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DIREITO PROCESSUAL DO 
TRABALHO
Mandado de Segurança
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de 
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às 
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230727133026
GUSTAVO DEITOS
Professor de cursos preparatórios para concursos públicos. Analista Judiciário do 
Tribunal Superior do Trabalho (Gabinete de Ministro). 
Outras convocações: Técnico Judiciário do TRT-SC (7° lugar) e Analista Judiciário do 
TRF da 3ª Região. Aprovado em 8° lugar para Analista Judiciário do TRT-MS.
 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para MARILIA ALVES CASTRO TRIGUEIRO - 05621974352, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Mandado de Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Mandado de Segurança Individual: regras gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1. Objeto do Mandado de Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2. Cabimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.3. Legitimados Ativos e Passivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.4. Competência Funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.5. Pressupostos Processuais e Prazo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.6. Remessa Necessária (Reexame Necessário) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2. Mandado de Segurança Coletivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3. Comentários às Súmulas e OJs do TST sobre o Mandado de Segurança . . . . . . . 26
4. Súmulas do STF e do STJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1. Súmulas do STJ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2. Súmulas do STF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Gabarito comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
 
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
aPreSeNtaÇÃoaPreSeNtaÇÃo
Olá, querido(a) aluno(a) do Gran Cursos Online! Espero encontrá-lo muito bem! Neste 
curso, apresento-lhe várias aulas autossuficientes de direito processual do trabalho, 
com o objetivo de lhe disponibilizar, de forma prática e completa, o substrato de conteúdo 
necessário para ter o melhor desempenho possível na prova.
Esta aula, assim como as demais aulas em PDF, foi elaborada de modo que você possa 
tê-la como fonte autossuficiente de estudo, isto é, como um material de estudo completo 
e capaz de possibilitar um aprendizado tão integral quanto outros meios de estudo.
A preferência por aulas em PDF e/ou vídeos pertence a cada aluno, que, individualmente, 
avalia suas facilidades e necessidades, a fim de encontrar seus meios de estudo ideais. 
Dessa forma, o aluno pode optar pelo estudo com aulas em PDF e vídeos, ou somente com 
um ou outro meio.
Aqueles que preferem estudar somente com materiais em PDF terão o privilégio de 
contar com as aulas em PDF autossuficientes do nosso curso, a exemplo desta aula. De 
qualquer forma, nada impede que as aulas em PDF sejam utilizadas como fonte de estudos 
de forma aliada com as aulas em vídeo do Gran Cursos Online. Tudo depende, unicamente, 
da preferência de cada aluno.
Nesta aula, estudaremos especialmente os seguintes tópicos de Direito Processual do 
Trabalho: Mandado de Segurança na Justiça do Trabalho.
 Obs.: Nesta aula, abordaremos especialmente os tópicos de relevância para as questões 
de direito processual do trabalho relacionadas ao mandado de segurança, com 
destaque para as peculiaridades próprias do processo trabalhista fixadas pelo TST e 
para as normas estruturantes do procedimento. Eventuais pontos profundos acerca 
do procedimento especial do mandado de segurança são matéria pertencente à 
disciplina de direito processual civil.
A aula é acompanhada de exercícios selecionados e reunidos de modo a abranger todos 
os pontos importantes da aula, a fim de que seu conhecimento seja ainda mais solidificado. 
O número de exercícios é determinado de acordo com dois parâmetros: complexidade 
do conteúdo e número de questões de concursos existentes. Por resultado, o número de 
exercícios disponibilizados é determinado de modo que seu conhecimento sobre os temas 
seja efetivamente testado e fixado, mas sem que haja uma repetição obsoleta.
Nosso curso possibilita a avaliação de cada aula em PDF de forma fácil e rápida. Considero 
o resultado das avaliações extremamente importante para a continuidade da produção e 
edição de aulas, como fonte fidedigna e transparente de informações quanto à qualidade 
do material.
 
