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Indaial – 2021 RadioteRapia Profª. Tatiane Mayla Domingos Prandi 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Profª. Tatiane Mayla Domingos Prandi Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: apResentação Caro acadêmico de Radiologia! Este livro de estudos foi elaborado para facilitar sua compreensão sobre o tratamento que utiliza radiações ionizantes para pacientes com neoplasias. De maneira que serão abordados todos os conhecimentos que envolvem a radioterapia para proporcionar aos alunos uma vivência muito mais precisa da área. Hoje, o tecnólogo de radiologia tem um papel de extrema importância na radioterapia, sendo ele fundamental para o sucesso e qualidade de vida dos pacientes que necessitam desse tratamento. O conteúdo encontra-se dividido em três unidades com seus respectivos tópicos para facilitar a sua compreensão e a construção do seu aprendizado. A cada etapa, você poderá avançar os conhecimentos com facilidade. Na Unidade 1, teremos uma abordagem histórica da descoberta da radioatividade e o surgimento da radioterapia. Compreenderemos também como é o comportamento da radiação com a matéria e como ela interage em nossas células. Conheceremos também a fundo as células cancerígenas e suas estatísticas. Na Unidade 2, conheceremos a evolução dos equipamentos de radioterapia. Desenvolveremos também o domínio do processo de trabalho na radioterapia, tanto do tecnólogo de radiologia, como da equipe multidisciplinar. O aluno conhecerá todos os protocolos, rotinas e etapas do tratamento dos pacientes. Na Unidade 3, reuniremos conteúdos sobre as técnicas de tratamento de forma estruturada, permitindo ao aluno conhecer as modalidades de tratamento e os sistemas de planejamento. Abordar os tratamentos complexos que envolvem aparelhos de alta tecnologia. Por fim, o acadêmico compreenderá os protocolos, normas e testes de qualidade que tangem a radioterapia e a segurança dos pacientes. Dessa forma, você obterá, com excelência, os conhecimentos necessários para desenvolver seu perfil profissional, conseguindo atuar na radioterapia, na realização e sucesso do tratamento oncológico de pacientes. Assim como compreenderá que a excelência do seu trabalho na radioterapia é fundamental. Desejamos a você uma excelente leitura! Bons estudos! Tatiane Mayla Domingos Prandi Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumáRio UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA ...................................... 1 TÓPICO 1 — UMA ABORDAGEM HISTÓRICA ........................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA .......................................................................................... 3 RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 7 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 8 TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES ........................................................................................ 11 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11 2 INTRODUÇÃO À FÍSICA DAS RADIAÇÕES .......................................................................... 11 2.1 CONCEITOS DE RADIAÇÕES .................................................................................................. 12 2.2 RAIOS X CARACTERÍSTICO .................................................................................................... 15 2.3 RADIOATIVIDADE .................................................................................................................... 16 2.4 DIFERENTES TIPOS DE FONTES DE RADIAÇÃO ............................................................... 18 2.5 INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA ................................................................ 20 2.6 ATENUAÇÃO DA RADIAÇÃO ................................................................................................ 23 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 25 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 26 TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? .................................................................................................... 27 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27 2 ESTATÍSTICAS DO CÂNCER NO MUNDO E NO BRASIL ................................................... 28 3 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS ................................................................................................. 40 3.1 CIRURGIA ONCOLÓGICA ........................................................................................................ 42 3.2 QUIMIOTERAPIA ....................................................................................................................... 43 3.3 OUTROS TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS ......................................................................... 44 3.4 RADIOTERAPIA .......................................................................................................................... 44 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 46 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................47 TÓPICO 4 — RADIOBIOLOGIA ...................................................................................................... 49 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49 2 MECANISMOS DE AÇÃO DA RADIAÇÃO IONIZANTE ..................................................... 50 2.1 CICLOS CELULARES .................................................................................................................. 52 2.2 INTERAÇÕES DAS RADIAÇÕES COM AS CÉLULAS E TECIDOS ................................... 54 2.3 FRACIONAMENTOS DA DOSE DE RADIAÇÃO ................................................................. 55 2.4 O EFEITO DA RADIAÇÃO EM NOSSO CORPO ................................................................... 58 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 60 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 62 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 64 UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO ...................................................................... 67 TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA ............................................................... 69 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69 2 APARELHOS DE ORTOVOLTAGEM ........................................................................................... 69 2.1 PRINCÍPIO PRÁTICO E FUNCIONAMENTO ........................................................................ 70 2.2 APLICAÇÕES CLÍNICAS .......................................................................................................... 72 3 EQUIPAMENTOS DE COBALTOTERAPIA................................................................................ 73 3.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES DE TELECOBALTERAPIA ............ 74 3.2 COMPONENTES DOS EQUIPAMENTOS DE COBALTOTERAPIA ................................... 76 4 ACELERADORES LINEARES ........................................................................................................ 78 5 OUTROS EQUIPAMENTOS DA RADIOTERAPIA ................................................................. 85 5.1 GAMMA KNIFE ........................................................................................................................... 85 5.2 TOMOTERAPIA ........................................................................................................................... 86 5.3 CYBERKNIFE ................................................................................................................................ 86 5.4 PROTONTERAPIA ....................................................................................................................... 87 5.5 BRAQUITERAPIA ....................................................................................................................... 88 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93 TÓPICO 2 — PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS ............................................................................ 95 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95 2 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ..................................................................................................... 95 2.1 MÉDICO RÁDIO-ONCOLOGISTA ........................................................................................... 97 2.2 FÍSICO MÉDICO ........................................................................................................................... 98 2.3 DOSIMETRISTA ........................................................................................................................... 99 2.4 TECNÓLOGOS/TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA .............................................................. 100 2.5 EQUIPE DE ENFERMAGEM ................................................................................................... 