRAÇÃO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO LINEAR
FONTE: A autora
O coeficiente de atenuação é uma probabilidade por unidade de 
comprimento de que o feixe sofra atenuação através dos efeitos Compton, 
fotoelétrico e produção de pares. O coeficiente de atenuação linear em massa 
de um material é dado para determinar o tipo de interação. Ele varia de acordo 
com a energia de radiação e o tipo e estado do material. Um grande exemplo é a 
atenuação da água, pois ela possui diversos valores de coeficiente de atenuação, 
dependendo de seus estados gasoso, líquido e sólido (TAUHATA, 2014).
Terminamos o tópico de físicas das radiações. Essa é uma matéria muito 
complexa e que podem surgir algumas dúvidas. Para contribuir com os seus estudos, 
acadêmico, uma sugestão é procurar algumas aulas no youtube com professores renomados 
que disponibilizam seus conhecimentos em prol do seu aprendizado. Vale apena conferir!! 
Acessando o link a seguir, você encontra uma boa opção: <https://www.youtube.com/
channel/UCDpUiEbd-_RfQRPXbGiwqww>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
DICAS
25
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O átomo é a menor partícula, sendo constituído de um núcleo e uma 
eletrosfera. Também vimos que o núcleo contém prótons e nêutrons e a 
eletrosfera é formada por elétrons.
• As radiações podem ser caracterizadas em não ionizantes e ionizantes. 
Ionizantes, quando elas interagem e têm o poder de arrancar um elétron de 
sua camada. Já as não ionizantes só causam uma excitação no átomo.
• As radiações também podem ser caracterizadas como corpuscular e 
eletromagnéticas. Corpuscular, quando dão origem no núcleo e as 
eletromagnéticas são originadas na eletrosfera.
• As radiações possuem um espectro eletromagnético com a finalidade de 
medir as ondas eletromagnéticas, fornecendo uma diferenciação das radiações 
através de sua frequência e comprimento de onda.
• As radiações eletromagnéticas não possuem carga e nem massa. São 
denominadas de fótons, sendo estes pacotes de energia.
• Radiações corpusculares são formadas por partículas com massa como 
prótons e nêutrons, que originam partículas alfas e betas.
• As radiações que têm origem na eletrosfera são chamadas de raios-x. Estes 
podem ser divididos em raios-x característicos ou freamento.
• Os tipos de radiações podem ser naturais e/ou artificiais. Naturais são através 
de elementos encontrados na natureza. Fontes artificiais são através de 
equipamentos ou elementos feitos em laboratórios.
• As fontes artificiais podem ser seladas ou não seladas. Nas fontes seladas, 
o material radioativo fica blindado, já as fontes não seladas o material está 
dentro de um frasco.
• A interação da radiação eletromagnética com a matéria pode ser através de 
três processos sendo eles: Ionização, excitação e ativação. Podendo também 
surgirem três efeitos decorrentes disso: efeito Compton, efeito fotoelétrico e 
produção de pares.
• No efeito Compton sua predominância é em energias superiores, como a 
radioterapia.
• A atenuação é caracterizada quando um feixe de raios-x ou gama atravessa 
um determinado material.
26
1 Sabendo que as radiações são classificadas como ionizantes e não ionizantes, 
é CORRETO afirmar que:
I- As radiações ionizantes são capazes de ionizar um átomo, retirando 
também um elétron de sua camada, já as radiações não ionizantes causam 
apenas uma excitação no átomo.
II- Podemos encontrar as radiações ionizantes em raios ultravioletas.
III- As radiações ionizantes são utilizadas em tratamentos de radioterapia.
IV- Em aparelhos de radiodiagnóstico, podemos encontrar radiações não 
ionizantes, devido a sua energia.
V- As radiações ionizantes são capazes de causar desequilíbrio eletrônico nas 
moléculas.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todos as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, III e V estão corretas.
2 Correlacione a coluna 1 com a coluna 2:
(A) Efeito Compton
(B) Efeito Fotoelétrico
(C) Produção de Pares
( ) Sua predominância é em radiodiagnóstico.
( ) Quando um elétron adquire a energia de um 
fóton sendo projetado para fora do átomo.
( ) Este efeito é predominante na radioterapia.
( ) O efeito que consiste na transferência da 
energia fóton incidente sendo totalmente 
absorvido pelo átomo.
( ) A energia superior a 1,022 MeV. 
3 Em radioatividade, a emissão de radiação é proporcional a quantidade 
de amostra. Um átomo radioativo que compõe uma amostra é chamado 
de radionuclídeos. Os radionuclídeos são representados por alguns 
parâmetros. Que parâmetros são esses?
a) ( ) Meia-vida e vida-média.
b) ( ) Atividade.
c) ( ) Absorção e excitação.
d) ( ) Decaimento radioativo.
AUTOATIVIDADE
27
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
O QUE É CÂNCER?
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico objetivo, temos o objetivo de saber o 
conceito de câncer e esclarecer como é seu desenvolvimento. Conheceremos quais 
são os principais tipos de câncer, como são diagnosticados e seus tratamentos. 
Analisaremos também as estatísticas da doença no mundo. 
Antes de darmos início a este tópico, voltemos um pouco para relembrar 
biologia molecular. Como sabemos, a célula é definida como unidades estruturais 
e funcionais dos seres humanos. As células animais são constituídas por três 
partes: membrana celular, que é a parte mais externa das células; e citoplasma, 
sendo o corpo celular e o núcleo.
O núcleo é constituído por cromossomos que, por sua vez, são compostos 
por genes. Os genes armazenam toda a informação genética, como o DNA, e, através 
dele, passam informações sobre o funcionamento da célula (WATSON; BAKER; 
BELL, 2015). A figura a seguir é uma representação das células e suas organelas.
FIGURA 15 – ILUSTRAÇÃO DAS CELULAS DO CORPO HUMANO
FONTE: <https://www.todoestudo.com.br/biologia/celulas-do-corpo-humano>. 
Acesso em: 22 mar. 2021. 
28
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer é o termo 
empregado para um conjunto de mais de 100 doenças que proliferam em todos 
os tecidos do corpo humano. Essa doença possui um crescimento desordenado 
e atípico das células e sua transformação celular resulta em alterações no DNA, 
em que as mudanças nesta informação genética causam disfunção celular. A 
grande característica das células cancerígenas é a rápida e alta capacidade de se 
dividirem. O resultado dessa aceleração faz com que haja um imenso acúmulo de 
células tumorais (INCA, 2018).
FIGURA 16 – ILUSTRAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS CÉLULAS CANCERINEAS
FONTE: IFSC (2019, p. 57)
O desenvolvimento de neoplasias malignas se inicia quando uma célula 
normal pode sofrer mutação genética ou sofrer alterações no DNA dos genes. 
Os genes são responsáveis por repassar as informações genéticas e, com essa 
alteração, o DNA passa a receberinstruções erradas da sua atividade (INCA, 
2018). Com seu grande crescimento desordenado e acelerado, inicia a invasão em 
tecidos e órgãos adjacentes. Na figura anterior, podemos observar a representação 
deste processo.
2 ESTATÍSTICAS DO CÂNCER NO MUNDO E NO BRASIL
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer ainda continua 
sendo um problema de saúde pública no mundo. Sendo a segunda causa de 
morte, responsável por 9,6 milhões de mortes em 2018. Aproximadamente 70% 
das mortes por câncer ocorreram nos países subdesenvolvidos. Na figura a seguir, 
podemos observar uma estimativa de números de novos casos de câncer de 2020 
até 2040, disponibilizados pela WHO.
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
29
FIGURA 17 – ILUSTRAÇÃO DA ESTIMATIVA DE NOVOS CASOS DE CÂNCER NO MUNDO
FONTE: A autora
O câncer afeta qualquer tecido e/ou órgãos do corpo humano. Ele é 
caracterizado pelo seu rápido desenvolvimento de células anormais que invadem 
os tecidos adjacentes (próximos à célula doente) do corpo, avançando para outros 
órgãos ou até mesmo para o corpo inteiro. Esse processo é denominado metástase.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), os tipos mais comuns 
de câncer são: pulmão; mama; colorretal; próstata; câncer de pele não-melanoma 
e estômago. O gráfico a seguir é a representação dos números de casos e sua 
distribuição de tipos de câncer no mundo.
Você sabia que uma em cada seis mortes estão relacionadas ao câncer? A 
OMS estimou aproximadamente 1,16 trilhões de dólares para os custos com a doença.
NOTA
30
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 18 – ILUSTRAÇÃO DOS NÚMEROS DE CASOS NO MUNDO DISTRIBUÍDOS PELOS 
TIPOS CÂNCER
FONTE: Adaptado de OMS (2021)
Segundo o relatório fornecido pelo INCA sobre Estimativa 2020 da 
incidência de câncer no Brasil, estima-se que, em cada ano do triênio 2020-2022, 
ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer de 
pele não melanoma). A figura a seguir demostra a distribuição dos dez tipos de 
câncer mais incidentes estimados para 2020, exceto os casos de pele não melanoma.
FIGURA 19 – DISTRIBUIÇÃO DOS DEZ TIPOS DE CÂNCER MAIS INCIDENTES ESTIMADOS PARA 2020
FONTE: Adaptado de INCA (2020) 
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
31
Conforme o INCA (2018), o câncer não possui causa única. As doenças 
possuem diversas causas, podendo ser causas externas (presente no meio 
ambiente) e internas (hormônios, imunidade e genética). Um alerta para população 
é que de 80% a 90% dos casos estão relacionados a hábitos e estilo de vida, 
como consumo de bebidas alcoólicas e cigarros que podem aumentar o risco do 
desenvolvimento do câncer. Outros fatores importantes são: históricos familiares 
e mutação genética, que representam de 10% a 20% dos casos relacionados ao 
desenvolvimento de neoplasias.
Os sintomas e sinais da doença dependem de cada caso e variam para cada 
pessoa. Após o diagnóstico da neoplasia, os médicos definem o estadiamento e 
indicam a melhor abordagem terapêutica. No quadro a seguir, serão descritos 
os principais tipos de câncer, juntamente com dados sobre sintomas, sinais, 
diagnóstico e tratamentos.
QUADRO 4 – TIPOS DE CÂNCER E SEUS DADOS
Tipos de câncer Acometimento Sintomas e sinais Diagnóstico Tratamento
Anal
Ocorre no canal 
e nas bordas 
externas do ânus.
O sangramento 
anal vivo durante 
a evacuação. 
Outros sinais de 
alerta são coceira, 
ardor, secreções 
incomuns, feridas 
na região anal e 
incontinência fecal.
O diagnóstico é 
feito por biópsia 
de uma amostra 
do tecido. Outros 
exames, como 
ressonância 
magnética.
O tratamento 
pode ser clínico 
e/ou cirúrgico. O 
mais utilizado é 
a combinação de 
quimioterapia e 
radioterapia.
Bexiga 
Ocorre na bexiga, 
parede muscular 
da bexiga.
Sangue na urina, 
dor durante o 
ato de urinar 
e necessidade 
frequente de 
urinar.
Exames de urina 
e de imagem, 
como tomografia 
computadorizada 
e cistoscopia, 
biópsia.
O tratamento 
cirúrgico, 
radioterapia e/ou 
quimioterapia.
Colo do útero Colo do útero e vagina.
Nos casos mais 
avançados, pode 
evoluir para 
sangramento 
vaginal 
intermitente (que 
Exame pélvico 
e história 
clínica; exame 
preventivo; 
Colposcopia e 
biópsia.
Entre os 
tratamentos para 
o câncer do colo 
do útero estão 
a cirurgia, a 
quimioterapia e a
Você sabia que as radiações também podem contribuir para o desenvolvimento 
de neoplasias? Um exemplo é a neoplasia de pele (câncer de pele não melanoma) causada 
pela radiação ultravioleta.
NOTA
32
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
vai e volta) ou 
após a relação 
sexual, secreção 
vaginal anormal 
e dor abdominal 
associada a 
queixas urinárias 
ou intestinais. 
radioterapia.
Corpo do útero Endométrio.
Sangramento 
vaginal mais 
intenso que o 
habitual e entre os 
ciclos menstruais.
História clínica 
da paciente e 
exame físico; 
ultrassonografia 
transvaginal; 
histeroscopia. 
Cirurgia, 
quimioterapia 
radioterapia.
Esôfago Esôfago (tubo digestivo).
Dificuldade ou 
dor ao engolir, 
dor retroesternal 
(atrás do osso do 
meio do peito), dor 
torácica, sensação 
de obstrução à 
passagem do 
alimento, náuseas, 
vômitos e perda do 
apetite.
Endoscopia 
digestiva e 
biópsia.
O tratamento 
pode ser feito 
com cirurgia, 
radioterapia e 
quimioterapia, 
de forma isolada 
ou combinada.
Estômago Estômago.
Perda de peso e 
de apetite, fadiga, 
sensação de 
estômago cheio, 
vômitos, náuseas 
e desconforto 
abdominal. 
Endoscopia 
digestiva alta, 
biópsia e exames 
de imagens.
A realização da 
quimioterapia, 
antes e/ou após 
a cirurgia. Em 
alguns casos, 
também pode 
ser necessário o 
tratamento com 
radioterapia após 
a cirurgia.
Fígado
Ductos biliares 
do fígado 
ou em vasos 
sanguíneos. 
Dor abdominal, 
massa abdominal, 
distensão 
abdominal, 
perda de peso 
inexplicada, 
perda de apetite, 
mal-estar, icterícia 
(tonalidade 
amarelada na 
pele e nos olhos) 
e ascite (acúmulo 
de líquido no 
abdômen).
Tomografia 
computadorizada;
ressonância 
magnética;
laparoscopia.
A remoção 
cirúrgica em 
casos de tumor 
primário.
Intestino Intestino grosso, colón e reto. 
Sangue nas fezes; 
alteração do hábito 
intestinal (diarreia 
e prisão de ventre 
alternados); dor 
Biópsia. 
A cirurgia é 
o tratamento 
inicial, retirando 
a parte do 
intestino afetada
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
33
ou desconforto 
abdominal; 
fraqueza e anemia; 
perda de peso sem 
causa aparente; 
alteração na forma 
das fezes. 
e os gânglios 
linfáticos. 
Quimioterapia e 
radioterapia para 
evitar recidiva 
local da doença.
Laringe Laringe.
Alteração na 
qualidade da 
voz, disfagia leve 
(dificuldade de 
engolir) e sensação 
de "caroço" na 
garganta. Nas 
lesões avançadas 
das cordas 
vocais, além da 
rouquidão, podem 
ocorrer dor na 
garganta, disfagia 
mais acentuada 
e dispneia 
(dificuldade para 
respirar ou falta 
de ar).
Laringoscopia e 
biópsia. 
De acordo com 
a localização 
e a extensão 
do câncer, ele 
pode ser tratado 
com cirurgia e/
ou radioterapia 
e com 
quimioterapia 
associada à 
radioterapia. 
Leucemia
Doença maligna 
dos glóbulos 
brancos, que 
tem como 
característica 
o acúmulo de 
células doentes 
na medula óssea.
A diminuição 
dos glóbulos 
vermelhos 
ocasiona anemia, 
cujos sintomas 
incluem: fadiga, 
falta de ar, 
palpitação, 
dor de cabeça, 
entre outros. 
A redução dos 
glóbulos brancos 
provoca baixa 
da imunidade, 
deixando o 
organismo 
mais sujeito a 
infecções muitas 
vezes graves ou 
recorrentes.
Exame de sangue 
para confirmação 
da suspeita de 
leucemia é o 
hemograma, 
exame da 
medula óssea 
(mielograma).
Quimioterapia 
(combinações de 
quimioterápicos). 
Para alguns 
casos, é indicado 
o transplante de 
medula óssea.
Linfoma de 
Hodgkin
Se origina no 
sistema linfático, 
conjunto 
composto 
por órgãos 
(linfonodos ou 
gânglios).
Formam-se ínguas 
(linfonodos 
inchados) 
indolores nesses 
locais. Na região 
do tórax podemsurgir tosse, 
falta de ar e dor 
torácica. Na pelve 
ou no abdômen,
Biópsia.
O tratamento 
clássico é a 
poliquimioterapia, 
quimioterapia 
com múltiplas 
drogas, com ou 
sem radioterapia 
associada.
34
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
os sintomas são 
desconforto 
e distensão 
abdominal. Outros 
sinais de alerta são 
febres, cansaço, 
suor noturno, 
perda de peso sem 
motivo aparente e 
coceira no corpo.
Linfoma não 
Hodgkin
Células do 
sistema linfático 
e que se espalha 
de maneira não 
ordenada.
Aumento dos 
linfonodos 
(gânglios) do 
pescoço, axilas e/
ou virilha; suor 
noturno excessivo; 
febre; coceira na 
pele; perda de 
peso maior que 
10% sem causa 
aparente.
Biópsia, 
punção lombar, 
tomografia 
computadorizada 
e ressonância 
magnética.
A maioria 
dos linfomas 
é tratada com 
quimioterapia, 
associação de 
imunoterapia e 
quimioterapia, 
ou radioterapia.
Mama
Mama e 
glândulas 
mamárias
Nódulo (caroço), 
pele da mama 
avermelhada, 
retraída ou 
parecida com 
casca de laranja, 
alterações no bico 
do peito (mamilo), 
pequenos nódulos 
nas axilas ou no 
pescoço, saída 
espontânea de 
líquido anormal 
pelos mamilos
Exame clínico das 
mamas, exames 
de imagem 
podem ser 
recomendados, 
como 
mamografia, 
ultrassonografia 
ou ressonância 
magnética. A 
confirmação 
diagnóstica só é 
feita, porém, por 
meio da biópsia.
Tratamento 
local: cirurgia e 
radioterapia.
Tratamento 
sistêmico: 
quimioterapia, 
hormonioterapia 
e terapia 
biológica. 
Ovário Ovário
À medida que o 
tumor cresce, pode 
causar pressão, 
dor ou inchaço no 
abdômen, pelve, 
costas ou pernas; 
náusea, indigestão, 
gases, prisão 
de ventre ou 
diarreia e cansaço 
constante.
O médico 
realizará o 
exame clínico 
ginecológico 
e poderá 
pedir exames 
laboratoriais e de 
imagem.
A doença pode 
ser tratada com 
cirurgia ou 
quimioterapia.
Pâncreas Pâncreas (cabeça, corpo e cauda).
Fraqueza, perda 
de peso, falta 
de apetite, dor 
abdominal, urina 
escura, olhos 
e pele de cor 
amarela, náuseas
Exames de 
imagem, como 
ultrassonografia 
(convencional 
ou endoscópica), 
tomografia 
computadorizada,
A cirurgia, único 
método capaz 
de oferecer 
chance curativa, 
é possível em 
uma minoria dos 
casos, pelo fato
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
35
e dores nas costas. 
Diabetes também é 
um fator de risco.
e ressonância 
magnética 
são métodos 
utilizados 
no processo 
diagnóstico. 
Além deles, 
os exames de 
sangue, incluindo 
a dosagem 
do antígeno 
carboidrato Ca 
19.9, podem 
auxiliar no 
raciocínio 
diagnóstico.
de, na maioria 
das vezes, o 
diagnóstico ser 
feito em fase 
avançada da 
doença. Nos 
casos em que a 
cirurgia não seja 
apropriada, a 
radioterapia e a 
quimioterapia 
são as formas de 
tratamento.
Pele melanoma
Tem origem nos 
melanócitos 
(células 
produtoras 
de melanina, 
substância que 
determina a cor 
da pele). 
A manifestação 
da doença na pele 
normalmente 
se dá após o 
aparecimento 
de uma pinta 
escura de bordas 
irregulares 
acompanhada 
de coceira e 
descamação.
O diagnóstico 
normalmente 
é feito pelo 
dermatologista, 
através de exame 
clínico e biópsia.
A cirurgia é o 
tratamento mais 
indicado. A 
radioterapia e a 
quimioterapia 
também podem 
ser utilizadas 
dependendo 
do estágio do 
câncer. 
Pele não 
melanoma Pele. 
Manchas na pele 
que coçam, ardem, 
descamam ou 
sangram. Feridas 
que não cicatrizam 
em até quatro 
semanas. 
O diagnóstico 
normalmente 
é feito pelo 
dermatologista, 
através de exame 
clínico e biópsia.
A cirurgia é 
o tratamento 
mais indicado 
tanto nos casos 
de carcinoma 
basocelular como 
de carcinoma 
epidermoide. 
Eventualmente, 
pode-se associar 
a radioterapia à 
cirurgia.
Pênis Pênis. 
Uma ferida ou 
úlcera persistente, 
ou também 
uma tumoração 
localizada na 
glande, prepúcio 
ou corpo do pênis. 
A presença de 
um desses sinais, 
associados a uma 
secreção branca 
(esmegma).
Exame clínico e 
biópsia.
O tratamento 
pode ser feito 
com cirurgia, 
radioterapia e 
quimioterapia. 
36
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Próstata Próstata. 
Dificuldade 
de urinar, 
necessidade de 
urinar mais vezes 
durante o dia ou 
à noite). Na fase 
avançada, pode 
provocar dor 
óssea, sintomas 
urinários ou, 
quando mais 
grave, infecção 
generalizada ou 
insuficiência renal.
Dosagem de 
PSA: exame de 
sangue que avalia 
a quantidade 
do antígeno 
prostático 
específico, toque 
retal, biópsia para 
confirmação do 
tumor.
Os tratamentos 
podem ser 
cirurgia, 
radioterapia e/ou 
hormonioterapia.
Pulmão Pulmão. 
Tosse, escarro 
com sangue, 
dor no peito e 
rouquidão, falta 
de ar, perda de 
peso e de apetite, 
pneumonia 
recorrente ou 
bronquite, cansaço 
ou fraco. Nos 
fumantes, o 
ritmo habitual da 
tosse é alterado e 
aparecem crises 
em horários 
incomuns.
Raio-X do tórax, 
TC, broncoscopia, 
PET-CT, 
cintilografia 
óssea e biópsia 
pulmonar guiada 
por tomografia. 
O tratamento 
do câncer 
de pulmão 
depende do 
tipo histológico 
e do estágio da 
doença, podendo 
ser tratado 
com cirurgia, 
quimioterapia ou 
radioterapia, e/
ou modalidades 
combinadas.
Sistema 
nervoso central
O cérebro e a 
medula espinhal 
formam o 
Sistema Nervoso 
Central (SNC).
Dor de cabeça com 
alarmes, epilepsia 
ou outras crises 
convulsivas e 
perda de funções 
neurológicas.
Os exames de 
imagem TC e RM 
com contraste. 
Existem estudos 
especiais mais 
aprofundados, 
realizados com a 
TC e a RM, tais 
como: a AngioTC 
e a AngioRM, a 
espectroscopia, 
permeabilidade, 
difusão, perfusão 
e outros.
Os tratamentos 
podem ser 
cirurgia (durante 
a cirurgia se 
faz a biópsia), 
radioterapia e/ou 
quimioterapia.
Testículo Testículo
Mais comuns é o 
aparecimento de 
um nódulo duro, 
geralmente indolor, 
aproximadamente 
do tamanho de 
uma ervilha, 
alteração do 
tamanho do 
testículo.
O diagnóstico se 
faz pelo exame de 
ultrassonografia 
da bolsa escrotal 
e pela dosagem 
de marcadores 
tumorais no 
sangue.
O tratamento 
inicial é sempre 
cirúrgico. O 
tratamento 
posterior poderá 
ser radioterápico, 
quimioterápico 
ou de controle 
clínico.
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
37
Tiroide Glândula da Tiroide. 
Rouquidão, 
sintomas 
compressivos 
e até mesmo 
sensação de falta 
de ar e dificuldade 
em engolir 
alimentos podem 
ser sintomas 
sugestivos de 
malignidade 
diante de uma 
massa localizada 
na tireoide.
História clínica 
e o exame físico, 
ultrassonografia 
do pescoço, 
punção 
aspirativa.
O tratamento 
do câncer 
da tireoide é 
cirúrgico. A 
complementação 
terapêutica com 
o iodo radioativo 
deve ser sempre 
utilizada em 
pacientes com 
carcinomas bem 
diferenciados.
FONTE: A autora
Acadêmico, uma grande sugestão para você é acessar o site do INCA e da 
Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de ter todas as informações sobre câncer e 
estatísticas, há muitos materiais sobre o tema. Vale muito a pena conferir!!
DICAS
Os tumores infantojuvenil também fazem parte da lista de tipos de 
câncer, porém, diferentemente dos adultos, os tumores em crianças afetam as 
células sanguíneas e os tecidos de sustentação. Os tumores mais frequentes são 
as leucemias e tumores do sistema nervoso central. No quadro a seguir, podemos 
observar os tipos de câncer infantojuvenil correlacionados com seus sintomas, 
sinais e tratamento.
QUADRO 5 – TIPOS DE CÂNCER INFATOJUVENIL E SEUS DADOS
Tipos de câncer 
infatojuvenil Acometimento Sintomas e sinais Diagnóstico Tratamento
Hepatoblastoma Fígado.
Os sintomas 
incluem aumento 
de volume 
abdominal, 
perda de peso e 
perda de apetite, 
dor abdominal, 
vômitos, icterícia, 
febre, prurido, 
anemia e dor 
torácica.
A avaliação dos 
biomarcadores 
tumorais 
séricos, exames 
de imagem 
para estudo 
da extensão 
da doença e 
histopatologia. 
Ultrassonografia 
abdominal com 
Doppler. 
Envolve uma 
abordagem 
multimodal, 
incluindo 
quimioterapia 
pré-operatóriacom o objetivo de 
redução do tumor 
primário, seguido 
da ressecção 
cirúrgica do 
tumor residual.
38
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Neuroblastoma
Glândulas 
adrenais, 
localizadas na 
parte superior 
do rim e região 
paravertebral. 
Pode causar 
fraquezas em 
membros. 
Algumas vezes, 
a doença pode 
estar disseminada 
ao diagnóstico, 
levando a um 
quadro de 
emagrecimento, 
irritabilidade, 
palidez, febre e 
dor óssea.
TC/RM; biópsia. 
Às vezes, 
aspirado da 
medula óssea ou 
biópsia de núcleo 
da medula óssea 
mais medição de 
intermediárias 
de catecolaminas 
urinárias.
O tratamento é 
individualizado, 
de acordo com 
as características 
clínicas e 
biológicas 
da doença e 
pode incluir 
quimioterapia, 
cirurgia, 
radioterapia e até 
o transplante de 
medula óssea.
Osteossarcoma Óssea.
Dor óssea e 
fratura óssea. 
Devido a sua 
maior prevalência 
ser nas pernas, 
a alteração na 
marcha é uma 
das principais 
queixas.
Exames de 
diagnóstico e 
laboratório, 
biópsia.
O tratamento 
sistêmico com 
quimioterapia, 
associado com 
o tratamento 
local, que inclui 
a cirurgia. 
Tratamento local 
(amputação 
versus 
preservação 
de membro) 
vai depender 
da localização 
do tumor e da 
resposta ao 
tratamento.
Rabdomiossarcoma
Em células que 
desenvolvem 
os músculos 
estriados da 
musculatura 
esquelética.
Proptose ocular 
(tumor orbitário), 
obstrução 
nasal, podendo 
ocorrer secreção 
com sangue 
(localização 
nasofaringe/
rinofaringe), 
obstrução 
do conduto 
auditivo médio 
com eliminação 
de pólipos ou 
secreção com 
sangue (tumor do 
ouvido médio), 
retenção de urina 
e/ou hematúria 
(tumor de bexiga 
ou próstata), 
aumento do 
volume da bolsa
Exames de 
diagnóstico e 
laboratório, 
biópsia.
O tratamento 
envolve uma 
abordagem 
multimodal com 
quimioterapia, 
cirurgia e ou 
radioterapia, 
dependendo da 
localização de 
origem do tumor.
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
39
 escrotal/
testicular 
ou secreção 
vaginal com 
sangramento.
Retinoblastoma Células da retina.
A principal 
manifestação 
é um reflexo 
brilhante no olho 
doente, parecido 
com o brilho 
que apresentam 
os olhos de um 
gato quando 
iluminados à 
noite. As crianças 
podem ainda 
ficar estrábicas 
(vesgas), ter dor e 
inchaço nos olhos 
ou perder a visão.
Por meio de 
exame do fundo 
de olho, com 
a pupila bem 
dilatada. Em 
geral, não se 
devem realizar 
biópsias.
Nos casos mais 
avançados, o olho 
pode precisar 
ser retirado e 
a criança pode 
precisar de 
quimioterapia e/
ou radioterapia.
Sarcoma de Ewing
Em tecidos de 
partes moles 
(músculos, 
cartilagens).
Os sinais e 
sintomas iniciais 
incluem massa 
ou inchaço na 
área do tumor, 
dor óssea – que 
pode piorar à 
noite, febre sem 
causa conhecida, 
perda de peso e 
cansaço.
O exame 
físico; exames 
laboratoriais; 
radiografia e 
biópsias.
Consiste em 
regime de 
tratamento 
multimodal, 
que inclui 
poliquimioterapia 
intensiva 
associada ao 
tratamento 
local. Esse pode 
ser ressecção 
cirúrgica do 
tumor associada 
ou não à 
radioterapia.
Tumor de Wilms Rins.
Massa palpável 
no abdome 
ou apresentar 
outros sintomas 
associados, como 
infecção urinária, 
sangue na urina 
(hematúria), 
pressão alta 
(hipertensão 
arterial) e/ou dor 
abdominal.
Exames de 
imagem (como 
ultrassonografia 
de abdome, 
radiografia de 
tórax, TC/RM, 
com ou sem 
biópsia da massa 
inicialmente.
O tratamento 
deste tipo de 
tumor é baseado 
em cirurgia, 
quimioterapia e/
ou radioterapia 
em alguns casos.
40
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Tumores 
de células 
germinativas
Gônadas 
(ovários ou 
testículos). 
Dor abdominal 
que pode ser 
crônica ou aguda, 
mimetizando 
um quadro de 
abdome agudo; 
distensão 
abdominal; 
massa palpável 
e puberdade 
precoce.
Marcadores 
tumorais (AFP 
e BHCG) e 
em exames 
de imagem. 
Ultrassonografia. 
TC/RM.
A cirurgia é a base 
do tratamento e 
pode ser a única 
forma de tratar 
tumores benignos 
ou malignos em 
fases iniciais.
Tumores do 
Sistema Nervoso 
Central
Cérebro.
