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Indaial – 2021
RadioteRapia
Profª. Tatiane Mayla Domingos Prandi
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Tatiane Mayla Domingos Prandi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
apResentação
Caro acadêmico de Radiologia!
Este livro de estudos foi elaborado para facilitar sua compreensão 
sobre o tratamento que utiliza radiações ionizantes para pacientes com 
neoplasias. De maneira que serão abordados todos os conhecimentos que 
envolvem a radioterapia para proporcionar aos alunos uma vivência muito 
mais precisa da área.
Hoje, o tecnólogo de radiologia tem um papel de extrema importância 
na radioterapia, sendo ele fundamental para o sucesso e qualidade de vida 
dos pacientes que necessitam desse tratamento. 
O conteúdo encontra-se dividido em três unidades com seus respectivos 
tópicos para facilitar a sua compreensão e a construção do seu aprendizado. A 
cada etapa, você poderá avançar os conhecimentos com facilidade.
Na Unidade 1, teremos uma abordagem histórica da descoberta da 
radioatividade e o surgimento da radioterapia. Compreenderemos também 
como é o comportamento da radiação com a matéria e como ela interage 
em nossas células. Conheceremos também a fundo as células cancerígenas e 
suas estatísticas.
Na Unidade 2, conheceremos a evolução dos equipamentos 
de radioterapia. Desenvolveremos também o domínio do processo de 
trabalho na radioterapia, tanto do tecnólogo de radiologia, como da equipe 
multidisciplinar. O aluno conhecerá todos os protocolos, rotinas e etapas do 
tratamento dos pacientes.
Na Unidade 3, reuniremos conteúdos sobre as técnicas de tratamento 
de forma estruturada, permitindo ao aluno conhecer as modalidades 
de tratamento e os sistemas de planejamento. Abordar os tratamentos 
complexos que envolvem aparelhos de alta tecnologia. Por fim, o acadêmico 
compreenderá os protocolos, normas e testes de qualidade que tangem a 
radioterapia e a segurança dos pacientes.
Dessa forma, você obterá, com excelência, os conhecimentos necessários 
para desenvolver seu perfil profissional, conseguindo atuar na radioterapia, 
na realização e sucesso do tratamento oncológico de pacientes. Assim como 
compreenderá que a excelência do seu trabalho na radioterapia é fundamental.
Desejamos a você uma excelente leitura!
Bons estudos!
Tatiane Mayla Domingos Prandi
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumáRio
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA ...................................... 1
TÓPICO 1 — UMA ABORDAGEM HISTÓRICA ........................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA .......................................................................................... 3
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 7
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 8
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES ........................................................................................ 11
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11
2 INTRODUÇÃO À FÍSICA DAS RADIAÇÕES .......................................................................... 11
2.1 CONCEITOS DE RADIAÇÕES .................................................................................................. 12
2.2 RAIOS X CARACTERÍSTICO .................................................................................................... 15
2.3 RADIOATIVIDADE .................................................................................................................... 16
2.4 DIFERENTES TIPOS DE FONTES DE RADIAÇÃO ............................................................... 18
2.5 INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA ................................................................ 20
2.6 ATENUAÇÃO DA RADIAÇÃO ................................................................................................ 23
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 25
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 26
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER? .................................................................................................... 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27
2 ESTATÍSTICAS DO CÂNCER NO MUNDO E NO BRASIL ................................................... 28
3 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS ................................................................................................. 40
3.1 CIRURGIA ONCOLÓGICA ........................................................................................................ 42
3.2 QUIMIOTERAPIA ....................................................................................................................... 43
3.3 OUTROS TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS ......................................................................... 44
3.4 RADIOTERAPIA .......................................................................................................................... 44
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................47
TÓPICO 4 — RADIOBIOLOGIA ...................................................................................................... 49
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49
2 MECANISMOS DE AÇÃO DA RADIAÇÃO IONIZANTE ..................................................... 50
2.1 CICLOS CELULARES .................................................................................................................. 52
2.2 INTERAÇÕES DAS RADIAÇÕES COM AS CÉLULAS E TECIDOS ................................... 54
2.3 FRACIONAMENTOS DA DOSE DE RADIAÇÃO ................................................................. 55
2.4 O EFEITO DA RADIAÇÃO EM NOSSO CORPO ................................................................... 58
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 60
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 62
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 64
UNIDADE 2 — ETAPAS PARA O TRATAMENTO ...................................................................... 67
TÓPICO 1 — EQUIPAMENTOS DE RADIOTERAPIA ............................................................... 69
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 69
2 APARELHOS DE ORTOVOLTAGEM ........................................................................................... 69
2.1 PRINCÍPIO PRÁTICO E FUNCIONAMENTO ........................................................................ 70
2.2 APLICAÇÕES CLÍNICAS .......................................................................................................... 72
3 EQUIPAMENTOS DE COBALTOTERAPIA................................................................................ 73
3.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DAS UNIDADES DE TELECOBALTERAPIA ............ 74
3.2 COMPONENTES DOS EQUIPAMENTOS DE COBALTOTERAPIA ................................... 76
4 ACELERADORES LINEARES ........................................................................................................ 78
5 OUTROS EQUIPAMENTOS DA RADIOTERAPIA ................................................................. 85
5.1 GAMMA KNIFE ........................................................................................................................... 85
5.2 TOMOTERAPIA ........................................................................................................................... 86
5.3 CYBERKNIFE ................................................................................................................................ 86
5.4 PROTONTERAPIA ....................................................................................................................... 87
5.5 BRAQUITERAPIA ....................................................................................................................... 88
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 93
TÓPICO 2 — PROCESSOS E ETAPAS DA RADIOTERAPIA E 
 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS ............................................................................ 95
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95
2 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ..................................................................................................... 95
2.1 MÉDICO RÁDIO-ONCOLOGISTA ........................................................................................... 97
2.2 FÍSICO MÉDICO ........................................................................................................................... 98
2.3 DOSIMETRISTA ........................................................................................................................... 99
2.4 TECNÓLOGOS/TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA .............................................................. 100
2.5 EQUIPE DE ENFERMAGEM ................................................................................................... 101
3 PROCESSOS DA RADIOTERAPIA ............................................................................................ 101
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 104
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 105
TÓPICO 3 — SIMULAÇÃO DE TRATAMENTO ........................................................................ 107
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 107
2 IMOBILIZADORES ....................................................................................................................... 107
2.1 MÁSCARAS TERMOPLÁSTICAS .......................................................................................... 108
2.2 APOIOS CERVICAIS E BASES DE FIXAÇÃO ....................................................................... 109
2.3 EXTENSOR DE OMBROS ......................................................................................................... 110
2.4 RAMPA DE MAMA ................................................................................................................... 110
2.5 VAC FIX ........................................................................................................................................ 111
2.6 BELLY BOARD ............................................................................................................................ 111
2.7 APOIOS DE PERNAS E PÉS .................................................................................................... 112
3 POSICIONAMENTO ...................................................................................................................... 112
4 AQUISIÇÕES DAS IMAGENS DE TRATAMENTO ............................................................... 114
5 DELINEAMENTOS DAS ESTRUTURAS E VOLUME TUMORAIS ................................... 117
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 120
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 122
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 125
UNIDADE 3 — TÉCNICAS DE TRATAMENTOS ...................................................................... 127
TÓPICO 1 — TÉCNICAS DE TRATAMENTO ............................................................................. 129
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129
2 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 2D............................................................................................. 131
3 TRATAMENTOS COM FEIXES DE ELÉTRONS ...................................................................... 136
4 TÉCNICAS DE TRATAMENTO 3D-CRT ................................................................................... 137
5 TÉCNICA DE TRATAMENTO IMRT ......................................................................................... 141
6 TÉCNICA DE TRATAMENTO VMAT ........................................................................................144
7 TÉCNICAS DE TRATAMENTO ESPECIAIS ............................................................................. 145
7.1 INTRAOPERATÓRIA ................................................................................................................ 145
7.2 IRRADIAÇÃO DE CORPO TOTAL (TBI) ............................................................................... 147
7.3 IRRADIAÇÃO TOTAL DE PELE (TSI) .................................................................................... 147
7.4 RADIOCIRURGIA ...................................................................................................................... 148
7.5 NEUROEIXO ............................................................................................................................... 150
7.6 MANTO ........................................................................................................................................ 151
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 153
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 155
TÓPICO 2 — GESTÃO DA QUALIDADE NA RADIOTERAPIA ........................................... 157
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 157
2 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................. 157
3 PROGRAMA DE GARANTIA DE QUALIDADE .................................................................... 159
4 TESTES DIÁRIOS .......................................................................................................................... 160
5 TESTES MENSAIS .......................................................................................................................... 161
6 TESTES ANUAIS ............................................................................................................................. 162
7 CONTROLE DE QUALIDADE ..................................................................................................... 162
8 GESTÃO DA QUALIDADE .......................................................................................................... 167
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 170
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 171
TÓPICO 3 — PROTEÇÃO RADIOLÓGICA NA RADIOTERAPIA ........................................ 173
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 173
2 GRANDEZAS UTILIZADAS EM RADIOPROTEÇÃO .......................................................... 175
3 PRINCÍPIOS DE RADIOPROTEÇÃO ........................................................................................ 176
4 MONITORAÇÃO INDIVIDUAL ................................................................................................. 177
5 PREVENÇÃO DE ACIDENTES COM ACELERADOR LINEAR .......................................... 178
5.1 IRRADIAÇÃO ALÉM DO IMPREVISTO................................................................................ 179
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 182
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 183
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 185
1
UNIDADE 1 — 
TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA 
RADIOTERAPIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer o processo histórico das descobertas revolucionárias para a 
medicina;
• compreender a física das radiações e os efeitos da radiação sobre os átomos;
• compreender os conceitos e aspectos sobre as células cancerígenas;
• conhecer os efeitos das radiações ionizantes sobre o tecido do corpo 
humano.
 Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da 
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o 
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
TÓPICO 2 – FÍSICA DAS RADIAÇÕES 
TÓPICO 3 – O QUE É CÂNCER?
TÓPICO 4 – RADIOBIOLOGIA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico relembraremos fatos históricos que marcaram e 
revolucionaram a medicina e conduziram ao surgimento da radioterapia. O 
primeiro grande marco da história foi a descoberta dos raios X em 1895 pelo 
físico Alemão Wilhelm Conrad Rontgen, que se dedicava aos estudos dos tubos 
de raios catódicos (SALVAJOLI, 1999).
2 BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA
A primeira radiografia realizada foi dia 22 de novembro de 1895 quando 
Rontgen posicionou a mão esquerda da sua esposa Anna Bertha Rontgen sobre o 
chassi, contendo um filme fotográfico, fazendo incidir a radiação através de um 
tubo por cerca de 15 minutos sobre a mão. Após a revelação do filme fotográfico, 
observou os ossos e a aliança de sua esposa. (SALVAJOLI, 1999) A figura a seguir 
é Wilhelm Conrad Rontgen e a primeira radiografia da história.
FIGURA 1 – ILUSTRAÇÃO WILHELM CONRAD RONTGEN E O PRIMEIRO RAIOS X DA HISTÓRIA
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/descoberta-radioatividade/acesso>. 
Acesso em: 22 mar. 2021.
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
4
Em seguida, na mesma época, Antoine Henri Becquerel testou a hipótese 
de que as substâncias que emitiam a luz visível e, depois, transformavam-se em 
fontes de energia. Becquerel descobriu que compostos de urânio emitiam algum 
tipo de radiação invisível, porém, elas eram capazes de sensibilizar as emulsões 
fotográficas. Sendo uma grande descoberta para a radioatividade natural 
(SALVAJOLI, 1999).
No ano de 1898, o casal Pierre e Marie Curie, em estudos sistemáticos 
com os raios de Becquerel, procuravam elementos radioativos naturais com as 
mesmas propriedades e encontram Pechblenda. Esse minério apresentava a 
radioatividade muito elevada. O casal separou o elemento e, nessas separações, 
surgiu os sais de urânio, e encontraram dois elementos radioativos, o primeiro foi 
o rádio e o segundo polônio. Em 1900, o Rádio foi utilizado para fins terapêuticos 
(SALVAJOLI, 2013). 
FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO DOS CIENTISTAS MARIE CURIE E PIERRE CURIE 
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
 
Em 1903, teve o início da inserção de pequenas quantidades do elemento de 
rádio dentro de tumores malignos e lesões superficiais, com intuito de eliminar as 
células malignas. Assim, nascia a braquiterapia, uma modalidade da radioterapia 
que utiliza a aplicação de fontes radioativas próximas ao tumor. Nesse período, 
não havia tipo algum de preocupação com os tecidos, órgãos ou efeitos biológicos 
da radiação. Também não existia proteção radiológica, tipo algum de cuidado 
com os profissionais, nem com o ambiente.
Você sabia que no dia 8 de novembro é comemorado o dia dos profissionais 
das técnicas radiológicas, em homenagem a descoberta de Wilhelm Conrad Rontgen? Ele 
também foi ganhador do prêmio Nobel pela descoberta.
No Brasil, a primeira radiografia registrada na história foi no ano de 1986, sendo ela disputada 
por vários cientistas de diversas cidades.
NOTA
TÓPICO 1 — UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
5
Em 1911 iniciaram os estudos de fracionamento de dose, chegando ao 
primeiro passo da basede Radiobiologia. No entanto, apenas nos anos 80 obtiveram 
estudos de curva de sobrevivência celular e houve uma melhor compreensão do 
DNA e dos efeitos radiobiológicos sobre as células. 
Os estudos sobre a aplicação da radiação na área médica foi evoluindo. Em 
1915, surgiram os primeiros aparelhos de ortovoltagem. Eram equipamentos que 
produziam raios X de baixa energia e indicado para tratamentos superficiais. Na 
Unidade 2 conheceremos um pouco mais esse aparelho e suas principais indicações 
(SALVAJOLI, 1999).
Você sabia que o primeiro tratamento de radioterapia foi totalmente acidental? 
Marie Curie colocou um tubo de rádio-226 (226Ra) em contato com o braço do seu marido 
durante uma semana e observou que o tecido formou uma úlcera que não cicatrizava.
NOTA
Por volta de 1930, no Instituto Radium em Paris, em suas pesquisas, Irene 
Curie juntamente com seu marido Frédéric Joliot, descobriram alguns materiais não 
radioativos que, quando irradiados por elementos radioativos naturais, também 
passavam a emitir radiação. Assim, surgiu o fenômeno da radioatividade artificial. 
Portanto, iniciava-se o uso de produção de materiais radioativos para o campo de 
pesquisas e aplicações médicas (SALVAJOLI, 1999).
Nos anos 40, com a invenção de reatores nucleares, tornou-se possível 
novos elementos radioativos, entre eles Cobalto-60 (Co-60) e Césio -137 (Cs-137). 
Esses elementos foram utilizados na produção de equipamentos de radioterapia 
que utilizava fontes encapsuladas. Na Unidade 2, conheceremos melhor esses 
equipamentos e suas principais indicações para os tratamentos.
Os primeiros aceleradores lineares, em 1950, utilizavam apenas feixe de 
fótons. Porém, no final dos anos 50, a indústria disponibilizou feixes de fótons e 
elétrons. Os aceleradores lineares trouxeram grandes avanços para a radioterapia e 
tornaram os tratamentos mais rápidos e seguros.
A história da radioterapia no Brasil teve início em 1914, quando o Prof. Eduardo 
Rabello regressou de Paris e fundou o Instituto Radiam. Você sabia que, em 1938, foi fundado 
o Instituto Nacional do Câncer: O Inca? 
NOTA
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
6
A área da radioterapia vive em constante evolução. Atualmente, contamos 
com equipamentos de última geração e automatizados, que promovem uma 
segurança e garantem a qualidade nos tratamentos de radioterapia. Na figura a 
seguir, nota-se o cronograma dos eventos que marcaram a radioterapia e grande 
processo dessa evolução. Nas próximas unidades, conheceremos, de maneira mais 
profunda, esse processo.
FIGURA 3 – ILUSTRAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA RADIOTERAPIA 
FONTE: A autora 
Você sabia que, em 1954 foi inaugurada a primeira unidade de cobalto no Brasil, 
sendo ela a primeira da América latina, localizada no Rio de Janeiro? Na década de 70 surgiram 
os primeiros aceleradores lineares do Brasil, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
NOTA
7
Neste tópico, você aprendeu que:
• A descoberta dos raios X se deu pelo físico Wilhelm Conrad Rontgen em 1985 
e, também, como foi a primeira radiografia da história.
• A radioatividade surgiu por Antoine Henri Becquerel, que testou a hipótese 
de as substâncias emitiam luz visível e se transformavam em fontes de energia.
• No ano de 1898, o casal Pierre e Marie Curie encontrou elementos de alta 
radioatividade que, por acidente, descobriram suas propriedades medicinais.
• Em 1903, teve o início da inserção de pequenas quantidades do elemento de 
rádio dentro de tumores malignos e lesões superficiais com intuito de eliminar 
as células malignas. Assim nasceu a braquiterapia.
• Em 1911, iniciou os estudos de fracionamento de dose, chegando ao primeiro 
passo da base de Radiobiologia.
• Os estudos sobre aplicação da radiação na área médica foi evoluindo. 
• Em 1915, surgiram os primeiros aparelhos de ortovoltagem.
• Por volta de 1930, no Instituto Radium em Paris, em suas pesquisas, Irene Curie 
juntamente com seu marido Frédéric Joliot, descobriram alguns materiais não 
radioativos. Assim surgiu a radioatividade natural.
• Nos anos 40, a invenção de reatores nucleares tornou possível novos elementos 
radioativos, entre eles Cobalto-60 (Co-60) e Césio -137 (Cs-137).
• Os primeiros aceleradores lineares foram descobertos em 1950 e utilizavam 
apenas feixe de fótons. Porém, no final dos anos 50, a indústria disponibilizou 
feixes de fótons e elétrons.
RESUMO DO TÓPICO 1
8
1 Em 1986 alguns cientistas descobriram que alguns materiais emitiam 
radiação, então iniciou-se a radioatividade natural. Considerando essa 
informação, são feitas as seguintes afirmações:
I- Pierre e Marie Curie descobriram Pechblenda, testaram e separaram os sais 
de urânio. Nessa separação encontraram o (rádio e polônio) elementos com 
radioatividade elevada.
II- Antoine Henri Becquerel testou a hipótese de as substâncias que emitiam a luz 
visível e depois transformavam-se em fontes de energia. Becquerel descobriu 
que compostos de urânio emitiam algum tipo de radiação invisível. 