101 3 PROCESSOS DA RADIOTERAPIA ............................................................................................ 101 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 104 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 105 TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO ........................................................................ 107 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 107 2 IMOBILIZADORES ....................................................................................................................... 107 2.1 MÁSCARAS TERMOPLÁSTICAS .......................................................................................... 108 2.2 APOIOS CERVICAIS E BASES DE FIXAÇÃO ....................................................................... 109 2.3 EXTENSOR DE OMBROS ......................................................................................................... 110 2.4 RAMPA DE MAMA ................................................................................................................... 110 2.5 VAC FIX ........................................................................................................................................ 111 2.6 BELLY BOARD ............................................................................................................................ 111 2.7 APOIOS DE PERNAS E PÉS .................................................................................................... 112 3 POSICIONAMENTO ...................................................................................................................... 112 4 AQUISIÇÕES DAS IMAGENS DE TRATAMENTO ............................................................... 114 5 DELINEAMENTOS DAS ESTRUTURAS E VOLUME TUMORAIS ................................... 117 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 120 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 122 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 125 UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS ...................................................................... 127 TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO ............................................................................. 129 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129 2 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 2D............................................................................................. 131 3 TRATAMENTOS COM FEIXES DE ELÉTRONS ...................................................................... 136 4 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 3D-CRT ................................................................................... 137 5 TÉCNICA DE TRATAMENTO IMRT ......................................................................................... 141 6 TÉCNICA DE TRATAMENTO VMAT ........................................................................................144 7 TÉCNICAS DE TRATAMENTO ESPECIAIS ............................................................................. 145 7.1 INTRAOPERATÓRIA ................................................................................................................ 145 7.2 IRRADIAÇÃO DE CORPO TOTAL (TBI) ............................................................................... 147 7.3 IRRADIAÇÃO TOTAL DE PELE (TSI) .................................................................................... 147 7.4 RADIOCIRURGIA ...................................................................................................................... 148 7.5 NEUROEIXO ............................................................................................................................... 150 7.6 MANTO ........................................................................................................................................ 151 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 153 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 155 TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA ........................................... 157 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 157 2 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................. 157 3 PROGRAMA DE GARANTIA DE QUALIDADE .................................................................... 159 4 TESTES DIÁRIOS .......................................................................................................................... 160 5 TESTES MENSAIS .......................................................................................................................... 161 6 TESTES ANUAIS ............................................................................................................................. 162 7 CONTROLE DE QUALIDADE ..................................................................................................... 162 8 GESTÃO DA QUALIDADE .......................................................................................................... 167 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 170 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 171 TÓPICO 3 — PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOTERAPIA ........................................ 173 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 173 2 GRANDEZAS UTILIZADAS EM RADIOPROTEÇÃO .......................................................... 175 3 PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO ........................................................................................ 176 4 MONITORAÇÃO INDIVIDUAL ................................................................................................. 177 5 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ACELERADOR LINEAR .......................................... 178 5.1 IRRADIAÇÃO ALÉM DO IMPREVISTO................................................................................ 179 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 182 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 183 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 185 1 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer o processo histórico das descobertas revolucionárias para a medicina; • compreender a física das radiações e os efeitos da radiação sobre os átomos; • compreender os conceitos e aspectos sobre as células cancerígenas; • conhecer os efeitos das radiações ionizantes sobre o tecido do corpo humano. Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – UMA ABORDAGEM HISTÓRICA TÓPICO 2 – FÍSICA DAS RADIAÇÕES TÓPICO 3 – O QUE É CÂNCER? TÓPICO 4 – RADIOBIOLOGIA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 UMA ABORDAGEM HISTÓRICA 1 INTRODUÇÃO Neste tópico relembraremos fatos históricos que marcaram e revolucionaram a medicina e conduziram ao surgimento da radioterapia. O primeiro grande marco da história foi a descoberta dos raios X em 1895 pelo físico Alemão Wilhelm Conrad Rontgen, que se dedicava aos estudos dos tubos de raios catódicos (SALVAJOLI, 1999). 2 BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA A primeira radiografia realizada foi dia 22 de novembro de 1895 quando Rontgen posicionou a mão esquerda da sua esposa Anna Bertha Rontgen sobre o chassi, contendo um filme fotográfico, fazendo incidir a radiação através de um tubo por cerca de 15 minutos sobre a mão. Após a revelação do filme fotográfico, observou os ossos e a aliança de sua esposa. (SALVAJOLI, 1999) A figura a seguir é Wilhelm Conrad Rontgen e a primeira radiografia da história. FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO WILHELM CONRAD RONTGEN E O PRIMEIRO RAIOS X DA HISTÓRIA FONTE: <https://www.todamateria.com.br/descoberta-radioatividade/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA 4 Em seguida, na mesma época, Antoine Henri Becquerel testou a hipótese de que as substâncias que emitiam a luz visível e, depois, transformavam-se em fontes de energia. Becquerel descobriu que compostos de urânio emitiam algum tipo de radiação invisível, porém, elas eram capazes de sensibilizar as emulsões fotográficas. Sendo uma grande descoberta para a radioatividade natural (SALVAJOLI, 1999). No ano de 1898, o casal Pierre e Marie Curie, em estudos sistemáticos com os raios de Becquerel, procuravam elementos radioativos naturais com as mesmas propriedades e encontram Pechblenda. Esse minério apresentava a radioatividade muito elevada. O casal separou o elemento e, nessas separações, surgiu os sais de urânio, e encontraram dois elementos radioativos, o primeiro foi o rádio e o segundo polônio. Em 1900, o Rádio foi utilizado para fins terapêuticos (SALVAJOLI, 2013). FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO DOS CIENTISTAS MARIE CURIE E PIERRE CURIE FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. Em 1903, teve o início da inserção de pequenas quantidades do elemento de rádio dentro de tumores malignos e lesões superficiais, com intuito de eliminar as células malignas. Assim, nascia a braquiterapia, uma modalidade da radioterapia que utiliza a aplicação de fontes