Sintomas 
persistentes de 
dor de cabeça, 
vômitos, visão 
alterada, 
dificuldade para 
andar, crises 
convulsivas, 
perda dos 
marcos de 
desenvolvimento, 
dentre outras 
anormalidades.
Exames de 
imagem, como 
a tomografia 
computadorizada 
de crânio com 
contraste e/
ou ressonância 
magnética de 
crânio.
Uma combinação 
de cirurgia, 
quimioterapia e 
radioterapia, e 
deve ser realizado 
em centros 
especializados 
no tratamento de 
câncer pediátrico.
FONTE: A autora
3 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS
Após a descoberta da doença, o paciente passa por diversos exames para 
confirmar o diagnóstico. Logo em seguida, o médico oncologista vai discutir e 
definir com os pacientes e seus familiares as opções de tratamento. O médico 
levará em conta o estado de saúde geral do paciente, estadiamento da lesão e sua 
localização. Um grande passo para escolha do tratamento é o estadiamento. O 
estadiamento é uma avaliação para determinar a extensão tumoral, comportamento 
tumoral e, através desse processo, pode ser avaliado o prognóstico.
O estadiamento é realizado através de exames de imagens, sendo eles 
raios-X; TC/RM; PET-CT; cintilografia ósseas; ultrassom, entre outros, são eles 
exames de laboratórios e exames complementares. Entretanto, para a confirmação 
Acadêmico, agora que você entendeu os tipos de câncer, os seus sintomas e 
sinais, no próximo tópico, você conhecerá os tratamentos, tais como cirurgia, quimioterapia, 
imunoterapia, hormonioterapia, transplante de medula óssea e, principalmente, a radioterapia.
ATENCAO
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
41
da doença, é necessária uma biopsia. A biopsia é realizada por um médico, que 
retira alguns fragmentos do tecido, os quais serão estudados por laboratórios. 
Os tipos de biópsia variam de acordo com o tipo e local da doença, podendo elas 
serem feitas e acompanhadas de imagens como tomografia ou durante a cirurgia.
Um exemplo de biópsia durante a cirurgia é a biópsia do linfonodo 
sentinela, sendo um grande passo para a cirurgia da mama no século 20. 
O processo consiste em, durante a cirurgia de mama, injetar um corante, 
denominado patente ou marcador radiativo. Essas substâncias se comportam 
como um traçador que são absorvidas pelos ductos linfáticos, sendo possível a 
identificação dos linfonodos. Os linfonodos são retirados para análise patológica, 
enquanto isso, a cirurgia aguarda o seu resultado para saber se tem doença ou não 
nos linfonodos axilares. Essa biopsia é importante para o cirurgião, pois poupa o 
paciente de uma ressecção total no caso de os gânglios estarem livres, evitando 
assim maiores riscos de infecção e efeitos indesejáveis aos pacientes. Na figura a 
seguir, é possível compreender sobre a biópsia de linfonodos sentinela.
FIGURA 20 – ILUSTRAÇÃO DA BIÓPSIA DE LINFONODOS SENTINELA
FONTE: <http://www.oncoguia.org.br/conteudo/Acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021.
O paciente passará por uma equipe multidisciplinar de oncologistas, 
cirurgiões oncológicos e radioncologistas que vão avaliar a melhor abordagem de 
tratamento. O paciente será orientado sobre o tratamento e seus efeitos colaterais. 
A escolha da terapêutica vai depender das condições clínicas do paciente e a 
histologia e estágio da doença. A abordagem terapêutica pode ser classificada 
conforme a tabela a seguir. 
42
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
TABELA 1 – CLASSIFICAÇÕES PARA FINALIDADES DE TRATAMENTO
Finalidade terapêutica Definição Exemplos 
Neoadjuvante
Terapia realizada antes do 
tratamento principal com 
objetivo de redução do tumor. 
Realizar radioterapia e /ou 
quimioterapia para redução do 
tumor para a retirada na cirurgia, 
facilitando a ressecção.
Adjuvante
Terapia realizada após o 
tratamento principal com 
propósito de destruir as células 
cancerígenas remanescentes.
Realização da radioterapia após 
a cirurgia para evitar recidiva da 
doença.
ExclusivaTratamento de maneira exclusiva, 
sem necessidade de outras 
modalidades. 
Apenas cirurgia ou radioterapia.
Concomitante Combinação de dois ou mais tratamentos ao mesmo tempo.
Quimioterapia e radioterapia para 
promover uma desaceleração das 
células cancerígenas.
Paliativa
Fornece uma qualidade de vida 
ao paciente, principalmente, para 
controle de dor. 
Radioterapia que pode ser 
utilizado para promover o 
controle da dor. 
FONTE: A autora 
3.1 CIRURGIA ONCOLÓGICA
A cirurgia é um dos tratamentos mais antigos proporcionados aos 
pacientes oncológicos. Os procedimentos tiveram início em 1.600 a.C, porém 
só na metade do século XIX tiveram sucesso, devido à anestesia e assepsia, 
que passaram a ser a única possibilidade de tratamento para aquela época. O 
grande marco da história da cirurgia foi em 1880, quando William Stuart Halsted 
desenvolveu uma abordagem cirúrgica denominada de Mastectomia de Halsted. 
A técnica cirúrgica era baseada na remoção da mama, de todos os músculos 
peitorais, linfonodos axilares e gânglios linfáticos (ZURRIDA; VERONESI, 2014).
 Os procedimentos antigos traziam muitos transtornos aos pacientes, 
sendo eles psicológicos e/ou funcionais. Um exemplo era o paciente com 
neoplasias de mama com a cirurgia radical. A cirurgia obteve um grande avanço 
e promoveu aos pacientes uma qualidade de vida melhor, após a remoção do 
tumor. Isso foi possível devido às modalidades de tratamento complementares 
como a radioterapia e a quimioterapia (ZURRIDA; VERONESI, 2014).
Dependendo do tamanho da lesão e sua localização, os médicos podem 
solicitar a radioterapia e/ou quimioterapia antes da cirurgia ou depois. O procedimento 
cirúrgico ocorre em um âmbito hospitalar, com profissionais preparados para 
intervenção. O paciente é orientado e preparado para a cirurgia sobre anestesia. 
Durante o procedimento, o médico retira o tumor com extrema cautela para que suas 
células não espalhem para os órgãos que estão próximos ao tumor.
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
43
A grande finalidade da cirurgia oncológica é a retirada total e/ou parcial 
do tumor e avaliar a extensão da lesão. Muitas vezes, é através da cirurgia que 
é coletado um material de amostra para a biópsia, amostra importante para 
avaliação do estadiamento da doença. 
3.2 QUIMIOTERAPIA 
O tratamento com quimioterapia teve início no século XX, porém não 
era destinado aos pacientes oncológicos. Após a Segunda Guerra Mundial, dois 
farmacêuticos investigaram a exposição de pessoas ao gás de mostarda. O gás de 
mostarda era uma arma química, utilizada no exército alemão, contra os inimigos. 
Esse gás causava lesões na pele, irritações nos olhos e até mesmo a morte. Os 
farmacêuticos analisaram que as pessoas também apresentavam uma redução 
nas células de defesa, os leucócitos (células brancas).
 Os cientistas, então, testaram a mostarda nitrogenada em ratos e o 
resultado foi a redução dos tumores. Já, nos pacientes, ao invés de inalar, 
receberam a droga por via intravenosa (corrente sanguínea). Após essa descoberta, 
os cientistas desenvolveram diversas drogas com as mesmas ações e mecanismos. 
Esses estudos trouxeram avanços nas respostas ao tratamento e na qualidade de 
vida do paciente.
Conforme o INCA (2018), para o tratamento de quimioterapia, são 
utilizados medicamentos anticancerígenos para destruir as células doentes. Por 
ser um tratamento sistêmico, não é possível apenas a destruição das células 
tumorais, mas também as células normais, ou seja, sem a doença, que são afetadas 
pelos quimioterápicos. Na figura a seguir, podemos ver a representação das vias 
de administração dos quimioterápicos.
FIGURA 21 – ILUSTRAÇÃO DAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS QUIMIOTERÁPICOS
FONTE: A autora
44
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
3.3 OUTROS TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS 
Outros tratamentos também podem ser utilizados para combater as 
neoplasias. Eles também podem ser combinados com outras modalidades. A seguir, 
podemos descrever esses tratamentos conforme as recomendações do INCA.
• Transplante de medula óssea: a medula óssea é responsável pela produção 
de hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. 
Este tratamento é indicado para doenças graves no sistema sanguíneo, sendo 
essas, a leucemia e/ou linfomas. O tratamento consiste na substituição da 
medula óssea doente por células normais que reconstituirão uma medula 
saudável. O transplante ocorre através de células da medula óssea saudáveis 
de um doador compatível. São necessários muitos exames e testes para não 
haver rejeição pelo receptor (paciente). Antes do paciente receber o transplante 
de medula óssea, é realizado um tratamento que ataca as células doentes e 
destrói a própria medula. Dessa forma recebe a medula sadia como se fosse 
uma transfusão de sangue e, da corrente sanguínea, instalam-se na medula 
óssea e se desenvolvem.
• Imunoterapia: recentemente vem sendo um tratamento promissor contra 
o câncer. O tratamento biológico promove um fortalecimento do sistema 
imunológico para que o organismo possa se defender da doença. São 
medicamentos que têm propriedades para restaurar o organismo e reconhecer 
e destruir as células tumorais.
• Hormonioterapia: é uma modalidade de tratamento que impede as ações 
dos hormônios em células sensíveis como as células da mama, próstata e 
endométrio. Essas células necessitam dos hormônios para seu crescimento 
e funcionamento. O tratamento visa a impedir o crescimento pela retirada 
desses hormônios nessas células ou pela introdução de novas substâncias 
com efeito contrário ao hormônio.
3.4 RADIOTERAPIA 
 
A radioterapia é uma modalidade de tratamento que utiliza as radiações 
ionizantes, que podem ser corpusculares e eletromagnéticas (TAUHATA, 2014). 
O intuito dessa terapia é a destruição e desaceleração das células tumorais.
A radioterapia é uma das principais formas de tratamento realizada 
no mundo, sendo essencial para o tratamento de pacientes oncológicos. Nessa 
modalidade, os tecidos tumorais são expostos a elevadas doses de radiação com 
intuito de causar um dano nas células tumorais. 
O sucesso da radioterapia depende da irradiação do volume tumoral, 
sendo um tratamento locoregional (apenas no tumor). O grande objetivo do 
tratamento é entregar a dose de prescrição no volume tumoral para promover o 
controle da doença e preservar ao máximo os tecidos sadios próximos ao tumor.
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
45
A indicação desse tratamento pode ser para tumores benignos ou malignos. 
As finalidades de tratamento podem ser de maneira exclusiva, neoadjuvante, 
adjuvante e paliativa. O tratamento é feito de duas maneiras, sendo elas: por 
teleterapia (radioterapia externa) feita por aparelhos de radioterapia como 
aceleradores lineares ou braquiterapia, quando uma fonte de radiação é inserida 
dentro do volume tumoral.
Essa especialidade requer um envolvimento de diversos profissionais da 
área. Além dos conhecimentos da própria doença, envolve também conhecimentos 
como física das radiações, radiobiologia, proteção radiológica, anatomia, entre 
outros que serão descritos nas próximas unidades deste material.
46
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As células animais, suas estruturas e funcionalidades são muito importantes 
para o nosso organismo.
• A grande característica das células tumorais é a alta capacidade de proliferação 
e que o câncer é uma proliferação de mais 100 doenças ao tecido humano.
• As estatísticas do câncer são alarmantes e preocupantes, sendo ele responsável 
por 9,6 milhões de mortes no ano de 2018.
• Os fatores de riscos para o desenvolvimento do câncer são diversos, não 
possuindo uma causa única. Porém, um alerta para a população é que 90% dos 
cânceres estão relacionados a causas externas como hábitos e estilos de vida.
• Foi possível analisar os principais cânceres e suas zonas de acometimento. 
Compreendemos seus sinais e sintomas que podem variar em cada caso e em 
cada pessoa.
• A abordagemde tratamento depende do estadiamento do tumor, localização, 
condições clínicas e decisões dos pacientes e familiares.
• Os tratamentos podem ser de maneira exclusiva, neoadjuvantes, adjuvantes 
ou paliativos. Os médicos sempre analisarão os tratamentos que ofereçam a 
melhor qualidade de vida ao paciente.
• A cirurgia é uma modalidade terapêutica que consiste na retirada total e/ou 
parcial do tumor e avaliação da extensão da lesão. Pode também ser utilizada 
para retirada de células para o estadiamento da doença.
• Os quimioterápicos são utilizados para destruir as células malignas, porém, 
eles acabam destruindo as células sadias também. Desta forma, causam muitos 
efeitos colaterais nos pacientes.
• A radioterapia é uma modalidade de tratamento que utiliza radiações 
ionizantes para destruir e/ou desacelerar as células cancerígenas.
47
1 Podemos afirmar que o desenvolvimento do câncer é através de células 
cancerígenas que tiveram uma mutação no DNA. Essas informações 
genéticas com erro podem causar um crescimento desordenado e disfunção 
celular. A partir dessa informação é CORRETO afirmar que:
I- As grandes características das células cancerígenas são sua rápida e alta 
capacidade de divisão celular.
II- O resultado dessa aceleração gera um acúmulo de células tumorais.
III- O aumento das células tumorais pode afetar os tecidos próximos ao 
tumor e as mesmas células podem avançar pelo corpo inteiro, processo 
denominado metástase.
IV- Os genes são responsáveis por repassar as informações genéticas e, com 
essa alteração, o DNA passa a receber instruções erradas da sua atividade.
V- O desenvolvimento de neoplasias malignas se inicia quando as células 
sofrem alterações no DNA ou mutações genéticas.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todos as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, III e V estão corretas.
2 Antes de definir a abordagem terapêutica, o paciente passará por diversos 
exames para confirmar o diagnóstico. Logo em seguida, o médico 
oncologista discutirá e definirá com os pacientes e seus familiares as opções 
de tratamento. É CORRETO afirmar que sobre as condutas de tratamento:
I- Além do estado de saúde geral do paciente, estadiamento da lesão e 
sua localização, também é levado em consideração a própria escolha do 
paciente e de seus familiares.
II- O estadiamento é realizado através de exames de imagens sendo eles 
(raios-X; TC/RM; PET-CT; cintilografia ósseas; ultrassom, entre outros) 
exames de laboratórios e exames complementares. 
III- Após o estadiamento, o médico pode fazer a cirurgia para retirada do 
tumor.
IV- A confirmação da doença é realizada através da biópsia. A biópsia pode 
ser realizada durante a cirurgia ou por tomografia computadorizada.
V- O prognóstico do paciente será realizado através do estadiamento e as 
possibilidades de realizar o tratamento.
AUTOATIVIDADE
48
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todos as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II, IV e V estão corretas.
3 Sabemos que após a realização de exames e biópsias para confirmação da 
doença, a abordagem é de extrema importância para a qualidade de vida 
do paciente, sendo assim, podemos afirmar que:
I- As finalidades de tratamento podem ser de maneira exclusiva, 
neoadjuvante, adjuvante, concomitante e/ou paliativa.
II- A grande finalidade da cirurgia não é a retirada do tumor.
III- A quimioterapia é realizada apenas por uma via de administração, sendo 
ela intravenosa.
IV- As vias de administração da quimioterapia são via oral, intravenosa, 
intramuscular, subcutânea, intracraneal e tópica.
V- A radioterapia utiliza radiações ionizantes para destruir e/ou desacelerar 
as células cancerígenas.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todos as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II, IV e V estão corretas.
49
TÓPICO 4 — 
UNIDADE 1
RADIOBIOLOGIA
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico temos o objetivo de aprender o conceito 
de radiobiologia. Nele conheceremos o processo biológico e químico da interação 
da radiação com as células. Compreenderemos e classificaremos os efeitos da 
radiação sobre os tecidos e órgãos dos seres humanos. Aprenderemos os 5 “Rs” 
da radiobiologia e o mecanismo de equivalência biológica da dose.
Primeiramente, é importante fazer uma breve introdução da radiobiologia. 
Podemos dizer que se trata de uma ciência que estuda os efeitos biológicos das 
radiações nas células, tecidos e/ou órgãos dos seres humanos. Nos dias atuais, 
tornou-se uma ciência importantíssima para os fundamentos de fracionamento e 
distribuição de dose na radioterapia. Ao interagir com as células, a radiação pode 
desencadear uma série de processos físicos, químicos e biológicos.
Com a descoberta dos raios-X em 1895, deu-se início a sua utilização 
na medicina com diagnósticos. Pouco se sabia sobre a radiação e não havia 
preocupação alguma com a exposição à radiação e com sua utilização desenfreada 
e, sem limitação ou otimização, começaram a aparecer os primeiros efeitos 
negativos de seu uso (SALVAJOLI, 1999).
Em 1906 iniciaram as primeiras padronizações relacionadas ao tempo de 
exposição. Nesse período, a utilização da radiação era julgada com relação ao 
quanto o paciente era capaz de suportar. Após isso, os limites de doses eram 
estabelecidos de acordo com a tolerância da pele, denominada dose eritema. 
Porém, essa tolerância era indesejável para os tecidos ou órgãos. Nos anos 30, 
houve um grande avanço para física médica através de uma nova unidade de 
medida que permitiu quantificar a dose de radiação, sendo possível estabelecer 
uma relação entre a quantidade de dose e o efeito. Assim, nascia o regime de dose 
fracionada pela radioterapia (HALL, 2012; SALVAJOLI, 1999). 
Antes de iniciar nossos estudos deste tópico com a ciência que estuda 
a radiação e seu comportamento com as células, relembremos um pouco das 
células e de seus funcionamentos. Nosso corpo é composto por 75 trilhões de 
células que dão vida para nosso corpo. Os órgãos e tecidos são formados por uma 
aglomeração de muitas células. Elas são compostas por um núcleo e citoplasma 
e são envolvidas por uma membrana plasmática. No citoplasma é possível 
encontrar diversas organelas que são fundamentais para o desenvolvimento da 
célula, sendo elas: mitocôndrias, ribossomos e lisossomos. Elas desempenham 
funções de respiração, digestão e síntese proteica (PERES, 2018).
50
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
O núcleo das células é composto por moléculas do DNA, que se apresentam 
organizadas como um cromossomo, que contem unidades hereditárias chamadas 
genes, que controlam muitos aspectos da estrutura e função das células (TORTORA; 
DERRICKSON, 2010). De tal maneira que o DNA é formado por duas cadeias 
polinucleotídicas enroladas uma ao redor da outra, na forma de uma dupla-hélice. 
O esqueleto de cada fita da hélice é composto por resíduos alternados de açúcar 
e fosfato. A ligação destes dois componentes forma o nucleotídeo, conhecido 
também como 2-desoxirribose. As bases nitrogenadas encontradas nesta estrutura 
são: timina, citosina, guanina e adenina (WATSON; BAKER; BELL, 2015). A figura 
a seguir é uma representação do DNA.
FIGURA 22 – ILUSTRAÇÃO DO DNA E SUAS CADEIAS
FONTE: <https://www.infoescola.com/biologia/dna/acesso 2021>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Considerando que as moléculas biológicas são formadas por átomos, 
principalmente, de hidrogênio, carbono e oxigênio, a irradiação destas moléculas 
pode acarretar danos biológicos. 
2 MECANISMOS DE AÇÃO DA RADIAÇÃO IONIZANTE
 
As radiações ionizantes podem interagir com as células e componentes 
celulares comoo DNA, as proteínas e os lipídios, e podem provocar alterações 
nas estruturas moleculares. Existem dois processos de interação com as células 
do corpo humano. No quadro a seguir, podemos observar a apresentação deles. 
TÓPICO 4 — RADIOBIOLOGIA
51
QUADRO 6 – DIFERENÇA DOS EFEITOS PROVOCADOS PELA RADIAÇÃO
Efeito Conceito Demonstração
Efeito Direto
Quando a radiação é 
absorvida pelas células e/ou 
tecidos podem promover a 
quebra no DNA, enzimas, 
proteínas, entre outros. O 
efeito direto da radiação 
corresponde a 30% dos casos, 
ao interagir com célula, 
causam a ruptura da dupla 
hélice do DNA, provocando a 
apoptose celular, fazendo com 
que as células cancerígenas 
desacelerem o seu ritmo de 
crescimento.
Efeito indireto
A energia de radiação 
é transferida para uma 
molécula intermediária, cuja 
quebra dessa molécula forma 
um radical livre que é capaz 
de causar lesão DNA. O 
efeito indireto corresponde 
a 70% através da ação de 
produtos da radiólise da 
água na molécula de DNA.
Fonte: A autora 
As moléculas de água são as mais abundantes de nosso organismo e 
correspondem a cerca de 80% das células. Portanto, são as reações mais frequentes. 
Dessa forma, a radiólise ocorre com a incidência da radiação ionizante em uma 
molécula de água, levando à quebra da sua estrutura e formando radicais livres, 
que são moléculas sem cargas que apresentam alta reatividade por terem um 
elétron desemparelhado em sua camada de valência (OKUNO, 2010).
Podemos analisar a sequência dos acontecimentos da interação da 
radiação dos efeitos indiretos da radiação com as células. Na figura a seguir é 
possível analisar uma cadeia de eventos e como são os efeitos biológicos dessa 
interação. A maioria dos danos causados nas células do DNA pode ser através 
das quebras simples ou duplas. As quebras duplas são danos irreparáveis, danos 
que levam à morte celular. Já o dano de quebra simples, a célula pode se reparar.
52
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 23 – ILUSTRAÇÃO DA CADEIA DE EVENTOS PROMOVIDOS PELA RADIAÇÃO
FONTE: A autora
2.1 CICLOS CELULARES
Agora, caro acadêmico, compreenderemos melhor o ciclo celular e 
entenderemos como é o fracionamento de dose na radioterapia. O ciclo celular 
corresponde ao processo que ocorre na célula, desde sua origem até a sua divisão 
entre células-filhas.
O ciclo celular é composto por duas fases, sendo elas: interfase e mitose. 
A mitose pode observar a célula em divisão celular, sendo a fase mais curta do 
ciclo. Por sua vez, a interfase corresponde a uma parte maior do ciclo, sendo um 
momento de crescimento celular e com alta atividade. A interfase é dividida em 
três processos e a mitose em cinco etapas. Elas serão descritas no quadro a seguir. 
QUADRO 7 – DESCRIÇÕES DAS FASES DO CICLO CELULAR
Interfase Conceito
G1
(crescimento celular)
Observa-se a síntese de RNA, proteínas e organelas 
celulares, sendo considerada uma etapa de ampla 
atividade. A célula recupera seu volume nesse 
momento, sendo observado um grande crescimento 
do tamanho celular.
Síntese
(Crescimento e 
duplicação do DNA)
Ocorre a separação do material genético, sendo a fase 
mais longa da fase interfase.
TÓPICO 4 — RADIOBIOLOGIA
53
G2
(Crescimento e 
preparação final para 
divisão)
Nota-se o acúmulo de energia imprescindível para 
a realização da divisão celular. Além disso, ocorre 
a verificação da duplicação dos cromossomos e de 
possíveis danos no DNA reparados.
Mitose Conceito
Prófase
A presença dos cromossomos duplicados 
como duas cromátides-irmãs unidas pelo 
centrômero.
Prometáfase
A fragmentação da membrana nuclear e 
uma maior condensação dos cromossomos. 
Os microtúbulos ligam-se em regiões 
especiais do cromossomo denominadas 
cinetocoro.
Metáfase
Os cromossomos estão dispostos no 
plano equatorial da célula. Eles migram 
para essa região graças à ação dos 
microtúbulos.
Anáfase
As cromátides-irmãs separam-se e 
migram para cada polo da célula devido 
ao encurtamento dos microtúbulos.
Telófase
Os envoltórios nucleares são 
reconstruídos, dando origem a dois 
núcleos. O nucléolo também reaparece e 
os cromossomos descondensam-se. Os 
microtúbulos do fuso desaparecem.
FONTE: A autora
Você deve estar se perguntando o porquê precisamos saber dos ciclos 
celulares. A resposta é: pois em cada etapa que a célula passa no ciclo existem variações 
de sensibilidade à radiação, isso acontece tanto com as células normais quanto com as 
células tumorais.
IMPORTANT
E
54
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
2.2 INTERAÇÕES DAS RADIAÇÕES COM AS CÉLULAS E 
TECIDOS
Conforme estudamos, o ciclo celular tem suas fases e, em cada fase do 
ciclo, a interação com a radiação pode sofrer variação. Um exemplo disso é o que 
ocorre nas fases G2 e mitose, que são as propensas à sensibilidade da radiação e, 
portanto, a fixação do dano celular é maior, resultando em uma dificuldade no 
acesso de enzimas de reparo celular e, por consequência, a radiossensibilidade 
celular (HALL; GIACCIA, 2012; MARTAI, 2013).
Entretanto, a fase síntese é mais propensa a radioresistência devido a sua 
função de duplicação do DNA a um elevado número de enzimas e as células 
conseguem facilmente o reparo. Os “checkpoints” celulares têm uma grande 
responsabilidade para o ciclo celular e são os momentos em que as células podem 
ser reparadas antes da duplicação do DNA e da fase mitose (HALL; GIACCIA, 
2012; MARTAI, 2013).
O que podemos retirar com todas essas informações é que a radiação induz 
a morte clonogênica. Mas o que seria isso? Nada mais é que a morte programada 
da célula. Isso ocorre quando a célula é irradiada e se divide em uma ou duas 
vezes, levando suas aberrações letais para as células-filhas e elas ficam incapazes 
de realizar o processo de mitose.
Na radioterapia é esperado que as células entrem em morte clonogênica. 
Isso impede a repopulação celular do tumor e promove um controle tumoral e, 
consequentemente, restabelece a qualidade de vida do paciente.
As respostas aos tecidos podem ser tardias à radiação ou precoce. A 
resposta rápida à radiação acontece nas primeiras semanas logo após a irradiação 
realizada na radioterapia e possui alto índice de proliferação celular, alta 
suscetibilidade à morte clonogênica e/ou a apoptose (HALL; GIACCIA, 2012; 
MARTAI, 2013). Entretanto, a resposta tardia acontece anos após o término do 
tratamento. Os tecidos apresentarão baixa atividade mitótica e maior capacidade 
de reparo, desde que a tolerância seja respeitada. A tabela a seguir representa os 
tecidos e suas respostas a radiação.
Os “checkpoints” são importantes para o reparo das células saudáveis. Este é 
o grande motivo da radioterapia ser realizada de maneira fracionada.
IMPORTANT
E
TÓPICO 4 — RADIOBIOLOGIA
55
TABELA 2 – RESPOSTAS DOS TECIDOS AO INTERAGIR COM A RADIAÇÃO
Tipo de Resposta Tipo de Tecidos 
Tecidos de resposta 
rápida
Pele, mucosas, tecido hematopoiético, tecido linfóide, 
aparelho digestivo e tumores malignos.
Tecidos de resposta 
tardia
Tecidos nervoso, muscular e ósseo.
FONTE: A autora
No tratamento de radioterapia, é inevitável irradiar apenas o volume 
tumoral, pois durante o processo são irradiadas também as células saudáveis 
que estão nas proximidades do tumor, porém, alguns requisitos precisam ser 
levados em consideração, como respeitar a tolerância estabelecida para cada 
tecido. Essas doses de tolerância dependem exclusivamente do tecido que estão 
envolvidos e que estão próximos ao volume a ser irradiado. Outros fatores a 
serem considerados são os regimes de fracionamento, o volume tumoral e a dose 
empregada no tratamento (HALL; GIACCIA, 2012; MARTAI, 2013).
2.3 FRACIONAMENTOS DA DOSE DE RADIAÇÃO
 O princípio do fracionamento de dose da radioterapia é uma maneira de 
dividir a dose total de radiação em frações menores em vários dias. Desta maneira, 
oferecerá menores toxicidades aos tecidos, promovendo também menos efeitos 
indesejáveis ao paciente e oferecendo a ele uma efetividade maiordo tratamento. 
O fracionamento está relacionado aos 5 “Rs” da radiobiologia, que são:
• Reparação
Está relacionada com o reparo da célula subletal (possibilidade de reparo 
das fitas de dupla hélice do DNA, ou seja, um dano reversível) de maneira mais 
eficaz nos tecidos normais, especialmente com as respostas lentas durante os 
intervalos entre as aplicações. Isso ocorre devido à desorganização das células 
tumorais para a ativação dos checkpoints de reparo. Em contrapartida, as células 
normais ativam seu mecanismo de reparo com muita facilidade.
56
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
• Redistribuição
Está direcionada à sensibilidade das células que variam de acordo com 
o ciclo celular. Como sabemos, as fases mais sensíveis à radiação são G2/M. 
Logo após a irradiação da célula, elas aguardam o mecanismo de reparo e, se 
não for possível o reparo, a célula entra em morte celular. Assim, este dano é 
esperado nas fases mais sensíveis do ciclo celular. Depois de um intervalo de 
tempo, as outras células que se deparavam nas outras fases do ciclo (G1 ou S, 
por exemplo) regressam para as fases G2 ou mitose e têm chance de sofrerem 
um dano irreversível promovido pela radiação devido à nova fração da dose de 
tratamento (HALL; GIACCIA, 2012; MARTAI, 2013).
Conforme Segreto (2016), as células com alta capacidade proliferativa 
(crescimento rápido), como as células tumorais, que têm grande taxa de 
distribuição quando se movem de uma mitose a outra. De maneira que assegura 
a redistribuição precoce das células parcialmente sincronizadas (fases resistentes 
do ciclo como G/Síntese), com o tempo o resultando é o maior número de células 
sobreviventes malignas mais sensíveis ao dano letal, gerando um benéfico 
terapêutico devido às doses fracionadas. A figura a seguir é uma representação 
das bases radiobiológicas para o fracionamento da dose.
FIGURA 24 – ILUSTRAÇÃO 5 “Rs” RADIOBIOLOGIA
FONTE: A autora 
• Repopulação
A repopulação é denominada pela capacidade de crescimento das células 
clonogênicas tumorais que se “livraram “da morte radioinduzada. De maneira 
muito importante, é necessário estabelecer e respeitar o protocolo de fracionamento 
de dose. O intervalo entre uma fração e outra, ou até uma pausa, não só possibilita 
que a célula sadia se recupere do dano causado pela radiação, mas pode também 
acontecer das células malignas ficarem plausíveis a essa recuperação, sendo 
TÓPICO 4 — RADIOBIOLOGIA
57
desfavorável para o controle da doença. Esse fato pode resultar na população das 
células malignas. Ou seja, pode ocorrer uma repopulação das células tumorais e, 
assim, uma redução da inativação das células cancerígenas (HALL; GIACCIA, 
2012; MARTAI, 2013; SEGRETO, 2016).