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Peço-lhe que fique à vontade para avaliar as aulas do curso, demonstrando seu grau de 
satisfação relativamente aos materiais. Seu feedback é importantíssimo para nós. Caso 
você tenha ficado com dúvidas sobre pontos deste material, ou tenha constatado algum 
problema, por favor, entre em contato comigo pelo Fórum de Dúvidas antes de realizar 
sua avaliação. Procuro sempre fazer todo o possível para sanar eventuais dúvidas ou corrigir 
quaisquer problemas nas aulas.
Cordialmente, torço para que a presente aula que seja de profunda valia para você e sua 
prova, uma vez que foi elaborada com muita atenção, zelo e consideração ao seu esforço, 
que, para nós, é sagrado.
Caso fique com alguma dúvida após a leitura da aula, por favor, envie-a a mim por 
meio do Fórum de Dúvidas, e eu, pessoalmente, a responderei o mais rápidopossível. Será 
um grande prazer verificar sua dúvida com atenção, zelo e profundidade, e com o grande 
respeito que você merece.
Bons estudos!
Seja imparável!
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
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MANDADO DE SEGURANÇAMANDADO DE SEGURANÇA
1 . MaNDaDo De SeGuraNÇa iNDiViDual: reGraS GeraiS1 . MaNDaDo De SeGuraNÇa iNDiViDual: reGraS GeraiS
O mandado de segurança (MS) é um remédio constitucional previsto no art. 5º, inciso 
LXIX, da Constituição Federal, de natureza civil, destinado a proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público. O procedimento e as peculiaridades técnicas do mandado 
de segurança, tanto individual quanto coletivo, constam da Lei n. 12.016/2009 (Lei do 
Mandado de Segurança).
O mandado de segurança é uma garantia fundamental existente para proteger as pessoas 
contra os atos de império ilegais e/ou abusivos. Por atos de império, entenda quaisquer 
atos praticados por agentes públicos ou sujeitos de direito privado que estiverem exercendo 
atribuições originárias da Administração Pública (como concessionárias de serviço público).
Ademais, o MS é um remédio constitucional subsidiário: só poderá ser interposto quando 
a violação do “direito líquido e certo” decorrer de ato contra o qual não caiba habeas corpus 
nem habeas data, que são outros dois remédios constitucionais, de finalidades diferentes.
• HABEAS CORPUS: destina-se a combater violações à liberdade de locomoção oriundas 
de ilegalidades ou abuso de poder.
• HABEAS DATA: destina-se à segurança do conhecimento de informações relativas 
à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público, à retificação de dados, quando não se prefira 
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo e, também, à anotação nos 
assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro 
mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
Portanto, o MS poderá ser impetrado sempre que o “direito líquido e certo” NÃO se 
referir à liberdade de locomoção ou à garantia de conhecimento, anotação ou correção de 
informações em registros de dados de natureza pública, porque esses direitos mencionados 
são tuteláveis por remédios constitucionais específicos.
Afinal de contas, o que é “direito líquido e certo”?Afinal de contas, o que é “direito líquido e certo”?
O direito é líquido e certo quando todas as condições para sua aquisição já foram 
preenchidas, sendo já certa e determinada a grandeza desse direito.
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
EXEMPLOS:
direito do advogado de ter vista de processos administrativos que tramitam perante a Vara 
do Trabalho; direito de candidato à nomeação em concurso de TRT, quando ele está dentro 
das vagas previstas no edital; direito de expedição de alvará para levantamento de valores 
em processo trabalhista, quando a liquidação já foi perfeitamente acabada.
1 .1 . obJeto Do MaNDaDo De SeGuraNÇa1 .1 . obJeto Do MaNDaDo De SeGuraNÇa
Já mencionei que o MS tem por objeto proteger direito líquido e certo, e o conceituei 
sinteticamente. Contudo, é importantíssimo destacar que o direito líquido e certo só pode 
ser cobrado por meio de mandado de segurança se tal direito for desrespeitado, mediante 
ilegalidade ou abuso de poder, por autoridade pública.
Alguns dispositivos da Lei n. 12.016/2009 dão parâmetros para identificação do que 
seja uma autoridade pública. Veja:
Art. 1º, § 1º: Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou 
órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os 
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder 
público, somente no que disser respeito a essas atribuições.
Partidos políticos, embora sejam pessoas jurídicas de direito privado, equiparam-se 
às autoridades públicas para fins de MS.
Ponto interessante reside na questão dos particulares (pessoas físicas ou jurídicas) que 
exercem atribuições do Poder Público. O MS apenas será cabível contra essas pessoas se 
a ilegalidade ou abuso de poder decorrer de ato praticado no exercício de atribuições 
do Poder Público.
Isso significa que, se o ato praticado pela concessionária/permissionária de serviço 
público tiver relação tão somente com a gestão interna da empresa – sem nenhuma relação 
pertinente ao encargo da concessão/permissão –, o mandado de segurança não poderá 
ser impetrado.
EXEMPLOS:
Portaria expedida pela empresa tratando sobre os horários de atendimento ao público na 
repartição em que se presta o serviço público concedido pode ser objeto de mandado de 
segurança. No entanto, eventual circular interna da empresa que determine aos empregados 
do almoxarifado o dever de trabalhar em horas extras por certo tempo NÃO poderá ser objeto 
de MS.
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Art. 1º, § 2º: Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias 
de serviço público.
Atos de gestão comercial, para fins de mandado de segurança, são como quaisquer atos 
de gestão interna da empresa. Por não terem relação com as atribuições delegadas pela 
Administração Pública, tais atos NÃO poderão ser objeto de mandado de segurança, ainda 
que violem direito líquido e certo.
Perceba, dessa forma, que as empresas privadas prestadoras de serviços públicos, bem 
como as empresas estatais, podem ser autoridade pública para alguns fins e não a serem 
para outros fins.
Há alguns casos em que, mesmo havendo ofensa a direito líquido e certo por parte de 
autoridade pública, NÃO poderá ser impetrado mandado de segurança. Tal impossibilidade 
ocorrerá nas hipóteses do art. 5º da Lei do MS, a seguir transcritos:
Art. 5º: Não se concederá mandado de segurança quando se tratar:
I – de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente 
de caução;
II – de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo;
III – de decisão judicial transitada em julgado.
Neste ponto, reside uma das premissas mais importantes relativas ao mandado de 
segurança no processo do trabalho:
Sempre que couber recurso contra alguma decisão 
judicial, ou quando caiba alguma outra ação autônoma 
de impugnação contra ela (como a ação rescisória), NÃO 
caberá mandado de segurança!
Quando couber recurso ou ação autônoma de impugnação contra determinada decisão 
judicial, este deverá ser interposto para impugnar suposta violação de direito líquido e certo.
EXEMPLOS:
1) Se a parte entende que seu direito líquido e certo foi ofendido na sentença, ela deveráinterpor Recurso Ordinário, e não MS
2) Quando a parte entende que a sentença transitada em julgado viola direito líquido e certo 
seu, ela deverá ajuizar Ação Rescisória com fundamento em algum dos incisos do art. 966 
do CPC, e não impetrar MS.
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Sobre a impossibilidade de impetração do mandado de segurança quando houver recurso 
cabível contra a decisão respectiva, é relevante conhecermos a Súmula 267 do STF e a OJ 
92 da SDI-II do TST:
Súmula 267 do STF
Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição.
OJ 92 da SDI-II do TST
Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial passível de reforma mediante 
recurso próprio, ainda que com efeito diferido.
Quanto à impossibilidade de impetração de MS contra decisão transitada em julgado, 
também já existia a Súmula 33 do TST em igual sentido, publicada antes da entrada em 
vigor da Lei do MS:
Súmula 33 do TST
Não cabe mandado de segurança de decisão judicial transitada em julgado.
Portanto, por enquanto, você pode mentalizar a conclusão de que o mandado de 
segurança no processo do trabalho é uma ferramenta subsidiária de impugnação das 
decisões judiciais: só será impetrado MS quando não couber qualquer outra forma de 
impugnação. Voltaremos a tratar desta questão da subsidiariedade ao abordarmos as 
Súmulas e OJs do TST sobre o MS.
1 .2 . cabiMeNto1 .2 . cabiMeNto
Na Justiça do Trabalho, as hipóteses de cabimento de mandado de segurança restringem-
se a dois grandes gêneros de violação:
• 1) Autoridade administrativa viola direito líquido e certo inerente às relações de 
trabalho (auditoria fiscal do trabalho ou órgão ministerial responsável pela pasta 
trabalhista pratica ato ilegal ou abusivo), ou órgão da Justiça do Trabalho viola direito 
líquido e certo ao praticar ato de natureza administrativa.
EXEMPLOS:
1) Exigência de depósito prévio de valores ou bens como pressuposto de admissibilidade de 
recurso administrativo (Súmula Vinculante 21 do STF);
2) Auto de infração com imposição de ônus abusivo;
3) Preterição de candidato em lista de aprovados de concurso público de TRT;
4) Impedimento injusto de licitante em licitação promovida por TRT.
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
• 2) Órgão jurisdicional da Justiça do Trabalho (Vara, TRT, TST) profere decisão que 
viola direito líquido e certo da parte, e esta decisão não é passível de nenhum recurso 
imediato ou ação autônoma de impugnação
Na Justiça do Trabalho, é muito mais frequente o segundo gênero de violação (MS contra 
decisão de órgão jurisdicional). Uma hipótese corriqueira de (in)cabimento MS na Justiça 
do Trabalho diz respeito às tutelas provisórias. Esta questão é abordada pela Súmula 
414 do TST:
Súmula 414 do TST
I – A tutela provisória concedida na sentença não comporta impugnação pela via do 
mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. É admissível 
a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante requerimento dirigido 
ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do
tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, 
§ 5º, do CPC de 2015.
II – No caso de a tutela provisória haver sido concedida ou indeferida antes da sentença, 
cabe mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio.
III – A superveniência da sentença, nos autos originários, faz perder o objeto do mandado 
de segurança que impugnava a concessão ou o indeferimento da tutela provisória.
Você deve lembrar de que as decisões interlocutórias no processo do trabalho são, em 
regra, irrecorríveis de imediato.
As decisões que concedem ou negam tutelas provisórias no meio do processo são decisões 
interlocutórias. Logo, tais decisões não são impugnáveis mediante qualquer recurso de 
forma imediata. Portanto, se alguma das partes entender que o juiz violou direito líquido 
e certo seu na decisão que concedeu ou denegou o pedido de tutela provisória, tal parte 
poderá impetrar o MS.
Entretanto, existem casos em que as tutelas provisórias são concedidas na própria 
sentença. Casos práticos frequentes são de liberação do saque do FGTS e expedição de 
alvará para habilitação no programa seguro-desemprego, mesmo que a empresa interponha 
recurso ordinário.
Portanto, se a empresa quiser impugnar essa tutela provisória concedida na sentença, 
deverá fazê-lo nas razões do mesmo Recurso Ordinário que interporá para alegar as demais 
questões. A Súmula 414 ainda esclarece que, se essa violação for tão grave, a empresa 
reclamada poderá requerer ao TRT a concessão de efeito suspensivo ao capítulo da sentença 
que concede a tutela provisória, de modo a impedir que ela produza efeitos.
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
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• EFEITO SUSPENSIVO: O efeito suspensivo é uma exceção nos recursos trabalhistas, só 
podendo ser concedido em restritas hipóteses legais. O efeito suspensivo consiste na 
suspensão dos efeitos da decisão recorrida até que o juízo ad quem julgue o recurso 
interposto, para decidir se reforma, ou não, a decisão recorrida.
− No CPC de 1973, era usual a ação cautelar para pedir efeito suspensivo a algum 
recurso. Com o Novo CPC, a regra muda.
− O pedido de efeito suspensivo pode ser feito no próprio processo, desde que 
demonstrados alguns pressupostos (previstos no art. 1.012, § 4º, do CPC). Tais 
pressupostos são alternativos, isto é, pode ser preenchido tanto um quanto outro.
1) Probabilidade de provimento do recurso
OU
2) Fundamentação do recurso é relevante, E há risco de 
dano grave ou de difícil reparação
Ou a parte demonstrará as razões que levam a crer que o recurso provavelmente será 
provido, ou demonstrará risco de dano grave ou de difícil reparação, apoiando-se em 
fundamentação relevante. Como esses requisitos envolvem alguns conceitos jurídicos 
indeterminados (relevância), caberá ao órgão julgador determinar o conteúdo dessa 
“relevância”.
A probabilidade de provimento pode ser relacionada ao recurso baseado em tese de 
amplo acolhimento da jurisprudência e na doutrina. A fundamentação relevante, quando 
o provimento não for provável, geralmente refere-se a premissas de fato convincentes à 
luz de um caso concreto, embora não consagradas na jurisprudência nem na doutrina.
Quanto à autoridade competente para conceder efeito suspensivo, é importante 
conhecermos a regra do art. 1.012, § 3º, do CPC:
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado 
por requerimento dirigido ao:
I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação [Recurso Ordinário] e 
sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II – relator, se já distribuída a apelação.
Quanto ao terceiro item da Súmula 414, não há segredos. Imagine o seguinte contexto: a 
parte impetrouMS contra ato do juiz do trabalho que foi praticado em decisão interlocutória. 
Antes que o MS fosse apreciado pelo TRT, o juiz do trabalho proferiu sentença definitiva, 
resolvendo definitivamente o mérito da questão impugnada pelo MS, confirmando a tutela 
provisória. Neste caso, o MS perdeu seu objeto (causa de pedir) e será extinto sem resolução 
do mérito.
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
A matéria que havia sido impugnada mediante o MS poderá ser novamente alegada 
no recurso ordinário cabível contra a sentença.
1 .3 . leGitiMaDoS atiVoS e PaSSiVoS1 .3 . leGitiMaDoS atiVoS e PaSSiVoS
Qualquer cidadão, em tese, pode impetrar mandado de segurança. Na Justiça do Trabalho, 
porém, a legitimidade ativa para impetração do mandado de segurança é um elemento 
muito dependente das hipóteses de cabimento deste remédio na seara justrabalhista.
No mandado de segurança individual, não há nenhum segredo quanto ao legitimado 
ativo: é o próprio titular do direito líquido e certo violado. Em caso de violação no curso de 
processo judicial, o legitimado ativo do MS será a parte prejudicada; em caso de MS contra 
ato administrativo de TRT ou do TST, a legitimidade ativa será do particular prejudicado 
(como o candidato de concurso público que foi preterido na lista) etc.
O legitimado passivo, por sua vez, é a pessoa jurídica em nome da qual a autoridade 
coatora atua e, também, a autoridade coatora, que terá, inclusive, direito a recurso contra 
a sentença (art. 14, § 2º, Lei do MS).
 Obs.: A legitimidade passiva no MS é ponto de divergência doutrinária. Alguns entendem 
que o polo passivo do MS seria ocupado apenas pela pessoa jurídica da qual emanou 
o ato violador ou abusivo, enquanto outros entendem que o polo passivo pode ser 
ocupado tanto pela pessoa jurídica quanto pela própria autoridade coatora.
No parágrafo anterior, afirmei no sentido da segunda tese (pessoa jurídica e 
autoridade coatora podem figurar no polo passivo) porque, na doutrina de processo 
do trabalho, temos o posicionamento de Carlos Henrique Bezerra Leite em tal sentido.
No MS Coletivo, há peculiaridades sobre a legitimidade ativa, as quais serão esclarecidas 
no título específico do MS Coletivo.
1 .4 . coMPetÊNcia FuNcioNal1 .4 . coMPetÊNcia FuNcioNal
A competência funcional dentro da Justiça do Trabalho para processar e julgar o mandado 
de segurança, originariamente, depende de quem é a autoridade coatora.
Se a autoridade coatora for autoridade federal que pratica ato em matéria trabalhista 
– desde que não tenha foro especial na Constituição –, a competência originária será do 
juiz do trabalho (Vara).
Se a autoridade coatora for juiz do trabalho de 1ª grau, a competência originária será 
do TRT ao qual o juiz se vincula.
 