radioativas próximas ao tumor. Nesse período, não havia tipo algum de preocupação com os tecidos, órgãos ou efeitos biológicos da radiação. Também não existia proteção radiológica, tipo algum de cuidado com os profissionais, nem com o ambiente. Você sabia que no dia 8 de novembro é comemorado o dia dos profissionais das técnicas radiológicas, em homenagem a descoberta de Wilhelm Conrad Rontgen? Ele também foi ganhador do prêmio Nobel pela descoberta. No Brasil, a primeira radiografia registrada na história foi no ano de 1986, sendo ela disputada por vários cientistas de diversas cidades. NOTA TÓPICO 1 — UMA ABORDAGEM HISTÓRICA 5 Em 1911 iniciaram os estudos de fracionamento de dose, chegando ao primeiro passo da basede Radiobiologia. No entanto, apenas nos anos 80 obtiveram estudos de curva de sobrevivência celular e houve uma melhor compreensão do DNA e dos efeitos radiobiológicos sobre as células. Os estudos sobre a aplicação da radiação na área médica foi evoluindo. Em 1915, surgiram os primeiros aparelhos de ortovoltagem. Eram equipamentos que produziam raios X de baixa energia e indicado para tratamentos superficiais. Na Unidade 2 conheceremos um pouco mais esse aparelho e suas principais indicações (SALVAJOLI, 1999). Você sabia que o primeiro tratamento de radioterapia foi totalmente acidental? Marie Curie colocou um tubo de rádio-226 (226Ra) em contato com o braço do seu marido durante uma semana e observou que o tecido formou uma úlcera que não cicatrizava. NOTA Por volta de 1930, no Instituto Radium em Paris, em suas pesquisas, Irene Curie juntamente com seu marido Frédéric Joliot, descobriram alguns materiais não radioativos que, quando irradiados por elementos radioativos naturais, também passavam a emitir radiação. Assim, surgiu o fenômeno da radioatividade artificial. Portanto, iniciava-se o uso de produção de materiais radioativos para o campo de pesquisas e aplicações médicas (SALVAJOLI, 1999). Nos anos 40, com a invenção de reatores nucleares, tornou-se possível novos elementos radioativos, entre eles Cobalto-60 (Co-60) e Césio -137 (Cs-137). Esses elementos foram utilizados na produção de equipamentos de radioterapia que utilizava fontes encapsuladas. Na Unidade 2, conheceremos melhor esses equipamentos e suas principais indicações para os tratamentos. Os primeiros aceleradores lineares, em 1950, utilizavam apenas feixe de fótons. Porém, no final dos anos 50, a indústria disponibilizou feixes de fótons e elétrons. Os aceleradores lineares trouxeram grandes avanços para a radioterapia e tornaram os tratamentos mais rápidos e seguros. A história da radioterapia no Brasil teve início em 1914, quando o Prof. Eduardo Rabello regressou de Paris e fundou o Instituto Radiam. Você sabia que, em 1938, foi fundado o Instituto Nacional do Câncer: O Inca? NOTA UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA 6 A área da radioterapia vive em constante evolução. Atualmente, contamos com equipamentos de última geração e automatizados, que promovem uma segurança e garantem a qualidade nos tratamentos de radioterapia. Na figura a seguir, nota-se o cronograma dos eventos que marcaram a radioterapia e grande processo dessa evolução. Nas próximas unidades, conheceremos, de maneira mais profunda, esse processo. FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA RADIOTERAPIA FONTE: A autora Você sabia que, em 1954 foi inaugurada a primeira unidade de cobalto no Brasil, sendo ela a primeira da América latina, localizada no Rio de Janeiro? Na década de 70 surgiram os primeiros aceleradores lineares do Brasil, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. NOTA 7 Neste tópico, você aprendeu que: • A descoberta dos raios X se deu pelo físico Wilhelm Conrad Rontgen em 1985 e, também, como foi a primeira radiografia da história. • A radioatividade surgiu por Antoine Henri Becquerel, que testou a hipótese de as substâncias emitiam luz visível e se transformavam em fontes de energia. • No ano de 1898, o casal Pierre e Marie Curie encontrou elementos de alta radioatividade que, por acidente, descobriram suas propriedades medicinais. • Em 1903, teve o início da inserção de pequenas quantidades do elemento de rádio dentro de tumores malignos e lesões superficiais com intuito de eliminar as células malignas. Assim nasceu a braquiterapia. • Em 1911, iniciou os estudos de fracionamento de dose, chegando ao primeiro passo da base de Radiobiologia. • Os estudos sobre aplicação da radiação na área médica foi evoluindo. • Em 1915, surgiram os primeiros aparelhos de ortovoltagem. • Por volta de 1930, no Instituto Radium em Paris, em suas pesquisas, Irene Curie juntamente com seu marido Frédéric Joliot, descobriram alguns materiais não radioativos. Assim surgiu a radioatividade natural. • Nos anos 40, a invenção de reatores nucleares tornou possível novos elementos radioativos, entre eles Cobalto-60 (Co-60) e Césio -137 (Cs-137). • Os primeiros aceleradores lineares foram descobertos em 1950 e utilizavam apenas feixe de fótons. Porém, no final dos anos 50, a indústria disponibilizou feixes de fótons e elétrons. RESUMO DO TÓPICO 1 8 1 Em 1986 alguns cientistas descobriram que alguns materiais emitiam radiação, então iniciou-se a radioatividade natural. Considerando essa informação, são feitas as seguintes afirmações: I- Pierre e Marie Curie descobriram Pechblenda, testaram e separaram os sais de urânio. Nessa separação encontraram o (rádio e polônio) elementos com radioatividade elevada. II- Antoine Henri Becquerel testou a hipótese de as substâncias que emitiam a luz visível e depois transformavam-se em fontes de energia. Becquerel descobriu que compostos de urânio emitiam algum tipo de radiação invisível. III- Marie Curie estudou e testou a possibilidade de o elemento rádio poder ter fins medicinais. Dessas afirmações, quais estão corretas? a) ( ) Todas as alternativas são falsas. b) ( ) Apenas I e II estão corretas. c) ( ) Apenas I e III estão corretas. d) ( ) Todas estão corretas. e) ( ) Apenas II e III estão corretas. 2 Sabendo que a radioterapia teve início através da abordagem de elementos radioativos, inseridos diretamente ao tumor, podemos afirmar que os aparelhos surgiram em que ano? I- Em 1915, surgiam os primeiros equipamentos de radioterapia, os aparelhos de ortovoltagem, eram equipamentos que produziam raios-X de baixa energia indicado para tratamentos superficiais. II- Após a descoberta da radioatividade artificial, na década de 40, começaram a fabricar as primeiras unidades de terapia, os aparelhos que continham Cobalto 60(Co-60) e Césio (Cs-137). III- Os primeiros aceleradores lineares surgiram em 1950 utilizavam apenas feixe de fótons. IV- No Brasil, só na década de 80, surgiram os primeiros aceleradores. Dessas afirmações, quais estão corretas? a) ( ) Todos as alternativas são falsas. b) ( ) Apenas I e II estão corretas. c) ( ) Apenas I, II e III estão corretas. d) ( ) Todas estão corretas. e) ( ) Apenas II e III estão corretas. AUTOATIVIDADE 9 3 No Instituto Radium em Paris, no ano de 1930, em suas pesquisas, Irene Curie e seu marido Frédéric Joliot descobriram alguns materiais não radioativos. Assinale a seguir a alternativa que corresponde a essa evolução. a) ( ) Radioterapia. b) ( ) Radioatividade natural. c) ( ) Radiografia. d) ( ) Radioatividade artificial. 10 11 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 FÍSICA DAS RADIAÇÕES 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico, neste tópico temos o objetivo de tomar conhecimento do conceito de radiação e conhecer os diferentes aspectos de classificação das radiações. Nele compreenderemos também as diferenças entre radiação alfa, gama e beta. O que podemos afirmar é que a radiação é uma energia em trânsito. Portanto, a radiação é uma forma de energia transmitida por uma fonte que se propaga através de um meio, sob forma de partícula com ou sem carga ou também através de ondas eletromagnéticas. 2 INTRODUÇÃO À FÍSICA DAS RADIAÇÕES A origem da radiação se dá no átomo, portanto, será necessário relembrarmos os seus modelos e conceitos para que, assim, possamos ter maior compreensão da radiação e das suas características. Tudo que existe no universo é constituído por átomos unidos que formam as moléculas. Sabemos que os átomos são fundamentais para a estrutura da matéria. Eles são constituídos por um núcleo (nêutrons e prótons) e, em sua orbita, estão os elétrons (KHAN, 1994). O modelo de Bohr consiste em um núcleo formado por prótons e nêutrons e uma eletrosfera disposta em camadas e seus subníveis de energia. Na figura a seguir, podemos identificar o núcleo e sua eletrosfera. A neutralização destas camadas causa o equilíbrio do átomo e, consequentemente,o equilíbrio das moléculas (KHAN, 1994). Os cientistas ainda não entraram em um consenso quanto à escolha de um modelo ideal. Existem cinco modelos de átomos na história, mas neste material adotaremos o modelo atômico de Bohr. IMPORTANT E 12 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA FIGURA 4 – ILUSTRAÇÃO DO ÁTOMO FONTE: <https://bit.ly/3gjdUMw>. Acesso em: 22 mar. 2021. Por que devemos saber da estrutura de um átomo? A resposta é muito simples: o átomo é uma fonte para radiação. Esse conhecimento vai ser necessário para os próximos tópicos. 