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Resumo p2 - fauna

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P2 – MANEJO DE FAUNA 
DISCENTE: LAÍS BARROS FREITAS 
GEF115 - CONSERVAÇÃO E MANEJO DA FAUNA: 
 
PRINCÍPIOS DE ECOLOGIA E MANEJO DA PAISAGEM FRAGMENTADA E A CONSERVAÇÃO DE 
ANIMAIS SILVESTRES 
FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM 
 Uma contínua e ampla área de habitat natural é convertida em várias e menores manchas de habitat 
natural (fragmentos), isoladas em uma matriz constituída por várias formas de uso e ocupação da 
paisagem. 
Ou seja, pedaços que restaram da destruição parcial de uma paisagem que era contínua. 
 
 
A fragmentação da paisagem é mesmo uma realidade? 
R: Sim, em todo mundo e em ritmo acelerado no Brasil. 
 
FRAGMENTOS 
 Fonte de recuperação ambiental para áreas degradadas; 
 Ponto de parada para animais (usam como refúgio); 
 Refúgio permanente para animais que não tem outro habit; 
 Reserva de informação genética; 
 Base para ecoturismo; 
 Armazenamento de carbono; 
 Protegem as águas do subsolo e filtram aguas da chuva; 
 Evitam erosão em beira dos rios; 
 Quebra vento (protegem áreas agrícolas delicadas como cultivo de hortaliças); 
 Fonte de inspiração cultural e artística. 
 
Processo de fragmentação 
da paisagem tem início: 
Clareiras (natural ou 
antrópicas) 
 
Natural - se reestabelecem 
com o decorrer do tempo 
 
Antrópica - tendem a crescer 
em área, chegando a 
substituir a vegetação natural 
por diversos usos do homem. 
MATRIZ 
 Ambiente ao redor do fragmento, alterado pelo ser humano; 
 Pode ser uma pastagem, campo agrícola, cidade, bairro, etc.; 
 As pessoas tem atividades nessa matriz, o que influencia o fragmento; 
 Quanto menor o fragmento mais influenciado pela matriz ele é, ocorrendo na borda do fragmento; 
 Urbana (a mais danosa), pastagem (muito aberta e gado entra pisoteando e impedindo regeneração), 
agrícola, áreas abandonadas, plantação de eucalipto, acácia (protegem). 
 
EFEITO BORDA 
Quase sempre mais degradado, um ecossistema com problemas como: 
 Vento (derruba árvores, seca vegetação); 
 Invasão de plantas invasoras (típicas de beira de estrada, terreno baldio, trepadeiras); 
 Extinção de espécies (que não conseguem ocupar aquela borda); 
 Invasão de espécies exóticas (animais domésticos, gado); 
 Fogo (pode vir da matriz e queimar a borda do fragmento). 
Borda: degradada e não conserva espécies, por isso é essencial aumentar o tamanho do fragmento, já que 
o seu núcleo é mais conservado. 
 
ECÓTONO (efeito de borda positivo - suave) 
 Quando tem dois ecossistemas naturais vizinhos, é uma transição entre eles, sendo uma transição suave, 
contribui com aumento da biodiversidade e é um exemplo de efeito de borda positivo. 
 
BORDA INDUZIDA (abrupta) 
 Forma áreas de encontros de vegetação nativa e antrópicas. É uma fronteira abrupta que se estabelece 
em uma floresta contínua, como consequência de um desmatamento parcial que transforma essa floresta 
contínua, em um fragmento de habitat 
 
 
EFEITO DE BORDA INDUZIDO 
É o conjunto de alterações que ocorre nas condições ambientais e na estrutura e composição de espécies, 
na porção marginal do fragmento de habitat. 
 
 
 