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
É de agora em diante que a regra será diferente do que ordinariamente se espera.
Quando a autoridade coatora (que pratica ato lesivo ou abusivo em prejuízo de direito 
líquido e certo) for um TRT, a competência originária para processar e julgar o MS será do 
próprio TRT!
Pela mesma lógica, quando a autoridade coatora (que pratica ato lesivo ou abusivo em 
prejuízo de direito líquido e certo) for o TST, será o próprio TST o órgão competente para 
processar e jugar, originariamente, o MS.
DICA
Quando o ato lesivo ou abusivo impugnado for de um 
órgão jurisdicional, a lógica usada para descobrir quem 
é o órgão competente para julgamento é exatamente a 
mesma aplicada às Ações Rescisórias.
De forma sintética:
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
1 .5 . PreSSuPoStoS ProceSSuaiS e PraZo1 .5 . PreSSuPoStoS ProceSSuaiS e PraZo
De acordo com Carlos Henrique Bezerra Leite, os pressupostos processuais indispensáveis 
para o processamento do mandado de segurança são interesse processual e legitimidade.
O fato de o mandado de segurança não ser concedido, em razão de o objeto do MS não 
ser enquadrado em hipótese de cabimento de MS, é um vício de mérito, que será analisado 
na decisão final. Sendo o objeto do MS impassível de concessão da segurança, o remédio 
será denegado.
Relevantíssimo ponto é o da regularidade de representação processual no mandado de 
segurança. No MS, a parte autora NÃO pode atuar no processo sem assistência de advogado. 
O MS é justamente uma das hipóteses em que o jus postulandi da Justiça do Trabalho não 
se aplica.
O jus postulandi, na Justiça do Trabalho, tem um limite. Esse limite é devido ao avanço 
da técnica jurídica. Algumas ações e recursos exigem da parte o preenchimento de vários 
requisitos complexos, técnicos, cujo acesso, na grande maioria das vezes, só não é oneroso 
para os advogados. O limite do jus postulandi (ou, se preferir, as exceções ao jus postulandi) 
está estampado na Súmula 425 do TST:
Súmula 425 do TST
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a 
ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal 
Superior do Trabalho.
Portanto, no MS, ambas as partes devem necessariamente ter advogado habilitado nos 
autos. Se alguma das partes não tiver advogado, será aplicada a regra constante do item 
II da Súmula 456 do TST, que diz:
Súmula 456, item II, TST
II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o 
juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a 
determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber 
ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, 
§ 1º, do CPC de 2015).
Além dos pressupostos indispensáveis, há outro elemento do MS que, caso não preenchido, 
provoca o indeferimento liminar da ação: a consumação do prazo decadencial.
O prazo para impetração do MS é decadencial de 120 dias. A perda desse prazo acarreta, 
naturalmente, a perda do direito, pois prazos decadenciais fluem com direção ao perecimento 
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
do direito, diferentemente dos prazos prescricionais, que se direcionam ao perecimento 
da pretensão, enquanto o direito continua existindo, embora não exigível judicialmente.
Registro que esse prazo de 120 é contado de forma contínua (dias úteis e “não úteis”), 
contando-se tanto dias de semana como feriados e finais de semana, já que o prazo 
decadencial é um prazo de direito material, e não processual.
Acerca da contagem do prazo decadencial de 120 dias,é importante que você conheça 
a OJ 127 da SDI-II do TST:
OJ 127 da SDI-II do TST
Na contagem do prazo decadencial para ajuizamento de mandado de segurança, o 
efetivo ato coator é o primeiro em que se firmou a tese hostilizada e não aquele que 
a ratificou.
Entenda esta OJ imaginando o seguinte contexto: um juiz do trabalho violou direito 
líquido e certo de uma das partes do processo. Logo, o efetivo ato coator é do juiz do 
trabalho. Até aqui, nenhum segredo.
Agora, imagine que a parte prejudicada tenha impetrado MS contra tal ato coator 
perante o TRT. O TRT, ao julgar o MS, confirmou que a conduta adotada pelo juiz é correta, 
não violando direito líquido e certo da parte. Neste caso, o efetivo ato coator continua 
sendo do juiz do trabalho.
Esta OJ tornou-se necessária porque muitos operadores do direito pensavam ser 
aplicável ao MS a mesma lógica do habeas corpus. No caso de habeas corpus, quando o 
tribunal confirma a tese adotada pelo juiz, a autoridade coatora passa a ser, também, o 
tribunal, fato que possibilita à parte tanto a interposição de recurso ordinário ao tribunal 
superior ou, também, a impetração de novo habeas corpus.
No caso do Mandado de Segurança, a qualidade de “autoridade coatora” não se transfere 
de igual modo. Logo, não seria possível que a parte impetrasse novo MS, no próprio TRT, 
alegando que o TRT teria se tornado a autoridade coatora.
A perda do prazo decadencial de 120 dias e a ausência de interesse processual e 
legitimidade da parte são circunstâncias que, juridicamente, determinam o indeferimento 
liminar do MS. É a regra do art. 10, caput, da Lei do MS:
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de 
mandado de segurança ou lhe faltar algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo 
legal para a impetração.
Ademais, é importante que você conheça o § 1º deste artigo:
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§ 1º Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência 
para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato 
do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre.
No processo do trabalho o recurso equivalente à apelação cível é o Recurso Ordinário. 
Portanto, se o juiz do trabalho indeferir a petição inicial do MS por falta de interesse, 
legitimidade ou perda do prazo decadencial de 120 dias, caberá Recurso Ordinário contra 
sua decisão, de imediato, pois tal decisão terá a feição de sentença.
O art. 3º, inciso VIII, da Instrução Normativa n. 39 do TST diz que se aplica ao processo do 
trabalho a norma do CPC que permite ao juiz retratar-se, caso a parte interponha Recurso 
Ordinário contra sua sentença proferida no sentido de indeferir a petição inicial (art. 485, 
§ 7º, CPC).
Por força da aplicação deste artigo no processo do trabalho, sempre que o juiz do 
trabalho extinguir o processo sem resolução do mérito (por qualquer fundamento), 
ele poderá retratar-se, voltando atrás em sua decisão, conduzindo o processo no mesmo 
estado em que se encontrava, caso se convença de que a extinção sem mérito foi uma 
medida equivocada de sua parte.
O juízo de retratação (nome dado ao ato de voltar atrás) do juiz do trabalho só pode 
ser exercido se a parte prejudicada interpuser Recurso Ordinário. Assim que o Recurso 
Ordinário for interposto, o juiz do trabalho tem 5 DIAS para retratar-se, retomando o curso 
do processo no estado em que se encontrada quando o extinguiu.
Para auxiliá-lo a visualizar este ponto na prática, apresento o seguinte mapa mental:
Se a petição inicial do MS for normalmente recebida, será observado o seguinte 
procedimento:
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Art. 7º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
I – que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada 
com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações;
A primeira manifestação da autoridade coatora não tem natureza de contestação, 
mas, sim, de mera prestação de informações a respeito do ato impugnado. Na prática, a 
prestação de informações pode carregar conteúdo defensivo, mas o objetivo é obter, da 
autoridade coatora, quais são os fundamentos que a levaram a praticar o ato tido como 
lesivo a direito líquido e certo.
É importante gravar o prazo para a prestação das informações: 10 dias, a contar da 
notificação, que deverá ser acompanhada da petição inicial e dos documentos pré-constituídos.
II – que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, 
enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito;
A pessoa jurídica integrada pela autoridade coatora poderá, por meio de sua Procuradoria, 
ingressar no feito como parte, em quaisquer dos polos (ativo ou passivo).
III – que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e 
do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo 
facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o 
ressarcimento à pessoa jurídica.
Desde que o impetrante apresente fundamentos relevantes de que o ato lesivo pode tornar 
ineficaz qualquer medida imposta pelo juiz, este poderá determinar a suspensão do ato.
Quando a suspensão do ato puder causar prejuízos a alguém ou a algum interesse 
(como o público), o juiz poderá, se entender necessário, exigir uma garantia por parte do 
impetrante (caução, fiança ou depósito), a fim de assegurar eventual ressarcimento de 
danos sofridos pela pessoa jurídica envolvida.
 
