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Pág. 74 a 81
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos EUA durante a grande depressão de
1929. Foi uma consequência imediata das conclusões da experiência de
Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e colaboradores. Disso surgiu um forte
movimento de reação e oposição à abordagem clássica da Administração.
O aparecimento da Teoria das Relações Humanas deve-se aos seguintes fatos:
● A necessidade de humanizar e democratizar a Administração, libertando-a de
conceitos rígidos e mecanizados.
● O desenvolvimento das ciências humanas, como a Psicologia e Sociologia.
Com sua crescente influência intelectual, as ciências humanas vieram
demonstrar inadequações dos princípios da Teoria Clássica.
● As ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de
Kurt Lewin foram capitais para o humanismo na Administração. A sociologia
de Vilfredo Pareto foi fundamental.
● As conclusões da experiência de Hawthorne, realizada entre 1927 e 1932,
sob a coordenação de Elton Mayo.
Experiência de Hawthorne
Programa de entrevistas.
Iluminação x Produtividade.
Grupo experimental x Grupo de controle.
Suas conclusões mais relevantes foram:
❖ Nível de produção depende da integração social:
Teoria clássica: Determinado pela capacidade física ou fisiológica do
empregado
Teoria das Relações Humanas: Determinado por normas sociais e
expectativas grupais. A capacidade social do trabalhador que determina o
seu nível de competência e eficiência.
❖ Comportamento social dos empregados: Os trabalhadores agem e
reagem como membros de grupos. A Teoria das Relações Humanas
contrapõe o comportamento social do empregado ao comportamento do tipo
máquina proposto pela Teoria Clássica com base em uma concepção
atomística do homem.
❖ Recompensas e sanções sociais: Provou-se que os operários que
produziam acima ou abaixo da norma socialmente imposta pelo grupo
perderam o respeito e consideração dos colegas. O comportamento dos
trabalhadores está condicionado a normas e padrões sociais do grupo.
❖ Grupos informais:
Teoria clássica: Preocupação com aspectos formais da organização (como
autoridade, responsabilidade, especialização, estudos de tempos e
movimentos, princípios gerais, departamentalização etc.),
Teoria das Relações Humanas: Preocupação com aspectos informais da
organização (como grupos informais, comportamento social dos empregados,
crenças, atitude e expectativa, motivação etc.).
Esses grupos informais definem suas regras de comportamento,
recompensas ou sanções sociais, objetivos, escala de valores sociais,
crenças e expectativas, que cada participante vai assimilando e integrando
em suas atitudes e comportamento.
❖ Relações humanas: Os indivíduos dentro da organização mantêm-se em
uma constante interação social. Cada pessoa influi no comportamento e
atitudes das outras pessoas e por outro lado, também é influenciada. Cada
pessoa procura ajustar-se às demais pessoas e grupos, pretendendo ser
compreendida, aceita e participar, no sentido de atender aos seus interesses
e aspirações.
❖ Importância do conteúdo do cargo: O conteúdo e a natureza do trabalho
têm forte influência sobre a moral do trabalhador. Trabalhos simples e
repetitivos tendem a tornar-se monótonos e maçantes, afetando
negativamente a atitude do trabalhador e reduzindo a sua satisfação e
eficiência.
❖ Ênfase nos aspectos emocionais: os elementos emocionais, não
planejados e mesmo irracionais do comportamento humano passam a
merecer atenção especial.
A civilização industrializada e o homem
❖ O trabalho é uma atividade tipicamente grupal: o nível de produção é
influenciado mais pelas normas do grupo do que pelos incentivos salariais e
materiais de produção.
❖ O operário não reage como indivíduo isolado, mas como membro de um
grupo social: as mudanças tecnológicas tendem a romper os laços informais
de camaradagem e de amizade dentro do trabalho.
❖ A tarefa básica da Administração é formar uma elite capaz de
compreender e de comunicar: Em vez de tentar fazer os empregados
compreenderem a lógica da administração, a nova elite de administradores
deve perceber as limitações dessa lógica e entender a lógica dos
trabalhadores. É necessária a formação de uma elite social capaz de
recobrar a cooperação.
❖ A pessoa humana é motivada pela necessidade de “estar junto”, de “ser
reconhecida” e de receber adequada comunicação: A organização
eficiente, por si só, não leva à maior produção, pois ela é incapaz de elevar a
produtividade se as necessidades psicológicas do trabalhador não forem
descobertas, localizadas e satisfeitas.
❖ Uma consequência é a desintegração dos grupos primários da
sociedade: como a família, os grupos informais e a religião. Enquanto a
fábrica surgirá como uma nova unidade social que proporcionará um novo lar,
um local de compreensão e de segurança emocional para os indivíduos.
Funções básicas da organização industrial:
Função econômica → Produzir bens ou serviços. → Equilíbrio externo
Função social → Proporcionar satisfações aos seus participantes. →
Equilíbrio interno
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Comunicação
❖ Troca de informações entre indivíduos. Tornar comum uma mensagem ou
informação. Constitui um dos processos fundamentais da experiência
humana e da organização social.