2.1 CONCEITOS DE RADIAÇÕES As radiações são produzidas por um processo de adequação de energia que ocorre no núcleo e nas camadas eletrônicas dos átomos. Um exemplo são as radiações gama e beta nas quais o ajuste ocorre no núcleo. Já, para os raios X característico, esse processo ocorre na eletrosfera. As radiações podem ser classificadas como radiações ionizantes e não ionizantes. Além desta classificação, elas podem ser também classificadas como mecânicas, corpusculares e eletromagnéticas (PERES, 2018). As radiações ionizantes são capazes de ionizar os átomos, ou seja, também podem retirar um elétron de sua camada, que podem causar um desequilíbrio eletrônico. Entretanto, as radiações não ionizantes somente causam excitações atômicas. Os tipos de radiações são classificados pelo comprimento de onda e frequência denominado espectro eletromagnético. São ondas eletromagnéticas e feixes de partículas sem carga que têm a probabilidade de atravessarem um material sem sofrerem interação com o meio, ou seja, por este motivo, não há perda de energia. Entretanto, em um feixe com partículas carregadas, estas, ao colidirem com um material, perdem gradativamente sua energia (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2010). A figura a seguir é uma demonstração dos tipos de radiação. Podemos analisar também a frequência de onda e seu comprimento. TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES 13 FIGURA 5 – ILUSTRAÇÃO DO ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO FONTE: IFSC (2019, p. 12) O espectro eletromagnético é uma escala de radiação eletromagnética com a finalidade de medir as ondas eletromagnéticas, que podem ter a mesma velocidade, porém, sua diferenciação é a frequência e o comprimento da onda. Na figura a seguir, podemos encontrar a descrição dessas radiações. FIGURA 6 – ILUSTRAÇÃO DAS DESCRIÇÕES DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS FONTE: A autora Na radioterapia, utilizamos a radiação ionizante para o tratamento das células cancerígenas. De maneira imprescindível, o acadêmico deve conhecer a física das radiações para compreender a área da radiologia. ATENCAO 14 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA As radiações ionizantes são aquelas em que há transferência de energia e liberação de elétrons do meio e, normalmente, são divididas em: corpuscular e eletromagnéticas (KHAN, 1994). No quadro a seguir, para o seu maior entendimento, serão descritas as radiações ionizantes e de que maneira são encontradas. QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÕES DAS RADIAÇÕES Classificação das Radiações Conceito Demonstração Eletromagnética As ondas de radiação eletromagnética são uma junção de campo magnético com campo elétrico que se propagam no vácuo transportando energia. Luz é um exemplo! Corpusculares São aquelas formadas por partículas com massas (elétrons, nêutrons e prótons). São as radiações alfa e Beta. Uma fonte natural da radiação corpuscular é a radiação cósmica, que provém do espaço sideral. Espaço sideral. Indiretamente Ionizante São compostas por partículas sem carga, como fótons e nêutrons. Interagem individualmente transferindo sua energia para um elétron. Os Raios-X e raios gamas são exemplos de radiações indiretamente ionizantes. Diretamente Ionizante São compostas por partículas com cargas, como partículas alfa e beta. A presença faz com que a partícula interaja com os campos elétricos. Tratamento com betaterapia FONTE: A autora TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES 15 2.2 RAIOS X CARACTERÍSTICO A radiação proveniente da eletrosfera é chamada de raios X. Eles são produzidos por dois processos, sendo eles: • Raios X característicos: ocorrem quando um elétron é retirado e/ou deslocado do seu nível de energia, promovendo um lugar livre (vacância) que pode ser ocupado por um elétron com energia superior (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2013), que emitem um excesso de energia em forma de raios x. Eles são denominados assim porque seus valores são característicos para cada elemento. Na figura a seguir, podemos analisar como ocorre esse processo. FIGURA 7 – ILUSTRAÇÃO DOS RAIO-X CARACTERÍSTICOS FONTE: <http://estudoradiografico.blogspot.com/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. Vale lembrar que as radiações ionizantes têm duas origens no átomo: a do núcleo ou pela eletrosfera. A emissão pelo núcleo é denominada radioatividade. Já, através da eletrosfera, é chamada de raios X. A seguir, compreenderemos a diferença das duas radiações. ATENCAO As radiações eletromagnéticas são compostas por campos magnéticos que são propagados pelo vácuo. As partículas de radiação eletromagnéticas não têm carga nem massa e são denominadas de fóton. Os fótons são partículas que compõe a luz e podem ser definidos como pacotes que transportam energia. IMPORTANT E 16 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA • Raios-X por fretamento (Bremsstrahlung): quando uma pequena fração dos elétrons incidentes mudam sua trajetória por interação coulombina (interação eletrostática entre partículas eletricamente carregadas) com outros elétrons da eletrosfera ou com o próprio núcleo (PERES, 2018; SCAFF, 1997). Em outras palavras, um fóton de raios-X é criado quando o elétron sofre uma desaceleração brusca causada por um campo coulombiano gerado pela interação do núcleo. Eles podem ter qualquer energia. Isso depende da aproximação do elétron com o núcleo e da energia cinética do elétron (energia cinética de movimento). Então, os fótons de raios-x podem ser de qualquer energia como é representado na figura a seguir. FIGURA 8 – ILUSTRAÇÃO DOS RAIO-X FRETAMENTO (BREMSSTRAHLUNG) FONTE: <http://estudoradiografico.blogspot.com/acesso 2021>. Acesso em: 22 mar. 2021. 2.3 RADIOATIVIDADE Como citado na abordagem histórica, a radioatividade foi descoberta pelo físico francês Antoine Henri Becquerel, ao perceber que os sais de urânio emitiam radiações similares aos raios-x que eram impressos em filmes radiográficos. A radioatividade é um processo utilizado por núcleos instáveis em busca da estabilidade. Um átomo radioativo é chamado de radionuclídeo. Se tiver um isótopo, pode ser chamado de radioisótopo. Vale apena lembrar que os isótopos são nuclídeos que possuem o mesmo número de prótons. Isóbaros possuem o mesmo número de massa e os isótonos possuem o mesmo número de nêutrons. IMPORTANT E TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES 17 Esse processo de estabilidade nuclear pode ser chamado de decaimento radioativo. Quando um núcleo instável decai, emite uma radiação que transforma em outro átomo (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2013). Um exemplo disso, de amostras de sais de tório, é que através do decaimento, cientistas descobriram o elemento radioativo radio-226 (226Ra) que, da mesma forma, transformou-se em outro elemento radioativo radônio (222Rn). Podemos afirmar que a emissão de radiação por núcleos instáveis é proporcional à quantidade de átomos radioativos contidos em uma amostra. Quanto maior a quantidade de átomos radioativos, maior será a emissão da radiação. A emissão da radiação é fornecida pela unidade de tempo, que é chamada de atividade. Ela é definida pela taxa de decaimento, que é o número de decaimento por unidade de tempo de uma amostra radioativa (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2013). Os radionuclídeos costumam ser representados por alguns parâmetros, como: meia-vida (T1/2), sendo o intervalo de tempo necessário para que o número de átomos radioativos diminua pela metade. Já na Vida-média(t) é o intervalo de tempo necessáriopara que o número de átomos de uma amostra se desintegre (PERES, 2018). Os raios gama são emitidos pelo núcleo e têm natureza eletromagnética, sendo impossível sua diferenciação dos raios-x. Classifica-se que as radiações de origem nuclear são consideradas raios gamas logo que as radiações derivadas da eletrosfera são conhecidas como raios-x. Uma diferenciação é os raios gamas serem mais penetrantes comparados aos raios-x. Na figura a seguir há uma demonstração do poder de penetração das radiações (KHAN, 1994; SCAFF, 1997). FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO DO PODER DE PENETRAÇÃO DAS RADIAÇÕES FONTE: <https://radioprotecaonapratica.com.br/acesso 2021>. Acesso em: 22 mar. 2021 18 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA A radioterapia utiliza as radiações ionizantes que podem ser eletromagnéticas e/ou corpusculares. ATENCAO Descreveremos um pouco as radiações corpusculares que são constituídas de um feixe de partículas elementares ou através de núcleos atômicos. No quadro a seguir, são descritas as principais partículas caracterizadas como radiações corpusculares, como partículas alfa e beta. QUADRO 2 – DESCRIÇÃO DA RADIAÇÃO CORPUSCULAR Radiação Corpuscular Definição Demonstração Beta Positiva Ocorre com núcleos com excesso de prótons, nesse caso o próton se transforma em um nêutron. Beta Negativa Ocorre com núcleos com excesso de nêutrons, nesse caso o nêutron se