• Reoxigenação
O fracionamento das doses de radioterapia, em várias aplicações, 
promove o efeito “oxigênio” nas células. A presença ou ausência do oxigênio 
molecular influencia consideradamente a reposta biológica à radiação. As células 
cancerígenas, devido ao seu crescimento acelerado, têm o seu metabolismo 
alterado, consumindo uma maior quantidade de oxigênio comparado à célula 
normal (HALL; GIACCIA, 2012; MARTAI, 2013; SEGRETO,2016).
Desta maneira, o tumor é dividido em três partes, sendo elas: células 
oxigenadas que estão mais próximas aos vasos sanguíneos; células hipóxicas, com 
pouca concentração de oxigênio; e células anóxicas, com ausência de oxigênio. 
Na figura a seguir, podemos observar a demonstração dessas três camadas e a 
distribuição de oxigênio.
FIGURA 25 – ILUSTRAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE OXIGÊNIO NAS CÉLULAS TUMORAIS
FONTE: Oliveira e Alves (2002, p. 2)
Estima-se que os tumores humanos (cerca de 30%) são de células hipóxicas 
(com baixa concentração de oxigênio), sendo necessário uma pequena quantidade 
de oxigênio para que ocorra uma sensibilização nas células, de forma que as 
células mais resistentes possam ser reparadas e, consequentemente, aumentar a 
repopulação das células malignas.
Com o advento do fracionamento de dose, consegue-se induzir a morte 
celular nas células tumorais bem oxigenadas, que são mais sensíveis à radiação 
devido à quantidade de oxigênio favorável. Ao mesmo tempo, conseguimos 
58
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
também que os vasos se recuperem, promovendo uma quantidade maior de 
oxigênio para as células hipóxicas e, durante todo o processo de tratamento, as 
células vão sendo reoxigenadas.
• Radiossensibilidade
Representa uma medida de sensibilidade dos tecidos à radiação e também 
à resposta dos tecidos irradiados e seu nível de dano celular (velocidade de 
regressão tumoral). Está relacionado às características moleculares das células 
que envolvem os genes e proteínas; sua capacidade de reparo e programação 
genética das células (HALL; GIACCIA, 2012; MARTAI, 2013; SEGRETO, 2016).
As curvas de sobrevivência descrevem a relação da fração de células que 
continuam sua capacidade reprodutiva após sua irradiação. Em radiobiologia, 
a morte celular está relacionada com a perda da capacidade reprodutiva, sendo 
assim, o que esperamos é erradicar as células tumorais e que elas fiquem incapazes 
de se reproduzir, com o objetivo de que o tumor não cresça.
2.4 O EFEITO DA RADIAÇÃO EM NOSSO CORPO
O efeito das radiações ionizantes em nosso organismo depende 
basicamente da dose absorvida, da taxa de exposição (tempo) e da área a ser 
irradiada. Independentemente, a dose absorvida, inclusive a exposição a fontes 
naturais, pode induzir a um câncer ou causar a morte celular.
A grande questão é a probabilidade do dano. Quanto maior a exposição 
à radiação, maiores são as probabilidades de dano celular. Assim como as 
probabilidades radiobiologicas para o controle tumoral (TCP) e as complicações 
dos tecidos normais (NTCP), a escolha da dose que consta na prescrição médica 
passa por uma análise dessas curvas de TCP e NTCP. Ou seja, a radiobiologia é 
fundamental para o sucesso do tratamento para promover o controle tumoral e 
preservar ao máximo os tecidos sadios.
A determinação do planejamento e da prescrição de dose pode ser 
influenciada pela radiossensibilidade dos órgãos de risco, de maneira que, durante 
o planejamento da radioterapia, serão avaliados os órgãos próximos ao tumor. As 
doses recebidas são comparadas através de tolerâncias tabeladas pelo QUANTEC 
(Análise quantitativa Internacional dos efeitos clínicos em tecidos normais). 
É importante lembrar que mesmo com o fracionamento de dose, ainda assim 
as células normais também são afetadas pela radiação, porém, as células malignas são mais 
prejudicadas devido aos fatores de reoxigenação e redistribuição.
IMPORTANT
E
TÓPICO 4 — RADIOBIOLOGIA
59
O conhecimento sobre a radiobiologia é fundamental para todos os 
profissionais que estão envolvidos com o tratamento dos pacientes oncológicos. 
Esse entendimento é importante para compreender os efeitos causados pela 
radiação em nossas células, sendo uma das áreas primordiais para a radioterapia.
Prezado acadêmico, nas próximas unidades, conheceremos todas as 
tolerâncias utilizadas durante o processo de planejamento e como elas são extremamente 
importantes para o tratamento.
NOTA
60
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
• Radiobiologia é uma ciência que estuda os efeitos biológicos das radiações 
nas células, tecidos e/ou órgãos dos seres humanos.
• Em 1906 iniciaram as primeiras padronizações relacionadas com o tempo de 
exposição. Neste período, a utilização da radiação era julgada com relação ao 
quanto o paciente era capaz de suportar.
• Nos anos 30 houve um grande avanço para física médica através de uma 
nova unidade de medida que permitiu quantificar a dose de radiação, sendo 
possível estabelecer uma relação entre a quantidade de dose e o efeito.
• Nosso corpo é composto de 75 trilhões de células que dão vida para nosso 
corpo. Os órgãos e tecidos são formados por uma aglomeração de muitas 
células.
• As células são compostas por núcleo e citoplasma. Os núcleos são compostospelo material genético DNA e o citoplasma têm organelas responsáveis pela 
funcionalidade de nosso corpo.
• As radiações ionizantes podem interagir com as células e componentes 
celulares como o DNA, as proteínas e os lipídios e podem provocar alterações 
nas estruturas moleculares.
• Existem dois processos de interação com as células do corpo humano, sendo 
eles: efeito direto, no qual a radiação interage diretamente com o DNA, 
causando a quebra do DNA e o efeito indireto se dá através da ação de 
produtos da radiólise da água na molécula de DNA.
• O ciclo celular é composto por duas fases, sendo elas: interfase e mitose. Na 
mitose ocorre à divisão celular. Já na interfase, ocorre crescimento celular com 
alta atividade.
• As fases G2 e mitose são as propensas à sensibilidade da radiação e a fase 
síntese é mais propensa à radioresistência.
• No tratamento de radioterapia, é inevitável irradiar apenas o volume tumoral, 
pois, durante o processo, são irradiadas também as células saudáveis que estão 
nas proximidades do tumor, porém, alguns requisitos precisam ser levados em 
consideração, como respeitar a tolerância estabelecida para cada tecido.
61
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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
• O princípio do fracionamento de dose da radioterapia é uma maneira de 
dividir a dose total de radiação em frações menores em vários dias. Desta 
maneira, oferece menores toxicidades aos tecidos, promovendo também 
menos efeitos indesejáveis ao paciente e oferecendo a ele uma efetividade 
maior do tratamento.
• O fracionamento está relacionado aos 5 “Rs” da radiobiologia sendo eles: 
reparo, redistribuição, repopulação, reoxigenação e radiossensibilidade.
62
1 Sabemos que Radiobiologia é uma ciência que estuda os efeitos biológicos 
das radiações nas células, tecidos e/ou órgãos dos seres humanos. Com 
base nisso, podemos afirmar que:
I- Tornou-se uma ciência importantíssima para os fundamentos de 
fracionamento e distribuição de dose na radioterapia.
II- Ao interagir com as células, a radiação pode desencadear uma série de 
processos físicos, químicos e biológicos.
III- O ciclo celular é muito importante para a radiobiologia.
IV- O dano celular depende da dose administrada, do fracionamento, tempo 
de tratamento e área irradiada.
V- O fracionamento é composto de 5 “Rs” da radiobiologia.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II, IV e V estão corretas.
2 Existem dois processos de interação com as células do corpo humano, sendo 
eles efeito indireto e efeito direto. Sobre isso é CORRETO afirmar que:
I- Quando a radiação é absorvida pelas células e/ou tecidos pode promover 
a quebra no DNA, enzimas, proteínas entre outros. O efeito direto da 
radiação corresponde a 30% dos casos e o efeito indireto a 70% dos casos.
II- Que os efeitos indiretos, ao interagirem com células, causam a ruptura da 
dupla hélice do DNA, provocando a apoptose celular.
III- Para os efeitos indiretos, a energia de radiação é transferida para uma 
molécula intermediária, cuja quebra dessa molécula forma um radical 
livre que é capaz de causar lesão DNA.
IV- Com a morte celular causada pelo efeito direto, promove uma desaceleração 
nas células tumorais.
V- As moléculas de água são as mais abundantes de nosso organismo e 
correspondem a cerca de 80% das células, devido a este motivo, o efeito 
predominante é efeito indireto.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
AUTOATIVIDADE
63
3 O princípio do fracionamento de dose da radioterapia é uma maneira de 
dividir a dose total de radiação em frações menores em vários dias. Sobre 
isso é CORRETO afirmar que:
I- O fracionamento está relacionado aos 5 “Rs” da radiobiologia, sendo eles: 
reparo, redistribuição, repopulação, reoxigenação e radiossensbilidade.
II- O intuito do fracionamento é oferecer menores toxicidades aos tecidos, 
promovendo também menos efeitos indesejáveis ao paciente, oferecendo 
a ele uma efetividade maior do tratamento.
III- Mesmo com o fracionamento de dose, ainda assim as células normais 
também são afetadas pela radiação, porém as células malignas são mais 
prejudicadas devido aos fatores de reoxigenação e redistribuição.
IV- O fracionamento das doses de radioterapia em várias aplicações promove 
o efeito oxigênio nas células. A presença ou ausência do oxigênio molecular 
influenciam consideradamente a reposta biológica à radiação.
V- Com o advento do fracionamento de dose, consegue-se induzir a morte 
celular nas células tumorais bem oxigenadas que é mais sensível à radiação 
devido à quantidade de oxigênio favorável.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, IV e V estão corretas.
d) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas
e) ( ) Todas estão corretas.
64
REFERÊNCIAS
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TAUHATA, Salati et al. Radioproteção e dosimetria: fundamentos. 10 ed. Rio de 
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TILLY JUNIOR, João Gilberto. Física radiológica. Rio de Janeiro: Gênio, 2010. p. 263.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 
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formula for a first approximation. International Journal of Radiation Biology, 
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dx.doi.org/10.1111/tbj. Acesso em: 22 mar. 2021. 
67
UNIDADE 2 — 
ETAPAS PARA O TRATAMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer as principais máquinas utilizadas na radioterapia e a sua 
evolução ao longo do tempo;
• desenvolver o domínio dos processos e etapas da radioterapia e 
profissionais envolvidos;
• compreender os acessórios e posicionamentos utilizados para o pré-
planejamento. 
 Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
TÓPICO 2 – PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA 
TÓPICO 3 – SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
68
69
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, neste tópico aprenderemos um pouco sobre os 
equipamentos mais utilizados na radioterapia. Conheceremos os principais 
aparelhos utilizados na radioterapia e seus principais componentes e características.
Analisaremos também como foi a evolução dos aparelhos. Iniciaremos 
pelos equipamentos de ortovoltagem, que foram um dos primeiros aparelhos da 
radioterapia, e seguiremos até os equipamentos mais modernos do mundo.
2 APARELHOS DE ORTOVOLTAGEM
Os equipamentos de ortovoltagem também eram conhecidos como terapia 
superficial, devido à baixa energia e as suas indicações para tratamentos de 
lesões superficiais. Esses equipamentos foram as primeiras máquinas utilizadas 
na radioterapia, entretanto, atualmente, tornaram-se equipamentos obsoletos. 
No entanto, esses equipamentos se tornaram pilares para a modernização dos 
aparelhos da radioterapia.
Durante a era dos equipamentos de ortovoltagem, houve uma diversidade 
grande em seus fabricantes. Na tabela a seguir, podemos avaliar os modelos e 
marcas de equipamentos de ortovoltagem. Os aparelhos de terapia superficial 
eram denominados desta maneira devido a sua energia baixa, sendo que seu 
funcionamento era através de um aparelho de raios-X e operavam em uma tensão 
(150kv a 500kv).
TABELA 1 – PRINCIPAIS FABRICANTES DE ORTOVOLTAGEM
Marca/Modelo Energia Ilustração do aparelho
SIEMENS/Stabilipan 
I 200/ 250kv
TÓPICO 1 — 
EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
70
SIEMENS/Stabilipan 
II
300 KV – Issocêntrico 
(pendular)
SIEMENS/
Dermopan I e II 20kv até 60Kv
PHILIPS/RT250 100kv
FONTE: A autora
2.1 PRINCÍPIO PRÁTICO E FUNCIONAMENTO
Os equipamentos de ortovoltagem possuem os mesmos princípios 
eletrônicos dos aparelhos de raios-X diagnósticos. Seus componentes são: um 
gerador e retificador de alta tensão, tubo de raios-X com ânodo fixo e um cabeçote 
refrigerado a óleo. Era composto também de um controle da corrente de tubo 
(mA), kilovoltagem (Kv) e tempo de tratamento. Na figura a seguir, podemos 
observar os parâmetros utilizados nos equipamentos de ortovoltagem. 
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DOS PARÂMETROS DOS EQUIPAMENTOS DE ORTOVOLTAGEM
FONTE: Elaborada pela autora (2021)
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
71
Os equipamentos de terapia superficial funcionavam exatamente como 
um aparelho de raios X. O tubo raios X é constituído por um tubo de vidro que foi 
desenvolvido para suportar altas temperaturas. O seu funcionamento é baseado 
na emissão de radiação através de uma aceleração dos elétrons que incide sobre 
alvos metálicos. Para a produção de raios X, os elétrons são liberados por filamento 
no qual são acelerados por campos elétricos que são decorrentes da tensão que 
é aplicada até interagir com alvo metálico. Na figura a seguir, podemos ver o 
esquema de produção de raios X (BRASIL, 2000a).
FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO DO ESQUEMA DE PRODUÇÃO DE RAIO-X
FONTE: <https://www.researchgate.net/>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Para aumentar sua eficiência na produção de raios X, os tubos são 
constituídos de vácuo no seu interior, fazendo com que os elétrons que perdem 
energia tenham maiores chances de chegar ao alvo produzindo, assim, raios X. 
Durante todos esses processos de interação dos elétrons freados, 99% da sua 
energia é geradora de calor e 1% são transformados em raios-X. Por conta desse 
calor, é necessário um cabeçote metálico com material de alto ponto de fusão. Os 
equipamentos de ortovoltagem eram refrigerados a óleo (BRASIL, 2000a).
Para a utilização de aparelhos de ortovoltagem na radioterapia, houve 
a necessidade de desenvolver acessórios específicos para serem utilizados na 
terapia superficial. Para determinar o tamanho de campo de radiação, ele é feito 
através de colimadores ajustáveis ou cones aplicadores com diversos tamanhos 
e formas, como são demonstrados na figura a seguir. É comum a utilização de 
cones para uma maior precisão da determinação da distância foco-pele, sendo 
também utilizado para reduzir a penumbra (BRASIL, 2000a). 
A penumbra, em radioterapia, é definida como o aumento de dose nas bordas 
do campo de radiação, sendo de muita importância para o planejamento de radioterapia.
IMPORTANT
E
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
72
2.2 APLICAÇÕES CLÍNICAS 
Os equipamentos de ortovoltagem foram extremamente importantes para 
os tratamentos e tiveram um grande impacto na evolução da radioterapia. Na 
maioria dos tratamentos radioterápicos com feixes de raios X de kilovoltagem, a 
dose era calculada na pele do paciente e com profundidade zero.
Os tratamentos eram realizados normalmente em tumores de pele, 
entretanto, devido as suas limitações de penetração do feixe (energia), não 
forneciam condições favoráveis para os demais tratamentos. Mesmo com 
equipamentos com energia de 500kv, ainda assim, limitavam-se às neoplasias 
de pele e cicatriz feita por quelóide, porém, os tratamentoscom tumores mais 
profundos como pulmão ou próstata, entre outros, não eram favoráveis devido à 
dose máxima a ser depositada na pele (PERES, 2018). 
O operador do equipamento era responsável por posicionar o paciente 
no aparelho e os posicionamentos eram semelhantes aos exames de raios 
X diagnósticos. Após o posicionamento do paciente, o operador inseria os 
parâmetros no aparelho, descritos no subtópico intitulado Princípios práticos 
e fundamentos. O tempo de radiação era calculado para cada paciente e um 
cronometro determinava com exatidão o tempo de tratamento.
O cabeçote do aparelho permitia movimentos longitudinais e verticais 
e tinha liberdade para diferentes angulações do cabeçote. O operador também 
ficava responsável de inserir as máscaras de chumbo, com intuito de proteger 
os tecidos sadios. A figura a seguir é a demonstração de como as máscaras de 
chumbo são inseridas no paciente e as espessuras de chumbos variavam entre 1 
mm a 3mm (PERES, 2018).
FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO DA MÁSCARA DE CHUMBO
FONTE: Brasil (2000b, p. 25)
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
73
3 EQUIPAMENTOS DE COBALTOTERAPIA
Os equipamentos de cobalto surgiram através da descoberta da radioatividade 
artificial. Até 1950, os equipamentos ainda utilizavam os radioisótopos como 
teleisotopoterapia. Eles eram compostos de 4g a 10g de rádio-226 (226Ra), porém, 
tinham energia baixas. Com o advento dos reatores nucleares, começaram a produção 
de radioisótopos como os de Cobalto-60 (Co60) e Césio-137 (Cs-137). Na figura a 
seguir podemos observar um aparelho de cobalto. 
Por que os equipamentos de ortovoltagem ficaram obsoletos? Devido ao 
surgimento dos aceleradores lineares, que fornecem energias maiores e feixes de fótons e 
elétrons, sendo possível o tratamento de lesões profundas e lesões de pele.
NOTA
FIGURA 4 – ILUSTRAÇÃO DE UM EQUIPAMENTO DE COBALTERAPIA
FONTE: A autora 
Você sabia? O equipamento da figura a seguir pertence ao Hospital Santa 
Isabel, localizado na cidade de Blumenau em Santa Catarina. Ele foi instalado em 1978 no 
setor de radioterapia.
NOTA
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
74
As unidades de Césio-137 foram utilizadas por muitos anos na radioterapia, 
porém, elas relatavam diversas desvantagens comparadas ao uso do cobalto. A 
principal desvantagem comparada ao cobalto é o rendimento baixo, distância curta 
e energia inferior. Em 1987 ocorreu o trágico acidente de Goiânia que ocasionou 
uma grande preocupação para população e para o meio ambiente. Após o acidente 
o Cs-137 deixou de ser utilizado na radioterapia.
3.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES DE 
TELECOBALTERAPIA
O princípio de funcionamento das unidades de cobaltoterapia é simples 
se comparado aos aceleradores lineares. Os equipamentos consistem em uma 
fonte selada de ⁶⁰Co de (2cm de altura e 2cm de diâmetro) que fica no interior de 
uma blindagem de urânio exaurido (SCAFF, 1997). Na figura a seguir, é possível 
compreender o funcionamento do cabeçote dos aparelhos de cobalto.
FIGURA 5 – ILUSTRAÇÃO DO CABEÇOTE DECOBALTERAPIA
FONTE: https://dokumen.tips/documents/equipamentos-ortovoltagem-r-telecobalto.html/acesso. 
Acesso em: 22 mar. 2021.
Os equipamentos são constituídos pelo cabeçote, lugar em que é 
armazenada a fonte. Um sistema pneumático empurra a fonte até o feixe de 
saída e recolhe a fonte até sua gaveta ou cofre, evitando radiação desnecessária. 
O indicador da posição da fonte é importante para demonstração de que a 
fonte voltou para seu encapsulamento. Alguns parâmetros são específicos dos 
aparelhos de cobalto.
Na Unidade 3, relataremos os acidentes nucleares da história e conheceremos 
o trágico acidente que envolveu um aparelho de radioterapia com uma fonte de césio-137.
NOTA
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
75
FIGURA 6 – ILUSTRAÇÃO DE PARÂMETROS DE EQUIPAMENTOS DE COBALTO
FONTE: A autora 
Os equipamentos de ⁶⁰Co são constituídos de um braço (gantry) que 
gira em torno do seu eixo central que é denominado de isocentro. O isocentro é 
definido como um ponto espacial em que é determinado com a intersecção entre 
seu eixo central de rotação e o seu eixo central do feixe de radiação. A figura a 
seguir é a representação do isocentro do equipamento. 
FIGURA 7 – ILUSTRAÇÃO DO ISOCENTRO DOS EQUIPAMENTOS
FONTE: Brasil (2010, p. 8)
A distância da fonte de radiação até o eixo central é um importante critério 
para a execução do tratamento. Os equipamentos antigos de cobaltoterapia 
operavam com distância de 60 cm, porém, os mais “modernos”, a distância é 
80 cm. Já os aceleradores lineares, essa distância é de 100 cm. A maioria dos 
tratamentos realizados nos equipamentos de cobalto são SSD (distância foco-pele) 
Este ponto espacial também é encontrado nos aceleradores lineares.
IMPORTANT
E
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
76
de 80 cm. Devido à taxa de dose ser maior no isocentro, está mais perto da fonte. 
Ou seja, quanto mais perto da fonte estiver o isocentro, maior será a taxa de dose 
e, consequentemente, menor será o tempo de tratamento. Outra recomendação é 
que os tratamentos sejam com a distância de 80 cm para evitar o risco de colisão 
entre paciente e máquina (PERES, 2018).
A meia-vida do cobalto é de 5,26 anos (sendo o intervalo de tempo 
necessário para que o número de átomos radioativos diminua pela metade). 
Quando a fonte é instalada em um serviço de radioterapia, a taxa de dose inicial 
é de 200cGy/min. Conforme as recomendações da ANVISA (RCD n°20), o limite 
de taxa de dose permitido para o funcionamento dos aparelhos de cobaltoterapia 
deve ser de até 50cGy/min (aproximadamente 10 anos). Após esse tempo, a 
fonte necessita ser trocada. Essa troca é exigida pela ANVISA por segurança aos 
pacientes devido ao tempo elevado do paciente no aparelho.
A energia também é um ponto de relevância para os aparelhos de 
cobaltoterapia. A energia do cobalto varia entre 1,17MeV a 1,33MeV, cuja 
energia média é de 1,25MeV, sendo ela muito baixa comparadas às energias 
produzidas pelos aceleradores lineares. A energia é de extrema importância 
para os planejamentos, principalmente, em relações aos tratamentos nas lesões 
profundas. Com a energia baixa que o cobalto oferece, a distribuição de dose é 
desfavorável, sendo recomendado, para estes casos, os aceleradores lineares.
3.2 COMPONENTES DOS EQUIPAMENTOS DE 
COBALTOTERAPIA
Os equipamentos de cobaltoterapia modernos possuem maiores graus de 
liberdade comparados aos aparelhos mais antigos. Os movimentos do gantry e 
colimadores são diversos e a mesa também é possível realizar movimentos que 
podem ser: vertical, lateral e longitudinal. A mesa de tratamento é uma estrutura 
plana e fixa em uma base. Seus movimentos são ântero-posterior; latero-lateral; 
crâneo-caudal; e as possibilidades de angulações oblíquas. 
O gantry é composto de seu braço, que tem possibilidades de giro 
de 360° graus. O gantry é composto do cabeçote, que mantém a fonte e os 
colimadores. Os colimadores são estruturas que atenuam o feixe de radiação e 
Na Unidade 3, em técnicas de tratamentos, conheceremos as diferenças entre 
as técnicas de tratamento isocentricas (SAD) e as técnicas de tratamento superficiais (SSD) 
e analisaremos o que elas determinam na distribuição de dose.
NOTA
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
77
diminuem as radiações espalhadas. Na saída do feixe podem ser encontradas 
também as bandejas que são utilizadas para inserir os blocos de proteção, que são 
padronizadas durante o planejamento físico.
O tamanho de campo do tratamento é realizado pelos colimadores. Nos 
casos das unidades de ⁶⁰Co, eles trabalham de maneira dependente, apenas 
em dois sentidos e ao mesmo tempo e são denominados de “colimadores 
simétricos”. Os movimentos dos colimadores são feitos de maneira manual, por 
botões localizados no cabeçote do aparelho. Os colimadores, junto com os blocos 
de proteção, determinam a área a ser irradiada e protegida. Na figura a seguir, 
podemos analisar a diferença entre os colimadores simétricosencontrados nos 
equipamentos de 60Co e os assimétricos, que trabalham de maneira independente, 
encontrados nos aceleradores lineares. 
FIGURA 8 – ILUSTRAÇÃO DA DIFERENÇA DOS COLIMADORES
FONTE: A autora 
Dentro da sala de tratamento, além de todos os acessórios utilizados para 
o posicionamento e imobilização durante o tratamento, também contamos com 
lasers que são fixados nas paredes da sala. Eles são equipamentos fundamentais 
e necessários para o posicionamento diário do paciente e também estão presentes 
na sala de tratamento dos aceleradores.
O comando são estações de controle do aparelho e são subdivididas em 
console e pendente. O pendente é localizado dentro da sala de tratamento. Ele 
permite as movimentações dos aparelhos, como gantry e mesa. O console é a 
central que está localizado fora da sala de tratamento. Pelo console, os tecnólogos 
em radioterapia administram a dose de tratamento e monitoraram a entrega 
da dose. A entrega de dose nos aparelhos de cobalto é convertida em minutos, 
diferente dos aceleradores, que são calibrados para entregar a dose em unidade 
monitora (UM).
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
78
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO DO CONSOLE CENTRAL
FONTE: A autora
4 ACELERADORES LINEARES 
O advento da tecnologia dos aceleradores lineares possibilitou um avanço 
significativo nas técnicas de tratamento. As técnicas de tratamento promoveram 
menores toxicidade aos tecidos adjacentes e, consequentemente, proporcionaram 
uma maior qualidade de vida para os pacientes que necessitam destes tratamentos.
Os aceleradores lineares (linacs) são monoenergéticos e também oferecem 
a utilização de feixes de fótons e elétrons. As energias de fótons são 4 MeV, 
6MeV,10Mev, 15MeV e 18MeV e as energias de elétrons variam de 3Mev a 21 MeV. 
Existem aceleradores que emitem apenas energia de 6MeV e não podem realizar 
tratamento de feixe de elétrons. É necessário que os aceleradores que possuem 
feixes de fótons e elétrons tenham energias superiores a 10Mev (PERES, 2018).
Os aparelhos de cobalto tiveram sua grande contribuição para o tratamento 
do câncer, entretanto, estão sendo substituídos por aceleradores lineares, sendo os mais 
difundidos atualmente.
NOTA
Acadêmico, vamos conhecer, na Unidade 3, a diferença entre os tratamentos 
de fótons e elétrons, como são realizados e calculados os tratamentos e quais são suas 
indicações clínicas.
NOTA
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
79
Os aceleradores são equipamentos complexos que possuem uma série de 
componentes e utilizam uma tecnologia avançada para a produção de feixes de 
radiação. Na figura a seguir podemos observar os componentes para a produção 
dos feixes de radiação. 
FIGURA 10 – ILUSTRAÇÃO DOS COMPONENTES DO ACELERADOR LINEAR
FONTE: Scaff (1997, p. 50)
Os aceleradores lineares são constituídos por vários componentes elétricos 
para a produção de feixes de radiação. Eles são compostos pela estativa (Stand) 
e o braço. O braço é a parte móvel, que é denominada gantry. Nele se encontra 
o cabeçote. No suporte do aparelho, denominado (stand), estão localizados os 
sistemas de refrigeração e componentes elétricos e geradores de micro-ondas 
(SCAFF, 1997). No quadro a seguir podemos observar os componentes principais 
para o funcionamento dos aceleradores lineares. 
QUADRO 1 – COMPONENTES E FUNÇÃO DOS ACELERADORES LINEARES
Componentes Função
Magnetron/Kystron
Gerador de radiofrequência que produza radiação. A 
magnetron é usada para acelerar os elétrons enquanto a 
Kystron amplifica a baixa potência de radiofrequência.
Circulador Componente que têm a função de absorver as micro-ondas que não chegam até a estrutura aceleradora.
Bomba de vácuo
Equipamento responsável por manter o vácuo na 
estrutura aceleradora. Para não deixar entrar o ar na 
estrutura aceleradora.
Canhão de elétrons Composto por filamentos em que são gerados os elétrons para serem acelerados.
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
80
Estrutura aceleradora Sua função é acelerar os elétrons até atingirem sua energia desejada.
Guia de onda Responsável por transportar as micro-ondas até a estrutura aceleradora.
Bobina magnética Componente responsável por conduzir o feixe de elétrons até o carrossel.
Circuito d’água Responsável por toda refrigeração do aparelho.
Carrossel Responsável pela localização dos filtros específicos para obtenção do feixe de fótons e/ou elétrons.
Colimadores Componentes responsáveis pela definição do tamanho de campo.
FONTE: A autora 
Os componentes como Magnetron/Kystron são os geradores de alta 
tensão e fornecem energia para alimentar o canhão de elétrons. Os elétrons são 
emitidos por um filamento em um processo de emissão termiônica. De maneira 
que o filamento é aquecido, são liberados elétrons para a estrutura aceleradora. 
Os resultados são os elétrons que são constantemente acelerados com intuito de 
alcançar maiores energias, as ondas de radiofrequência são injetadas através do 
guia de ondas (KHAN, 1994). 
No interior da estrutura aceleradora, os elétrons interagem com essas 
ondas e elas promovem uma maior energia cinética. O feixe chega no final da 
estrutura aceleradora com energia de milhões de elétron-Volts (MeV) e, antes 
de colidir com alvo, eles dão um looping (giro) de 270° graus devido ao campo 
magnético gerado pela bobina magnética. Os colimadores primários são sistemas 
fixos que determinam o maior campo de radiação. No caso dos aceleradores, o 
tamanho pode variar de equipamento e fabricante, sendo eles feitos de chumbo 
ou tungstênio (PERES, 2018; KHAN, 1994).