III- Marie Curie estudou e testou a possibilidade de o elemento rádio poder 
ter fins medicinais.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todas as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I e III estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas II e III estão corretas. 
2 Sabendo que a radioterapia teve início através da abordagem de elementos 
radioativos, inseridos diretamente ao tumor, podemos afirmar que os 
aparelhos surgiram em que ano?
I- Em 1915, surgiam os primeiros equipamentos de radioterapia, os aparelhos 
de ortovoltagem, eram equipamentos que produziam raios-X de baixa 
energia indicado para tratamentos superficiais.
II- Após a descoberta da radioatividade artificial, na década de 40, começaram 
a fabricar as primeiras unidades de terapia, os aparelhos que continham 
Cobalto 60(Co-60) e Césio (Cs-137).
III- Os primeiros aceleradores lineares surgiram em 1950 utilizavam apenas 
feixe de fótons.
IV- No Brasil, só na década de 80, surgiram os primeiros aceleradores. 
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todos as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas II e III estão corretas. 
AUTOATIVIDADE
9
3 No Instituto Radium em Paris, no ano de 1930, em suas pesquisas, Irene Curie 
e seu marido Frédéric Joliot descobriram alguns materiais não radioativos. 
Assinale a seguir a alternativa que corresponde a essa evolução.
a) ( ) Radioterapia.
b) ( ) Radioatividade natural.
c) ( ) Radiografia.
d) ( ) Radioatividade artificial. 
10
11
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
FÍSICA DAS RADIAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico temos o objetivo de tomar conhecimento 
do conceito de radiação e conhecer os diferentes aspectos de classificação das 
radiações. Nele compreenderemos também as diferenças entre radiação alfa, 
gama e beta. 
O que podemos afirmar é que a radiação é uma energia em trânsito. 
Portanto, a radiação é uma forma de energia transmitida por uma fonte que 
se propaga através de um meio, sob forma de partícula com ou sem carga ou 
também através de ondas eletromagnéticas.
2 INTRODUÇÃO À FÍSICA DAS RADIAÇÕES 
A origem da radiação se dá no átomo, portanto, será necessário 
relembrarmos os seus modelos e conceitos para que, assim, possamos ter maior 
compreensão da radiação e das suas características. Tudo que existe no universo é 
constituído por átomos unidos que formam as moléculas. Sabemos que os átomos 
são fundamentais para a estrutura da matéria. Eles são constituídos por um núcleo 
(nêutrons e prótons) e, em sua orbita, estão os elétrons (KHAN, 1994).
O modelo de Bohr consiste em um núcleo formado por prótons e nêutrons 
e uma eletrosfera disposta em camadas e seus subníveis de energia. Na figura 
a seguir, podemos identificar o núcleo e sua eletrosfera. A neutralização destas 
camadas causa o equilíbrio do átomo e, consequentemente,o equilíbrio das 
moléculas (KHAN, 1994).
Os cientistas ainda não entraram em um consenso quanto à escolha de um 
modelo ideal. Existem cinco modelos de átomos na história, mas neste material adotaremos 
o modelo atômico de Bohr.
IMPORTANT
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12
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 4 – ILUSTRAÇÃO DO ÁTOMO
FONTE: <https://bit.ly/3gjdUMw>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Por que devemos saber da estrutura de um átomo? A resposta é muito 
simples: o átomo é uma fonte para radiação. Esse conhecimento vai ser necessário 
para os próximos tópicos. 
2.1 CONCEITOS DE RADIAÇÕES
As radiações são produzidas por um processo de adequação de energia 
que ocorre no núcleo e nas camadas eletrônicas dos átomos. Um exemplo são 
as radiações gama e beta nas quais o ajuste ocorre no núcleo. Já, para os raios X 
característico, esse processo ocorre na eletrosfera.
As radiações podem ser classificadas como radiações ionizantes e 
não ionizantes. Além desta classificação, elas podem ser também classificadas 
como mecânicas, corpusculares e eletromagnéticas (PERES, 2018). As radiações 
ionizantes são capazes de ionizar os átomos, ou seja, também podem retirar um 
elétron de sua camada, que podem causar um desequilíbrio eletrônico. Entretanto, 
as radiações não ionizantes somente causam excitações atômicas.
Os tipos de radiações são classificados pelo comprimento de onda e 
frequência denominado espectro eletromagnético. São ondas eletromagnéticas 
e feixes de partículas sem carga que têm a probabilidade de atravessarem um 
material sem sofrerem interação com o meio, ou seja, por este motivo, não há 
perda de energia. Entretanto, em um feixe com partículas carregadas, estas, ao 
colidirem com um material, perdem gradativamente sua energia (TAUHATA, 
2014; OKUNO, 2010). A figura a seguir é uma demonstração dos tipos de radiação. 
Podemos analisar também a frequência de onda e seu comprimento. 
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
13
FIGURA 5 – ILUSTRAÇÃO DO ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
FONTE: IFSC (2019, p. 12)
O espectro eletromagnético é uma escala de radiação eletromagnética 
com a finalidade de medir as ondas eletromagnéticas, que podem ter a mesma 
velocidade, porém, sua diferenciação é a frequência e o comprimento da onda. Na 
figura a seguir, podemos encontrar a descrição dessas radiações.
FIGURA 6 – ILUSTRAÇÃO DAS DESCRIÇÕES DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS
FONTE: A autora
Na radioterapia, utilizamos a radiação ionizante para o tratamento das células 
cancerígenas. De maneira imprescindível, o acadêmico deve conhecer a física das radiações 
para compreender a área da radiologia.
ATENCAO
14
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
As radiações ionizantes são aquelas em que há transferência de energia 
e liberação de elétrons do meio e, normalmente, são divididas em: corpuscular e 
eletromagnéticas (KHAN, 1994). No quadro a seguir, para o seu maior entendimento, 
serão descritas as radiações ionizantes e de que maneira são encontradas.
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÕES DAS RADIAÇÕES
Classificação das 
Radiações Conceito Demonstração
Eletromagnética
As ondas de radiação 
eletromagnética são uma 
junção de campo magnético 
com campo elétrico que 
se propagam no vácuo 
transportando energia. 
Luz é um exemplo!
Corpusculares 
São aquelas formadas por 
partículas com massas 
(elétrons, nêutrons e 
prótons). São as radiações 
alfa e Beta. Uma fonte natural 
da radiação corpuscular 
é a radiação cósmica, que 
provém do espaço sideral. Espaço sideral.
Indiretamente 
Ionizante
São compostas por partículas 
sem carga, como fótons 
e nêutrons. Interagem 
individualmente transferindo 
sua energia para um elétron.
Os Raios-X e raios gamas 
são exemplos de radiações 
indiretamente ionizantes.
Diretamente 
Ionizante
São compostas por 
partículas com cargas, 
como partículas alfa e beta. 
A presença faz com que a 
partícula interaja com os 
campos elétricos.
Tratamento com betaterapia
FONTE: A autora
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
15
2.2 RAIOS X CARACTERÍSTICO 
A radiação proveniente da eletrosfera é chamada de raios X. Eles são 
produzidos por dois processos, sendo eles:
• Raios X característicos: ocorrem quando um elétron é retirado e/ou deslocado 
do seu nível de energia, promovendo um lugar livre (vacância) que pode ser 
ocupado por um elétron com energia superior (TAUHATA, 2014; OKUNO, 
2013), que emitem um excesso de energia em forma de raios x. Eles são 
denominados assim porque seus valores são característicos para cada 
elemento. Na figura a seguir, podemos analisar como ocorre esse processo.
FIGURA 7 – ILUSTRAÇÃO DOS RAIO-X CARACTERÍSTICOS 
FONTE: <http://estudoradiografico.blogspot.com/acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
Vale lembrar que as radiações ionizantes têm duas origens no átomo: a do 
núcleo ou pela eletrosfera. A emissão pelo núcleo é denominada radioatividade. Já, através da 
eletrosfera, é chamada de raios X. A seguir, compreenderemos a diferença das duas radiações.
ATENCAO
As radiações eletromagnéticas são compostas por campos magnéticos que 
são propagados pelo vácuo. As partículas de radiação eletromagnéticas não têm carga 
nem massa e são denominadas de fóton. Os fótons são partículas que compõe a luz e 
podem ser definidos como pacotes que transportam energia.
IMPORTANT
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UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
• Raios-X por fretamento (Bremsstrahlung): quando uma pequena fração dos 
elétrons incidentes mudam sua trajetória por interação coulombina (interação 
eletrostática entre partículas eletricamente carregadas) com outros elétrons 
da eletrosfera ou com o próprio núcleo (PERES, 2018; SCAFF, 1997). Em 
outras palavras, um fóton de raios-X é criado quando o elétron sofre uma 
desaceleração brusca causada por um campo coulombiano gerado pela 
interação do núcleo. Eles podem ter qualquer energia. Isso depende da 
aproximação do elétron com o núcleo e da energia cinética do elétron (energia 
cinética de movimento). Então, os fótons de raios-x podem ser de qualquer 
energia como é representado na figura a seguir.
FIGURA 8 – ILUSTRAÇÃO DOS RAIO-X FRETAMENTO (BREMSSTRAHLUNG)
FONTE: <http://estudoradiografico.blogspot.com/acesso 2021>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
2.3 RADIOATIVIDADE 
Como citado na abordagem histórica, a radioatividade foi descoberta pelo 
físico francês Antoine Henri Becquerel, ao perceber que os sais de urânio emitiam 
radiações similares aos raios-x que eram impressos em filmes radiográficos. A 
radioatividade é um processo utilizado por núcleos instáveis em busca da estabilidade.