transforma em um próton. Partícula Alfa Um núcleo atômico formado por prótons e nêutrons, que se encontram fortemente ligados uns aos outros, mas foram expulsos de um átomo superpesado. Nêutrons As partículas nêutrons não têm carga e por isso não produzem ionização diretamente. São consideradas partículas pequenas, denominadas elementares. FONTE: A autora 2.4 DIFERENTES TIPOS DE FONTES DE RADIAÇÃO A exposição dos seres humanos a radiação pode ser através da radiação natural e/ou artificial. Sendo elas: TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES 19 I- Fontes naturais: as fontes naturais são provenientes da natureza e emitem radiação através de elementos específicos. Um exemplo são solos e rochas que contêm urânio e tório. Na figura a seguir, vemos exemplos de lugares nos quais podemos encontrar radiação de maneira natural. FIGURA 10 – ILUSTRAÇÃO DAS FONTES ENCONTRADAS NA NATUREZA FONTE: A autora II- Fontes artificiais: as fontes de radiação artificial são produzidas por geradores de eletricidade, como tubos de raios-x ou aceleradores de partículas. Podem ter emprego em diversas áreas, porém, no seguimento da medicina, auxilia em diagnósticos ou em terapias. As fontes de radiações artificiais são nomeadas em fontes seladas e não seladas. No quadro a seguir, podemos compreender as diferenças entre as fontes seladas e não seladas. QUADRO 3 – DIFERENÇAS DE FONTES Fontes Conceito Demonstração Fontes seladas Fontes seladas são conceituadas com o material radioativo encapsulado por uma blindagem. Utilizados na braquiterapia. Você sabia que existem radiações encontradas em alimentos como a banana, porém os níveis de radiação são extremamente baixos e inofensivos à saúde dos seres humanos? NOTA 20 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA Fontes não seladas Seu conceito é um material radioativo que está dentro de um frasco, sendo possível ser administrado em seres vivos. Sua principal indicação é na medicina nuclear através de radiofármacos. FONTE: A autora 2.5 INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA Conheceremos os processos de interação da radiação com a matéria. Dessa forma compreenderemos os efeitos fotoelétricos, efeito Compton e a produção de pares. Aprenderemos, então, os conceitos de atenuação da radiação. O conceito da interação da radiação com a matéria é caracterizado por sua capacidade de ionizar o meio que atravessa (OKUNO; YOSHIMURA, 2010). As partículas carregadas podem interagir com a matéria através da excitação molecular e atômica, ionização e/ou ativação (TAUHATA, 2014). 1- Excitação: é quando ocorre uma radiação incidente que não tem energia suficiente para arrancar os elétrons dos átomos, ou seja, torná-los livre. Ao invés disso, os elétrons são deslocados de sua órbita, causando um equilíbrio ao retornarem e, com isso, emitem a energia em forma de luz ou raios-X característico. Um exemplo disso são as radiações não ionizantes que provocam apenas excitações quando interagem com a matéria. 2- Onização: quando uma radiação incidente tem energia suficiente para arrancar os elétrons do átomo, resultando em elétrons livres de alta de energia, íons positivos e radicais livres, gerando as quebras das ligações químicas das moléculas. 3- Ativação: ocorre quando a radiação incidente interage com o núcleo de um átomo, tornando este átomo instável com excesso de energia. Esse núcleo se desfaz desse excesso, emitindo uma radiação. As radiações ionizantes, principalmente os raios gamas e/ou raios-X, devido ao caráter ondulatório e ausência de carga e massa de repouso podem penetrar um material. Suas principais interações são os efeitos fotoelétrico, Compton e produção de pares (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2013; PERES, 2018). • Efeito fotoelétrico O efeito fotoelétrico é caracterizado pela transferência total de energia da radiação gama ou radiação X. O único elétron é expelido da sua órbita com uma energia cinética (TAUHATA, 2014). Como houve uma ionização do átomo, permanecendo em um estado excitado, essa excitação é eliminada pelo TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES 21 preenchimento da vaga criada pelo elétron ejetado por outro elétron de outra camada. Com esse rearranjo, há uma emissão de radiação sob a forma de raios-x característicos. FIGURA 11 – ILUSTRAÇÃO DO EFEITO FOTOELÉTRICO FONTE: Adaptação de Tahauta (2014) Na figura anterior, podemos observar a representação de quando um elétron, ao interagir com a eletrosfera, um fóton é totalmente absorvido, transferindo sua energia para um elétron ligado, sendo assim ejetado de sua órbita. • Efeito Compton O Efeito Compton foi descoberto pelo físico Arthur Compton, quando ele estudava o espelhamento sem perda de energia. Nesse processo, notou uma diferença entre o fóton incidente e o espalhado e atribuiu essa energia à liberação de um elétron no orbital do átomo (SCAFF, 1997). O efeito fotoelétrico ocorre em maior probabilidade com os fótons de energia menor, da ordem de (Kev). Um efeito predominante em exames de radiodiagnósticos. Um exemplo são os raios-x. IMPORTANT E 22 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA FIGURA 12 – ILUSTRAÇÃO DO EFEITO COMPTON FONTE: Adaptação de Tahauta (2014) Portanto, o elétron adquire parte de sua energia cinética do fóton sendo projetado para fora do átomo. Em teoria, nessa situação, o efeito Compton torna-se importante em relação ao efeito fotoelétrico, tendo uma energia de ligação menor, sendo considerado um elétron livre, pois a energia de ligação é muito menor se comparada ao fóton incidente. De tal maneira, torna os elétrons desprezíveis sobre o fóton incidente com a probabilidade de a ocorrência do espalhamento da radiação ser maior (PERES, 2018). • Produção de Pares Ainda sobre a absorção de radiação eletromagnética pela matéria, o mais importante para a perda de energia é a formação de pares. A produção de pares é uma das formas predominantes da absorção da radiação eletromagnética de alta energia de um par elétron-pósitron (SCAFF, 1997). O efeito Compton é mais suscetível aos elétrons da última camada do átomo. Sua predominância se dá em energias maiores. Um exemplo são os aparelhos de radioterapia. IMPORTANT E TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES 23 FIGURA 13 – ILUSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO DE PARES FONTE: Adaptação de Tahauta (2014) Esse acontecimento ocorre quando há fótons de energia superior a 1,022 MeV, passam perto de um núcleo elevado e interagem com um forte campo elétrico nuclear, podendo desaparecer, e, em seu lugar, dar origem ao um par de elétrons (Elétron-pósitron) como a figuraanterior, sendo chamado de pósitron (TAUHATA, 2014; PERES, 2018). 2.6 ATENUAÇÃO DA RADIAÇÃO Assim como um feixe de raios-x ou raios gama incide sobre um material de determinada espessura de um material (papel,parede,chumbo etc.) sendo que parte do feixe é absorvido através da interação como os efeitos fotoelétricos e/ou produção de pares, ou feixes espalhados, como efeito Compton. Quando um feixe incide em determinado material, uma fração atravessa esse material sem interagir. A intensidade de um feixe está relacionada com o número de fótons, sendo assim, o número de fótons após cruzar um material será menor antes de sua interação, como é representado na figura a seguir (TAUHATA, 2014; PERES, 2018). Quanto maior a energia do fóton, maior a possibilidade da ocorrência dessa interação. A descoberta do processo de produção de pares aconteceu em 1933, através de pesquisas de radiação cósmica, sendo de extrema importância para solucionar os problemas relacionados à atenuação dos materiais. IMPORTANT E 24 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA FIGURA 14 – ILUSTRAÇÃO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO LINEAR FONTE: A autora O coeficiente de atenuação é uma probabilidade por unidade de comprimento de que o feixe sofra atenuação através dos efeitos Compton, fotoelétrico e produção de pares. O coeficiente de atenuação linear em massa de um material é dado para determinar o tipo de interação. Ele varia de acordo com a energia de radiação e o tipo e estado do material. Um grande exemplo é a atenuação da água, pois ela possui diversos valores de coeficiente de atenuação, dependendo de seus estados gasoso, líquido e sólido (TAUHATA, 2014). Terminamos o tópico de físicas das radiações. Essa é uma matéria muito complexa e que podem surgir algumas dúvidas. Para contribuir com os seus estudos, acadêmico, uma sugestão é procurar algumas aulas no youtube com professores renomados que disponibilizam seus conhecimentos em prol do seu aprendizado. Vale apena conferir!! Acessando o link a seguir, você encontra uma boa opção: <https://www.youtube.com/ channel/UCDpUiEbd-_RfQRPXbGiwqww>. Acesso em: 22 mar. 2021. DICAS 25 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • O átomo é a menor partícula, sendo constituído de um núcleo e uma eletrosfera. Também vimos que o núcleo contém prótons e nêutrons e a eletrosfera é formada por elétrons. • As radiações podem ser caracterizadas em não ionizantes e ionizantes. Ionizantes, quando elas interagem e têm o