Na ADI n. 4296, foi questionada a validade do inciso III, mas o voto vencedor (do Min. 
Alexandre de Moraes) reconheceu a sua constitucionalidade.
Na oportunidade do julgamento da ADI n. 4296, foi adotada a seguinte tese: “O juiz 
tem a faculdade de exigir caução, fiança ou depósito para o deferimento de medida 
liminar em mandado de segurança, quando verificada a real necessidade da garantia 
em juízo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto” (Informativo n. 1.021, de 
18 de junho de 2021).
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Portanto, o inciso III do art. 7º é válido, e continuará a ser explorado em provas. O mesmo 
não se pode dizer dos § 2º do art. 7º e § 2º do art. 22, que foram declarados inconstitucionais 
na ADI n. 4296 pelo STF. Nos comentários a tais dispositivos, apresentarei considerações 
sobre a situação.
§ 1º Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de 
instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo 
Civil.
 
Tanto a decisão concessiva quanto a denegatória da liminar (tutela provisória) serão 
passíveis de impugnação por agravode instrumento, desde que essa decisão seja do juiz 
de primeiro grau.
Quando a decisão for de relator em tribunal, a regra será distinta: caberá agravo interno.
§ 2º Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos 
tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou 
equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou 
pagamento de qualquer natureza.
 