Os fótons que colidem com o alvo, sendo este um processo de interação 
Bremsstrahlung (radiação por freamento), passam por um filtro achatador que 
distribuem a radiação de forma uniforme, deixando o feixe mais homogêneo 
(PERES, 2018). Na figura a seguir, podemos observar a demonstração do perfil 
do feixe de radiação.
 
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
81
FIGURA 11 – ILUSTRAÇÃO DO FILTRO ACHATADOR
FONTE: Khan (1994, p. 167)
O filtro achatador tem a função de distribuir, de maneira mais uniforme, 
a intensidade da radiação. Na figura anterior é representada pela diferença com 
e sem filtro. Podemos analisar que a intensidade sem o filtro é concentrada e nas 
extremidades do feixe sua intensidade diminui drasticamente se comparado ao filtro.
O perfil do feixe de tratamento (campo) pode ser atenuado ou espalhado 
tanto pelo alvo, colimadores, ar ou até mesmo a divergência do próprio campo. 
Os componentes que estão contidos dentro do cabeçote são utilizados para 
monitorar e colimar com o intuito de obter um feixe homogêneo. No quadro a 
seguir serão descritos os componentes e suas principais funções.
QUADRO 2 – COMPONENTES DO CONTIDOS DENTRO DO CABEÇOTE DOS ACELERADORES 
LINEARES
Componentes Função
Colimadores 
secundários 
Sistema móvel de colimador que delimita o tamanho de 
campo de irradiação.
Câmaras monitoras
Monitoram o feixe detectando a intensidade. Composto por 
duas câmaras de ionização, verificam a homogeneidade e 
controlam a estabilidade desse feixe.
Os aceleradores mais modernos têm a disponibilidade de um módulo sem 
filtro conhecido como FFF (flatness filter free) indicado para técnicas de tratamento como 
(IMRT/VMAT) que contêm feixes irregulares e podem trabalhar com taxas de doses elevadas.
NOTA
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
82
Folha espalhadora Responsável pela criação uniforme do feixe de elétrons.
Cones aplicadores Utilizados para definir diferentes tamanhos de campos em tratamentos de elétrons. 
Sistema ótico Indicador luminoso do tamanho do campo radiação e da escala da distância da fonte superfície (SSD).
FONTE: A autora 
Os colimadores secundários são compostos por dois pares de colimadores 
metálicos. São colimadores assimétricos e movimentam de maneira independente 
entre si. Os aceleradores lineares mais modernos contam com um sistema de 
colimação por múltiplas lâminas (MLC), conhecido como “Multileafcolimator”, 
sendo eles importantes para a radioterapiaconformacional. A figura a seguir é 
representada pela imagem de colimação, sendo elas: (A) colimação por múltiplas 
lâminas (MLC); (B) colimação por bloco de chumbo.
FIGURA 12 – ILUSTRAÇÃO DAS COLIMAÇÕES DOS ACELERADORES LINEARES 
FONTE: A autora 
Os aparelhos mais antigos contam com blocos de chumbos que possibilitam 
moldar o campo, porém há a necessidade de uma oficina para confecção dos blocos de 
proteção.
NOTA
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
83
Todos os componentes citados constituem o cabeçote do aparelho. Eles 
estão conectados a uma haste em formato de L. Essa haste é denominada gantry, 
sendo que ela pode girar a 360°graus em torno do isocentro da máquina. A 
mesa e colimador giram 180°graus de um lado ao outro. A mesa também tem 
movimentos lateral, vertical e longitudinal. Em aparelhos mais modernos, a mesa 
ganhou mais precisão submilimétrica e algumas movimentações como inclinação 
e rotação, tendo 6 dimensões (6D) e conhecida como mesa robótica.
FIGURA 13 – ILUSTRAÇÃO DOS MOVIMENTOS DOS ACELERADORES LINEARES
FONTE: A autora 
A forma que o aparelho entrega a radiação é denominada de unidade 
monitora (UM). A conversão da dose para unidade monitora é calculada por 
um sistema de planejamento e calibrada por um físico médico. Uma unidade 
monitora representa 1Gy da dose prescrita. A quantidade de unidade monitora 
(UM) liberada por minuto é denominada taxa de dose. Ela pode variar de 50UM/
min até 900UM/min, entretanto, em casos especiais e/ou técnicas avançadas, 
podem atingir 2500UM/min (PERES, 2018). 
Com o avanço da tecnologia dos aceleradores lineares, são possíveis 
tratamentos com alta precisão. Os aparelhos mais modernos contam com um 
sistema de imagens, sendo possível a monitoração do paciente antes e durante as 
aplicações do tratamento. Os aceleradores lineares em questão possuem alto grau 
de automação e integração, com ferramentas inteligentes que auxiliam em diversos 
tratamentos. A figura a seguir é representada por acelerador linear de alta precisão. 
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
84
FIGURA 14 – ILUSTRAÇÃO DE UM ACELERADOR LINEAR DE ALTA PRECISÃO
FONTE: A autora 
Entretanto, os equipamentos com alta tecnologia ainda são insuficientes 
para as cidades brasileiras, principalmente para o Sistema Único de Saúde (SUS) 
com poucos recursos, não sendo possível a aplicação de alta tecnologia para os 
tratamentos de câncer. Conforme a Sociedade Brasileira de Radioterapia, um censo 
aplicado na radioterapia evidenciou que existem 242 serviços de radioterapia no 
Brasil, sendo que 73 estão concentrados no estado de São Paulo e 10 serviços são 
distribuídos nas regiões norte e nordeste. 
As pesquisas do censo da radioterapia são alarmantes para radioterapia 
no país. Dos equipamentos relacionados na lista, 34% são considerados obsoletos 
pelos fabricantes. O problema principal são os pacientes que não estão sendo 
tratados, gerando uma fila de espera. Os 169 serviços do SUS não conseguem 
atender toda a demanda. O censo foi aplicado para promover uma melhoria nos 
serviços de radioterapia e suprir a demanda de equipamentos na radioterapia 
para a população brasileira.
Você sabia que a pesquisa também evidenciou que existe uma carência em 
profissionais na radioterapia? Isso mesmo, principalmente, de tecnólogos/técnicos em 
radioterapia.
NOTA
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
85
5 OUTROS EQUIPAMENTOS DA RADIOTERAPIA 
Nas últimas décadas, houve um grande avanço da medicina devido a 
equipamentos e sistemas automatizados e inteligentes. A seguir, citaremos alguns 
equipamentos que também são utilizados na radioterapia. 
5.1 GAMMA KNIFE
É um aparelho dedicado à realização de tratamentos complexos, sendo 
indicado, principalmente, para tratamentos em regiões delicadas cerebrais. 
O aparelho também trata, de maneira não invasiva, doenças funcionais do 
cérebro como mal formação arteriovenosa (MAV), mal de Parkinson, epilepsia e 
transtornos obsessivos e compulsivos (SALVAJOLI, 2013).
O aparelho é composto por fontes de cobalto 60. Através de altas doses 
de radiação, que são distribuídas nas áreas do cérebro, a radiação é fornecida 
através de até 192 feixes de radiação de fontes de ⁶⁰CO e colimadores que são 
programados para localizar a lesão e vasos anormais, sem prejudicar os tecidos 
saudáveis. Na figura a seguir podemos observar o equipamento de Gamma Knife.
FIGURA 15 – ILUSTRAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE GAMMA KNIFE
FONTE: <http://www.swnsa.com/gamma_knife.htm/ACESSO>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Na Unidade 3, conheceremos tratamentos de radiocirurgia e todo o processo e 
indicações clínicas dessa técnica.
NOTA
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
86
5.2 TOMOTERAPIA
O conceito de tomoterapia surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 80. 
O intuito daquela época era promover o tratamento com radiação acoplado em um 
sistema de imagem, de maneira que oferecesse uma maior precisão da direção da 
radiação ao volume do tumor, ou seja, poderia emitir radiação de forma precisa ao 
tumor e proteger os tecidos próximos ao tumor (CAMARGO, 2018). 
A definição de tomoterapia é descrita por um sistema de entrega de dose 
em forma helicoidal. O paciente é tratado corte a corte por feixes de intensidade 
moduladas (IMRT) similar à tomografia utilizada no diagnóstico. Um colimador 
especial é desenvolvido para gerar os feixes de radiação enquanto o gantry gira ao 
longo do eixo longitudinal do paciente (KHAN, 1994). Na figura abaixo podemos 
observar uma visualização do processo da tomoterapia:
FIGURA 16 – ILUSTRAÇÃO DO EQUIPAMENTO TOMOTERAPIA 
FONTE: <https://www.pvhomed.com/what-is-tomotherapy/ACESSO>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
A grande vantagem dos equipamentos de tomoterapia é que são 
desenvolvidos com uma tomografia de diagnóstico que permite a realização 
de imagens diárias para a conferência do posicionamento do paciente e, 
principalmente, a localização precisa do tumor.
5.3 CYBERKNIFE
Corresponde a uma das tecnologias mais modernas e inteligentes do 
mundo para tratamentos de alta precisão e hipofracionados (poucos dias de 
aplicação) para neoplasias malignas e benignas de diversas partes do corpo sem 
a necessidade de intervenção cirúrgica.
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
87
A vantagen proporcionada pelo Cyberknife é de uma terapia robótica 
acoplada em um acelerador de alta capacidade. Por possuir um braço robótico, 
ele não possui limitações físicas comparadas aos aceleradores lineares. O 
aparelho ainda conta com sistemas de inteligência artificial e o mais moderno 
sistema de planejamento e cálculo de dose. Ainda assim é possível monitorar 
automaticamente em tempo real a movimentação e a respiração do paciente. Na 
figura a seguir podemos observar a representação do aparelho Cyberknife.
FIGURA 17 – ILUSTRAÇÃO DO EQUIPAMENTO CYBERKNIFE
FONTE: <https://pasadenacyberknife.com/what-is-cyberknife/ACESSO>. Acesso em: 22 mar. 2021.
5.4 PROTONTERAPIA
Há um grande interesse na medicina em utilizar a terapia com partículas 
pesadas para o tratamento de câncer. A protonterapia é baseada na aceleração de 
prótons que penetram no organismo do paciente sem causar danos nos tecidos 
saudáveis. Devido à energia desse fluxo de partículas subatômicas, eletricamente 
carregadas, são canalizadas até o lugar em que cessa sua movimentação. Ou 
seja, o ponto de parada é controlado para ser direcionado somente ao tumor 
(SALVAJOLI, 2013). Na figura a seguir, é possível ver a comparação da radioterapia 
convencional com a terapia de prótons. 
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
88
FIGURA 18 – ILUSTRAÇÃO DA DIFERENÇA ENTRE A PROTONTERAPIA E RADIOTERAPIA 
CONVENCIONAL
FONTE: IFSC (2019, p. 82)
O investimento para a aquisição de um centro de protonterapia tem um 
custo elevado para a maioria dos países, especialmente, os países subdesenvolvidos. 
Os projetos precisam de instalações especiais para receber o equipamento, além 
da equipe dedicada, como engenheiros, técnicos e administradores do próprio 
fabricante. Atualmente,o Brasil não possui a tecnologia de protonterapia. 
5.5 BRAQUITERAPIA 
A radioterapia é dividida em teleterapia e braquiterapia. A teleterapia é 
definida como a fonte que está localizada com certa distância do tumor (aceleradores 
lineares), já na braquiterapia, a fonte é colocada próxima ao tumor. No processo da 
braquiterapia, a radiação é emitida através de radionuclídeos (átomos instáveis que 
emitem radiação). Para evitar a contaminação do elemento radioativo, as fontes 
são seladas, sendo elas inseridas nas proximidades do tumor. Na figura a seguir, 
podemos observar as modalidades e aplicações da braquiterapia.
FIGURA 19 – ILUSTRAÇÃO DAS MODALIDADES DE BRAQUIETEPIA
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA
89
FONTE: A autora 
A utilização da braquiterapia está relacionada com o material radioativo 
e sua energia. Conforme a sua classificação de taxa de dose, de acordo com a 
Comissão Internacional de Medidas e Unidades de Radiação (ICRU), em 
publicação n° 38, existem três categorias de braquiterapia e elas são definidas 
pela figura a seguir.
FIGURA 20 – ILUSTRAÇÃO DAS CATEROGIAS DAS BRAQUITERAPIAS
FONTE: A autora 
Com o mesmo processo da evolução dos aceleradores lineares, também 
houve com a braquiterapia. Antigamente, a inserção das fontes no paciente era 
realizada manualmente, o mesmo procedimento acontecia com o cálculo de 
dose e planejamento do tratamento. Nos dias atuais, contamos com sistemas de 
planejamento automáticos e sistemas de imagens que verificam o posicionamento 
da fonte. Na modalidade de alta taxa de dose (HDR), um equipamento automatizado 
utiliza indicadores que deslocam a fonte através de cateteres (aplicadores). Após o 
término do tratamento, o próprio aparelho recolhe a fonte (SALVAJOLI, 2013). Na 
figura abaixo, podemos observar o equipamento de braquiterapia de alta taxa de 
dose (HDR):
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
90
FIGURA 21 – ILUSTRAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE BRAQUITERAPIA (HDR)
FONTE: A autora
91
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os equipamentos de ortovoltagem também eram conhecidos como terapia 
superficial devido à baixa energia e a sua indicação para tratamentos de lesões 
superficiais.
• Os equipamentos de ortovoltagem foram as primeiras máquinas utilizadas 
na radioterapia, entretanto, atualmente, tornaram-se equipamentos obsoletos. 
Porém, os equipamentos se tornaram pilares para a modernização dos 
equipamentos da radioterapia.
• Os equipamentos de ortovoltagem possuem os mesmos princípios eletrônicos 
dos aparelhos de raios x diagnósticos.
• O princípio de funcionamento das unidades de cobaltoterapia é simples se 
comparado aos aceleradores lineares. Os equipamentos consistem em uma 
fonte selada de ⁶⁰Co (de 2cm de altura e 2cm de diâmetro) e esta fonte fica 
dentro de uma blindagem de urânio exaurido.
• Os equipamentos de ⁶⁰Co são constituídos pelo cabeçote, lugar que é 
armazenado a fonte. Um sistema pneumático empurra a fonte até o feixe de 
saída e recolhe a fonte até sua gaveta ou cofre, evitando radiação desnecessária.
• Os equipamentos de 60Co são constituídos de um braço (gantry) que gira em 
torno do seu eixo central, que é denominado de isocentro.
• Os aceleradores lineares (linacs) são monoenergéticos e também oferecem a 
utilização de feixes de fótons e elétrons.
• Os aceleradores lineares são constituídos por vários componentes elétricos 
para a produção de feixes de radiação. Eles são compostos pela estativa (Stand) 
e o braço. O braço é a parte móvel, que é denominado gantry. Nele se encontra 
o cabeçote e suporte(stand) e estão instalados os sistemas de refrigeração, 
componentes elétricos e geradores de micro-ondas.
• Outra grande característica dos aceleradores é que a quantidade entregue de 
radiação é chamada de unidade monitora (UM). A conversão da dose para 
unidade monitora é calculada por um sistema de planejamento.
• Nas últimas décadas, houve um grande avanço da medicina devido aos 
equipamentos e sistemas automatizados e inteligentes, sendo eles: Gamma 
Knife, Tomoterapia e Cyberknife
RESUMO DO TÓPICO 1
92
• Há um grande interesse na medicina em utilizar a terapia com partículas 
pesadas para o tratamento de câncer. A protonterapia é baseada na aceleração 
de prótons, que penetram no organismo do paciente sem causar danos nos 
tecidos saudáveis.
• A radioterapia é dividida em teleterapia e braquiterapia. A teleterapia é definida 
como a fonte que está localizada a certa distância do tumor (aceleradores 
lineares), já na braquiterapia, a fonte é colocada próxima do tumor.
• No processo da braquiterapia, a radiação é emitida através de radionuclídeos 
(átomos instáveis que emitem radiação). Para evitar a contaminação do elemento 
radioativo, as fontes são seladas, sendo elas inseridas nas proximidades do tumor.
• Na modalidade de alta taxa de dose (HDR), um equipamento automatizado 
utiliza indicadores que deslocam a fonte através de cateteres (aplicadores). 
Após o término do tratamento o próprio aparelho recolhe a fonte.
93
1 Com o surgimento da radioterapia, os equipamentos se tornaram essenciais 
para o tratamento de neoplasias malignas e benignas. Houve uma série 
de máquinas utilizadas na radioterapia que promoveram benefícios aos 
pacientes. Considerando essas informações e seus conhecimentos sobre 
esses equipamentos, leia as sentenças a seguir. 
I- Os equipamentos de ortovoltagem também eram conhecidos como terapia 
superficial, devido à baixa energia e a sua indicação para tratamentos de 
lesões superficiais.
II- O princípio de funcionamento unidades de cobaltoterapia é simples se 
comparado aos aceleradores lineares. Os equipamentos consistem em 
uma fonte selada de ⁶⁰Co de (2cm de altura e 2cm de diâmetro).
III- A grande característica dos aceleradores é que quantidade entregue de 
radiação é chamada de unidade monitora (UM). A conversão da dose 
para unidade monitora é calculada por um sistema de planejamento.
IV- Os aparelhos modernos fornecem um controle automatizado e sistemas 
inteligentes. Eles também oferecem sistema de controle de imagens para 
verificação diária do posicionamento do paciente.
V- Os aceleradores lineares são monoenergéticos, possuem energias de 
fótons e elétrons. Porém, os aceleradores lineares de 6Mev possuem 
apenas energia de fótons.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
2 Nas últimas décadas, houve um grande avanço da medicina devido a 
equipamentos e sistemas automatizados e inteligentes. Considerando essas 
informações, leia as sentenças a seguir.
I- O Gamma Knife é um aparelho dedicado à realização de tratamentos 
complexos, sendo indicado, principalmente, para tratamentos em regiões 
delicadas cerebrais. Podendo tratar de maneira não invasiva doenças 
funcionais do cérebro como mal formação arteriovenosa (MAV).
II- As vantagens proporcionadas pelo Cyberknife são de uma terapia robótica 
acoplada em um acelerador de alta capacidade. Por possuir um braço robótico, 
ele não possui limitações físicas se comparado aos aceleradores lineares.
III- A definição de tomoterapia é descrita por um sistema de entrega de 
dose em forma helicoidal. O paciente é tratado corte a corte por feixes de 
intensidade moduladas (IMRT) similar à tomografia de diagnóstico.
AUTOATIVIDADE
94
IV- Há um grande interesse na medicina de utilizar a terapia com partículas 
pesadas para o tratamento de câncer. A prontonterapia é baseada na 
aceleração de prótons, que penetram no organismo do paciente sem causar 
danos nos tecidos saudáveis.
V- O investimento para aquisição de um centro de protonterapia tem 
um custo elevado para a maioria dos países, especialmente os países 
subdesenvolvidos. Os projetos precisam de instalações espaciais para 
receber o equipamento. 
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
3 Compreendemos que a radioterapia é dividida em teleterapia e braquiterapia. 
A teleterapia é definida pela fonte estar localizada em uma certa distância do 
tumor (aceleradores lineares), já na braquiterapia a fonte é colocada próxima 
ao tumor. Considerando essas informações, leia as sentenças a seguir. 
a) ( ) No processo da braquiterapia, a radiação é emitida através de 
radionuclídeos (átomos instáveis que emitem radiação). Para evitar a 
contaminação do elemento radioativo, as fontes são seladas, sendo elas 
inseridas nas proximidades do tumor.
b) ( ) Na modalidade de baixa taxa de dose (LDR), um equipamento automatizado 
utiliza indicadores que deslocam a fonte através de cateteres (aplicadores). 
Após o término do tratamento, o próprio aparelho recolhe a fonte.
c) ( ) A utilização da braquiterapia não está relacionada com o material 
radioativo e nem com sua energia.
d) ( ) Para evitar a contaminação do elemento radioativo, as fontes não são 
seladas, sendo elas inseridas nas proximidades do tumor.
e) ( ) Atualmente a inserção das fontes no paciente é realizada manualmente, o 
mesmo procedimento acontece com o cálculo de dose e planejamento do 
tratamento. 
95
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico aprenderemos um pouco sobre os processos 
e etapas que envolvem o tratamento do paciente oncológico. Neste tópico, você 
desenvolverá o domínio do processo e etapas que compreendem a radioterapia.
Compreenderemos também as funções e responsabilidades que os 
profissionais envolvidos com o tratamento do paciente oncológico exercem. 
Exaltaremos também a importância de todos os profissionais para promover o 
sucesso do tratamento.
2 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
A equipe multidisciplinar na radioterapia é composta por diversos 
especialistas que se completam para o tratamento do paciente. O intuito da 
equipe de especialistas é promover uma qualidade superior no tratamento. A 
radioterapia consiste em diversas etapas e muitos procedimentos para a realização 
do tratamento. Esses procedimentos são realizados por vários profissionais de 
diversas áreas e todos eles trabalham em conjunto para proporcionar o melhor 
tratamento para os pacientes que necessitam dessa terapia.
De maneira geral, a execução e preparação para o tratamento envolve uma 
série de etapas, sendo elas complexas e que necessitam muita exatidão e cautela. 
Cada processo envolve risco inerente e incidente, que podem afetar a segurança 
do paciente e sua qualidade de vida.
Sendo assim há uma imensa responsabilidade de todos os profissionais 
envolvidos no tratamento para serem treinados constantemente e qualificados 
para que realizem suas atividades com exatidão. Na figura a seguir podemos 
analisar todos os profissionais envolvidos no tratamento da radioterapia. 
TÓPICO 2 — 
PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA E 
PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS
96
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
FIGURA 22 – ILUSTRAÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
FONTE: A autora
Em alguns serviços de radioterapia, não existe o benefício de possuir 
toda a equipe multidisciplinar, porém, para o funcionamento de um serviço de 
radioterapia, é exigido pela resolução da CNEN (NN. 6.10/- Resolução CNEN 
176/14) que seja informada qualquer ação envolvendo a prática de radioterapia e 
que somente pode ser realizada em conformidade com os requisitos de segurança 
e que as proteções radiológicas devem seguir recomendações estabelecidas nesta 
norma. A tabela a seguir é representada pelos profissionais facultativos e suas 
funções dentro de um serviço de radioterapia.
TABELA 3 – EQUIPE MULTIDISCIPLINAR E SUAS FUNÇÕES NO SETOR DE RADIOTERAPIA
Profissionais Atribuições
Nutricionista
Suas atribuições são avaliação nutricional do paciente, que são 
capazes de detectar diversas questões ligadas à alimentação que 
podem interferir de forma positiva ou negativa no tratamento 
oncológico.
Psicólogos
Suporte psicológico ajuda muito na recuperação de um paciente 
de câncer. O trabalho do psicólogo é oferecer caminhos que 
permitam enfrentar o problema da melhor maneira possível.
Engenheiro O engenheiro é responsável pela manutenção do acelerador linear. Assegurando um ótimo funcionamento da máquina.
Dentista
Os pacientes em tratamento de radioterapia (principalmente 
casos de cabeça e pescoço) devem visitar o dentista a fim 
de eliminar possíveis focos de infecção, prevenindo assim 
complicações durante o tratamento. 
FONTE: A autora
TÓPICO 2 — PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS
97
2.1 MÉDICO RÁDIO-ONCOLOGISTA
O médico rádio-oncologista é especializado em radioterapia e sua principal 
função é a definição da conduta de tratamento do paciente. Ele é responsável em 
primeira instância pelo tratamento do paciente, o médico verificará a indicação 
clínica da radioterapia e consultará o paciente identificando todas as suas 
necessidades clínicas.
O médico, durante a consulta, orientará o paciente e seus familiares sobre 
todos os processos da radioterapia. Ele decide a escolha da técnica de tratamento 
juntamente com a prescrição de dose e volume a ser irradiado. O rádio-oncologista 
toma todas as decisões relacionadas ao tratamento do paciente. Na figura a seguir 
podemos observar a demonstração dos procedimentos e a função do rádio-
oncologista no serviço de radioterapia. 
FIGURA 23 – ILUSTRAÇÃO DAS ATIVIDADES DO RÁDIO-ONCOLOGISTA
FONTE: A autora 
O rádio-oncologista também é responsável pela prescrição de medicação, 
se houver necessidade, para o paciente durante o tratamento e a solicitação de 
exames laboratoriais e diagnósticos. O médico também encaminha o paciente 
para outras especialidades como nutricionistas, psicólogos fisioterapeutas, 
dentistas, entre outros.
Além de toda avaliação antes do tratamento, o profissional também é 
envolvido durante as aplicações nas avaliações de imagens e consultas semanais. 
Após o tratamento, o médico rádio-oncologista monitora a resposta a ele.
98
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
2.2 FÍSICO MÉDICO
A profissão do físico médico teve seu início no século 20, logo após 
a descoberta dos raios-X e da radioatividade. Houve, então, a necessidade de 
profissionais para recomendar o uso adequado da radiação para a população.
A física médica tem ampla diversidade em seu campo de estudo, que 
envolve conhecimentos e técnicas da física, biologia e medicina. A área da 
física médica é muito abrangente, podendo ser exercida na medicina nuclear, 
radioterapia e radiodiagnóstico, entre outros campos de atuação. Na figura a 
seguir podemos analisar algumas das principais funções do físico médico em um 
serviço de radioterapia. 
FIGURA 24 – ILUSTRAÇÃO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DO FÍSICO MÉDICO NO SERVIÇO DE 
RADIOTERAPIA
FONTE: A autora 
A atuação do físico médico na radioterapia é indispensável tanto para o 
tratamento do paciente como também para o funcionamento do equipamento. 
Suas atividades correspondem à implementação de um serviço de radioterapia e 
desenvolvimento de um plano de radioproteção. O físico médico é responsável 
pela calibração, teste e controle de qualidade do equipamento. O físico médico 
também é responsável pelo planejamento radioterápico, visando sempre a 
garantia da melhor opção de tratamento para o paciente.
Leonardo da Vinci foi o pioneiro da física médica através de seus estudos 
como do fluxo sanguíneo, locomoção e batimentos cardíacos.
NOTA
TÓPICO 2 — PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS
99
2.3 DOSIMETRISTA 
O papel do dosimetrista surgiu na década de 70 nos Estados Unidos. A 
profissão surgiu pela falta de profissionais para suprir a demanda da radioterapia. 
No Brasil, apenas em 1980 teve início a profissão de dosimetrista. A Associação 
Americana de Dosimetrista (AAMD) existe desde 1975 e oferece cursos de 
aperfeiçoamento e provasde títulos para assegurar a qualificação e excelência do 
tratamento, gerando também, um reconhecimento para a classe (SALVAJOLI, 2013).
O dosimetrista é um membro da equipe que realiza diversas atividades, 
estando presente em todos os processos e etapas, sendo elas o pré-tratamento 
(simulações e exames de imagens) e também durante o tratamento, na conferência 
de dados e posicionamento. O dosimetrista realiza cálculos de dose, delineamento 
das estruturas (órgãos próximos ao tumor) e planejamento. Em alguns serviços, o 
dosimetrista auxilia o físico médico em testes calibrações, controle de qualidade e 
programas que visam a garantia de qualidade do serviço de radioterapia.
O profissional é um elo entre os médicos, físicos médicos e tecnólogos 
em radioterapia. Seus conhecimentos devem abranger a radiologia, mas também 
a física, a anatomia, a proteção radiológica, entre outros. O pré-requisito para 
se tornar um dosimetrista é ser formado tecnólogo em radiologia, sendo 
também necessário um programa de residência para a formação do profissional. 
Atualmente, o Brasil conta com três programas de residência, sendo eles no 
Hospital Erasto Gaertner (Curitiba – PR), Hospital do Amor (Barretos – SP) e 
Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo).
Em 2019 foi fundada a Associação Brasileira de Dosimetrista. Atualmente, 
no Brasil, são aproximadamente 100 profissionais que realizam a função de dosimetrista, 
distribuídos em diversas regiões.
NOTA
Você ficou interessado na profissão? Você encontra outras informações no site 
da Associação Brasileira de Dosimetrista.
NOTA
100
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
2.4 TECNÓLOGOS/TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA
No Brasil, a profissão dos técnicos/tecnólogos surgiu após a década de 70 
devido à instalação de diversos serviços. Então, houve a necessidade de ter um 
profissional habilitado para posicionar o paciente e para receber a dose de radiação. 
Como, na época, não haviam cursos de especialização, os médicos e físicos 
recrutavam pessoas para o treinamento no próprio serviço (SALVAJOLI, 2013).
O técnico/tecnólogo é indispensável em um serviço de radioterapia. O 
profissional está relacionado à etapa mais importante da radioterapia que é a 
entrega da dose de radiação no paciente. Uma de suas atribuições é de conferência 
do prontuário do paciente (ficha técnica). Nela estão contidas todas as informações 
sobre o tratamento. O profissional também é responsável pelo posicionamento do 
paciente durante o tratamento. Na figura a seguir podemos observar as principais 
funções do técnico/tecnólogo em radioterapia. 
FIGURA 25 – ILUSTRAÇÃO DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DO TÉCNICO/TECNÓLOGO EM 
RADIOTERAPIA 
FONTE: A autora 
O técnico/tecnólogo em radioterapia deve possuir algumas habilidades 
para realizar, de forma plena, suas funções, sendo elas: a capacidade de trabalhar 
em equipe, ter aptidão com tecnologia e informática, capacidade de concentração, 
entre outras. Além de todas as habilidades citadas, o profissional deve ter empatia 
com os pacientes, tratando-o de maneira humanizada e com respeito.
Em 1951 surgiram os primeiros cursos de técnicos em radiologia. Em 1986 
foi regulamentada a profissão de técnicos em radiologia. Em 1987 foi criado o Conselho 
Nacional de Radiologia.
NOTA
TÓPICO 2 — PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS
101
2.5 EQUIPE DE ENFERMAGEM 
A equipe de enfermagem da radioterapia é composta por técnicos de 
enfermagem e/ou enfermeiro. A atuação da equipe de enfermagem é para 
prevenção e intervenção em situações indesejáveis de toxicidades, que podem 
ser causadas pela radiação. Os profissionais da enfermagem desenvolvem e 
estabelecem as orientações que o paciente deve seguir durante o tratamento e 
também avaliam o paciente durante todo o processo do tratamento. 
