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tireóide → Hipotireoidismo; → Hipertireoidismo; Eixo hipotálamo-hipófise-tireóide: O hipotálamo vai liberar TRH (hormônio liberador de tiroxina), que estimula a hipófise anterior a liberar (TSH) e estimula a tireoide a liberar e produzir T3 e T4. Conforme os valores de T3 e T4 vão subindo na corrente sanguínea, ocorre o feedback negativo na hipófise e hipotálamo. Efeitos metabólicos dos hormônios tireoidianos: Hormônios da tireoide: atuam no metabolismo energético das células, fazendo um aumento da utilização da glicose pelos tecidos promovem: Catabolismo lipídico, proteico e de carboidratos, fazendo a liberação de glicose Para conseguir entregar a glicose e o oxigênio para todas as células aumenta a frequencia respiratória, o débito cardíaco e a força do bombeamento sanguíneo energia (ATP e calor – termogênese) aumento da temperatura, aumento da eritropoese aumento do crescimento. - Catabolismo lipídico; - Anabolismo Proteico X Catabolismo Muscular; - Síntese Vitaminais e Minerais; - Termogênese; - Crescimento (Formação e Reabsorção Óssea); - Síntese e degradação de outros hormônios; - Eritropoiese; - Efeitos cronotrópicos e inotrópicos do coração; - Centro da respiração; hipotireoidismo Definição: → Deficiência nos hormônios da tireoide; → Diminuição do metabolismo: aumento de peso, diminuição da FR, apatia, sente mais frio, diminui crescimento; → Hipercolesterolemia: catabolismo lipídico fica prejudicado; HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO: - Mais comum; - Doença está na tireoide; - Deficiência de T4 pois a tireoide não consegue produzir; HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO: - Doença na hipófise; - Deficiência de T4 pois a hipófise não produz TSH suficiente; HIPOTIREOIDISMO TERCIÁRIO: - Doença do hipotálamo; - Deficiência de T4 pois hipotálamo não produz TRH suficiente; - Apenas em humanos, não confirmado em animais. EPIDEMIOLOGIA: → 0,2% dos cães: · Veterinários não costumam dosar hormônios; · Doença rara em gatos. → Adultos; → Raças: Doberman, labrador, Spitz, Cocker; → Animais castrados. etiologia HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO: → Hipotireoidismo primário é o mais comum; → Tireoidite linfocítica ou atrofia idiopática; → IMUNOMEDIADA. Tireoidite linfocítica (>50%): → Inflamação da tireoide por infiltrados de linfócitos: destroem a glândula por meio da produção de anticorpos > doença autoimune > parte da glândula que morre é substituída por fibrose; - Genética, hereditária, com predisposição racial; - Comum em Pointer, Setter, Maltês, Boxer; Atrofia idiopática: - Folículos degeneram e são substituídos por gordura; - Sem causa definida; Causas menos comuns: - Neoplasia bilateral (carcinoma); - Hipotireoidismo congênito; - Hipotireoidismo iatrogênico → consequência do tratamento do hipertireoidismo; → Tireoidectomia; → Iodo radioativo; → Fármacos: Furosemida, carprofeno, fenobarbital, metimazol, glicocorticoides, bactrin (sulfas). Fármacos que interferem nos hormônios da tireoide: - Não levam ao hipotireoidismo em si, mas confunde na dosagem hormonal → não cancelam o efeito da levotiroxina. - Perguntar ao tutor se o animal toma algum medicamento para ter discernimento na hora de dosar hormônio. HIPOTIREOIDISMO SECUNDÁRIO (HIPOFISÁRIO): - Rara: <5% dos casos; - Falha hipofisária: → Neoplasia, fármacos, cistos, radioterapia; → Alterações congênitas na hipófise (hipoplasia > nanismo); → Não estimula a tireoide > atrofia. Sinais clínicos: Dermatológicos (85%): - Hipotricose/Alopecia bilateral simétrica; - Cauda de rato; - Repilação lenta; - Pelame seco e sem brilho; - Hiperqueratose; - Hiperpigmentação; - Dermatite grave/crônica/recorrente, a pele estimula melanócitos para se defender, engrossando a pele > estimula melanina > hiperpigmentação. - Piodermites recorrentes - Malassezia ou Staphylococcus; - Seborreia e dermatite; - Otite recorrente; - Mixedema - No hipotireoidismo, a degradação de ácido hialurônico é mais lenta, tende a se depositar e levar a água junto – edema em pele da face e pálpebras, por isso a face