O § 2º do art. 7º foi declarado inconstitucional pelo STF na ADI n. 4296, em sessão plenária 
realizada em 09 de junho de 2021.
Até o julgamento da ADI n. 4296, em 09 de junho de 2021, era proibida a concessão de 
tutela provisória, em mandado de segurança, nestas hipóteses:
1) Compensação de créditos tributários;
2) Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior;
3) Reclassificação ou equiparação de servidores públicos;
4) Concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4296, o STF declarou inconstitucional o § 2º 
do art. 7º da Lei do Mandado de Segurança (12.016/09). Nesta ADI, foi vencedora a seguinte 
tese: “É inconstitucional ato normativo que vede ou condicione a concessão de medida 
liminar na via mandamental” (Informativo n. 1.021 do STF, de 18 de junho de 2021).
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
A referida tese é oriunda do voto do Ministro Alexandre de Moraes, que, inicialmente 
divergente, tornou-se vencedor.
Segundo o voto do Min. Alexandre, o ordenamento jurídico já prevê medidas de 
contracautela para a tutela provisória (medida liminar): a lei já faculta ao juiz, em cada caso 
concreto, exigir “caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento 
à pessoa jurídica” (art. 7º, inciso III).
Inclusive, cabe destacar que, na ADI 4296, também houve a declaração de 
constitucionalidade do art. 7º, inciso III da Lei do Mandado de Segurança.
Logo, devemos entender o seguinte: não é compatível com a Constituição Federal 
nenhuma lei ou ato normativo que restrinja a possibilidade de o juiz conceder tutela provisória, 
uma vez que, em cada caso concreto, caberá ao juiz analisar os pressupostos objetivos da 
medida (fumus boni juris e periculum in mora) e exigir as medidas de contracautela (caução, 
fiança, depósito etc.) necessárias à reparação de eventual dano decorrente da concessão 
da tutela provisória.
Em síntese, a concessão, ou não, de tutela provisória, por integrar juízo de cognição 
sumária do magistrado, é matéria reservada ao exercício da jurisdição. A restrição, pela 
via legislativa, de concessão de liminar em determinadas hipóteses configura, reflexamente, 
empecilho à prestação jurisdicional. Afinal, do contrário, estaria o juiz impedido de tutelar 
um direito líquido e certo, apenas porque a reparação da violação contrariaria interesses 
de pessoas jurídicas de direito público.
 
Por se tratar de tema objeto de jurisprudência recente do STF, prepare-se para enfrentá-
lo em sua prova!
§ 3º Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da 
sentença.
§ 4º Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.
§ 5º As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem 
à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 
- Código de Processo Civil.
O § 4º institui uma hipótese de tramitação prioritária: quando há deferimento de 
medida liminar em mandado de segurança. Os efeitos dessa medida, como regra, duram 
até a prolação da sentença definitiva (§ 3º), podendo ela ser revogada ou cassada antes 
desse momento processual, se houver razões para tanto.
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
1.6. REMESSA NECESSÁRIA (REEXAME NECESSÁRIO)1.6. REMESSA NECESSÁRIA (REEXAME NECESSÁRIO)
O mandado de segurança tem por regra a obrigatoriedade de reexame da matéria 
quando a segurança for concedida ao impetrante.
O reexame necessário (ou remessa necessária) é um instituto de direito processual 
que torna obrigatório que o tribunal analise, novamente, o mérito de ação julgada pelo 
juiz de 1ª instância, nas hipóteses descritas em lei. No CPC, outras hipóteses de remessa 
necessária estão previstas em seu art. 496.
Na Lei do Mandado de Segurança, o reexame necessário tem previsão no art. 14, § 1º:
§ 1º Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.
Portanto, se a segurança for concedida, a matéria deverá ser reanalisada pelo tribunal 
da instância superior. Contudo, há outro elemento que o TST entende importante para 
que a remessa necessária seja, de fato, feita. Veja o que diz a Súmula 303, item IV, do TST:
Súmula 303, item IV, do TST
Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação processual, 
figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da 
ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e 
terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria 
administrativa.
De acordo com tal enunciado sumular, é da essência do reexame necessário o prejuízo 
a alguma das pessoas jurídicas de direito público. Inclusive no próprio CPC a remessa 
necessária é prevista somente quando o valor da condenação tiver um grande montante 
em face da União, de Estado ou de Município.
O art. 14, § 1º, determina a remessa necessária em caso de concessão da segurança, O art. 14, § 1º, determina a remessa necessária em caso de concessão da segurança, 
certo?certo?
Pois então:
Se tal concessão prejudicar pessoa jurídica de direito público, 
a remessa necessária ocorrerá .
 Obs.: Esse “prejuízo” pode consistir na imposição de alguma obrigação, seja de dar, fazer 
ou não fazer.
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Por outro lado, se o mandado de segurança tiver sido ajuizado em face de ato praticado 
por pessoa de direito privado (pessoa física ou jurídica de direito privado no exercício de 
atribuições do Poder Público), ou se a pessoa de direito privado impetrar o MS e este for 
indeferido, não caberá remessa necessária.
 
Existe uma exceção à regra citada no parágrafo acima: se a concessão teve por base matéria 
de interesse para a Administração Pública, deverá ocorrer a remessa necessária.
2 . MaNDaDo De SeGuraNÇa coletiVo2 . MaNDaDo De SeGuraNÇa coletiVo
A Lei do Mandado de Segurança disciplina os elementos essenciais da impetração coletiva 
(mandado de segurança coletivo). Abaixo, comentarei os dispositivos pertinentes:
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com 
representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus 
integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classeou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos 
líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos 
seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização 
especial.
O caput do art. 21 trata dos legitimados ativos para o mandado de segurança coletivo. 
São, sinteticamente:
• Partido político com representação no Congresso Nacional (desde que em defesa 
de seus interesses e de seus integrantes);
• Sindicato da categoria profissional ou econômica, em defesa dos interesses da 
categoria (independentemente do tempo de sua existência);
• Associação constituída há pelo menos um ano, em defesa dos interesses da 
coletividade que representa.
 
Para que os legitimados ativos do MS Coletivo o impetrem, NÃO é necessário que os 
particulares integrantes da categoria/coletividade deem qualquer autorização específica. 
Este é o comando da parte final do dispositivo acima, ratificado pela Súmula 629 do STF, 
abaixo transcrita.
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Súmula 629 do STF
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos 
associados independe da autorização destes.
Conforme o entendimento do STF (RE 198.919-DF), o sindicato NÃO precisa estar em 
funcionamento há um ano, como as associações. Ademais, o sindicato pode impetrar o 
MS Coletivo antes mesmo de ser registrado no Ministério governamental competente, 
conforme outro entendimento do STF (RE 370.834), bastando ao sindicato ser registrado 
em Cartório.
Partimos, agora, à análise do parágrafo único do art. 21:
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:
I – coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, 
de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por 
uma relação jurídica básica;
II – individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem 
comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou 
membros do impetrante.
O objeto do MS Coletivo pode ser, somente, relativo à tutela de direitos coletivos em 
sentido estrito e individuais homogêneos.
 
Não cabe MS Coletivo para discussão de direitos difusos (cujos titulares são pessoas 
indetermináveis) ou individuais comuns (ou heterogêneos).
Ponto jurisprudencial:
A tutela de direitos difusos mediante mandado de segurança era aceita por parte da 
jurisprudência anteriormente à publicação da Lei do Mandado de Segurança, em 2009. 
Depois de sua publicação, tornou-se certa a inadequação do MS para a tutela de direitos 
cujos titulares sejam indetermináveis. Afinal de contas, a indeterminação do titular do 
direito é um elemento incompatível com os pressupostos da certeza e da liquidez do direito.
Referência: MS 34196/DF (Supremo Tribunal Federal)
Para ilustrar:
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos 
membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
No MS Coletivo, a coisa julgada produz efeitos ultra partes, isto é, limitada à coletividade 
representada pela associação/sindicato.
 
