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MATURAÇÃO E FERTILIZAÇÃO DO ÓVULO 1) Ainda no ovário, o óvulo se encontra no estágio de ovócito primário. Antes de ser liberado do folículo ovariano, seu núcleo se divide por meiose, e o primeiro corpúsculo polar é expelido. 2) O primeiro ovócito torna-se o segundo ovócito. Nesse processo, cada um dos 23 pares de cromossomos perde seu homólogo, que se incorpora no corpúsculo polar que é expelido. 3) Após ovulação, o óvulo é expelido para a cavidade peritoneal e entra em uma das tubas uterinas para atingir a cavidade uterina. 4) As fímbrias de cada tuba uterina repousam ao redor dos ovários. As superfícies internas das fimbrias são revestidas de epitélio ciliado, e os cílios são ativados pelo estrogênio ovariano, que faz com que eles batam em direção tuba uterina envolvida. Assim, o óvulo entra em uma das tubas uterinas. FERTILIZAÇÃO 1) Os espermatozoides são transportados na direção ascendente da vagina e através do útero e das tubas uterinas para as ampolas das tubas uterinas, que ficam próximas às terminações ovarianas. 2) Esse transporte dos espermatozoides é auxiliado por contrações do útero e das tubas uterinas, estimuladas por prostaglandinas no líquido seminal masculino e pela ocitocina liberada pela neuro-hipófise da mulher durante o seu orgasmo. 3) A fertilização do óvulo normalmente ocorre na ampola de uma das tubas uterinas. Antes que um espermatozoide consiga entrar no óvulo, ele deve primeiro penetrar nas camadas de células da granulosa (a coroa radiada) e, então, fixar-se e penetrar na zona pelúcida, que circunda o óvulo. - No acrossomo do espermatozoide (cabeça do espermatozoide) está armazenado hialuronidase e enzimas proteolíticas. - A hialuronidase quebra os polímeros do ácido hialurônico no cimento intercelular que mantém juntas as células granulosas ovarianas. - Quando o espermatozoide atinge a zona pelúcida do óvulo, a membrana do espermatozoide se liga às proteínas receptoras presentes na zona. Em seguida, o acrossomo se dissolve e libera as enzimas acrossômicas. - Essas enzimas abrem um caminho de penetração para a passagem da cabeça do espermatozoide, através da zona pelúcida, para dentro do óvulo. 4) Após o espermatozoide entrar no óvulo (que ainda se encontra no estágio de desenvolvimento do ovócito secundário), o ovócito se divide para formar o óvulo maduro e um segundo corpúsculo polar, que é expelido. 5) O óvulo maduro ainda carrega em seu núcleo (pronúcleo feminino) 23 cromossomos. 6) O espermatozoide fertilizador também passa por alterações. Ao entrar no óvulo forma o pronúcleo masculino. 7) Mais tarde, os 23 cromossomos não pareados do pronúcleo masculino e os 23 cromossomos do pronúcleo feminino alinham-se para formar o complemento final de 46 cromossomos (23 pares) no óvulo fertilizado (ovo ou zigoto). 8) A viabilidade do óvulo recém-fertilizado (zigoto), depende da capacidade de impedir a entrada de outros espermatozoides. 2 9) Esse bloqueio da polispermia é mediado por um mecanismo: A fusão das membranas plasmáticas do espermatozoide e do óvulo desencadeia uma reação que modifica o potencial de membrana, impedindo a ligação de outros espermatozoides. Subsequentemente, as vesículas secretoras do citosol - na periferia do óvulo - liberam o seu conteúdo entre a membrana plasmática do óvulo e a zona pelúcida. 2 - Algumas dessas moléculas são enzimas que entram na zona pelúcida e causam inativação de seus locais de ligação de espermatozoide. Esse processo impede a ligação de outros espermatozoides à zona pelúcida e bloqueia os que já estão avançando através dela. 2 TRANSPORTE DO ZIGOTO 1) Após a fertilização, normalmente são necessários de 3 a 5 dias para o transporte do óvulo fertilizado através do restante da tuba uterina até a cavidade uterina. 2) Esse transporte é feito por uma corrente de líquido na tuba uterina, resultante de secreção epitelial mais a ação do epitélio ciliado que a reveste. 3) Contrações fracas da tuba uterina também podem ajudar na passagem do óvulo. 4) As tubas uterinas são revestidas por uma superfície rugosa que dificulta a passagem do óvulo. Além disso, o istmo da tuba uterina permanece contraídos durante os primeiros 3 dias após a ovulação. 5) Após esse tempo, o aumento rápido da secreção de progesterona pelo corpo-lúteo ovariano promove o aumento de receptores de progesterona nas células musculares lisas da tuba uterina; em seguida, a progesterona ativa os receptores, relaxando os túbulos e permitindo a entrada do óvulo no útero. 6) Esse transporte lento do óvulo fertilizado através da tuba uterina permite a ocorrência de estágios de divisão celular antes que ele – agora denominado blastocisto, com cerca de 100 células – entre no útero IMPLANTAÇÃO 1) Depois de atingir o útero, o blastocisto em desenvolvimento permanece na cavidade uterina por mais 1 a 3 dias antes de se implantar no endométrio; assim, a implantação ocorre por volta do quinto ao sétimo dia após a ovulação. 2) Antes da implantação, o blastocisto obtém sua nutrição das secreções endometriais uterinas, denominadas “leite uterino”. 3) A implantação resulta da ação de células trofoblásticas que se desenvolvem na superfície do blastocisto. 4) Essas células secretam enzimas proteolíticas que digerem as células adjacentes do endométrio uterino. Parte do líquido e dos nutrientes liberados é transportada ativamente pelas células trofoblásticas ao blastocisto, adicionando mais sustento para o crescimento. 5) Uma vez tendo ocorrido a implantação, as células trofoblásticas e as células adjacentes (do blastocisto e do endométrio uterino) proliferam formando a placenta. 6) As membranas em volta do blastocisto incluem o âmnio, que secreta o líquido amniótico em que o embrião em desenvolvimento ficará mergulhado; o alantoide, que fará parte do cordão umbilical que une o embrião à mãe; e o saco vitelino, que se degenera no início do desenvolvimento humano.3 7) Quando o concepto se implanta no endométrio, a secreção contínua de progesterona faz com que as células endometriais inchem e armazenem nutrientes. Essas células agora são chamadas de células deciduais, e o seu conjunto, decídua. 8) À medida que as células trofoblásticas invadem a decídua, os nutrientes armazenados na decídua são usados pelo embrião para crescimento e desenvolvimento. 9) Durante a primeira semana após a implantação, esse é o único meio de o embrião obter nutrientes; o embrião continua a obter pelo menos parte de sua nutrição por esse caminho por até 8 semanas, embora a placenta comece a fornecer nutrição depois do 16o dia após a fertilização. REFERÊNCIAS 1) Hall JE, Hall ME. Guyton & Hall – Tratado de Fisiologia Médica. 14ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2021.
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