3 PROCESSOS DA RADIOTERAPIA
O primeiro passo do paciente após ser encaminhado para um serviço de 
radioterapia é a consulta com o rádio-oncologista. A recepção é responsável pelo 
cadastro do paciente no setor e confecção do prontuário. No momento da consulta, 
o médico orienta sobre o tratamento e seus efeitos colaterais. O médico também 
define a técnica de tratamento a ser utilizada e prescreve a dose de radiação a ser 
calculada. No fluxograma a seguir, é possível analisar os processos e etapas que 
o paciente passa durante o tratamento de radioterapia. 
FIGURA 26 – ILUSTRAÇÃO FLUXO DA RADIOTERAPIA
FONTE: A autora 
Em alguns serviços, o técnico/tecnólogo em radioterapia participa da 
confecção dos blocos de chumbos que são realizados na oficina.
NOTA
102
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
Logo após a consulta com o rádio-oncologista, o paciente será encaminhado 
para a equipe de enfermagem, que realiza uma triagem e fornece as primeiras 
orientações e preparos para realização da simulação e tomografia computadorizada. 
A enfermagem também reforça sobre os cuidados que o paciente deve ter durante o 
tratamento, sendo eles com a pele, alimentação e evitar o sol durante as aplicações.
A simulação é um procedimento muito importante na radioterapia, sendo 
definidos todos os acessórios e posicionamentos que serão utilizados no tratamento. 
Na simulação também são realizadas as marcações onde serão as localizações do 
posicionamento e que serão utilizadas durante as aplicações de radioterapia. Na 
figura a seguir podemos analisar as marcas realizadas na pele do paciente. Elas 
também podem ser feitas nos acessórios dos pacientes. 
FIGURA 27 – ILUSTRAÇÃO DA MARCAÇÃO DA RADIOTERAPIA
FONTE: <https://www.inca.gov.br/tratamento/radioterapia/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Logo após a simulação, o paciente é encaminhado para realizar a 
tomografia computadorizada. A tomografia de planejamento para radioterapia 
é diferente da realizada no diagnóstico. São realizadas apenas imagens axiais 
volumétricas. O paciente é posicionado com os acessórios utilizados durante a 
simulação. Após a realização das imagens, elas são importadas para um sistema 
específico da radioterapia, denominado sistema de planejamento, que é um 
sistema de planejamento de tratamento integrado e abrangente que oferece 
ferramentas para delineamento e cálculos avançados de dose.
Nos próximos tópicos, conheceremos cada processo e etapa de maneira 
detalhada.
NOTA
TÓPICO 2 — PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS
103
O primeiro passo para o planejamento tridimensional é o delineamento 
das estruturas que estão próximas ao tumor, denominados órgãos de risco. Esse 
processo é importante para avaliação da tolerância de dose nos órgãos de risco. Neste 
momento, o médico também realiza o delineamento dos volumes tumorais a serem 
irradiados. O processo de planejamento será definido com as angulações da entrada 
do feixe de radiação, taxa de dose e distribuição de dose no volume tumoral.
Após todo o cálculo de dose e avaliação de todos os órgãos, o médico é 
responsável pela liberação do tratamento. São realizados todos os controles de 
qualidade antes da primeira aplicação do tratamento e as devidas conferências 
para garantir a qualidade do tratamento.
No primeiro dia de tratamento, os técnicos/tecnólogos em radioterapia 
conferem todos os dados emitidos do sistema com o prontuário do paciente (ficha 
técnica). Essa ficha contém todos os dados que serão inseridos nos aceleradores 
lineares. Nos equipamentos mais modernos, existe um sistema integrado entre 
sistema de planejamento e aparelho para que essa inserção aconteça de maneira 
automática. São chamados de sistema de gerenciamento.
Após todo o processo de conferência, os profissionais posicionam o paciente 
para o tratamento e realizam imagens de conferência de posicionamento. Com a 
confirmação do posicionamento e volume alvo, é entregue a dose de tratamento. 
Esse processo acontece todos os dias antes do tratamento do paciente até sua alta.
Durante o tratamento do paciente, ele sempre é avaliado pela equipe 
multidisciplinar. As consultas com os médicos e a equipe deenfermagem são 
realizadas semanalmente evitando, assim, toxicidades indesejáveis do tratamento.
104
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A radioterapia consiste em diversas etapas e que existem muitos procedimentos 
para a realização do tratamento. Esses procedimentos são realizados por 
vários profissionais de diversas áreas.
• Todos os profissionais trabalham em conjunto para proporcionar o melhor 
tratamento para os pacientes que necessitam dessa terapia. Sendo eles médicos, 
físicos médicos, dosimetristas, a equipe de enfermagem, entre outros.
• De maneira geral, a execução e preparação para o tratamento envolve uma série 
de etapas, sendo elas complexas e que necessitam muita exatidão e cautela.
• O médico, durante a consulta, vai orientar o paciente e seus familiares 
sobre todos os processos da radioterapia. Ele decide a escolha da técnica de 
tratamento juntamente com a prescrição de dose e volume a ser irradiado.
• A atuação do físico médico na radioterapia é indispensável tanto para o 
tratamento do paciente como também para o funcionamento do equipamento. 
• O primeiro passo do paciente após ser encaminhado para um serviço de 
radioterapia é a consulta com o rádio-oncologista.
• A equipe de enfermagem realiza uma triagem e o paciente recebe as 
primeiras orientações e preparos para realização da simulação e tomografia 
computadorizada. A enfermagem também reforça sobre os cuidados que o 
paciente deve ter durante o tratamento.
• A simulação é um procedimento muito importante na radioterapia, sendo 
definidos todos os acessórios e posicionamentos que serão utilizados no 
tratamento. Após a simulação, o paciente realiza a tomografia computadorizada 
de planejamento.
• Após a realização das imagens, elas são importadas para um sistema específico 
da radioterapia, denominado sistema de planejamento.
• O primeiro passo para o planejamento tridimensional é o delineamento das 
estruturas que estão próximas ao tumor, denominadas órgãos de risco e 
volume tumoral.
• No processo de planejamento, são definidas as angulações da entrada do feixe 
de radiação, a taxa de dose e distribuição de dose no volume tumoral.
• Após todo o cálculo de dose e avaliação de todos os órgãos, o médico é 
responsável pela liberação do tratamento.
• No primeiro dia de tratamento, os técnicos/tecnólogos em radioterapia 
conferem todos os dados e realizam a entrega da dose de radiação no paciente.
105
1 A radioterapia consiste em diversas etapas e muitos procedimentos para 
a realização do tratamento. Essas etapas são elaboradas por diversos 
profissionais. Todos eles trabalham em conjunto para proporcionar o melhor 
tratamento para os pacientes que necessitam dessa terapia. Considerando 
essas informações e seus conhecimentos sobre a equipe multidisciplinar, 
leia as sentenças a seguir. 
I- A equipe multidisciplinar é composta por profissionais treinados 
constantemente e qualificados para que realizem suas atividades com exatidão.
II- A equipe é composta apenas por alguns profissionais, sendo eles: médico, 
técnicos e físicos médicos.
III- Existem lugares no Brasil que não possuem o benefício de ter todos os 
profissionais da equipe multidisciplinar como nutricionistas, engenheiro, 
dentista e psicólogos. Todavia, eles são necessários para um funcionamento 
de um serviço os seguintes profissionais: médicos, físicos médicos, equipe 
de enfermagem e técnicos/tecnólogos de radioterapia.
IV- A equipe multidisciplinar na radioterapia é composta por diversos 
especialistas que se completam para o tratamento do paciente. 
V- O intuito da equipe de especialistas é promover uma qualidade superior 
no tratamento.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
2 Sabemos que todos os profissionais são importantes para o tratamento do paciente 
nos serviços de radioterapia. Cada profissional tem suas responsabilidades 
e funções. Considerando essas informações e seus conhecimentos sobre as 
responsabilidades de alguns profissionais, leia as sentenças a seguir. 
I- O médico na consulta orientará o paciente e seus familiares sobre todos os 
processos da radioterapia. Ele decide a escolha da técnica de tratamento, 
juntamente com a prescrição de dose e volume a ser irradiado.
II- A atuação do físico médico na radioterapia é indispensável tanto para 
o tratamento do paciente como também para o funcionamento do 
aparelho. Ele é responsável pela calibração, teste e controle de qualidade 
do equipamento, planejamento radioterápico visando sempre a garantia 
da melhor opção de tratamento para o paciente.
III- O dosimetrista realiza cálculos de dose, delineamento das estruturas 
(órgãos próximos ao tumor), planejamento e controles de qualidade 
sempre com a supervisão do físico médico.
AUTOATIVIDADE
106
IV- O técnico/tecnólogo é indispensável em um serviço de radioterapia. O 
profissional está relacionado à etapa mais importante da radioterapia: a 
entrega da dose de radiação no paciente.
V- A atuação da equipe de enfermagem é para prevenção e intervenção 
contras indesejáveis toxicidades que podem ser causadas pela radiação.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
107
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico os objetivos são: apresentar todas as 
informações detalhadas sobre o processo de simulação; conhecer e ter o domínio 
dos imobilizadores e acessórios utilizados na radioterapia; compreender a 
importância do posicionamento do paciente na simulação que determina todo o 
processo de tratamento.
Aprenderemos também a diferença entre as simulações e o processo 
de aquisição de imagens utilizadas para o planejamento. Assim como 
compreenderemos o delineamento das estruturas como órgãos de risco e volumes 
de tratamento.
Como sabemos, a radioterapia tem o intuito de entregar uma dose de 
radiação para destruir e/ou desacelerar as células cancerígenas, porém, a grande 
questão e preocupação são as células saudáveis. Por isso, precisamos garantir com 
máximo de precisão que a radiação seja depositada apenas no volume tumoral, 
evitando as células que não necessitam (CAMARGO, 2018). 
Para garantir essa precisão da entrega da dose, precisamos utilizar 
acessórios para que não haja essa movimentação. Os acessórios de imobilização 
devem oferecer conforto ao paciente e, ao mesmo tempo, o paciente deve estar 
imobilizado para que não ocorra movimento voluntário e involuntário algum, 
principalmente, para garantir e facilitar a reprodutibilidade do paciente. 
De maneira imprescindível, a escolha dos imobilizadores e a definição do 
posicionamento serão primordiais para o sucesso do tratamento.
2 IMOBILIZADORES 
Os imobilizadores são fabricados de diversos tipos de materiais, sendo 
utilizados para manter o posicionamento do paciente. Todos os imobilizadores são 
fabricados com materiais que não podem afetar a atenuação do feixe de radiação, 
nem produzir artefatos nas imagens de planejamento (SALVAJOLI, 2013).
Apresentaremos a seguir os principais imobilizadores e posicionamentos 
utilizados na radioterapia. 
TÓPICO 3 — 
SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO
108
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
2.1 MÁSCARAS TERMOPLÁSTICAS 
As máscaras termoplásticas são materiais desenvolvidos para facilitar 
a imobilização em pacientes que são submetidos ao tratamento de tumores na 
região do crânio ou cabeça e pescoço, porém, podem ser utilizados em outras 
regiões anatômicas. São fabricadas com material termoplástico (polímeros) que, 
quando aquecidos a uma determinada temperatura, moldam ao rosto do paciente, 
impossibilitando movimentos involuntários. Os acessórios customizados, queserão utilizados no procedimento, deverão ser confeccionados antes da aquisição 
tomográfica ou tratamento. Na figura a seguir pode ser observado o processo de 
realização da máscara.
FIGURA 28 – ILUSTRAÇÃO CONFECÇÃO DA MÁSCARA DE TRATAMENTO
FONTE: A autora
Atualmente, as máscaras também são utilizadas em outras regiões do 
corpo, como pelve, tórax e abdômen. Elas promovem uma imobilização precisa, 
principalmente, em casos complexos que exigem uma maior reprodutibilidade. 
Na figura a seguir é possível ver demonstrações de máscaras em outras regiões.
FIGURA 29 – ILUSTRAÇÃO DAS MÁSCARAS EM OUTRAS REGIÕES
FONTE: A autora
TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO
109
2.2 APOIOS CERVICAIS E BASES DE FIXAÇÃO
Para moldar a máscara, é necessária uma base de fixação juntamente 
com o apoio cervical, a base fixa na mesa de tratamento. Os apoios cervicais têm 
como finalidade apoiar a cabeça e posicionar a coluna cervical. Na figura a seguir 
podemos observar os apoios cervicais e as bases de fixação. 
FIGURA 30 – ILUSTRAÇÃO DA BASE FIXA E APOIOS CERVICAIS
FONTE: A autora
Os apoios cervicais e bases são desenvolvidos com materiais para 
não atenuar a radiação. Os apoios cervicais são de materiais como espuma, 
acrílico ou plástico, que são fortes e leves. Já as bases, são de fibra de carbono. 
Os apoios cervicais têm diversas angulações para a curvatura da cervical e eles 
são identificados com números ou letras. As bases anguladas também têm uma 
marcação para identificar a elevação da cabeça.
Em equipamentos modernos, as mesas possuem indexadores, evitando a 
movimentação da base e fornecendo maior reprodutibilidade ao tratamento.
NOTA
110
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
2.3 EXTENSOR DE OMBROS
Em tratamentos de cabeça e pescoço, é necessária a imobilização dos 
ombros para evitar os ombros no campo de radiação. No momento da confecção 
da máscara, o paciente deve segurar as duas alças tracionando os ombros para 
direção dos pés. As bases são feitas de madeira, são posicionadas no pé do 
paciente. Na figura a seguir, podemos observar o extensor de ombros. 
FIGURA 31 – ILUSTRAÇÃO DO EXTENSOR DE OMBROS
FONTE: A autora 
2.4 RAMPA DE MAMA
Este apoio é composto por uma prancha de fibra de carbono e uma base 
que possui diversas angulações. Para a elevação dos braços, o acessório conta 
com suportes que são posicionados com a finalidade de manter o braço na mesma 
posição e é ajustável conforme as necessidades da paciente. A rampa é composta de 
referências alfanuméricas. Essas referências serão descritas na ficha de tratamento 
para o posicionamento diário da paciente. Na figura a seguir, podemos analisar 
a rampa de mama. 
FIGURA 32 – ILUSTRAÇÃO RAMPA DE MAMA
FONTE: A autora
TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO
111
2.5 VAC FIX
O vac fix é um colchão flexível que, no seu interior, possui flocos de 
isopor que, quando é retirado o ar de dentro através de uma bomba de vácuo, 
transforma-se em um material rígido com o formato do corpo do paciente.
Sua vantagem é a utilização em diversos tratamentos por possuir liberdade 
para ser posicionado em qualquer parte do corpo. Outra vantagem do vac fix é que 
pode ser utilizada com outros acessórios, como máscaras, bases e apoios cervicais. 
A única desvantagem é que eles são sensíveis, podendo ser furados, desfazendo 
o seu formato e tendo a necessidade de realizar todo o processo novamente. Na 
figura a seguir, podemos observar o processo de confecção do vac fix. 
FIGURA 33 – ILUSTRAÇÃO DA CONFECÇÃO DO VAC -FIX
FONTE: A autora
2.6 BELLY BOARD
Este suporte é utilizado para os tratamentos de pacientes em decúbito 
ventral, principalmente, em casos de tratamento do reto. O acessório tem 
como finalidade a retirada das alças intestinais do campo de tratamento. Esses 
imobilizadores consistem em uma prancha com orifício central para acomodar o 
abdômen. Na figura a seguir, podemos observar o acessório belly board.
112
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
FIGURA 34 – ILUSTRAÇÃO DO BELLY BOARD
FONTE: <https://www.cdrsys.ca/koilia-mikros/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021.
2.7 APOIOS DE PERNAS E PÉS 
Apoios de pernas e pés são imobilizadores utilizados para conforto do 
paciente. Eles também são muito utilizados em casos de tratamento da pelve em 
decúbito dorsal. São imobilizadores com uma estrutura de espuma que tem forma 
adequada para apoiar os joelhos flexionados e tornozelos. Na figura a seguir, 
podemos analisar alguns modelos de apoios de pernas e pés. 
FIGURA 35 – ILUSTRAÇÃO DOS APOIOS DE PERNAS E PÉS
FONTE: A autora
3 POSICIONAMENTO
O primeiro passo da simulação é analisar a ficha de tratamento do paciente, 
identificar qual a região a ser tratada e o histórico do paciente. Antes de iniciar a 
simulação, os técnicos/tecnólogos de radioterapia orientam todo o processo. 
Após a confirmação e orientação do paciente, cada serviço tem um 
protocolo de posicionamento e imobilizadores padrão para cada região a ser 
tratada. Porém, muitas vezes, a equipe precisa usar a criatividade nos casos em 
que os pacientes não se enquadram neste protocolo. O intuito é tratar o paciente 
todos os dias na mesma posição e os imobilizadores utilizados na simulação 
serão utilizados até a alta do tratamento. Portanto, a escolha do posicionamento e 
TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO
113
imobilizadores precisa ser feita de maneira cautelosa e precisa. O quadro a seguir 
é representado pela distribuição do sistema de imobilização e posicionamento 
por região anatômica. 
QUADRO 3 – DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA DE IMOBILIZAÇÃO E POSICIONAMENTO POR 
REGIÃO ANATÔMICA
Região anatômica Posicionamento Imobilizadores
Sistema Nervoso 
Central
Paciente em decúbito dorsal, 
com as mãos ao longo do 
corpo.
Máscara termoplástica, 
apoio cervical, base e 
apoio de pés
Cabeça e pescoço
Paciente em decúbito dorsal, 
com as mãos segurando o 
extensor de ombro.
Máscara termoplástica, 
apoio cervical, base e 
extensor de ombros.
Tórax e abdômen
Paciente em decúbito dorsal, 
com os braços elevados acima 
da cabeça. 
Apoios de tórax ou vac-
fix, apoio cervical e apoio 
de pés.
Mama
Paciente em decúbito dorsal, 
com os braços elevados acima 
da cabeça. Também pode ser 
posicionado em paciente em 
decúbito ventral com braços 
acima da cabeça.
Rampa de mama, apoio 
de tórax ou vac-fix, apoio 
cervical e apoio de pernas 
e pés e rampa de mama 
prona (decúbito ventral). 
Linfoma
Paciente em decúbito dorsal, 
com braços ao longo do corpo 
ou flexionado na cintura.
Máscaras, apoios cervi-
cais, base, vac-fix e apoios 
de pernas e pés.
Pelve Paciente em decúbito dorsal, mãos sobre o peito.
Travesseiros ou apoios 
cervicais e apoios de 
pernas e pés. 
Reto/Coluna 
Paciente em decúbito ventral, 
braços cruzados acima da 
cabeça.
Travesseiro de decúbito 
ventral, Belly board e 
apoios de pés em decúbito 
ventral.
Membros 
superiores e 
inferiores
O posicionamento dependerá 
da lesão (decúbito/ventral). 
Podendo o paciente ser 
invertido na mesa de tratamento 
(pés para o gantry). 
Vac-fix 
FONTE: A autora
114
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
4 AQUISIÇÕES DAS IMAGENS DE TRATAMENTO
Após toda a determinação do posicionamento e imobilizadores, o paciente 
é encaminhado para a realização de imagens. As imagens são necessárias para 
todos os cálculos de dose e planejamento. O paciente é posicionado com os 
mesmos acessórios para a realização das imagens, conforme a figura a seguir.
FIGURA 36 – ILUSTRAÇÃO DA REALIZAÇÃO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
FONTE: A autora 
As informações anatômicas e volumétricas (3D) permitem a verificação da 
dose no volume de um órgão e oferecem também a possibilidade da confirmação 
da dose no tumor, evitando doses desnecessárias nos tecidos saudáveis. O 
quadro a seguir é representado pelas aquisições das imagens para planejamento 
da radioterapia.
O posicionamento do paciente é de extrema importância para alcançar o objetivo 
do tratamento. O paciente deve sempre estar bem alinhado, confortável e imobilizado de talmaneira que não se movimente durante o tratamento.
IMPORTANT
E
Em alguns serviços do Brasil, ainda não temos tomografias dedicadas ao 
serviço de radioterapia. Então, o tomógrafo de diagnóstico passa por uma adaptação como 
a inserção de uma mesa similar ao do acelerador, o tampo de fibra de carbono deve ser 
colocado sobre a mesa do tomógrafo antes de qualquer aquisição.
NOTA
TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO
115
QUADRO 4 – AQUISIÇÕES DAS IMAGENS PARA PLANEJAMENTO DA RADIOTERAPIA
Região anatômica Limites de aquisição da imagem Parâmetros da Tomografia
Sistema Nervoso 
Central
1 cm acima da calota craniana até a 
laringe.
1,25x1,25 de espessuras do 
corte,120 Kv,450 mA e helicoidal. 
Cabeça e pescoço
1 cm acima da calota craniana até a 
região da carina.
2,5x2,5 de espessuras do corte,120 
Kv,450 mA e helicoidal.
Fov tem que inserir todo ombro.
Tórax e abdômen
1 cm acima do mento até a região 
coluna lombar (casos de tórax) para 
abdômen da área cardíaca até a 
crista ilíaca.
2,5x2,5 de espessuras do corte,120 
Kv,450 mA e helicoidal.
Mama
1 cm abaixo da orbita até o final do 
fígado.
2,5x2,5 de espessuras do corte,120 
Kv,450 mA e helicoidal.
Pelve
Coluna lombar até o fêmur 
proximal.
2,5x2,5 de espessuras do corte,120 
Kv,450 mA e helicoidal.
Fov. Máximo ou que inclua toda 
a pele.
116
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
Membros superiores e 
inferiores
Observar a região afetada, os 
limites devem percorrer 10 cm 
acima e 10 cm abaixo dos limites de 
campo determinados pelo médico, 
priorizar a região a ser irradiada.
2,5x2,5 de espessuras do corte,120 
Kv,450 mA e helicoidal.
FONTE: A autora
Existe também a possibilidade da realização de outras imagens para 
complementar o planejamento, sendo elas imagens de ressonância magnética (RM) 
ou tomografia por emissão de pósitron (PET). Essas imagens são fundidas com 
a tomografia de planejamento e auxiliam na identificação de estruturas que não 
são visíveis pela TC. Podem também fornecer informações para a confirmação do 
volume tumoral ou, até mesmo, de órgãos de risco. Na figura a seguir, podemos 
observar os tipos de fusões realizadas na radioterapia. 
FIGURA 37 – ILUSTRAÇÃO DA FUSÃO DE IMAGENS PARA RADIOTERAPIA
FONTE: A autora 
Os exames com contraste são solicitados pelos médicos. Eles mesmos avaliam 
a indicação clínica e histórica de alergia do paciente.
NOTA
TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO
117
5 DELINEAMENTOS DAS ESTRUTURAS E VOLUME TUMORAIS
Depois da realização da tomografia computadorizada, as imagens são 
transferidas para um sistema de planejamento. O próprio sistema faz uma 
reconstrução 3D e, assim, começa o processo de planejamento. No momento da 
tomografia, são inseridos marcadores radiopacos, que fornecerão a localização 
do nosso planejamento. O primeiro passo é localizar esses marcadores e definir o 
ponto de origem para o sistema. Na figura a seguir, podemos verificar a imagem 
com os marcadores. 
FIGURA 38 – ILUSTRAÇÃO DOS MACARDORES RADIOPACOS
FONTE: A autora 
O delineamento das estruturas (órgãos de risco) é necessário para possibilitar 
posteriormente a avaliação de restrição de dose e proteção dos órgãos de risco. 
A determinação do planejamento e da prescrição de dose pode ser influenciada 
pela radiossensibilidade dos órgãos de risco e, desta maneira, há a necessidade 
de realizar o delineamento de todas as estruturas para a avaliação de dose pelo 
DVH (histograma dose volume). As doses recebidas são comparadas através 
de tolerâncias tabeladas pelo QUANTEC (Análise Quantitativa Internacional 
dos efeitos clínicos em tecidos normais). A figura a seguir é a demonstração do 
delineamento das estruturas de um tratamento de neuroeixo. 
As imagens complementares são utilizadas apenas para delineamento de 
estruturas e volume tumoral. Os cálculos e a avaliação da dose são realizados apenas nas 
imagens de tomografias de planejamento.
IMPORTANT
E
118
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO
FIGURA 39 – ILUSTRAÇÃO DE DELINEAMENTO DOS ÓRGÃOS DE RISCO
FONTE: A autora 
Para o delineamento do volume tumoral, a International Commission on 
Radiation Units & Measurements (ICRU), 50, complementada pela ICRU 62 e 83, 
devem determinar as margens do volume de tratamento para a realização do 
planejamento. As definições de margens de tratamento são definidas conforme 
as recomendações da Comissão Internacional de Medidas Unidades Radiológicas 
(ICRU) 62. As principais margens de tratamento são:
• GTV (volume grosseiro do tumor): é a área macroscópica do tumor ou palpável.
• CTV (volume do alvo clínico): o volume de tecido pode conter amostras 
subclínicas da doença maligna. Portanto, com essa probabilidade, é 
recomendável a irradiação deste tecido.
• PTV (volume do alvo planejado): durante o planejamento, temos que levar 
em conta todos os movimentos internos dos pacientes, sendo assim, o médico 
decide uma margem de segurança denominada para todos os cálculos e 
distribuição de dose.
O ICRU 83 recomenda duas margens do volume de tratamento (TV) e volume 
irradiado (IV) que podem ser utilizados como um parâmetro de dose importante 
para determinados pacientes. A figura a seguir representa a determinação dos 
volumes que devem ser considerados no momento do planejamento. 
TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO
119
FIGURA 40 – ILUSTRAÇÃO DE DELINEAMENTO DOS VOLUMES TUMORAIS
 FONTE: A autora 
120
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Precisamos garantir com máximo de precisão que a radiação seja depositada 
apenas no volume tumoral, evitando as células saudáveis.
• Para garantir essa precisão da entrega da dose, precisamos utilizar acessórios 
para que não haja essa movimentação. Os acessórios de imobilização devem 
oferecer conforto ao paciente e, ao mesmo tempo, o paciente deve estar 
imobilizado para que não ocorra movimento voluntário e involuntário.
• Os imobilizadores são fabricados de diversos tipos de materiais, sendo 
utilizados para manter o posicionamento do paciente. Todos os imobilizadores 
são fabricados com materiais que não podem afetar a atenuação do feixe de 
radiação e nem produzir artefatos nas imagens de planejamento.
• As máscaras termoplásticas são materiais desenvolvidos para facilitar a 
imobilização em pacientes que são submetidos ao tratamento de tumores na 
região do crânio ou cabeça e pescoço, porém, podem ser utilizadas em outras 
regiões anatômicas.
• Para moldar a máscara, é necessária uma base de fixação juntamente com o 
apoio cervical e a base fixa na mesa de tratamento. Os apoios cervicais têm 
como finalidade apoiar a cabeça e posicionar a coluna cervical.
• Em tratamentos de cabeça e pescoço, é necessária a imobilização dos ombros para 
evitar os ombros no campo de radiação. No momento da confecção da máscara, o 
paciente deve segurar as duas alças tracionando os ombros para baixo.
• Rampa de mama é constituída por uma prancha de fibra de carbono e uma 
base que possui diversas angulações. Para a elevação dos braços, o acessório 
conta com suportes que são posicionados com a finalidade de manter o braço 
na mesma posição e ajustável conforme as necessidades da paciente.
• O vac fix é um colchão flexível que, no seu interior, possui flocos de isopor 
que, quando é retirado o ar de dentro através de uma bomba de vácuo, ele se 
transforma em um material rígido, com o formato do corpo do paciente.
• Belly board é o suporte utilizado para o tratamento de pacientes em decúbito 
ventral, principalmente, em casos de tratamento do reto. O acessório tem 
como finalidade a retirada das alças intestinais do campo de tratamento.
• Apoios de pernas e pés são imobilizadores utilizados para conforto do 
paciente. Eles também são muito utilizados em casos de tratamento da pelve 
em decúbito dorsal.
121
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CHAMADA
• O intuito é trataro paciente todos os dias na mesma posição e com 
imobilizadores utilizados na simulação até a alta do tratamento. Portanto, 
a escolha do posicionamento e imobilizadores precisa ser feita de maneira 
cautelosa e precisa.
• Após toda a determinação do posicionamento e imobilizadores, o paciente é 
encaminhado para a realização de imagens. As imagens são necessárias para 
todos os cálculos de dose e planejamento.
• Existe também a possibilidade da realização de outras imagens para 
complementar o planejamento, sendo elas imagens de ressonância magnética 
(RM) ou tomografia por emissão de pósitron (PET).
• Depois da realização da tomografia computadorizada, as imagens são 
transferidas para um sistema de planejamento. O próprio sistema faz uma 
reconstrução 3D e, assim, começa o processo de planejamento.
• O delineamento das estruturas (órgãos de risco) é necessário para possibilitar 
posteriormente a avaliação de restrição de dose e proteção dos órgãos de 
risco. A determinação do planejamento e da prescrição de dose podem ser 
influenciadas pela radiossensibilidade dos órgãos de risco.
• Para o delineamento do volume tumoral, a International Commission on 
Radiation Units & Measurements (ICRU) 50, complementada pela ICRU 62 e 
83, devem determinar as margens do volume de tratamento para a realização 
do planejamento.
122
1 Como sabemos a radioterapia tem o intuito de entregar uma dose de 
radiação para destruir e/ou desacelerar as células cancerígenas. Para 
garantir a precisão dessa dose entregue no volume tumoral, precisamos 
utilizar acessórios para que não haja essa movimentação. Considerando 
essas informações e seus conhecimentos sobre os imobilizadores, leia as 
sentenças a seguir. 
I- Os imobilizadores são fabricados de diversos tipos de matérias, sendo 
utilizados para manter o posicionamento do paciente. Todos os 
imobilizadores são fabricados com materiais que não podem afetar a 
atenuação do feixe de radiação.
II- As máscaras termoplásticas são materiais desenvolvidos para facilitar a 
imobilização em pacientes que são submetidos ao tratamento de tumores 
na região do crânio ou cabeça e pescoço, porém não podem ser utilizadas 
em outras regiões anatômicas.
III- Rampa de mama é constituído por uma prancha de fibra de carbono e uma 
base que possui diversas angulações. Para a elevação dos braços, o acessório 
conta com suportes que são posicionados com a finalidade de manter o braço 
na mesma posição e ajustável conforme as necessidades da paciente.
IV- Belly board é um suporte utilizado para os tratamentos de pacientes em 
decúbito ventral, principalmente, em casos de tratamento de reto. Esse 
acessório tem como finalidade a retirada das alças intestinais do campo de 
tratamento.