O MS Coletivo não produz efeitos erga omnes, porque esta espécie de efeito determina a 
sua irradiação sobre todas as pessoas submetidas à jurisdição do órgão prolator da decisão.
Os efeitos são ultra partes (mais extensos que inter partes, mas mais restritos que 
erga omnes).
 Obs.: Mesmo que o MS Coletivo venha a tutelar direitos individuais homogêneos, os 
efeitos serão ultra partes, visto que não poderão ser aplicados aos particulares 
não abrangidos pela representação da associação/sindicato, ainda que a origem 
do dano seja comum.
Se a pretensão for de conseguir efeito erga omnes (art. 103, inciso III, Código de 
Defesa do Consumidor), deverá a entidade legitimada ajuizar ação civil pública ou 
ação civil coletiva.
Para não deixar sobrarem dúvidas, apresento a seguinte ilustração, para diferenciar os 
possíveis efeitos das decisões judiciais:
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Mandado de Segurança
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§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas 
os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer 
a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência 
comprovada da impetração da segurança coletiva.
O fato de uma ação de natureza coletiva (como o MS Coletivo) não induzir litispendência 
relativamente a uma ação individual é algo logicamente explicável. Veja:
A litispendência existe quando duas ações possuem os mesmos três elementos 
estruturantes: partes, causa de pedir e pedido (art. 337, §§ 1º e 2º do CPC). Na ação coletiva, 
a parte autora é uma entidade representativa, enquanto na ação individual, é o próprio 
indivíduo lesado pelo dano.
Portanto, entre ações coletivas e ações individuais NÃO HÁ identidade de partes. Entre 
elas pode haver, no máximo, conexão (art. 55 do CPC).
Antes de o MS Coletivo ser impetrado, é possível que estejam tramitando Mandados de 
Segurança Individuais em razão de lesão ao mesmo direito líquido e certo, correto? Pois então:
Após o a impetração do MS Coletivo, todos os autores desses MS Individuais serão 
comunicados da impetração do MS Coletivo com o mesmo objeto, normalmente mediante 
despacho do juiz nos autos do MS individual.
Após esse despacho, o autor do MS individual terá o prazo de 30 DIAS para pedir a 
suspensão do seu MS. Se tal prazo transcorrer sem requerimento de suspensão, o autor 
desse MS individual NÃO PODERÁ aproveitar o resultado do MS Coletivo.
Logo, se o impetrante individual não requerer a suspensão, ele assumirá um risco: ou 
conseguir uma sentença melhor, ou acabar com um resultado pior que o dos demais.
 Obs.: Nos casos em que caberia mandado de segurança no curso do processo de natureza 
coletiva, como a Ação Civil Pública ou a Ação Civil Coletiva (quando não há recurso 
cabível de imediato contra alguma decisão), poderá ser impetrado MS Coletivo, 
já que o processo em curso teria como parte entidade coletiva, como sindicato ou 
associação.
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Art. 22, § 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência 
do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, quedeverá se pronunciar no prazo 
de 72 (setenta e duas) horas.
 
O § 2º do art. 22 foi declarado inconstitucional pelo STF na ADI n. 4296, em sessão plenária 
realizada em 09 de junho de 2021.
Até o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4296, pedidos de tutela 
provisória formulados em MS Coletivo somente podiam ser deferidos após o efetivo 
contraditório da Procuradoria do ente público eventualmente envolvido na lide. Tratava-se 
de norma especificamente direcionada às pessoas jurídicas de direito público (Administração 
Direta, Autárquica e Fundacional).
Nessa ADI, foi vencedora a seguinte tese: “É inconstitucional ato normativo que vede 
ou condicione a concessão de medida liminar na via mandamental” (Informativo n. 1.021 
do STF, de 18 de junho de 2021).
A exemplo do que se entendeu a respeito do § 2º do art. 7º, o § 2º do art. 22 criava 
restrição à concessão de tutela provisória em mandado de segurança coletivo: não permitia 
que o juiz, em cognição sumária, ainda que em decisão fundamentada, concedesse tutela 
provisória de forma liminar e inaudita altera parte (sem a oitiva da parte contrária, que, no 
caso, seria a pessoa jurídica de direito público).
Criar condições para que o juiz conceda tutela provisória é, na prática, restrição da 
prestação jurisdicional. Se o juiz entender pela existência dos pressupostos objetivos da 
tutela provisória (fumus boni juris e periculum in mora) e tiver fundamentação adequada 
para justificar a concessão de medida liminar sem a prévia oitiva da parte contrária, será 
prerrogativa funcional do juiz conceder a medida (em outras palavras, será “direito” do 
juiz). Eventual irresignação da parte prejudicada deve ser veiculada no meio de impugnação 
cabível (agravo de instrumento – art. 7º, § 1º), ocasião em que poderá requerer, a seu critério, 
efeito suspensivo (art. 15).
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
3 . coMeNtÁrioS ÀS SÚMulaS e oJS Do tSt Sobre o 3 . coMeNtÁrioS ÀS SÚMulaS e oJS Do tSt Sobre o 
MaNDaDo De SeGuraNÇaMaNDaDo De SeGuraNÇa
 
Os enunciados de Súmulas e OJs do TST a respeito do Mandado de Segurança no processo 
do trabalho costumam ser muito cobrados em provas objetivas. Portanto, agora que você 
conhece o conteúdo essencial do tema, passaremos à análise individualizada de cada um 
destes enunciados.
Súmula 201 do TST
Da decisão de Tribunal Regional do Trabalho em mandado de segurança cabe recurso 
ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual dilação 
para o recorrido e interessados apresentarem razões de contrariedade.
Como estudamos, contra ato de juiz do trabalho que ofenda direito líquido e certo 
cabe MS de competência originária do TRT. Nesta situação, contra o acórdão do TRT que 
julgar o MS caberá Recurso Ordinário ao TST, em razão da organização judiciária da Justiça 
do Trabalho.
Súmula 415 do TST
Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-constituída, inaplicável o art. 
321 do CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 1973) quando verificada, na petição inicial do 
“mandamus”, a ausência de documento indispensável ou de sua autenticação.
O mandado de segurança tem por objeto a proteção de direito líquido e certo contra 
ato de autoridade pública ou pessoa privada no exercício de atribuições do Poder Público.
Portanto, a petição inicial deve ser acompanhada de prova desse ato, correto?Portanto, a petição inicial deve ser acompanhada de prova desse ato, correto?
Logo, se a parte somente alegar tal ofensa, sem juntar cópia do ato impugnado, a parte 
não terá direito nem mesmo à emenda da petição inicial. De início, a parte deve já ter plenas 
condições de provar a ofensa ao direito líquido e certo. Por isso, diz-se que o mandado 
de segurança exige a pré-constituição de prova documental.
Súmula 418 do TST
A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo 
tutelável pela via do mandado de segurança.
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Nesta súmula, há um contexto histórico jurisprudencial a ser levado em conta. Sua 
antiga redação incluía, também, que “a concessão de liminar” era faculdade do juiz, assim 
como a homologação de acordo.
 