CONSEQUÊNCIAS ABIÓTICAS DO EFEITO DE BORDA INDUZIDO 
 AUMENTO DA EXPOSIÇÃO SOLAR - Provoca a desidratação de plantas e animais; 
 AUMENTO DA TEMPERATURA - Provoca alterações no ciclo biológico e reprodutivo em plantas e 
animais; 
 AUMENTO DA LUMINOSIDADE - Provoca alterações no ciclo circadiano em plantas e animais; 
 AUMENTO DA INCIDÊNCIA DE VENTOS - Dissipa a evapotranspiração das plantas, provocando maior 
desidratação; 
 REDUÇÃO DA UMIDADE RELATIVA - Provoca alterações no ciclo de decomposição da serrapilheira 
alterando o ciclo de ciclagem de nutrientes; 
 AUMENTO DA POLUIÇÃO POR RUÍDOS - Provoca alterações no ciclo biológico nas espécies animais, 
principalmente reprodutivos; 
 AUMENTO DA INCIDÊNCIA DE INCÊNDIOS - Provoca morte de plantas e animais; 
 AUMENTO DA POLUIÇÃO POR INSETICIDAS E FUNGICIDAS AGRÍCOLAS - Provoca o 
envenenamento de plantas e animais; 
 AUMENTO DA POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS - Provoca contaminação do solo, tendo 
consequência na ciclagem de nutrientes. 
OBS: Pode atingir em diferentes distâncias da borda induzida, vai depender do: tamanho do fragmento, grau 
de isolamento e forma desse fragmento. 
Fragmento menores, mais isolados e de forma oval ou retangular sofre mais os diferentes tipos de 
borda. 
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=g4Nz_HMX22o&t=13s 
 
CONSEQUÊNCIAS BIÓTICAS DO EFEITO DE BORDA INDUZIDO 
 
 
 
PROJETO: DINÂMICAS BIOLÓGICAS DE 
FRAGMENTOS FLORESTAIS 
 
https://www.inpa.gov.br/pdbff/instituto1p.html 
https://www.uni-
landau.de/umwelt/study/content/files/archiv/H.Schulz/WS09/Biodiversitaet_und_Naturschutz/Laur
ence%20et%20al%202002.pdf 
https://www.academia.edu/10526885/The_fate_of_Amazonian_forest_fragments_a_32_year_inves
tigation 
 
https://www.youtube.com/watch?v=g4Nz_HMX22o&t=13s
https://www.inpa.gov.br/pdbff/instituto1p.html
https://www.uni-landau.de/umwelt/study/content/files/archiv/H.Schulz/WS09/Biodiversitaet_und_Naturschutz/Laurence%20et%20al%202002.pdf
https://www.uni-landau.de/umwelt/study/content/files/archiv/H.Schulz/WS09/Biodiversitaet_und_Naturschutz/Laurence%20et%20al%202002.pdf
https://www.uni-landau.de/umwelt/study/content/files/archiv/H.Schulz/WS09/Biodiversitaet_und_Naturschutz/Laurence%20et%20al%202002.pdf
https://www.academia.edu/10526885/The_fate_of_Amazonian_forest_fragments_a_32_year_investigation
https://www.academia.edu/10526885/The_fate_of_Amazonian_forest_fragments_a_32_year_investigation
EFEITOS DE ÁREA, ISOLAMENTO E BORDA DESENCADEIA EVENTOS NO FRAGMENTO QUE PODE 
LEVAR A DOIS TIPOS DE EXTINÇÃO: 
EXTINÇÃO DETERMINÍSTICA 
 
 Ocorre quando algum recurso 
essencial à sobrevivência da 
espécie é removido, ou quando 
algum fator letal é introduzido no 
ambiente: a extinção 
determinística é instantânea : 
“morte súbita”. 
 
 Ex: 
Eliminação do habitat. 
Eliminação das fontes de 
alimento, água e abrigo. 
Introdução de substâncias 
tóxicas. 
Catástrofes naturais e 
antropogênicas. 
 
EXTINÇÃO ESTOCÁSTICA 
 
 É aquela que pode atingir uma população que adquire a estrutura 
de metapopulação isolada, com tamanho menor que o mínimo viável, 
devido à excessiva fragmentação da paisagem: a extinção 
estocástica é lenta: “morte silenciosa”. 
 
População Mínima Viável 
(PMV) 
 É a menor subpopulação 
isolada, que tenha 95% de 
chance de existir sem perder 
sua variabilidade genética ou 
sofrer extinção estocástica, 
por um período de 50 anos. 
 
Soulé; Wilcox (1980): regra dos 
50/500 
 
Shaffer (1981): 
50 indivíduos. 
 
Shoemaker (2013): 50 
indivíduos: 
15 fêmeas. 
 
Metapopulação 
 
 É uma população que é 
dividida em subpopulações 
pela fragmentação, entre as 
quais os indivíduos migram e se 
reproduzem esporadicamente e 
não frequentemente, como 
ocorre em uma população 
contínua ecologicamente. 
 