Um átomo radioativo é chamado de radionuclídeo. Se tiver um isótopo, pode 
ser chamado de radioisótopo. Vale apena lembrar que os isótopos são nuclídeos que 
possuem o mesmo número de prótons. Isóbaros possuem o mesmo número de massa e 
os isótonos possuem o mesmo número de nêutrons.
IMPORTANT
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TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
17
Esse processo de estabilidade nuclear pode ser chamado de decaimento 
radioativo. Quando um núcleo instável decai, emite uma radiação que transforma 
em outro átomo (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2013). Um exemplo disso, de 
amostras de sais de tório, é que através do decaimento, cientistas descobriram o 
elemento radioativo radio-226 (226Ra) que, da mesma forma, transformou-se em 
outro elemento radioativo radônio (222Rn).
Podemos afirmar que a emissão de radiação por núcleos instáveis é 
proporcional à quantidade de átomos radioativos contidos em uma amostra. 
Quanto maior a quantidade de átomos radioativos, maior será a emissão da 
radiação. A emissão da radiação é fornecida pela unidade de tempo, que é 
chamada de atividade. Ela é definida pela taxa de decaimento, que é o número de 
decaimento por unidade de tempo de uma amostra radioativa (TAUHATA, 2014; 
OKUNO, 2013).
Os radionuclídeos costumam ser representados por alguns parâmetros, 
como: meia-vida (T1/2), sendo o intervalo de tempo necessário para que o número 
de átomos radioativos diminua pela metade. Já na Vida-média(t) é o intervalo de 
tempo necessáriopara que o número de átomos de uma amostra se desintegre 
(PERES, 2018). 
Os raios gama são emitidos pelo núcleo e têm natureza eletromagnética, 
sendo impossível sua diferenciação dos raios-x. Classifica-se que as radiações de 
origem nuclear são consideradas raios gamas logo que as radiações derivadas 
da eletrosfera são conhecidas como raios-x. Uma diferenciação é os raios gamas 
serem mais penetrantes comparados aos raios-x. Na figura a seguir há uma 
demonstração do poder de penetração das radiações (KHAN, 1994; SCAFF, 1997). 
FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO DO PODER DE PENETRAÇÃO DAS RADIAÇÕES
FONTE: <https://radioprotecaonapratica.com.br/acesso 2021>. Acesso em: 22 mar. 2021
18
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
 A radioterapia utiliza as radiações ionizantes que podem ser eletromagnéticas 
e/ou corpusculares. 
ATENCAO
Descreveremos um pouco as radiações corpusculares que são constituídas 
de um feixe de partículas elementares ou através de núcleos atômicos. No quadro 
a seguir, são descritas as principais partículas caracterizadas como radiações 
corpusculares, como partículas alfa e beta.
QUADRO 2 – DESCRIÇÃO DA RADIAÇÃO CORPUSCULAR
Radiação 
Corpuscular Definição Demonstração
Beta Positiva
Ocorre com núcleos com excesso 
de prótons, nesse caso o próton se 
transforma em um nêutron.
Beta Negativa 
Ocorre com núcleos com excesso 
de nêutrons, nesse caso o nêutron 
se transforma em um próton.
Partícula Alfa
Um núcleo atômico formado 
por prótons e nêutrons, que se 
encontram fortemente ligados uns 
aos outros, mas foram expulsos de 
um átomo superpesado.
Nêutrons
As partículas nêutrons não têm 
carga e por isso não produzem 
ionização diretamente. São 
consideradas partículas pequenas, 
denominadas elementares.
FONTE: A autora
2.4 DIFERENTES TIPOS DE FONTES DE RADIAÇÃO
A exposição dos seres humanos a radiação pode ser através da radiação 
natural e/ou artificial. Sendo elas:
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
19
I- Fontes naturais: as fontes naturais são provenientes da natureza e emitem 
radiação através de elementos específicos. Um exemplo são solos e rochas que 
contêm urânio e tório. Na figura a seguir, vemos exemplos de lugares nos quais 
podemos encontrar radiação de maneira natural.
FIGURA 10 – ILUSTRAÇÃO DAS FONTES ENCONTRADAS NA NATUREZA
FONTE: A autora
II- Fontes artificiais: as fontes de radiação artificial são produzidas por geradores 
de eletricidade, como tubos de raios-x ou aceleradores de partículas. Podem 
ter emprego em diversas áreas, porém, no seguimento da medicina, auxilia em 
diagnósticos ou em terapias.
As fontes de radiações artificiais são nomeadas em fontes seladas e não 
seladas. No quadro a seguir, podemos compreender as diferenças entre as fontes 
seladas e não seladas. 
QUADRO 3 – DIFERENÇAS DE FONTES
Fontes Conceito Demonstração
Fontes seladas
Fontes seladas são 
conceituadas com o material 
radioativo encapsulado por 
uma blindagem. Utilizados 
na braquiterapia.
Você sabia que existem radiações encontradas em alimentos como a banana, 
porém os níveis de radiação são extremamente baixos e inofensivos à saúde dos seres 
humanos?
NOTA
20
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Fontes não seladas
Seu conceito é um material 
radioativo que está dentro 
de um frasco, sendo 
possível ser administrado 
em seres vivos. Sua 
principal indicação é na 
medicina nuclear através de 
radiofármacos.
FONTE: A autora
2.5 INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA 
Conheceremos os processos de interação da radiação com a matéria. Dessa 
forma compreenderemos os efeitos fotoelétricos, efeito Compton e a produção de 
pares. Aprenderemos, então, os conceitos de atenuação da radiação.
 O conceito da interação da radiação com a matéria é caracterizado por 
sua capacidade de ionizar o meio que atravessa (OKUNO; YOSHIMURA, 2010). 
As partículas carregadas podem interagir com a matéria através da excitação 
molecular e atômica, ionização e/ou ativação (TAUHATA, 2014). 
1- Excitação: é quando ocorre uma radiação incidente que não tem energia suficiente 
para arrancar os elétrons dos átomos, ou seja, torná-los livre. Ao invés disso, os 
elétrons são deslocados de sua órbita, causando um equilíbrio ao retornarem 
e, com isso, emitem a energia em forma de luz ou raios-X característico. Um 
exemplo disso são as radiações não ionizantes que provocam apenas excitações 
quando interagem com a matéria.
2- Onização: quando uma radiação incidente tem energia suficiente para arrancar os 
elétrons do átomo, resultando em elétrons livres de alta de energia, íons positivos 
e radicais livres, gerando as quebras das ligações químicas das moléculas.
3- Ativação: ocorre quando a radiação incidente interage com o núcleo de um 
átomo, tornando este átomo instável com excesso de energia. Esse núcleo se 
desfaz desse excesso, emitindo uma radiação.
As radiações ionizantes, principalmente os raios gamas e/ou raios-X, 
devido ao caráter ondulatório e ausência de carga e massa de repouso podem 
penetrar um material. Suas principais interações são os efeitos fotoelétrico, 
Compton e produção de pares (TAUHATA, 2014; OKUNO, 2013; PERES, 2018).
• Efeito fotoelétrico 
O efeito fotoelétrico é caracterizado pela transferência total de energia 
da radiação gama ou radiação X. O único elétron é expelido da sua órbita 
com uma energia cinética (TAUHATA, 2014). Como houve uma ionização do 
átomo, permanecendo em um estado excitado, essa excitação é eliminada pelo 
TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
21
preenchimento da vaga criada pelo elétron ejetado por outro elétron de outra 
camada. Com esse rearranjo, há uma emissão de radiação sob a forma de raios-x 
característicos. 
FIGURA 11 – ILUSTRAÇÃO DO EFEITO FOTOELÉTRICO
FONTE: Adaptação de Tahauta (2014)
Na figura anterior, podemos observar a representação de quando um elétron, 
ao interagir com a eletrosfera, um fóton é totalmente absorvido, transferindo sua 
energia para um elétron ligado, sendo assim ejetado de sua órbita.
• Efeito Compton 
O Efeito Compton foi descoberto pelo físico Arthur Compton, quando 
ele estudava o espelhamento sem perda de energia. Nesse processo, notou uma 
diferença entre o fóton incidente e o espalhado e atribuiu essa energia à liberação 
de um elétron no orbital do átomo (SCAFF, 1997).
O efeito fotoelétrico ocorre em maior probabilidade com os fótons de energia 
menor, da ordem de (Kev). Um efeito predominante em exames de radiodiagnósticos. Um 
exemplo são os raios-x.
IMPORTANT
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22
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 12 – ILUSTRAÇÃO DO EFEITO COMPTON
FONTE: Adaptação de Tahauta (2014)
Portanto, o elétron adquire parte de sua energia cinética do fóton sendo 
projetado para fora do átomo. Em teoria, nessa situação, o efeito Compton torna-se 
importante em relação ao efeito fotoelétrico, tendo uma energia de ligação menor, 
sendo considerado um elétron livre, pois a energia de ligação é muito menor se 
comparada ao fóton incidente. De tal maneira, torna os elétrons desprezíveis sobre 
o fóton incidente com a probabilidade de a ocorrência do espalhamento da radiação 
ser maior (PERES, 2018).