No ano de 2017, a Súmula 418 foi alterada, permanecendo apenas que “a homologação 
de acordo” é faculdade do juiz. Dessa forma, passou-se a entender que cabe mandado de 
segurança contra a decisão judicial que indefere a concessão de tutela provisória (liminar).
Inclusive, o item II da Súmula 414, também alterada em 2017, passou a prever que a 
concessão ou o indeferimento de tutela provisória antes da sentença pode ser objeto de 
mandado de segurança, por inexistir recurso próprio.
Portanto, a partir da alteração jurisprudencial de 2017, devemos levar em conta que 
NÃO cabe mandado de segurança contra a decisão judicial que resolve deixar de homologar 
um acordo, ou homologá-lo. Devemos compreender o seguinte:
• 1) Se o juiz optar por não homologar algum acordo entabulado pelas partes, não 
caberá mandado de segurança nem recurso, prosseguindo-se o processo normalmente.
• 2) Se o juiz optar por homologar o acordo, eventual desconstituição da sentença 
homologatória (ou acórdão homologatório) deverá ser pleiteada por meio de ação 
rescisória.
• 3) Se o juiz conceder ou indeferir liminar (tutela provisória) antes da sentença, cabe 
mandado de segurança.
Súmula 416 do TST
Devendo o agravo de petição delimitar justificadamente a matéria e os valores objeto 
de discordância, não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução quanto 
aos tópicos e valores não especificados no agravo.
Não cabe mandado de segurança contra a decisão proferida na fase de execução que 
determina a penhora de bens para satisfazer a parte que não foi impugnada por meio do 
Agravo de Petição.
Isso porque o agravo de petição é um recurso que, em regra, não tem efeito suspensivo. 
Logo, a impossibilidade da execução do valor remanescente só ocorrerá se o relator, no 
TRT, deferir efeito suspensivo nas hipóteses legalmente permitidas (art. 995, parágrafo 
único, CPC).
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Súmula 417 do TST
I – Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora 
em dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece 
à gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).
II – Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado 
direito líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados 
no próprio banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 
666, I, do CPC de 1973).
O executado NÃO pode impetrar mandado de segurança para impugnar a decisão 
interlocutória do juiz que determine a penhora em dinheiro, porque a penhora em dinheiro 
(penhora online) é a forma preferenciale prioritária de penhora.
Ademais, o devedor pode pedir que os valores penhorados fiquem na sua própria conta 
bancária, até a expropriação. Todavia, se o credor (exequente) não concordar com esse 
pedido, os valores penhorados deverão permanecer em conta judicial, e o executado nada 
poderá fazer contra isso.
Devo destacar que esta súmula, até 2016, tinha um terceiro item, segundo o qual o 
executado poderia impetrar mandado de segurança contra a decisão do juiz que determinasse 
a penhora de dinheiro em sede de execução provisória, nas ocasiões em que o executado 
tivesse nomeado outros bens à penhora.
Todavia, o cancelamento deste item parece transparecer que o atual entendimento do 
TST é de que, mesmo em execução provisória, o juiz PODE determinar a penhora de dinheiro 
do executado, AINDA QUE ele tenha indicado outros bens à penhora.
OJ 54 da SDI-II do TST
Ajuizados embargos de terceiro (art. 674 do CPC de 2015/art. 1.046 do CPC de 1973) 
para pleitear a desconstituição da penhora, é incabível mandado de segurança com 
a mesma finalidade.
Aqui, trata-se de uma questão de singularidade e economia processual. Se estiver 
pendente processo de Embargos de Terceiro, não há razão para a impetração de mandado 
de segurança com base em suposta violação que teria sido causada pela mesma penhora.
Repito, agora, a lógica que vem sendo dita com frequência: o mandado de segurança, 
em regra, só é cabível contra atos processuais quando, contra eles, não houver ferramenta 
de impugnação cabível.
OJ 56 da SDI-II do TST
Não há direito líquido e certo à execução definitiva na pendência de recurso extraordinário, 
ou de agravo de instrumento visando a destrancá-lo.
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Enquanto houver recurso pendente no processo, a execução será provisória, se não houver 
concessão de efeito suspensivo ao recurso pendente. O recurso extraordinário, embora 
não seja um recurso propriamente trabalhista, impede o trânsito em julgado do processo.
Logo, como a execução definitiva depende necessariamente do trânsito em julgado do 
processo, ela não poderá ocorrer enquanto pender recurso extraordinário no STF, ou agravo 
de instrumento em recurso extraordinário.
OJ 57 SDI-II do TST
Conceder-se-á mandado de segurança para impugnar ato que determina ao INSS o 
reconhecimento e/ou averbação de tempo de serviço.
Segundo a OJ 57 da SDI-II, é cabível a impetração do MS contra o ato judicial que imponha 
ao INSS o dever de registrar o reconhecimento de tempo de serviço em alguma atividade, 
ou a averbação de tempo adicional de serviço.
Geralmente, a parte prejudicada por este ato (e autora de eventual MS) será a reclamada, 
que terá o objetivo de impedir que o tempo de serviço do reclamante seja reconhecido pelo 
INSS, o que pode gerar várias consequências de ordem tributária, por exemplo.
OJ 64 da SDI-II do TST
Não fere direito líquido e certo a concessão de tutela antecipada para reintegração de 
empregado protegido por estabilidade provisória decorrente de lei ou norma coletiva.
Se for incontroverso que o empregado é portador de estabilidade provisória (garantia 
provisória de emprego) por força de disposição legal ou de acordo coletivo, convenção 
coletiva ou sentença normativa, poderá ele postular tutela provisória antecipada para ser 
reintegrado ao emprego.
Neste caso, se o juiz deferir o pedido de tutela provisória e determinar a reintegração 
do empregado estável ao emprego, a empresa reclamada não poderá impetrar MS, porque 
a estabilidade era razoavelmente existente – quase sempre incontroversa – e há direito 
do empregado de continuar trabalhando, até que haja determinação judicial em sentido 
contrário ou até que a estabilidade termine.
Exemplos de trabalhadores portadores de estabilidade provisória são, dentre outros:
• Gestantes
• Representante dos empregados na CCP
• Representante dos empregados na CIPA
• Representante dos empregados no Conselho Curador do FGTS
• Representante dos empregados no Conselho Nacional de Previdência
• Dirigente sindical
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
• Diretor de cooperativa
• Empregados que preencham requisitos de normas coletivas para terem estabilidade 
provisória ou definitiva
 
Reitero que, para que não seja possível a impetração do MS, a estabilidade deve ser um 
fato demonstrado como razoável – normalmente incontroverso –, cuja presunção não é 
diminuída pela parte contrária.
OJ 142 da SDI-II do TST
Inexiste direito líquido e certo a ser oposto contra ato de Juiz que, antecipando a 
tutela jurisdicional, determina a reintegração do empregado até a decisão final do 
processo, quando demonstrada a razoabilidade do direito subjetivo material, como 
nos casos de anistiado pela Lei n. 8.878/94, aposentado, integrante de comissão de 
fábrica, dirigente sindical, portador de doença profissional, portador de vírus HIV ou 
detentor de estabilidade provisória prevista em norma coletiva.
 
A OJ 142 da SDI-II, quando cobrada de forma objetiva em provas, gera grandes problemas 
e leva muitos candidatos ao erro.
Pela regra geral da Súmula 414, item II, do TST, é cabível mandado de segurança em caso 
de concessão de tutela provisória antes da sentença, em razão da inexistência de recurso 
próprio. Esta regra é genérica, vislumbrada para todas as tutelas provisórias em geral.
A OJ 142, por sua vez, trata de uma hipótese específica de tutela provisória, que, por 
envolver direitos que não são líquidos nem certos, torna inadmissível eventual mandado 
de segurança impetrado.
A OJ enuncia que será incabível o MS “quando demonstrada a razoabilidade do direito 
subjetivo material” relativo à estabilidade no emprego. Disso, podemos depreender que não 
haverá direito líquido e certo do empregador a impedir reintegração quando o empregado 
comprovar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do 
processo (requisitos da tutela provisória – art. 300 do CPC).
 