 
 
 
Panorama de ocupação da paisagem: 
R: Sul e sudeste, Matopiba (Mato Grosso, Tocantins, Piaui e Bahia) maior complexo agropecuário do 
mundo. 
Matopiba: https://www.youtube.com/watch?v=G6hHqz9xIQc 
Soluções para produzir alimentos e conservar a natureza: Parceria entre produtores rurais, empresas, 
sociedade civil e poder público 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=G6hHqz9xIQc
https://www.youtube.com/watch?v=G6hHqz9xIQc
 
 Maiores déficits de APP: sul, sudeste e faixa litorânea 
 Maiores déficits Reservas Legais: sul, sudeste e faixas litorâneas 
 
 
Vídeo: fragmentação da paisagem: https://www.youtube.com/watch?v=-86ySh1jWto&t=63s 
 
 
 
 
 
ECOLOGIA DA PAISAGEM 
Como plantas e animais se dispersam através da 
paisagem fragmentada. 
 
Técnicas para monitorar o fluxo biológico na 
paisagem fragmentada são as mesmas utilizadas 
para inventário de animais silvestres: 
 
 Radiotelemetria 
 Armadilhamento fotográfico 
 Capturas – Marcação - Recaptura 
 Mamíferos – Aves– Abelhas 
 
MANEJO DA FAUNA 
Melhorar a paisagem fragmentada, favorecer o 
FLUXO BIOLÓGICO (favorecer o fluxo de plantas e 
animais através de paisagens fragmentadas). 
 
Principais meios: 
 
 
 SNUC 
 Código Florestal 
 Cadastro Ambiental Rural 
 Programa de Regularização Ambiental 
 
https://www.youtube.com/watch?v=-86ySh1jWto&t=63s
EFEITOS DA FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM 
 
 
1967: TEORIA DA BIOGEOGRAFIA DE ILHAS: 
 O número de espécies que uma ilha pode abrigar é determinado pelo equilíbrio das taxas de EXTINÇÃO 
e IMIGRAÇÃO que são dependentes, respectivamente, da ÁREA da ilha e da DISTÂNCIA dessa ilha em 
relação a uma fonte de colonizadores, como o continente. 
 
VARIÁVEIS DO MODELO DE BIOGEOGRAFIA DE ILHAS DE MAC ARTHUR & WILSON 
 Taxa de extinção 
 Taxa de imigração 
 Efeito de área (tamanho da ilha) 
 Efeito de isolamento (distância da ilha em relação ao continente) 
 Variação no número de espécies 
 
 
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DO EFEITO DE ÁREA PARA 
OS ANIMAIS SILVESTRES 
 A área age positivamente sobre as populações, porque está 
associada à oferta de abrigo, alimento e água para as espécies e 
indivíduos. 
 A área age positivamente sobre as populações, quando 
apresenta variação nos tipos de habitats. 
 Via de regra, quanto maior a área do habitat, maior o número 
de espécies e indivíduos. 
 Análises de regressão indicam que o tamanho da área, pode 
explicar mais de 80% da variação que ocorre no número de 
espécies e indivíduos, em um determinado habitat. 
 
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DO EFEITO DE ISOLAMENTO 
PARA OS ANIMAIS SILVESTRES 
 O isolamento age negativamente no número de espécies e 
indivíduos ao diminuir a taxa de imigração no habitat. 
 O isolamento age negativamente sobre as populações ao aumentar as taxas de depressão endogâmica 
e deriva gênica. 
 O isolamento age negativamente sobre as populações ao torná-las vulneráveis a eventos que possam 
devastar o seu habitat, como tempestades, incêndios e doenças. 
 Evidências experimentais indicam que o grau de isolamento pode explicar apenas uma pequena parte da 
variação no número de espécies em um determinado habitat. 
 