• Produção de Pares 
Ainda sobre a absorção de radiação eletromagnética pela matéria, o mais 
importante para a perda de energia é a formação de pares. A produção de pares é 
uma das formas predominantes da absorção da radiação eletromagnética de alta 
energia de um par elétron-pósitron (SCAFF, 1997).
O efeito Compton é mais suscetível aos elétrons da última camada do átomo. 
Sua predominância se dá em energias maiores. Um exemplo são os aparelhos de radioterapia.
IMPORTANT
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TÓPICO 2 — FÍSICA DAS RADIAÇÕES
23
FIGURA 13 – ILUSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO DE PARES
FONTE: Adaptação de Tahauta (2014)
Esse acontecimento ocorre quando há fótons de energia superior a 1,022 
MeV, passam perto de um núcleo elevado e interagem com um forte campo elétrico 
nuclear, podendo desaparecer, e, em seu lugar, dar origem ao um par de elétrons 
(Elétron-pósitron) como a figuraanterior, sendo chamado de pósitron (TAUHATA, 
2014; PERES, 2018).
2.6 ATENUAÇÃO DA RADIAÇÃO 
Assim como um feixe de raios-x ou raios gama incide sobre um material 
de determinada espessura de um material (papel,parede,chumbo etc.) sendo que 
parte do feixe é absorvido através da interação como os efeitos fotoelétricos e/ou 
produção de pares, ou feixes espalhados, como efeito Compton. Quando um feixe 
incide em determinado material, uma fração atravessa esse material sem interagir. 
A intensidade de um feixe está relacionada com o número de fótons, sendo assim, 
o número de fótons após cruzar um material será menor antes de sua interação, 
como é representado na figura a seguir (TAUHATA, 2014; PERES, 2018).
Quanto maior a energia do fóton, maior a possibilidade da ocorrência dessa 
interação. A descoberta do processo de produção de pares aconteceu em 1933, através 
de pesquisas de radiação cósmica, sendo de extrema importância para solucionar os 
problemas relacionados à atenuação dos materiais.
IMPORTANT
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24
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 14 – ILUSTRAÇÃO COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO LINEAR
FONTE: A autora
O coeficiente de atenuação é uma probabilidade por unidade de 
comprimento de que o feixe sofra atenuação através dos efeitos Compton, 
fotoelétrico e produção de pares. O coeficiente de atenuação linear em massa 
de um material é dado para determinar o tipo de interação. Ele varia de acordo 
com a energia de radiação e o tipo e estado do material. Um grande exemplo é a 
atenuação da água, pois ela possui diversos valores de coeficiente de atenuação, 
dependendo de seus estados gasoso, líquido e sólido (TAUHATA, 2014).
Terminamos o tópico de físicas das radiações. Essa é uma matéria muito 
complexa e que podem surgir algumas dúvidas. Para contribuir com os seus estudos, 
acadêmico, uma sugestão é procurar algumas aulas no youtube com professores renomados 
que disponibilizam seus conhecimentos em prol do seu aprendizado. Vale apena conferir!! 
Acessando o link a seguir, você encontra uma boa opção: <https://www.youtube.com/
channel/UCDpUiEbd-_RfQRPXbGiwqww>. Acesso em: 22 mar. 2021. 
DICAS
25
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O átomo é a menor partícula, sendo constituído de um núcleo e uma 
eletrosfera. Também vimos que o núcleo contém prótons e nêutrons e a 
eletrosfera é formada por elétrons.
• As radiações podem ser caracterizadas em não ionizantes e ionizantes. 
Ionizantes, quando elas interagem e têm o poder de arrancar um elétron de 
sua camada. Já as não ionizantes só causam uma excitação no átomo.
• As radiações também podem ser caracterizadas como corpuscular e 
eletromagnéticas. Corpuscular, quando dão origem no núcleo e as 
eletromagnéticas são originadas na eletrosfera.
• As radiações possuem um espectro eletromagnético com a finalidade de 
medir as ondas eletromagnéticas, fornecendo uma diferenciação das radiações 
através de sua frequência e comprimento de onda.
• As radiações eletromagnéticas não possuem carga e nem massa. São 
denominadas de fótons, sendo estes pacotes de energia.
• Radiações corpusculares são formadas por partículas com massa como 
prótons e nêutrons, que originam partículas alfas e betas.
• As radiações que têm origem na eletrosfera são chamadas de raios-x. Estes 
podem ser divididos em raios-x característicos ou freamento.
• Os tipos de radiações podem ser naturais e/ou artificiais. Naturais são através 
de elementos encontrados na natureza. Fontes artificiais são através de 
equipamentos ou elementos feitos em laboratórios.
• As fontes artificiais podem ser seladas ou não seladas. Nas fontes seladas, 
o material radioativo fica blindado, já as fontes não seladas o material está 
dentro de um frasco.
• A interação da radiação eletromagnética com a matéria pode ser através de 
três processos sendo eles: Ionização, excitação e ativação. Podendo também 
surgirem três efeitos decorrentes disso: efeito Compton, efeito fotoelétrico e 
produção de pares.
• No efeito Compton sua predominância é em energias superiores, como a 
radioterapia.
• A atenuação é caracterizada quando um feixe de raios-x ou gama atravessa 
um determinado material.
26
1 Sabendo que as radiações são classificadas como ionizantes e não ionizantes, 
é CORRETO afirmar que:
I- As radiações ionizantes são capazes de ionizar um átomo, retirando 
também um elétron de sua camada, já as radiações não ionizantes causam 
apenas uma excitação no átomo.
II- Podemos encontrar as radiações ionizantes em raios ultravioletas.
III- As radiações ionizantes são utilizadas em tratamentos de radioterapia.
IV- Em aparelhos de radiodiagnóstico, podemos encontrar radiações não 
ionizantes, devido a sua energia.
V- As radiações ionizantes são capazes de causar desequilíbrio eletrônico nas 
moléculas.
Dessas afirmações, quais estão corretas?
a) ( ) Todos as alternativas são falsas.
b) ( ) Apenas I e II estão corretas.
c) ( ) Apenas I, II e III estão corretas.
d) ( ) Todas estão corretas.
e) ( ) Apenas I, III e V estão corretas.
2 Correlacione a coluna 1 com a coluna 2:
(A) Efeito Compton
(B) Efeito Fotoelétrico
(C) Produção de Pares
( ) Sua predominância é em radiodiagnóstico.
( ) Quando um elétron adquire a energia de um 
fóton sendo projetado para fora do átomo.
( ) Este efeito é predominante na radioterapia.
( ) O efeito que consiste na transferência da 
energia fóton incidente sendo totalmente 
absorvido pelo átomo.
( ) A energia superior a 1,022 MeV. 
3 Em radioatividade, a emissão de radiação é proporcional a quantidade 
de amostra. Um átomo radioativo que compõe uma amostra é chamado 
de radionuclídeos. Os radionuclídeos são representados por alguns 
parâmetros. Que parâmetros são esses?
a) ( ) Meia-vida e vida-média.
b) ( ) Atividade.
c) ( ) Absorção e excitação.
d) ( ) Decaimento radioativo.
AUTOATIVIDADE
27
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
O QUE É CÂNCER?
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, neste tópico objetivo, temos o objetivo de saber o 
conceito de câncer e esclarecer como é seu desenvolvimento. Conheceremos quais 
são os principais tipos de câncer, como são diagnosticados e seus tratamentos. 
Analisaremos também as estatísticas da doença no mundo. 
Antes de darmos início a este tópico, voltemos um pouco para relembrar 
biologia molecular. Como sabemos, a célula é definida como unidades estruturais 
e funcionais dos seres humanos. As células animais são constituídas por três 
partes: membrana celular, que é a parte mais externa das células; e citoplasma, 
sendo o corpo celular e o núcleo.
O núcleo é constituído por cromossomos que, por sua vez, são compostos 
por genes. Os genes armazenam toda a informação genética, como o DNA, e, através 
dele, passam informações sobre o funcionamento da célula (WATSON; BAKER; 
BELL, 2015). A figura a seguir é uma representação das células e suas organelas.
FIGURA 15 – ILUSTRAÇÃO DAS CELULAS DO CORPO HUMANO
FONTE: <https://www.todoestudo.com.br/biologia/celulas-do-corpo-humano>. 
Acesso em: 22 mar. 2021. 
28
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer é o termo 
empregado para um conjunto de mais de 100 doenças que proliferam em todos 
os tecidos do corpo humano. Essa doença possui um crescimento desordenado 
e atípico das células e sua transformação celular resulta em alterações no DNA, 
em que as mudanças nesta informação genética causam disfunção celular. A 
grande característica das células cancerígenas é a rápida e alta capacidade de se 
dividirem. O resultado dessa aceleração faz com que haja um imenso acúmulo de 
células tumorais (INCA, 2018).
FIGURA 16 – ILUSTRAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DAS CÉLULAS CANCERINEAS
FONTE: IFSC (2019, p. 57)
O desenvolvimento de neoplasias malignas se inicia quando uma célula 
normal pode sofrer mutação genética ou sofrer alterações no DNA dos genes. 
Os genes são responsáveis por repassar as informações genéticas e, com essa 
alteração, o DNA passa a receberinstruções erradas da sua atividade (INCA, 
2018). Com seu grande crescimento desordenado e acelerado, inicia a invasão em 
tecidos e órgãos adjacentes. Na figura anterior, podemos observar a representação 
deste processo.