poder de arrancar um elétron de sua camada. Já as não ionizantes só causam uma excitação no átomo. • As radiações também podem ser caracterizadas como corpuscular e eletromagnéticas. Corpuscular, quando dão origem no núcleo e as eletromagnéticas são originadas na eletrosfera. • As radiações possuem um espectro eletromagnético com a finalidade de medir as ondas eletromagnéticas, fornecendo uma diferenciação das radiações através de sua frequência e comprimento de onda. • As radiações eletromagnéticas não possuem carga e nem massa. São denominadas de fótons, sendo estes pacotes de energia. • Radiações corpusculares são formadas por partículas com massa como prótons e nêutrons, que originam partículas alfas e betas. • As radiações que têm origem na eletrosfera são chamadas de raios-x. Estes podem ser divididos em raios-x característicos ou freamento. • Os tipos de radiações podem ser naturais e/ou artificiais. Naturais são através de elementos encontrados na natureza. Fontes artificiais são através de equipamentos ou elementos feitos em laboratórios. • As fontes artificiais podem ser seladas ou não seladas. Nas fontes seladas, o material radioativo fica blindado, já as fontes não seladas o material está dentro de um frasco. • A interação da radiação eletromagnética com a matéria pode ser através de três processos sendo eles: Ionização, excitação e ativação. Podendo também surgirem três efeitos decorrentes disso: efeito Compton, efeito fotoelétrico e produção de pares. • No efeito Compton sua predominância é em energias superiores, como a radioterapia. • A atenuação é caracterizada quando um feixe de raios-x ou gama atravessa um determinado material. 26 1 Sabendo que as radiações são classificadas como ionizantes e não ionizantes, é CORRETO afirmar que: I- As radiações ionizantes são capazes de ionizar um átomo, retirando também um elétron de sua camada, já as radiações não ionizantes causam apenas uma excitação no átomo. II- Podemos encontrar as radiações ionizantes em raios ultravioletas. III- As radiações ionizantes são utilizadas em tratamentos de radioterapia. IV- Em aparelhos de radiodiagnóstico, podemos encontrar radiações não ionizantes, devido a sua energia. V- As radiações ionizantes são capazes de causar desequilíbrio eletrônico nas moléculas. Dessas afirmações, quais estão corretas? a) ( ) Todos as alternativas são falsas. b) ( ) Apenas I e II estão corretas. c) ( ) Apenas I, II e III estão corretas. d) ( ) Todas estão corretas. e) ( ) Apenas I, III e V estão corretas. 2 Correlacione a coluna 1 com a coluna 2: (A) Efeito Compton (B) Efeito Fotoelétrico (C) Produção de Pares ( ) Sua predominância é em radiodiagnóstico. ( ) Quando um elétron adquire a energia de um fóton sendo projetado para fora do átomo. ( ) Este efeito é predominante na radioterapia. ( ) O efeito que consiste na transferência da energia fóton incidente sendo totalmente absorvido pelo átomo. ( ) A energia superior a 1,022 MeV. 3 Em radioatividade, a emissão de radiação é proporcional a quantidade de amostra. Um átomo radioativo que compõe uma amostra é chamado de radionuclídeos. Os radionuclídeos são representados por alguns parâmetros. Que parâmetros são esses? a) ( ) Meia-vida e vida-média. b) ( ) Atividade. c) ( ) Absorção e excitação. d) ( ) Decaimento radioativo. AUTOATIVIDADE 27 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 O QUE É CÂNCER? 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico, neste tópico objetivo, temos o objetivo de saber o conceito de câncer e esclarecer como é seu desenvolvimento. Conheceremos quais são os principais tipos de câncer, como são diagnosticados e seus tratamentos. Analisaremos também as estatísticas da doença no mundo. Antes de darmos início a este tópico, voltemos um pouco para relembrar biologia molecular. Como sabemos, a célula é definida como unidades estruturais e funcionais dos seres humanos. As células animais são constituídas por três partes: membrana celular, que é a parte mais externa das células; e citoplasma, sendo o corpo celular e o núcleo. O núcleo é constituído por cromossomos que, por sua vez, são compostos por genes. Os genes armazenam toda a informação genética, como o DNA, e, através dele, passam informações sobre o funcionamento da célula (WATSON; BAKER; BELL, 2015). A figura a seguir é uma representação das células e suas organelas. FIGURA 15 – ILUSTRAÇÃO DAS CELULAS DO CORPO HUMANO FONTE: <https://www.todoestudo.com.br/biologia/celulas-do-corpo-humano>. Acesso em: 22 mar. 2021. 28 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer é o termo empregado para um conjunto de mais de 100 doenças que proliferam em todos os tecidos do corpo humano. Essa doença possui um crescimento desordenado e atípico das células e sua transformação celular resulta em alterações no DNA, em que as mudanças nesta informação genética causam disfunção celular. A grande característica das células cancerígenas é a rápida e alta capacidade de se dividirem. O resultado dessa aceleração faz com que haja um imenso acúmulo de células tumorais (INCA, 2018). FIGURA 16 – ILUSTRAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS CÉLULAS CANCERINEAS FONTE: IFSC (2019, p. 57) O desenvolvimento de neoplasias malignas se inicia quando uma célula normal pode sofrer mutação genética ou sofrer alterações no DNA dos genes. Os genes são responsáveis por repassar as informações genéticas e, com essa alteração, o DNA passa a receberinstruções erradas da sua atividade (INCA, 2018). Com seu grande crescimento desordenado e acelerado, inicia a invasão em tecidos e órgãos adjacentes. Na figura anterior, podemos observar a representação deste processo. 2 ESTATÍSTICAS DO CÂNCER NO MUNDO E NO BRASIL Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer ainda continua sendo um problema de saúde pública no mundo. Sendo a segunda causa de morte, responsável por 9,6 milhões de mortes em 2018. Aproximadamente 70% das mortes por câncer ocorreram nos países subdesenvolvidos. Na figura a seguir, podemos observar uma estimativa de números de novos casos de câncer de 2020 até 2040, disponibilizados pela WHO. TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? 29 FIGURA 17 – ILUSTRAÇÃO DA ESTIMATIVA DE NOVOS CASOS DE CÂNCER NO MUNDO FONTE: A autora O câncer afeta qualquer tecido e/ou órgãos do corpo humano. Ele é caracterizado pelo seu rápido desenvolvimento de células anormais que invadem os tecidos adjacentes (próximos à célula doente) do corpo, avançando para outros órgãos ou até mesmo para o corpo inteiro. Esse processo é denominado metástase. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), os tipos mais comuns de câncer são: pulmão; mama; colorretal; próstata; câncer de pele não-melanoma e estômago. O gráfico a seguir é a representação dos números de casos e sua distribuição de tipos de câncer no mundo. Você sabia que uma em cada seis mortes estão relacionadas ao câncer? A OMS estimou aproximadamente 1,16 trilhões de dólares para os custos com a doença. NOTA 30 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA FIGURA 18 – ILUSTRAÇÃO DOS NÚMEROS DE CASOS NO MUNDO DISTRIBUÍDOS PELOS TIPOS CÂNCER FONTE: Adaptado de OMS (2021) Segundo o relatório fornecido pelo INCA sobre Estimativa 2020 da incidência de câncer no Brasil, estima-se que, em cada ano do triênio 2020-2022, ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma). A figura a seguir demostra a distribuição dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados para 2020, exceto os casos de pele não melanoma. FIGURA 19 – DISTRIBUIÇÃO DOS DEZ TIPOS DE CÂNCER MAIS INCIDENTES ESTIMADOS PARA 2020 FONTE: Adaptado de INCA (2020) TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? 31 Conforme o INCA (2018), o câncer não possui causa única. As doenças possuem diversas causas, podendo ser causas externas (presente no meio ambiente) e internas (hormônios, imunidade e genética). Um alerta para população é que de 80% a 90% dos casos estão relacionados a hábitos e estilo de vida, como consumo de bebidas alcoólicas e cigarros que podem aumentar o risco do desenvolvimento do câncer. Outros fatores importantes são: históricos familiares e mutação genética, que representam de 10% a 20% dos casos relacionados ao desenvolvimento de neoplasias. Os sintomas e sinais da doença dependem de cada caso e variam para cada pessoa. Após o diagnóstico da neoplasia, os médicos definem o estadiamento e indicam a melhor abordagem terapêutica. No quadro a seguir, serão descritos os principais tipos de câncer, juntamente com dados sobre sintomas, sinais, diagnóstico e tratamentos. QUADRO 4 – TIPOS DE CÂNCER E SEUS DADOS Tipos de câncer Acometimento Sintomas e sinais Diagnóstico Tratamento Anal Ocorre no canal e nas bordas externas do ânus. O sangramento anal vivo durante a evacuação. Outros sinais de alerta são coceira, ardor, secreções incomuns, feridas na região anal e incontinência fecal. O diagnóstico é feito por biópsia de uma amostra do tecido. Outros exames, como ressonância magnética. O tratamento pode ser clínico e/ou cirúrgico. O mais utilizado é a combinação de quimioterapia e radioterapia. Bexiga Ocorre na bexiga, parede muscular da bexiga. Sangue na urina, dor durante o ato de urinar e necessidade frequente de urinar. Exames de urina e de imagem, como tomografia computadorizada e cistoscopia, biópsia. O tratamento cirúrgico, radioterapia e/ou quimioterapia. Colo do útero Colo do útero e vagina. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que Exame pélvico e história clínica; exame preventivo; Colposcopia e biópsia. Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a Você sabia que as radiações também podem contribuir para o desenvolvimento de neoplasias? Um exemplo é a neoplasia de pele (câncer de pele não melanoma) causada pela radiação ultravioleta. NOTA 32 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais. radioterapia. Corpo do útero Endométrio. Sangramento vaginal mais intenso que o habitual e entre os ciclos menstruais. História clínica da paciente e exame físico; ultrassonografia transvaginal; histeroscopia. Cirurgia, quimioterapia radioterapia. Esôfago Esôfago (tubo digestivo). Dificuldade ou dor ao engolir, dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito), dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite. Endoscopia digestiva e biópsia. O tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada. Estômago Estômago. Perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal. Endoscopia digestiva alta, biópsia e exames de imagens. A realização da quimioterapia, antes e/ou após a cirurgia. Em alguns casos, também pode ser necessário o tratamento com radioterapia após a cirurgia. Fígado Ductos biliares do fígado ou em vasos sanguíneos. Dor abdominal, massa abdominal, distensão abdominal, perda de peso inexplicada, perda de apetite, mal-estar, icterícia (tonalidade amarelada na pele e nos olhos) e ascite (acúmulo de líquido no abdômen). Tomografia computadorizada; ressonância magnética; laparoscopia. A remoção cirúrgica em casos de tumor primário. Intestino Intestino grosso, colón e reto. Sangue nas fezes; alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados); dor Biópsia. A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? 33 ou desconforto abdominal; fraqueza e anemia; perda de peso sem causa aparente; alteração na forma das fezes. e os gânglios linfáticos. Quimioterapia e radioterapia para evitar recidiva local da doença. Laringe Laringe. Alteração na qualidade da voz, disfagia leve (dificuldade de engolir) e sensação de "caroço" na garganta. Nas lesões avançadas das cordas vocais, além da rouquidão, podem ocorrer dor na garganta, disfagia mais acentuada e dispneia (dificuldade para respirar ou falta de ar). Laringoscopia e biópsia. De acordo com a localização e a extensão do câncer, ele pode ser tratado com cirurgia e/ ou radioterapia e com quimioterapia associada à radioterapia. Leucemia Doença maligna dos glóbulos brancos, que tem como característica o acúmulo de células doentes na medula óssea. A diminuição dos glóbulos vermelhos ocasiona anemia, cujos sintomas incluem: fadiga, falta de ar, palpitação, dor de cabeça, entre outros. A redução dos glóbulos brancos provoca baixa da imunidade, deixando o organismo mais sujeito a infecções muitas vezes graves ou recorrentes. Exame de sangue para confirmação da suspeita de leucemia é o hemograma, exame da medula óssea (mielograma). Quimioterapia (combinações de quimioterápicos). Para alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea. Linfoma de Hodgkin Se origina no sistema linfático, conjunto composto por órgãos (linfonodos ou gânglios). Formam-se ínguas (linfonodos inchados) indolores nesses locais. Na região do tórax podemsurgir tosse, falta de ar e dor torácica. Na pelve ou no abdômen, Biópsia. O tratamento clássico é a poliquimioterapia, quimioterapia com múltiplas drogas, com ou sem radioterapia associada. 34 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA os sintomas são desconforto e distensão abdominal. Outros sinais de alerta são febres, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo. Linfoma não Hodgkin Células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada. Aumento dos linfonodos (gânglios) do pescoço, axilas e/ ou virilha; suor noturno excessivo; febre; coceira na pele; perda de peso maior que 10% sem causa aparente. Biópsia, punção lombar, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A maioria dos linfomas é tratada com quimioterapia, associação de imunoterapia e quimioterapia, ou radioterapia. Mama Mama e glândulas mamárias Nódulo (caroço), pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo), pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço, saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos Exame clínico das mamas, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia. Tratamento local: cirurgia e radioterapia. Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. Ovário Ovário À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas; náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante. O médico realizará o exame clínico ginecológico e poderá pedir exames laboratoriais e de imagem. A doença pode ser tratada com cirurgia ou quimioterapia. Pâncreas Pâncreas (cabeça, corpo e cauda). Fraqueza, perda de peso, falta de apetite, dor abdominal, urina escura, olhos e pele de cor amarela, náuseas Exames de imagem, como ultrassonografia (convencional ou endoscópica), tomografia computadorizada, A cirurgia, único método capaz de oferecer chance curativa, é possível em uma minoria dos casos, pelo fato TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? 35 e dores nas costas. Diabetes também é um fator de risco. e ressonância magnética são métodos utilizados no processo diagnóstico. Além deles, os exames de sangue, incluindo a dosagem do antígeno carboidrato Ca 19.9, podem auxiliar no raciocínio diagnóstico. de, na maioria das vezes, o diagnóstico ser feito em fase avançada da doença. Nos casos em que a cirurgia não seja apropriada, a radioterapia e a quimioterapia são as formas de tratamento. Pele melanoma Tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele). A manifestação da doença na pele normalmente se dá após o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares acompanhada de coceira e descamação. O diagnóstico normalmente é feito pelo dermatologista, através de exame clínico e biópsia. A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas dependendo do estágio do câncer. Pele não melanoma Pele. Manchas na pele que coçam, ardem, descamam ou sangram. Feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. O diagnóstico normalmente é feito pelo dermatologista, através de exame clínico e biópsia. A cirurgia é o tratamento mais indicado tanto nos casos de carcinoma basocelular como de carcinoma epidermoide. Eventualmente, pode-se associar a radioterapia à cirurgia. Pênis Pênis. Uma ferida ou úlcera persistente, ou também uma tumoração localizada na glande, prepúcio ou corpo do pênis. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (esmegma). Exame clínico e biópsia. O tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. 36 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA Próstata Próstata. Dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal. Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico, toque retal, biópsia para confirmação do tumor. Os tratamentos podem ser cirurgia, radioterapia e/ou hormonioterapia. Pulmão Pulmão. Tosse, escarro com sangue, dor no peito e rouquidão, falta de ar, perda de peso e de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite, cansaço ou fraco. Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns. Raio-X do tórax, TC, broncoscopia, PET-CT, cintilografia óssea e biópsia pulmonar guiada por tomografia. O tratamento do câncer de pulmão depende do tipo histológico e do estágio da doença, podendo ser tratado com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, e/ ou modalidades combinadas. Sistema nervoso central O cérebro e a medula espinhal formam o Sistema Nervoso Central (SNC). Dor de cabeça com alarmes, epilepsia ou outras crises convulsivas e perda de funções neurológicas. Os exames de imagem TC e RM com contraste. Existem estudos especiais mais aprofundados, realizados com a TC e a RM, tais como: a AngioTC e a AngioRM, a espectroscopia, permeabilidade, difusão, perfusão e outros. Os tratamentos podem ser cirurgia (durante a cirurgia se faz a biópsia), radioterapia e/ou quimioterapia. Testículo Testículo Mais comuns é o aparecimento de um nódulo duro, geralmente indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha, alteração do tamanho do testículo. O diagnóstico se faz pelo exame de ultrassonografia da bolsa escrotal e pela dosagem de marcadores tumorais no sangue. O tratamento inicial é sempre cirúrgico. O tratamento posterior poderá ser radioterápico, quimioterápico ou de controle clínico. TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? 