V- Apoios de pernas e pés são imobilizadores utilizados para conforto do 
paciente. Eles também são muito utilizados em casos de pelve em decúbito 
dorsal.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas. 
2 Podemos afirmar que o intuito é tratar o paciente todos os dias na 
mesma posição com os mesmos imobilizadores utilizados até a alta do 
tratamento. Considerando essas informações e seus conhecimentos sobre 
o posicionamento e imobilizadores para as regiões anatômica, leia as 
sentenças a seguir. 
I- Para os tratamentos de sistema nervoso central, o ideal é o paciente estar 
posicionado em decúbito dorsal, com as mãos ao longo do corpo. Os 
imobilizadores utilizados são máscara termoplástica e apoio cervical. 
Para maior conforto do paciente, são utilizados apoios de pernas e pés.
AUTOATIVIDADE
123
II- Em tratamentos de mama, podemos utilizar os imobilizadores como a 
rampa de mama ou, para uma maior fixação, o vac-fix e apoios de pernas 
e pés. Já para o posicionamento, recomenda-se em decúbito dorsal, os 
braços elevados acima da cabeça ou o braço em questão elevado e o outro 
ao longo do corpo.
III- Para tratamentos de tórax e abdômen, recomenda-se o uso apenas de apoios 
cervicais e apoios de pernas e pés. Posicionamento em decúbito ventral.
IV- Em tratamentos de pelve como (próstata e colo de útero), o paciente 
deve ser posicionado em decúbito dorsal, mãos cruzadas no peito. Como 
imobilizadores podem ser utilizados travesseiros ou apoio cervical e 
apoios de pernas e pés.
V- Pacientes com tumores no reto, devem ser posicionados em decúbito 
ventral, com as mãos elevadas acima da cabeça. Os imobilizadores podem 
ser travesseiros de decúbito ventral e belly board.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas. 
3 Após toda a determinação do posicionamento e imobilizadores, o paciente é 
encaminhado para a realização de imagens. As imagens são necessárias para 
todos os cálculos de dose e planejamento. Considerando essas informações 
e seus conhecimentos sobre a aquisição de imagens e delineamento das 
estruturas e volumes de tratamento, leia as sentenças a seguir. 
I- São as imagens de tomografia computadorizada (TC) que permitem 
a verificação da dose no volume de um órgão e oferecem também a 
possibilidade da conformação da dose no tumor, evitando assim as doses 
desnecessárias nos tecidos saudáveis.
II- As imagens complementares, como (RM e PET-CT), são utilizadas apenas 
para delineamento de estruturas e volume tumoral.
III- Depois da realização da tomografia computadorizada, as imagens são 
transferidas para um sistema de planejamento. O próprio sistema faz 
uma reconstrução 3D e assim começa o processo de planejamento.
IV- O delineamento das estruturas (órgãos de risco) é necessário para 
possibilitar posteriormente a avaliação de restrição de dose e proteção dos 
órgãos de risco. Há determinação do planejamento e da prescrição de dose.
V- O delineamento é importante para avaliação de dose dos órgãos de risco e 
para sua preservação. Sabemos através de uma tabela de tolerância quais 
são essas restrições.
VI- Para o delineamento do volume tumoral, a International Commission on 
Radiation Units & Measurements(ICRU) 50, complementada pela ICRU 
62 e 83, devem determinar as margens do volume de tratamento para a 
realização do planejamento.
124
Dessas afirmações; quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas. 
125
REFERÊNCIAS
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uma proposta de protocolo de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, 
[s.l.], v. 60, n. 3, p. 331-335, jun. 2007.
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Gomes da Silva (INCA). Estimativa 2020 incidência de câncer no Brasil. 2020. 
Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2020-
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Gomes da Silva (INCA). Atualização para técnicos em radioterapia / Instituto 
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BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. TECDOC - 1151: aspectos 
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técnicos em radioterapia. Rio de Janeiro: INCA, 2000b.
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Tradução de Sandro Martins Dolghi et al. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 
CAMARGO, Andre Vinicius de. Planejamento 3d em radioterapia. São Paulo: 
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CARVALHO, Heloisa de Andrade. Radioterapia no câncer de pulmão.J Pneumol, 
São Paulo, v. 6, n. 28, p. 345-350, out. 2000.
GLASSER, O. William Conrad Roentgen and the early story of the Roentgen Rays. 
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KHAN, F. M. Capítulo 4: clinical radiation generators. The physics of radiation 
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LIMA, Rodrigo da Silva; AFONSO, Júlio Carlos; PIMENTEL, Luiz Cláudio 
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TILLY JUNIOR, João Gilberto. Física radiológica. Rio de Janeiro: Gênio, 2010. p. 263.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 
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VOGIN, Guillaume; FORAY, Nicolas. The law of Bergonié and Tribondeau: a nice 
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Acesso em: 4 abr. 2021. 
127
UNIDADE 3 — 
TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer as principais técnicas de planejamentos utilizadas na radioterapia 
e a sua evolução ao longo do tempo; 
• aprender sobre as técnicas de tratamentos especiais e que envolvem alta 
tecnologia; 
• saber os processos de garantia de qualidade; 
• compreender a importância da proteção radiológica na radioterapia.
 Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – TÉCNICAS DE TRATAMENTO
TÓPICO 2 – GESTÃO DE QUALIDADE
TÓPICO 3 – PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
128
129
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, os objetivos deste tópico são apresentar todas 
as informações detalhadas sobre as técnicas de tratamento; conhecer os 
planejamentos e parâmetros utilizados para o cálculo de dose; compreender a 
evolução das técnicas de tratamento e quais são os benefícios do tratamento.
Aprenderemos a diferença entre os tratamentos nas principais regiões 
anatômicas, os tratamentos especiais e complexos e o processo como um todo e, 
também, suas vantagens comparadas ao tratamento convencional.
O paciente que necessita do tratamento radioterápico é submetido a 
diversas etapas que envolvem muitos profissionais, como já estudamos nas 
unidades anteriores. A etapa de planejamento e cálculo da dose de radiação é 
importante para o paciente, sendo que um desvio dessa dose pode gerar sérias 
consequências para o sucesso do tratamento e, desta maneira, é necessário que 
o técnico/tecnólogo em radioterapia tenha ciência das técnicas de tratamento 
e os conceitos principais que envolvem o cálculo da dose. Este conhecimento 
promoverá exatidão e sucesso para execução do tratamento.
 Após todo o processo de simulação e aquisição de imagens, o passo 
seguinte é a realização do planejamento físico e o cálculo da dose. Entretanto, 
é necessário, para o sucesso deste processo, seguir os seguintes critérios: a 
determinação do volume a ser irradiado, o fracionamento de dose e a prescrição 
de dose realizada pelos médicos. A etapa de planejamento envolve muitos 
parâmetros para o cálculo, sendo eles: energia, entrada de campos, fracionamento 
e dose. No quadro a seguir, podemos encontrar alguns conceitos importantes 
para o cálculo de dose, bem como nomenclaturas utilizadas nesse processo. 
QUADRO 1 – NOMENCLATURAS E CONCEITOS PARA O CÁLCULO DE DOSE
Conceito/nomenclaturas Descrição
Dose
Representa a dose absorvida, medida em um 
ponto específico no meio e se refere à energia 
depositada naquele ponto. A unidade para a 
dose é o Gray (Gy), que é igual a 1 Joule/kg.
TÓPICO 1 — 
TÉCNICAS DE TRATAMENTO
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
130
Profundidade
A profundidade é a distância abaixo da 
superfície da pele onde a dose deve ser 
aplicada, sendo definida por meio de imagens 
diagnósticas.
Diâmetro ântero-posterior 
(DAP)
É a distância entre a superfície anterior e a 
posterior do paciente, medida no centro do 
campo de irradiação.
Diâmetro látero-lateral (DLL)
É a distância entre as superfícies lateral 
esquerda e direita do paciente, medida no 
centro do campo de irradiação.
Isocentro
O isocentro é a intercecção do eixo de rotação 
do gantry e o eixo de rotação do colimador 
da unidade de tratamento, sendo um ponto 
espacial.
Distância foco eixo (SAD – 
source – axisdistance) SAD é a distância entre o foco ou a fonte de 
raios X (gama) e o isocentro do equipamento 
de tratamento. Atualmente, os equipamentos 
de tratamento são desenhados de maneira 
que o gantry rode em torno deste ponto de 
referência. Nos tratamentos isocêntricos, o 
gantry gira ao redor do ponto que se situa no 
interior do paciente, modificando assim a SSD 
a cada ângulo posicionado.
 Distância foco pele (SSD – 
source -skindistance): SSD é a distância entre a fonte (foco) e a pele 
do paciente ou do fantoma (objeto simulador). 
Essa distância é verificada com o auxílio da 
escala luminosa existente no equipamento. 
Podemos trabalhar com distâncias de 80cm 
(no caso de equipamentos de telecobalto e 
alguns aceleradores lineares) e 100cm (como é 
o caso da maioria dos aceleradores lineares de 
construção mais recente).
Tamanho de campo
O tamanho de campo se refere às dimensões 
físicas colocadas no colimador correspondente 
ao campo de tratamento na distância de 
referência. Esse tamanho de campo representa 
o tamanho da abertura do colimador na 
condição de isocentro. 
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
131
Filtro
O filtro é um importante instrumento na 
otimização de um tratamento em radioterapia. 
Ele pode ser usado para compensar ausência 
de tecidos, gradientes de dose, modificar o 
feixe conforme o formato do tumor. 
Bloco de chumbo 
Os blocos de chumbo são utilizados para a 
colimação e proteção de órgãos de riscos ou 
tecidos próximos ao tumor. Parao suporte dos 
blocos, existem bandejas que são inseridas na 
máquina. Esses fatores influenciam o cálculo 
de dose e modificam o feixe original.
Bólus
Algumas técnicas de tratamento necessitam 
que a região de dose máxima dos feixes seja 
deslocada para a superfície da pele. Para 
esse fim, são usados os bólus. O bólus é um 
acessório confeccionado com material de 
densidade semelhante à do tecido mole do 
corpo humano. 
FONTE: A autora
Além dos fatores citados no quadro anterior, existem outros que são utilizados 
para o cálculo de dose. Se você quiser aprofundar-se nesse assunto, leia livros de física das 
radiações voltados para a radioterapia.
DICAS
2 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 2D
O planejamento 2D é realizado através de imagens planares, como 
radiografias realizadas nos próprios aparelhos ou em equipamentos de 
radiodiagnósticos. No tratamento com técnicas 2D, as margens de tratamento são 
maiores e, consequentemente, promove toxicidade maior aos tecidos sadios.
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
132
O processo de realização da técnica se inicia quando o médico determina 
a área a ser irradiada através das imagens do próprio raios-x ou pela anatomia 
topográfica. Durante o processo de simulação, o físico médico analisa e confere 
todos os parâmetros para o cálculo manual. Normalmente, a distribuição dos 
campos pode ser única, paralela oposta ou até mesmo com a possibilidade de até 
quatro entradas de campo. Na figura a seguir, podemos analisar os tratamentos 2D.
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO DE TRATAMENTOS 2D
FONTE: A autora
Em alguns tratamentos com técnica 2D em superfícies irregulares, há 
a necessidade da realização de um contorno para a aquisição de um volume 
tridimensional. O processo é realizado com um fio de estanho e moldado no corpo 
do paciente e, em seguida, é projetado em uma folha e transferido para o sistema 
para o cálculo. Na figura a seguir, é possível visualizar como esse processo é 
realizado. O contorno do paciente tem como finalidade a distribuição de dose do 
plano de tratamentoe de analisar o comportamento da dose através das curvas 
de isodoses.
As duas nomenclaturas utilizadas para a imagem são checkfilm e portal film. Esses 
são métodos utilizados para verificar se o campo de irradiação está posicionado de acordo 
com a simulação e o planejamento do tratamento.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
133
FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO DA REALIZAÇÃO DO CONTORNO PARA A DISTRIBUIÇÃO DE DOSE
FONTE: A autora
As curvas de isodose são uma ferramenta importante para a avaliação do 
plano de tratamento. As curvas são representadas por um conjunto de pontos 
com a mesma dose. Um exemplo é a curva de 95% que é representada por 95% 
da dose prescrita. Na figura a seguir, é possível analisar as curvas de isodose e 
verificar a diferença na distribuição da isodose com a utilização do filtro.
FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO CURVA DE ISODOSE
FONTE: A autora
Percebe-se que a utilização do planejamento é necessária a utilização de 
filtros para homogeneidade da dose ou campos modulados para retirar pontos 
quentes (são regiões que expressam a taxa e uniformidade da dose em relação aos 
volumes dos órgãos). Quanto maiores são as porcentagens da dose, maior será a 
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
134
dose neste ponto (na figura anterior, eles são vistos como uma “ilha” vermelha). Esses 
pontos quentes são evitados com a utilização de blocos ou sistemas de colimação 
de múltiplas folhas (MLC), evitando assim a toxicidade e efeitos indesejáveis 
desnecessários para os pacientes. Os filtros fornecem angulações e sentidos para 
compensar os tecidos. Nota-se que a região de falta de tecido necessita do filtro para 
homogeneizar a dose de radiação de modo que as curvas fiquem todas distribuídas 
no tecido mamário.
No quadro a seguir, podemos aprender sobre os principais tratamentos com 
as técnicas de planejamento 2D; compreender quais são os parâmetros utilizados 
para o cálculo de dose e a distribuição de dose.
QUADRO 2 – PRINCIPAIS TRATAMENTO COM AS TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO 2D
Região anatômica Parâmetros do planejamento Demonstração
Sistema Nervoso 
Central
O planejamento é composto de 
campos latero-lateral, com giro 
no colimador para retirada 
dos olhos. Os principais 
parâmetros utilizados são 
distância (DLL) e tamanhos de 
campo.
Cabeça e pescoço
Geralmente os tratamentos 
de cabeça e pescoço 2d e 3d 
são feitos com dois campos 
latero-laterais na região 
cervical e um campo direto 
na fossa supraclavicular 
(FSC). É importante cuidar 
com a região entre a FSC e o 
campo lateral. Outra questão 
é que, em alguns casos, há 
a necessidade da utilização 
de filtro (geralmente 15º) 
para compensar a ausência 
de tecido na região cervical. 
Os principais parâmetros 
utilizados são distância (DLL/
DAP), tamanhos de campo e 
realização do contorno para a 
distribuição de dose.
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
135
Tórax
O planejamento é composto 
de campos ântero-posterior. 
Os principais parâmetros 
utilizados são distância (DLL/
DAP), tamanhos de campo e 
realização do contorno para a 
distribuição de dose.
Mama
O planejamento consiste em dois 
campos opostos tangentes com 
hemibloqueio ou isocêntrico. 
O médico, com auxílio de uma 
imagem de raios-x do campo 
medial, determina e analisa 
a profundidade pulmonar. 
Os principais parâmetros 
utilizados são distância (DLL/
DAP), tamanhos de campo 
e realização do contorno. 
São utilizados filtros para 
compensar as regiões menos 
espessas da mama e para 
fornecer uma distribuição 
de dose. Existem também 
planejamentos de mama como 
o campo de FSC, porém, é 
necessário giro de mesa para 
retirar a divergência. Para fossa 
a angulação do gantry é em 
torno de 15° graus para retirar a 
tiroide do campo de tratamento.
Pelve
O planejamento é feito em 
quatro campos (anterior, 
posterior, lateral direito e lateral 
esquerdo), segundo os limites 
topográficos dos tamanhos 
dos campos de irradiação 
definidos pelo médico para 
cada caso em particular. 
Os principais parâmetros 
utilizados são distância (DLL/
DAP), tamanhos de campo e 
realização do contorno.
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
136
Reto
O planejamento consiste 
em 3 campos (posterior, 
latero-lateral). Os principais 
parâmetros utilizados são 
distância (DLL/DAP), tamanhos 
de campo e realização do 
contorno. São utilizados filtros 
para compensar as regiões 
menos espessas. 
FONTE: A autora 
3 TRATAMENTOS COM FEIXES DE ELÉTRONS
O tratamento com feixe de elétrons utiliza os mesmos fracionamentos de um 
tratamento de fótons e os efeitos biológicos também são similares comparados aos 
tratamentos com fótons. O tratamento é realizado com campos únicos diretamente 
na lesão de maneira que são indicados para lesões superficiais na pele.
Para o tratamento de feixes de elétrons, utiliza-se cones (aplicadores de 
elétrons). Os cones mantêm os feixes de elétrons coesos e, se não forem utilizados, 
a penumbra do campo aumentaria consideravelmente de maneira que a dose 
aumentaria nos tecidos adjacentes sem necessidade. Na figura a seguir, podemos 
analisar o tratamento com cone de elétrons. 
FIGURA 4 – ILUSTRAÇÃO DE TRATAMENTOS DE ELÉTRONS
FONTE: A autora 
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
137
4 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 3D-CRT
O grande progresso da radioterapia foi com o advento da criação da 
tomografia computadorizada, em 1971, por Godfrey Hounsfield. Anteriormente, 
os tratamentos eram realizados com imagens planares como raios-x, que geravam 
incertezas relacionadas às dimensões exatas do tumor e os órgãos próximos. 
Após o surgimento da tomografia e softwares, foi possível o desenvolvimento 
dos sistemas de planejamentos. Esses sistemas permitiram uma avaliação precisa 
das doses entregues aos tecidos sadios; e a distribuição e conformação da dose no 
volume alvo (PERES, 2018). Na figura a seguir, podemos analisar a distribuição 
de dose de um planejamento tridimensional.
FIGURA 5 – ILUSTRAÇÃO DE PLANEJAMENTO 3D-CRT
FONTE: A autoraO processo da técnica 3D-CRT se inicia com a aquisição das imagens 
volumétricas tridimensionais. O paciente realiza a tomografia de planejamento 
com o mesmo posicionamento e os mesmos acessórios que utilizou no momento 
da simulação. Após a aquisição das imagens, elas são transferidas para o sistema 
de planejamento. O delineamento das estruturas é importante e necessário para a 
avaliação qualitativa e quantitativa de dose no plano de tratamento do paciente. 
A avaliação dos órgãos se dá através do histograma dose volume (DVH). 
Prezado acadêmico, em tratamentos com feixes de elétrons, também podem 
ser utilizados bólus para aumentar a dose na pele do paciente.
IMPORTANT
E
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
138
O primeiro passo para a realização do planejamento é a definição do 
isocentro de tratamento. A marcação realizada na tomografia é deslocada para 
o centro do tumor e esse será o ponto de todo o tratamento. A figura a seguir é a 
demonstração dessa localização de tratamento.
FIGURA 6 – ILUSTRAÇÃO DA DEFINIÇÃO DO ISOCENTRO
FONTE: A autora 
Logo após a definição do isocentro, inicia-se a inserção de todos os parâmetros, 
como a definições das entradas de campo, escolha da energia, angulações de gantry, 
colimador e mesa. Outro momento importante do planejamento é a colimação dos 
órgãos que não necessitam ser irradiados. Na figura a seguir, podemos observar 
uma visão das colimações realizadas pelo sistema de planejamento.
FIGURA 7 – ILUSTRAÇÃO DAS COLIMAÇÕES REALIZADAS PELO SISTEMA DE PLANEJAMENTO
FONTE: A autora 
Percebe-se que a figura (A) é a colimação realizada por blocos de chumbos 
que são desenhos e realizados por uma oficina de blocos. Já a figura (B) é a 
conformação dos Colimadores de múltiplas lâminas (MLC) do próprio aparelho.
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
139
Após toda a inserção dos parâmetros, o sistema fornece ferramentas para 
verificação da dose em toda a região anatômica do paciente. Uma das ferramentas 
é a visualização das doses de maneira tridimensional. Para qualificar e quantificar 
a dose nos órgãos de risco e volume tumoral, é possível analisar o gráfico do 
DVH. Ele contabiliza qual o volume de uma determinada estrutura recebe de 
dose. No gráfico a seguir, podemos analisar o gráfico de dose e volume. 
GRÁFICO 1 – ILUSTRAÇÃO DO HISTOGRAMA DOSE VOLUME 
FONTE: A autora 
Percebe-se que cada linha é representada por um órgão e/ou volumes 
tumorais (GTV, CTV e PTV), sendo que o eixo y condiz com o volume e, no eixo 
x, encontra-se a dose que todos os órgãos estão recebendo no planejamento.
A distribuição de dose no volume é essencial para avaliação do plano, 
porém, existem outros critérios a serem avaliados que influenciam a decisão 
clínica. São eles:
• Dose máxima e dose mínima ao volume alvo. 
• Dose máxima, dose média e mediana nos órgãos que estão próximos ao tumor.
• Além dos tópicos citados anteriormente, existem tabelas de restrições de dose 
nos órgãos de riscos e as tolerâncias que são recomendadas.
Vale lembrar que cada paciente possui seus blocos próprios. Eles são 
confeccionados para cada paciente através da sua tomografia. Os blocos também são 
confeccionados para cada angulação de gantry, mesa ou colimador.
IMPORTANT
E
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
140
QUADRO 3 – PRINCIPAIS TRATAMENTOS COM AS TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO 3D-CRT
Região anatômica Parâmetros do planejamento Demonstração
Sistema Nervoso 
Central
Os planejamentos de 
sistema nervoso podem 
variar conforme a lesão 
do paciente, podendo 
ser utilizados angulações 
de mesa e gantry para 
conformar a dose.
Cabeça e pescoço
O planejamento de cabeça 
e pescoço são utilizados 
de 5 a 7 campos para 
poupar a medula espinhal 
do paciente. Geralmente, 
são lesões intensas devido 
à irradiação de toda a 
cadeia linfática. 
Pelve
Os planejamentos de pelve 
são compostos de quatro 
campos, como angulações 
0°, 180°, 270°, 90°.
Reto
Os planejamentos de reto 
devem evitar os campos 
nas alças intestinais. Por 
esse motivo o paciente é 
posicionado em decúbito 
ventral. Então as 
angulações são definidas, 
evitando essa área.
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
141
Próstata
Para os planejamentos de 
próstata, são definidos 
conforme as necessidades 
do paciente. Os planos 
são compostos de quatro 
campos (0°, 180°, 270°, 
90°) ou cinco campos ou 7 
campos oblíquos posterior 
e oblíquos anterior.
Tórax 
Para os planos de tórax, 
é sempre importante 
poupar o pulmão 
contralateral da lesão. 
Então as angulações são 
definidas para poupar os 
tecidos que não necessitam 
dessa radiação.
Mama
No planejamento de 
mama 3D-RCT, são 
utilizados dois campos 
tangentes paralelos 
opostos, que garantem 
a melhor distribuição de 
dose e contribuem para a 
cobertura do PTV. 
FONTE: A autora
5 TÉCNICA DE TRATAMENTO IMRT
Com a finalidade de oferecer melhores benefícios e promover uma melhor 
qualidade de vida aos pacientes que realizam esses tratamentos, a radioterapia 
vem, constantemente, evoluindo com o desenvolvimento de tecnologia para 
proporcionar aos pacientes menores toxicidades do tratamento. 
O processo de evolução da radioterapia surgiu com o desenvolvimento de 
softwares que possibilitaram a criação e inovação de sistemas de planejamento. Com 
o surgimento da radioterapia guiada por imagem (IGRT), é possível a visualização 
do volume alvo e a redução de erros gerados pela movimentação interna dos órgãos 
e externa, causados por movimentos involuntários do paciente. Os benefícios 
oferecidos permitem a redução do volume alvo de planejamento (PTV) e o 
escalonamento de dose (SALVAJOLI, 2013). Na figura a seguir, podemos analisar a 
diferença entre as técnicas de IMRT com os tratamentos convencionais 3DCRT.
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
142
FIGURA 8 – ILUSTRAÇÃO DA DIFERENÇA ENTRE AS TÉCNICAS DE IMRT COM OS 
TRATAMENTOS CONVENCIONAIS 3DCRT
FONTE: Almeida (2012, p. 15)
O IMRT é uma técnica que consiste em feixes de fótons de intensidade 
bidimensional que são utilizados para atingir a distribuição desejada, promovendo 
a administração de altas doses no leito tumoral. Nesta técnica, utiliza-se o chamado 
planejamento inverso. Este se inicia com a inserção de parâmetros específicos 
para um tratamento, sendo os seguintes: o número de campos, energia, ângulos 
de incidência e, principalmente, os objetivos como prescrição de dose no volume 
alvo e as restrições nos órgãos adjacentes ao tumor. O algoritmo computacional 
encontra uma distribuição de dose desejável. Esse processo é denominado 
otimização (ALMEIDA, 2012). Veja na figura a seguir a ilustração do processo de 
planejamento de IMRT.
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO PELO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DE IMRT
FONTE: Almeida (2012, p. 22)
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
143
Com base nesse processo, o algoritmo desenvolve suas funções com base 
nos volumes e objetivos para definir e segmentar cada um dos campos em unidades 
bidimensionais de fluências que são denominados de “beamlets”. Sendo assim, a 
cada modificação dos “beamlets”, os histogramas dose volume (DVH) demonstram 
as doses desejáveis para plano de tratamento (MEDEIROS, 2018).
Existem dois tipos de técnicas de IMRT, a “sliding-window “e a “step-and-
shoot”. Esta última utiliza uma série de subcampos sobrepostos a fim de produzir 
uma melhor fluência do serviço. Neste sistema a posição do gantry é estático, 
assim como o movimento das lâminas é contido durante a irradiação (ALMEIDA, 
2012). A figura a seguir evidencia a técnica supracitada.
FIGURA 10 – ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA DE IMRT STEP-AND-SHOOT
FONTE: Almeida (2012, p. 25)
Portanto, com a técnica “sliding-window”, há a movimentação das lâminas 
durante a liberação do feixe, com velocidades variáveis e sendo mais ágil que 
a técnica “step-and-shoot”. As desvantagens são que nem todos os aparelhos 
conseguem executá-las devido à velocidade das MLC e as taxas de dose do 
aparelho precisam ser mais elevadas (SAKURABA, 2015). Na Figura a seguir, 
observa-se a representação do deslocamentodas lâminas em razão do tempo 
para cada momento de irradiação do feixe.
FIGURA 11 – ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA DE IMRT SLIDING-WINDOW
FONTE: Almeida (2012, p. 26)
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
144
6 TÉCNICA DE TRATAMENTO VMAT
A técnica de tratamento VMAT é definida como radioterapia volumétrica 
em arco. A entrega da dose consiste na rotação do gantry em torno do seu eixo com 
a movimentação das MLC, enquanto acontece a liberação do feixe (WATANABE, 
2015). A modalidade de tratamento VMAT oferece uma distribuição de dose com 
alta conformidade e preserva os tecidos normais. Uma das vantagens adicionais é 
o tempo de tratamento, que é reduzido comparado à técnica IMRT (SAKURABA, 
2015). Na figura a seguir, é demonstrada a representação do planejamento em arco.
FIGURA 12 – ILUSTRAÇÃO TÉCNICA DE TRATAMENTO VMAT
FONTE: A autora
Apesar das vantagens serem evidentes na técnica, há também algumas 
desvantagens. O processo de planejamento e controle de qualidade são exigências 
solicitadas por essa técnica. Requer muita complexidade e tempo de experiência 
dos profissionais que a executam. O posicionamento do paciente requer uma 
precisão maior, por mais que a duração do tratamento seja extremamente rápida, é 
necessário realizar todos os controles durante as aplicações, como as conferências 
de imagens e parâmetros (SAKURABA, 2015; WATANABE, 2015).
Vale a pena investir um pouco de tempo e assistir a alguns vídeos no Youtube 
de aulas sobre o IMRT. Assim você poderá visualizar como a técnica funciona na prática. 
DICAS
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
145
Existe também a terapia em arco através de um aparelho denominado 
tomoterapia. A tomoterapia combina um acelerador linear e um tomógrafo, em 
que a entrega de dose é de forma helicoidal. A grande vantagem da utilização da 
tomoterapia é a possibilidade de adaptar o plano de tratamento após ou durante 
cada sessão de tratamento (SAKURABA, 2015). 
7 TÉCNICAS DE TRATAMENTO ESPECIAIS
A radioterapia também consiste em técnicas de tratamentos especiais. 
Elas podem ser representadas por doses hipofracionadas ou também por técnicas 
complexas como intraoperatória, irradiação de corpo total (TBI), irradiação 
total de pele (TSI), radiocirugia, neuro-eixo e manto. O intuito é conhecer esses 
tratamentos e como são realizados na radioterapia.
7.1 INTRAOPERATÓRIA
A radioterapia intraoperatória consiste em um procedimento que utiliza 
radiação em âmbito cirúrgico. Essa técnica realiza uma aplicação de radiação no 
próprio acelerador linear durante a cirurgia. A dose de radiação é alta, sendo 
uma aplicação apenas no volume tumoral, preservando ao máximo os tecidos 
sadios (SALVAJOLI, 2013). Na figura a seguir, podemos analisar o procedimento 
de radioterapia intraoperatória. 
FIGURA 13 – ILUSTRAÇÃO TÉCNICA DE RADIOTERAPIA INTRAOPERATÓRIA
FONTE: <https://desayunoconfotones.org/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
A radioterapia intraoperatória é indicada para pacientes em que a retirada 
do tumor é mais difícil durante a cirurgia. Esse procedimento integra uma 
abordagem da equipe multidisciplinar entre a cirurgia e radioterapia. Na figura 
a seguir, são descritos os fundamentos principais para a realização da técnica 
intraoperatória. 
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
146
FIGURA 14 – ILUSTRAÇÃO DOS FUNDAMENTOS PRINCIPAIS PARA A REALIZAÇÃO DA TÉCNICA 
INTRAOPERATÓRIA
FONTE: A autora
A técnica intraoperatória para neoplasias de mama consiste em uma 
cirurgia de mama conservadora. Logo após, é inserido um disco de chumbo 
de 3mm sobre a musculatura do peitoral do paciente com intuito de proteger 
a parede torácica. Na figura a seguir podemos observar a demonstração da 
inserção do disco de chumbo (BROMBERG et al., 2007). Em seguida, o paciente é 
encaminhado para a sala de radioterapia para realizar o tratamento. A irradiação é 
realizada com feixe de elétrons, com dose administrada de 21Gy, sendo utilizado 
um cone especial conforme é demonstrado na figura a seguir. 