2 ESTATÍSTICAS DO CÂNCER NO MUNDO E NO BRASIL
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer ainda continua 
sendo um problema de saúde pública no mundo. Sendo a segunda causa de 
morte, responsável por 9,6 milhões de mortes em 2018. Aproximadamente 70% 
das mortes por câncer ocorreram nos países subdesenvolvidos. Na figura a seguir, 
podemos observar uma estimativa de números de novos casos de câncer de 2020 
até 2040, disponibilizados pela WHO.
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
29
FIGURA 17 – ILUSTRAÇÃO DA ESTIMATIVA DE NOVOS CASOS DE CÂNCER NO MUNDO
FONTE: A autora
O câncer afeta qualquer tecido e/ou órgãos do corpo humano. Ele é 
caracterizado pelo seu rápido desenvolvimento de células anormais que invadem 
os tecidos adjacentes (próximos à célula doente) do corpo, avançando para outros 
órgãos ou até mesmo para o corpo inteiro. Esse processo é denominado metástase.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), os tipos mais comuns 
de câncer são: pulmão; mama; colorretal; próstata; câncer de pele não-melanoma 
e estômago. O gráfico a seguir é a representação dos números de casos e sua 
distribuição de tipos de câncer no mundo.
Você sabia que uma em cada seis mortes estão relacionadas ao câncer? A 
OMS estimou aproximadamente 1,16 trilhões de dólares para os custos com a doença.
NOTA
30
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
FIGURA 18 – ILUSTRAÇÃO DOS NÚMEROS DE CASOS NO MUNDO DISTRIBUÍDOS PELOS 
TIPOS CÂNCER
FONTE: Adaptado de OMS (2021)
Segundo o relatório fornecido pelo INCA sobre Estimativa 2020 da 
incidência de câncer no Brasil, estima-se que, em cada ano do triênio 2020-2022, 
ocorrerão 625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer de 
pele não melanoma). A figura a seguir demostra a distribuição dos dez tipos de 
câncer mais incidentes estimados para 2020, exceto os casos de pele não melanoma.
FIGURA 19 – DISTRIBUIÇÃO DOS DEZ TIPOS DE CÂNCER MAIS INCIDENTES ESTIMADOS PARA 2020
FONTE: Adaptado de INCA (2020) 
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
31
Conforme o INCA (2018), o câncer não possui causa única. As doenças 
possuem diversas causas, podendo ser causas externas (presente no meio 
ambiente) e internas (hormônios, imunidade e genética). Um alerta para população 
é que de 80% a 90% dos casos estão relacionados a hábitos e estilo de vida, 
como consumo de bebidas alcoólicas e cigarros que podem aumentar o risco do 
desenvolvimento do câncer. Outros fatores importantes são: históricos familiares 
e mutação genética, que representam de 10% a 20% dos casos relacionados ao 
desenvolvimento de neoplasias.
Os sintomas e sinais da doença dependem de cada caso e variam para cada 
pessoa. Após o diagnóstico da neoplasia, os médicos definem o estadiamento e 
indicam a melhor abordagem terapêutica. No quadro a seguir, serão descritos 
os principais tipos de câncer, juntamente com dados sobre sintomas, sinais, 
diagnóstico e tratamentos.
QUADRO 4 – TIPOS DE CÂNCER E SEUS DADOS
Tipos de câncer Acometimento Sintomas e sinais Diagnóstico Tratamento
Anal
Ocorre no canal 
e nas bordas 
externas do ânus.
O sangramento 
anal vivo durante 
a evacuação. 
Outros sinais de 
alerta são coceira, 
ardor, secreções 
incomuns, feridas 
na região anal e 
incontinência fecal.
O diagnóstico é 
feito por biópsia 
de uma amostra 
do tecido. Outros 
exames, como 
ressonância 
magnética.
O tratamento 
pode ser clínico 
e/ou cirúrgico. O 
mais utilizado é 
a combinação de 
quimioterapia e 
radioterapia.
Bexiga 
Ocorre na bexiga, 
parede muscular 
da bexiga.
Sangue na urina, 
dor durante o 
ato de urinar 
e necessidade 
frequente de 
urinar.
Exames de urina 
e de imagem, 
como tomografia 
computadorizada 
e cistoscopia, 
biópsia.
O tratamento 
cirúrgico, 
radioterapia e/ou 
quimioterapia.
Colo do útero Colo do útero e vagina.
Nos casos mais 
avançados, pode 
evoluir para 
sangramento 
vaginal 
intermitente (que 
Exame pélvico 
e história 
clínica; exame 
preventivo; 
Colposcopia e 
biópsia.
Entre os 
tratamentos para 
o câncer do colo 
do útero estão 
a cirurgia, a 
quimioterapia e a
Você sabia que as radiações também podem contribuir para o desenvolvimento 
de neoplasias? Um exemplo é a neoplasia de pele (câncer de pele não melanoma) causada 
pela radiação ultravioleta.
NOTA
32
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
vai e volta) ou 
após a relação 
sexual, secreção 
vaginal anormal 
e dor abdominal 
associada a 
queixas urinárias 
ou intestinais. 
radioterapia.
Corpo do útero Endométrio.
Sangramento 
vaginal mais 
intenso que o 
habitual e entre os 
ciclos menstruais.
História clínica 
da paciente e 
exame físico; 
ultrassonografia 
transvaginal; 
histeroscopia. 
Cirurgia, 
quimioterapia 
radioterapia.
Esôfago Esôfago (tubo digestivo).
Dificuldade ou 
dor ao engolir, 
dor retroesternal 
(atrás do osso do 
meio do peito), dor 
torácica, sensação 
de obstrução à 
passagem do 
alimento, náuseas, 
vômitos e perda do 
apetite.
Endoscopia 
digestiva e 
biópsia.
O tratamento 
pode ser feito 
com cirurgia, 
radioterapia e 
quimioterapia, 
de forma isolada 
ou combinada.
Estômago Estômago.
Perda de peso e 
de apetite, fadiga, 
sensação de 
estômago cheio, 
vômitos, náuseas 
e desconforto 
abdominal. 
Endoscopia 
digestiva alta, 
biópsia e exames 
de imagens.
A realização da 
quimioterapia, 
antes e/ou após 
a cirurgia. Em 
alguns casos, 
também pode 
ser necessário o 
tratamento com 
radioterapia após 
a cirurgia.
Fígado
Ductos biliares 
do fígado 
ou em vasos 
sanguíneos. 
Dor abdominal, 
massa abdominal, 
distensão 
abdominal, 
perda de peso 
inexplicada, 
perda de apetite, 
mal-estar, icterícia 
(tonalidade 
amarelada na 
pele e nos olhos) 
e ascite (acúmulo 
de líquido no 
abdômen).
Tomografia 
computadorizada;
ressonância 
magnética;
laparoscopia.
A remoção 
cirúrgica em 
casos de tumor 
primário.
Intestino Intestino grosso, colón e reto. 
Sangue nas fezes; 
alteração do hábito 
intestinal (diarreia 
e prisão de ventre 
alternados); dor 
Biópsia. 
A cirurgia é 
o tratamento 
inicial, retirando 
a parte do 
intestino afetada
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
33
ou desconforto 
abdominal; 
fraqueza e anemia; 
perda de peso sem 
causa aparente; 
alteração na forma 
das fezes. 
e os gânglios 
linfáticos. 
Quimioterapia e 
radioterapia para 
evitar recidiva 
local da doença.
Laringe Laringe.
Alteração na 
qualidade da 
voz, disfagia leve 
(dificuldade de 
engolir) e sensação 
de "caroço" na 
garganta. Nas 
lesões avançadas 
das cordas 
vocais, além da 
rouquidão, podem 
ocorrer dor na 
garganta, disfagia 
mais acentuada 
e dispneia 
(dificuldade para 
respirar ou falta 
de ar).
Laringoscopia e 
biópsia. 
De acordo com 
a localização 
e a extensão 
do câncer, ele 
pode ser tratado 
com cirurgia e/
ou radioterapia 
e com 
quimioterapia 
associada à 
radioterapia. 
Leucemia
Doença maligna 
dos glóbulos 
brancos, que 
tem como 
característica 
o acúmulo de 
células doentes 
na medula óssea.
A diminuição 
dos glóbulos 
vermelhos 
ocasiona anemia, 
cujos sintomas 
incluem: fadiga, 
falta de ar, 
palpitação, 
dor de cabeça, 
entre outros. 
A redução dos 
glóbulos brancos 
provoca baixa 
da imunidade, 
deixando o 
organismo 
mais sujeito a 
infecções muitas 
vezes graves ou 
recorrentes.
Exame de sangue 
para confirmação 
da suspeita de 
leucemia é o 
hemograma, 
exame da 
medula óssea 
(mielograma).
Quimioterapia 
(combinações de 
quimioterápicos). 
Para alguns 
casos, é indicado 
o transplante de 
medula óssea.
Linfoma de 
Hodgkin
Se origina no 
sistema linfático, 
conjunto 
composto 
por órgãos 
(linfonodos ou 
gânglios).
Formam-se ínguas 
(linfonodos 
inchados) 
indolores nesses 
locais. Na região 
do tórax podemsurgir tosse, 
falta de ar e dor 
torácica. Na pelve 
ou no abdômen,
Biópsia.
O tratamento 
clássico é a 
poliquimioterapia, 
quimioterapia 
com múltiplas 
drogas, com ou 
sem radioterapia 
associada.