CONTROVÉRSIAS SOBRE A TEORIA DA BIOGEGRAFIA DE ILHAS E DESENHO DE RESERVAS 
NATURAIS 
 MacArthur e Wilson não levaram em consideração o efeito da heterogeneidade espacial sobre a 
biodiversidade. 
 O conhecimento da época não permitiu que MacArthur e Wilson compreendessem que a biodiversidade 
de um local é também influenciada por processos internos às populações. 
 Para ilhas a biodiversidade seria regulada por eventos opostos de imigração e extinção. 
 Para fragmentos terrestres, a biodiversidade seria regulada pela dinâmica espacial do ecossistema. 
 Inegável o fato de que eventos de imigração e extinção operam em ilhas e fragmentos porém, em ilhas, 
a biodiversidade é regulada por processos mais estáticos enquanto em fragmentos, a biodiversidade é 
regulada por processos dinâmicos que ocorrem no fragmento e na matriz circundante. 
 A Teoria da Biogeografia de Ilhas pode ser aplicada a fragmentos, desde que considerados os 
pressupostos dos processos dinâmicos que ocorrem no fragmento e na matriz circundante. 
Vídeo: https://pib.socioambiental.org/es/Not%C3%ADcias?id=140628 
 
 
 
 
 Maior taxa de imigração: 
ilhas próximas 
 
Menor taxa de imigração: 
ilhas distantes 
 
Maior taxa de extinção: 
ilhas pequenas 
 
 Menor taxa de extinção: 
ilhas grandes 
 
Pontos de equilíbrio dinâmico entre 
taxa de imigração e extinção 
(determina o número de espécies 
que uma ilha pode abrigar): 
1 - Menor número de espécies (ilha 
pequena e distante do continente) 
2 - Ilha pequena e próxima 
3 - Ilha grande e distante 
4 - Maior número de espécies (ilha 
grande e próxima do continente) 
https://pib.socioambiental.org/es/Not%C3%ADcias?id=140628
HIPÓTESE DO DISTÚRBIO INTERMEDIÁRIO 
 Fragmentação ao atingir 50% da paisagem - risco de queda na biodiversidade = primeira limiar 
 Fragmentação ao atingir 70% - aumenta risco de extinção de espécies = segunda limiar 
Porque quando a proporção de habitat é 100% (fragmentação é 0) a biodiversidade não é máxima como 
esperado? 
R: Hipótese do distúrbio intermediário: a diversidade de um dado ambiente é maior quando os distúrbios 
que ali acontecem são classificados como intermediários numa escala de frequência e intensidade. 
Se os distúrbios não são muito frequentes = a biodiversidade florística e faunística tende a retornar com 
intensidade e a função do ecossistema tende a ser restaurada. 
Ex: Manejo sustentável de florestas nativas tropicais, chamado manejo florestal rotacionado. 
 
 
HIPÓTESE DE ANDRÉN (1994) LIMIAR DA FRAGMENTAÇÃO E RISCO DE EXTINÇÃO 
 Até 70% = perda da área do habitat; 
 Acima de 70% = perda da área do habitat, aumento do grau de isolamento e aumento do efeito de borda 
= aumenta risco de extinção. 
 
O QUE É CONECTIVIDADE DA PAISAGEM FRAGMENTADA? 
 É a capacidade da paisagem fragmentada de permitir os fluxos biológicos de grãos de pólen, sementes, 
espécies vegetais e animais. 
 75% das plantas que chegam as nossas mesas dependem da polinização; 
 Insetos polinizadores (ex: abelhas), depende da conectividade para se deslocar em paisagens muito 
fragmentadas; 
 Recuperação de áreas degradadas depende da dispersão de sementes realizadas por aves e 
também por mamíferos. 
 A conectividade da paisagem fragmentada apresenta-se sob dois aspectos: a conectividade estrutural e 
a conectividade funcional. 
CONECTIVIDADE ESTRUTURAL 
(ou espacial) 
 
 
 
 Refere-se à fisionomia da paisagem 
fragmentada considerando: 
 
● a forma como os fragmentos estão 
distribuídos espacialmente na paisagem 
fragmentada, em termos de tamanho de grau 
de isolamento. 
 
● a densidade e complexidade dos corredores 
ecológicos, representadas pelas intersecções 
na rede de corredores e pelo tamanho da 
malha formada pela rede de corredores. 
 
● a capacidade da matriz inter-habitat de 
facilitar o fluxo biológico de grãos de pólen, 
sementes e animais. 
 
 
 
 
CONECTIVIDADE FUNCIONAL 
(ou biológica) 
 
 
 
 Refere-se à resposta biológica das espécies à 
conectividade estrutural da paisagem, considerando: 
 
● a capacidade funcional da espécie de cruzar a 
matriz inter-habitat. 
 
● a capacidade funcional da espécie de utilizar 
corredores ecológicos mais estreitos. 
 
● a capacidade funcional da espécie de utilizar 
corredores ecológicos mais largos.

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