trágica. - Pálpebra, testa, lábio. - Face trágica. Sinais Metabólicos: - Letargia; - Intolerância ao frio; - Termofilia; - Obesidade (40%). Sinais neuromusculares: - Acúmulo de Ac. Hialurônico e água – MIXEDEMA. - Depressão mental/coma; - Fraqueza; - Ataxia; - Crises epilépticas; - Andar em círculo; - Síndrome vestibular; - Paralisia nervo facial; - Atrofia muscular; - Paralisia de laringe; - Megaesôfago; Sinais reprodutivos: - Infertilidade; - Atrofia testicular; - Anestro prolongado; - Sangramento prolongado; - Sem cio; - Ginecomastia; - Galactorreia Inapropriada; - Sem cio; - Baixa libido; - Cio silencioso. Sinais oculares: - Depósito Lipídico Corneal; - Ulceração corneal; - Uveíte; - Lipemia retinal. Outros sinais: - Cardiovasculares: - Pulso fraco; - Bradicardia; - Arritmias cardíacas; - Gastrointestinal: - Megaesôfago; - Diarreia crônica; - Constipação. CRETINISMO: - Nanismo desproporcional; - Crânio curto e largo; - Mandíbula encurtada; - Crânio aumentado; - Membros encurtados; - Sifose; - Déficit mental; ➜ NANISMO HIPOFISÁRIO: Proporcional – alteração da hipófise – diminuição da secreção do GH (hormônio do crescimento). ➜ NANISMO/CRETINISMO DESPROPORCIONAL: Hipotireoidismo na fase de crescimento causa retardo no desenvolvimento mental e crescimento de ossos longos (acondroplastia) – membros curtos porém tronco e cabeça são normais. SINAIS CLÍNICOS MAIS COMUNS: Alopecia bilateral simétrica, seborréia, piodermite, mixedema, cauda de rato, cão preguiçoso, obesidade, intolerância ao frio, degeneração da córnea, anestro persistente, cio silencioso, fraqueza/ataxia. DIAGNÓSTICO: Exames de rotina: Dosagens hormonais: - Triagem - Dificil! HEMOGRAMA: - Anemia Normocítica Normocrômica Arregenerativa Discreta a Moderada (30%). BIOQUÍMICO: - Hipercolesterolemia e aumento dos triglicerídeos. DOSAGENS HORMONAIS: **Praticamente qualquer comorbidade (doenças fora da tireoide) pode abaixar a produção dos hormônios da tireoide ou causar diminuição da atuação desses hormônios –> tentativa do corpo de economizar os estoques de energia do corpo, já que o organismo está enfrentando uma doença GRANDE DESAFIO DO DIAGNOSTICO!!! Falsos Hipotireoidismo = Doenças Graves, Sulfas, Corticoides, AINEs, fenobarbital, Contraste Radiográfico. T4 Livre: Menos influenciado pelas doenças externas (se estiver diminuído é mais significativo de hipotireoidismo). TSH: TSH elevado + T4 livre diminuído – não é muito comum dar alteração dos níveis de TSH em hipotireoidismo (até 40% dos cães com HPT tem TSH normal). TESTE HORMONAL – Estimulação com TSH Diferencia Hipotireoidismo X Eutireoideo Doente Hipotireoidismo: T4T <1,5ug/dL na 1° e 2° dosagem; Eutireoideo: T4T <1,5ug/dL na 1° e > 3ug/dL na 2° dosagem; Considerações finais do diagnóstico: - Diagnóstico: ↓T4, ↓T4L, ↑TSH e ↓Resposta ao TSH · Sinais Clínicos + Hipercolesterolemia; · Eutireodeo Doente – Fármacos · = Hipotireoidismo · Ultrassonografia da tireoide. Como que vai estar a dosagem de TSH no animal com hipotiroidismo? Estarão aumentados. Se eu tenho uma tireoide produzindo pouco T3 e T4, o nosso organismo entende que está faltando hormônio da tireoide. Então o hipotálamo e hipófise entendem que o organismo precisa de mais TRH e TSH. Mas a tireoide está atrofiada, então, temos níveis baixos de T3 e T4 e níveis altos de TSH e TRH. · Eutireodeo Doente – fármacos: - O animal não tem hipotireoidismo, mas ocorre diminuição de T4 quando o animal tem qualquer outra doença crônica ou quando ele recebe outros medicamentos (glicocorticóide, fenobarbital, sulfas). Ocorre uma supressão de hormônios pela tireóide. - Dosagem de TSH para diferenciar hipotireoideo da síndrome do eutireoideo. tratamento LEVOTIROXINA: - Dose inicial: 0,02mg/kg, cada 12h (SID). - Puran T4 ou Euthyrox. - Melhora clínica inicia com 1 – 2 semanas; - Se não melhorar em dois meses: Rever diagnóstico; - Tratamento para o resto da vida. - Dosar T4T e TSH (4 – 6H pós medicação): · Mensalmente até estabilizar: Cada 6 – 12 meses. ➜ T4T Ideal:1,5 – 4,5ug/dL ➜ TSH Ideal: <0,6ng/mL · TSH Alto: Aumentar dose; · T4T e TSH normais: Não mexer na dose; · T4T acima