❖ A comunicação requer um código para formular uma mensagem e enviá-la na
forma de sinal (como ondas sonoras, letras impressas, símbolos), por meio
de um canal (ar, fios, papel) a um receptor da mensagem que a decodifica e
interpreta o seu significado.
❖ Na comunicação pessoal direta falada, ou seja, na conversação, a linguagem
funciona como código e é reforçada por elementos de comunicação não
verbal (como gestos, sinais, símbolos). A comunicação interpessoal também
se pode dar a distância, por intermédio da escrita, telefone ou internet como
meio de transmitir as mensagens.
A comunicação é uma atividade administrativa com dois propósitos principais:
❖ proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas
possam conduzir suas tarefas;
❖ proporcionar atitudes necessárias que promovam motivação, cooperação e
satisfação nos cargos.
Estes dois propósitos promovem um ambiente que conduz a um espírito de
equipe e a um melhor desempenho nas tarefas.
Para a Teoria das Relações Humanas, os subordinados devem receber um fluxo
de comunicações capaz de suprir-lhes as necessidades. Por outro lado, os
superiores devem receber dos subordinados um fluxo de comunicações capaz de
lhes fornecer uma ideia adequada do que está acontecendo. A comunicação em
duas vias (descendente e ascendente) é importante, pois:
❖ a pessoa trabalha melhor quando conhece os padrões do seu trabalho;
❖ a organização opera mais eficientemente quando a pessoa e seu chefe têm
um entendimento comum das suas responsabilidades e padrões de
desempenho que a empresa espera obter deles;
❖ cada pessoa pode ser auxiliada e incentivada a dar a máxima contribuição à
organização e a utilizar ao máximo as suas habilidades e capacidades.
Organização Informal
O comportamento dos grupos sociais está simultaneamente condicionado a dois
tipos de organização: a organização formal ou racional e a organização informal ou
natural.
❖ Organização formal: conduzida pelas práticas estabelecidas pela empresa e
por uma política empresarial traçada para atingir objetivos da empresa. Ela
apresenta um caráter essencialmente lógico.
❖ Organização informal: concretiza-se nos usos e costumes, nas tradições, nos
ideais e normas sociais. Traduz-se por meio de atitudes e disposições
baseadas na opinião e no sentimento. Representa a expressão da
necessidade de associação e não se modifica rapidamente nem procede da
lógica.
Características da organização informal
❖ Relação de coesão ou de antagonismo: as pessoas em associação com as
outras, situadas em diferentes níveis de setores da empresa, criam relações
pessoais de simpatia ou antipatia.
❖ Status: cada indivíduo, independentemente da sua posição na organização,
adquire certo status em função do seu papel e participação e integração na
vida do grupo.❖ Colaboração espontânea: a organização informal é um reflexo da
colaboração espontânea que pode e deve ser aplicado a favor da empresa.
❖ A possibilidade da oposição à organização informal: quando não bem
manipulada, a organização informal pode se desenvolver em oposição à
organização formal e em desarmonia com os objetivos da empresa.
❖ Padrões de relações e atitudes: os grupos informais desenvolvem,
espontaneamente, padrões de relações e atitudes aceitos e assimilados
pelas pessoas, pois traduzem os interesses e aspirações do grupo.
❖ Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais: as pessoas
participam de vários grupos informais em face das relações funcionais que
mantêm com outras pessoas em outros níveis e setores da empresa.
❖ A organização informal transcende a organização formal: enquanto a
organização formal está circunscrita ao local físico e ao horário de trabalho
da empresa, a organização informal escapa a essas limitações.
❖ Padrões de desempenho nos grupos informais: os padrões de
desempenho e de trabalho estabelecidos pelo grupo informal nem sempre
correspondem aos padrões estabelecidos pela administração. Podem ser
maiores ou menores, bem como podem estar em perfeita harmonia ou em
completa oposição, dependendo do grau de motivação do grupo quanto aos
objetivos da empresa.
Existem quatro fatores que originam grupos informais:
❖ Interesses comuns aglutinam as pessoas: ao passarem juntas, as
pessoas passam a identificar interesses comuns quanto a assuntos de
política, esportes, acontecimentos públicos, atividades etc.
❖ Interação provocada pela própria organização formal: o cargo que a
pessoa ocupa na empresa exige contatos e relações formais com outras
pessoas. Essa inter-relação se prolonga além dos momentos do trabalho.
❖ Flutuação do pessoal dentro da empresa: A rotatividade, a movimentação
horizontal e vertical do pessoal são exemplos que causam mudanças na
estrutura informal, pois as interações se alteram e com elas os vínculos
humanos.
❖ Períodos de lazer: os tempos livres permitem a interação entre as pessoas
que estabelece e fortalece os vínculos sociais entre elas.

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