34
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
os sintomas são 
desconforto 
e distensão 
abdominal. Outros 
sinais de alerta são 
febres, cansaço, 
suor noturno, 
perda de peso sem 
motivo aparente e 
coceira no corpo.
Linfoma não 
Hodgkin
Células do 
sistema linfático 
e que se espalha 
de maneira não 
ordenada.
Aumento dos 
linfonodos 
(gânglios) do 
pescoço, axilas e/
ou virilha; suor 
noturno excessivo; 
febre; coceira na 
pele; perda de 
peso maior que 
10% sem causa 
aparente.
Biópsia, 
punção lombar, 
tomografia 
computadorizada 
e ressonância 
magnética.
A maioria 
dos linfomas 
é tratada com 
quimioterapia, 
associação de 
imunoterapia e 
quimioterapia, 
ou radioterapia.
Mama
Mama e 
glândulas 
mamárias
Nódulo (caroço), 
pele da mama 
avermelhada, 
retraída ou 
parecida com 
casca de laranja, 
alterações no bico 
do peito (mamilo), 
pequenos nódulos 
nas axilas ou no 
pescoço, saída 
espontânea de 
líquido anormal 
pelos mamilos
Exame clínico das 
mamas, exames 
de imagem 
podem ser 
recomendados, 
como 
mamografia, 
ultrassonografia 
ou ressonância 
magnética. A 
confirmação 
diagnóstica só é 
feita, porém, por 
meio da biópsia.
Tratamento 
local: cirurgia e 
radioterapia.
Tratamento 
sistêmico: 
quimioterapia, 
hormonioterapia 
e terapia 
biológica. 
Ovário Ovário
À medida que o 
tumor cresce, pode 
causar pressão, 
dor ou inchaço no 
abdômen, pelve, 
costas ou pernas; 
náusea, indigestão, 
gases, prisão 
de ventre ou 
diarreia e cansaço 
constante.
O médico 
realizará o 
exame clínico 
ginecológico 
e poderá 
pedir exames 
laboratoriais e de 
imagem.
A doença pode 
ser tratada com 
cirurgia ou 
quimioterapia.
Pâncreas Pâncreas (cabeça, corpo e cauda).
Fraqueza, perda 
de peso, falta 
de apetite, dor 
abdominal, urina 
escura, olhos 
e pele de cor 
amarela, náuseas
Exames de 
imagem, como 
ultrassonografia 
(convencional 
ou endoscópica), 
tomografia 
computadorizada,
A cirurgia, único 
método capaz 
de oferecer 
chance curativa, 
é possível em 
uma minoria dos 
casos, pelo fato
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
35
e dores nas costas. 
Diabetes também é 
um fator de risco.
e ressonância 
magnética 
são métodos 
utilizados 
no processo 
diagnóstico. 
Além deles, 
os exames de 
sangue, incluindo 
a dosagem 
do antígeno 
carboidrato Ca 
19.9, podem 
auxiliar no 
raciocínio 
diagnóstico.
de, na maioria 
das vezes, o 
diagnóstico ser 
feito em fase 
avançada da 
doença. Nos 
casos em que a 
cirurgia não seja 
apropriada, a 
radioterapia e a 
quimioterapia 
são as formas de 
tratamento.
Pele melanoma
Tem origem nos 
melanócitos 
(células 
produtoras 
de melanina, 
substância que 
determina a cor 
da pele). 
A manifestação 
da doença na pele 
normalmente 
se dá após o 
aparecimento 
de uma pinta 
escura de bordas 
irregulares 
acompanhada 
de coceira e 
descamação.
O diagnóstico 
normalmente 
é feito pelo 
dermatologista, 
através de exame 
clínico e biópsia.
A cirurgia é o 
tratamento mais 
indicado. A 
radioterapia e a 
quimioterapia 
também podem 
ser utilizadas 
dependendo 
do estágio do 
câncer. 
Pele não 
melanoma Pele. 
Manchas na pele 
que coçam, ardem, 
descamam ou 
sangram. Feridas 
que não cicatrizam 
em até quatro 
semanas. 
O diagnóstico 
normalmente 
é feito pelo 
dermatologista, 
através de exame 
clínico e biópsia.
A cirurgia é 
o tratamento 
mais indicado 
tanto nos casos 
de carcinoma 
basocelular como 
de carcinoma 
epidermoide. 
Eventualmente, 
pode-se associar 
a radioterapia à 
cirurgia.
Pênis Pênis. 
Uma ferida ou 
úlcera persistente, 
ou também 
uma tumoração 
localizada na 
glande, prepúcio 
ou corpo do pênis. 
A presença de 
um desses sinais, 
associados a uma 
secreção branca 
(esmegma).
Exame clínico e 
biópsia.
O tratamento 
pode ser feito 
com cirurgia, 
radioterapia e 
quimioterapia. 
36
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Próstata Próstata. 
Dificuldade 
de urinar, 
necessidade de 
urinar mais vezes 
durante o dia ou 
à noite). Na fase 
avançada, pode 
provocar dor 
óssea, sintomas 
urinários ou, 
quando mais 
grave, infecção 
generalizada ou 
insuficiência renal.
Dosagem de 
PSA: exame de 
sangue que avalia 
a quantidade 
do antígeno 
prostático 
específico, toque 
retal, biópsia para 
confirmação do 
tumor.
Os tratamentos 
podem ser 
cirurgia, 
radioterapia e/ou 
hormonioterapia.
Pulmão Pulmão. 
Tosse, escarro 
com sangue, 
dor no peito e 
rouquidão, falta 
de ar, perda de 
peso e de apetite, 
pneumonia 
recorrente ou 
bronquite, cansaço 
ou fraco. Nos 
fumantes, o 
ritmo habitual da 
tosse é alterado e 
aparecem crises 
em horários 
incomuns.
Raio-X do tórax, 
TC, broncoscopia, 
PET-CT, 
cintilografia 
óssea e biópsia 
pulmonar guiada 
por tomografia. 
O tratamento 
do câncer 
de pulmão 
depende do 
tipo histológico 
e do estágio da 
doença, podendo 
ser tratado 
com cirurgia, 
quimioterapia ou 
radioterapia, e/
ou modalidades 
combinadas.
Sistema 
nervoso central
O cérebro e a 
medula espinhal 
formam o 
Sistema Nervoso 
Central (SNC).
Dor de cabeça com 
alarmes, epilepsia 
ou outras crises 
convulsivas e 
perda de funções 
neurológicas.
Os exames de 
imagem TC e RM 
com contraste. 
Existem estudos 
especiais mais 
aprofundados, 
realizados com a 
TC e a RM, tais 
como: a AngioTC 
e a AngioRM, a 
espectroscopia, 
permeabilidade, 
difusão, perfusão 
e outros.
Os tratamentos 
podem ser 
cirurgia (durante 
a cirurgia se 
faz a biópsia), 
radioterapia e/ou 
quimioterapia.
Testículo Testículo
Mais comuns é o 
aparecimento de 
um nódulo duro, 
geralmente indolor, 
aproximadamente 
do tamanho de 
uma ervilha, 
alteração do 
tamanho do 
testículo.
O diagnóstico se 
faz pelo exame de 
ultrassonografia 
da bolsa escrotal 
e pela dosagem 
de marcadores 
tumorais no 
sangue.
O tratamento 
inicial é sempre 
cirúrgico. O 
tratamento 
posterior poderá 
ser radioterápico, 
quimioterápico 
ou de controle 
clínico.
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
37
Tiroide Glândula da Tiroide. 
Rouquidão, 
sintomas 
compressivos 
e até mesmo 
sensação de falta 
de ar e dificuldade 
em engolir 
alimentos podem 
ser sintomas 
sugestivos de 
malignidade 
diante de uma 
massa localizada 
na tireoide.
História clínica 
e o exame físico, 
ultrassonografia 
do pescoço, 
punção 
aspirativa.
O tratamento 
do câncer 
da tireoide é 
cirúrgico. A 
complementação 
terapêutica com 
o iodo radioativo 
deve ser sempre 
utilizada em 
pacientes com 
carcinomas bem 
diferenciados.
FONTE: A autora
Acadêmico, uma grande sugestão para você é acessar o site do INCA e da 
Organização Mundial da Saúde (OMS). Além de ter todas as informações sobre câncer e 
estatísticas, há muitos materiais sobre o tema. Vale muito a pena conferir!!
DICAS
Os tumores infantojuvenil também fazem parte da lista de tipos de 
câncer, porém, diferentemente dos adultos, os tumores em crianças afetam as 
células sanguíneas e os tecidos de sustentação. Os tumores mais frequentes são 
as leucemias e tumores do sistema nervoso central. No quadro a seguir, podemos 
observar os tipos de câncer infantojuvenil correlacionados com seus sintomas, 
sinais e tratamento.
QUADRO 5 – TIPOS DE CÂNCER INFATOJUVENIL E SEUS DADOS
Tipos de câncer 
infatojuvenil Acometimento Sintomas e sinais Diagnóstico Tratamento
Hepatoblastoma Fígado.
Os sintomas 
incluem aumento 
de volume 
abdominal, 
perda de peso e 
perda de apetite, 
dor abdominal, 
vômitos, icterícia, 
febre, prurido, 
anemia e dor 
torácica.
A avaliação dos 
biomarcadores 
tumorais 
séricos, exames 
de imagem 
para estudo 
da extensão 
da doença e 
histopatologia. 
Ultrassonografia 
abdominal com 
Doppler. 