FIGURA 15 – ILUSTRAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE INTRAOPERATÓRIO PARA NEOPLASIAS DE MAMA
FONTE: Bromberg et al. (2007, p. 107)
Você sabia que os casos mais frequentes em que é indicada a radioterapia 
intraoperatória são para neoplasia de mama?
NOTA
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
147
7.2 IRRADIAÇÃO DE CORPO TOTAL (TBI)
A técnica de irradiação de corpo total (TBI) é utilizada para irradiar as 
células tumorais em doenças disseminadas no corpo inteiro. O tratamento é 
indicado para pacientes com imunossupressão (redução da atividade ou eficiência 
do sistema imunológico) como leucemia. O tratamento TBI é realizado antes do 
transplante de medula óssea para que não haja rejeição das células (PERES, 2018). 
FIGURA 16 – ILUSTRAÇÃO DO TRATAMENTO DE TBI
FONTE: Khan (1994, p. 49)
O tratamento consiste em seis frações, sendo elas divididas em duas 
aplicações por dia, com intervalo de 6 horas entre elas. Esse tempo é calculado 
para que as células da medula completem o ciclo celular. Sendo assim, quanto 
maior o número de células do ciclo celular em fases de radiossensibilidade, maior 
será a quantidade de células inativadas, para que o paciente receba o transplante 
sem rejeição (PERES, 2018).
A técnica consiste em irradiar o corpo inteiro do paciente. Para isso, é 
inserido o máximo do campo de tratamento, sendo 40x40cm². O paciente precisa 
estar a uma certa distância da fonte. Normalmente, o paciente é posicionado 
próximo às paredes laterais da sala de tratamento. Isso é feito para que o campo 
englobe todo o corpo do paciente.
7.3 IRRADIAÇÃO TOTAL DE PELE (TSI)
Esses tratamentos são indicados para doenças cutâneas como micose 
fungoide e sarcoma de Kaposi. Sendo assim, uma alta dose de radiação é entregue 
na superfície do corpo do paciente. Para esse tratamento, é necessária a utilização 
de feixes de elétrons para uma distribuição de dose superficial comparada aos 
tratamentos com fótons que a dose é na profundidade (KHAN, 1994).
O tratamento de TSI consiste em irradiar toda a pele do paciente, portanto, 
há a necessidade de o paciente estar distante da fonte de irradiação assim como 
a técnica de TBI citada anteriormente. Na técnica de TSI, o paciente também fica 
próximo da parede lateral da sala em uma placa móvel. Durante o tratamento, 
o paciente fica em várias posições de tratamento. Na figura a seguir, podemos 
observar o tratamento de TSI. 
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
148
FIGURA 17 – ILUSTRAÇÃO IRRADIAÇÃO TOTAL DE PELE (TSI)
FONTE: <https://www.einstein.br/noticias/noticia/nova-tecnica-tsi>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
7.4 RADIOCIRURGIA
A radiocirurgia consiste em uma técnica especial que utiliza arcos para a 
distribuição de dose em lesões pequenas (de até 3x3cm²). O tratamento é indicado 
para lesões cerebrais como tumores cerebrais pediátricos, metástases ou recidivas 
cerebrais e, inclusive, para tratamentos de lesões benignas, como gliomas, 
adenomas pituitários, neuragia de trigêmeo, má-formação arteriovenosa (MAV), 
meningeomas da base do crânio, entre outros. A radiocirurgia é um tratamento com 
radiação, não sendo um procedimento invasivo ao paciente (SALVAJOLI, 2013).
É um tratamento de alta complexidade e precisão, sendo entregue uma dose 
de radiação alta em pequenos lesões, sendo também administrada em poucas frações 
de maneira única ou até cinco aplicações. Portanto, com uma dose alta aplicada 
ao tumor, em fracionamento menor (entre 1 ou 5 aplicações), há a necessidade de 
uma precisão maior, por este motivo são utilizadas as coordenadas estereotáxicas 
(3D) ou fiduciais que garantem o posicionamento de maneira imprescindível para 
o sucesso do tratamento.
Os fiduciais atuam como localizadores que podem ser colocados de maneira 
interna e/ou externa. Seu funcionamento é como marcadores radiopacos que são 
reconhecidos por sistemas de infravermelho e/ou de sistemas de imagens. Essas 
ferramentas são de extrema importância para a garantia e reprodução durante 
o tratamento (PERES, 2018). Na figura a seguir, podemos avaliaras fidúcias 
juntamente com os sistemas infravermelhos.
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
149
FIGURA 18 – ILUSTRAÇÃO DOS FIDÚCIAS JUNTAMENTE COM OS SISTEMAS INFRAVERMELHOS
FONTE: <https://www.brainlab.com/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
O posicionamento do tratamento de radiocirurgia tem que garantir uma maior 
precisão comparada aos tratamentos de sistema nervoso central com fracionamento 
de dose convencional. Devido à dose elevada, a técnica de radiocirurgia necessita 
de maior precisão e controle de qualidade sobre o posicionamento do paciente, de 
tal maneira que são utilizadas máscaras especiais ou “frame”. Na figura a seguir, 
podemos observaras máscaras utilizadas na radiocirurgia. Elas são compostas de 
acessórios auxiliares que são realizados para complementar a imobilização.
FIGURA 19 – ILUSTRAÇÃO DAS MÁSCARAS UTILIZADAS NA RADIOCIRURGIA
FONTE: <http://www.medintec.com.br/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Para os casos de radiocirurgia de única fração, é indicada a utilização do 
“frame”. Sendo um imobilizador fixado na testa do paciente por parafusos, esse 
acessório assegura um posicionamento mais preciso comparado às máscaras, 
porém, são mais invasivos aos pacientes (SALVAJOLI, 2013).
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
150
FIGURA 20 – ILUSTRAÇÃO DO FRAME DE RADIOCIRURGIA
FONTE: <http://gammaknife.com.br/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
7.5 NEUROEIXO 
O tratamento de neuroeixo é indicado para pacientes com tumores de 
meduloblastoma. O tratamento de radioterapia consiste em irradiar todo o cérebro 
juntamente com o canal medular. Para irradiar todo esse volume, são necessários 
vários campos. A técnica de neuroeixo convencional utiliza campos diretos na 
coluna, com espaço entre eles denominados “Gap” e dois campos latero-laterais 
para tratar o sistema nervoso (PERES, 2018). Na figura a seguir, podemos observar 
a representação pelo tratamento convencional.
FIGURA 21 – ILUSTRAÇÃO DA TÉCNICA DE NEUROEIXO CONVENCIONAL
FONTE: Peres (2018, p. 60)
O posicionamento da técnica neuroeixo é realizado em decúbito ventral. 
O paciente é imobilizado através de um colchão (Vac-fix), sendo moldada toda a 
coluna do paciente. São utilizados, também, apoios cervicais de decúbito ventral e 
máscara termoplástica para a região do sistema nervoso, conforme a figura a seguir. 
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO
151
FIGURA 22 – ILUSTRAÇÃO DO POSICIONAMENTO DA TÉCNICA NEUROEIXO
FONTE: Vieira (2011, p. 30)
7.6 MANTO
Para as neoplasias de linfoma de Hodgkin, a técnica manto é muito 
utilizada. Ela constitui-se de dois campos anteroposteriores que envolvem a 
cadeia principal de linfonodos. O limite superior deve incluir a mandíbula e o 
limite inferior pode variar de acordo com a doença torácica. Os casos de linfoma 
de Hodgkin devem incluir todos os linfonodos acima do diafragma e, juntamente 
com toda a cadeia ganglionar cervical composta pela supraclavicular, axila, 
infraclavicular e mediastinal (PERES, 2018).
O posicionamento do tratamento de manto é realizado com o paciente em 
decúbito dorsal. O pescoço deve estar em hiperextensão e deve ser imobilizado 
com máscaras longas que envolvam os ombros. As mãos do paciente devem ser 
posicionadas na cintura e são utilizados apoios para os membros inferiores. Na figura 
a seguir, podemos observar uma demonstração do posicionamento de ombro. 
Novas técnicas de neuroeixo estão sendo implementadas, como a utilização 
das modalidades de IMRT/VMAT. Elas oferecem uma distribuição de dose mais satisfatória 
e promovem uma menor dose nos tecidos sadios.
NOTA
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
152
FIGURA 23 – ILUSTRAÇÃO DO POSICIONAMENTO DA TÉCNICA MANTO
FONTE: Martins et al. (2012, p. 148)
153
Neste tópico, você aprendeu que:
• A etapa de planejamento e cálculo da dose de radiação é importante para o 
paciente, sendo que um desvio dessa dose pode gerar sérias consequências 
para o sucesso do tratamento. 
• É necessário que o técnico/tecnólogo em radioterapia tenha ciência das 
técnicas de tratamento e dos conceitos principais que envolvem o cálculo da 
dose.
• A etapa de planejamento envolve muitos parâmetros para o cálculo, sendo 
eles: energia, entrada de campos, fracionamento e dose. 
• O planejamento 2d é realizado através de imagens planares, como radiografias 
realizadas nos próprios aparelhos ou em equipamentos de radiodiagnósticos. 
No tratamento com técnicas 2D, as margens de tratamento são maiores e, 
consequentemente, promove toxicidade maior dos tecidos sadios.
• O tratamento com feixe de elétrons utiliza os mesmos fracionamentos de um 
tratamento de fótons. Os efeitos biológicos também são similares comparados aos 
tratamentos com fótons. O tratamento é realizado com campos únicos diretamente 
na lesão, de maneira que são indicados para lesões superficiais na pele.
• Após o surgimento da tomografia e softwares, o desenvolvimento dos 
sistemas de planejamentos foi possibilitado. Esses sistemas de planejamento 
permitiram uma avaliação precisa das doses entregues aos tecidos sadios e a 
distribuição e conformação da dose no volume alvo.
• O IMRT é uma técnica que consiste em feixes de fótons de intensidade 
bidimensional que são utilizados para atingir a distribuição desejada, 
promovendo a administração de altas doses no leito tumoral. Nesta técnica, 
utiliza-se o chamado planejamento inverso.
• A técnica de tratamento VMAT é definida como radioterapia volumétrica em 
arco. A entrega da dose consiste na rotação do gantryem torno do seu eixo 
com a movimentação das MLC enquanto acontece a liberação do feixe.
• A radioterapia também consiste em técnicas de tratamentos especiais. Elas podem 
ser representadas por doses hipofracionadas ou, também, técnicas complexas.
• A radioterapia intraoperatória consiste em um procedimento que utiliza 
radiação em âmbito cirúrgico. Essa técnica realiza uma aplicação de radiação no 
próprio acelerador linear durante a cirurgia. A dose de radiação é alta sendo uma 
aplicação apenas no volume tumoral, preservando ao máximo os tecidos sadios.
RESUMO DO TÓPICO 1
154
• A técnica de irradiação de corpo total (TBI) é utilizada para irradiar as 
células tumorais para doenças disseminadas no corpo inteiro. O tratamento 
é indicado para pacientes com imunossupressão (redução da atividade ou 
eficiência do sistema imunológico) como leucemia.
• Esses tratamentos são indicados para doenças cutâneas como micose fungoide 
e sarcoma de Kaposi. Sendo assim, uma alta dose de radiação é entregue na 
superfície do corpo do paciente.
• A radiocirurgia é um tratamento com radiação, não sendo um procedimento 
invasivo ao paciente.
• O tratamento de neuroeixo é indicado para pacientes com tumores de 
meduloblastoma. O tratamento de radioterapia consiste em irradiar todo o 
cérebro, juntamente com o canal medular.
• Para as neoplasias de linfoma de Hodgkin, a técnica manto é muito utilizada 
e constitui-se de dois campos anteroposteriores que envolvem a cadeia 
principal de linfonodos.
155
1 O paciente que necessita do tratamento radioterápico é submetido a diversas 
etapas que envolvem muitos profissionais. A etapa de planejamento e cálculo 
da dose de radiação é importante para o paciente, sendo que um desvio dessa 
dose pode gerar sérias consequências para o sucesso do tratamento. Sobre os 
planejamentos convencionais, leia as sentenças a seguir. 
I- O planejamento 2D é realizado através de imagens planares, como 
radiografias realizadas nos próprios aparelhos ou em equipamentos de 
radiodiagnósticos.
II- No tratamento com técnicas 2D, as margens de tratamento são maiores e 
consequentemente promove toxicidade maior para os tecidos sadios.
III- O surgimento da tomografia e softwares possibilitou o desenvolvimento 
dos sistemas de planejamentos. Esses sistemas de planejamento 
permitiram uma avaliação precisa das doses entregues aos tecidos sadios 
e a distribuição e conformação da dose no volume alvo.
IV- O processo da técnica 3DCRT se inicia com a aquisição das imagensvolumétricas tridimensionais. O paciente realiza a tomografia de 
planejamento. Após a aquisição das imagens, elas são transferidas para o 
sistema de planejamento para o delineamento das estruturas.
V- O delineamento das estruturas é importante e necessário para a avaliação 
qualitativa e quantitativa de dose no plano de tratamento do paciente. A 
avaliação dos órgãos é através do histograma dose volume (DVH). 
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
2 Com a finalidade de oferecer melhores benefícios e promover uma melhor 
qualidade de vida aos pacientes que realizam esses tratamentos, a radioterapia 
vem constantemente evoluindo com o desenvolvimento de tecnologia para 
proporcionar aos pacientes menores toxicidades do tratamento. Sobre isso, 
leia as sentenças a seguir. 
I- O IMRT é uma técnica que consiste em feixes de fótons de intensidade 
bidimensional que são utilizados para atingir a distribuição desejada, 
promovendo a administração de altas doses no leito tumoral.
II- Como base deste processo, o algoritmo desenvolve suas funções, com bases 
nos volumes e objetivos para definir e segmentar cada um dos campos em 
unidades bidimensionais de fluências.
III- Existe um tipo de técnica de IMRT chamado de “sliding-window”. 
AUTOATIVIDADE
156
IV- A técnica de tratamento VMAT é definida como radioterapia volumétrica 
em arco. A entrega da dose consiste na rotação do gantry em torno do seu 
eixo com a movimentação das MLC enquanto acontece a liberação do feixe.
V- Apesar das vantagens serem evidentes na técnica, há também algumas 
desvantagens. O processo de planejamento e controle de qualidade são 
exigências solicitadas por essa técnica.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
3 A radioterapia também consiste em técnicas de tratamentos especiais. Elas 
podem ser representadas por doses hipofracionadas ou também técnicas 
complexas. Sobre as técnicas especiais utilizadas na radioterapia, leia as 
sentenças a seguir. 
I- A radioterapia intraoperatória consiste em um procedimento que 
utiliza radiação em âmbito cirúrgico. Essa técnica realiza uma aplicação 
de radiação no próprio acelerador linear durante a cirurgia. A dose 
de radiação é alta sendo uma aplicação apenas no volume tumoral, 
preservando ao máximo os tecidos sadios.
I- A técnica de irradiação de corpo total (TBI) é utilizada para irradiar as 
células tumorais para doenças disseminadas no corpo inteiro. 
II- O tratamento de TSI consiste em irradiar toda a pele do paciente, portanto 
é necessário que o paciente esteja distante da fonte de irradiação. 
III- O tratamento de neuroeixo é indicado para pacientes com tumores de 
meduloblastoma. O tratamento de radioterapia consiste em irradiar todo 
o cérebro juntamente com o canal medular.
IV- Para as neoplasias de linfoma de Hodgkin, a técnica manto é muito 
utilizada e constitui-se de dois campos anteroposterior que envolvem a 
cadeia principal de linfonodos.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
157
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O tratamento de radioterapia envolve muitas tarefas e possui várias etapas, 
sendo elas, susceptíveis a erros. Esses erros podem ser provocados por falhas 
humanas, mecânicas, entre outras. Estes fatores podem gerar danos que interferem 
no resultado do tratamento e interferem na segurança do paciente. Para ajudar a 
minimizar essas falhas e erros, diversas organizações criaram recomendações com 
o intuito de aperfeiçoar a qualidade dos serviços de radioterapia.
De maneira geral, a preparação e a execução para o tratamento são muito 
complexas, envolvendo riscos e perigos inerentes ao processo (BRASIL, 2000B). Com 
todas as etapas contendo erros e incidentes, há uma grande necessidade de que 
todos os profissionais envolvidos estejam devidamente treinados e que realizem suas 
tarefas com exatidão, precisão e de maneira cautelosa (SALVAJOLI, 2013).
Sendo assim, o tratamento de radioterapia requer um controle e garantia 
de qualidade mais específico. Para que os erros sejam minimizados e identificados, 
há uma grande necessidade de desenvolver e implementar novas estratégias para 
segurança do paciente. Essas atitudes devem ser proativas, de maneira sistemática 
e articulada com todas as áreas do serviço de saúde.
2 LEGISLAÇÃO
A implementação do plano de segurança do paciente tem por objetivo 
reduzir a probabilidade de erros relacionados à assistência nos serviços de saúde e 
enfatizam a melhoria e qualidade nos processos de cuidado na saúde dos pacientes.
No Brasil, a Anvisa, juntamente com a Organização Mundial de Saúde, 
vem intensificando as ações preventivas para a segurança do paciente. A portaria 
n°529/2013 que entrou em vigor dia 1° de abril de 2013, instituiu o PNS – Programa 
Nacional de Segurança do Paciente. A RDC 36/2013 institui as ações voltadas para a 
segurança do paciente em serviços de saúde. Essas ações incluem execução, promoção 
e monitoração de medidas intra-hospitalar com foco na segurança do paciente. 
O serviço de radioterapia também deve seguir algumas normas sobre 
orientação dos órgãos Federais, Estaduais e Municipais. Para a implementação do 
serviço de radioterapia, faz-se necessária a submissão dessas normas. A radioterapia 
passa por auditoria por dois órgãos importantes: a Comissão de Energia Nuclear 
TÓPICO 2 — 
GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA
158
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
(CNEN) e Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). Eles estabelecem as principais 
normas que o serviço deve seguir. Isso se deve ao simples fato de ser um serviço 
complexo, que envolve riscos aos pacientes. No quadro a seguir, podemos avaliar 
as principais legislações que competem aos serviços de radioterapia. 
QUADRO 4 – PRINCIPAIS LEGISLAÇÕES DOS SERVIÇOS DE RADIOTERAPIA
Legislação Publicação Finalidade
RDC 20 
ANVISA 02/02/2016
Estabelecer o regulamento técnico para o 
funcionamento de serviços de radioterapia, visando 
a defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais 
envolvidos e do público em geral.
RDC 50 
ANVISA 21/02/2002
Dispor sobre o Regulamento Técnico para 
planejamento, programação, elaboração e avaliação 
de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais 
de saúde.
ICRU 60 30/12/1998
Quantidades fundamentais e unidades para 
radiação ionizante. O relatório fornece definições 
para quantidades fundamentais empregadas em 
radiometria, especificação de coeficientes de interação, 
dosimetria e radioatividade, além de quantidades 
escaláveis.
TECDOC 
1151 2000
Aspectos físicos da garantia da qualidade em 
radioterapia. Trata-se de um protocolo para 
controle da qualidade dos equipamentos usados 
em radioterapia, visando uma padronização dos 
parâmetros básicos dos tratamentos radioterápicos, 
tanto para teleterapia quanto para braquiterapia.
NN 3.01 
CNEN 11/03/2014 
Estabelecer os requisitos básicos da proteção 
radiológica dos indivíduos em relação à exposição 
à radiação ionizante.
NN 6.10 
CNEN 30/06/2017 
Estabelecer os requisitos necessários à segurança 
e proteção radiológica, relativos ao uso de 
fontes de radiação constituídas por materiais ou 
equipamentos capazes de emitir radiação ionizante 
para fins terapêuticos.
NN 7.01 
CNEN 21/06/2016 
Estabelecer os requisitos necessários à certificação da 
qualificação de supervisores de proteção radiológica.
FONTE: A autora
 
TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA
159
3 PROGRAMA DE GARANTIA DE QUALIDADE
Oprograma de qualidade tem como finalidade a garantia de todos os 
parâmetros mecânicos, radioativos e dosimétricos do aparelho de radioterapia. 
O grande objetivo do programa de qualidade é assegurar que a dose de radiação 
seja entregue sem desvio alguns e não ofereça risco ao paciente. Por esses motivos, 
existem vários controles e testes que são realizados e que garantem a eficácia do 
tratamento. Na figura a seguir, podemos observar testes e controles que garantem 
a segurança dos tratamentos.
FIGURA 24 – ILUSTRAÇÃO DOS TESTE DE SEGURANÇA DA RADIOTERAPIA
FONTE: Dorow (2019, p. 73)
Cada instituição deve adquirir meios para garantir qualidade nos processos 
e etapas do serviço em radioterapia. Cabe aos seus representantes e profissionais 
oferecer barreiras para evitar erros e incidentes e desenvolver ferramentas e 
programas de melhoria que assegurem a segurança do paciente. Os testes são 
separados em mecânicos, dosimétricos e radioativos. Esses testes são importantes 
para a qualidade do aparelho e, consequentemente, para a segurança do paciente. 
Na figura a seguir, podemos analisar a descrição desses testes. 
FIGURA 25 – ILUSTRAÇÃO DOS TESTES REALIZADOS NOS APARELHOS DE RADIOTERAPIA
160
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
FONTE: A autora
4 TESTES DIÁRIOS 
São testes com a finalidade de verificar a funcionalidade dos equipamentos e 
são realizados todos os dias antes dos tratamentos, entre os quais pode-se destacar: 
verificação de luz de campo, verificação de tamanho de campo, movimento da 
mesa, luz de irradiação, funcionamento dos lasers, escala óptica, sistema de 
visualização e interrupção de radiação ao abrir a porta. Para garantir que os valores 
comissionados sejam verificados, são realizados testes mecânicos, radioativos e 
dosimétricos (BRASIL, 2000a). No quadro a seguir, podemos verificar os testes 
diários realizados nos aparelhos de radioterapia. 
QUADRO 5 – PRINCIPAIS TESTES DIÁRIOS REALIZADOS NOS APARELHOS DE RADIOTERAPIA
Teste Tolerância Finalidade
Luzes ON/OFF 
Luzes no painel 
de controle 
Luzes de 
irradiação
Funcionando
Verificar se todas as luzes do painel de 
controle funcionam. 
Verificar se as luzes correspondentes ao 
modo de irradiação selecionado acendem e 
se permanecem acesas durante a irradiação.
Sistemas de 
visualização
 
Sistemas 
anticolisão 
Funcionando
Verificar se o sistema de vídeo e áudio da 
sala de irradiação funciona corretamente. No 
caso de existirem sistemas passivos (espelhos, 
visores etc.), deve-se verificar se permitem 
uma visão clara e completa do paciente.
Interruptor de 
radiação no 
acesso à sala de 
radiação
Interruptor 
de radiação 
no painel de 
Controle 
Funcionando 
e coincidentes
Verificar se a irradiação se interrompe quando 
se abre a porta de acesso e se, ao fechá-la, a 
irradiação não continua. Verificar se, ao se 
acionar a tecla desligado (off) do painel de 
controle, é interrompida a irradiação.
TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA
161
Lasers 
Telêmetro 2 mm.
As leituras de distâncias devem ser claras 
e dentro da tolerância especificada no 
intervalo de uso.
Tamanho de 
campo (10x10 
cm²) 
2 mm.
Deve-se comprovar que os tamanhos do 
campo indicados pela escala do colimador 
correspondam com os do campo luminoso. 
Centro do 
reticulado 
Centro 
do campo 
luminoso
2 mm.
Realização de filmes radiográfico para 
comprovar o campo luminoso juntamente 
com radioativo.
Constância 
da Dose de 
Referência 
(fótons e 
elétrons)
3%
É recomendado que diariamente o técnico 
em radioterapia verifique a constância da 
dose de referência para as qualidades dos 
feixes de fótons, assim como para uma 
energia de elétrons, de maneira que todas as 
qualidades de elétrons sejam verificadas no 
curso da semana. 
FONTE: A autora
5 TESTES MENSAIS
Os testes de periodicidade mensais têm o objetivo de verificar os 
parâmetros dos equipamentos de teleterapia. Os principais testes mecânicos 
são: verificação da escala óptica (telêmetro), lasers, isocentro mecânico, tamanho 
de campo e coincidência entre campo de luz e campo de radiação. No quadro a 
seguir, são citados os principais testes mensais que são realizados. 
QUADRO 6 – ILUSTRAÇÃO DOS TESTES MENSAIS
Segurança: Verificar topo de mesa Verificação de travas e códigos de acessórios 
(modos de irradiação, aplicadores, filtros etc.)
Pulsadores de corte de energia elétrica
Verificar posição dos colimadores de fótons para cada cone de elétrons 
Campos permitidos para filtros.
Indicadores angulares do estativa Indicadores angulares do colimador
Telêmetro
Centro do reticulado Simetria, paralelismo e ortogonalidade do campo luminoso.
Indicadores de tamanho de campos Isocentro mecânico
Coincidência de campos de luz-radiação
FONTE: A autora 
162
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
6 TESTES ANUAIS
Os testes anuais têm o objetivo de verificar os parâmetros dos equipamentos 
de teleterapia. Os principais testes mecânicos e dosimétricos realizados nos 
aparelhos de radioterapia que devem garantir a funcionalidade do equipamento 
serão descritos na figura a seguir. 
FIGURA 26 – ILUSTRAÇÃO DOS TESTE ANUAIS NOS APARELHOS DE RADIOTERAPIA
 FONTE: A autora
7 CONTROLE DE QUALIDADE
Com a evolução das técnicas com alta complexidade, há uma imensa 
necessidade de garantir uma exatidão nos tratamentos. As técnicas com alta 
tecnologia oferecem a entrega de dose com agilidade, doses elevadas no volume 
alvo, promovendo a redução de margens de tratamento. Entretanto, um pequeno 
desvio da dose pode ter consequências cruciais para a qualidade de vida dos 
pacientes (ALMEIDA, 2012).
Todos os testes referentes à garantia da qualidade podem ser encontrados no 
TecDoc 1151 - Aspectos físicos da garantia de qualidade em radioterapia. Eles fornecem 
informarções sobre cada teste e as tolerâncias que são recomendas.
NOTA
TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA
163
O principal objetivo para a realização do controle de qualidade é a 
verificação dos dados mecânicos e dosimétricos. O controle de qualidade pode 
ser executado para verificar as doses absolutas e avaliar as distribuições de dose 
de cada planejamento executado (AMARAL, 2014). Existem vários tipos de 
detectores de radiação aplicados no controle de qualidade, tais como: câmaras de 
ionização, matrizes de semicondutores, dispositivo eletrônico de imagem portal 
(EPIS) e filmes radiocrômicos que auxiliam os físicos médicos a obter os dados 
desta conferência (MEDEIROS, 2018).
O conjunto dosimétrico constituído de câmara de ionização e eletrômetro 
é um dos mais utilizados em serviços de radioterapia para a realização de controle 
de qualidade. A câmara de ionização possibilita a coleta de íons gerados pela 
radiação que serão transferidos para o eletrômetro para quantificar o sinal. Porém, 
o conjunto dosimétrico apenas fornece informações bidimensionais (ALMEIDA, 
2012). Na figura a seguir, observa-se o conjunto de instrumentos discutidos 
anteriormente. Conjunto dosimétrico: (A) eletrômetro (B) câmara de ionização. 
FIGURA 27 – ILUSTRAÇÃO DO CONJUNTO DOSIMÉTRICO
FONTE: Almeida (2012, p. 114)
Os dosímetros termoluminescentes são versáteis para avaliação de dose 
em tecidos humanos (BRAVIM, 2015). O processo consiste em levar elétrons 
da banda de valência para a banda de condução, pela radiação incidente. 
As imperfeições na rede cristalina formam armadilhas para elétrons serem 
capturados e aprisionados. O aquecimento facilita a passagem para a condução e 
os elétrons aprisionados nas armadilhas são liberados, fazendo com que percam a 
energia nos centros da luminescência. A diferença de energias entre os dois níveis 
é emitida através de um fóton na faixa de luz visível (TAUHATA, 2014). Na figura 
a seguir, podemos visualizar o processo do dosímetro termoluminescente. 
164
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
FIGURA 28 – ILUSTRAÇÃO DO PROCESSO DE UM DOSÍMETRO TERMOLUMINESCENTE
FONTE: Adaptada de Tauhata (2014)
Os filmes dosimétricos convencionais, utilizados para avaliaçãodosimétrica, promovem uma resolução espacial que é formada basicamente 
por duas partes: base e emulsão. Na base, é uma estrutura mais rígida para que 
a emulsão possa ser fixada. A emulsão é constituída de gelatina e cristais de 
haleto de prata que, ao interagir com a radiação, permitem a transferência de 
informações. Suas desvantagens são a contaminação química ou a temperatura 
indesejável na revelação (AMARAL, 2014).
A dosimetria com os filmes radiocrômicosmodernos não necessitam de 
processamento químico nem de revelação para a visualização da imagem. Os 
filmes radiocrômicos são medidos através de uma densidade óptica, após serem 
submetidos a exposição dos feixes de radiação, ou seja, o nível de enegrecimento 
da película (AMARAL, 2014; MEDEIROS, 2018). Na figura a seguir, podemos 
observar o enegrecimento da película.
FIGURA 29 – ILUSTRAÇÃO FILMES RADIOCRÔMICOS
FONTE: A autora
Os filmes radiocrômicos Gafchromic são filmes compostos de uma camada 
única de um material ativo. Eles contêm um corante amarelo, estabilizantes e 
aditivos, que diminuem a dependência energética. Essa camada é composta de 
duas camadas de poliéster em ambos os lados do filme. O filme radiocrômico não 
necessita de pós processamento, não é sensível à luz ultravioleta e nem à luz visível, 
é resistente a água e equivalente ao tecido (SILVA et al., 2011; AMARAL, 2014). 
TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA
165
Após a irradiação das películas dos filmes radiocrômicos, é necessária a 
digitalização deles. A avaliação é através de software específicos. A dose recebida pelo 
filme pode ser estimada e comparada pelo enegrecimento das películas irradiadas. 
As curvas de calibração são obtidas por um espectro de emissão de luz refletidas por 
cada canal. Os denominados pelos canais RGB (Red, Green, Blue), após a escolha da 
equação fornecida pelo canal, os dados são demostrados pela densidade óptica e são 
convertidos para dose absoluta (SILVA et al., 2011; AMARAL, 2014).