do normal: Diminuir dose. hipertireoidismo EPIDEMIOLOGIA: - Doença Endócrina mais comum em gatos: · Secreção excessiva da tiroxina (T4); · Gatos adultos – Idosos; · 1,5% - 11,4% de Gatos idosos. · > 10 anos. - 65% Acometimento Bilateral; - 30% 1 lado aumentado e o outro atrofiado; - 10% Glândula até entrada do tórax; - 3 – 5% Focos Ectópicos (entrada do mediastino). Ocorrerá uma produção em excesso do hormônio da tireoide. O animal tem o metabolismo extremamente acelerado. Eles têm um aumento na força de contração cardíaca (taquicardico), assim como uma hipertrofia cardíaca devido ao excesso de força ETIOLOGIA: 1 – Hiperplasia Adenomatosa; 2 – Adenoma ou Carcinoma Tireoidiano SINAIS CLÍNICOS: - Perda de peso; - Polifagia; - Pelame arrepiado, alopecia irregular; - Poliúria-polidpsia; - Êmese; - Agressividade, hiperatividade; - Diarreia, fezes volumosas; - Apetite diminuído; - Tremores; - Fraqueza; - Dispneia, respiração ofegante; - Atividade diminuída, letargia; - Anorexia. ACHADOS DE EXAME FÍSICO: - Tireoide palpável; - Gato magro; - Gato idoso hiperativo, difícil de examinar; - Taquicardia; - Perda de pelo pelame arrepiado; - Rins pequenos; - Sopro cardíaco; - Gato facilmente estressado; - Desidratado, aparência caquética; - Batimentos prematuros; - Ritmo de galope; - Gato agressivo; - Gato fraco, letárgico, flexão ventral do pescoço. Dano renal DR geralmente compensada pelo excesso de hormônio da tireoide o fluxo sanguíneo intenso prejudica e mata as células do glomérulo para compensar as perdas. As células tubulares vão trabalhar ainda mais na reabsorção das substâncias. - Os gatos fazem cardiomiopatia hipertrófica em consequência do hipertireoidismo. A maioria dos gatos vêm com perda de peso, polifagia, tireoide palpável e hiperativo. diagnóstico Indícios em exames complementares: Hemograma: ➝ +/- Eritrocitose, macrocitose; Bioquímica: ➝ Aumento de ALT, AST e/ou FA, Azotemia (DRC); Urinálise + Urocultura: ➝ Densidade < 1,030; Ecocardiografia: ➝ Cardiomiopatia Hipertrófica; ECG: ➝ Arritmias, Bloqueios de Ramo Direito, QRS Largos; Imagem torácica e abdominal: ➝ Descartar comorbidades; ➝ Aumento de cardiomegalia (atrial); ➝ Edema Pulmonar Cardiogênico; ➝ Efusão Pleural.; diagnóstico definitivo ➝ Aumento de T4T e T4L + Clínica compatível; ➝ Cintilografia da Tireoide e/ou US da tireoide; ➝ Paciente com valor sérico de T4 normal, mas tem hipertireoidismo subclínico: procurar doença concomitante. *Sempre dosar T4 total, pois nesse paciente a dosagem estará lata. A técnica utilizada é a de quimioluminescência. Pede-se US para mensurar o tamanho da tireoide e o ECG para aferir o tamanho do coração. TRÊS POSSIBILIDADES: 1) Sinais sugestivos + 1 T4T > Hipertireoidismo – Tratar 2) Sinais sugestivos + T4T normal: · Repetir T4T + T4L após 2 – 4 semanas; · T4T na ½ superior da referência + T4L Hipertireoidismo + Comorbidade › tratar · T4T e T4L Normais: Rever Diagnóstico Diferencial 3) ↑ Tireoide sem Sinais Clínicos + T4T Normal Reavaliar T4T em 6 Meses ↑ T4T Hipertireoidismo Tratar TRATAMENTO: Particularidade: - Pode tornar aparente ou agravar DRC; Opções: - Tratamento Oral: Metimazole, Iodo Radioativo; - Intravenosa: Iodo radioativo; - Tratamento cirúrgico: Tireoidiectomia. *Metimazole (Tapazol) impede a síntese de hormônios tireoidianos, impedindo a hipertrofia da tireoide. - Inibe Hormoniogênese; - Avaliações a cada 2 – 4 semanas; · Reajustes (↑ ou ↓): 1,25 – 2,5mg/Gato dia - Efeitos adversos (1 – 1,5 mês de tratamento) · Hepatopatia, citopenias, letargia, anorexia, êmese, prurido facial, DRC. Sempre começar o medicamento com a menor dose, pois como o medicamento será para o resto da vida, a medicação terá que ser aumentada com o aumento da hipertrofia da tireoide. TRATAMENTO DE ESCOLHA EM GATOS: - Trata o hipertireoidismo e a etiologia com uma dose; - Trata hipertireoidismo extra-tireoidiano; - Pouco efeito adverso. Tireoidectomia: - Indicação em tumores; - Uni ou Bilateral, extracapsular ou intracapsular; - Complicações: - Hipocalcemia: Lesão/Remoção das paratireoides; - Bilateral: Hipotireoidismo; - Síndrome de horner; - Paralisia laringe.