Envolve uma 
abordagem 
multimodal, 
incluindo 
quimioterapia 
pré-operatóriacom o objetivo de 
redução do tumor 
primário, seguido 
da ressecção 
cirúrgica do 
tumor residual.
38
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Neuroblastoma
Glândulas 
adrenais, 
localizadas na 
parte superior 
do rim e região 
paravertebral. 
Pode causar 
fraquezas em 
membros. 
Algumas vezes, 
a doença pode 
estar disseminada 
ao diagnóstico, 
levando a um 
quadro de 
emagrecimento, 
irritabilidade, 
palidez, febre e 
dor óssea.
TC/RM; biópsia. 
Às vezes, 
aspirado da 
medula óssea ou 
biópsia de núcleo 
da medula óssea 
mais medição de 
intermediárias 
de catecolaminas 
urinárias.
O tratamento é 
individualizado, 
de acordo com 
as características 
clínicas e 
biológicas 
da doença e 
pode incluir 
quimioterapia, 
cirurgia, 
radioterapia e até 
o transplante de 
medula óssea.
Osteossarcoma Óssea.
Dor óssea e 
fratura óssea. 
Devido a sua 
maior prevalência 
ser nas pernas, 
a alteração na 
marcha é uma 
das principais 
queixas.
Exames de 
diagnóstico e 
laboratório, 
biópsia.
O tratamento 
sistêmico com 
quimioterapia, 
associado com 
o tratamento 
local, que inclui 
a cirurgia. 
Tratamento local 
(amputação 
versus 
preservação 
de membro) 
vai depender 
da localização 
do tumor e da 
resposta ao 
tratamento.
Rabdomiossarcoma
Em células que 
desenvolvem 
os músculos 
estriados da 
musculatura 
esquelética.
Proptose ocular 
(tumor orbitário), 
obstrução 
nasal, podendo 
ocorrer secreção 
com sangue 
(localização 
nasofaringe/
rinofaringe), 
obstrução 
do conduto 
auditivo médio 
com eliminação 
de pólipos ou 
secreção com 
sangue (tumor do 
ouvido médio), 
retenção de urina 
e/ou hematúria 
(tumor de bexiga 
ou próstata), 
aumento do 
volume da bolsa
Exames de 
diagnóstico e 
laboratório, 
biópsia.
O tratamento 
envolve uma 
abordagem 
multimodal com 
quimioterapia, 
cirurgia e ou 
radioterapia, 
dependendo da 
localização de 
origem do tumor.
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
39
 escrotal/
testicular 
ou secreção 
vaginal com 
sangramento.
Retinoblastoma Células da retina.
A principal 
manifestação 
é um reflexo 
brilhante no olho 
doente, parecido 
com o brilho 
que apresentam 
os olhos de um 
gato quando 
iluminados à 
noite. As crianças 
podem ainda 
ficar estrábicas 
(vesgas), ter dor e 
inchaço nos olhos 
ou perder a visão.
Por meio de 
exame do fundo 
de olho, com 
a pupila bem 
dilatada. Em 
geral, não se 
devem realizar 
biópsias.
Nos casos mais 
avançados, o olho 
pode precisar 
ser retirado e 
a criança pode 
precisar de 
quimioterapia e/
ou radioterapia.
Sarcoma de Ewing
Em tecidos de 
partes moles 
(músculos, 
cartilagens).
Os sinais e 
sintomas iniciais 
incluem massa 
ou inchaço na 
área do tumor, 
dor óssea – que 
pode piorar à 
noite, febre sem 
causa conhecida, 
perda de peso e 
cansaço.
O exame 
físico; exames 
laboratoriais; 
radiografia e 
biópsias.
Consiste em 
regime de 
tratamento 
multimodal, 
que inclui 
poliquimioterapia 
intensiva 
associada ao 
tratamento 
local. Esse pode 
ser ressecção 
cirúrgica do 
tumor associada 
ou não à 
radioterapia.
Tumor de Wilms Rins.
Massa palpável 
no abdome 
ou apresentar 
outros sintomas 
associados, como 
infecção urinária, 
sangue na urina 
(hematúria), 
pressão alta 
(hipertensão 
arterial) e/ou dor 
abdominal.
Exames de 
imagem (como 
ultrassonografia 
de abdome, 
radiografia de 
tórax, TC/RM, 
com ou sem 
biópsia da massa 
inicialmente.
O tratamento 
deste tipo de 
tumor é baseado 
em cirurgia, 
quimioterapia e/
ou radioterapia 
em alguns casos.
40
UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
Tumores 
de células 
germinativas
Gônadas 
(ovários ou 
testículos). 
Dor abdominal 
que pode ser 
crônica ou aguda, 
mimetizando 
um quadro de 
abdome agudo; 
distensão 
abdominal; 
massa palpável 
e puberdade 
precoce.
Marcadores 
tumorais (AFP 
e BHCG) e 
em exames 
de imagem. 
Ultrassonografia. 
TC/RM.
A cirurgia é a base 
do tratamento e 
pode ser a única 
forma de tratar 
tumores benignos 
ou malignos em 
fases iniciais.
Tumores do 
Sistema Nervoso 
Central
Cérebro.
Sintomas 
persistentes de 
dor de cabeça, 
vômitos, visão 
alterada, 
dificuldade para 
andar, crises 
convulsivas, 
perda dos 
marcos de 
desenvolvimento, 
dentre outras 
anormalidades.
Exames de 
imagem, como 
a tomografia 
computadorizada 
de crânio com 
contraste e/
ou ressonância 
magnética de 
crânio.
Uma combinação 
de cirurgia, 
quimioterapia e 
radioterapia, e 
deve ser realizado 
em centros 
especializados 
no tratamento de 
câncer pediátrico.
FONTE: A autora
3 ABORDAGENS TERAPÊUTICAS
Após a descoberta da doença, o paciente passa por diversos exames para 
confirmar o diagnóstico. Logo em seguida, o médico oncologista vai discutir e 
definir com os pacientes e seus familiares as opções de tratamento. O médico 
levará em conta o estado de saúde geral do paciente, estadiamento da lesão e sua 
localização. Um grande passo para escolha do tratamento é o estadiamento. O 
estadiamento é uma avaliação para determinar a extensão tumoral, comportamento 
tumoral e, através desse processo, pode ser avaliado o prognóstico.
O estadiamento é realizado através de exames de imagens, sendo eles 
raios-X; TC/RM; PET-CT; cintilografia ósseas; ultrassom, entre outros, são eles 
exames de laboratórios e exames complementares. Entretanto, para a confirmação 
Acadêmico, agora que você entendeu os tipos de câncer, os seus sintomas e 
sinais, no próximo tópico, você conhecerá os tratamentos, tais como cirurgia, quimioterapia, 
imunoterapia, hormonioterapia, transplante de medula óssea e, principalmente, a radioterapia.
ATENCAO
TÓPICO 3 — O QUE É CÂNCER?
41
da doença, é necessária uma biopsia. A biopsia é realizada por um médico, que 
retira alguns fragmentos do tecido, os quais serão estudados por laboratórios. 
Os tipos de biópsia variam de acordo com o tipo e local da doença, podendo elas 
serem feitas e acompanhadas de imagens como tomografia ou durante a cirurgia.
Um exemplo de biópsia durante a cirurgia é a biópsia do linfonodo 
sentinela, sendo um grande passo para a cirurgia da mama no século 20. 
O processo consiste em, durante a cirurgia de mama, injetar um corante, 
denominado patente ou marcador radiativo. Essas substâncias se comportam 
como um traçador que são absorvidas pelos ductos linfáticos, sendo possível a 
identificação dos linfonodos. Os linfonodos são retirados para análise patológica, 
enquanto isso, a cirurgia aguarda o seu resultado para saber se tem doença ou não 
nos linfonodos axilares. Essa biopsia é importante para o cirurgião, pois poupa o 
paciente de uma ressecção total no caso de os gânglios estarem livres, evitando 
assim maiores riscos de infecção e efeitos indesejáveis aos pacientes. Na figura a 
seguir, é possível compreender sobre a biópsia de linfonodos sentinela.
FIGURA 20 – ILUSTRAÇÃO DA BIÓPSIA DE LINFONODOS SENTINELA
FONTE: <http://www.oncoguia.org.br/conteudo/Acesso>. Acesso em: 22 mar. 2021.
O paciente passará por uma equipe multidisciplinar de oncologistas, 
cirurgiões oncológicos e radioncologistas que vão avaliar a melhor abordagem de 
tratamento. O paciente será orientado sobre o tratamento e seus efeitos colaterais. 
A escolha da terapêutica vai depender das condições clínicas do paciente e a 
histologia e estágio da doença. A abordagem terapêutica pode ser classificada 
conforme a tabela a seguir. 
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UNIDADE 1 — TÓPICOS DA INTRODUÇÃO DA RADIOTERAPIA
TABELA 1 – CLASSIFICAÇÕES PARA FINALIDADES DE TRATAMENTO
Finalidade terapêutica Definição Exemplos 
Neoadjuvante
Terapia realizada antes do 
tratamento principal com 
objetivo de redução do tumor. 
Realizar radioterapia e /ou 
quimioterapia para redução do 
tumor para a retirada na cirurgia, 
facilitando a ressecção.
Adjuvante
Terapia realizada após o 
tratamento principal com 
propósito de destruir as células 
cancerígenas remanescentes.
Realização da radioterapia após 
a cirurgia para evitar recidiva da 
doença.
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