37 Tiroide Glândula da Tiroide. Rouquidão, sintomas compressivos e até mesmo sensação de falta de ar e dificuldade em engolir alimentos podem ser sintomas sugestivos de malignidade diante de uma massa localizada na tireoide. História clínica e o exame físico, ultrassonografia do pescoço, punção aspirativa. O tratamento do câncer da tireoide é cirúrgico. A complementação terapêutica com o iodo radioativo deve ser sempre utilizada em pacientes com carcinomas bem diferenciados. FONTE: A autora Acadêmico, uma grande sugestão para você é acessar o site do INCA e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de ter todas as informações sobre câncer e estatísticas, há muitos materiais sobre o tema. Vale muito a pena conferir!! DICAS Os tumores infantojuvenil também fazem parte da lista de tipos de câncer, porém, diferentemente dos adultos, os tumores em crianças afetam as células sanguíneas e os tecidos de sustentação. Os tumores mais frequentes são as leucemias e tumores do sistema nervoso central. No quadro a seguir, podemos observar os tipos de câncer infantojuvenil correlacionados com seus sintomas, sinais e tratamento. QUADRO 5 – TIPOS DE CÂNCER INFATOJUVENIL E SEUS DADOS Tipos de câncer infatojuvenil Acometimento Sintomas e sinais Diagnóstico Tratamento Hepatoblastoma Fígado. Os sintomas incluem aumento de volume abdominal, perda de peso e perda de apetite, dor abdominal, vômitos, icterícia, febre, prurido, anemia e dor torácica. A avaliação dos biomarcadores tumorais séricos, exames de imagem para estudo da extensão da doença e histopatologia. Ultrassonografia abdominal com Doppler. Envolve uma abordagem multimodal, incluindo quimioterapia pré-operatóriacom o objetivo de redução do tumor primário, seguido da ressecção cirúrgica do tumor residual. 38 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA Neuroblastoma Glândulas adrenais, localizadas na parte superior do rim e região paravertebral. Pode causar fraquezas em membros. Algumas vezes, a doença pode estar disseminada ao diagnóstico, levando a um quadro de emagrecimento, irritabilidade, palidez, febre e dor óssea. TC/RM; biópsia. Às vezes, aspirado da medula óssea ou biópsia de núcleo da medula óssea mais medição de intermediárias de catecolaminas urinárias. O tratamento é individualizado, de acordo com as características clínicas e biológicas da doença e pode incluir quimioterapia, cirurgia, radioterapia e até o transplante de medula óssea. Osteossarcoma Óssea. Dor óssea e fratura óssea. Devido a sua maior prevalência ser nas pernas, a alteração na marcha é uma das principais queixas. Exames de diagnóstico e laboratório, biópsia. O tratamento sistêmico com quimioterapia, associado com o tratamento local, que inclui a cirurgia. Tratamento local (amputação versus preservação de membro) vai depender da localização do tumor e da resposta ao tratamento. Rabdomiossarcoma Em células que desenvolvem os músculos estriados da musculatura esquelética. Proptose ocular (tumor orbitário), obstrução nasal, podendo ocorrer secreção com sangue (localização nasofaringe/ rinofaringe), obstrução do conduto auditivo médio com eliminação de pólipos ou secreção com sangue (tumor do ouvido médio), retenção de urina e/ou hematúria (tumor de bexiga ou próstata), aumento do volume da bolsa Exames de diagnóstico e laboratório, biópsia. O tratamento envolve uma abordagem multimodal com quimioterapia, cirurgia e ou radioterapia, dependendo da localização de origem do tumor. TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? 39 escrotal/ testicular ou secreção vaginal com sangramento. Retinoblastoma Células da retina. A principal manifestação é um reflexo brilhante no olho doente, parecido com o brilho que apresentam os olhos de um gato quando iluminados à noite. As crianças podem ainda ficar estrábicas (vesgas), ter dor e inchaço nos olhos ou perder a visão. Por meio de exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada. Em geral, não se devem realizar biópsias. Nos casos mais avançados, o olho pode precisar ser retirado e a criança pode precisar de quimioterapia e/ ou radioterapia. Sarcoma de Ewing Em tecidos de partes moles (músculos, cartilagens). Os sinais e sintomas iniciais incluem massa ou inchaço na área do tumor, dor óssea – que pode piorar à noite, febre sem causa conhecida, perda de peso e cansaço. O exame físico; exames laboratoriais; radiografia e biópsias. Consiste em regime de tratamento multimodal, que inclui poliquimioterapia intensiva associada ao tratamento local. Esse pode ser ressecção cirúrgica do tumor associada ou não à radioterapia. Tumor de Wilms Rins. Massa palpável no abdome ou apresentar outros sintomas associados, como infecção urinária, sangue na urina (hematúria), pressão alta (hipertensão arterial) e/ou dor abdominal. Exames de imagem (como ultrassonografia de abdome, radiografia de tórax, TC/RM, com ou sem biópsia da massa inicialmente. O tratamento deste tipo de tumor é baseado em cirurgia, quimioterapia e/ ou radioterapia em alguns casos. 40 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA Tumores de células germinativas Gônadas (ovários ou testículos). Dor abdominal que pode ser crônica ou aguda, mimetizando um quadro de abdome agudo; distensão abdominal; massa palpável e puberdade precoce. Marcadores tumorais (AFP e BHCG) e em exames de imagem. Ultrassonografia. TC/RM. A cirurgia é a base do tratamento e pode ser a única forma de tratar tumores benignos ou malignos em fases iniciais. Tumores do Sistema Nervoso Central Cérebro. Sintomas persistentes de dor de cabeça, vômitos, visão alterada, dificuldade para andar, crises convulsivas, perda dos marcos de desenvolvimento, dentre outras anormalidades. Exames de imagem, como a tomografia computadorizada de crânio com contraste e/ ou ressonância magnética de crânio. Uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia, e deve ser realizado em centros especializados no tratamento de câncer pediátrico. FONTE: A autora 3 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS Após a descoberta da doença, o paciente passa por diversos exames para confirmar o diagnóstico. Logo em seguida, o médico oncologista vai discutir e definir com os pacientes e seus familiares as opções de tratamento. O médico levará em conta o estado de saúde geral do paciente, estadiamento da lesão e sua localização. Um grande passo para escolha do tratamento é o estadiamento. O estadiamento é uma avaliação para determinar a extensão tumoral, comportamento tumoral e, através desse processo, pode ser avaliado o prognóstico. O estadiamento é realizado através de exames de imagens, sendo eles raios-X; TC/RM; PET-CT; cintilografia ósseas; ultrassom, entre outros, são eles exames de laboratórios e exames complementares. Entretanto, para a confirmação Acadêmico, agora que você entendeu os tipos de câncer, os seus sintomas e sinais, no próximo tópico, você conhecerá os tratamentos, tais como cirurgia, quimioterapia, imunoterapia, hormonioterapia, transplante de medula óssea e, principalmente, a radioterapia. ATENCAO TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? 41 da doença, é necessária uma biopsia. A biopsia é realizada por um médico, que retira alguns fragmentos do tecido, os quais serão estudados por laboratórios. Os tipos de biópsia variam de acordo com o tipo e local da doença, podendo elas serem feitas e acompanhadas de imagens como tomografia ou durante a cirurgia. Um exemplo de biópsia durante a cirurgia é a biópsia do linfonodo sentinela, sendo um grande passo para a cirurgia da mama no século 20. O processo consiste em, durante a cirurgia de mama, injetar um corante, denominado patente ou marcador radiativo. Essas substâncias se comportam como um traçador que são absorvidas pelos ductos linfáticos, sendo possível a identificação dos linfonodos. Os linfonodos são retirados para análise patológica, enquanto isso, a cirurgia aguarda o seu resultado para saber se tem doença ou não nos linfonodos axilares. Essa biopsia é importante para o cirurgião, pois poupa o paciente de uma ressecção total no caso de os gânglios estarem livres, evitando assim maiores riscos de infecção e efeitos indesejáveis aos pacientes. Na figura a seguir, é possível compreender sobre a biópsia de linfonodos sentinela. FIGURA 20 – ILUSTRAÇÃO DA BIÓPSIA DE LINFONODOS SENTINELA FONTE: <http://www.oncoguia.org.br/conteudo/Acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. O paciente passará por uma equipe multidisciplinar de oncologistas, cirurgiões oncológicos e radioncologistas que vão avaliar a melhor abordagem de tratamento. O paciente será orientado sobre o tratamento e seus efeitos colaterais. A escolha da terapêutica vai depender das condições clínicas do paciente e a histologia e estágio da doença. A abordagem terapêutica pode ser classificada conforme a tabela a seguir. 42 UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA TABELA 1 – CLASSIFICAÇÕES PARA FINALIDADES DE TRATAMENTO Finalidade terapêutica Definição Exemplos Neoadjuvante Terapia realizada antes do tratamento principal com objetivo de redução do tumor. Realizar radioterapia e /ou quimioterapia para redução do tumor para a retirada na cirurgia, facilitando a ressecção. Adjuvante Terapia realizada após o tratamento principal com propósito de destruir as células cancerígenas remanescentes. Realização da radioterapia após a cirurgia para evitar recidiva da doença. Exclusiva
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