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Em provas, se a questão fizer referência somente à tutela provisória concedida antes da 
sentença de forma genérica, sem mencionar o objeto dessa tutela, considere que cabe MS 
contra esta decisão (Súmula 414, item II, TST).
Se a questão chegar ao ponto de esclarecer que a tutela provisória consiste em reintegração 
de empregado, em razão da “razoabilidade do direito subjetivo material”, significará que 
a banca está cobrando o enunciado da OJ n. 142 da SDI-II, segundo o qual não haverá 
direito líquido e certo do empregador (logo, não cabe MS) a impedir reintegração quando 
o empregado comprovar a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado 
útil do processo.
OJ 65 da SDI-II do TST
Ressalvada a hipótese do art. 494 da CLT, não fere direito líquido e certo a determinação 
liminar de reintegração no emprego de dirigente sindical, em face da previsãodo inciso 
X do art. 659 da CLT.
Aplica-se à reintegração do dirigente sindical (determinada em tutela provisória) o 
mesmo raciocínio acima explicitado com relação à OJ 142. Aqui, há um pequeno detalhe:
Se o dirigente sindical estiver respondendo a inquérito judicial de apuração de falta 
grave, estando devidamente suspenso (art. 494 da CLT), poderá ser impetrado MS, pelo 
empregador, se o juiz ordenar a reintegração. Afinal de contas, a suspensão do empregado 
dirigente sindical para responder a inquérito é direito líquido e certo do empregador.
OJ 66 da SDI-II do TST
I – Sob a égide do CPC de 1973 é incabível o mandado de segurança contra sentença 
homologatória de adjudicação, uma vez que existe meio próprio para impugnar o ato 
judicial, consistente nos embargos à adjudicação (CPC de 1973, art. 746).
II – Na vigência do CPC de 2015 também não cabe mandado de segurança, pois o ato 
judicial pode ser impugnado por simples petição, na forma do artigo 877, caput, do 
CPC de 2015.
Novamente, caímos no preceito geral de que o MS só é cabível contra ato processual 
quando nenhuma medida judicial for possível. No caso, como é possível a impugnação de 
tal ato por simples petição, não há razão para a impetração de MS.
OJ 67 da SDI-II do TST
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
Não fere direito líquido e certo a concessão de liminar obstativa de transferência de 
empregado, em face da previsão do inciso IX do art. 659 da CLT.
A concessão medida liminar (tutela provisória antecipada), até decisão final do processo, 
em reclamações trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada pelos 
parágrafos do artigo 469 da CLT é uma medida condicionada ao arbítrio do juiz, por força 
do art. 659, inciso IX, da CLT.
Logo, não há que se falar em ofensa a direito líquido e certo do empregador, pois a 
medida decorre de faculdade legalmente atribuída ao juiz, de forma privativa.
OJ 88 da SDI-II do TST
Incabível a impetração de mandado de segurança contra ato judicial que, de ofício, 
arbitrou novo valor à causa, acarretando a majoração das custas processuais, uma 
vez que cabia à parte, após recolher as custas, calculadas com base no valor dado à 
causa na inicial, interpor recurso ordinário e, posteriormente, agravo de instrumento 
no caso de o recurso ser considerado deserto.
A impugnação do valor dado à causa para majorar as custas processuais arbitradas em 
sentença é sujeita a um recurso: o Recurso Ordinário.
A parte, no RO, efetuará o pagamento das custas processuais que entende devidas, 
correto? Neste caso, é possível que o juiz deixe de receber o RO, fundando-se no fato de o 
valor das custas estar incorreto.
Logo, caberá à parte interpor Agravo de Instrumento para destrancar o RO. Veja que, 
mesmo se o juiz não receber o recurso com fundamento da incorreção do valor das custas, 
há um recurso cabível: o AI.
Portanto, não é caso de impetração de MS o fato de o juiz arbitrar valor errôneo à causa, 
porque existem outros recursos cabíveis.
OJ 91 da SDI-II do TST
Não sendo a parte beneficiária da assistência judiciária gratuita, inexiste direito 
líquido e certo à autenticação, pelas Secretarias dos Tribunais, de peças extraídas do 
processo principal, para formação do agravo de instrumento.
Súmula 397 do TST
Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão 
proferida em ação de cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter 
sido modificada em grau de recurso, porque em dissídio coletivo somente se consubstancia 
coisa julgada formal. Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula 
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Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
reformada são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de 
descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973).
Na aula sobre a ação de cumprimento, destaquei que nos dissídios coletivos não se 
julga uma relação jurídica. Tão somente criam-se, interpretam-se e revisam-se normas. 
Portanto, não há relação jurídica que deva receber imposição jurisdicional do Estado. Na 
verdade, a sentença normativa proferida em dissídio coletivo destina-se a interferir em 
relações jurídicas que ainda estão sendo mantidas e que permanecem sem litigiosidade. É 
por isso que o dissídio coletivo só pode provocar coisa julgada formal, e não material.
Se uma ação de cumprimento tiver por objeto a exigência do cumprimento de cláusulas de 
uma sentença normativa que foram derrubadas em grau de recurso, as parcelas condenatórias 
fundadas nessas cláusulas NÃO poderão ser executadas, pois o título executivo que as 
fundamenta terá desaparecido.
Portanto, a “derrubada” de cláusulas invocadas na ação de cumprimento pode produzir 
duas consequências, a depender da fase em que a ação de cumprimento se encontra.
1) AÇÃO DE CUMPRIMENTO EM FASE DE CONHECIMENTO: a ação é extinta sem resolução 
do mérito, por perda do seu objeto e, consequentemente, desaparecimento da causa de pedir.
2) AÇÃO DE CUMPRIMENTO EM FASE DE EXECUÇÃO: a execução não pode prosseguir. 
Nesses casos, a parte executada poderá opor duas peças:
Exceção de pré-executividade: optando por esta peça, a parte deverá demonstrar que o 
desaparecimento do título executivo é uma questão de ordem pública cognoscível de ofício 
pelo juiz. Geralmente, nessa fase, o prazo para embargos à execução já passou. Todavia, 
se tal prazo por sorte ainda não tiver passado, serão cabíveis, primeiramente, Embargos à 
Execução, com fulcro no art. 525, § 1º, inciso III, do CPC (inexequibilidade do título).
Mandado de Segurança: ao optar por esta peça, a parte deverá demonstrar que a execução 
da cláusula reformada em grau de recurso fede direito líquido e certo do exequente, que 
tem direito ao implemento da condição resolutiva da execução (condição – evento futuro 
e incerto – que, se verificada, extingue a execução). Neste caso, a condição resolutiva é a 
eliminação da cláusula em grau de recurso. É por isso que a Súmula condiciona a impetração 
do mandado de segurança à alegação de violação ao art. 514 do CPC, que dispõe: “Quando 
o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença 
dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.”.
OJ 98 da SDI-II do TST
É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos honorários periciais, dada a 
incompatibilidade com o processo do trabalho, sendo cabível o mandado de segurança 
visando à realização da perícia, independentemente do depósito.
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Direito ProceSSual Do trabalho
Mandado de Segurança
Gustavo Deitos
A OJ 98 proíbe, em tese, a exigência de antecipação de honorários periciais para realização 
de perícias. Antes da Reforma Trabalhista, muitos juízos exigiam tal antecipação, embora 
esta OJ a considere incabível no processo do trabalho.
A partir da entrada em vigor da Reforma,

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