Já os detectores de matrizes bidimensionais são utilizados em 
tratamentos de IMRT e VMAT devido às doses que são heterogêneas e, desta 
maneira, contribuem para uma avaliação íntegra da distribuição de dose. As 
matrizes bidimensionais são formadas por filmes ou podem ser por câmaras de 
ionização ou diodos, que têm a capacidade de avaliar diversos pontos de dose 
simultaneamente (AMARAL, 2014; MEDEIROS, 2018). Na figura a seguir, pode-
se observar o conjunto do sistema bidimensional. 
 
FIGURA 30 – ILUSTRAÇÃO DAS MATRIZES BIDIMENSIONAIS
FONTE: Sakuraba (2015, p. 163)
O sistema EPID é um dispositivo de imagem que é acoplado no acelerador. 
Inclui uma unidade de detecção de imagem, detector, acessórios eletrônicos e 
sistema de aquisição de imagem. O sistema consiste em um conversor de raios-x, 
detector de luz e um sistema de aquisição eletrônica para receber e processar o 
resultado da imagem digital, sendo um detector de imagem bidimensional para 
verificar as fluências de dose (SAKURABA, 2015). A figura a seguir é a imagem 
que o sistema fornece para verificação do tratamento. 
166
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
FIGURA 31 – ILUSTRAÇÃO DO SISTEMA EPID
FONTE: A autora
Os dispositivos eletrônicos de imagem portal (EPID) são imagens obtidas 
de maneira digital. Elas são utilizadas para identificar erros no posicionamento 
dos pacientes e verificação de um plano de tratamento. O sistema EPID é 
utilizado para verificar a posição das lâminas das técnicas IMRT e VMAT. Além 
disso, podem ser utilizados para a confirmação da transferência correta do 
sequenciamento das lâminas ao aparelho (ALMEIDA, 2012).
O EPID também pode ser utilizado como uma ferramenta para medir o 
desempenho das características mecânicas e dosimétricas da unidade tratamento. Os 
dispositivos eletrônicos de imagem portal (EPID) oferecem uma resolução especial 
comparável aos filmes dosimétricos, podendo ser utilizados como dosimetria “in-
vivo” na fase inicial dos tratamentos (ALMEIDA, 2012).
Embora todas as ferramentas utilizadas para a garantia de qualidade dos 
tratamentos nos aspectos que condizem a execução do planejamento e entrega 
de dose, praticamente não havia controle de qualidade durante o tratamento do 
paciente. As realizações de imagens são utilizadas para garantir o posicionamento 
do paciente antes da entrega da dose, porém, não fornecia dados dosimétricos. 
Não havia uma solução prática para a realização desta conferência. No máximo, 
em alguns pacientes são colocados dosímetros in vivo para a detectar erros, porém, 
há uma grande dificuldade da sua utilização em rotinas em grande escala, sendo 
o processo de dados um trabalho árduo (OLCH; O’MEARA; WONG, 2019).
A plataforma SUNCHECK da Sun Nuclear Corporation, utiliza a dosimetria 
absoluta projetada e baseada no portal EPID para a dosimetria in vivo, no qual há 
uma integração do fluxo de trabalho automatizado, de modo que a dosimetria de 
trânsito possa ser realizada em todos os pacientes em cada aplicação de tratamento. 
O SUNCHECK é um recurso que tem capacidade de detectar erros relacionados 
à qualidade do tratamento, ao fluxo do trabalho e às falhas do próprio aparelho. 
Na figura a seguir, podemos analisar um pouco essa plataforma de conferência.
TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA
167
FIGURA 32 – ILUSTRAÇÃO DOS DADOS PELA PLATAFORMA
FONTE: A autora
8 GESTÃO DA QUALIDADE
O principal objetivo da equipe de gestão da qualidade é desenvolver e 
implementar uma política de qualidade para os pacientes que realizam tratamento 
de radioterapia, desenvolvendo ações e mapeando os riscos envolvidos na 
segurança do paciente durante os processos de tratamentos de radioterapia. 
Na figura a seguir, podemos identificar os objetivos da gestão da qualidade nos 
serviços de radioterapia. 
A plataforma SUNCHECK da Sun Nuclear Corporation ou outros sistemas de 
conferência promove uma segurança nos serviços de radioterapia, sendo uma verificação 
secundária do cálculo da dose entregue nos planejamentos antes do início do tratamento, 
tendo como objetivo analisar a dose calculada e comparar com a dose planejada através de 
outro algoritmo de cálculo independente. 
NOTA
168
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
FIGURA 33 – ILUSTRAÇÃO DOS OBJETIVOS DA GESTÃO DA QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE 
RADIOTERAPIA
FONTE: Elaborada pela autora, (2021)
Com o rápido desenvolvimento de equipamentos e tecnologias em torno 
da radioterapia, as técnicas de tratamentos se tornaram cada vez mais complexas, 
tornando-se grande a necessidade de profissionais cada vez mais qualificados e 
envolvidos para realizar os tratamentos com exatidão. A segurança do paciente na 
radioterapia tem como finalidade, minimizar os danos desnecessários associados 
aos tratamentos dos pacientes. A identificação dos eventos adversos podem ser 
diagnosticados e podem prevenir danos futuros. Uma política de segurança dos 
pacientes pode avaliar e fornecer resultados para a melhoria da qualidade. Na tabela 
a seguir, podemos observar a descrição dos eventos e como eles são classificados. 
TABELA 1 – DESCRIÇÃO DOS EVENTOS E COMO SÃO CLASSIFICADOS
Incidentes Evento ou circunstâncias que poderiam ter resultados ou resultaram em um dano desnecessário para o paciente.
Evento Adverso Incidente que resulta em um dano para o paciente.
Evento sentinela Ocorrência inesperada ou variação do processo envolvendo óbito ou qualquer lesão grave.
Risco Probabilidade de um incidente ocorrer
Dano
Comprometimento da estrutura ou função do corpo ou 
qualquer dano que causa doença, lesão, sofrimento, morte e 
incapacidade para o paciente.
Near miss Incidente que não atingiu o paciente.
FONTE: A autora
TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA
169
 Segundo a RDC n°36/2013, o núcleo de segurança do paciente deve 
ser criado para promover e apoiar a implementação de ações que garantem a 
segurança dos pacientes e profissionais na radioterapia. O diretor da clínica ou 
do hospital deve promover as ações do núcleode segurança. Ele deve indicar e 
nomear os profissionais responsáveis que vão compor o núcleo. O diretor tem 
que estar empenhado e comprometido com as implementações e, principalmente, 
estar disposto às melhorias que forem necessárias para a segurança do paciente. 
Com isso, aumenta-se o nível de satisfação do paciente com a instituição.
 O profissional coordenador de planejamento do núcleo de segurança do 
paciente deve estar vinculado à instituição. Suas atribuições é o principal contato 
com a vigilância sanitária e a CNEN, sempre verificando as novas portarias. O 
profissional tem que ter disponibilidade e experiência na qualidade e segurança 
do paciente. 
As coordenações técnica e clínica são responsáveis pelos tratamentos 
dos pacientes e pela manutenção dos aparelhos. As atribuições da coordenação 
clínica e técnica seria notificar os acidentes/incidentes para ANVISA/CNEN. As 
atribuições serão de investigação de eventos adversos, juntamente com a equipe 
do núcleo; promover ações imediatas para a correção; e implementar ações para 
prevenção dos erros.
Os membros selecionados para o núcleo de segurança do paciente devem 
ser pessoas comprometidas, inovadoras e com perfil de liderança. Na figura a 
seguir, podemos analisar etapas que compõem o núcleo de segurança. 
FIGURA 34 – ILUSTRAÇÃO DO NÚCLEO DE SEGURANÇA
FONTE: A autora
170
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O tratamento de radioterapia envolve muitas tarefas e possui várias etapas, 
sendo elas susceptíveis a erros. Esses erros podem ser provocados por falhas 
humanas, mecânicas, entre outras.
• O tratamento de radioterapia requer um controle e garantia de qualidade 
mais específico.
• Para que os erros sejam minimizados e identificados, há uma grande necessidade 
de desenvolver e implementar novas estratégias para a segurança do paciente. 
• O serviço de radioterapia também deve seguir algumas normas referentes à 
orientação dos órgãos Federais, Estaduais e Municipais. Para a implementação 
do serviço de radioterapia, faz-se necessária a submissão dessas normas.
• O programa de qualidade tem como finalidade a garantia de todos os 
parâmetros mecânicos, radioativos e dosimétricos do aparelho de radioterapia. 
• O grande objetivo do programa de qualidade é assegurar que a dose de 
radiação seja entregue sem desvio e não ofereça risco ao paciente. Por esses 
motivos, existem vários controles e testes que são realizados que garantem a 
eficácia do tratamento. 
• O principal objetivo para a realização do controle de qualidade é a verificação 
dos dados mecânicos e dosimétricos. O controle de qualidade pode ser 
executado para verificar as doses absolutas e avaliar as distribuições de dose de 
cada planejamento executado.
• O principal objetivo da equipe de gestão da qualidade é desenvolver e 
implementar uma política de qualidade para os pacientes que realizam tratamento 
de radioterapia, desenvolvendo ações e mapeando os riscos envolvidos na 
segurança do paciente durante os processos de tratamentos de radioterapia.
• A segurança do paciente na radioterapia tem como finalidade minimizar os 
danos desnecessários associados aos tratamentos dos pacientes. A identificação 
dos eventos adversos podem ser diagnosticados e podem prevenir danos futuros. 
• Uma política de segurança dos pacientes pode avaliar e fornecer resultados 
para melhoria da qualidade.
171
1 A implementação do plano de segurança do paciente tem por objetivo 
reduzir a probabilidade de erros relacionados à assistência nos serviços de 
saúde. Ele enfatiza a melhoria e qualidade nos processos de cuidado da 
saúde dos pacientes. Sabendo dessa informação, leia as sentenças a seguir 
referentes às legislações que tangem os serviços de radioterapia.
I- A norma da ANVISA RDC20 informa que o serviço deve estabelecer o 
regulamento técnico para o funcionamento de serviços de radioterapia, 
visando a defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do 
público em geral.
II- As normas da CNEN 3.01 informam que o serviço deve estabelecer os 
requisitos básicos da proteção radiológica dos indivíduos em relação à 
exposição à radiação ionizante.
III- A RDC 36/2013 institui as ações voltadas para a segurança do paciente em 
serviços de saúde. Essas ações incluem execução, promoção e monitoração 
de medidas intra-hospitalar com foco na segurança do paciente. 
IV- A radioterapia passa por auditoria por dois órgãos importantes: Comissão 
de Energia Nuclear (CNEN) e Agência de vigilância sanitária (ANVISA). Eles 
estabelecem as principais normas que o serviço deve seguir. Isso se deve ao 
simples fato de ser esse um serviço complexo que envolve riscos aos pacientes.
V- As normas da CNEN 6.10 informam que os serviços de radioterapia devem 
estabelecer os requisitos necessários à segurança e proteção radiológica, 
relativos ao uso de fontes de radiação constituídas por materiais ou 
equipamentos capazes de emitir radiação ionizante, para fins terapêuticos.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas. 
2 O programa de qualidade tem como finalidade a garantia de todos 
os parâmetros mecânicos, radioativos e dosimétricos do aparelho de 
radioterapia. O grande objetivo do programa de qualidade é assegurar que 
a dose de radiação seja entregue sem desvio e não ofereça risco ao paciente. 
Sobre o controle e testes realizados na radioterapia, leia as sentenças a seguir. 
I- Os testes com a finalidade de verificar a funcionalidade dos equipamentos 
são realizados todos os dias antes dos tratamentos, entre os testes diários, 
mensais e anuais. Também são feitos testes de segurança, mecânicos 
radioativos e dosimétricos. 
AUTOATIVIDADE
172
II- O principal objetivo para a realização do controle de qualidade não é a 
verificação dos dados mecânicos e dosimétricos. O controle de qualidade 
pode ser executado para verificar as doses absolutas e avaliar as distribuições 
de dose de cada planejamento executado.
III- Existem vários tipos de detectores de radiação aplicados no controle de 
qualidade, tais como: câmaras de ionização, matrizes de semicondutores, 
dispositivo eletrônico de imagem portal (EPIS) e filmes radiocrômicos 
que auxiliam os físicos médicos a obter os dados desta conferência.
IV- Os sistemas de conferência promovem uma segurança nos serviços de 
radioterapia, sendo uma verificação secundária do cálculo da dose entregue 
nos planejamentos antes do início do tratamento e tendo como objetivo 
analisar a dose calculada e comparar com a dose planejada através de outro 
algoritmo de cálculo independente. 
V- Todas as ferramentas utilizadas têm como finalidade a garantia e sucesso 
do tratamento de radioterapia.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
3 O principal objetivo da equipe de gestão da qualidade é desenvolver e 
implementar uma política de qualidade para os pacientes que realizam 
tratamento de radioterapia. Seus principais objetivos são:
I- Identificar e mapear os riscos nos processos de tratamento de radioterapia.
II- Analisar, avaliar e monitorar os riscos em segurança do paciente nos 
serviços de radioterapia.
III- Criar um mapa de processos de gestão de risco, elaborando um sistema 
de notificações. 
IV- Ações de controle, promover a melhoria contínua e qualidade com os 
resultados fornecidos pelas notificações.
V- Divulgar e estimular o conhecimento sobre a política de segurança do 
paciente e implementar protocolos estabelecidos pelo ministério da saúde.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III,IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
173
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, o objetivo deste tópico é compreender um pouco a radioproteção 
na radioterapia. Conhecer os princípios básicos que tangem a proteção radiológica 
e as grandezas que são utilizadas. Esse tópico é de extrema importância para 
você poder identificar e atuar em emergências. Também vamos discutir normas e 
recomendações relacionadas à proteção radiológica na radioterapia.
Os efeitos biológicos indesejáveis iniciaram na metade do século XX, 
devido ao uso descontrolado da radiação ionizante e, assim, passou a ser uma 
grande preocupação para os cientistas. Veja na figura a seguir objetos utilizados 
na radioterapia que continham elementos radioativos. 
FIGURA 35 – ILUSTRAÇÃO DE OBJETOS COM ELEMENTOS RADIOATIVOS
FONTE: A autora
Um exemplo de objetos com elementos radioativos são os relógios com 
ponteiros com rádio(226Ra). Esses relógios eram confeccionados por mulheres, 
elas pintavam as ponteiras do relógio e levavam, muitas vezes, os pinceis na 
boca para afiná-los. Começaram a se contaminar com elemento e, logo após, 
apresentavam lesões e muitas delas morreram em decorrência dessa exposição 
ao elemento radioativo. Veja na figura a seguir imagens dessas trabalhadoras 
contaminadas com rádio(226Ra). 
TÓPICO 3 — 
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOTERAPIA
174
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
FIGURA 36 – ILUSTRAÇÃO DAS TRABALHADORAS CONTAMINADAS COM ELEMENTOS 
RADIOATIVOS
FONTE: <https://bit.ly/3gJj6cX>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Através da história e da luta dessas mulheres, a comunidade começou a 
questionar a utilização desses elementos radioativos. Os cientistas começaram a 
investigar e descobriram um novo rumo na ciência. A proteção radiológica foi criada 
para proteger o indivíduo ocupacionalmente exposto, ambiente e público visando a 
regulamentação e limitando o uso das radiações ionizantes (PERES, 2018).
Em 1928, em um Congresso Internacional de Radiologia, foi estabelecida 
uma comissão de peritos em radioproteção. Eles começaram a sugerir limites de 
doses e outros procedimentos de trabalho com intuito de minimizar as exposições 
desnecessárias a radiação, de maneira que surgiu uma Comissão Internacional de 
Proteção Radiológica (ICRP). Ela continua até os dias atuais, trabalhando com 
recomendações seguras para o uso das radiações ionizantes (OKUNO, 2010). 
No Brasil, a utilização da radiação ionizante e materiais radioativos e/ou 
nucleares é regulamentada pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear). 
Esse é um órgão superior de planejamento, orientação, supervisão e fiscalização. 
A CNEN estabelece normas e regulamentos em radioproteção.
Nos casos das operárias “radium girls” em Nova Jersey, EUA (1917-1924), 
elas lutaram na justiça por seus direitos trabalhistas. Naquela época, a contaminação ou 
exposição à radiação não era uma doença indenizável.
NOTA
TÓPICO 3 — PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOTERAPIA
175
2 GRANDEZAS UTILIZADAS EM RADIOPROTEÇÃO
Diferentes tipos de radiação podem afetar ou produzir vários efeitos 
biológicos, isso com a mesma dose absorvida. Dessa maneira, foi preciso introduzir 
uma nova grandeza que pudesse ponderar esses efeitos nos tecidos. Veja na tabela 
a seguir a descrição das grandezas limitantes utilizadas na proteção radiológica.
TABELA 2 – DESCRIÇÃO DAS GRANDEZAS LIMITANTES NA RADIOPROTEÇÃO
Grandeza Definição Unidade do sistema Internacional
Exposição
Mede a quantidade de radiação 
ionizante produzida em uma massa 
de ar.
Roentgen (R)
Dose absorvida
Mede a quantidade de energia 
depositada por uma unidade de 
massa.
Gray (Gy)
Dose equivalente
Quantidade de energia transferida 
em um tecido biológico, levando 
em conta o efeito causado para 
cada tipo de radiação. 
Sievert (Sv)
Dose efetiva
Dose efetiva é uma grandeza 
de proteção radiológica usada 
para estimar os riscos dos efeitos 
estocásticos. 
Sievert (Sv)
FONTE: A autora 
Existem fatores que podem minimizar as exposições à radiação e são 
recomendados aos trabalhadores. Veja na tabela a seguir a descrição deles. 
TABELA 3 – FATORES QUE MINIMIZAM A EXPOSIÇÃO ÀS RADIAÇÕES IONIZANTES
Fatores Definição Demonstração
Tempo
Quanto maior o tempo de 
exposição, maior será a dose 
recebida.
176
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
Blindagem 
É todo sistema destinado a 
atenuar a exposição à radiação 
por interposição de uma barreira 
física entre a fonte de radiação e 
as pessoas a proteger. É o método 
mais importante de proteção 
contra a radiação. 
Distância
Para cada 2 metros que a pessoa 
se afasta da fonte, a exposição 
diminui ¼.
FONTE: A autora
3 PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO
A radiação ionizante traz riscos para a sociedade e ao meio ambiente 
quando não utilizada apropriadamente. As aplicações das radiações ionizantes 
em contexto profissional, como medicina ou industrial, devem seguir regras 
básicas para o uso. Como já mencionamos, a radiação pode prejudicar a qualidade 
de vida dos seres humanose com o meio ambiente, quando não a utilizamos de 
maneira adequada. Em geral, as atividades com radiação seguem três princípios 
básicos da radioproteção. Veja na figura a seguir a descrição deles. 
FIGURA 37 – ILUSTRAÇÃO DO PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RADIOPROTEÇÃO
FONTE: A autora
TÓPICO 3 — PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOTERAPIA
177
4 MONITORAÇÃO INDIVIDUAL
Para garantir que os limites estabelecidos pelas normas não sejam 
ultrapassados, os trabalhadores utilizam os monitores individuais para avaliações 
sistemáticas das doses recebidas devido as suas atividades profissionais. Os 
limites de dose de trabalhadores e indivíduos do público são estabelecidos por 
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Veja na tabela a seguir 
os limites de dose aos trabalhadores em comparação com indivíduo público. 
TABELA 4 – ILUSTRAÇÃO DOS LIMITES DE DOSES ANUAIS
FONTE: <https://www.sapralandauer.com.br/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
As normas da CNEN (N3.02) estabelecem que profissionais 
ocupacionalmente expostos à radiação ionizante devem utilizar, em sua jornada 
de trabalho, um monitor de tórax para estimar a dose efetiva de corpo inteiro, e, 
de acordo com a atividade exercida, também um monitor de extremidade, em 
forma de anel ou pulseira. Na figura a seguir, podemos observar a demonstração 
da utilização dos monitores individuais. 
FIGURA 38 – ILUSTRAÇÃO DOS MONITORES INDIVIDUAIS
FONTE: A autora
178
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
5 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ACELERADOR LINEAR
Para a prevenção de acidentes em acelerador linear são necessários 
os conhecimentos básicos dos procedimentos de emergência que envolvem 
a radioterapia. Tendo em vista que a energia do acelerador linear é mil vezes 
maior comparada ao radiodiagnóstico. Os acidentes ocasionados na radioterapia 
podem ser fatais para os profissionais e, principalmente, para os pacientes, de 
maneira que hoje existem diversas recomendações e procedimentos para evitar 
possíveis acidentes (PERES, 2018).
Irradiação não intencional pode ser evitada pelos seguintes procedimentos 
e dispositivos:
• Classificação das áreas: aviso nas portas de acesso às salas de comando (área 
supervisionada) e de tratamento (área controlada), sinalizando que a entrada 
não é livre para indivíduos do público e sim condicionada, conforme a figura 
a seguir. 
FIGURA 39 – ILUSTRAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS 
FONTE: A autora
• Avisos luminosos na sala de tratamento: verde indica permissão e vermelha 
proibição. Possibilidade de abertura da porta pelo lado de dentro: no caso de 
alguém que não seja o paciente estar dentro da sala na hora da irradiação. Na 
figura a seguir, podemos observar a visualização dos avisos luminosos da 
sala e a possibilidade da abertura da porta pelo lado de dentro da sala. 
A nova resolução da CNEN NN6.10 de 10 de dezembro de 2014 estabelece 
recomendações para a segurança das salas de tratamentos e fontes de radiação. Você podeacessar e consultar a norma no documento disponível em: <http://appasp.cnen.gov.br/
seguranca/normas/pdf/Nrm610.pdf>. 
NOTA
TÓPICO 3 — PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOTERAPIA
179
FIGURA 40 – ILUSTRAÇÃO LUMINOSA DA SALA DE TRATAMENTO 
FONTE: A autora
 
• Monitor de TV e intercomunicador oral: monitorar o paciente e possíveis 
pessoas que possam entrar na sala. Na figura a seguir, você vê modelos de 
monitores encontrados na sala de comando.
FIGURA 41 – ILUSTRAÇÃO DA MONITORAÇÃO DO PACIENTE NA SALA
FONTE: A autora
5.1 IRRADIAÇÃO ALÉM DO IMPREVISTO
Se após o término da quantidade de unidade monitora (UM) predeterminada 
pelo cálculo do físico e o aparelho continuar a emitir radiação, nesse caso, existem 
procedimentos a serem adotados pelo técnico/tecnólogo. Na figura a seguir, 
podemos verificar esses procedimentos e dispositivos:
1. Apertar o botão “beam off” para interromper o feixe.
2. Abrir a porta de tratamento para interromper o feixe.
3. Se mesmo assim o feixe continuar, deve ser apertado o botão de emergência 
que desligará a máquina. 
180
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS
FIGURA 42 – ILUSTRAÇÃO DE DISPOSITIVOS PARA INTERROMPER O FEIXE DE RADIAÇÃO
FONTE: A autora
Para unidades de cobalto em que a fonte continuar na posição on e emitindo 
radiação e não voltar para sua blindagem, além dos procedimentos citados 
anteriormente, se não houver resultado, outras medidas devem ser adotadas. 
Na figura a seguir, podemos observar o procedimento de empurrar a fonte 
manualmente para o abrigo.
• Efetuar os mesmos procedimentos de emergência citados anteriormente.
• O técnico, devidamente treinado e monitorado, deve entrar na sala e retirar o 
paciente, expondo-se o mínimo possível ao feixe primário de radiação.
• Em seguida, o técnico deve entrar novamente na sala com a barra “T” para 
empurrar a fonte manualmente para o abrigo. 
FIGURA 43 – EMPURRAR A FONTE MANUALMENTE PARA O ABRIGO 
FONTE: Peres (2018, p. 26)
Para as prevenções de acidentes na braquiterapia, o cateter rompe-se, 
deixando o aplicador com a fonte dentro do paciente e os seguintes procedimentos 
devem ser adotados:
1. O médico deve entrar na sala de tratamento com monitor individual e retirar 
os aplicadores do paciente.
2. Após a retirada do aplicador com a fonte, deve jogá-lo no contêiner de 
segurança, que é localizado dentro da sala da braquiterapia. 
TÓPICO 3 — PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOTERAPIA
181
Todos os procedimentos e dispositivos visam pela segurança de todos os 
profissionais da equipe, de maneira que, sempre que possível, todos os serviços de radioterapia 
realizam treinamentos para relembrar os procedimentos emergências.
IMPORTANT
E
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
2D – Tratamento bidimensional.
3D – Tratamento tridimensional.
3D-CRT – Radioterapia conformacional tridimensional.
ABFM – Associação Brasileira de Física Médica.
ALARA – Doses de radiação tão baixa quanto o razoável. 
BEV – Imagem do Feixe.
cGy – Centigray.
CI – Índice de conformidade.
CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.
CTV – Volume alvo clínico. 
DAP – Distância ântero-posterior.
DLL – Distância látero-lateral.
DNA – Ácido desoxirribonucleico, informações do material genético.
DRR – Radiografias reconstruídas digitalmente.
DVH – Histograma dose volume. 
EPID – Dispositivo eletrônico de imagem portal.
FFF – Filtro achatador livre. 
FIF – Field-in-Field. 
Gy – Unidade de medida em dose absorvida.
GTV – Volume grosseiro do tumor. 
HI – Índice de homogeneidade. 
H-VMAT – Arcoterapia volumétrica híbrida. 
ICRU – Comissão Internacional de Unidades e medidas. 
ICRP – Comissão Internacional de Proteção Radiológica. 
IGRT – Radioterapia Guiada por imagem. 
IMRT – Radioterapia com intensidade modulada.
ITV – Volume do alvo interno.
kV – Kilovoltagem.
mA – Miliamperagem.
MLC – Colimadores de múltiplas lâminas.
OAR – Órgãos de risco.
PTV – Volume alvo de planejamento.
PRV – Volume planejado de risco.
RPM – Monitor de respiração do paciente.
RTOG – Grupo de Oncologia de Radioterapia.
QUANTEC – Análise quantitativa Internacional dos efeitos clínicos em tecidos normais.
TC – Tomografia computadorizada.
TLD – Dosimetria termoluminescente.
TPS – Sistema de Planejamento.
VMAT – Arcoterapia Volumétrica Modulada. 
NOTA
182
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• É importante compreender um pouco a radioproteção na radioterapia; 
conhecer os princípios básicos que tange a proteção radiológica e as grandezas 
que são utilizadas.
• Os efeitos biológicos indesejáveis iniciaram na metade do século XX, devido 
ao uso descontrolado da radiação ionizante e, assim, passou a ser uma grande 
preocupação para os cientistas.
• Em 1928, em um Congresso Internacional de Radiologia, foi estabelecida 
uma comissão de peritos em radioproteção. Eles começaram a sugerir limites 
de doses e outros procedimentos de trabalho, com intuito de minimizar as 
exposições desnecessárias à radiação.
• No Brasil, a utilização da radiação ionizantes e materiais radioativos e/ou 
nucleares é regulamentada pela CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
• O CNEN é órgão superior de planejamento, orientação, supervisão e 
fiscalização que estabelece normas e regulamentos em radioproteção.
• Diferentes tipos de radiação podem afetar ou produzir vários efeitos biológicos, 
isso, com a mesma dose absorvida. Dessa maneira, foi preciso introduzir uma 
nova grandeza que pudesse ponderar esses efeitos nos tecidos.
• A radiação ionizante traz riscos para a sociedade e o meio ambiente quando 
não utilizada apropriadamente. 
• As aplicações das radiações ionizantes em contexto profissional como 
medicina ou industrial devem seguir regras básicas para o uso.
• Os três princípios básicos para radioproteção são: justificativa, otimização e 
limitação.
• Para garantir que os limites estabelecidos pelas normas não sejam ultrapassados, 
os trabalhadores utilizam os monitores individuais para avaliações sistemáticas 
das doses recebidas devido as suas atividades profissionais.
• Todos os procedimentos e dispositivos visam a segurança de todos os profissionais 
da equipe, de maneira que, sempre que possível, todos os serviços de radioterapia 
realizem treinamentos para relembrar os procedimentos emergências.
183
1 Os efeitos biológicos indesejáveis iniciaram na metade do século XX, 
devido ao uso descontrolado da radiação ionizante e assim passaram a ser 
uma grande preocupação para os cientistas. Quando surgiu a Comissão 
Internacional de Proteção Radiológica (ICRP)?
a) ( ) 1919.
b) ( ) 1928.
c) ( ) 1930.
d) ( ) 1915.
e) ( ) 1950.
2 A radiação ionizante traz riscos para a sociedade e o meio ambiente quando 
não utilizada apropriadamente. As aplicações das radiações ionizantes em 
contexto profissional como medicina ou industrial devem seguir regras 
básicas. Sabendo dessa informação, quais são os três princípios básicos da 
radioproteção?
a) ( ) Justificativa, otimização e limitação.
b) ( ) Otimização e prevenção ao meio ambiente.
c) ( ) Redução de dose e dose efetiva.
d) ( ) Prevenção de acidentes nucleares.
e) ( ) Limitação e dose equivalente. 
3 Todos os procedimentos e dispositivos visam a segurança de todos os 
profissionais da equipe, de maneira que hoje existem diversas recomendações 
e procedimentos para evitar possíveis acidentes. Sobre os procedimentos e 
dispositivos, leia as senteças a seguir. 
I- Aviso nas portas de acesso às salas de comando (área supervisionada) e 
de tratamento (área controlada) sinalizando que a entrada não é livre para 
indivíduos do público e sim condicionada.
II- Avisos luminosos na sala de tratamento, verde indica permissão e vermelho 
proibição. Possibilidade de abertura da porta pelo lado de dentro: no caso 
de alguém que não seja o paciente estar dentro da sala na hora da irradiação.
III- Monitor de TV e intercomunicador oral para monitorar o paciente e 
possíveis pessoas que possam entrar na sala.
IV- Após o término da quantidade de unidade monitora(UM) predeterminada 
pelo cálculo do físico e o aparelho continuar a emitir radiação, o profissional 
deve interromper o feixe de radiação.
V- Os profissionais devem estar treinados para saber lidar com as emergências 
caso aconteça em um serviço de radioterapia. O trabalhador sempre deve 
fazer o uso de seu dosímetro pessoal em sua jornada de trabalho.
AUTOATIVIDADE
184
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, III, IV e V estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, II e III estão corretas. 
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CHAMADA
185
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